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FARMÁCIA CLÍNICA E HOSPITALAR Introdução à Farmácia Clínica e Hospitalar: Histórico, conceitos gerais, organização hospitalar; Quando surgiu a farmácia hospitalar? Farmácia Hospitalar data da época de gregos, romanos, árabes, e é certo que, na Idade Média, a medicina e a farmácia desenvolviam-se, de forma paralela, sob a responsabilidade de religiosos dos conventos, nas boticas e nos hortos de plantas medicinais. De forma pioneira, em 1975, a Universidade Federal de Minas Gerais inclui no currículo do curso de Farmácia a disciplina de Farmácia Hospitalar, tornando-se realidade em diversas universidades brasileiras, inclusive com a implantação de cursos de pós-graduação em Farmácia Hospitalar, lato sensu e stricto sensu, primeiramente, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. O que é a farmácia hospitalar? Santich e Galli (1995) conceituam de modo geral o que vem a ser Assistência Farmacêutica e que pode perfeitamente ser inferido para farmácia hospitalar. Mikeal et, al (1975), que a define como “O cuidado que um determinado paciente deve receber ou recebe, e que assegura o uso racional dos medicamentos”. Segundo o Programa Regional de Medicamentos Essenciais da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 1987), a farmácia hospitalar compreende a “seleção de medicamentos, a aquisição e o controle dos medicamentos selecionados e o estabelecimento de um sistema racional de distribuição que assegure que o medicamento prescrito chegue ao paciente na dose correta. Para tal é vital a implantação de um sistema de informações sobre medicamentos que permita otimizar a prescrição”. Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (1997) de que a farmácia hospitalar é uma unidade clínica, administrativa e econômica, dirigida por farmacêutico, ligada hierarquicamente à direção do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades administrativas e de assistência ao paciente. Organograma de uma unidade hospitalar Área física: A farmácia do hospital deve dispor de espaço suficiente para o desenvolvimento de atividades, pois muitos são os fatores que podem limitar o espaço necessário para a farmácia, os principais são: • Tipo de hospital (geral ou específico); • número de leitos • localização geográfica • tipos de compras efetuadas pela farmácia (mensal, semestral, ou por estoque mínimo) Medicamentos, correlatos, produtos inflamáveis, radiofármacos e outros, precisam de locais específicos para seu armazenamento de acordo com suas características físico-químicas ou relacionadas as suas especificações diante de RDCs por exemplo medicamentos que componham a Portaria 344/98. Área de armazenamento geral Produtos em geral que não exigem condições específicas de temperatura, luz ou umidade. Área de armazenamento de inflamáveis Exige paredes reforçadas e temperatura controlada para evitar o risco de explosão. Área de armazenamento dos termolábeis; Onde são armazenados medicamentos ou produtos sensíveis às variações de temperatura, devem existir na farmácia sistemas de segurança que incluam rede alternativa de energia e de alarme que avise a falta de energia nos refrigeradores. Área de armazenamento dos medicamentos psicotrópicos e entorpecentes Por serem medicamentos que causam dependência física e psíquica, precisam ser armazenados com segurança, de preferência em áreas isoladas ou armários com fechaduras. Área de produção ou manipulação – farmacotécnica; Deverá dispor de equipamentos, cujo grau e complexidade estejam em consonância com os medicamentos manipulados, essa área pode,-se subdividir em outas áreas como: • área de produção de produtos estéreis e não estéreis; • envase e fracionamento • rotulagem É recomendável a existência de um laboratório auxiliar que permita a realização do controle dos produtos produzidos. Ex ensaios de controle de qualidade físico-químico. Objetivos da farmácia hospitalar: • Participar ativamente da seleção de medicamentos realizada pela Comissão de Farmácia e Terapêutica; • Efetuar o planejamento, aquisição, armazenamento, distribuição e