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L IN G U A G E N S , C Ó D IG O S E S U A S T E C N O LO G IA S 01 - 02 - 03 - 04 - 05 - 06 - 07 - 08 - 09 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14 - 15 - 16 - 17 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22 - 23 - 24 - 25 - 26 - 27 - 28 - 29 - 30 - 31 - 32 - 33 - 34 - 35 - 36 - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44 - 45 - 46 - 47 - 48 - 49 - 50 - 51 - 52 - 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60 - 61 - 62 - 63 - 64 - 65 - 66 - 67 - 68 - 69 - 70 - 71 - 72 - 73 - 74 - 75 - 76 - 77 - 78 - 79 - 80 - 81 - 82 - 83 - 84 - 85 - 86 - 87 - 88 - 89 - 90 - SIMULADO ENEM 2020 - VOLUME 2 - PROVA I C IÊ N C IA S H U M A N A S E S U A S T E C N O LO G IA S LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 WHO multi-country survey reveals widespread public misunderstanding about antibiotic resistance As World Health Organization (WHO) ramps up its fight against antibiotic resistance, a new multi-country survey shows people are confused about this major threat to public health and do not understand how to prevent it from growing. Antibiotic resistance happens when bacteria change and become resistant to the antibiotics used to treat the infections they cause. Overuse and misuse of antibiotics increase the development of resistant bacteria, and this survey points out some of the practices, gaps in understanding and misconceptions which contribute to this phenomenon. Almost two thirds (64%) of some 10,000 people who were surveyed across 12 countries say they know antibiotic resistance is an issue that could affect them and their families, but how it affects them and what they can do to address it are not well understood. For example, 64% of respondents believe antibiotics can be used to treat colds and flu, despite the fact that antibiotics have no impact on viruses. Close to one third (32%) of people surveyed believe they should stop taking antibiotics when they feel better, rather than completing the prescribed course of treatment. Disponível em: <http://www.who.int>. Acesso em: 25 fev. 2016 (Adaptação). A Organização Mundial da Saúde utiliza seu portal eletrônico para divulgar ações e informações úteis de saúde pública. Uma pesquisa divulgada pela Organização revelou que a resistência bacteriana é agravada pelo(a) A. ingestão de antibióticos próprios para o tratamento de gripe e resfriado. B. aumento dos casos de diagnósticos incorretos nos doze países pesquisados. C. aparecimento de um vírus cujas características se assemelham às de uma bactéria. D. desconfiança da comunidade médica nos medicamentos antibióticos existentes. E. desconhecimento da população acerca do uso racional de medicamentos. Alternativa E Resolução: Segundo o texto, o que agrava o problema da resistência bacteriana é o uso exagerado e indevido dos antibióticos, associado a práticas incorretas e falta de conhecimento sobre o assunto, conforme indica este trecho do segundo parágrafo: “Overuse and misuse of antibiotics increase the development of resistant bacteria, and this survey points out some of the practices, gaps in understanding and misconceptions which contribute to this phenomenon”. Assim, está correta a alternativa E. A alternativa A está incorreta porque, segundo o texto, antibióticos são inúteis para tratar gripes e resfriados, portanto não há antibióticos próprios para tratar essas doenças. A pesquisa foi, de fato, realizada em KLJZ 12 países, conforme indica a alternativa B, mas não é dito que houve aumento no número de diagnósticos errados. Não há menção no texto ao surgimento de um novo vírus, nem é dito que a comunidade médica desconfia dos atuais antibióticos, invalidando, assim, as alternativas C e D. QUESTÃO 02 In both democracies and dictatorships, it is getting harder to speak up Seeing something that the government claims is good and pointing out why it is bad is an essential function of journalism. Indeed, it is one of democracy’s most crucial safeguards. President Donald Trump, a right-wing politician, cannot censor the media in America, but his words contribute to a global climate of disdain for independent journalism. Authoritarians elsewhere often cite Mr. Trump, calling critical reporting “fake news” and critical journalists “enemies of the people”. The notion that certain views should be silenced is popular on the left, too. In Britain and America students shout down speakers they consider racist or transphobic, and Twitter users demand the ban of anyone who violates an expanding list of taboos. Many western radicals argue that if they think something is offensive, no one should be allowed to say it. Authoritarians elsewhere agree. What counts as offensive is subjective. Rwanda’s government interprets almost any criticism of itself as support for another genocide. In India proposed new rules would require digital platforms to block all unlawful content – a tough task given that it is illegal in India to promote disharmony “based on religion, race, place of birth, residence, language, caste or community”. Disponível em: <https://www.economist.com/>. Acesso em: 15 ago. 2019. [Fragmento adaptado] A liberdade de expressão é uma das questões centrais nos debates públicos atualmente. Ao abordar esse assunto no texto, o autor afirma que a censura à liberdade de opinião A. apresenta os índices mais alarmantes na Índia. B. precisa ser debatida com os jornalistas e a sociedade. C. é defendida por pessoas de posturas políticas diversas. D. dificulta