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PROCESSO CIVIL – 26/9 – Aula 1 MODELO CONSTITUCIONAL DO PROCESSO Advém da ideia do neoconstitucionalismo: ideia de interpretação das normas infraconstitucionais sob os olhos da constituição Toda interpretação jurídica deve ser constitucional Esse modelo constitucional do processo deve ser analisado sob duas vertentes - Direito constitucional processual - Direito processual constitucional O primeiro é na verdade a previsão de normas processuais na constituição – p. e. princípios constitucionais processuais (devido processo legal, acesso à justiça, isonomia...) + normas de competência... Já o segundo é a análise do instrumento processual como meio de dar rendimento aos direitos fundamentais – aqui entra muito em foque as ações constitucionais Mais expressivo instrumento de proteção aos direitos fundamentais são as ações constitucionais Operam em dois sentidos as relações entre constituição e processo A constituição cercando o processo de direitos e garantias O sistema processual servindo de instrumento para veiculação dos preceitos contidos na constituição O processo deve ser instrumento democrático de solução de conflitos Previsto nos artigos 1º ao 12 do CPC → normas fundamentais do processo Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. Câmara fala que essas normas fundamentais denotam a legitimidade democrática a posteriori do Judiciário → os outros poderes são legitimados democrática pelo voto, já de início; já o Judiciário tem sua legitimidade a partir do respeito das normas constitucionais Tem uma crítica comum na doutrina que afirma que os princípios não podem ser usados de forma discricionária, de forma banalizada, (o que vem acontecendo) mas sim para cercar os instrumentos processuais DEVIDO PROCESSO LEGAL É tido como norma mãe; princípio guarda-chuva; princípio síntese Art. 5º, LIV, CF Decorre do direito inglês da Magna Carta de João sem terra em 1200 e bolinha Aspecto formal: direito de processar e ser processado de acordo com normas pré-estabelecidas Aspecto material/substancial: seria muito o estudo daqueles postulados normativos para o próprio Judiciário – razoabilidade e proporcionalidade ISONOMIA Art. 5º, caput, CF Formal: Lógica de paridade de tratamento Material: Dar conteúdo ao princípio da igualdade; tratar os desiguais de forma desigual, na medidae de sua desigualdade No plano processual isso é nítido nas relações consumeristas por exemplo (6º, VIII, CDC), quando na presença da Fazenda Pública, DP... Até em regra de competência – por exemplo o maluco que vai pedir alimentos pode fazer em seu juízo – 53, III, CPC Maria Cokita 1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm JUIZ NATURAL Art. 5º, XXXVII, CF e LIII Princípio tridimensional: 1º) Órgão pré-constituído para julgar a causa genérica e abstratamente (anterioridade) (vedação de tribunais ad hoc) 2º) Análise do próprio julgador – pré-constituído na forma da lei; a pessoa do magistrado tem que estar investido em jurisdição 3º) Relacionada à imparcialidade do julgador; para se respeitar a ideia do juiz natural, que é a ideia de imparcialidade da jurisdição, temos que o juiz deve ser, como pessoa física, imparcial e144 e 145 → hipóteses em que a imparcialidade do juiz está fragilidade Não há mais exceção de impedimento / suspeição – isso agora se argui de boas- → O princípio da identidade física do juiz, positivado no CPC/73, tinha tanta exceção que eles nem tchum no CPC/15 Há hipóteses em que se permite a relativização do princípio do juiz natural Competência territorial – relativa – foro de eleição Exceções à perpetuatio jurisdictionis – perpetuação da jurisdição – perpetuação da competência – regra de estabilidade da competência A competência é firmada no momento do registro da inicial – sendo irrelevante alterações de fato/direito posteriores Exceção: supressão do órgão judicial / alteração de regra de competência absoluta; deslocamento de competência do 109, §5º CF Acesso à justiça é ≠ de acesso à jurisdição O primeiro é bem mais amplo O artigo 3º fala de equivalentes à jurisdição Arbitragem: L 9307/96 – Alterada pela L 13129/15 Arbitragem é resolução de conflitos fora do estado juiz Não é compulsória, mas de comum acordo Só pode para direito disponível Pode ser definida em clausula contratual – antes do conflito acontecer, ou depois Não precisa de homologação – art. 18 Não há recurso perante o judiciário Pode-se requerer anulação do mesmo perante o judiciário Controle de legalidade Sentença arbitral é título executivo judicial – arbitro não tem força executiva 515, VII, CPC 3º, §§ 2º e 3º: valorização conciliação e mediação: preocupação com a pacificação social – justiça Co existencial Artigo 165: diferencia esse rolê 334: audiência de conciliação/mediação Mediador deve atuar quando há vinculo prévio entre as partes – casos de família é o exemplo clássico disso Mauro Cappelleti Problemas do acesso à justiça Ele tratou dos problemas e das possíveis soluções Maria Cokita 2 Três ondas do acesso à justiça Para o câmara toda vez que você exerce uma posição ativa no feito você esta exercendo seu direito de ação, que esse não se exaure com o ajuizamento da ação 1º problema: custo do processo → pagamento do processo, do advogado e o risco da sucumbência Ideia de gratuidade de justiça, incluindo a atuação da DP à favor dos necessitados e suspenção da sucumbência O 2º problema é que a tutela jurisdicional individual não é adequada para uma sociedade massificada → valorização da tutela coletiva – ACP, APopular, MIC Ideia de molecularização do litigio – evitar ações atomizadas e fazer uma molécula – evitar sangria de ações individuais Pode advir tanto de ações coletivas como de incidentes, como por exemplo o IRDR 3º) Falta de efetividade do judiciário, celeridade... → valorização dos equivalentes jurisdicionais, arbitragem, mediação, divorcio consensual / inventário / usucapião extrajudicial – criação de procedimentos especiais, juizados especiais; criação de tutelas judiciais diferenciadas – cautelar, de evidencia.... RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO Art. 5º LXXVIII → veio com a EC 45/04 4º e 6º CPC Vem da ideia da terceira onda de acesso à justiça Norma programática Processo sem dilações indevidas Não dá para definir o tempo certim Ideia da eficiência – 37 CF e 8 CPC Esse princípio engloba a fase de execução do processo? Sim, expresso no art. 4: incluída a atividade satisfativa CONTRADITÓRIO Art. 5, LV 9 e 10 CPC Logica de diálogo Contraditório participativo Informação necessária Reação possível Hoje em dia tem a vibe do direito de influência – a parte tem o direito de influenciar o convencimento do juiz Juiz não pode tomar uma decisão antes de ouvir as partes sobre aquele assunto Uma exceção é a tutela provisória inaudita tera partes Contraditório será postergado Tem a exceção da penhora on line também FUDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 93 CF 11 CPC 489, §1º → toda decisão tem que ser bem fundamentada – amplitude / completude de fundamentação Direito fundamental à uma decisão fundamentada Há um controle maior das decisões fictícias – aparentemente fundamentadas Maria Cokita 3 Exceção:46 da 9099 Enunciado 523 FPPC A fundamentação fecha o ciclo do contraditório Você ve por ela que o juiz tenhe que olhar o que você falou PROCESSO CIVL – 27/9 – Aula 2 NORMA JURÍDICA Norma jurídica material: Compendiadas no CC e buscam regular a chamada relação jurídica material – linear Norma jurídica processual: Busca regular a relação jurídica de direito processual – angular: com o Estado-juiz; geralmente encontradas dentro do CPC/15 Eventualmente pode haver dentro do CPC normade direito material, por exemplo o 240, §1º, que prevê que o juiz, ao determinar o cite-se, interrompe a prescrição (está no 202 do CC também) No CPC/73 fala que era a citação que interrompia a prescrição, mas aí veio o CC/02 e falou que era o cite-se, o CPC/15 só concordou Norma heterotópica – não está situada dentro de seu próprio rolê, poderia estar em um diploma mais pertinente quanto ao tema Tem norma que mescla as duas, híbridas – direito material e processual → CDC 8078/90 em especial no que tange ao processo coletivo (mesmo que não verse sobre relação de consumo): é o microssistema do processo coletivo FONTES DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL 20 anos atrás: Lei era a fonte primária e, eventualmente, caso houvesse omissão, fontes normativas secundárias: Analogia (ex: no CPC anterior o juiz presidia a AIJ e colhia a prova pessoalmente e diretamente; essa regra no CPC novo falou-se que o juiz deve tratar à todo com urbanidade; e depois fala que a parte pode perguntar diretamente à testemunha; numa AIJ não há somente prova testemunhal, tem depoimento pessoal, esclarecimentos do perito... → faz-se analogia, porque são provas orais em AIJ, então todo mundo pode perguntar diretamente) Costumes: dar nome à petição p. ex. Princípios gerais do direito (princípio do no reformatio in pejus p. ex.) Hoje em dia (principalmente pós EC 45/04) criou-se a súmula vinculante; aproximação do nosso modelo com o commom law → só que lá o que vincula é a razão de decidir, e aqui o que vincula é a conclusão Agora precedentes e jurisprudência também podem ser consideradas como fontes normativas primárias OBS: Jurisprudência: conjunto reiterado de decisões no mesmo sentido Precedente: pode ser uma ou duas decisões → alguns podem até vincular toda a magistratura (como p. ex. REx com repercussão geral, IRDR, assunção de competência...), outros são meramente persuasivos Maria Cokita 4 A diferença entre jurisprudência e precedente é meramente quantitativo Súmula: é uma síntese de uma orientação → ela tem uma conclusão (não traz fundamento); historicamente tinha caráter persuasivo; hoje em dia tem a súmula vinculante (ao Executivo, Judiciário e