controle dos medicamentos e produtos para saúde • Implementar ações que contribuam para o URM • Estabelecer um sistema eficaz, eficiente e seguro de distribuição de medicamentos e produtos para saúde; • Desenvolver e/o manipular fórmulas magistrais e/ou oficinais de produtos não estéreis, destinados a atender necessidades específicas dos pacientes • Implantar sistema de farmacovigilância para identificação e prevenção de reações adversas aos medicamentos • Atuar na CCIH subsidiando as decisões políticas e técnicas relacionadas, em especial, à seleção, à aquisição, ao controle de antimicrobianos, germicidas e saneantes; • Participar da Comissão de Terapia Nutricional, atuando em visitas de avaliação nutricional e prestando informações relacionadas a compatibilidades, a estabilidade e ao custo das formulações • Contribuir com suporte técnico operacional nos ensaios clínicos com medicamentos • Adequar-se à realidade política, social, econômica, financeira e cultural da instituição, observando os preceitos éticos e morais da profissão farmacêutica da instituição • Desenvolver pesquisas e trabalhos próprios ou em colaboração com profissionais de outros serviços • Realizar seguimento farmacoterapêutico de pacientes internados e ambulatoriais, implementando o desenvolvimento da farmácia clínica • Desenvolver atividades de ensino e educação permanente Funções e Atribuições da FH: Função principal: a Farmácia deve ser uma unidade clínica e, portanto, todas as suas ações devem ser orientadas ao paciente. Isso significa que a farmácia além de fornecer medicamentos deve acompanhar sua correta utilização e seus efeitos. • Gestão: deve estar focada em prestar assistência farmacêutica; Formular, implementar e acompanhar o planejamento estratégico, estabelecendo critérios (indicadores) para avaliação do desempenho do serviço. Participar das comissões de formulação de políticas e procedimentos relacionados à AF. • Desenvolvimento de infra-estrutura: deve garantir a base material necessária à atuação eficiente do farmacêutico na FH. disponibilidade de equipamentos e instalações adequadas ao gerenciamento (logística de suprimento) de medicamentos, saneantes e produtos para a saúde, manipulação de produtos estéreis e não-estéreis. • Preparo, distribuição, dispensação e controle de medicamentos e produtos para a saúde com sistema de distribuição onde devam participar representantes da equipe de enfermagem, dos médicos e da comissão de farmácia e terapêutica. • Otimização da terapia medicamentosa: visa aumentar a efetividade da intervenção terapêutica, promovendo URM • Informação sobre medicamentos e produtos para a saúde • Farmacovigilância e Segurança do paciente • Ensino, educação permanente e pesquisa: a farmácia hospitalar deverá promover participar e apoiar ações de educação permanente. Quais as competências do farmacêutico na farmácia hospitalar? • Assumir a responsabilidade técnica da unidade • Assumir a coordenação técnica nas discussões para seleção de medicamentos • Cumprir normas e disposições gerais, relativas a armazenamento, controle de estoque e distribuição de medicamentos e materiais médico-hospitalares. • Elaborar manuais técnicos e formulários próprios; • Manter membro permanente nas comissões de sua competência em especial • Atuar na central de Esterilização, para orientação de processos de desinfecção de materiais • Participar de estudos de ensaios clínicos • Promover o uso racional de antimicrobianos, materiais médico-hospitalares e deve definir com a Comissão de Farmácia e Terapêutica, políticas voltadas para estes insumos; • Elaborar indicadores para uso de antimicrobianos Administração da farmácia: • Todas as informações pertinentes a farmácia devem ser organizadas e armazenadas, registradasem computadores, para manutenção de estoque utilizando um programa específico do hospital. Informações Sobre medicamentos: utiliza-se da informática e programas que permitam a busca rápida de informações sobre medicamentos, podendo gerar boletins, relatórios e outros. Estabelecer uma base de informações é de suma importância, visto que, dessa maneira