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GERENCIAMENTO DE OBRAS CIVIS
Unidade II
5 GESTÃO DE MÃO DE OBRA E DOS EQUIPAMENTOS
O setor da construção civil, a exemplo de qualquer outro segmento produtivo, tem sua força de 
trabalho bastante diversificada, composta de uma mistura de pessoal com e sem formação escolar, 
com pouca ou muita experiência profissional, dotada de habilidades técnicas e comportamentais 
adequadas ou não.
Entretanto, algumas peculiaridades específicas da indústria da construção destacam certas 
características em sua força de trabalho que acabam sendo predominantes. Analisando sob um 
olhar organizacional, a construção civil possui características diferenciadas dos demais setores 
industriais, por ter processos construtivos complexos e que ainda dependem muito da qualidade 
da mão de obra na sua execução. Isso provoca uma grande dificuldade para uma solução padrão 
dos procedimentos de trabalho.
Conforme Moraes (2007), o produto da construção civil é como um bem de grande valor de aquisição 
e, frequentemente, diferente em cada uma das obras executadas. Quanto ao seu processo construtivo, 
apresenta local de trabalho variado e temporário, pois, os canteiros de obras possuem arranjos físicos 
distintos, peculiares, os quais se apoiam numa produção quase sempre artesanal, que tendem a ser 
divididos de acordo com as diferentes fases.
Sobre o trabalho na construção civil, no Brasil, e seus operários, é preciso destacar que, apesar de 
todos os avanços tecnológicos do setor, ainda se observam características que não condizem com esses 
progressos. Dentre elas, estão as questões referentes ao ambiente de trabalho, visto que as condições 
climáticas afetam‑no diretamente; e à formação intelectual e profissional do trabalhador dessa área. 
Além de questões como a alta rotatividade de mão de obra, a ausência de planos de carreira nas 
empresas, a instabilidade no emprego, o alto índice de acidentes de trabalho e o baixo prestígio social 
dos operários da construção civil.
No caso da mão de obra, na área da construção civil, encontramos características peculiares, pois, 
apesar da modernização e mecanização crescente dos serviços, esta ainda se submete a determinadas 
condições e exigências próprias da área, tais como: esforço físico, ambiente de trabalho adverso, trabalho 
insalubre, instabilidade no emprego, mobilidade física, alta rotatividade, escassa oferta e baixa procura 
por cursos de formação profissional, pouca necessidade de habilidades específicas, baixo prestígio social, 
altos índices de acidente de trabalho, entre outras.
A construção civil está inserida em um tipo de organização em que os níveis hierárquicos são 
divididos, basicamente, em nível estratégico, tático e operacional.
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Unidade II
5.1 Perfil da mão de obra em nível estratégico
O nível estratégico é composto dos construtores e incorporadores, que tomam as decisões e 
estabelecem os objetivos da organização. Estes não possuem, necessariamente, ensino superior, mas, 
muitas vezes, são engenheiros civis ou investidores do setor.
De modo geral, são pessoas generalistas, com uma excelente visão sistêmica da empresa. Também 
possuem uma boa capacidade de visão estratégica, enxergando tendências e oportunidades. Sabem 
alocar pessoas nas funções adequadas ao perfil de cada um, de modo a aproveitar o máximo do potencial 
dos colaboradores.
Possuem muitas funções relacionadas à área de gestão de profissionais, pois devem ser capazes 
de motivar os colaboradores em direção aos objetivos da organização e precisam conseguir reter os 
funcionários e criar condições, na empresa, que a torne atrativa para futuros colaboradores.
Também, devem ter capacidade de desenvolver os colaboradores e de estabelecer parcerias e 
sociedades. Precisam ter conhecimentos em legislação, contabilidade e administração de recursos 
físicos, materiais e econômicos. Por fim, estes necessitam desenvolver pessoas, funções, processos 
e organizações.
5.2 Perfil da mão de obra em nível tático
O nível tático, também denominado nível intermediário, é caracterizado pelos engenheiros, que 
cuidam da articulação interna entre o nível responsável pelas decisões e o nível da produção; e pelos 
técnicos que atuam diretamente no canteiro de obras.
Encontram‑se, neste nível, engenheiros, administradores, arquitetos e técnicos. Os engenheiros de 
obras são profissionais que constroem um objeto projetado e seu trabalho consiste, basicamente, em 
trazer para a realidade o que foi planejado.
Nesse nível, é necessário que o profissional tenha facilidade de comunicação e flexibilidade para 
atuar em diferentes situações da obra. Apesar de ser crescente o número de mulheres engenheiras nos 
canteiros de obras, a maioria dos ocupantes desse cargo ainda são homens (ROSSO, 2010).
A seguir, listaremos cinco atribuições básicas do engenheiro civil de obras:
• Estudar profundamente os projetos, adquirir e gerir materiais de construção.
• Administrar e trabalhar em equipe.
• Garantir a qualidade do produto final.
• Ser capaz de resolver problemas.
• Ter habilidade para tomar decisões.
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GERENCIAMENTO DE OBRAS CIVIS
O técnico da área de construção civil atua não só no planejamento e no projeto, como na 
execução e na manutenção das obras. Na fase de planejamento e projeto, o técnico atua no 
levantamento de informações cadastrais, técnicas e de custos, que irão subsidiar a elaboração do 
projeto ou compor o seu estudo de viabilidade. Ainda nessa etapa, o técnico desenvolve os projetos 
arquitetônicos e de instalações, dando a eles a forma gráfica adequada e detalhando os dados 
necessários à execução da obra.
Também, aqui estão incluídas as atividades de planejamento da obra, tais como composição de 
custos e orçamentos, processos licitatórios e licenciamento de obras.
Na fase de execução, o técnico implanta e gerencia o canteiro de obras, fazendo a locação da obra, 
executando instalações provisórias, assegurando o fluxo de insumos para o andamento da construção, 
contratando trabalhadores, desenvolvendo treinamentos, fiscalizando a execução dos serviços, 
implantando programas de qualidade e apropriando custos.
Para executar as obras, o técnico atua em equipe e segue os projetos desenvolvidos anteriormente. 
Na fase de manutenção e restauração de obras, ele atua na execução de restaurações arquitetônicas 
e estruturais, de reforço de estruturas e reformas em geral. Também, neste estágio, estão incluídas as 
atividades de manutenção preventiva de obras, na qual o técnico tem competências similares às da fase 
de execução, porém com tecnologias bastante distintas.
O número de acidentes na construção civil é elevado em relação a outros setores industriais, e os 
riscos são tantos que foram desenvolvidas profissões especificamente para garantir a integridade dos 
trabalhadores, especialmente, em áreas com bastante propensão a acidentes, como canteiros de obras. 
A legislação e as normas regulamentadoras também auxiliam a garantir a segurança do trabalho na 
construção civil, pois determinam as regras de conduta, uso de equipamentos de proteção e outras 
medidas de prevenção a acidentes de trabalho.
Os profissionais que atuam nesse nível tático em atividades relacionadas à segurança e à saúde 
no trabalho são os engenheiros e técnicos de segurança no trabalho. As atividades mais comuns do 
técnico de segurança são quase as mesmas do engenheiro de segurança, mas o primeiro atua num nível 
mais operacional, na prática, diretamente no canteiro de obras, enquanto o engenheiro de segurança, 
geralmente, fica responsável pela documentação e pelo planejamento.
5.3 Perfil da mão de obra em nível operacional
O nível operacional que é formado por mestres, encarregados, pedreiros e serventes, relaciona‑se 
com os problemasinerentes à execução cotidiana e eficiente das tarefas, em que há o contato direto 
com a produção, ou seja, é o nível no qual as atividades e operações são executadas.
Nesse nível, concentra‑se um maior número de operários e ocorrem os maiores índices de 
rotatividade e de acidentes, problemas, muitas vezes, atribuídos à falta de qualificação dos funcionários 
(CHIAVENATO, 1997).
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Com relação à qualificação do nível operacional da construção civil, são encontrados operários em 
três diferentes graus:
• Não qualificados: os quais atuam em funções em que são exigidas apenas aptidões psicomotoras, 
como carga, descarga, vigilância, limpeza etc.
• Semiqualificados: que além dos requisitos anteriores, são exigidas aptidões para automatização 
que lhes permita operar alguns equipamentos mecânicos, como britadeira, betoneira etc.
• Qualificados: os quais devem apresentar, além das capacidades anteriores, conhecimentos 
tecnológicos específicos, formação profissional, nível de escolaridade correspondente ao ensino 
básico, capacidade de leitura de projetos, conhecimento de operações matemáticas e de escalas.
Dos três graus de qualificação do nível operacional, os operários qualificados correspondem à minoria, 
dessa forma, predominantemente a força operacional é constituída por operários não qualificados, 
sendo esta a principal característica do seu perfil.
Dados, do ano de 2012, revelam que a mão de obra na construção civil é composta quase 
exclusivamente de trabalhadores do sexo masculino, que totalizam 92,5% do contingente empregado 
no setor. O percentual de mulheres vem aumentando nos últimos anos e está sendo alocado nas funções 
administrativas e de maior qualificação. A maior concentração dos trabalhadores está nas faixas etárias 
de 30 a 39 anos (30,2% do total) e de 40 a 49 anos (22%).
Proporcionalmente, as mulheres possuem nível de instrução mais elevado do que os homens 
empregados no setor.
Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC, 2016), confirmam essa questão de 
gênero. No Brasil, o número de homens ocupados da construção civil cresceu mais (38,6%) do que o 
de mulheres (32%). Considerando‑se as diferentes posições na ocupação, observa‑se que houve uma 
ampliação intensa do segmento masculino contratado com carteira assinada (93,3%), que atingiu, em 
2015, cerca de 2,2 milhões, o que representa um incremento de mais de 1 milhão de postos de trabalho 
de homens com esse tipo de contratação. Entre as mulheres, o crescimento do emprego formal foi de 
64%, no período.
A respeito da escolaridade dos trabalhadores do setor, mais de 33% dos trabalhadores registrados na 
construção civil são analfabetos funcionais e, em geral, desempenham funções auxiliares com pouca ou 
nenhuma especialização.
A construção civil, que sempre foi vista como um setor com alto índice de analfabetismo, 
tem se mobilizado para mudar essa realidade. Empresários e entidades ligadas ao segmento 
têm promovido, há alguns anos, em todo o País, programas de alfabetização e aperfeiçoamento 
educacional, como forma de reduzir esse cenário histórico da mão de obra empregada nos 
canteiros (SETOR..., 2010).
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Sobre a questão de promover alfabetização, é necessário questionar a validade dessa formação, 
pois, deve‑se considerar a real necessidade do setor quanto à exigência desse nível, não seja apenas a 
instrução formal, a qual não contempla qualificações específicas para este tipo de profissional.
Schmidt (2011) explica que em termos de capacitação formal, a realidade brasileira não tem 
apresentado alternativas significativas que deem conta da formação profissional de operários.
As qualificações que os operários devem apresentar, tais como misturar 
bem uma argamassa, empilhar tijolos de modo a evitar perdas, vibrar bem 
o concreto para garantir sua homogeneidade e cuidar das ferramentas, 
raramente são levadas em conta ou valorizadas, pois além de não estarem 
associadas ao ensino formal são tidas como normais, ou seja, devem ser 
feitas por qualquer indivíduo (SCHMIDT, 2011, p. 170).
A oferta de cursos e treinamentos mais específicos para esse perfil profissional é escassa e quando 
existem costumam ser irregulares e restritas às grandes cidades.
Apesar do grande crescimento na construção civil, no Brasil, nos últimos anos, dos investimentos 
bilionários e da massiva geração de empregos no setor, não foi possível resolver um problema crônico 
que são as más condições de trabalho no canteiro de obras.
Alojamentos precários, riscos à integridade física e jornadas acima do limite permitido estão entre as 
irregularidades mais comuns. A mesma pesquisa indica uma taxa de informalidade em que de cada dez 
trabalhadores, apenas quatro têm carteira assinada, sendo que estas violações à legislação trabalhista 
não são exclusividade de pequenas obras e de empregadores descapitalizados.
Acidentes graves e até mesmo exploração de trabalho escravo também são recorrentes em 
empreendimentos de grande porte (BARROS, 2014).
Diante desse cenário, é clara a necessidade de ações que visem a melhor formação para o trabalho 
dos operários da construção civil, mas também ações que visem melhorias nas condições de trabalho.
5.4 Uso de força de trabalho terceirizada
O repasse de atividades da empresa a terceiros é conhecido no mercado como terceirização de 
serviços. A contratante concentra‑se em sua atividade principal e passa a manter uma relação de parceria 
com um prestador de serviços para os demais trabalhos. A contratação pode ser de serviços prestados 
por uma pessoa física, no caso da contratação de um profissional autônomo, ou jurídica, quando for 
contratada uma empresa especializada. Os serviços não devem ser relacionados às atividades fim da 
companhia contratante e não deve haver a existência dos elementos caracterizadores da relação de 
emprego, que são subordinação, habitualidade, horário, salários e direitos trabalhistas.
Medidas adotadas pelo Governo Federal, nos últimos anos, como o Programa Minha Casa Minha 
Vida, aceleraram o mercado da construção civil, geraram uma grande demanda para o setor. Com esse 
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estímulo, empresas do ramo perceberam que, em determinados momentos, não dispunham de mão de 
obra suficiente para atender a essa procura.
Dessa forma, para seguir atuando com excelência e pontualidade em suas atividades, as empresas 
investem na contratação de novos profissionais, aumentando a equipe fixa, ou apostam na terceirização 
da mão de obra.
Por outro lado, os elevados gastos com encargos sociais, admissão e demissão de pessoal, aparecem 
como elementos incentivadores para que as empresas construtoras busquem a terceirização das suas 
atividades fim, de forma total ou parcial, para tornarem‑se mais competitivas em termos de custos.
Embora ainda haja dúvidas entre as indústrias da construção civil, a terceirização de mão de obra já 
é uma realidade, e segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 70% das empresas, nas 
quais se enquadram as de construção civil, já utilizam maciçamente serviços terceirizados. Além disso, 
o mesmo estudo aponta que 84% das companhias pretendem manter e ampliar o uso desse modelo 
(SIENGE, 2016).
 Lembrete
A adoção da terceirização de serviços não representa apenas uma 
redução nos custos, mas também agilidade de reposição de profissionais 
para a realização de atividades contratadas.
5.5 Motivação e grau de comprometimento da força de trabalho com a 
construção civil
Segundo Sílvia Vergara (2000), motivação não é um produto acabado, mas um processo que se 
configura a cada momento, no fluxo permanente da vida. É um método responsável pela intensidade, 
direção e persistência dos esforçosde uma pessoa para o alcance de uma determinada meta.
Tem caráter de continuidade, o que significa dizer que você sempre deve ter alguma coisa a sua 
frente para motivá‑lo. O estudo da motivação comporta a busca de princípios gerais que auxiliem a 
compreender, porque seres humanos e animais em determinadas situações específicas escolhem, iniciam 
e mantêm determinadas ações.
A motivação é o que dirige ou sustenta os esforços de uma pessoa. Todo o comportamento, exceto 
reflexos involuntários, é motivado. É a disposição para fazer algo, condicionada pela capacidade de satisfazer 
alguma necessidade do indivíduo e está inserida na vida das pessoas, no contexto do trabalho ou não.
A motivação e o comprometimento são fundamentais para que as pessoas trabalhem com 
produtividade e busquem a qualidade, entretanto, para conseguir que essa força de trabalho funcione 
como tal, primeiramente, é necessário atender às necessidades básicas desses trabalhadores.
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É sabido que a mão de obra da construção civil é caracterizada, em sua maioria, por pessoas com 
baixa qualificação, baixa instrução, baixo grau de escolaridade e que usam muito esforço físico para 
exercer suas funções, e que vários desses trabalhadores exercem suas profissões em locais insalubres e 
sem higiene básica, além de sofrerem com insolação e intempéries.
Diante desse quadro, garantir que as necessidades dos trabalhadores sejam atendidas é um desafio 
grande para a empresa e para os gestores da mão de obra.
A teoria de Maslow é conhecida como um dos mais importantes conceitos de motivação, segundo 
a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, em uma hierarquia de 
importância e de influencia.
Essa hierarquia de necessidades pode ser visualizada como uma pirâmide, representada na figura a 
seguir. Maslow explica que, os operários sempre estarão mais motivados à medida que suas necessidades 
são atendidas e se ascende na pirâmide (CHIAVENATO, 2003, p. 329).
Necessidade de 
autorrealização
Necessidade de estima
Necessidades sociais
Necessidades de segurança
Necessidades fisiológicas
Necessidades 
secundárias
Necessidades 
primárias
Figura 23 – Hierarquia das necessidades humanas
Na base da pirâmide, estão as necessidades de nível mais básico, ou seja, necessidades fisiológicas: 
como comida, água, ar, moradia, entre outras. Somente quando as necessidades básicas são atingidas, 
escala‑se em direção às hierarquias mais altas, até atingir a autorrealização, no topo da pirâmide.
O resultado de um estudo sobre motivação da mão de obra nos canteiros mostrou que o operário da 
construção civil anseia por um canteiro de obras bem estruturado, com higiene nas áreas de vivência, boas 
instalações sanitárias e segurança. Deve‑se ter em mente que grande parte da vida dos trabalhadores 
da construção se dá na obra, e um ambiente de trabalho agradável, com certeza, influenciará muito 
favoravelmente no seu bem‑estar.
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Fica claro que, um bom ambiente de trabalho pode levar ao aumento da produtividade, à redução 
de acidentes e à diminuição da rotatividade da mão de obra, assim, ter um local agradável deve ser uma 
prioridade para as empresas que buscam ser competitivas. A implementação de melhorias das condições 
de segurança e higiene é fundamental para a companhia conseguir qualidade na obra.
Portanto, um bom canteiro de obras é fundamental para uma produção eficiente. O planejamento e 
a organização da logística do canteiro são de suma importância para a produtividade nas obras, um bom 
canteiro diminui deslocamentos, reduz tempo de cargas e descargas e faz com que as operações sejam 
mais seguras. Todos esses fatores implicam em promover a motivação da mão de obra.
5.6 A qualidade e a produtividade da força de trabalho
A mão de obra é o recurso mais precioso participante da execução de obras de construção civil. 
Por isso, merece a devida atenção, não somente porque representa alta porcentagem do custo total, 
mas, principalmente, porque a organização está lidando com seres humanos, que têm uma série 
de necessidades que devem ser supridas. Tendo isso em vista, a produtividade da mão de obra é de 
fundamental importância para as empresas da construção civil, pois significa um melhor emprego do 
bem mais importante das empresas, o capital humano (VENTURINI, 2011).
