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AVALIAÇÃO DO BEM-ESTAR DE GATOS DOMESTICOS DOMICILIADOS - UNIC

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8º Seminário de Iniciação Científica. 16 e 17 ago. 2017. ISSN 2237-8901. 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO BEM-ESTAR DE GATOS DOMESTICOS DOMICILIADOS 
 
Anna Paula Araújo Nascimento (Bolsista FUNADESP/UNIC), e-mail: 
apan.nascimento@gmail.com, Daniel Lucas Bica da Costa (Colaborador), e-mail: 
danielbica06@gmail.com, Rosana Zanatta (Orientadora), e-mail: 
apan.nascimento@gmail.com. 
 
Universidade de Cuiabá (UNIC) | Faculdade de Medicina Veterinária 
 
Introdução 
O clínico de pequenos animais trabalha claramente promovendo bem-estar 
animal. Porém a formação do médico veterinário é mais voltada à esfera física do 
bem-estar animal (BEA), ou seja, a sanidade. Há dois pontos também importantes 
em termos de BEA, a esfera comportamental e a mental. Com pesquisas na área do 
BEA, o profissional pode trazer colaborações no sentido de ampliação e organização 
dessas esferas, além de localizar pontos críticos para a qualidade de vida dos 
animais, seguido de propostas de melhoria (MOLENTO, 2007). 
 O estudo do comportamento tem sido a principal fonte de evidências para a 
avaliação de BEA, demonstrando que problemas comportamentais afetam 
diretamente o bem-estar de gatos domésticos (FATJÓ; DE-LA-TORRE; MANTECA, 
2006). 
Com esta pesquisa buscou-se avaliar o bem-estar de gatos domésticos 
domiciliados, apontando os pontos críticos, visando obtenção de conhecimento que 
permitirá ao médico veterinário atuar como promotor não só da saúde física, mas 
também comportamental e mental do seu paciente. 
 
Material e Métodos 
Amostra 
 32 residências de gatos domésticos domiciliados foram incluídos no estudo. 
Os critérios de inclusão para o estudo foram possuir um ou mais gatos de qualquer 
raça, sexo e idade, que fossem criados dentro de casa ou sem acesso a áreas fora 
dos limites da residência. Os proprietários deviam aceitar preencher questionário 
epidemiológico e permitir q o pesquisador observasse o ambiente em que o(s) 
gato(s) vive(m), além de realizar exame físico no(s) mesmo(s). 
Coleta de dados: 
Um questionário epidemiológico foi preenchido pelo proprietário dos gatos para 
obtenção de dados sobre raça, sexo e idade, estado reprodutivo, dieta, acesso à 
rua, problemas de comportamento, atitude do proprietário frente a problemas de 
comportamento, nível de compreensão do proprietário sobre o comportamento 
natural dos gatos, frequência de visitas ao médico veterinário e causa das visitas, 
seja preventiva ou por enfermidade. 
Para a obtenção dos dados sobre ambiente, nutrição, sanidade e 
comportamento, um médico veterinário, que foi sempre o mesmo, preencheu uma 
mailto:apan.nascimento@gmail.com
../Downloads/danielbica06@gmail.com
mailto:apan.nascimento@gmail.com
8º Seminário de Iniciação Científica. 16 e 17 ago. 2017. ISSN 2237-8901. 
lista, adaptada de Calderón (2010), após observação dos gatos e do ambiente em 
que vivem, e da realização de exame físico dos animais. 
Análise estatística: 
Os dados foram expostos por meio de estatística descritiva. Em um primeiro 
momento foi apresentada a frequência em relação às características dos gatos 
estudados (raça, sexo, idade), e dos dados sobre ambiente, nutrição, sanidade e 
comportamento obtidos por meio dos questionários preenchidos pelos proprietários 
(eliminando-se questões abertas) e das listas preenchidas pelo médico veterinário. 
Após, foram descritos os resultados das questões abertas do questionário 
epidemiológico. Por fim, foram descritos os pontos críticos encontrados em cada 
residência, de acordo com as informações da lista e do questionário epidemiológico 
conjuntamente. 
Este trabalho foi submetido ao Comitê de ética de uso de animais da 
Universidade de Cuiabá sob o protocolo 018/2016. 
 