pode-se ter acesso a dados sobre os medicamentos. Dados como: • DCB, • Nome do medicamento e farmacodinâmica • Formulação, concentração • Unidade de medida • interações medicamentosas… Aquisição e distribuição de medicamentos, insumos e correlatos; Deve-se realizar uma relação entre a CFT do hospital para realizar a programação. • Aquisição: adquirir todos os medicamentos necessários para a terapêutica dos pacientes ao menor custo-benefício. Deve-se dispor das seguintes informações: 1. medicamentos, insumos e correlatos com estoque de segurança; 2. produtos com processo de compra já iniciados 3. consumo médio mensal CMM 4. produtos recebidos recentemente 5. relação de fornecedores 6. validade de medicamentos no estoque e outros… • Distribuição/dispensação: existem vários tipos de distribuição; dose unitária, individualizado, coletivo e misto (quando, no mesmo hospital, adota-se mais de um tipo de sistema). Na distribuição utiliza-se a informática para reduzir o trabalho, erros e custos. O sistema de distribuição de melhor rendimento é o por dose unitária. 1. Coletivo: Caracteriza-se, pelo fato dos medicamentos serem distribuídos por unidade de internação e/ou serviço, a partir de uma solicitação da enfermagem. A assistência ao paciente fica prejudicada pela não participação do farmacêutico na revisão e na análise da prescrição médica. 2. Individualizado: o medicamento ser dispensado por paciente, geralmente, para um período de 24 horas. Esse sistema divide-se em indireto e direto. • indireto: a dispensação é baseada na transcrição da prescrição médica • direto: a dispensação é baseada na cópia da prescrição médica, eliminando a transcrição. Neste contexto, é possível uma discreta participação do farmacêutico, na terapêutica medicamentosa. 3. Combinado ou Misto: parte do sistema é coletivo e parte individualizado. 4. Dose Unitária: solicitação de medicamentos é feita a partir da cópia da prescrição (ou por algum tipo de sistema informatizado), por paciente e para 24 horas. A medicação é preparada em dose e concentração determinadas na prescrição médica, sendo administrada ao paciente diretamente de sua embalagem “unitarizada”. Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH: é uma comissão multidisciplinar todas as atividades da CCIH têm como principal objetivo a redução nas taxas de infecção e na morbidade e mortalidades. Atribuições da CCIH: • Notificação e quantificação do tipo de infecção (comunitária ou nosocomial) • Padronização de antimicrobianos • Protocolos profiláticos e terapêuticos • Padronização de soluções germicidas • Estabelecimento de formulário de prescrição de antimicrobianos com justificativa de seu emprego e previsão de tratamento e visitas clínicas que garantam a política de uso antimicrobianos Programas de Controle de Infecções Hospitalares – PCIH: é definido com o um conjunto de ações, desenvolvidas deliberada e de forma sistemática, com o objetivo de reduzir, ao máximo possível, a incidência e a gravidade das infecções nosocomiais. Infecção nosocomial: são aquelas relacionadas à hospitalização de um paciente ou aos procedimentos diagnósticos, terapêuticos e invasivos praticados. Infecção comunitária: qualquer tipo de infecção que tenha sido adquirida em ambientes não hospitalares. OBS: O controle das infecções hospitalares é uma atividade essencialmente multidisciplinar. Participação do Farmacêutico nas ações de controle de infecções hospitalares: • redução da transmissão das infecções, • promoção do URM antimicrobianos, germicidas e produtos para a saúde • educação continuada para profissionais da saúde e pacientes • Participar da definição de uma política de seleção e utilização de antimicrobianos realizada em conjunto com a Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) • participar da elaboração de protocolos clínicos para a profilaxia antibiótica e para o uso terapêutico em infecções bacterianas, levando em consideração a farmacoeconomia • identificação e notificação de reações adversas e acompanhamento da devolução das doses não administradas de antimicrobianos. Atribuições do farmacêutico nas