A produtividade da força de trabalho pode ser definida como o intervalo necessário para uma pessoa 
realizar um serviço com determinadas ferramentas ou equipamentos. Por exemplo, se um pintor leva 
uma hora para pintar 5 m² de parede, sua produtividade é de 0,2 Hh/m² (lê‑se homem‑hora por metro 
quadrado) (VENTURINI, 2011).
Se as características dos trabalhos sempre fossem as mesmas, o controle seria simples e a 
produtividade seria constante. No entanto, na construção civil, muitos fatores interferem na execução 
de um determinado serviço.
A disponibilidade de materiais e equipamentos, a complexidade das tarefas e até o pagamento em 
dia afetam o trabalho dos profissionais, aumentando ou diminuindo sua produtividade.
De acordo com Venturini (2011), é importante que os responsáveis pelo gerenciamento da mão de 
obra tenham uma ideia da produtividade dos serviços realizados durante a obra, pois, assim, pode‑se fazer 
um bom planejamento do trabalho e identificar deficiências que gerem prejuízos. Alguns construtores 
fazem o registro histórico da produtividade de suas equipes e usam esses valores para estimar o tempo 
que será gasto em suas novas obras. Então, tal medição é importante, tanto para buscar uma maior 
produtividade da mão de obra, como para um melhor planejamento de futuras obras.
Também vale salientar que a produtividade da mão de obra é importante para o prazo das obras, pois 
influi diretamente no tempo de execução de uma tarefa, principalmente, se mantivermos constante os 
recursos utilizados para esse serviço.
Ao aumentar os recursos humanos para realizar uma determinada atividade na construção civil, 
o tempo para a execução desse trabalho será reduzido, mesmo que não seja de forma proporcional. 
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Porém, esse crescimento dos recursos tem um impacto direto no orçamento, elevando os custos de 
execução. Por outro lado, o aumento da produtividade irá reduzir o tempo de execução sem impactar o 
orçamento previamente determinado (VENTURINI, 2011).
Então, a performance do colaborador é muito importante para a eficiência das empresas. Diante disso, 
sabe‑se que o desempenho de um trabalhador depende do seu conhecimento e da sua experiência, e, 
também, do ecossistema em que está inserido, dos líderes e das tecnologias disponíveis no local de trabalho.
Os líderes (gestores) devem sempre ter a preocupação de melhorar as condições de trabalho e 
ampliar a satisfação dos colaboradores, com especial atenção às relações humanas, pois, assim, cria um 
ambiente propício ao aumento de produtividade em todos os setores da empresa e, consequentemente, 
na obra de construção civil como um todo.
Outros pontos importantes, na busca por implementar a produtividade junto à mão de obra, são:
• Estabelecer objetivos e metas de forma clara junto aos colaboradores, pois, para se controlar os 
resultados dos trabalhadores, estes devem saber ao certo o que é esperado deles.
• Monitorar, medir e recompensar as metas atingidas individualmente. Depois de estabelecidos os 
objetivos, é importante fazer um monitoramento constante para saber se os resultados desejados 
estão sendo alcançados. Após medir os resultados, também é importante que se recompensem os 
trabalhadores que atingiram as metas anteriormente estabelecidas.
• Realizar reuniões diárias e reconhecer os trabalhadores que estão atingindobons resultados, pois 
as reuniões são importantes para deixar os funcionários mais seguros e também bem informados. 
É importante que haja sempre uma conversa franca e transparente com os colaboradores, e ainda 
expressar o reconhecimento dos trabalhadores que atingiram as metas estipuladas.
• Proporcionar um bom ambiente de trabalho é fundamental para o trabalho em equipe. É importante 
que o gestor estimule uma convivência saudável, minimizando atritos e dando bons exemplos de 
liderança, buscando estimular o entusiasmo e ajudando os trabalhadores nas dificuldades que eles 
encontrarem no dia a dia da obra.
• Demonstrar oportunidades de crescimento dentro da empresa, pois, para que os trabalhadores se 
esforcem, é necessário que haja espaços para evolução, só assim eles vão sentir‑se motivados a 
empregar todo o empenho no trabalho.
Segundo dados do Sebrae (2017), outro fator de grande importância e que vem sendo cada vez 
mais perseguido na construção civil é a qualidade. Isso porque os clientes estão progressivamente 
mais exigentes e orientados quanto aos seus direitos, portanto, exigem, cada vez mais, qualidade do 
produto final.
A qualidade dos recursos humanos é, indiscutivelmente, uma das principais causas de sucesso ou 
fracasso de uma empresa. Apesar disso, alguns empreendimentos selecionam e contratam funcionários 
sob uma política de salários baixos.
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Essa política permite economia no curto prazo, mas implica, em médio prazo, o aumento de custos por causa 
de baixa produtividade, baixa qualidade, ausências e curto período de permanência do funcionário na função.
Diante disso, para obter mais qualidade da força de trabalho, a empresa deve, além de contratar bons 
funcionários, investir no seu treinamento e qualificação.
É fato que muitos profissionais da construção civil desenvolveram suas profissões na prática, no dia a 
dia da produção, contudo, isso acarreta vícios que podem ocasionar um trabalho com menor produtividade.
Alguns empresários acreditam que o treinamento e a capacitação dos funcionários é um desperdício, 
pois quando um empregado se desligar da empresa o valor investido será perdido, mas, na verdade, 
o resultado de um colaborador capacitado compensa o investimento em sua capacitação mesmo se 
houver um curto período de permanência na instituição.
Mesmo uma empresa de pequeno porte deve estabelecer um processo de recrutamento, seleção 
e capacitação dos funcionários com mais cuidado do que, geralmente, se faz. Ela deve ser focada em 
encontrar o profissional mais capacitado para a vaga, conforme o perfil necessário.
Após a contratação, o funcionário deve ser integrado à empresa e apresentado a todos os empregados 
e setores. Deve‑se falar para ele sobre a companhia, seus produtos e como tem de ser sua filosofia de 
trabalho.
A qualificação precisa ser estimulada, e o ideal é que seja uma ação conjunta entre empresas, governo 
e profissionais do setor.
Há alguns anos, o perfil do profissional da construção mudou, pois seu tratamento evoluiu de uma 
condição de um “peão de obra” para, hoje, ser tratado como um colaborador da empresa e sob uma 
situação melhor. Portanto, a mão de obra começou a oferecer, cada vez mais, um trabalho melhor.
É possível, ainda, aprender o trabalho no próprio canteiro de obras e, via de regra, os profissionais 
acabam executando a função sem cursos formais.
A capacitação no canteiro é sempre muito rápida e existem elementos importantes para a construção 
civil que não são trabalhados nestes momentos. São eles:
• A normatização.
• A segurança.
• O orçamento.
• As propriedades dos materiais.
• O processo construtivo.
• A preservação do meio ambiente.
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Quando o profissional é qualificado ele procura seguir todas as normas. Caso ele não tenha essa 
formação, pode comprometer o resultado final da obra. Logo, quando o profissional não é qualificado é 
possível que gere um prejuízo muito grande durante o processo da obra, que envolve perda de tempo, 
retrabalho e desperdício de material.
Existem, basicamente, dois fatores que interferem no resultado final de uma obra: a qualidade do 
material e a mão de obra. Ou seja, se não houver uma mão de obra competente, o bom material será 
ineficiente.
Além do resultado ser comprometido, a falta de qualificação da mão de obra prejudica o próprio 
trabalhador, pois acaba sendo um simples realizador de tarefas. Quando o colaborador passa por uma 
formação, ele conhece o processo construtivo e pode até questionar os métodos de trabalho, e, assim, a 
probabilidade de cometer um erro grave na obra é menor.
É possível concluir que todo o processo construtivo vai ter qualidade satisfatória, na medida em que 
utiliza um projeto bem elaborado, materiais certificados e profissionais qualificados.
6 COMPATIBILIZAÇÃO DO PROJETO COM A EXECUÇÃO DA OBRA
6.1 Definições de projetos
De acordo com a norma brasileira NBR 13.531 de 1995 (ABNT, 1995), a elaboração de um projeto é 
definida como a antecipação da fabricação do objeto a ser projetado, que, nesse caso, trata‑se de uma 
obra civil, e deve respeitar a todos os princípios técnicos existentes para engenharia e arquitetura. A 
norma ainda descreve as etapas dos projetos desde a sua fase inicial, do levantamento topográfico até 
o projeto definido para a execução.
O projeto é um trabalho complexo que visa alcançar soluções criativas, funcionais e econômicas. Além 
disso, deve responder às necessidades de seu cliente e se ajustar à legislação vigente no que diz respeito às 
leis de zoneamento e ao meio ambiente. A elaboração de um projeto exige o conhecimento de elementos 
e técnicas, de maneira que considere as formas e as funções para atingir os efeitos pretendidos.
Um projeto deve apresentar todas as suas especificações, ideias e normas que levam à concepção 
de um desenho com as transformações sofridas ao longo do tempo no setor de incorporações e das 
empresas construtoras, esse termo vem se atualizando de forma a acompanhar a modernização e os 
avanços tecnológicos.
A coordenação dos diversos projetos que fazem parte de uma construção civil passou a ser necessária 
e imprescindível para um resultado final coerente com os padrões de qualidade vendidos e almejados. 