jurisdicionado) Súmula vinculante é somente em matéria constitucional Norma processual civil é de competência da União → CN Executivo não pode fazer por medida provisória Judiciário não pode, mas tem regimento de alguns tribunais que preveem normas processuais (agravo regimental p. ex.) CPC fala, em seu artigo 1070, que todos os agravos em processo civil, onde quer que estejam previstos, terão prazo de interposição de 15 dias * Convenções processuais – negócio jurídico processual: isso será matéria de outra aula, mas tem gente que fala que esse trem tá errado porque se você quer estabelecer quais normas aplicáveis e qual será o calendário você deve ir para a arbitragem; professor fala que esse trem pode ser inconstitucional porque a constituição fala em devido processo legal, ou seja, aquele que está previsto em lei e as regras processuais civil são de competência exclusiva da União, não das partes INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS Existem vários métodos interpretativos – não há hierarquia entre eles Interpretação literal – aquela que está na lei 1003, §5º: todos os recursos serão interpostos em 15 dias, exceto ED, que serão 5 → dá segurança jurídica Interpretação autentica – é aquela realizada pelo próprio legislador, define institutos jurídicos, conceitos e alcances. P. ex. o conceito de sentença no 204, §1º Interpretação história: análise da lei considerando o momento histórico de sua criação (p. ex. art. 332 cuida da improcedência liminar 285-A; criação do JEF em 2001 – não precisa de advogado e não havia órgãos, juízes e servidores para trabalhar nesse role; aí criaram a improcedência de plano) Interpretação teleológica: é recomendada pelo CPC em seu artigo 8º: deve se levar em consideração à finalidade social da norma (ex: impenhorabilidade do bem de família para pessoa sozinha → sum 364 STJ) Interpretação lógico-sistemática: a norma não deve ser analisada como uma ilha, mas sim uma parte integrante de todo um sistema APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO E ESPAÇO Regra do artigo 14: teoria do isolamento dos atos processuais Lei processual tem aplicação imediata, mas deve respeitar os atos praticados sob a égide da antiga lei Ex: CPC/73 havia a possibilidade de oferecimento de reconvenção e contestação em peças diferentes; aí veio o CPC/15 e falou que deve ser na mesma petição O código as vezes prefere não isolar os atos, mas sim as fases processuais, como por exemplo no 1046, §1º → o novo CPC acabou com diversos procedimentos especiais (ex: usucapião, ação de depósito, anulação de título ao portador, nunciação de obra nova...) e criou novos Quando houver procedimento especial no CPC/73 e o mesmo foi extinto no de 2015, mas há processo ainda na fase de conhecimento, segue o procedimento antigo até o fim do processo de conhecimento 1046, §1º Outro exemplo de fases processuais é o 1047, mas aqui ele delimita dentro da fase de conhecimento, a postulatória, a probatória e a decisória O outro exemplo está no 1072 → tarifação da prova testemunhal: não colocou no CPC novo e revogou no CC, mas se você requereu a prova testemunhal na vigência do CPC anterior, ela será tarifada; o Maria Cokita 5 mesmo vale para o cross examination – se for requerida no CPC anterior, as perguntas não podem ser realizadas diretamente pelas partes Ainda tem o rolê de se aplicar o CPC velho em processo novo – pois essas regras não foram revogadas JEC: art. 3 da 9099: despejo para uso próprio, possessória se o bem for de até 40 salários mínimos + matérias do artigo 275, II do CPC/73 Outra norma: 1052: estabelece que a insolvência civil, até criação de lei específica, continua sendo regulada pelo CPC/73: 748-786A Outra exceção: ação declaratória incidental – artigo 1054: No CPC anterior, quando se queria fazer coisa julgada material de matéria incidental, tinha que pedir ação declaratória incidental. Agora o CPC fala que não mais precisa de ação declaratória incidental com o artigo 503, §1 Ex: pedido de alimentos mas sem pedido de reconhecimento de paternidade (isso é incidental) – juiz competente, houver contraditório e não houver restrição probatória juiz pode decidir a prejudicial na fundamentação e pode declara de oficio no oficio O Camara e Scarpinela falam que isso é pedido implícito PROCESSO CIVIL - 28/9 - Aula 3 JURISDIÇÃO Jurisidção + Ação + Processo = Pilares do processo civil Tem uma galera que fala que o contraditório é o quarto pilar - norma fundamental no CPC e direito fundamental na CF A jurisdição é dizer o direito - tem que ser provocada Além do processo de conhecimento, o código tem o processo de execução (pode ser uma segunda fase ou um processo autônomo) No CPC/15 as cautelares autônomas desapareceram (exceções: produção antecipada de prova 381- 383...) Na execução não há dizer o direito, o credor já tem o título executivo - não há produção de provas nem convencimento do juiz Jurisdição é mais que dizer o direito, mas é também efetivar o direito, porque a execução é uma atividade jurisdicional Jurisdição, modernamente, deve ser entendida como dizer e efetivar o direito (atividade cognitiva e executiva) Na execução o mérito é cumprir o título executivo, a obrigação A sentença da execução é a do 924, é pro forma Na execução o mérito é analisado antes da execução Tem uma onda de tirar a execução do judiciário - desjudicialização - levar para administração CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO: - Não são absolutas INÉRICA: atividade jurisidicional depende de provocação do jurisidicionado Existem casos em que a jurisdição é prestada de ofício (HC em prisão civil; Art. 712: restauração de autos - aqui é tratado como jurisdição contenciosa - CNJ estabelece queo processo não pode ficar parado por mais de 90 dias) - O inventário de ofício NÃO existe mais Maria Cokita 6 DEFINITIVIDADE: possibilidade daquele ato jurisdicional aspirar imutabilidade Necessidade de segurança jurídica - passificação do litígio Exceções: 303/304: estabilidade da decisão de tutela antecipada requerida em caráter antecedente não agravada Não associem coisa julgada material apenas à sentença. Nosso novo CPC pode dar coisa julgada até em decisão interlocutória Ação rescisória - é usada para decisão transitada em julgada - permir=te rescisória de algumas decisões interlocutórias Exemplo prático de interlocutória que faz coisa julgada - julgamento antecipado parcial de mérito - 356 1015, II) Cabe AI contra decisão interlocutória que julga mérito do processo - se não agravar: faz coisa julgada material SUBSTITUTIVIDADE No processo de conhecimento há uma substituição da vontade das partes pelo previsto em lei/ordenamento jurídico Em uma execução o juiz não emite julgamento, o objetivo é satisfazer o crédito, não se substitui a vontade, mas sim a atividade LIDE - muitos autores falam que tem Conflito de interesses qualificado por uma rpetensão resistida Pode haver processo sem lide, como por exemplo, nos processos unipessoais - autoinsolvência civil; antiga concordata (não existe mais); quando há reconhecimento total da procedência dos pedidos pelo réu ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO - Jurisdição especial: militar, trabalhista e eleitoral: tribunal superior é separadim - Jurisdição comum: federal e estadual - tribunal superior é o mesmo: STJ E todo mundo ligado ao STF - Jurisdição constensciosa: aquela em que estão presentes as características da jurisdição - Jurisdição voluntária: quando não estão presentes aquelas características Os procedimentos de jurisdição voluntária estão descritos dentro do CPC - 791 ss Historicamente a jurisidção voluntária era tratada como atividade administrativa e não como jurisdição; ela também não é voluntária, mas sim necessária Não há litigantes, mas sim é um tema sensível ao ver do legislador, que o Judiciário tem que vigiar - homologar Trdicionalmente se afirmam que isso é administração pública dos interesses privados Hoje há uma vibe de desjudicialização, quando não há litígio, não há necessidade de jurisdição - divórcio consensual, inventário, usucapião... em tabelião Tem doutrinadores que defendem que jurisdição voluntária é jurisidção, isso porque existe jurisdição sem as características supramencionadas. Logo, aqui também seria Entre o 719 e 725 - parte geral da jurisidção voluntária - mas no Código anterior um artigo que versava sobre isso não foi mantido Esse artigo falava que jurisidção voluntária não fazia coisa julgada Ele não foi reproduzido - aí quem defende que isso é jurisdição sim, ganhou força Maria Cokita 7 - Homologação de acordo extrajudicial agora pode ser processo de jurisdição voluntária - faz coisa julgada? Prof que isso é uma puta sacanagem Equivalentes jurisdicionais: Finalidade da jurisdição: resolver o trem tem jeito de resolver sem a judicialização Exemplos: AUTOTUTELA- Crime - exercício arbitrário das próprias razões Tem exceções - disforço imediato AUTOCOMPOSIÇÃO - sozinhos HETEROCOMPOSIÇÃO - Conciliação - Mediação ARBITRAGEM L 9307/90 Tem gente que fala que é equivalente - mais tradicional: para esse role jurisdição é dizer e satisfazer o direito, e isso não acontece na abirtragem, porque o árbitro só diz o direito, mas se não houver o cumprimento, a galera tem que ir pro judiciário - Marinone Tem gente que fala que é a própria jurisdição - não precisa de homologação judicial; é título executivo judicial; juiz não pode entrar no mérito da decisão arbitral, pode, no máximo, anular a sentença ou procedimento do mesmo O prof critica que a lei de arbitagem é muito fechada, fudendo o instituto, que podia ser bem mais usado do que é A arbitragem é instituída por convenção de arbitragem, seja por cláusula compromissória, seja por compromisso arbitral. esse último é que define o trem todim Se não existe o compromisso arbitral, só a cláusula, o interessado tem que entrar no judiciário pedindo pra fazer