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homem cultura e sociedade

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AULA ATIVIDADE ALUNO 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 
ATIVIDADE 
ALUNO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso: 
 
AULA ATIVIDADE ALUNO 
 
 
 
Disciplina: Homem Cultura e Sociedade 
Teleaula: 04 
 
Prezado (a) aluno (a), 
A aula atividade tem a finalidade de promover o auto estudo das competências e conteúdos relacionados à 
Unidade de Ensino 4 Título: Sociedade, exclusão e direitos humanos. A aula atividade terá a duração de 
1h20min e está organizada em leituras e reflexões sobre “Identidade, raça, etnia e ações afirmativas. ” 
Siga todas as orientações indicadas e conte sempre com a mediação do seu tutor e a interatividade com o 
professor. 
Bons estudos! 
___________________**__________________ 
 
Avaliação de resultados de aprendizagem 
Objetivo da Atividade: 
Reconhecer a influência das diversas culturas na construção da identidade brasileira, tendo como noção o 
etnocentrismo e o papel das políticas de ação afirmativas. 
Orientações do que fazer: 
Caro aluno (a) 
A aula atividade tem como propósito, oportunizar o desenvolvimento de senso crítico e cientifico, de viés 
humanista, para refletir e agir em sociedade como um agente responsável e compromissado. Vimos ao longo 
da Unidade n. 4 “Sociedade, exclusão e direitos humanos” a importância do olhar antropológico para a 
compreensão das contradições inerentes a formação do povo brasileiro, sua constituição e relação a 
comportamentos preconceituosos e atitudes discriminatórias. Propõe-se nessa atividade, um debate que 
gira em torno da maneira como os indivíduos formam suas identidades. Historicamente, a formação da 
identidade está diretamente relacionada com a questão da nacionalidade, ou seja, um dos elementos 
principais para construção da identidade dos indivíduos é o país onde o sujeito nasce. Com a globalização e 
as mudanças ocorridas no século XX essa questão fica um pouco mais complexa. 
 Hoje, o debate em torno da identidade leva em conta muitos processos sociais, culturais, políticos e 
econômicos. Um dos elementos importantes para essa discussão, especialmente no Brasil, está relacionado 
à questão racial e étnica. Muitas pessoas argumentam, por exemplo, que no Brasil não existe mais índios, 
pois esses haveriam perdido sua cultura, outros que no Brasil é muito difícil dizer quem é negro, pois 
seríamos uma sociedade mestiça. 
 Mas e você estudante, como você analisa essa questão? É possível falar em identidades indígenas no 
Brasil? E o negro? Como define-se quem é negro? No Brasil temos políticas de ações afirmativas tanto para 
negros como indígenas, como cotas nas universidades públicas, que reservam um número de vagas para 
AULA ATIVIDADE ALUNO 
 
 
 
disputa entre negros e entre indígenas. Você considera que as ações afirmativas são políticas justas e 
necessárias? 
Partindo desses questionamentos, apresento fragmentos textuais que contribuem para o 
debate. 
Preparado para o desafio? 
 
 
Orientações de como fazer: 
1- Em dupla, faça a leitura da seção 4.1 do livro didático da disciplina Homem, cultura e 
sociedade e explique a seguinte questão: O que faz o indivíduo sentir-se parte de um grupo 
e de sua história? Afinal o que é identidade nacional? 
2- O fragmento textual 1, “O que é ser indígena no Brasil hoje” apresenta reflexões sobre o 
processo de aculturação e a representação do senso comum, de que os índios têm uma 
cultura imutável. Como explicar essa visão do senso comum sobre as identidades indígenas? 
3- A partir da leitura do fragmento textual 2 e de seu livro didático na unidade n. 4, explique o 
que vem a ser a identidade racial? 
4- No fragmento textual 3 encontramos a seguinte afirmação: “ações afirmativas vão além: 
realizam a justiça social, enquanto construção moral e política baseada na igualdade e nos direitos 
coletivos”. Comente a afirmação e justifique sua veracidade? 
 
Após realizar as anotações da atividade, cada dupla deverá solicitar ao tutor (a) que encaminhem a síntese 
de entendimento dos conteúdos apresentados. 
 
Observações: Peça para o tutor de sala enviar suas sínteses e dúvidas pelo Chat Atividade para que 
possamos interagir e dialogarmos sobre os conhecimentos. 
 