Atualmente, qualquer empresa que quiser sobreviver no mercado competitivo deve ter como base a 
racionalização e a viabilidade da construção.
Portanto, se faz necessária a elaboração de uma gestão coordenada da construção, para que, ao 
longo de todas as etapas da obra, apresente resultados satisfatórios na redução de custos, tempo e 
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materiais, destacando a importância do plano em qualquer projeto para, efetivamente, colocar em 
prática a racionalização.
A ferramenta para início de racionalização é a compatibilização adequada dos projetos envolvidos, 
do planejamento e do controle. Planejar e controlar o projeto são atividades mutuamente exclusivas, 
pois uma não existe sem a outra. Inicialmente, é preciso planejar sua duração em todas as suas fases. 
Para isso, deve‑se conhecer em detalhe cada parte do produto, definir os tipos de insumos a serem 
empregados, interligando‑os com seus componentes, e estabelecer um plano de contas.
Deve‑se, também, estabelecer a estrutura organizacional que se implementará no projeto, definindo 
logo um responsável para cada componente do produto. Em seguida, é preciso quantificar os recursos 
necessários à execução e saber como distribuí‑los durante as atividades que compõem o projeto. O 
próximo passo é orçar os custos diretos e indiretos, distribuí‑los ao longo do tempo, obtendo‑se assim 
o cronograma físico‑financeiro.
Paralelamente, é preciso coletar dados durante sua execução, transformá‑los em informaçõese, com 
elas, alimentar o sistema de controle do projeto.
Comparar o que foi planejado com os resultados obtidos e, se necessário, corrigir os desvios por meio de 
ordens de alteração às partes envolvidas. Tais correções de desvios são feitas nos cronogramas, e também nos 
orçamentos planejados, tantas vezes quantas forem necessárias para manter o projeto no rumo desejado.
De acordo com uma instituição que associa profissionais de gestão de projetos, a PMI, projeto é uma 
iniciativa não rotineira, de natureza temporária, com início, meio e fim, caracterizada por uma sequência 
clara e lógica de eventos, com objetivos e metas bem definidas, que se destina a criar um produto 
ou um serviço novo, apresentando parâmetros predefinidos de tempo, custo e equipe de qualidade, 
que conduzam a resultados exclusivos. Por vezes, o projeto pode apresentar características de uma 
elaboração progressiva.
6.2 Conceitos de compatilização
Partes de alguma coisa devem ocupar o mesmo espaço de maneira harmoniosa sem que ocorram 
conflitos ou interferências entre eles, este é o significado dos conceitos de compatibilização.
No caso da engenharia civil, essa alguma coisa pode ser exemplificada através de informações, 
memoriais de cálculos e desenhos. Tais dados precisam ser consistentes e confiáveis a fim de que tudo 
ocorra com transparência até a entrega da obra e durante a utilização e a manutenção da edificação. O 
objetivo é destacar a importância da compatibilização e tudo o que está ao seu redor.
Tal prática pode ser utilizada em pequenas e até grandes obras, por pequenas e grandes construtoras. 
Para tanto, é importante tornar a compatibilização uma prática rotineira nos escritórios, assim como se 
faz rotineiramente medições, verificações, checklist em projetos e obras; e tentar acabar com o estigma 
de que reunião de compatibilização de projetos não tem nenhum efeito e sempre se torna um grande 
bate‑papo entre amigos e colegas de profissão.
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Segundo Limmer (1997), o que se pode observar, tanto na execução quanto no gerenciamento 
da maior parte das construções habitacionais, é a predominância de um sistema informal. Não há, 
entre as várias equipes participantes do processo, a integração mínima e necessária para racionalizar os 
procedimentos de implementação do projeto.
Assim, o arquiteto desenvolve o projeto de arquitetura, com base no qual o engenheiro de estruturas 
lança e calcula a estrutura e, por sua vez, os engenheiros de instalações elétricas, hidráulicas e de 
telecomunicações elaboram o projeto de sua especialidade. Cada um realiza o trabalho segundo a 
sua percepção, sem trocar informações com os demais integrantes do processo de criação, pois essa 
transferência demanda tempo. Surgem aí as incompatibilidades de projeto, que só virão à tona no 
momento de execução, isto é, durante a obra.
Como exemplo do que ocorre, com certa frequência, em obras espalhadas por todo país, temos tubos 
atravessando vigas de sustentação ou cruzando lajes (onde certamente serão amassados, tornando‑se 
inúteis como condutores), pilares e vigas que formam nichos indesejáveis ou obrigam um engrossamento 
de paredes, ou cotas erradas que exigem um retrabalho, havendo até casos de inversão da planta em 
relação ao terreno.
 Lembrete
A compatibilização dos vários projetos envolvidos numa construção 
civil influencia diretamente nos custos de uma obra, pois evita retrabalhos 
que envolvem desperdício de tempo e de materiais.
6.3 Projeto arquitetônico
Esse é o projeto que tem a função da materialização de uma ideia, de dar formas geométricas ao 
resultado do estudo de viabilidade e do que o cliente deseja. Ele precisa ser multidisciplinar, pois lidará 
com todo o tipo de profissional, desde o engenheiro ou mestre da obra até o cliente, que pode ser um 
médico, empresário ou qualquer outra pessoa.
O arquiteto deve ser capaz de traduzir as necessidades daqueles que vão ocupar os espaços projetados, 
através da melhor tecnologia construtiva disponível ou buscando novas soluções. Precisa traduzir suas 
decisões de projeto em um documento (o projeto de arquitetura), esclarecendo, com todos os detalhes 
possíveis, como terá de ser conduzida a obra que resultará na edificação a ser construída. Esse profissional 
necessita estar presente em todas as fases da obra. Como cabe ao arquiteto a criação, ele também é 
responsável por transmitir todas as informações para os outros participantes do empreendimento, a 
gerência e o desenvolvimento de seu projeto.
Em resumo, tal profissional faz um levantamento de dados, que seria o estudo de viabilidade; 
faz um estudo preliminar da edificação e, em seguida, concebe um anteprojeto. Logo, inicia‑se a 
compatibilização do projeto criado com o que deve ser legalizado. De posse de um anteprojeto, o 
arquiteto encaminha‑o para legalização e, em alguns casos, simultaneamente, já se inicia a etapa de 
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projetos complementares: estrutural e de sistemas elétricos e hidrossanitários. Nesse momento começa 
a fase crítica de compatibilizar todas as informações oriundas de diferentes especialidades para dar 
andamento aos projetos.
Segundo Salgado (2007), o desenvolvimento do projeto de arquitetura pode ser entendido como 
um processo gerencial, traduzido em uma sequência linear de etapas, que englobam a compreensão do 
problema, a produção de uma solução projetual e a avaliação dessa solução. Mas também precisa ser 
entendido como um processo criativo, interativo e aberto. As fases envolvidas num projeto se completam 
ao longo do tempo, com a participação de diversos profissionais e agentes, que, com suas características 
pertinentes a cada uma das diferentes especialidades, geram um ambiente multidisciplinar ideal para o 
desenvolvimento do empreendimento.
O resultado será a elaboração de um projeto executivo, no qual serão interligadas todas as informações 
dos projetos complementares e suas possíveis incompatibilidades.
Com base no manual de contratação de serviços de arquitetura e urbanismo da Associação Brasileira 
de Escritórios de Arquiteturas (ASBEA, 2000) e a norma NBR 13531 (ABNT, 1995), podemos definir e 
detalhar as etapas e os agentes envolvidos.
A primeira etapa é definida a partir do levantamento de dados para compreender o objetivo do 
empreendimento; da elaboração de um programa de necessidades do cliente; de informações sobre 
a aquisição do terreno e do código de obras do município a ser obedecido pela obra; além de outras 
informações que se fizerem relevantes no transcorrer do projeto.
O arquiteto deve comandar essa etapa que contará com a participação do cliente e de uma equipe de 
levantamento topográfico para coletar as informações no local. Feito isso, a próxima fase é a elaboração 
de um estudo preliminar que contará com a participação do arquiteto e do cliente. Tal profissional deve 
adotar um ponto de partida arquitetônico que terá de constar na configuração da edificação e em sua 
respectiva implantação no terreno, incorporando o desejo definido pelo cliente.
Concluído o estudo anterior, já é possível elaborar um anteprojeto com a participação de um 
gerenciador e projetistas complementares, somando‑se ao arquiteto e o cliente.
Com o anteprojeto, já é possível obter um esboço com prováveis soluções e respectivas especificações 
técnicas. Nessa fase, são considerados aspectos construtivos como pré‑dimensionamento estrutural e 
concepção básica de instalações para fazer uma avaliação de prazo e de custo.
Tomadas as decisões preestabelecidas anteriormente, o arquiteto está capacitado a elaborar o projeto 
legal. Essa fase tem como um dos requisitos principais o fato de o projeto estar dentro dos parâmetros 
legais do município e atender ao programa de necessidade do cliente.
Cabe ao arquiteto e ao cliente a apresentação dadocumentação exigida pelos órgãos licenciadores 
para que a obra funcione dentro da legalidade. Alguns arquitetos se utilizam de artifícios não 
recomendados, que consistem na entrega do projeto de legalização com algumas particularidades para 
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ocultar algumas soluções futuras que serão incrementadas no projeto de execução. Assim, um cômodo 
da casa que pode ser lançado como um lavabo ou um depósito poderá se transformar em uma caixa 
de elevador no projeto de execução. Da mesma forma, o compartimento onde se encontra o projeto do 
telhado e a localização das caixas d’águas podem ser transformados em um sótão no qual o morador 
poderá usar para diversas finalidades de seu livre interesse.