o compromisso Só que se o camarada já vai entrar na justiça pra pedir isso, já pede pra resolver tudo de uma vez ne 1012, §1 - apelação de sentença que institui copromisso arbitral não tem efeito suspensivo Arbitro não tem poder de cautela - se bobiar tem que pedir ajuda ao juiz por meio de carta arbitral O único recurso cabível à sentença arbitral é o ED Mas cabe ação anulatória de sentença arbitral - rola no 1º grau - prazo de 90 dias COMPETÊNCIA INTERNACIONAL Tratado nos arts. 21 e ss O CPC novo fala em JURISDIÇÃO INTERNACIONAL Entre países o que externa soberania é jurisdição Falar em competência é falar em âmbito interno JURISDIÇÃO NACIONAL EXCLUSIVA - demanda só aqui: art. 23 Uma decisão estrangeira para ter eficácia no Brasil precisa de homologação - 960 ao 965 - competência do STJ - é um processo de conhecimento cheio que nhinhinhi Há situações em que a jurisdição brasileira é concorrente - 21 e 22 Maria Cokita 8 Novidade bacana: decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil Foro de eleição - juiz pode entender pela abusividade aqui também - CPC prevê foro de eleição para jurisdição concorrente 25, §2 que faz remissão ao 63 Divórcio - concorrente; mas a partilha de bens que aqui se encontram, essa deve ser aqui LIMITES DA APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO 13 - jurisdição civil é regida pelas normas processuais brasileiras, resalvadas a - COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL 26 e ss § 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. § 2o Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1o para homologação de sentença estrangeira. Essa cooperação pode ser por auxílio direto 28-24 Ou por carta rogatória 35 e 36 - mas o 35 foi vetado Historicamente a carta rogatória era usada para ato jurisdicional e o auxílio direto para o resto III do 30 mudou esse role - cabe auxilio direto para ato jurisdicional no brasil quem requer isso é a AGU - quando o Brasil for passivo; se for o MP que requereu - MPF Tem que ver quem requereu o auxílio direto passivo A competência desse role é da justiça federal - professor falou que não é há violação ao 109 da CF; não se ampliou a competência da justiça federal por interpretação teleológica O auxílio direto não tem juizo de delibação no STJ como ocorre na carta rogatória Maria Cokita 9 AULA 4 - 1/10/18 COMPETÊNCIA CONCEITO: “É a medida da jurisdição”. Esse conceito é muito raso. Não serve para nada. Não diz o que é com - petência. Ele só diz que competência esta intimamente ligada à jurisdição. Sabemos que as características da ju- risdição são: .... dentre elas, tem a UNIDADE. Unidade da jurisdição quer dizer que a jurisdição é una, pode ser exercida por todos os magistrados em todo o território nacional. Jurisdição é una porque todos os magistrados conseguem julgar todos os processos em todo o território nacional, visto que a legislação é a mesma. Ocorre que, embora todos os juizes consigam julgar qualquer processo em qualquer lugar do território nacional, eles não po- dem fazer isso. Embora a jurisdição seja una, os magistrados não podem fazer isso efetivamente. Se todos os jui- zes do Brasil pudessem julgar todas as causas, as partes iam acabar escolhendo qual juiz querem que julgue o seu caso, ferindo o devido processo legal. É preciso um conjunto de regras que delimite o exercicio da jurisdição. Conjunto de regras que diga qual magistrado vai julgar qual causa, de qual matéria, de qual lugar do território naci - onal. Esse confundo de regras se chama competência. “Competência são os limites dentro dos quais cada juízopode, legitimamente, exercer a função jurisdicio- nal. É, em outros termos, a legitimidade do órgão jurisdicional para atuar em um processo, devendo ser compre- endida como sua específica aptidão para exercer função jurisdicional naquele processo específico que perante ele se tenha instaurado.” ALEXANDRE CÂMARA “Nos termos do artigo 43, a competência é determinada no momento da propositura da demanda, sendo irrelevan- tes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente. Trata-se da regra da perpetuação da competência (perpetuativo jurisidicionis). Significa isso dizer que a competência deve ser aferida pelas normas vi- gentes ao tempo do ajuizamento da demanda que sejam aplicáveis ao caso concreto. Modificações posteriores à propositura da demanda (como, por ex, alteração do domicílio do demandado nos casos em que este seja o crité- rio de determinação da competência) são irrelevantes, preservada/perpetuada a competência do juízo perante o qual se instaurou o processo. AC Excetua-se a regra da perpetuação da competência, porém, quando o órgão jurisdicional em que tramitava origi- nalmente o processo for suprimido ou quando se alterarem as regras de “competência absoluta”. Assim, v.g., se um processo que versa sobre matéria de família (como divorcio litigioso) instaurou-se perante uma Vara Cível em comarca que não dispunha, ao tempo do ajuizamento da demanda, de Vara de Família, a criação desta após a instauração daquele processo implicará o deslocamento do processo para o novo órgão jurisdicional, posterior - mente criado, e que é competente em razão da matéria para conhecer sua causa (uma vez que competência em razão da matéria é um critério absoluto). AC. Um dos casos em que se admite a modificação da competência no curso do processo é o retratado no art. 45. Trata-se da hipótese em que o processo se instaura originalmente perante um juízo estadual e nele, posteriormen- te, intervém a União, uma empresa pública federal, uma entidade autárquica (entre as quais se encontram os con- selhos de fiscalização profissional) ou uma fundação pública federal, como parte ou terceiro interveniente (ressal - vados, expressamente, os processos de recuperação judicial, falência ou insolvência civil, nos termos do art. 45, I, o qual decorre diretamente do que dispõe a parte final do art. 109, I, da CRFB. AC. O inciso II do art. 45 estabelece a impossibilidade de modificação da competência da Justiça Eleitoral ou da Justi - ça do Trabalho para a Justiça Federal. O mesmo raciocínio se aplica aos processos que versam sobre acidente de trabalho (previstos no inciso I do artigo 45, já que os processos que versam sobre reparação de danos resulta- dos de acidente de trabalho são da competência dos juízos trabalhistas, nos termos da SV 22). VEJA: Por isso que o artigo fala em modificação da competência do juízo ESTADUAL para o juízo FEDERAL. Em nenhum mo- mento falou em modificação de competência quando se tratar de juízo trabalhista, eleitoral ou militar. AC. Também haverá modificação de competência na hipótese inversa: instaurado originalmente um processo perante juízo federal (em razão da presença, como parte, de ente federal), pode ocorrer de tal ente ser excluído do pro- cesso (o que pode dar-se, por ex, por ilegitimidade). Nesta hipótese, não sendo caso de extinção do processo sem resolução do mérito (bastando pensar na possibilidade de haver um litisconsórcio entre o ente federal e outra parte, só sendo reconhecida a ilegitimidade do ente federal), o processo deverá ser remetido para um juízo esta- dual, onde passará a tramitar. AC. Competência é o conjunto de regras que delimita o exercício da atividade jurisdicional pelo juízo. Ao propor uma ação, respeitando todas essas regras, o juízo para onde a ação foi mandada será compe- tente; desrespeitada uma delas que seja, o juízo será incompetente. Como fixar a competência? Como identificar a competência? Maria Cokita 10 PASSOS PARA FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA 1º - Determinar se a competência é brasileira: Art 21 e 22 (competência nacional concorrente); art 23 (compe- tência nacional absoluta). 2º - determinar se a causa é de competência originária de algum tribunal superior ; a competência dos tribu- nais superiores começam no art. 102 ao 125 da CRFB. Se a causa estiver em algum dos incisos desses artigos, o juízo competente é aquele. 3º - identificar se estamos diante da justiça comum ou da justiça especial. art. 108 ao 125 da CRFB. Justiça comum: Estadual e Federal; Justiça especial: Trabalho, Militar e Eleitoral. 4º - sendo comum, identificar se é Estadual ou Federal. Federal = art. 108 e 109 da CRFB. ESTADUAL = resi- dual. Se a causa não estiver no 108(TRF’s) e no 109 (1ª instância federal), residualmente será da justiça estadual. 5º - sendo estadual, identificar se a causa é de competência originária do TJ ou da 1ª instância. Se desco- bre isso no regimento interno daquele tribunal. Se concluirmos que a causa é de competência originária do TJ, será ela a competente. Se a causa for de competência da 1ª instância: 6º passo. 6º - se a causa é de 1ª instancia, identificar a MATÉRIA: família; crianças; criminal; registros públicos. 7º - identificada a matéria, é preciso identificar o LUGAR que a ação deve ser proposta. Esse lugar esta no artigo 46 e 47, em regra, ou no artigo 48 ao 53, excepcionalmente. 