 
Fragmento textual 1 - O que é ser indígena no Brasil hoje, segundo 3 jovens e 2 antropólogos 
José Orenstein - 29 de abr de 2017 Disponível em: 
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/04/29/O-que-%C3%A9-ser-ind%C3%ADgena-no-Brasil-hoje-
segundo-3-jovens-e-2-antrop%C3%B3logos. Acesso 12 de março de 2020. 
 
- Por que o senso comum nega aos indígenas sua identidade quando eles incorporam hábitos e tecnologias 
não indígenas ao seu dia a dia? 
PEDRO CESARINO O senso comum desconhece a noção de cultura, que é um processo contínuo de 
transformação. Os povos indígenas sempre incorporaram hábitos e tecnologias seja uns dos outros, seja de 
sociedades vizinhas como os Incas, com os quais algumas etnias da Amazônia ocidental estabeleciam 
contato antes da invasão dos europeus.Toda cultura é por definição aculturada, isto é, resultado de um 
processo contínuo de apropriação de conhecimentos e práticas alheios. O senso comum pode até se dar 
conta de que tal processo acontece com a sociedade brasileira, que é mais brasileira quanto mais incorpora 
hábitos orientais, europeus ou africanos. Mas não quando se trata das sociedades indígenas. A ótica 
colonialista corrente imagina que índios são espécimes de museus, que devem permanecer sempre 
congelados para, quem sabe, merecerem os seus direitos. Esquece-se assim de que os índios são pessoas 
reais, dotadas de tradições dinâmicas que, assim como outras tantas, são sempre traduções. 
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/04/29/O-que-%C3%A9-ser-ind%C3%ADgena-no-Brasil-hoje-segundo-3-jovens-e-2-antrop%C3%B3logos
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/04/29/O-que-%C3%A9-ser-ind%C3%ADgena-no-Brasil-hoje-segundo-3-jovens-e-2-antrop%C3%B3logos
AULA ATIVIDADE ALUNO 
 
 
 