Todas essas particularidades exemplificadas são para diminuir os encargos na legalização do imóvel 
e tornar o projeto viável para legalização. Lembrando que, apesar de sempre haver a necessidade de 
ajustes durante a obra, o projeto executivo não poderá fugir muito de suas características originais.
Com a liberação das licenças de obras, a equipe de projetos, composta de todos os envolvidos 
anteriormente já está desenvolvendo um pré‑projeto executivo. Nessa fase, são compatibilizadas 
quaisquer informações trocadas pelos participantes que terão como resultado um projeto executivo 
devidamente compatibilizado, para evitar possíveis interferências entre a arquitetura e os demais 
sistemas para dar início à execução da obra.
Encerrando essa cadeia, compõem‑se projetos complementares para detalhamentos de execução de 
técnicas construtivas, em escala apropriada, para melhor esclarecimento às equipes em campo. Convém 
salientar que a sequência de uma obra não é absoluta, isto é, não se aguarda o fim de uma etapa para dar 
início à próxima, mas assim que, atingido certo grau de desenvolvimento de uma fase, dela extraem‑se 
dados para iniciar a seguinte, ganhando‑se, com isso, no prazo total de execução do empreendimento.
6.4 Projeto estrutural
O projeto estrutural tem a função de dimensionar de forma segura, eficaz, e dentro das possibilidades 
econômicas, a ideia concebida pelo arquiteto. Deve fazer com que a estrutura elaborada se comporte em 
harmonia com as particularidades da arquitetura.
Todo o profissional envolvido nas etapas de projeto de uma edificação deve seguir os padrões 
estabelecidos em normas para que fique respaldado legalmente e seguro no que ele está projetando. 
O engenheiro de estrutura é o profissional que deve estar sempre com a norma ao seu lado, pois o seu 
projeto é o de maior responsabilidade, já que lida com a segurança física do empreendimento como um 
todo. Esse profissional viabiliza as ideias elaboradas pelo arquiteto.
Sabendo da importância da norma, a NBR 6118 (ABNT, 2014) afirma que o projeto de estrutura tem 
que obedecer aos requisitos de qualidades e conformidade. Logo, é preciso elaborar um projeto que 
tenha a capacidade necessária para ter segurança à ruptura, condições plenas de utilização e de serviços 
durante sua vida útil e durabilidade.
A norma estabelece, no que diz respeito à qualidade, que o projeto deverá ter uma solução estrutural 
compatível com a arquitetura, ser funcional, estar de acordo com as técnicas construtivas e integrado 
com os demais projetos (elétrico, hidráulico, ar‑condicionado, entre outros) elaborados pelos outros 
profissionais envolvidos com a aprovação do contratante. O resultado de um projeto elaborado pelo 
engenheiro de estrutura é constituído por desenhos, especificações e critérios de projetos.
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Essas informações poderão estar no próprio desenho ou em documento separado (memorial de 
cálculo). As principais etapas de um projeto estrutural correspondem à criação de um modelo ou esquema 
estrutural, a partir das cargas que atuam nessa estrutura, do cálculo dos esforços e deformações, do 
dimensionamento das peças de acordo com esses esforços, levando em conta o fator de segurança e o 
detalhamento do projeto para execução.
As estruturas convencionais que sustentam a edificação são basicamente fundações, pilares, 
vigas e lajes. Partes essas, que correspondem tanto à segurança da edificação quanto ao seu colapso 
(desmoronamento), como também as possíveis patologias (trincas e quedas de revestimento). Para obter 
sucesso em um projeto de estrutura, o calculista ou projetista precisa estudar a fundo para que se tenha 
uma racionalização das peças da estrutura e de seus componentes, deve especificar os tipos de materiais 
a ser empregados e suas características, além de estudar o solo, pensando numa possível solução para a 
fundação adaptada ao tipo de projeto pretendido.
Dessa forma, podemos destacar que as bases de um bom projeto de estrutura são: segurança, 
durabilidade, economia, resistência às intempéries e sustentabilidade. Se um desses pilares for 
desconsiderado, corre‑se o risco de perder sua funcionalidade. O foco do projeto de estrutura é seguir 
sempre o projeto arquitetônico e quando isso não for possível abre‑se um diálogo entre o arquiteto e o 
construtor para se chegar a uma solução adequada.
Contudo, existem outras questões a serem abordadas que os projetistas se deparam na sua rotina de 
trabalho que merecem ser destacadas.
De acordo com Vasconcelos (2014), após uma análise minuciosa de acidentes ou defeitos graves, é 
importante estudar os acidentes ocorridos e as suas causas. Abordam‑se, assim, questões pertinentes 
a fim de que sirvam de aprendizado para futuros projetistas e para que eles possam aprender com os 
erros de outros e não venham cometê‑los de forma recorrente. Vasconcelos (2014) descreve e enumera 
quatro tipos de problemas mais comuns dentro do desenvolvimento de um projeto estrutural:
Contratação de um projeto com prazo político
Seria a existência de uma “febre doentia” na tomada de decisão, o que exige o início do projeto antes 
de coletados os dados indispensáveis para implantação da obra. É como se a etapa de planejamento 
fosse suprimida ou realizada simultaneamente à outra, sendo que uma depende do resultado da outra 
para o êxito. A data da entrega final do projeto para execução é fixada antes mesmo de conhecer as 
dificuldades a serem vencidas. Dificuldades essas que podem ser exemplificadas por: desapropriação 
com processos jurídicos intermináveis, interferências com serviços públicos, que precisam se deslocados, 
alterações no tráfego durante determinados períodos, dificuldades de importações de equipamentos, 
entre outras. Se o trabalho for iniciado ignorando tais dificuldades, que possivelmente serão resolvidas 
ao longo do tempo, o projeto será feito às pressas para atender o tempo estimado no contrato, mesmo 
com conhecimento de que não irá dar certo.
O resultado dessa decisão imponderada é a perda de tempo com retrabalhos, já que o projeto é 
desenvolvido, com prazos mais apertados. É provável que o contratante não queira pagar o novo projeto 
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ou suas revisões, o que deixa evidente o erro de contratação na fase imprópria. Tal projeto, na melhor 
das hipóteses, será feito de forma imprecisa e o resultado será, no mínimo, um projeto antieconômico.
Concorrência desleal e suas consequências
Alguns contratantes julgam‑se negociadores, contratando projetos por preços extremamente 
baixos e se vangloriam disso com seus superiores. Simulam concorrências fictícias afirmando que o 
preço proposto está muito exagerado e que possuem concorrentes com porcentagens menores que 
o preço proposto. Nessa negociação, confirmam o desejo de contratar tal calculista, que iniciou com 
o preço justo, mas, diante de tal diferença, o contratante afirma que se sente obrigado a contratar 
o outro, o fictício, pressionando, assim, o calculista a baixaro preço. Feita a proposta fictícia, afirma 
que não revela quem é o concorrente por questão de ética. Fazendo tal procedimento, o contratante 
consegue, no final, contratar um calculista por um valor muito inferior ao razoável. Essa prática cria 
mudanças nas leis de mercado.
O argumento usado para tal depreciação é afirmar que o trabalho é simples, conseguindo assim 
pagar menos pelo serviço, a fim de querer encurtar os prazos. Em consequência dessas práticas, o 
profissional que aceitá‑las fará seu trabalho com menos zelo. Os projetos gerados pelo computador 
serão preparados com a máxima economia de plantas. Estes saem da máquina e vão diretamente para 
o contratante, por vezes, sem qualquer verificação.
Ceder diante das exigências dos arquitetos de grande criatividade
Muitos arquitetos podem pensar numa estrutura para suportar o que imaginam e preestabelecem 
medidas razoáveis, mas também existe o contrário, outros que fazem projetos inviáveis, mesmo que 
ouçam o argumento de que as normas estruturais não permitem tais dimensões. Tais arquitetos, diante 
desse argumento, chegam até a ficar indignados e afirmam que se o calculista não é capaz de projetar 
isso, ele irá procurar outro capaz. Esses arquitetos, sem perceber o absurdo do que afirmam, não têm 
condições para discernir entre um bom e um mau projeto estrutural. Mesmo diante de erros em sua 
concepção, atribuem o fato a falhas construtivas.
Quando um arquiteto tem consciência de que o trabalho conjunto com o calculista estrutural foi 
elaborado de maneira a se obter resultados benéficos, o resultado é satisfatório, dentro das normas, 
e com funcionamento próximo ao ideal. Cada um desempenha o seu papel com boa vontade e com 
respeito mútuo.
Convivência com o perigo: existem projetistas extremamente audaciosos e, quanto mais prática 
possuem, mais arrojados tornam os projetos. Se desobedecer às normas resultar em economia e em 
mais chances de se obter um contrato, tais projetistas não hesitam em criticar o projeto de um colega. 
Eles acabam trabalhando com carregamentos menores, pois os coeficientes de seguranças cobrem a 
diferença, alguns acham até que o cumprimento da norma é exagerado e leva a um maior consumo 
de concreto, afirmam que a carga de vento é muito onerosa, pois não se considera a capacidade 
resistente das alvenarias. O contratante acaba aceitando tais explicações, já que são dadas por um 
profissional com experiência.