o combate aos crimes de ódio nas redes sociais. E. causa a demissão de jornalistas que criticam os poderosos. Alternativa C Resolução: No primeiro parágrafo do texto, é dito que o presidente Donald Trump, um representante da ala direita da política, é frequentemente citado por pessoas autoritárias em todo o mundo quando usa termos como “notícias falsas” e “inimigos do povo” para se referir ao jornalismo e aos jornalistas que criticam suas posturas e atitudes, na tentativa de silenciá-los. No segundo parágrafo, o autor afirma que a noção de que certos pontos de vista deveriam ser silenciados também é uma ideia que permeia a ala esquerda da política, mostrando que a censura à liberdade de opinião / expressão é algo defendido por pessoas que adotam posturas políticas tanto voltadas para a direita quanto para a esquerda. Logo, está correta a alternativa C. PEW9 ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 03 Disponível em: <https://www.glasbergen.com/>. Acesso em: 06 nov. 2019. A adolescência é uma fase de muitas mudanças que podem interferir na relação entre pais e filhos. No cartum, a crítica está no fato de os pais A. criarem expectativas contrárias aos sonhos do filho. B. tratarem o filho de maneira incompatível com a sua idade. C. envergonharem o filho com suas exigências despropositadas. D. confundirem o filho sobre a sua idade e responsabilidades. E. ignorarem os desejos do filho por estarem cada vez mais ausentes. Alternativa B Resolução: Uma possível tradução para o texto do cartum é: “Minha mãe ainda me trata como se eu fosse um bebê e meu pai vive me dizendo para eu agir como homem. Sempre levo comigo uma cópia da minha certidão de nascimento, caso esqueça minha verdadeira idade.” Assim, é possível concluir que os pais tratam o filho adolescente de forma incompatível com sua idade, pois, ora o tratam como criança, subestimando suas capacidades, ora exigem demais dele, esperando que se comporte como se já fosse adulto. Logo, está correta a alternativa B. QUESTÃO 04 We need plastic reduction policies before it’s too late Letters to the Editor November 3, 2019 at 8:32 p.m. GMT-3 Improving recycling infrastructure, as referenced in the Oct. 27 editorial “From sea to plastic sea,” unfortunately will not solve the oceanplastics problem. Looking to recycling to address the plastics crisis is like trying to mop water from an overflowing bathtub while the faucet is still running. It’s wishful thinking. Only 9 percent of plastic waste ever generated has been recycled, and with plastic production rates projected to quadruple between 2014 and 2050, we’ll never effect large-scale change by relying on recycling, no matter how skilled we become at it. The first order of business must be to turn off the faucet. Instead, the industry plans to open it up even more. Z7DW RBJR Consumers won’t be able to choose their way out of plastic until companies offer plastic-free choices. The plastic waste flooding our oceans will continue to increase until companies reduce the single-use plastic they are flooding into the market. We need strong policies that hold companies accountable for the crisis they’ve created by requiring that they reduce their production of this everlasting pollutant. We need more than wishful thinking. We need strong source reduction policies before it’s too late. (Andrew Sharpless, Washington) Disponível em: <https://www.washingtonpost.com>. Acesso em: 06 nov. 2019. De acordo com o autor do texto, melhorar a infraestrutura de reciclagem é insuficiente para combater a poluição causada por plásticos nos oceanos porque o(a) A. conhecimento técnico para produzir plástico sustentável ainda é limitado. B. indústria se recusa a arcar com o alto custo da produção de plástico reciclável. C. consumidor foge de sua responsabilidade em relação ao destino correto do plástico. D. plástico permanecerá no meio ambiente ainda por um longo tempo até se decompor. E. produção de plástico é muito maior do que a indústria da reciclagem consegue reciclar. Alternativa E Resolução: De acordo com o texto, melhorar a infraestrutura de reciclagem é insuficiente para combater a poluição causada por plásticos nos oceanos porque a produção desse material tende a aumentar muito mais do que a indústria da reciclagem é capaz de processar. Até hoje, apenas 9% do plástico produzido foi reciclado. Como espera-se que a produção desse material quadruplique até 2050, contar apenas com a reciclagem não será o suficiente para resolver o problema da poluição nos oceanos: “Only 9 percent of plastic waste ever generated has been recycled, and with plastic production rates projected to quadruple between 2014 and 2050, we’ll never effect large-scale change by relying on recycling, no matter how skilled we become at it”. Logo, está correta a alternativa E. QUESTÃO 05 Being depressed in the “world’s happiest country” The small, northerly nation, with a population of just 5.5 million people, has historically been stereotyped as having a melancholic mentality linked to its long, dark winters – it isn’t a place where you regularly see outpourings of joy or other positive emotions. Yet, like its Scandinavian neighbours, Finland satisfies many requirements that typically influence subjective well-being around the world. But many experts argue that this image of Finland as a happy nation glosses over ongoing challenges when it comes to mental health – especially when it comes to young people. Some believe it may even be making it harder for Finns to recognise and acknowledge