RENATO SZTUTMAN O "senso comum" - que expressa os valores da sociedade dita "moderna" - 
precisa manter os índios no passado. Sempre foi assim. Os índios são parte da pré-história do Brasil. Esse foi 
o jeito que o Ocidente encontrou para "amar" os índios. 'Os índios nos ensinam, entre outras tantas coisas, 
que é possível coexistir com os não índios sem abrir mão de modos de ser específicos' . Veja-se o tão famoso 
indianismo na literatura brasileira. Índio "bom" é o índio suficientemente distante - no tempo, mas também 
no espaço. São índios "de verdade" os Tupinambá da época da Conquista, nos séculos 16 e 17, que chegam a 
nós pelos relatos de viagem e continuam a povoar nosso imaginário com seus lampejos de antropofagia. Ou 
então os Zo'é, também falantes de uma língua tupi-guarani, do Cuminapanema, no Pará, que até certo 
tempo eram categorizados "isolados", o que provocou o interesse retumbante de um sem número de 
fotógrafos e videastas ávidos por imagens dos "últimos selvagens". 
Não são índios "de verdade", sob esta ótica, os Guarani (plenos falantes de outra língua tupi-guarani) 
espalhados por um vasto território que vai do Mato do Grosso do Sul passando por toda a costa Sul e 
Sudeste, uma vez que vivem na cercania de grandes cidades, comem comida de brancos, usam roupas, 
fazem uso de diferentes tipos de tecnologias. 'Ao se apropriarem de nossos hábitos e tecnologias estão 
criando algo novo, algo que não podemos muito bem dizer o que é ou o que será'. As culturas se 
transformam, são inventivas. Mas a maneira como cada uma se transforma depende sempre de um estilo 
particular. A ideia de que é um destino desejável a ruptura radical ou a adesão a um sistema-mundo 
homogêneo não é algo abraçado por todas as sociedades. Os índios nos ensinam, entre outras tantas coisas, 
que é possível coexistir com os não índios sem abrir mão de modos de ser específicos, que no mais das vezes 
se chocam com a ética do neoliberalismo. O problema, claro, é ao mesmo tempo conceitual e político. Pois 
exigir que os índios tenham uma cultura imutável,que eles não possam se apropriar de elementos exógenos 
é mantê-los à distância, no tempo e no espaço, é como promover um apartheid. 
O problema passa a ser quando os índios deixam de constituir um imaginário para se tornarem 
nossos vizinhos. Os Tupinambá do passado, os "primeiros habitantes do Brasil" que foram banidos de suas 
terras, podem ter sua cultura admirada. Mas os Tupinambá que, na virada do milênio, reivindicam sua 
ascendência indígena, fazendo a retomada de suas terras no sul da Bahia ou no Pará, são vistos como 
impostores, como mestiços que se fingem de índios para apropriar-se de pequenas porções de terra, detidas 
sabe-se lá como por latifundiários. E aqueles que os defendem, mobilizando conceitos que escapam à 
imutabilidade, são vistos como igualmente impostores. O direito de mudar torna-se, assim, o direito de 
mudar em uma única direção, a direção do sistema-mundo neoliberal, isto é, um jeito de mudar que só 
conduz ao mesmo. 
Mas os índios estão sempre mudando ao seu modo particular. Ao se apropriarem de nossos hábitos 
e tecnologias estão criando algo novo, algo que não podemos muito bem dizer o que é ou o que será. Isso 
nos incomoda, pois acreditamos que conhecemos o sentido da história e que exercemos o controle sobre 
ele. 
- É possível definir os limites de onde começa e termina a identidade indígena no Brasil? 
PEDRO CESARINO Essa definição não pode ser feita apenas da perspectiva do Estado. O Estado 
classifica e divide coletivos com critérios quantitativos e substantivos. Ele imagina que a identidade indígena 
tem um limite dado por sua noção engessada e equivocada de cultura. 'Não é bem a cor da pele ou o uso de 
um cocar que define o processo do parentesco, sempre dinâmico e flexível'. Assim, quantifica-se como 
indígena aquele que vive segundo uma noção arbitrária de tradição e exclui-se outros que não seguem tais 
padrões. Ora, os pressupostos indígenas são qualitativos: a identidade se dá de acordo com o parentesco, 
com um modo de vida que envolve um vínculo com a terra, com a alimentação e a manutenção de relações 
sociais. Não é bem a cor da pele ou o uso de um cocar que define o processo do parentesco, sempre 
dinâmico e flexível. Como quantificar essa dinâmica em um censo? A definição sobre a identidade, então, só 
poderia ser feita através de um amplo debate, no qual os pressupostos dos índios ocupariam o lugar central. 
AULA ATIVIDADE ALUNO 
 
 
 
RENATO SZTUTMAN Definir "limites" é pressupor que temos o direito de dizer quem é e quem não é 
índio no Brasil. Índio é, antes de tudo, quem se reconhece como tal. Mas isso não é simples! Antropólogos 
como Manuela Carneiro da Cunha e Eduardo Viveiros de Castro têm reflexões brilhantes sobre esse 
problema. 
'Nomear-se índio é um ato de resistência. Como o é nomear-se negro, gay, trans'. 
Não vou aqui acompanhar seus argumentos, mas apenas improvisar a partir deles. Índios são 
aqueles que se reconhecem como tais, e não aqueles que são reconhecidos por nós. E esse reconhecimento 
se dá por múltiplos fatores, por exemplo, a relação com um determinado território ou ambiente, o que passa 
necessariamente por relações de parentesco e vizinhança, por histórias que circulam entre diferentes 
gerações. Como diz Viveiros de Castro em uma entrevista de 2006, "índio é quem se garante". Isto é, aquele 
que para se reconhecer como tal tem o aporte de uma comunidade. Não se trata de uma questão individual, 
de foro íntimo. E essa comunidade tem de bancar um estilo de vida que escapa, digamos, à gramática de 
uma sociedade estatal neoliberal. Isso posto, há modalidades e modulações do "ser índio". Aliás, "índio" é 
uma categoria que fomos nós que impusemos a eles. Se hoje pode-se falar de um "movimento indígena", de 
uma "causa indígena" é porque foi construída historicamente uma conexão entre esses diferentes povos, 
que passaram a reconhecer formas de vida comuns, para além das disparidades e dos conflitos. 
 