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Os profissionais corretos que respeitam as normas e os que já tiveram problemas anteriores com tais 
práticas ficam excluídos dessas competições.
6.5 Projeto elétrico
Sistema que faz a energia fluir por toda a edificação para que os usuários possam desfrutar 
dos confortos fornecidos pelos aparelhos domésticos existentes no mundo moderno. Esse projeto 
poderá ser elaborado por um engenheiro civil dependendo da carga envolvida. A norma NBR 5410 
(ABNT, 2005) estabelece que a norma usada em questão deva ser aplicada para projetos com 
tensão nominal a 1000 V em corrente alternada, e frequência inferior a 400 Hz ou 1500 V em 
corrente contínua. Caso o empreendimento requeira características superiores, o mais indicado é a 
contratação de um engenheiro eletricista que dará todo o suporte técnico necessário à elaboração 
e ao funcionamento do projeto. O projeto elétrico é elaborado com base na planta de arquitetura 
e a partir da demanda de energia elétrica que as famílias hoje necessitam para seu bem‑estar. 
Para isso, o projeto arquitetônico deverá ser humanizado, ou seja, precisa prever a utilização de 
possíveis aparelhos domésticos para que o engenheiro estabeleça os pontos de tomadas, pontos 
de luz, quadro de distribuição e rede de eletrodutos para distribuir os circuitos a todas as partes 
das edificações.
O sistema de acionamento das lâmpadas e tomadas precisa estar em harmonia com os padrões de arquitetura; 
e a passagem e a distribuição dos eletrodutos devem estar compatibilizados com a estrutura da edificação como, 
por exemplo, as caixas de ponto de iluminação, a distribuição de circuitos nas lajes e os furos em vigas.
Uma das soluções adotadas frequentemente em projetos é a execução do rebaixamento do teto com 
auxílio de materiais para locação das instalações elétricas em conjunto com as estruturas da edificação.
Os problemas mais comuns encontrados no projeto de instalações são o mau posicionamento 
dos eletrodutos e a localização de pontos de tomadas e de luz que não coincidem com a realidade 
do projeto executivo. Outra ocorrência é a elaboração do projeto elétrico com base no projeto legal 
devido ao curto prazo na produção do projeto executivo, acarretando um aumento de possibilidades de 
incompatibilização na fase de execução.
6.6 Projeto hidrossanitário
Sistema que tem a função de fornecer as condições básicas da vida humana: água e saneamento 
no dia a dia, tornando a vida mais saudável. O sistema sanitário tem de ser protegido para que não 
contamine o padrão de potabilidade do sistema hidráulico. O conjunto dos dois sistemas não deve 
jamais estar em contato com o sistema elétrico, pois pode gerar graves acidentes.
As premissas do projeto de instalações hidráulicas são baseadas no consumo de água, nas vazões 
e na oferta de água, buscando sempre o uso racional da água. No cenário atual, devido à exigência 
do consumo racional de água, há a necessidade de se projetar um sistema de captações e reuso para 
amenizar o problema. As instalações hídricas e sanitárias que compõem uma edificação são projetadas 
e dimensionadas seguindo o projeto estabelecido pelo arquiteto. Podem ter seu traçado de tubos de 
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quedas, suas colunas de ventilação etc., preestabelecidos pela posição do shaft, que corresponde a uma 
passagem específica de todas as tubulações.
As normas NBR 5626 e NBR 8160 (ABNT, 1998; ABNT, 1999) estabelecem que para o controle da 
garantia de qualidade do projeto, este deve passar por algumas etapas fundamentais de requisitos, que 
são: o estudo das alternativas de traçado; o atendimento às necessidades do cliente; o atendimento 
às normas; a compatibilização com os demais sistemas; a análise crítica do dimensionamento; a 
construtibilidade e manutenção do projeto; a adequação ao detalhamento da documentação e desenhos, 
no sentido de facilitar a execução do sistema; e o registro das não conformidades para retroalimentação 
de diretrizes iniciais.
As instalações devem passar por uma compatibilização com o sistema estrutural, a fim de que o 
calculista possa avaliar as melhores posições para realizar furos em vigas e lajes, que não comprometam 
a segurança e o funcionamento da estrutura. Esses aspectos são de grande importância, principalmente, 
em casos com tubulações de grandes diâmetros.
Uma nova temática do projeto hidráulico nos dias atuais é a sustentabilidade do sistema. 
Cada vez mais, arquitetos buscam a elaboração de casas sustentáveis em relação ao uso da água. 
Isso requer novas ideias para projetar sistemas de captação, como cisternas e tubulações para a 
reutilização de água pluvial ou proveniente das áreas de serviço. Isso demanda novas concepções 
arquitetônicas e compatibilizações com os demais sistemas, devido ao possível aumento no número 
de tubulações existentes. A modernização do sistema hidráulico, pensando no alinhamento do 
projeto arquitetônico à sustentabilidade, agrega valor ao projeto se esse for comparado aos projetos 
mais conservadores.
6.7 Procedimentos de compatibilização
A análise de interferências deve ser realizada dentro das possibilidades, antes da execução da 
obra, pois um bom projeto precisa estar sempre revisado para evitar contratempos que encareçam 
o trabalho, que possam comprometer o cronograma de obras ou que desperdicem o tempo dos 
profissionais com retrabalhos.
A forma mais tradicionalde se fazer a compatibilização de projetos na construção civil é por 
meio da sobreposição dos desenhos manualmente, por meio do sistema CAD 2D, entre outros.
Essa técnica sempre funcionou muito bem, no entanto, se forem considerados todos os detalhes 
que existem, atualmente, nos projetos de edificações, é praticamente impossível analisar interferências 
com precisão. Dentro de um mesmo empreendimento podemos encontrar projetos estruturais, 
hidrossanitários, elétricos, de telecomunicação, de segurança, de climatização, de tubulações de combate 
a incêndio, entre tantos outros, que variam conforme o porte da edificação.
Assim, nos dias de hoje, as quatro formas mais comuns para realizar a compatibilização de projetos 
na construção civil são:
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• Manual: uma maneira bem tradicional, muito utilizada no passado, quando ainda não era 
frequente o uso de computadores. As pranchas eram impressas em papel vegetal, comparadas 
e analisadas por meio da sobreposição de cada projeto. Essa sobreposição manual de desenhos 
era realizada para identificar os problemas, que seriam, posteriormente, documentados, com 
apresentação das devidas alterações para solucioná‑los. A desvantagem desse processo é a demora 
e o risco de erros, devido ao grande volume de informações que devem ser verificadas.
• Com programas CAD 2D: é uma forma um pouco menos desgastante e demorada do que a 
manual, porém ainda é limitada e ineficiente na detecção de interferências dos projetos prediais 
estruturais e complementares. Os desenhos não são legíveis a ponto de se verificar todos os 
detalhes de plantas, cortes e elevações.
• Com modelos 3D: é uma evolução ao processo de análise em 2D, também possível de se fazer 
pelo CAD, mas ainda é limitada apenas ao desenho, sem garantir a visualização e o estudo das 
informações de cada projeto.
• Com modelagem de informação: essa maneira de realizar a compatibilização de projetos 
na construção civil é possível com a concepção de projetos em Building Information Modeling 
(BIM). Além do desenho em 3D, o BIM inclui elementos paramétricos, ou seja, ele une desenho aos 
dados necessários para se avaliar interferências, antecipar problemas e para garantir a execução 
eficiente do projeto, evitando, por exemplo, desperdício de materiais. Com sistemas especializados 
em BIM, também é possível efetuar rapidamente diversas simulações, contemplando diferentes 
cenários e antecipando as dificuldades.
6.8 O agente compatitibilizador
O coordenador é aquele que tem a função de tomar decisões que dinamizam o projeto, de forma a 
melhorar orçamentos, planejamentos, cronogramas e descrição do escopo das atividades, além de estar 
sempre no controle da qualidade, documentando tudo o que ocorre durante o processo.
Gerente é o profissional que toma decisões estratégicas no nível mais alto da hierarquia da gestão 
para, poder conduzir todo o restante da equipe. A denominação desses participantes de projetos 
pode ter respostas variadas de acordo com a empresa ou com o órgão em que está atuando, mas suas 
funções básicas são as mesmas e devem estar entrelaçadas, como: supervisionar de perto a execução 
de obras sob suas responsabilidades, orientar as equipes, negociar os contratos com fornecedores e 
prestadores de serviços, garantir a qualidade do produto final e zelar pelo respeito às normas que 
envolvam o projeto.
Os profissionais capacitados a exercerem essas duas funções são: o arquiteto e o engenheiro 
civil. Este último será um mediador que deverá ter uma formação generalista, lidar com as equipes 
multidisciplinares e garantir a compatibilização dos projetos envolvidos na obra.
A função do compatibilizador é exercida pelos agentes citados anteriormente, eles terão 
habilidades gerenciais e técnicas apuradas para poder lidar com diferentes assuntos técnicos e 
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fazer com que as ideias conceituais se tornem dimensionais e passíveis de discussão entre os 
outros participantes.
Além disso, orientam ou pedem avaliação dos especialistas para tomar a melhor decisão a fim de 
que o escopo de trabalho, a administração de prazos e as especificações possam fluir de modo que o 
processo de projeto avance com os problemas minimizados.