8º - verificado que a ação é de competência da vara cível do RJ, é preciso delimitar o juízo . O juízo será defi- nido por distribuição ou por prevenção. Respeitando todas essas regras, o juízo é competente. Se desrespeitar uma delas, o juízo é incompetente. Veja: se eu respeitar todas as regras de competência na hora de distribuir a ação, o juiz o competente e não existe com- petência absoluta e competência relativa. Competência não tem adjetivo, se o juízo é competente, ele julga o caso e ponto final. Quando falamos em competência “relativa” estamos falando, na verdade, em um critério relativo de fixação de competência. Mas o inverso não eh verdade. Por outro lado, se eu desrespeitar alguma dessas regras, faz diferença saber se eu desrespeitei uma regra de incompetência absoluta ou de incompetência relativa. Isso porque existe INcompetência absoluta e INcompetencia relativa. Quando eu proponho uma ação desrespeitando um desses critérios, é imprescindível descobrir qual critério eu desrespeitei. Isso porque existe incompetência absoluta ou incompetência relativa. Ex: quando eu proponho uma ação de família em uma vara cível, o juízo é incompetente porque eu desrespeitei uma regra de competência ab- soluta. OBS: a despeito de muitos textos legais usarem a expressão “competência absoluta” ou “competência re- lativa”, tais expressões não existem. Isso porque se o juízo é competente, ele simplesmente julga, não ha- vendo juízos competentes que julguem mais causas do que outros. Ao contrário, existem incompetências absoluta e relativa. Quando, na propositura da ação, for desrespeitado um critério absoluto ou relativo, res- pectivamente. É importante fazer essa distinção porque as consequências da incompetencia absoluta são diferentes da conseqüência da incompetência relativa. Critérios para fixação da competência 1. ABSOLUTOS: 1.1. Em razão da matéria: 1.2. Funcional: 2. RELATIVOS: 2.1. Em razão do valor da causa: 2.2. Em razão do lugar (territorial): PRAZO PARA ARGÜIÇÃO MODO DE AR- GUIÇÃO LEGITIMIDADE PARA ARGUI- ÇÃO Prorrogação da competência Conseqüência da decretação Maria Cokita 11 INCOMPETÊN- CIA ABSOLUTA “A QUALQUER TEMPO”; signifi- ca que não exis- te um prazo pre- determinado. Mas sempre existirá um limi- te. Art 966, II: “A qualquer tempo até 2 anos após o transito em jul- gado” PRELIMINAR contestação. art. 337, II. Após a contestação, é possível alegar por simples peti- ção.; depois do transito em julga- do, se alega in- competencia ab- soluta por ação rescisória. -Qualquer das partes; -juiz de oficio; -MP -Terceiro interes- sado; Não admite pror- rogação; -Remessa dosautos ao juízo competente. Ex- ceto: art. 51, III, L 9099/95. A consequencia da decretação é a extinção do pro- cesso sem reso- lução do mérito. INCOMPETÊN- CIA RELATIVA Prazo da respos- ta, seja qual for esse prazo. PRELIMINAR DE CONTESTA- ÇÃO , art. 337, II. RÉU. (Apenas o réu). -MP (ART 65, §ú); Admite prorroga- ção; OBS: qual o prazo para arguir incompetência relativa? Atenção. É a primeira oportunidade para falar nos autos? Não. Esse é o prazo para arguir nulidade relati - va. O prazo para arguir nulidade relativa é a primeira oportunidade para falar nos autos. O prazo para arguir incompetencia relativa é o prazo para resposta. PRAZO DA RESPOSTA. Não é prazo de 15 dias (prazo da contestação) visto que pode ser caso de juizado especial. OBS: Modo de argüição - incompetência relativa. Como se alega a incompetencia relativa? PRELIMINAR DE CONTESTAÇÃO. Preliminar = algo que vem antes de algo. “Compete ao reu, antes de discutir o merito, alegar a incompetencia.” Assim, todos os incisos do 337 sao as preliminares que se alegam numa contestacao. Modo de argüição - incompetencia absoluta. Como se alega incompetência absoluta? Em PRELIMINAR DE CONTESTAÇÃO, se ainda esta no prazo da contestação. Contudo, é possivel alegar por simples petição depois da contestação. Como é incompetencia absoluta, o prazo para alegar em preliminar de contestação é a te 15 dias, ate o prazo da contestacao. Ocorre que, como trata-se de incompetencia absoluta, pode ser alegado em qualquer momento. Dessa forma, se alegar após a contestacao, será por simples petição. Ainda assim, após o transito em julgado, somente eh possivel alegar a incompetencia absoluta em acao rescisória. Existem 3 modos de arguir a incompetencia absoluta. Esses 3 modos não estão a disposição da parte para fazer de qualquer jeito. Ou seja, se antes da contestação, tem que ser por preliminar. Se for após contesta - cao, somente por simples petição. Se for após o transito em julgado, somente pode ação rescisória. Prazo da contestação = preliminar de contestação; Após contestação = simples petição; Após transito em julgado = no prazo da ação rescisória; E se o réu alegar a incompetência absoluta no momento errado? Se alegar a incompetência absoluta pelo modo errado? Ex: ainda no prazo da contestacao, ele fez por simples petição. Ele está no periodo de tempo X e fez pela forma errada. Se o reu, antes da contestação, fez por simples petição. Serve? Sim. Instrumentalidade das formas. A arguicao vai ser julgada e processada. Contudo, tem consequências. Se voce alegar por simples peticao no prazo da contestação, a simples petição vai servir de contestacao. A simples peticao vai ser a contestacao do reu. A simples petição vai suportar a revelia de todas as outras questoes. A primeira peça do réu no processo é a contestacao. E o réu fez isso. A primeira peça do réu foi a simples petição e ela vai servir como contestação. E se o réu fizer 2 peças simultâneas? Não é possível. A primeira peça a ser protocolada é a que vai servir de contestação. A primeira peça interposta gera a preclusão consumativa, o prazo para contestar precluiu. E se o réu contestar primeiro e, na sequencia, entrar com simples petição? PODE. No momento que você contesta, dali pra frente começa o prazo para alegar incompetencia absoluta por simples petição. Assim, ainda que esteja dentro do prazo da contestacao, se arguiu depois da contestacao, como a apresentação da contesta - Maria Cokita 12 ção gera a preclusão consumativa, preclusão do prazo da contestação, qualquer alegação por simples petição será possível após a contestação. OBS: LEGITIMIDADE PARA ARGÜIÇÃO - incompetência Absoluta: qualquer das partes; Juiz de ofício; MP; terceiro interessado. Terceiro interessado - o que é terceiro interessado? O que a decisão atinge diretamente; o que a decisão atinge juridicamente. Toda vez que um terceiro qualquer for parte na relacao jurídica discutida no processo, ele tem interesse ju- rídico para entrar naquele processo. Toda vez que um terceiro for parte na relação jurídica, principal ou acessória, discutida no processo, este terá interesse jurídico para ingressar no processo. ex: ação de despejo. Contrato de locação. (Locatário e proprietário). O sublocatário é terceiro interessado. O sublocatário faz parte da relacao jurídica que é discutida entre o locatário e o proprietário na ação de despejo. OBS: em se tratando de incompetência absoluta, o autor pode alegar ainda que tenha sido ele mesmo que deu causa a isso. Incompetência absoluta é de interesse público. O vício é mais grave. Legitimidade para argüição - Incompetência relativa: réu. ; MP (nos processos em que ele atua como - art 65, §unico - MP como custas iuris); O autor não pode alegar visto que ele quem deu causa aquela incompetência. O autor não pode alegar in- competencia relativa porque ele mesmo deu causa a incompetencia relativa. Obs: incompetência é vicio do JUÍZO. Impedimento e suspeição sao vícios do juiz. Obs: prorrogação da competência - incompetência absoluta: não. Não admite prorrogação. Se qualquer um, de qualquer jeito, pode alegar, o juízo que é incompetente, a qualquer tempo, pode ser alegado. Prorrogação da competência - incompetência relativa: admite prorrogação. Assim, o conceito real de prorrogação é: um juízo que era relativamente incompetente passa a ser incom- petente. Prorrogação é extensão do tempo. Estender o tempo. significa estender a competência para que o juiz possa julgar a causa para a qual inicialmente era incompetente. ex: ação proposta numa vara cível de niteroi que deveria ter sido proposta na vara cível do rio. Niteroi é in- competente relativamente - incompetência territorial. Somente o réu pode alegar isso no prazo da resposta (não é caso de necessidade de MP). SE O réu não faz isso até a contestação, o juiz de niteroi acaba se tronando compe- tente. Se estendeu a competência desse juízo para uma causa que ele era originalmente incompetente. Um juízo incompetente que passa a ser competente. OBS: consequencia da decretação - incompetência absoluta + incompetência relativa = remessa dos autos ao juízo competente. EXCETO NOS JUIZADOS ESPECIAIS cíveis. Nos juizados especiais cíveis, havendo incompetência, não há remessa ao juízo competente. Sendo in- competente a conseqüência é extinção do processo sem resolução do mérito (art. 51, III da Lei 9099/95). CASO CONCRETO PROFESSOR: Ação rescisória contra acórdão do STJ. Pergunta-se: O TJRJ é competente para julgar essa rescisória? Não sendo competente, o que fazer com essa rescisória? DEPENDE. * A regra é o mesmo juízo. Exceto na primeira instância. Se for na primeira instância que transitar em julgado, é o TJ ou o TRF. É O MESMO juízo mas órgão diferente. Assim, se for decisão vara cível de câmara do TJ, quem julga é a sessão cível (aqui no RJ. Varia de regi - mento interno de cada tribunal). Sessão cível é composta pelo presidente + 1 desembargador de cada câmara cí- vel. Presidente + 27 = 28 membros. O orgao especial tem 25 membros. *Se a sentenca foi sem mérito, o acórdão manteve sem mérito e o acórdão do STJ manteve sem mérito, não cabe ação rescisória. Só cabe ação rescisória contra decisões de mérito que transitaram em julgado. Se a sentenca na vara cível de mérito - acórdão do TJRJ de mérito - acórdão STJ de mérito = qual o juízo competente para rescisória? STJ. Foi a decisao de mérito do STJ que transitou em julgado. Maria Cokita 13 Se o acórdão do TJ foi de mérito - decisão do STJ sem mérito (ex: inadmito o RESP por súmula 7) - o juí - zo competente é o TJ. Ainda que a decisão que tenha transitado em julgado tenha sido a do STJ, a única decisão de mérito foi o acórdão do TJ. É preciso que tenha transitado em julgado com mérito. Se a decisao de mérito transitou em julgado em 1 instância - se for estadual - competente TJ ; se for fede- ral - competente TRF. Se a decisão do stj foi de mérito, o TJ não é competente. Mas se ela foi proposta no TJ, o que fazer com essarescisória? Qual a competencia para essa rescisória? A incompetência no TJ é relativa ou absoluta? Absolu- ta. O que deve fazer o relator da rescisória no TJRJ? art. 968, §5 CPC. O relator manda a parte