Fragmento textual 2 – Preto, pardo, negro, branco, indígena: quem é o que no Brasil? 
https://almapreta.com/editorias/realidade/preto-pardo-negro-branco-indigena-quem-e-o-que-no-brasil. 
Acesso 12 de março de 2020. 
 
No Brasil, é sempre uma confusão: meu pai é branco, minha mãe é negra, tenho a pele clara e o 
cabelo crespo. Ou, meu pai é negro, minha mãe é branca, meu cabelo é cacheado, minha pele é clara e meu 
nariz é bem arredondado. Pele branca, pele negra... pele meio a meio... como o mundo te define e como 
você se define no mundo? O que é a identidade racial de uma pessoa? Afinal, o que eu sou? Essa incerteza 
de pertencimento é muito mais comum do que se imagina. 
(...) Tivemos centenas de anos de construção de um país sob um regime escravocrata que, com a 
tentativa de embranquecer a população, forçou a miscigenação a partir do abuso sexual de mulheres negras 
o que, posteriormente, daria pano de fundo para justificar erroneamente a chamada “democracia racial”. O 
fato é que, atualmente, somos um país bastante miscigenado, não só pelas chamadas raças brancas e 
africanas, mas por diversas etnias do mundo inteiro, sem contar a indígena. E classificar este processo 
sempre foi um desafio. No século XVIII, por exemplo, a sociedade brasileira era classificada entre índios 
civilizados, brancos e africanos e seus descendentes. No século seguinte, as classificações já haviam mudado: 
brancos, negros e mulatos. Hoje, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que atua desde 1936, 
tipifica a sociedade em cinco categorias: branca, preta, amarela, parda (incluindo-se nesta categoria a pessoa 
que se declarou mulata, cabocla, cafuza, mameluca ou mestiça de preto com pessoa de outra cor ou raça) e 
indígena (considerando-se nesta categoria a pessoa que se declarou indígena ou índia). 
Nesta metodologia adotada, em cada domicílio brasileiro apenas uma pessoa responde por todos os 
moradores, valendo a “autodeclaração” da pessoa que está respondendo a pesquisa. A somatória da 
população preta e parda é o que configura, hoje, a população negra do país. 
No Brasil, a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) divulgada pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em maio, revelou um aumento na população que se autodeclara 
negra e uma redução na que se identifica como branca. Segundo a pesquisa, em 2018, a população branca 
representava 43,1% , a parda 46,5% e a preta 9,3%. Os registros do IBGE apontam que, se comparado com 
os últimos seis anos, a população que se declara negra aumentou em 4,7 milhões. Isso significa que no ano 
passado 19,2 milhões de pessoas passaram a se entender como negras (pretas ou pardas) no país. 
https://almapreta.com/editorias/realidade/preto-pardo-negro-branco-indigena-quem-e-o-que-no-brasil
AULA ATIVIDADE ALUNO 
 
 
 
(...) A identidade racial ou grupal está ligada ao lugar que uma pessoa está relacionada na estrutura 
social. Ou seja, a identidade racial não é uma escolha do sujeito, elas estão relacionadas a uma ideia de raça 
construída historicamente no nosso país que está ligada ao fenótipo do sujeito. O Estatuto da Igualdade 
Racial define como “população negra o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme 
o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que 
adotam autodefinição análoga. O preto seria caracterizado como uma identificação de cor e o negro como 
raça. 
E há uma complexidade maior quando analisamos, principalmente, a população parda do país. “A 
gente tem uma parcela de problemática na identidade racial para o que o IBGE classifica como pardo porque 
eles podem nascer fenotipicamente brancos ou negros”, explica Lia Vainer Schucman, doutora em Psicologia 
Social pela Universidade de São Paulo (USP). Para esta população, muitas vezes, o que vai definir seu grupo 
racial socialmente é a sua identificação enquanto sujeito, que está relacionada aos seus processos 
emocionais ou psíquicos, ou seja, com as identificaçõesculturais ou relacionais familiares; ou ainda como 
esta pessoa é lida pela sociedade. 
 