depressive symptoms and seek treatment. JFPM LCT – PROVA I – PÁGINA 2 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Suicide rates in Finland are half what they were in the 1990s and have reduced across all age groups – a shift which has been linked to a nationwide suicide prevention campaign when things were at their worst, alongside improved treatment for depression. But they remain well above the European average. Meanwhile in a culture where privacy is valued, overt displays of emotions are rare and even small talk is typically kept to a minimum, acknowledging and discussing depression can remain a challenge for some Finns with the illness. SAVAGE, M. Disponível em: <https://www.bbc.com/>. Acesso em: 03 out. 2019. [Fragmento adaptado] A relação entre os termos “mental health”, “acknowledge” e “challenge”, no texto, refere-se ao fato de os finlandeses demonstrarem A. recusa em aceitar o título de país mais feliz do mundo. B. despreparo para lidar com maiores índices de suicídio. C. hesitação em aprender com outras nações escandinavas. D. resistência em admitir que sofrem problemas de saúde mental. E. dificuldade para ampliar o tratamento de quadros depressivos. Alternativa D Resolução: A relação dos termos “well-being”, “acknowledge” e “challenge”, no texto, refere-se à resistência dos finlandeses em admitir que sofrem problemas de saúde mental, conforme indica a alternativa D. “Well-being” significa “bem-estar”. “Acknowledge” significa “admitir, reconhecer” e, no texto, expressa a resistência dos finlandeses em reconhecer sintomas de depressão e buscar tratamento (“making it harder for Finns to recognise and acknowledge depressive symptoms and seek treatment” / “acknowledging and discussing depression can remain a challenge for some Finns with the illness”). Já “challenge” significa “desafio” e, no texto, refere-se ao desafio que é para os finlandeses enfrentar os problemas de saúde mental, especialmente a depressão (“ongoing challenges when it comes to mental health” / “discussing depression can remain a challenge for some Finns with the illness”). ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 QUINO. Toda Mafalda. Buenos Aires: Ediciones de la Flor, 2004. A tirinha aborda um tema presente nas relações familiares, caracterizado, nos pais, pelo(a) A. aflição, pois querem proporcionar uma educação de qualidade à filha. B. preocupação, devido à adaptação da criança ao ambiente escolar. C. decepção, por perceberem que a filha não mais depende deles. D. receio, em função do primeiro dia de aula da menina. E. sensação de velhice, relacionada ao crescimento da criança. Alternativa E Resolução: A alternativa E está correta, pois, no último quadro da tira, os pais de Mafalda enxergam-se como idosos pelo fato de a filha ir, pela primeira vez, à escola. A alternativa A está incorreta, pois a feição dos pais no último quadro não se relaciona com a qualidade da educação que querem proporcionar à filha, mas com o fato de perceberem que ela já vai à escola, o que implica que a menina cresceu e eles estão, consequentemente, envelhecendo. A alternativa B está incorreta, pois não há nenhuma menção relativa à adaptação da filha ao ambiente escolar na tirinha. As feições dos pais no último quadro relacionam-se a uma constatação de que o tempo de suas vidas está passando muito depressa. A alternativa C está incorreta, pois, embora a ida à escola represente uma surpresa para os pais, a independência da garota não os decepciona, mas apenas os faz sentir-se envelhecidos. A alternativa D está incorreta, pois na tirinha não se menciona nenhuma informação especificamente relacionada ao primeiro dia de aula da menina. Os aspectos físicos dos pais, no último quadrinho, indicam a sensação de passagem rápida de tempo (e de envelhecimento) que o fato de a filha ir à escola escancara. T969 QUESTÃO 02 Disponível em: <http://www.cdnqn.gov.ar/>. Acesso em: 25 out. 2019. A campanha realizada na cidade de Neuquén, na Patagônia Argentina, objetiva arrecadar A. luvas e cachecóis para acampamento no inverno. B. móveis e utensílios para as equipes da campanha. C. casacos e mantas para os cidadãos mais necessitados. D. mantimentos para crianças e adultos vítimas do frio. E. artigos de higiene e limpeza para moradores de rua da cidade. Alternativa C Resolução: A alternativa C está correta, pois o cartaz divulga uma campanha que promove a arrecadaçãode roupas para necessitados em função do frio que atinge a região de Neuquén, Argentina, no inverno. O seguinte trecho presente no cartaz justifica tal afirmação: “Recibiremos donaciones de ropa de abrigo para niños y adultos, frazadas, mantas y acolchados para repartir junto a ONGs y Asociaciones Sociales de nuestra ciudad”. A alternativa A está incorreta, pois, embora luvas e cachecóis sejam peças de roupa utilizadas no inverno, a campanha não arrecada as doações para que se faça um acampamento. A alternativa B está incorreta, pois não se visa a arrecadação de móveis e utensílios. Além disso, as arrecadações não se destinam aos membros das equipes da campanha, mas às vítimas do frio. A alternativa D está incorreta, pois a campanha não objetiva arrecadar mantimentos para vítimas do frio em Neuquén. A alternativa E está incorreta, pois a campanha não objetiva arrecadar artigos de higiene e limpeza, mas vestuário e roupas de cama para as pessoas que sofrem com o frio na região. LDC4 LCT – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 03 Todavía nos quedan casi dos meses para sentarnos en nuestra butaca del