emendar a inicial. A conseqüência não é extinção sem resolução de mérito. Se a emenda for para dizer que é mesmo CONTUDO, TEM UM JULGADO DO TJRJ extinguindo sem mérito. Julgado da semana passada. OBS: o que prevalece é o 968, §5 do CPC. JULGADO - Ação rescisória nº 0021237-61.2018.8.19.0000 - 25/9/18. Desembargador Celso Silva Filho. Ouvir gravação grupo. INTERVALO 1H40MIN Respondeu o caso concreto acima. A competencia é fixada através de 3 critérios: competência territorial; competência funcional; compe- tência objetiva. O critério da competencia territorial permite determinar o lugar em que o processo deverá instaura-se e se desenvolver. Pelo critério funcional, a competência é fixada levando-se em conta uma divisão de funções a ser exerci- da, por mais de um juízo, dentro do mesmo processo, ou ainda o fato de incumbir a um só juízo, por conta da fun- ção exercida em um determinado processo, atuar também em outro, que àquele seja ligado. Pelo critério objetivo de fixação de competência permite que ela seja fixada em razão do valor da causa, da pessoa ou da matéria. São absolutos os critérios da competencia objetiva em razão da matéria, da pessoa, e o critério funcional. Sao relativos os critérios da competência objetiva em razão do valor da causa e o da competência territori- al. Critérios para fixação da competência 1. ABSOLUTOS: são os critérios criados para proteger interesses públicos (ou interesses privados especialmen- te relevantes). Uma vez descumpridos, levam a que se considere o juízo absolutamente incompetente, fato que pode ser verificado de oficio e pode ser alegado em qualquer tempo e grau de jurisdição (art. 64, §1). São absolutos os critérios da competência objetiva em razão da matéria, da pessoa e o critério funcional. 1.1. Em razão da matéria: a lei vai criar juízos que só julgam determinadas matérias. O objetivo da lei ao criar juízos especializados em razão da matéria é que aquele juiz se especializa, ou seja, só estuda um tema e pode julgar com mais profundidade sobre aquela matéria. Ocorre que é preciso que haja um juízo que julgue o resto, ou seja, juízo que julgue as matérias que não estão Vara cível tem competência em razão da matéria residual. 1.2. Funcional: “pelo critério funcional, funções diferentes são exercidas por juízos diferentes no mesmo processo / ou funções diferentes são exercidas pelo mesmo juízo em processos diferentes; Existem 2 hipóteses de competência funcional. Desenho. Antes da barra: CASO 1. Funções diferentes Função 1 função 2 . | | Juízo 1 Juízo 2 Processo *Mesmo processo; Depois da barra: CASO 2. Função 1 Função 2 \ / JUIZO Maria Cokita 14 / \ Processo 1 Processo 2 Ex - antes da barra - CASO 1: ação proposta perante 1 vara cível no RJ. Nesse processo, eu quero ouvir 2 teste- munhas. A primeira delas mora no RJ. A segunda testemunha mora em SP. Como faz para ouvir a 1ª? AIJ. E a segunda? Carta precatória para alguma das varas cíveis de SP. Poderia o juiz do RJ, ao passar um final de sema- na em SP, passar na casa da 2ª testemunha e coletar sua declaração? Não. Isso foge da sua competência. Esse juiz teria jurisdição mas não competência. Ele não pode fazer isso porque a função de praticar atos no RJ é da 1ª vara cível do rio dentro desse pro - cesso. Precatório é processo novo? Não. A função de praticar o segundo ato em SP é da 6ª vara cível da capital de SP. A 6ª VARA cível da capital de SP tem função (critério absoluto) para ouvir a 2ª testemunha de SP. Dentro desse mesmo processo, foi proferida sentença. Apelação é interposto no RJ. Exceto o agravo de instrumento todos os outros recursos são interpostos perante a vara que proferiu a decisão recorrida. A resposta sempre vai estar na pergunta: “onde eu interponho apelação de sentença do TJRJ? No TJRJ. Exceto se for agravo de instrumento. Assim, a apelação é interposta na 1ª cível. Ocorre que a 1ª vara cível diz que vai julgar aquela apelação. Por que não? Ele não tem competência. A funcao de julgar na 1ª instância é da 1ª instância do RJ, dentro desse processo. Apelação é novo processo? Noa. A função de julgar os recursos da 1ª vara cível é do TJRJ. O TJRJ tem competência funcional para julgar os recur- sos interpostos perante a 1ª vara cível. Nesse exemplo, existem 2 juízos: 1 cível do RJ e 6 cível de SP. Não há hierarquia entre elas. Competência funcio - nal horizontal. No 2º exemplo, juízos com hierarquia diferente, competência funcional vertical. Essa classificação entre competência funcional horizontal X competência funcional vertical só pode ser usada nes- se caso 1. Há competência funcional horizontal quando os juízos forem da mesma instância/hierarquia. A competência funci- onal vertical quando os juízos forem de instâncias diferentes. Ex - depois da barra: CASO 2: OBS: Rafaella casada com Bruno. R é delegada de policia federal. Bruno não é nada. Vencimentos da Rafaela - bruto = 18mil reais. Líquido = 130 mil reais. Na constância desse casamento, eles construíram o patrimônio. O car - ro dela - porshe Cayenne. O carro dele - Logan. Além disso, uma poupança de 12 milhões de euros. O casamento deles terminou. Em terminando esse casamento, quais ações eles podem propor? Ação de divorcio ou ações de partilha de bens. Essas ações podem ser propostas juntas? Cumulas? Sim. Mas podem ser separadas. A ação de divorcio foi proposta. A ação de cobrança então vai ser interposta. Mas Bruno não tem ideia do quanto tem, especificamente, quanto tem de dinheiro certinho. Somente Rafaella sabe qual é exatamente o patrimônio existente porque só ela administra eles. Bruno entao entra com ação de partilha e pede para buscar qual o patrimônio. O art. 324 diz que o pedido deve ser determinado. Contudo, o §1 diz que o pedido pode ser genérico (quando você diz o que você quer - parti - lhar o bens - mas que depende de um ato a ser praticado pelo réu - não sabe qual o valor). Se não tiver nada a partilhar, bruno perde. só que se bruno perder, ele suporta os ônus da sucumbência. O que bruno pode fazer para não suportar esse ônus? Art. 381 diz que é possivel um processo (em separado) para produzir uma prova antecipada. Ação de produção de prova antecipada. Art. 381, III - produção antecipada de prova - quando o prévio conhecimento dos fatos. Se eu conhecer previamente o , pode evitar o ingresso do processo. Assim, bruno pode ingressar com ação de busca antecipada de provas para ver se tem bens a serem partilhados. É uma ação em separado. Art. 381, §3 - a produção antecipada de provas não previne a competência .Esse não é o caso concreto 2. Se não for disposição de lei específica, vai ser a hipotese do CASO 2. -CASO 2: Ação proposta perante 2 vara cível do RJ. Sentença extinta sem resolução de mérito. Pode propor no- vamente a acao? Sim. Mas essa 2 ação vai ser distribuída por dependência ao juízo competente para julgar a 1. a função de julgar a 1 acao - distribuída para a 6ª vara cível no RJ. Ação extinta sem resolução do mérito. Posso entrar com outra ação? Sim. É outra ação. A primeira foi extinta. A função de julgar esse outro processo será da mesma vara cível. Art. 286. II. A 2ª vara cível do RJ tem competência funcional para julgar a 2 ação visto que ela era competente para julgar a 1ª que foi declarada extinta sem resolução do mérito. Maria Cokita 15 Querela nulitatis = acao que tem por objetivo atacar uma decisão judicial transitada em julgado ou não, por vício específico de citação . Nulidade da citação. Gravação 2h45. Nulidade ou inexistência de citacao. LIVRO ALEXANDRE CÂMARA: COMPETENCIA FUNCIONAL Instaurado um processo perante um determinado órgão jurisdicional - JUÍZO 1 - (competente para dele conhecer), atribui-se a outro órgão - JUÍZO 2 - , distinto doprimeiro, a competência para, dentro do mesmo processo, exercer determinada função. É o que acontece, por exemplo, no caso em que, tramitando um processo em determinada comar- ca, atribui-se a juízo de outra comarca a função de colher uma prova. Nesse caso, diz-se que é funcional a competência do juízo da outra comarca para colheita daquela prova (e se fala em competência funcional no prazo horizontal, dado que ambos os juízos estão no mesmo plano hierárquico). É também o que ocorre quando, instaurado um processo perante certo órgão do judiciário (juízo 1), a outro (juízo 2), hierar- quicamente superior, incumbe exercer a função de conhecer dos recursos que nesse processo venham a ser interpostos (e aí se fala em competência funcional no plano vertical ou competência hierárquica). De outro lado, existe competência funcional entre processos nos casos em que a competência para co- nhecer de um determinado processo é fixada em razão do fato de que certo órgão jurisdicional já tenha atuado em outro processo. É o que se dá, por exemplo, no caso previsto no art. 914, §1, que estabelece a competência do juízo da execução para conhecer os embargos do executado. Nesse caso, diz-se que o juízo do processo A é competente para conhecer do processo B (e essa competência, fixada automatica- mente de um processo para outro, é também competência funcional. *FÓRUM REGIONAL - COMPETENCIA FUNCIONAL: Qual é o critério utilizado para os fóruns regionais? Parece territorial. Mas por que foram criados fóruns regionais? Para levar o acesso a jurisdição a pessoas que estao regio- nalizadas. Levar a justica para mais perto do jurisdicionado. EM REGRA, onde o advogado do autor tem escritório? No centro. O autor e o réu moram na barra. Em re- gra, o advogado do reu que mora na barra tem escritório no centro. O advogado do autor que tem escritório no centro propõe a ação no centro. Você acha que o advogado do reu vai arguir incompetência? Nao. A jurisprudência do TJRJ diz que as competências dos fóruns regionais tem a sua competencia fixada por critério FUNCIONAL. Critério funcional. Funcional é absoluta. Assim, verificado isso, o juiz pode declarar de oficio e remeter