Fragmento textual 3 - O direito a uma política de discriminação positiva 
A prerrogativa do poder público de agir positivamente, assegurando a representação de grupos 
tradicionalmente excluídos do mercado de trabalho e dos processos de educação formal se consolidou no 
pós-guerra. (...)O projeto de Estado providência pressupõe uma igualdade substancial (material), na qual as 
políticas de discriminação positiva estão necessariamente inseridas. Essas políticas assumem que, para 
concretizar a igualdade material deve se assegurar um estímulo para que determinados grupos sociais 
estejam representados e sejam reconhecidos no mercado de trabalho e nas instituições de ensino, por 
exemplo. 
Ações afirmativas é uma denominação genérica para um conjunto amplo de políticas, das quais as 
cotas são tão somente uma das formas de execução. A “natureza multifacetária ” das ações afirmativas visa 
a impedir que a discriminação se manifeste tanto formalmente quanto nas práticas cotidianas. Desde a 
adoção das políticas de ação afirmativa no Brasil, na década de noventa, a sua conformidade à Constituição 
brasileira de1988 tem sido objeto de estudo e questionamento judicial. 
Concretamente, o constitucionalismo contemporâneo seria o resultado de tensões entre um modelo 
liberal e social de Estado de Direito. A análise da constitucionalidade das políticas de discriminação positiva 
busca enfrentar a questão: “que espécie de igualdade veda e que tipo de desigualdade faculta a 
discriminação de situações e de pessoas, sem quebra e agressão aos objetivos transfundidos no princípio 
constitucional da isonomia? ” 
No questionamento, restam implícitas outras discussões do direito constitucional, como os critérios 
de justiça distributiva e de justiça compensatória. De fato, as políticas públicas de ação afirmativa devem se 
prestar tanto a realização da justiça distributiva quanto da reparadora. Logo, enquanto esta objetiva reparar 
os danos causados no passado, por isso devendo atingir a própria pessoa que sofreu a discriminação, aquela 
corrige as injustiças presentes. 
Fato é que a justiça meramente reparadora não modifica a situação de desigualdade, apenas a alivia. 
Assim, a ênfase na complementariedade entre justiça distributiva e compensatória, assinala que não se trata 
de casos isolados de discriminação, mas de repensar a forma como toda a sociedade tratou historicamente 
os grupos excluídos. Avançando nesse argumento, tendo em consideração o princípio da diversidade, 
sustenta se que as ações afirmativas vão além: realizam a justiça social, enquanto construção moral e 
política baseada na igualdade e nos direitos coletivos. 
A aplicação do princípio da igualdade, tendo em vista o nexo de causalidade entre a conduta 
analisada e o ordenamento constitucional é motivo de longa análise jurisprudencial, repercutindo em 
AULA ATIVIDADE ALUNO 
 
 
 
diversas áreas do direito. Reconhece se o caráter dúbio do princípio da igualdade a que se denomina o 
“paradoxo da igualdade”. De fato, toda igualdade de direito gera uma desigualdade de fato. 
Por sua vez, toda desigualdade de fato tem como consequência uma desigualdade de direito. 
Enfim, no debate constitucional parece ser consenso que a mera igualdade formal não efetiva quaisquer 
direitos. A simples “vedação da desigualdade, ou da invalidade do comportamento motivado por 
preconceito manifesto ou comprovado (ou comprovável), não pode ser considerado o mesmo que garantir a 
igualda de jurídica” 
 
(LOBATO, ANDERSON O. C.; BENEDETTI, EDUARDO J. B. NEGROS E ÍNDIOS: AÇÕES AFIRMATIVAS E A 
REALIZAÇÃO DA JUSTIÇA SOCIAL SOCIAL. JURIS, Rio Grande, 17: , 2012, p.84-85. Disponível em: 
https://periodicos.furg.br/juris/article/view/3608/2155 acesso em: 02. Mar. 2020) 
 
Preparando-se Para a Próxima Teleaula 
Prepare-se melhor para o nosso próximo encontro organizando o autoestudo da seguinte forma: 
1. Planeje seu tempo de estudo prevendo a realização de atividades diárias. 
2. Estude previamente as webaulas e a Unidade de Ensino antes da teleaula. 
3. Produza esquemas de conteúdos para que sua aprendizagem e participação na teleaula seja 
proveitosa. 
4. Utilize a ferramenta de comunicação online para registro das atividades e atendimento às dúvidas 
e/ou dificuldades. 
 
Conte sempre com o seu tutor a distância e o professor da disciplina para acompanhar sua 
aprendizagem. 
 
Bons Estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA ATIVIDADE ALUNO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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