cine y poder disfrutar de Star Wars episodio IX, El ascenso de Skywalker, la película que cerrará tanto la Trilogía de las Secuelas como la Saga Skywalker. Por su parte, los cómics de Star Wars están profundizando en diferentes tramas de los personajes principales de la Trilogía de las Secuelas, así como rellenando agujeros que fueron dejados en las películas como es el caso de la relación entre Leia y Rey o el entrenamiento de Kylo Ren bajo la tutela del Líder Supremo Snoke. De hecho, con Kylo nos vamos a quedar, ya que su serie de cómics de Star Wars: El ascenso de Kylo Ren nos mostrará al joven Ben Solo luchando codo con codo junto a Luke Skywalker contra los... ¡Caballeros de Ren! CAZALLAS, J. Disponível em: <https://www.hobbyconsolas.com>. Acesso em: 25 out. 2019. [Fragmento] No contexto do artigo, a expressão “codo con codo”, relacionada aos personagens Ben Solo e Luke Skywalker, caracteriza o(a) A. enfrentamento em uma batalha. B. parceria em um combate. C. vivência familiar conturbada. D. revelação de que são grandes inimigos. E. mudança na narrativa decorrente de sua amizade. Alternativa B Resolução: A alternativa B está correta, pois essa expressão, em espanhol, tem o sentido de estar “lado a lado”, “junto”, “perto”, ou seja, os personagens lutarão do mesmo lado na batalha. As explicações nas demais alternativas não correspondem à expressão destacada do texto. QUESTÃO 04 Los tonos tendencia del verano Te contamos los tonos que más se usarán esta temporada para que tu maquillaje y uñas estén a la moda. Pasteles Tanto el rosa, el lila, como el celeste pastel son colores que marcan tendencia. Transmiten calma y serenidad, ideales para aquellas que buscan expresar su carácter tranquilo. Además, aportan un toque femenino y delicado a tus manos. Coral El coral es un color que dice: ¡Llegó el verano! Se trata de un tono vibrante y energético que, por un lado, llama la atención y, por otro, muestra lo arriesgada que podés ser. Por supuesto, existen variantes ya que algunos son más eléctricos, cercanos al naranja, y otros más suaves, con tonalidad más rosada. […] Azul marino El azul está relacionado al mar y por eso, es uno de los más elegidos durante el verano. Además, combina con todo y deja ver un lado sofisticado. Es ideal para llevarlo con las uñas cortas para darle un toque sobrio a tus manos. 7VØ6 CSUY Cítricos Sin duda los colores cítricos son tendencia. El verde, amarillo y naranja hacen que lleves la calidez en tus manos. Son tonos divertidos y llamativos para esos momentos más casuales y quedan perfectos en pieles bronceadas. […] Disponível em: <http://bellezaxunproposito.com.ar>. Acesso em: 11 mar. 2016. A cada estação, novas tendências de cores surgem no mundo da moda e influenciam roupas, calçados, bolsas, maquiagem e unhas. De acordo com o texto, A. os tons de coral podem transmitir calma e serenidade. B. o lilás é um tom vibrante e energético, que chama a atenção. C. o azul-marinho deve ser evitado no verão por ser uma cor bastante sóbria. D. as cores pastel são recomendadas por serem bastante chamativas. E. os tons cítricos são chamativos e combinam com peles bronzeadas. Alternativa E Resolução: A alternativa correta é a E, pois, de acordo com o texto, as cores cítricas são divertidas, chamativas e ficam perfeitas em peles bronzeadas. A alternativa A está incorreta porque os tons de coral, diferentemente do que está registrado na alternativa, são vibrantes e energéticos. A alternativa B está incorreta porque o lilás transmite calma e serenidade. A alternativa C está incorreta porque o texto não menciona que o tom azul-marinho deve ser evitado, mas sim que é um dos tons mais escolhidos durante o verão, uma vez que está relacionado ao mar. A alternativa D está incorreta porque os tons pastel são considerados femininos e delicados. QUESTÃO 05 Piececitos Piececitos de niño, azulosos de frío, ¡cómo os ven y no os cubren, Dios mío! ¡Piececitos heridos por los guijarros todos, ultrajados de nieves y lodos! El hombre ciego ignora que por donde pasáis, una flor de luz viva dejáis; [...] MISTRAL, G. Disponível em: <https://www.culturagenial.com/>. Acesso em: 23 out. 2019. [Fragmento] O poema “Piececitos”, de Gabriela Mistral, trata de uma preocupação social contemporânea relativa A. às deficiências físicas dos adultos. B. à exploração da mão de obra infantil. C. à violência familiar nas grandes metrópoles. D. à problemática dos menores abandonados nas ruas. E. à precariedade das moradias onde vivem as crianças. 9TNP ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa D Resolução: A alternativa D está correta, pois, por meio da referência aos pezinhos das crianças, retoma-se, metonimicamente, o modo como são tratadas: com indiferença e desdém, como informam os trechos “Piececitos de niño, / azulosos de frío, / ¡cómo os ven y no os cubren, / Dios mío!” e “El hombre ciego ignora / que por donde pasáis”. A alternativa A está incorreta, pois o poema, apesar de usar o termo “ciego” na última estrofe, não o faz denotativamente, ou seja, não aborda as deficiências físicas dos adultos. O termo é usado de modo conotativo, visando abordar o comportamento dos adultos em relação às crianças que vivem nas ruas. A alternativa B está incorreta, pois não se aborda a questão do trabalho infantil nesse poema. A alternativa C está incorreta, pois, embora as condições em que vivem as crianças nas ruas possam ter sido originadas em um problema familiar anterior, não se aborda essa questão no poema. A alternativa E está incorreta, pois, apesar de