6.8.1 Distribuição de responsabilidade
As responsabilidades gerenciais desses profissionais resultam na manipulação de instrumentos 
fundamentais da administração que permitem obter resultados esperados. Esses instrumentos, também 
definidos como habilidades do administrador, são: planejar, organizar, dirigir e controlar.
Tais habilidades são interligadas e acontecem na rotina de quem deseja assumir a função de gerente 
ou coordenador de projetos de obras civis.
O planejamento de uma obra deverá estabelecer objetivos, estratégias, metas, desenvolver planos de 
ação e determinar como se deve atingir os objetivos.
Organizar é formar uma estrutura hierárquica dentro do escopo do projeto, especificar as atividades 
de cada participante nesse sistema, estabelecer regras que facilitem a coordenação das ações e o fluxo 
de informações e tarefas. Com a organização a empresa reúne e integra os recursos, define a estrutura, 
estabelece uma divisão de trabalho e possibilita meios de coordenar diferentes atividades determinando 
níveis de autoridade e responsabilidade.
Dirigir significa acompanhar as equipes na aplicação dos procedimentos, rotinas e práticas para que, 
ao final, busquem‑se os resultados esperados, mobilizando as pessoas para que estejam comprometidas 
e motivadas com as metas qualitativas e quantitativas.
O controle consiste numa avaliação da evolução dos resultados e das conformidades deles frente aos 
objetivos e metas traçados, de forma que permitam ajustes sempre que os problemas forem detectados.
Os profissionais adquirem essas habilidades ao longo do tempo de sua carreira profissional, no seu 
dia a dia, e com diversos cursos oferecidos em gestão e coordenação de projetos, podendo se tornar 
futuros compatibilizadores de projetos.
O agente compatibilizador de projetos pode ser um arquiteto ou um engenheiro, mas como as ideias 
iniciais são concebidas pelo arquiteto, delega‑se, na maioria das vezes, a ele essa responsabilidade. 
Dependendo do porte da obra, pode ser encontrado mais de um profissional para fazer as avaliações e 
forma‑se uma equipe a fim de que se tome a melhor decisão buscando melhores soluções e técnicas 
para executá‑las.
Durante a execução da obra é normal que o agente se depare com problemas que surgem no seu 
decorrer, porém a compatibilização, sendo feita previamente, reduz esse tipo de contratempo. Em caso de 
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ocorrência de interferência, dependendo da complexidade, busca‑se a solução imediata e comunica‑se 
para todos os envolvidos no projeto. Essas pequenas modificações podem existir durante a execução da 
obra, e sua adaptação ao projeto recebe a denominação de as built, justamente, uma adaptação do que 
se planejou anteriormente.
O que não é aceitável é um projeto as built, ou seja, que fuja totalmente das características iniciais 
planejadas e almejadas pelo cliente. Procuramos evitar essas modificações ao longo da obra, pois, 
geralmente, elas elevam o custo e atrasam o prazo. Para empresas de pequeno e médio porte, existem 
modelos desenvolvidos para identificar com clareza a hierarquia, etapas, agentes envolvidos, problemas 
e apontamento de soluções. O agente compatibilizador de posse dessa modelagem poderá fazer com 
que a equipe funcione de forma harmoniosa e coesa para evitar problemas futuros.
A modelagem consiste na visão sistêmica do projeto, em que são destacadas sete fases. A seguir, 
discriminaremos cada uma delas, apresentando algumas ferramentas de gerenciamento de projetospara dar funcionalidade ao modelo proposto.
Fase 1 – diagnóstico do processo de projeto da empresa
Consiste na identificação da cultura na realização do projeto de edificações, propondo a ela um 
organograma que descreva a hierarquia da empresa, seus departamentos e funções.
Fase 2 – definições da equipe multidisciplinar
Os profissionais deverão apresentar competência técnica em suas áreas correspondentes, demonstrar 
interesse em desenvolver trabalhos em equipe e ter disponibilidade para o acompanhamento da obra.
Fase 3 – capacitação da equipe multidisciplinar
Nessa fase a equipe multidisciplinar deverá ser treinada para utilização de ferramentas de gestão de 
projetos e softwares, sendo alguns tópicos fundamentais:
• Técnicas de gerenciamento de projetos.
• Organogramas funcionais.
• Estruturas analíticas de projetos.
• Conhecimento do funcionamento de trabalho em equipes.
• Treinamento em softwares com plataformas BIM.
• Aplicação de listas de verificações e utilização de ferramentas de gestão de qualidade (5W‑1H).
O 5W‑1H basicamente é um checklist de determinadas atividades que precisam ser desenvolvidas 
com o máximo de clareza possível por parte dos colaboradores da empresa.
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Ele funciona como um mapeamento destas atividades, no qual ficará estabelecido o que será feito, 
quem fará o que, em qual período de tempo, em qual área da empresa e todos os motivos pelos quais 
esta tarefa deve ser feita. Essa ferramenta é extremamente útil para as empresas, uma vez que elimina 
por completo qualquer dúvida que possa surgir sobre um processo ou sua atividade. Em um meio ágil 
e competitivo como é o ambiente corporativo, a ausência de dúvidas agiliza as atividades a serem 
desenvolvidas por colaboradores de setores ou áreas diferentes.
O nome da ferramenta foi assim estabelecido ao juntar as primeiras letras das palavras (em inglês) 
que representam das diretrizes utilizadas nesse processo. A seguir você pode ver cada uma delas e o que 
elas representam:
• What: o que será feito (etapas)?
• Why: por que será feito (justificativa)?
• Where: onde será feito (local)?
• When: quando será feito (tempo)?
• Who: por quem será feito (responsabilidade)?
• How: como será feito (método)?
 Observação
Existe ainda outra nomenclatura para essa ferramenta, o 5W‑2H, em 
que inclui‑se o “h” referente ao how much (quanto).
Fase 4 – apresentação dos membros da equipe e suas funções
Apresenta um treinamento da equipe para a utilização das correlações entre as tarefas e as 
responsabilidades de cada um.
Quadro 1 – Matriz de responsabilidade
Matriz tarefa x responsabilidade
Disciplinas do projeto
Equipe multidisciplinar
Coordenador 
do projeto Arquiteto
Engenheiro 
de estrutura
Engenheiro de 
instalações
Engenheiro 
de produção
Engenheiro 
de custos
Projeto arquitetônico X R C C C C
Projeto estrutural X C R C C C
Projeto de instalações 
elétricas X C C R C C
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Projeto de instalações 
telefônicas X C C R C C
Projeto de instalações 
hidráulicas X C C R C C
Projeto de instalações 
sanitárias X C C R C C
Projeto de instalação 
de gás X C C R C C
Orçamento X C C C C R
R – Responsável X – Decide C – Deve ser consultado
Adaptado de: Tavares Júnior, Possamai e Barros Neto (2002).
Fase 5 – início da compatibilização
Fase em que se inicia a compatibilização dos projetos, as trocas de informações e a utilização da 
matriz de correlação entre as disciplinas de projeto.
Quadro 2 – Matriz de correlação entre as disciplinas do projeto
Matriz de correlação entre disciplinas
Disciplinas do Projeto
Disciplinas do projeto
Projeto 
arquitetônico
Projeto 
estrutural
Projeto de 
instalações 
elétricas
Projeto de 
instalações 
telefônicas
Projeto de 
instalações 
hidráulicas
Projeto de 
instalações 
sanitárias
Projeto de 
instalação 
de gás
Orçamento
Projeto arquitetônico X 3 3 2 3 3 2 3
Projeto estrutural X 3 3 2 2 2 3
Projeto de instalações 
elétricas X 3 2 2 3 3
Projeto de instalações 
telefônicas X 2 2 2 3
Projeto de instalações 
hidráulicas X 3 2 3
Projeto de instalações 
sanitárias X 2 3
Projeto de instalação 
de gás X 3
Orçamento X
Adaptado de: Tavares Júnior, Possamai e Barros Neto (2002).
A intensidade da correlação é medida através de pesos atribuídos para os pares entre as disciplinas. 
Peso 0 indica correlação inexistente, peso 1 correlação fraca, peso 2 correlação média e peso 3 correlação 
forte. Essa escala foi baseada em Vanni, Gomes e Andery (1999), a interpretação da correlação de peso 
acima ou igual a 1 indica a verificação do grau de interação entre as disciplinas de projeto.
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GERENCIAMENTO DE OBRAS CIVIS
Fase 6 – análise das correlações entre pares de disciplinas
A análise consiste no levantamento das falhas, realizando, por meio de um brainstorming, uma lista 
de verificação dos modos de falhas, do preenchimento de formulário e do quadro 5W‑1H.
Fase 7 – verificação da conformidade
Fase final, em que são verificadas se as correções e os ajustes pertinentes foram realmente 
executados, o projeto será liberado para a obra; em caso negativo, voltará para a fase 5.
7 INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
7.1 Sistema Building Information Modeling (BIM)
É um sistema ou uma plataforma desenvolvida com o objetivo de reunir quaisquer informações 
referentes à confecção de um projeto, sustentado com todos os tipos de informações. Ele possibilita 
organizar, em um mesmo arquivo eletrônico, um banco de dados para o projeto completo, permitindo 
seu acesso por cada agente envolvido, sejam engenheiros, arquitetos ou o pessoal da administração.