o processo para o forum a barra. Esse é o entendimento do TJRJ. É ABSOLUTO. Em sendo absoluto, o juiz pode declarar de oficio. A doutrina não concorda com isso. Os fóruns regionais tem competência funcional. Todos os TJs adotam isso. 3. RELATIVOS: são os critérios criados para a tutela de interesses particulares. A inobservância dos critérios re- lativos acarreta incompetência relativa, fenômeno que não pode ser declarado de ofício, dependendo de alega- ção na primeira oportunidade em que o interessado em seu reconhecimento tenha para manifestar-se nos au- tos para ser conhecido (art. 65). Não havendo tal alegação, prorroga-se a competência, de modo que o juízo que originalmente era relativamente incompetente passa a ser competente para a causa. São relativos os cri- térios da competencia objetiva em razão do valor da causa e o da competência territorial. Esse ultimo critério (o territorial), porém, é absoluto em alguns casos excepcionais. ATENÇÃO! Os critérios relativos de determinação de competencia interna (valor da causa e território) po- dem, exatamente por serem estabelecidos em função de interesses particulares, ser modificados. E tais modificações podem se dar por conta dos interesses das próprias partes ou de interesses públicos superio- res. Assim, por ex., podem as partes convencionar foro diverso (foro de eleição), assim como, para evitar decisões conflitantes (e, portanto, para salvaguarda de um interesse público), pode haver modificação de competência em razão da conexão. As causas de modificação de competência só alcançam os critérios RELATIVOS de fixação de competencia, nos exatos termos do art. 54. 2.1. Em razão do valor da causa: significa que a lei vai criar juízos que julgam causas que tenham até determinado valor (juizado); mas também pode significar a criação de juízos que julguem casos acima de determi - nado valor. Nada impede que a lei crie uma vara cível que julgue causas acima de determinado valor. Não há res- tricao para isso. Se isso acontecer, vai ser em razão do valor da causa. Na pratica isso nunca aconteceu. Na práti - ca, somente é criado juízos para julgar causa até determinado valor. Existem 4 juizados especiais, sendo 3 importantes pro processo civil: Maria Cokita 16 JEC - Cível; 40SM - Lei 9099/95 - critério relativo JEF - federal; 60 SM - Lei 10.259/01 FP - fazenda pública; 60 SM. - Lei 12.153/09 Esse critério é relativo? Sim, em regra. Contudo, quando se fala de juizado, depende. Depende de qual juizado. I. O juizado especial cível estadual- 40SM- critério RELATIVO. O autor pode escolher. *se for juizado especial cível, o critério é relativo. Ou seja, o autor pode escolher se vai demandar no juizado espe - cial ou se vai demandar na vara cível. II. Juizado federal - art. 3, §3, Lei 10.259/01. No juizado federal, o critério em razão do valor da causa é ABSOLU- TO. O art. 3, §3 não permite que o autor demande ou no juizado ou na vara comum. III. Juizado fazendário - art. 2, §4, Lei 12.153/01. No juizado fazendário, o critério em razão do valor da causa é ABSOLUTO. Se ha juizado fazendário, não pode o autor optar se vai propor na vara de fazenda pública ou se vai propor no juizado fazendário. Somente será possível no juizado fazendário. Critério relativo é aquele que admite modificação. Critério absoluto é aquele que nunca admite, pode ser alegado a qualquer tempo. Os juizados federais e fazendário, como nao admitem modificacao, em que pese o critério em razão do valor da causa ser relativo, por não admitirem modificação, esse critério se torna absoluto. 2.2. Em razão do lugar (territorial): a ação tem que ser proposta em determinado lugar/território. 2 regras: 1ª regra: art. 46 do CPC - se a causa tratar de direito pessoal ou direito real sobre bens móveis, é competente o foro de domicílio do réu. Causa que discute direito pessoal - discute uma obrigacao. causa que discute um direito real - discute uma coisa. 2ª regra: art. 47 do CPC - se a causa tratar de direitos reais sobre bens imóveis, é competente o foro de onde o imóvel esta situado. A lei usa “foro da situação da coisa”. Foro de onde a coisa imóvel esta situada. o problema é que o art. 47, caput e §§, esta dividido em 3 partes: 1ª parte: regra. Direitos reais sobre imóveis - foro da situação da coisa. Art. 47, caput. 2ª parte: diz que esse critério é territorial. O §1 do art. 47 diz que o autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição (pela situação da coisa - caput; pelo foro de eleição ; domicílio do réu; - esta me dizendo que é critério relativo visto que é uma escolha) se o litígio não versar sobre direito de proprieda - de, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova. Assim, por exemplo, em um processo no qual se controverta acerca dos limites do exercício de um direito real de superfície, serão concorrentemente competentes os foros da situação da coisa, do domicílio do réu e o foro que tenha sido eleito pelas partes (art. 47, §1). OBS: são 3 foros concorrentes em que o autor poderá optar. 3ª parte: se a causa discutir direito real sobre imóveis e o litígio versar sobre o direito de proprieda- de, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova. Não é possível escolher. Nes- se caso, o critério continua a ser territorial. O critério é territorial mas deixou de ser relativo e passou a ser ABSO - LUTO. Posse - também é só no foro de situação da coisa e é competência absoluta. Sempre que o autor não poder optar, a competência é relativa mas o critério se torna absoluto. São os 7 casos em que o critério é territorial (relativo) mas se torna absoluto. São as causas do §1.... e posse (§2). O critério é territorial mas, por não poder optar entre, se torna absoluto. “O critério territorial, porém, é absolutoem alguns casos excepcionais. É o que se dá - em enumeração exemplifi - cativa, limitadamente a situações previstas no CPC - no caso da competência territorial do foro da situação do imovel para as demandas fundadas em direito real imobiliário (art. 47, §1, in fine e §2 e no caso da competência Maria Cokita 17 do foro de residência do idoso para as causas que versem sobre direitos assegurados pelo Estatuto do Idoso (art. 53, III, “e”, combinado com art. 80 da Lei 10.741/2003, na parte em que permanece vigente).” - Alexandre Câmara OBS: na justiça federal, há um terceiro critério absoluto - em razão da pessoa. Mas ele só vale para justiça federal. CAUSAS DE MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA Conforme já vimos, nem sempre valerá a regra da perpetuatio jurisdicionis. Ex: órgão jurisdicional suprimido = os processos serão redistribuídos caso a vara deixe de existir. O CPC traz esse tema entre os artigos 54 e 63. Entre esses artigos, tem-se a modificação da competencia relativa pela CONEXÃO e CONTINÊNCIA. ATENÇÃO ! Dian- te de competencia absoluta, nao havera conexão e nem continência. Já que não tem como reunir, cada um fica onde está, sendo que um fica sobrestado aguardando a solução do outro. Ou seja, quando a competencia é relati - va, é possivel reunir os processo por conexão e continência; mas em se tratando de competencia absoluta de jus- tica, nao reuni, e um fica sobrestado (art 313, CPC). CONTINÊNCIA: Art. 56 e 57, CPC. Também é considerada litispendência parcial, isto é, quando entende-se que, parcialmente, há uma repetição de ação em juízo (ação idêntica = mesmos elementos da ação = partes, pedidos e causa de pedir = litispendência). A continência será litispendência parcial porque o pedido de uma ação será mais amplo e irá abranger o pedido da outra ação. CONEXÃO: art. 55, CPC. Cuidado que esse artigo traz um conceito equivocado e falho. Não pode interpretar em letra de lei. A preocupação da conexão é evitar decisão contraditoria, de forma que é um fenomeno amplo, e nao nos conformes trazidos na letra da lei. Isso pode acontecer, por exemplo, quando existir identidade na relação de direito material (ex: contrato de locação - um promove ação de consignação em pagamento, outro promove ação de despejo, cada um em uma vara - existe identidade material, ambos os processos tratam do mesmo vínculo ma- terial, o que seria suficiente para reunir os processos). Conexão, portante, normalmente envolve identidade da re - lação material. O juízo prevendo para casos de conexão e continência é o primeiro que for distribuído ou registrado, con- forme art. 59, CPC. ATENÇÃO!! Pontos importantes a serem destacados: art. 55, §1, CPC c/c súmula 235 STJ - se um dos proces- sos ja foi julgado, nao se fala mais em conexão - ainda que um dos processos fique sobrestado, aguardando o ou- tro - o que está em segunda instancia, em sede de recurso, nao tem como atrair o que está em primeira, por ex - emplo. Art. 55, §2, CPC - há conexão entre execução e processo de conhecimento. Ex: ???. Na linha jurispruden- cial do STJ já vinha sendo reconhecida a possibilidade de um juizo de execução atrair o processo de conhecimen- to por conexão. Art. 55, §3, CPC - se houver risco de decisão contraditoria, o processo pode ser reunido ainda que não haja conexão. CONEXÃO POR PREJUDICIALIDADE. INFORMATIVO 559 STJ. Obs: Em uma prova, para identificar a conexao, pode identificar primeiramente se existe no caso concreto uma possibilidade de decisão contraditória - isso pode ser um forte indício da questão de que é preciso trazer a cone- xão na resposta. ATENÇÃO!!! INFORMATIVO 559 STJ. RESP 12211941-RJ. Relator Min. Luis Felipe Salomão. “CONEXÃO POR PREJUDICIALIDADE” A conexão entre duas causas ocorre quando elas, apesar de não serem idênticas, possuem um vínculo de identidade entre si quanto a algum dos seus elementos caracterizadores. São duas (ou mais) ações dife - rentes, mas que mantêm um vínculo entre si. Segundo o texto do CPC/73, existe conexão quando duas ou mais ações tiverem o mesmo pedido (objeto) ou causa de pedir. Quando o juiz verificar que há conexão entre