abordar a questão da precariedade da vida de muitas crianças, não se mencionam especificamente as condições de suas moradias, apenas o fato de que elas são tratadas com desdém pelos adultos nas ruas. LCT – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 06 Uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós da rede) e suas conexões (interações ou laços sociais). Uma rede, assim, é uma metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores. A abordagem da rede tem, assim, seu foco na estrutura social, onde não é possível isolar os atores sociais nem suas conexões. RECUERO, R. Redes sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. (Coleção Cibercultura). Na abordagem proposta pela autora, as redes sociais são influenciadas pelo(a) A. busca por um comportamento singular no campo das relações humanas. B. aproximação entre sociedade e instituições relacionadas aos indivíduos. C. emprego que os sujeitos dão aos meios decomunicação digitais. D. comportamento dos atores e suas interações na sociedade. E. extensão de atores e conexões interpessoais à sociedade. Alternativa D Resolução: O fragmento aponta que uma rede social é construída por atores e suas conexões sociais, dessa forma, essa rede tende a ser influenciada pelo comportamento dos participantes e suas interações. Assim, a alternativa D está correta. A alternativa A está incorreta, pois não há menção, no texto, a uma busca por singularidade. A alternativa B está incorreta, pois a abordagem não define a aproximação da sociedade com instituições como influência para as redes sociais. O texto aborda as redes sociais, porém sem delimitá-las unicamente aos meios de comunicação digitais, por isso a alternativa C está incorreta. A alternativa E está incorreta, pois os atores definidos no texto são os indivíduos, instituições, ou seja, participantes da sociedade, portanto não há como ocorrer uma extensão deles para algo do qual eles já fazem parte. QUESTÃO 07 TEXTO I HUBERT. Folha de S.Paulo, 21 fev. 2018. 1XTJ T1ZE TEXTO II Intervenção federal no Rio é aprovada e valerá até dezembro Decreto de intervenção concede comando das forças de segurança e trava votações de PECs no Congresso Nacional. GARCIA, A. R7, 20 fev. 2018. Disponível em: <https://noticias.r7.com/>. Acesso em: 07 nov. 2019. A imagem do Cristo Redentor tal, como se vê na charge, foi motivada pelo(a) A. desejo dos cariocas de proteção militar. B. intervenção das Forças Armadas no Rio. C. exaltação dos cariocas às Forças Armadas. D. atitude de submissão dos cariocas ao Exército. E. comemoração da atuação do Exército no Rio. Alternativa B Resolução: Considerando o texto I e o que é solicitado na questão, verifica-se que o que motivou a elaboração da charge foi a intervenção das Forças Armadas no Rio de Janeiro, por isso a alternativa B está correta. As alternativas A e C estão incorretas, pois os textos não abordam opiniões da população da cidade, os cariocas. Portanto, não se pode afirmar que eles desejavam um reforço militar nem que exaltavam as Forças Armadas. O Cristo Redentor é um símbolo que representa o Rio de Janeiro, por isso um sentido possível para a charge seria o de submissão da cidade ao Exército, porém o que é solicitado é o que motivou a criação da imagem, e não a mensagem transmitida, o que faz com que a alternativa D seja incorreta. A alternativa E está incorreta, pois não se pode depreender que haja uma comemoração pela atuação do Exército. QUESTÃO 08 Segundo o especialista em marketing digital, Diego Brito, CEO da agência General Marketing: “O jogo mudou! Seja na política ou em nosso dia a dia, as redes sociais se tornaram a mídia de maior impacto e consequentemente a que possui uma maior eficiência para vender produtos, ideias e até mesmo presidentes da República. Não tem mais essa de que Facebook não funciona para a minha empresa. Se a sua empresa não está no Facebook, é ela que não está funcionando direito”. DINO. 62% da população brasileira está ativa nas redes sociais. Exame, 19 out. 2018. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/>. Acesso em: 24 set. 2019. [Fragmento] No fragmento, a tese defendida pelo especialista citado é a de que as redes sociais A. reforçam o caráter socioeconômico e cultural inerente ao ambiente digital. B. auxiliam na divulgação de produtos com objetivo de promover estilos de vida. C. subtraem valor cultural dos produtos e ideias anunciados pelo marketing digital. D. impactam os sujeitos envolvidos na comunicação e no processo de compra e venda. 3VG1 ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO E. influenciam a adoção de comportamentos mais conscientes na decisão de compra. Alternativa D Resolução: O texto aponta que as redes sociais são, atualmente, responsáveis por grandes impactos na vida dos indivíduos, com grande capacidade de venda e influenciando até mesmo na escolha de presidentes. Por isso, a alternativa D está correta. A alternativa A está incorreta, pois não é inerente ao ambiente digital um caráter socioeconômico e cultural. A alternativa B está incorreta porque o texto não afirma que a divulgação de produtos tenha como objetivo promover determinados estilos de vida. A alternativa C está incorreta, visto que o especialista defende que as redes sociais não subtraem, mas agregam valor cultural aos produtos, o que se verifica em sua afirmação de que uma empresa que não está no Facebook não está funcionando direito. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois o que se pode entender pelo trecho em análise é que as redes sociais são um instrumento para aumento da oferta de consumo, ou seja, não há um intuito de influenciar comportamentos mais conscientes. QUESTÃO 09 O Velho Chico de águas corridas, antes navegáveis, completa 518 anos de descoberta nesta sexta-feira. É um senhor doente. Imponente, é um paciente grave. O excesso de terra e sedimentos diminuem o seu volume. Bancos de areia obstruem suas artérias e o tornam não mais navegável em vários trechos. O principal sintoma da morte de um rio é quando o mar invade as suas águas. Na foz, em Brejo Grande (SE), isso já ocorre. Lá, o São Francisco não tem mais força para entrar no Oceano Atlântico. O rio agoniza pela falta de cuidado dos homens. O diagnóstico: revitalização urgente. O remédio: desobstruir suas artérias. ALENCAR, O. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 06 out. 2019. [Fragmento] Para justificar seu ponto de vista, o autor usa a personificação como um recurso discursivo, por meio do qual A. caracteriza o Rio São Francisco como um paciente doente, que precisa de cuidados imediatos. B. fornece informações de extrema importância sobre a recuperação do rio e de seus afluentes. C. cita responsáveis pelo grave estado ambiental em que o Rio São Francisco se encontra. D. indica a importância do rio para as populações ribeirinhas e para o continente em geral. E. sugere alguns cuidados e ações que podem ser tomadas para evitar a morte do rio. Alternativa A Resolução: A alternativa A está correta, pois a figura de linguagem da personificação é utilizada pelo autor para apresentar o Rio São Francisco como um paciente doente, que precisa de cuidados médicos. Termos como “senhor doente”, “paciente grave”, “desobstruir suas artérias” e “o rio agoniza” são usados para demonstrar o estado grave em que o rio se encontra, buscando sensibilizar o leitor para essa situação. PD44 As alternativas B e E estão incorretas porque o autor menciona que o rio precisa se recuperar, mas sem informações aprofundadas e sem especificar como isso pode ser feito. A alternativa C está incorreta, pois o autor não cita os responsáveis diretos pela situação em que o rio se encontra, apenas menciona que ele está morrendo pela falta de cuidados dos homens, fator que não está relacionado à estratégia de personificação. Já a alternativa D está incorreta porque, apesar de a importância do Rio São Francisco ser amplamente conhecida, não há citação sobre esse assunto no trecho em questão. QUESTÃO 10 MOGI GUAÇU. Prefeitura Municipal. Secretaria de Promoção Social. Muitas campanhas publicitárias chamam a atenção da sociedade para problemas sociais. No caso do texto anterior, seu objetivo comunicativo é A. mobilizar a população para o combate a toda forma de violência infantil. B. alertar os agressores sexuais de que seus atos são considerados crimes. C. evidenciar que essa prática abusiva pode atingir crianças e adolescentes. D. instruir as vítimas de abuso sexual a buscarem ajuda por meio da denúncia. E. conscientizar as pessoas da necessidade de denúncia do abuso sexual infantil. Alternativa E Resolução: A alternativa E está correta, pois a campanha publicitária aborda a questão do abuso sexual contra crianças e adolescentes, buscando promovera conscientização sobre essa problemática e incentivar a denúncia por meio dos canais de comunicação informados. A alternativa A está incorreta, pois a campanha visa à conscientização especificamente sobre o abuso sexual infantil, não abordando outras formas de violência contra crianças e adolescentes. A alternativa B está incorreta porque a campanha não é dirigida aos agressores, mas às pessoas que sabem da ocorrência dos abusos e podem atuar na denúncia, evitando serem cúmplices dessa prática. A alternativa C está incorreta, pois o fato de a prática abusiva poder atingir crianças e adolescentes é reforçado na campanha, mas não é seu objetivo principal, pois espera-se que as pessoas já tenham conhecimento dessa ocorrência e que, agora, denunciem. A alternativa D está incorreta, pois não é objetivo da campanha se dirigir às vítimas dos crimes, mas sim às pessoas que podem atuar na denúncia, o que é reforçado pelo imperativo negativo “Não seja cúmplice”, dirigindo-se ao interlocutor. 4S4K LCT – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 11 Muitos especialistas acreditam que a galera consegue deixar o “internetês” só no mundo virtual. “Os jovens não confundem, não. Eles sabem que essa linguagem econômica só é adequada para os ambientes digitais”, diz a linguista Maria Irma Hadler Coudry, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp-SP). “O que pode acontecer é surgir uma outra variedade, como o internetês, mas a língua culta e essas variedades vão continuar convivendo”, diz Maria Irma. Disponível em: <https://super.abril.com.br/>. Acesso em: 04 ago. 2019. [Fragmento] Em relação ao chamado “internetês”, o texto defende que esse tipo de linguagem A. auxilia as comunicações virtuais. B. insere o indivíduo no meio digital. C. integra falantes jovens à sociedade. D. valoriza outras variedades linguísticas. E. atende a um contexto de comunicação. Alternativa E Resolução: O texto aborda a questão do internetês e aponta que, diferentemente do temor que há na sociedade, os jovens não irão confundir os tipos de linguagem e seus usos, pois esses neologismos atendem ao contexto virtual de comunicação. Assim, a alternativa E está correta. A alternativa A está incorreta, pois o foco do texto não é em relação ao internetês auxiliar nas relações virtuais. A alternativa B está incorreta, pois a linguagem da Internet não insere o indivíduo no meio digital, pois ela é utilizada por aqueles que já estão ali inseridos. A alternativa C está incorreta porque esse tipo de linguagem não integra o jovem à sociedade, pois, como afirma o texto, o uso ocorre apenas no ambiente virtual. A alternativa D está incorreta, pois o fragmento em questão delimita-se a abordar a questão do uso do internetês, sem apresentar consequências que ele pode gerar, apontando apenas que essas variadas formas de linguagem continuarão a conviver. QUESTÃO 12 QUINO. Toda Mafalda. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010. 420 p. Na organização gramatical da tirinha, o autor empregou um pronome demonstrativo, cujo uso no texto é justificado, de acordo com a norma-padrão, por A. indicar que o objeto a que a personagem se refere está próximo a ela. B. evidenciar que a personagem se refere ao mundo real, o planeta Terra. C. funcionar como elemento coesivo que retoma um termo já exposto. 9LGT JFXH D. inferir que há mais de um mundo, e aquele é apenas um modelo. E. sugerir que o mundo reduzido é belo, mas o original não. Alternativa A Resolução: Entre os usos possíveis do pronome demonstrativo “este” há o uso para indicar algo que está próximo de quem fala, assim, a alternativa A está correta, pois, nesse caso, ele é usado para indicar o objeto ao qual Mafalda se refere (o globo) e que está próximo a ela. A alternativa B está incorreta, pois a personagem não se refere ao mundo real, mas ao modelo reduzido, para o qual aponta com seu dedo indicador. A alternativa C está incorreta, pois, apesar de um dos usos do pronome “este” ser o de retomar algo dito anteriormente, considerando sua utilização logo na primeira fala, não se verifica a retomada de qualquer elemento anterior. A alternativa D está incorreta porque não é possível inferir, pela fala de Mafalda, que existe mais de um mundo, até mesmo porque ela não fala de “um dos mundos”, mas sim “este é o mundo”, indicando uma única existência. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois a garota sugere sim, em sua fala, que apenas o modelo reduzido é carregado de beleza, enquanto o modelo original é um desastre. Contudo, considerando o solicitado na questão, relativo à norma-padrão, o pronome demonstrativo não é responsável por essa inferência de sentido. QUESTÃO 13 Alegria, formosa centelha divina, Filha do Elíseo, Ébrios de fogo entramos Em teu santuário celeste! Tua magia volta a unir O que o costume rigorosamente dividiu. Todos os homens se irmanam Ali onde teu doce voo se detém. Quem já conseguiu o maior tesouro De ser o amigo de um amigo, Quem já conquistou uma mulher amável Rejubile-se conosco! Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma, Uma única em todo o mundo. Mas aquele que falhou nisso Que fique chorando sozinho! Alegrias bebem todos os seres No seio da Natureza [...] SCHILLER, F. Ode à alegria (Ode an die Freude). Disponível em: <https://repositorioaberto.uab.pt/>. Acesso em: 08 nov. 2019. [Fragmento] Nos versos de Friedrich von Schiller, famosos por serem parte da “Sinfonia n. 9” de Beethoven, a voz lírica exalta, como temática, A. as fantasias do amor. B. as convenções sociais. BJ4C ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO C. a força da fé na figura divina. D. a comunhão com a natureza. E. a fraternidade entre os humanos. Alternativa E Resolução: Trata-se de um poema de tom elevado e solene, construído originalmente para ser elogioso. O fragmento analisado foi extraído da “Ode à alegria”, composição do autor Friedrich von Schiller. A voz lírica do fragmento aponta para a importância de cativarmos uns aos outros em busca da amizade que unificará a humanidade. Desse modo, a alternativa E está correta. A alternativa A está incorreta, pois o amor aparece no texto como uma das possibilidades para a união, tal qual a amizade. A alternativa B está incorreta, pois as convenções sociais são antagonizadas pelo eu lírico, visto que foram elas as responsáveis pela separação dos homens. A alternativa C está incorreta, pois, no poema, a alegria é elevada ao posto divino, não havendo menção à fé religiosa. Finalmente, a alternativa D está incorreta, pois a natureza é vista como a provedora de alegria para todos os seres, de modo a reforçar as semelhanças entre os indivíduos. QUESTÃO 14 Faça uma coisa. Passe uma semana sem ouvir uma música, sem assistir uma novela, sem ir ao teatro, sem ler um livro, ver um filme, olhar para uma escultura, ou para um quadro. Fique um tempo sem dançar, sem recitar uma poesia e me diga o que resta da sua vida. Talvez assim você entenda qual é o valor da arte no seu dia a dia e o valor de um artista na formação da sociedade. SANTA CRUZ, T. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/>. Acesso em: 11 nov. 2019. [Fragmento] O texto propõe uma reflexão crítica que parte do ponto de vista de que a profissão do artista A. influencia o desejo de ascensão social nas pessoas. B. aproveita-se de benefícios proporcionados pela publicidade. C. provoca mudanças nos valores sociais do sujeito que a exerce. D. contribui para a sensibilização das pessoas a valores humanos. E. resulta do apelo mercadológico por carreiras mais simples e fáceis. Alternativa D Resolução: O texto em questão aborda a arte e a importância dos artistas para a vida das pessoas, levando o leitor a uma reflexão sobre como as manifestações artísticas estão inseridas na rotina de todos os indivíduos. Dessa forma, a alternativa D está correta,pois é possível entender que o artista contribui para o bom proveito da vida. A alternativa A está incorreta, pois não há menção no texto sobre a busca por ascensão social. A alternativa B está incorreta, pois o autor não aborda a relação dos artistas e os benefícios advindos de sua vida pública. A alternativa C está incorreta porque o fragmento mostra a importância da arte e dos artistas, mas não aborda sua capacidade de gerar mudança de valores nos indivíduos. 