Esse novo modelo trabalha com informações sobre geometria, detalhes construtivos, especificações 
de materiais, dados sobre preços e fornecedores, informações estruturais dos projetos, topografia, 
entre outros. A modelagem em BIM pode ser vista como uma evolução do sistema denominado 
Computer Aided Design (CAD).
O CAD trabalha com modelagem a partir de vetores, e o BIM funciona com objetos parametrizados. 
Os parâmetros aplicados levam as informações que deverão suprir as necessidades do profissional que 
o estiver utilizando. Os objetos são definidos de modo a interagir com os objetos vizinhos e automatizar 
futuras modificações.
Esse conceito teve início por volta da década de 1970, mas sua popularização ocorreu nos últimos 
20 anos. A partir disso, foram desenvolvidas diversas ferramentas e softwares que utilizam essas novas 
ideias da modelagem BIM. Todos eles, com suas particularidades de cada área de atuação, passam 
a ser integrados através desse modelo. Atualmente, existem ferramentas elaboradas desde o padrão 
relativamente simples até os mais sofisticados. Podemos tomar como exemplos de softwares BIM o 
Edificius, o Home Designer Suite, ArchiCAD, o Revit, entre outros.
A vantagem desse tipo de tecnologia é a capacidade de interação com todos os agentes e a integração 
existente entre os subprojetos de arquitetura, de estruturas, de elétrica e hidráulica a partir de um único 
modelo digital. Isso proporciona uma grande vantagem na hora de compatibilizar e monitorar cada aspecto 
no ciclo de vida do projeto, aumentando a produtividade, a racionalização e o controle do processo.
A figura a seguir ilustra um exemplo de uma residência modelada na plataforma BIM com o auxílio do 
software Revit. Esse tipo de modelagem permite a visualização de possíveis interferências, contribuindo 
com a compatibilização do projeto e fornecendo uma visão ampla da edificação.
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Unidade II
Figura 24 – Projeto modelado em BIM
Outro ponto favorável da modelagem sobre aplataforma BIM é a possibilidade de modelar em 
quatro dimensões (4D), isto é, as três dimensões do espaço e a do tempo. Isso é possível incluindo 
informações de análise do projeto na sequência do tempo e seguindo o cronograma de construção. 
Alguns benefícios encontrados, além dos já citados, são:
• Visualização 3D: permite aos clientes ter uma prévia do que está sendo projetado e a coordenação 
previne problemas para reduzir erros e omissões.
• Modelagem 4D: os clientes visualizam e otimizam as fases de projetos e a sequência de 
construção; as equipes de projeto conduzem de forma mais eficiente e com exatidão, melhorando 
o desempenho da construção.
• Possibilidade de modelar projetos já executados: que foram elaborados em 2D, para que, caso 
ocorra alguma modificação em alguma parte do projeto, como arquitetura, estrutura e instalações, 
o cliente terá como confrontar essas mudanças com o projeto realizado, observando possíveis 
interferências através da modelagem 3D.
Para se implantar a modelagem em BIM, é necessário, inicialmente, uma mudança na prática de 
arquitetura, pois a utilização adequada da ferramenta, requer que se supere a dificuldade em modelar 
e customizar os objetos aos novos projetos. A complexidade de manusear a ferramenta, gastando‑se 
muito tempo; a falta de treinamento, apoio técnico e cursos extras para adquirir experiência com a 
modelagem; o custo elevado na aquisição dos softwares que trabalham na modelagem em BIM e o custo 
na montagem de computadores para utilização desses novos sistemas computacionais de elaboração de 
projetos dificultam a implantação dessa plataforma.
É notório que para haver uma compensação no investimento na aquisição dos softwares, 
computadores e capacitação das equipes, o escritório que deseja optar por essa tecnologia deverá 
possuir uma demanda de projetos de torres, edifícios, condomínios de grandes blocos ou conjuntos de 
casas em que a modulação seja padronizada, podendo, assim, obter ganhos na produtividade.
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7.2 Utilização de GPS
O GPS é uma sigla da expressão em inglês de Global Positioning System que significa sistema de 
posicionamento global. Este equipamento é um sistema composto de um aparelho móvel que envia 
sua posição sob qualquer condição climática para uma rede de satélites global em órbita do planeta. 
Inicialmente, o GPS foi criado para utilização militar, para auxiliar a navegação, mas, hoje em dia, está 
presente em automóveis e aparelhos celulares.
Na construção civil esse instrumento pode ser colocado diretamente no campo, sem necessidade 
de pós‑processamento, chegando a atingir uma precisão na escala dos centímetros. Ele pode ser 
utilizado na locação da obra, na fase inicial, quando ocorre um prévio levantamento do terreno, e no 
posicionamento das fundações. As posições das fundações projetadas nas plantas são implantadas no 
local diretamente com a utilização do aparelho.
Essa técnica é uma evolução da materialização dos pontos no terreno sem a necessidade de se 
gastar com madeiramento de gabarito, linhas que cruzam o local que definem os eixos do projeto. Isso 
aumenta a velocidade de execução da tarefa e reduz o número de pessoas para realizar a locação.
A dificuldade de implantação está na cultura existente nos canteiros de obras em se oferecer 
certa resistência à adaptação a novas tecnologias, dando como justificativa o custo elevado do 
equipamento e do treinamento de funcionários. Com a utilização dessa ferramenta, espera‑se 
reduzir erros de locação e aumentar a precisão na hora de implantar os pontos importantes para 
se iniciar a construção.
O investimento em novas técnicas justifica‑se para que se evitem casos onde acontecem erros de 
locação, levando a uma nova recompatibilização de projetos, gerando retrabalhos, atrasos e elevação nos 
custos. Sendo assim, esses investimentos produzem redução nos custos em longo prazo e na qualidade 
final do produto.
7.3 Uso de equipamentos com raios laser
O raio laser é uma evolução que hoje está em nosso cotidiano, seja nos equipamentos sinalizadores, 
nos instrumentos de medição, entre outros. Na engenharia civil, mais precisamente, nos canteiros de 
obras, ele está presente em trenas eletrônicas, em níveis eletrônicos, nas estações totais de topografia e 
no laser scanner.
As ferramentas que contam com essa tecnologia aumentam o grau de precisão nas medições e 
conferências de medidas dentro dos canteiros de obras e nos levantamentos de dados para iniciação 
de projetos. Isso é de grande importância, em todos os aspectos, porque minimiza erros durante a 
execução do projeto, se forem bem aferidas, por profissionais devidamente. Uma correta tomada de 
dados topográficos utilizando, por exemplo, o laser scanner gera uma boa base de dados tanto para o 
projeto de arquitetura quanto para o projeto estrutural. Ao se usar laser para executar a locação das 
fundações, ganha‑se em rapidez, na economia de pessoal e na precisão, possibilitando, ainda, identificar 
interferências entre os dois projetos de arquitetura e estrutura, e, se necessário, realizar as correções.
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Unidade II
Esse equipamento apresentado, o laser scanner, é um aparelho de medição e digitalização remota 
em três dimensões (3D) que opera uma nuvem de pontos nas coordenadas xyz. As coordenadas 
armazenadas no aparelho são interpretadas pelo software que utilizam os sistemas CAD ou BIM.
Ele pode ser aplicado em vários segmentos da engenharia, como no levantamento de estrutura na 
parte civil e metálica, em parques industriais; em arquitetura e conservação do patrimônio histórico; 
e em topografia. O requerimento de utilização do aparelho serve em projetos 2D e 3D, cálculos de 
superfícies e volumes, controle dimensional das obras e análise de interferências.
No mercado brasileiro, o laser scanner pode ser encontrado em variadas marcas e com diversas 
configurações de alcance. A resolução das imagens em megapixels e velocidade de processamento de 
pontos é uma das utilidades básicas que todos os aparelhos têm, independentemente das diferentes 
configurações. Como vantagem permite medições em áreas de risco e de difícil acesso, com fácil captura 
de dados e custo operacional reduzido em relação aos métodos antigos, portanto, não há necessidade 
de retornar ao local para refazer as medições. Esse equipamento permite, também, a redução no tempo 
de captação e aumento na confiança e na precisão nos dados.
A principal desvantagem de qualquer tecnologia de ponta é o alto custo para a contratação 
de empresas que fazem esse trabalho especializado, a compra dos equipamentos e o custo de 
manutenção. É preciso fazer uma avaliação do empreendimento para verificar a viabilidade da 
aquisição dessa tecnologia.
Um novo equipamento, que foi apresentado pela Associação Internacional de Automação e Robótica, 
ajudará a minimizar o erro humano em obras. Ele utiliza o laser para mapear paredes, nivelamentos, 
alinhamentos, podendo, assim, ser de grande utilidade para acompanhar se o projeto está sendo 
executado segundo os padrões preestabelecidos após a compatibilização.
Esse equipamento, apelidado de “robô construtor”, foi desenvolvido numa parceria entre Inglaterra 
e Japão e é capaz de fazer mapeamentos de instalações elétricas e hidráulicas. Tem o aspecto de um 
carrinho controlado por meio de um controle remoto, além de ser facilmente operável.
Outro exemplo é o robô reciclador, utilizado para demolições, que é capaz de quebrar o concreto e 
separá‑lo de vergalhões e de outros detritos, permitindo a sua reutilização.
Figura 25 – Robô “demolidor”
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GERENCIAMENTO DE OBRAS CIVIS
A implementação de novas tecnologias importadas do exterior é dificultada devido aos problemas 
de economia

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