duas causas, ele poderá ordenar, de ofício ou a requerimento, a reunião delas para julgamento em conjunto. Essa é a regra geral, não sendo aplicável, contudo, quando a reunião implicar em modificação da competência absoluta. O conceito de conexão previsto na lei é conhecido como concepção tradicional (teoria tradicional) da cone- xão. Existem autores, contudo, que defendem que é possível que exista conexão entre duas ou mais ações mesmo que o pedido e a causa de pedir sejam diferentes. Em outras palavras, pode haver conexão em situações que não se encaixem perfeitamente no conceito legal de conexao. Tais autores defendem a chamada teoria materialista da conexão, que sustenta que, em determinadas situações, é possivel identifi- car a conexão entre duas ações não com base no pedido ou na causa de pedir, mas sim em outros fatos que liguem uma demanda à outra. Eles sustentam, portanto, que a definição tradicional de conexão é insu - Maria Cokita 18 ficiente. Essa teoria é chamada materialista porque defende que, para verificar se há ou não conexão, o ideal não é analisar apenas o objeto e a causa de pedir, mas sim a relação juridica de direito material que é discutida em cada ação. Existirá conexão se a relação jurídica veiculada nas ações for a mesma ou se, mesmo não sendo idêntica, existir entre elas uma vinculação. Essa concepção materialista é que fundamenta a chamada “conexão por prejudicialidade”. Podemos re- sumi-la em uma frase: quando a decisão de uma causa interferir na solução da outra, há conexão. No caso concreto, havia duas ações: em uma delas o autor (empresa 1) executava uma dívida da devedo- ra (empresa 2). A executada, por sua vez, ajuizou ação declaratória da inexistência da relação afirmando que nada deve a empresa 1. Nessa situação, o STJ reconheceu que havia conexão por prejudicialidade e decidiu o seguinte: “pode ser reconhecida a conexão e determinada a reunião para julgamento conjunto de um processo executivo com um processo de conhecimento no qual se pretenda a declaração da inexistên- cia da relação jurídica que fundamenta a execução, desde que não implique modificação de competencia absoluta.” Obs1: é possível que haja conexão, mas sem que haja reunião dos processos. Apesar de a redação do art. 55, §1, ter sido muito enfática (“§1º os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta.”), é importante esclarecer que é possível que ocorra conexão entre duas ações, mas, mesmo assim, elas não sejam reunidas para julgamento em conjunto. Uma coisa é a conexão (fato); outra coisa é o efeito (reunião dos processos). Em alguns casos, o juiz pode reco- nhecer que há conexão (“realmente as duas acoes possuem uma semelhança entre si”), mas, mesmo assim, não ser possível/recomendável a reunião (“mesmo sendo conexas, serão julgadas em separado”). Ex: quando a reunião implicar em modificacao da competência absoluta. Ex: duas causas são conexas, mas uma delas tramita em vara cível e outra na vara criminal. Não poderá haver reunião. Suspensão de um dos processos Nesses casos, em vez de reunir, um dos processos ficará suspenso aguardando o julgamento do outro, nos termos do art. 313, V, “a”, do CPC. Art. 313. Suspende-se o processo: (...) V- quando a sentenca de mérito: A) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de inexistência de relação jurídica que constitua ob- jeto principal de outro processo pendente; Teoria materialista de identificação da conexão Conforme o conceito de conexao dado pelo CP, duas ou mais ações serão conexas se forem iguais: • o seu objeto (pedido); ou • a sua causa de pedir. Em suma, os pedidos das duas ações devem ser iguais ou, então, as causas de pedir devem ser iguais. Esse conceito de conexão previsto na lei é conhecido como concepção tradicional (teoria tradicional) da conexão. Existem autores, contudo, que defendem que é possível que exista conexão entreduas ou mais ações mesmo que o objeto e a causa de pedir sejam diferentes. Em outras palavras, pode haver conexão em situações que não se encaixem perfeitamente no art. 55, caput, CPC. Tais autores defendem a teoria materialista da conexao, que preconiza que, em determinadas situações, é possí- vel identificar a conexão entre duas ações não com base no pedido ou na causa de pedir, mas sim em outros fatos que liguem uma demanda à outra. Eles sustentam, portanto, que o conceito tradicional de conexao é insuficiente. Essa teoria é chamada materialista porque defende que, para verificar se há ou não conexão, o ideal não é anali - sar apenas o objeto e a causa de pedir, mas sim a relação juridica de direito material que é discutida em cada ação. Existirá conexão se a relação jurídica veiculada nas ações for a mesma ou se, mesmo não sendo idêntica, existir entre elas uma vinculação. Nesse sentido: “A conexao, nestes casos, decorrerá do vínculo que se estabelece entre as relacoes juridicas litigiosas. Haverá co- nexão se a mesma relação jurídica estiver sendo examinada em ambos os processos, ou se diversas relações juri- dicas, mas entre elas houver um vínculo de prejudicialidade ou preliminaridade.” (DIDIER, Fredie). Maria Cokita 19 Essa concepção materialista é que fundamenta a chamada “conexão por prejudicialidade”. Podemos resumi-la em uma frase: quando a decisão de uma causa interferir na solução da outra, há conexão. Exemplo: João (locador) ajuíza ação de despejo por falta de pagamento; Pedro (locatário), alegando que João co- bra mais do que é devido, propõe ação de consignação em pagamento dos aluguéis que entende corretos. Essas duas ações tem objetos (pedidos) diferentes e causas de pedir também diversas. Joao quer receber os alugueis e tirar o locatário de casa; Pedro quer pagar aquilo que reputa devido. A causa de pedir da primeira é o inadimple - mento; a da segunda é a cobrança indevida. Mesmo não se enquadrando no art. 55 do CPC, a jurisprudência re - conhece que tais causas devem ser julgadas em conjunto, havendo conexão por prejudicialidade (teoria materia- lista). Ex2: empresa “1” ajuiza ação pedindo que a empresa “2” cumpra as cláusulas do contrato; a empresa “2”, por sua vez, propõe demanda requerendo a nulidade do pacto. Importante novidade do NCPC O NCPC manteve, no caput do art. 55, a definição tradicional de conexao. No entanto, dando razão às cri- ticas da doutrina, o NCPC adota, em seu §3º, a teoria materialista ao prever a conexão por prejudicialidade: §3: serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de deci - sões conflitantes ou contraditórias caso decididas separadamente, mesmo sem conexão entre elas. Voltando ao caso concreto: No exemplo dado acima, a acao declaratória tem por objeto a declaração da inexistência de relação jurídi- ca que fundamenta a execução. Nesse caso, recomenda-se a reunião das ações para julgamento em conjunto por identificar-se uma conexao por prejudicialidade. A ação declaratória negativa serve ao executado como defesa heterotópica e muito se assemelha aos em- bargos do devedor, que também possuem a mesma natureza declaratória. PROCESSO CIVIL – 2/10 – Aula 5 DIREITO DE AÇÃO Art. 5º, XXXV CF + 3º CPC Acesso amplo e universal à jurisdição É garantia constitucional, é direito fundamental, é cláusula pétrea e a garantia de acesso ao Judiciário para se deduzir uma pretensão Muito mais do que conferir ao seu titular o direito de atuar, é o direito de fazer atuar, é o direito de provocar a atividade do outro, a atividade jurisdicional do Estado Alguns direitos são absolutos, como o de não ser torturado, mas o direito de ação NÃO é absoluto Existem dois limites ao direito de ação – interno e externo Limite externo: existem causas que não podem ser deduzidas em juízo no Brasil – 21 e ss Limite interno: separação de poderes Direito de ação é uma garantia constitucional de acesso amplo e universal à jurisdição O direito de ação NÃO se exaure com a entrada do processo, o direito de ação não é só dar entrada no processo O direito de ação é visto aqui ao longo de todo o processo, pois é não só dar início ao processo, mas também o direito de, ao longo do processo, ocupar posições ativas Direito ao contraditório – se confunde com esse rolê, pois ele é o direito de informação e reação, de atuar Direito de provocar a atividade jurisdicional Maria Cokita 20 Direito de ocupar ao longo do processo posições ativas buscando obter resultado favorável Convenção europeia de direitos humanos, convenção americana de direitos humanos e a carta da africa de direitos humanos – principais tratados de direitos humanos O direito de ação é um direito humano (que é mais que direito fundamental, visto que não é só dentro do Brasil, mas sim para todos os humanos) O direito de ação é para todo mundo O direito de ação não é um direito do autor, mas do réu também, pois esse pode, ao longo do processo, ocupar posições ativas buscando obter um resultado favorável Contestar é o mesmo que o pedido de ação declaratória negativa A única exceção é quando o pedido do autor é declaratório negativo Contestar é propor uma ação declaratória de sentido oposto àquilo que o autor pediu Pedido de desistência da ação – autor está pedindo para parar de exercer seu direito de ação, pois esse é exercido ao longo do processo todo Quando o autor pede a desistência após a contestação do réu, o mesmo tem que anuir, pois também é titular do direito de ação Toda vez que a parte prática um ato no sentido de tentar obter um resultado favorável, ela está exercendo seu direito de ação Quando o réu junta um documento, arrola uma testemunha, formula um quesito, recorre… ele está em uma posição ativa e exercendo seu direito de ação O réu não precisa de apresentar reconvenção para exercer seu direito de ação O recurso é uma manifestação do exercício do direito de ação no curso do mesmo processo Amicus curie não exerce direito de ação pois não busca obtenção de resultado favorável a ele Já o