ações de controle de infecções hospitalares • Participar das reuniões da CCIH • Participar da elaboração de protocolos de tratamentos com antimicrobianos; • Participar da revisão da padronização de antimicrobianos; • Estabelecer intercâmbio entre as comissões CCIH, CFT, Comissão de Suporte Nutricional e Comissão de Padronização de Material Médico hospitalar • Elaborar rotinas para dispensação de antimicrobianos • Participar do programa de monitorização terapêutica de ATB • Elaborar relatórios periódicos sobre o consumo, custo e a freqüência de uso de ATB • Fornecer informações a respeito de interações, incompatibilidades físico-químicas • Participar de investigação de casos suspeitos de contaminação por soluções parenterais e outros • Estabelecer políticas internas procedimentos e programas para evitar a contaminação de medicamentos • Estimular o uso de doses únicas • Trabalhar em conjunto com o laboratório de microbiologia; • Participar da padronização dos germicidas e saneantes; • Aconselhar nos critérios para aquisição de saneantes medicamentos e produtos pra saúde. • Supervisionar a manipulação • Participar da elaboração e do desenvolvimento de projetos de pesquisa em controle de infecção hospitalar • Participar de programas de farmacoepidemiológia, • Participar de investigação epidemiológica dos surtos ou suspeita • Desenvolver atividades de capacitação Farmacovigilância: para medicamentos É definida como “a ciência e atividades relativas à identificação, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados ao uso de medicamentos”. Cabe à farmacovigilância identificar, avaliar e monitorar a ocorrência dos eventos adversos relacionados ao uso dos medicamentos comercializados no mercado brasileiro, com o objetivo de garantir que os benefícios relacionados ao uso desses produtos sejam maiores que os riscos por eles causados. • Eventos adversos causados por desvios da qualidade de medicamentos, • Inefetividade terapêutica, erros de medicação, • Uso de medicamentos para indicações não aprovadas no registro, • Uso abusivo, intoxicações e interações medicamentosas. Tecnovigilância: para aventais, máscaras ... É o sistema de vigilância de eventos adversos e queixas técnicas de produtos para a saúde na fase de pós-comercialização, com vistas a recomendar a adoção de medidas que garantam a proteção e a promoção da saúde da população. Farmacoeconomia da FH Custo do medicamento, envolvendo valor financeiro do medicamento de determinada doença envolvida e o valor comercial no mercado. É a aplicação da economia ao estudo dos medicamentos otimizando os gastos financeiros sem prejuízo ao tratamento do paciente Farmacoepidemiologia: Estudos dos efeitos benéficos e adversos da droga em um grande número de pessoas. Centro de Informação ao Medicamento - CIM: CAF – Centro de Abastecimento farmacêutico: área destinada à estocagem e conservação dos produtos, nesse local se desenvolve atividades voltadas para a logística de medicamentos tais como o armazenamento adequado dos mesmos, respeitando-se as regras básicas de estocagem, manuseio, guarda e empilhamento máximo. Recepção, estocagem e distribuição de medicamentos. O que é uma não conformidade? É uma queixa técnica de algo que não está de acordo com os padrões estabelecidos. A queixa técnicapode ser realizada tanto para medicamentos quanto para materiais de uso hospitalar como máscaras, luvas, toucas, seringas e outros. Seleção e padronização de medicamentos; Ciclo da Assistência farmacêutica Seleção de medicamentos O que são medicamentos Offlabe Serviço de Farmácia Hospitalar - SFH Comissão de farmácia e terapêutica – CFT Qual a diferença entre POP e Protocolo? Estoque de Segurança e estoque de risco Centro de Informações de medicamentos (atenção aos pacientes e à equipe multiprofissional em saúde); Participação em comissões internas: Comissão de Farmácia e Terapêutica e Comissão de Padronização de Medicamentos; Administração Farmacêutico–hospitalar: gestão de medicamentos e materiais hospitalares; Central de Abastecimento Farmacêutico -CAF;
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