Resultados e Discussão 
Foram visitadas 32 residências de proprietários de gatos domésticos 
domiciliados. A média do número de gatos que habitava cada residência foi três, 
com intervalo de um a dezenove gatos por casa. Um gato de cada residência foi 
avaliado, e este foi escolhido de forma aleatória. Foram 20 fêmeas e 12 machos, 
com idades variando de quatro meses e oito anos de idade. 
Todos os proprietários responderam aos questionários com questões sobre 
ambiente, nutrição, sanidade e comportamento do gato escolhido para avaliação. Do 
total de gatos estudados, 50% tinham acesso à rua e 50% não possuíam acesso à 
rua, sendo que destes, 84% tinham acesso a áreas externas, nos limites da 
residência, e 16% eram confinados dentro de casa. 
O alimento fornecido pelos proprietários aos seus gatos eram ração seca 
(63%), ração úmida (13%), comida caseira (19%) e outros alimentos (6%). 76% dos 
animais deste estudo recebiam ração comercial para gatos, que supre as 
necessidades nutricionais dos mesmos. Fornecer alimentos e água em quantidade e 
qualidade adequadas garante a liberdade nutricional aos animais, porém isso 
também tem relação com a liberdade sanitária, já que evita doenças de caráter 
nutricional (MOLENTO, 2006). 
Dentre os animais não castrados, pouco mais da metade dos gatos (53%) 
possuíam acesso à rua. Gatos que têm acesso irrestrito à rua, podem sofrer 
atropelamentos, invadir domicílios, agredir pessoas ou outros animais domésticos. O 
contato com outros animais pode levar à transmissão de doenças, muitas delas 
zoonóticas. Se não castrados, contribuem para a reprodução descontrolada e 
indesejada da espécie, e colaborando com o número de abandono de filhotes 
(CANATTO et al., 2012) 
No que diz respeito à vacinação, 65% dos animais eram vacinados e 35% não 
foram vacinados contra nenhuma doença, incluindo a raiva. 
Muitas injúrias passam despercebidas devido aos felinos esconderem a dor, 
podendo parecer saudáveis até que a forma grave ou crônica de uma doença se 
instale e ele apresente sinais clínicos. Apenas nesse momento o gato é levado ao 
veterinário (RODAN; SPARKES, 2012; SPARKES, 2013), assim como 42% dos 
gatos deste trabalho. Enquanto que 42% foram motivadas pelo aparecimento de 
sinais clínicos nos gatos. Destes, 23% dos animais encontravam-se em tratamento 
8º Seminário de Iniciação Científica. 16 e 17 ago. 2017. ISSN 2237-8901. 
no momento da aplicação do questionário e 77% dos gatos não estavam em 
tratamento, pois o mesmo já havia encerrado. 
Certas características comportamentais dos gatos como marcação do ambiente 
com urina e arranhadura de objetos são comportamentos aceitáveis dentro da 
natureza, porém quando domiciliados tornam-se caraterísticas indesejáveis 
(CASSEY et al., 2008). Dos gatos avaliados, 77% arranhavam objetos. Os 
proprietários devem ser orientados a direcionar a arranhadura para locais 
adequados (BEAVER, 2003). A lambedura excessiva pode estar diretamente 
relacionada com animais ansiosos. Embora a causa deste comportamento nesses 
gatos não tenha sido identificada, é preciso alertar os proprietários, já que a 
lambedura é um dos sinais de estresse em gatos (BOLKA 1984). 
A eliminação em local inadequado é a alteração comportamental mais comum 
em gatos e tem grande relação com as condições da caixa de areia. Diversas são as 
causas que podem levar o gato a não usar a caixa de areia, a baixa frequência de 
limpeza e número insuficiente de caixas por gato no ambiente. A eliminação em local 
inadequado foi pouco relatada entre os gatos estudados, apenas 23% dos 
proprietários apontaram o problema, enquanto que a literatura informa de 40 a 75% 
de eliminação dentre os problemas de comportamento em felinos (SEKSEL 2012). 
Este problema de comportamento se mostrou pouco frequente nos gatos avaliados 
não só em relação à literatura consultada, mas também aliada a observação de 
caixas de areia sujas (47%) e em número insuficiente (53%) em aproximadamente 
metade das casas avaliadas. 
O Enriquecimento ambiental pôde ser mensurado por meio de vários 
parâmetros, como presença de plataformas altas, presentes somente em 13% das 
residências, arranhadores, observados em 16% das casas e brinquedos, oferecidos 
para 34% dos gatos. Ao realizar a aquisição desses equipamentosa ligação 
proprietário-animal tende a aumentar e com o aumento de atividade do gato, o 
estresse diminui, evitando problemas comportamentais (RODAN, 2015). 
Aproximadamente metade dos gatos apresentaram medo das pessoas (55%) e 
reatividade excessiva (50%), 38% não se mostraram socálveis e houve 
comportamentos agressivos (19%). Ainda foi observada alta frequência de emoções 
negativas (78%). O medo de pessoas, a sociabilidade e a agressão tem causas de 
complexa identificação. Há um fator genético que define a personalidade dos gatos 
como tímidos/medrosos ou confiantes/amigáveis 
Comportamentos inadequados ou destrutivos podem estar relacionados à falta 
de atividade física e mental, e o pobre enriquecimento ambiental observado nas 
residências pode ser um fator desencadeante de alguns desses comportamento 
observados, embora, como já dito anteriormente, identificar a causa desses 
comportamentos exige uma análise mais profunda, que não foi o objetivo deste 
trabalho (SEKSEL, 2012). 
 
Conclusão 
Os proprietários dos gatos domiciliados deste estudo ofereciam um ambiente 
adequado para os animais. Porém foram identificados pontos críticos na avaliação 
do bem-estar, de caráter ambiental, sanitário e comportamental. Destacaram-se o 
acesso dos gatos à rua, a indisponibilidade de cama confortável e caixas de areia 
limpas e em número suficiente, escore corporal inadequado, baixa sociabilidade, 
reatividade excessiva, presença de emoções negativas e ausência de positivas e a 
falta de enriquecimento ambiental. 
8º Seminário de Iniciação Científica. 16 e 17 ago. 2017. ISSN 2237-8901. 
 
Agradecimentos 
Os autores agradecem à agência FUNADESP pela oportunidade oferecida através 
da concessão de uma bolsa durante este estudo. 
 
Referências 
BRADSHAW, J.W.S.; CASEY, R.A.; BROWN, S.L. The behavior of the domestic 
cat. 2. ed. Oxfordshire: CABI, 2013. 264p. 
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