assistente sim Como qualquer direito, o direito de ação deve ser exercido de forma legitima por seu titular – exercício regular do direito Requisitos do legítimo exercício do direito de ação = CONDIÇÕES DA AÇÃO Não são requisitos de existência da ação, mas sim de seu legítimo exercício Quando falta alguma dessas condições o que se fala é que o direto de ação foi exercido de modo irregular, mas nunca que não existe direito de ação, pois esse é de todo mundo Quando falta uma condição da ação = extinção sem resolução de mérito Surgiu uma controvérsia na doutrina brasileira quanto à existência dessa categoria - Quiovenda dizia que só tem direito de ação quem tinha o direito material, assim, ele dizia que haviam três condições da ação: legitimidade, interesse e existência do direito material – ele dizia que essas condições ligadas ao mérito da ação (isso nunca fez sucesso aqui no Brasil) - Liebman dizia que o direito de ação existe mesmo que o direito material não exista, o que ele chamava de ação é o direito de receber um pronunciamento sobre o mérito – para ele, as condições da ação devem ser vistas antes do mérito; a existência do direito material não mais era condição da ação. Ele substituiu isso pela possibilidade jurídica do pedido (mas ele falava que esses eram requisitos de Maria Cokita 21 existência do direito de ação, quem não os tinha, careceria o direito de ação; autor era carecedor do direito de ação – o que já foi superado: hoje se entende que essas são condições de exercício) As condições de ação são quanto ao legítimo exercício do direito de ação O texto de 73 usava todas as expressões do Liebman porque o maluco que o escreveu era seu aluno – Alfredo Busaid Mas aí o próprio Liebman falou que não existia mais a possibilidade jurídica, pois essa deveria ser absorvida pelo interesse O Diddier fala que ela foi incorporada ao mérito, o professor fala quefoi absorvida pelo interesse – deu exemplo de usucapião de bem público O novo código também não usa a expressão carência de ação, nem condições da ação – Diddier falou que essas condições foram extintas do Código e que legitimidade e interesse são, na verdade, pressupostos processuais O artigo 485, IV, fala que não haverá julgament0o do mérito ante a ausência de pressupostos e no inciso VI fala de legitimidade e interesse – se fosse a mesma coisa, colocariam juntos No Brasil se tem a tradição de tratar ação e processo como duas coisas diferentes Legitimidade e interesse são relacionadas à ação, e não ao processo Na jurisprudência é tranquilão falar em existência de condições da ação – legitimidade e interesse Técnica de verificação das condições da ação: TEORIA DA ASSERÇÃO Criada nos anos 50, chegou no Brasil na década de 70 – adotada pelo STJ Não foi criada pelo professor Técnica a ser empregada no caso concreto para permitir/determinar se as condições da ação estão oou não presentes Essa técnica é assim chamada porque asserção é o mesmo que afirmação e há uma expressão em latim que se diz que as condições da ação devem ser examinadas in statu assertiones – no estado das afirmações Ou seja, as condições da ação são examinadas com base naquilo que está afirmado na petição inicial – ele é feito sobre as alegações, não se examina prova Tudo aquilo que depende de prova diz respeito ao mérito, não as condições da ação Os únicos fatos que não precisam de prova são os notórios Aqui se estabelece como hipótese de trabalho a veracidade das alegações contidas na inicial – finja que tudo que está ali é verdade Função: Mecanismo de filtragem para evitar demandas evidentemente temerárias As condições da ação podem ser aferidas a qualquer tempo (não só no início da ação) mas desde que restritas nas alegações CONDIÇÕES DA AÇÃO LEGITIMIDADE DAS PARTES: é a aptidão para ser o demandante ou demandado em um certo caso concreto Não é conceito restrito ao direito processual Legitimidade = aptidões jurídicas específicas Maria Cokita 22 (aptidão genérica é capacidade) São legitimados ordinários os sujeitos da relação jurídica afirmada na petição inicial LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA = é a legitimidade atribuída pelo ordenamento jurídico a quem não é sujeito da relação jurídica afirmada no processo A legitimidade extraordinária tem que provir do ordenamento jurídico Art. 18 CPC Hoje se admite a legitimidade extraordinária provinda de negócio jurídico processual INTERESSE Interesse é uma intenção de se apropriar de um bem Como condição da ação, é definido como interesse de agir O rolê do interesse é focar na utilidade O Interesse de agir é a utilidade da tutela jurisdicional postulada O demandante tem que postular por providências que, pelo menos em tese, são capazes de solucionar a crise em questão O interesse tem dois elementos: NECESSIDADE a realização extrajudicial do direito não é possível ADEQUAÇÃO da via processual PROCESSO CIVIL – 3/10 – Aula 6 Ação e processo são institutos diferentes Dentro dessa onda tem gente que fala que partes, causa de pedir e pedido são elementos da ação, tem gente que fala que isso faz parte da demanda, que é um dos pressupostos processo Para o professor esse rolê entra dentro dos pressupostos processuais – demanda PROCESSO Não são os autos do processo – documentos onde estão registrados os atos processuais Processo é um método para resolver problemas jurídicas Autos eletrônicos também são físicos porque o professor é enjoado. Falou que tudo no mundo é físico que os autos de papel são autos não eletrônicos O processo é um instrumento, uma ferramenta de trabalho, que permite ao Estado o exercício do da jurisdição Há uma ligação direta entre o Estado e o processo – tanto que o direito processual é público Então não dá para se falar de processo sem se falar em paradigmas do Estado Quando o rolê do processo começou a pegar mesmo foi no século XIX – Estado era liberal, mínimo. Papel do estado era de gerenciador de crises – nesse estado o privado é mais importante que o público. Os particulares são livres para construir seu futuro. O modelo de processo adotado era o modelo adversarial – o processo era um fenômeno privado. As partes que tem que cuidar/desenvolver o processo. O juiz é expectador passivo a quem cabe ao final do processo simplesmente dizer quem tem razão; nesse modelo o processo pertence às partes, é coisa das partes; tinha gente que falava que processo era contrato Ninguém mais adota esse modelo de forma pura Maria Cokita 23 Aí o estado liberal vem sendo superado - Estado social: modelo de Estado mundo forte, que determina os destinos da sociedade; público prepondera sobre o privado; esse aqui começou a se fortalecer após a segunda década do século XIX; vários estados de origem germânica começaram a tentar unificar a Alemanha – 1870 Aqui que rolou o nascimento da autonomia do direito processual – processo passa a ser visto como algo do juiz – modelo inquisitorial (nada a ver como a onda de processo penal) É aqui que surge a ideia de relação processual – estado em cima, autor e réu em baixo – subordinação das partes ao juiz; isso aqui não tem nada a ver com a imparcialidade, essa é representada pela equidistância entre as partes Brasil sempre teve estado forte, sua república veio no auge do estado social – o poder do estado sempre refletiu no processo – o primeiro CPC veio em 1929* – meio da ditadura Vargas; já o segundo CPC veio em 73 – meio da ditadura militar – ambos vêm com a ideia do estado se impor à sociedade Dinamarco veio com a teoria da instrumentalidade do processo no início da década: Processo é instrumento do estado – escopos da jurisdição – o processo existe para realizar objetivos estatais No Brasil, a partir de 88 muda-se o paradigma – saímos do estado social e nos tornamos um estado democrático de direito Esse estado é o do meio termo, ninguém está acima de ninguém, estado e particulares trabalham juntos e com igualdade de forças – surge um terceiro modelo de processo: Modelo comparticipativo / cooperativo de processo – artigo 6º do CPC – supera-se a ideia de relação processual, pois não mais existe a instrumentalidade do processo; A relação processual só se justifica pela superioridade do juiz em relação às partes – e isso acabou A concepção atual de processo é: procedimento que se desenvolve em contraditório Art. 5º, LV, CF – necessária observância do contraditório por comando constitucional Processo = procedimento + contraditório O procedimento arbitral tem que, obrigatoriamente, respeitar o contraditório – por isso que ele é considerado título executivo judicial PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS São requisitos do desenvolvimento válido e regular do processo A lei impõe ao juiz o dever de sanar vícios processuais quando possíveis Não há consenso quanto quais são os pressupostos processuais - Juízo investido de jurisdição - Partes capazes - Demanda regularmente formulada JUÍZO INVESTIDO DE JURISDIÇÃO Juízo = órgão jurisdicional do estado Investido de jurisdição = constitucionalmente competente – aqui só entra as competências constitucionais (as infraconstitucionais não entram aqui - ) PARTES CAPAZES Para o processo se desenvolver, ele tem que se intaurar entre parte. Partes no plural porque são no mínimo duas – demandante e demandado, ao menos em regra geral Contudo, há casos excepcionais em que tem apenas uma parte, não há réu – ex: processo para pedido de autofalência; inventário e partilha quando há um único sucessor… Não basta, no entanto, que o processo se instaure entre partes. É preciso que as partes sejam capazes Maria Cokita 24 É preciso capacidade processual A capacidade processual é a tríplice capacidade Exigimos a capacidade de ser parte, capacidade de estar em juízo, capacidade postulatória São os 3 aspectos da capacidade processual em primeiro lugar, para que esteja preenchido esses
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