3NA6 A alternativa E está incorreta, pois não se verifica citação a questões mercadológicas que envolvem as profissões artísticas. QUESTÃO 15 Era uma vez dois pobres lenhadores, que voltavam para casa através de um grande pinheiral. Era inverno, e a noite estava extremamente fria. A neve jazia espessa no solo e sobre os galhos das árvores: a geada fazia estalar os tenros ramos por onde eles passavam; e quando chegaram à Cachoeira da Montanha, viram-na suspensa, imóvel no ar, pois o Rei Gelo a beijara. O frio era tamanho que nem mesmo os animais e os pássaros sabiam como se arranjar. – Ufa! – rosnou o lobo, ao passar vacilante, pelo mato, com a cauda entre as pernas. – Este tempo é terrivelmente monstruoso. Por que o governo não toma alguma providência? – Piu, piu, piu! – pipilaram os pintarroxos verdes. – A velha terra está morta, e cobriram-na com sua mortalha branca. – A terra vai se casar, e este é o seu vestido de noiva – murmuraram as rolas entre si. Seus pezinhos cor-de-rosa estavam inteiramente gelados pela neve, mas elas achavam que deveriam dar à situação uma nota romântica. WILDE, O. O menino e a estrela. In: Contos e novelas de Oscar Wilde. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. p. 143. A expressão que abre o conto marca, na cultura eurocêntrica, o modo de construção temporal de muitos gêneros narrativos. No fragmento do autor irlandês Oscar Wilde, o tempo é apresentado como momento impreciso, vinculando-se a uma representação A. fantástica e transgressora dos contos populares. B. mágica e longínqua da paisagem e dos animais. C. objetiva e moralizante das relações pessoais. D. inverossímil e infantilizada da natureza. E. bem-humorada e irônica da vida rural. Alternativa B Resolução: A expressão “Era uma vez”, que abre o conto de Oscar Wilde, marca a imprecisão do tempo da narrativa, vinculando-se a uma representação mágica e longínqua da paisagem e das personagens. Corrobora essa ideia o trecho em que é informado que o Rei Gelo beijou a cachoeira, mencionando uma personagem de característica fantástica. Igualmente, o fato de os animais falarem também marca essa representação mágica do conto. Está correta, assim, a alternativa B. Improcede a alternativa A, pois, na narrativa, não há uma representação transgressora dos contos populares. Do mesmo modo, a alternativa C não procede, pois não se verifica no conto uma representação moralizante ou mesmo objetiva das relações pessoais. Ainda, no conto, não há uma representação inverossímil ou infantilizada da natureza, tampouco bem-humorada e irônica da vida rural, estando incorretas as alternativas D e E. HPG6 LCT – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 16 Te encontro com certeza Talvez num tempo da delicadeza Onde não diremos nada, nada aconteceu Apenas seguirei como encantado, ao lado teu BUARQUE, Chico. Disponível em: <http://www.chicobuarque.com.br>. Acesso em: 23 ago. 2011. Os textos artísticos podem fazer uso da licença poética, que consiste na permissão para extrapolar as normas da Gramática Normativa. No trecho da canção apresentada, há uso de licença poética em relação A. à repetição do termo “nada”. B. ao termo “onde”. C. ao pronome “teu” (2ª pessoa do singular). D. ao adjetivo “encantado”. E. a um dos advérbios “talvez” / “apenas”. Alternativa B Resolução: Considerando o solicitado na questão, analisando o poema pelas normas gramaticais, a alternativa B está correta, pois o pronome relativo “onde” deve ser empregado apenas quando o antecedente a que se refere indica lugar físico. No caso do texto, “onde” retoma “um tempo de delicadeza”, que sugere ideia de tempo. Portanto, segundo a norma-padrão, os relativos adequados seriam “em que” ou “quando”. A alternativa A está incorreta, pois a repetição do termo “nada” não configura como erro gramatical utilizado como licença poética, sendo, na verdade, uma figura de linguagem. A alternativa C está incorreta, pois não há desvio de norma da Gramática Normativa na utilização de “teu”, o qual, inclusive, está de acordo com a utilização de “te” no primeiro verso. Já a alternativa D está incorreta, pois “encantado” foi utilizado em seu sentido denotativo, ou seja, o eu lírico está mesmo encantado, enfeitiçado pela pessoa amada. A alternativa E está incorreta porque os advérbios foram usados de acordo com a Gramática Normativa, não ocorrendo licença poética. QUESTÃO 17 TEXTO I Tinha vinte anos e pelo menos vinte escolhas diante de si, por isso sorriu ao divisar aquela jovem na sacada de um apartamento no prédio mais próximo. Ela vestia branco e tinha os cabelos soltos, como se fosse um milagre. Cabelos compridos, grossos e escuros, ondulados demais. Não podia ser diferente: era a Garota de branco. A Sinfonia em branco de Whistler. A poesia da visão. LISBOA, A. Sinfonia em branco. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Alfaguara, 2013. p. 42. SWQA EEEC TEXTO II WHISTLER, J. A. A garota branca. Óleo sobre tela, 215 × 108 cm. 1862. A referência ao quadro de Whistler no fragmento de Adriana Lisboa dialoga com a percepção artística do pintor, pois remete à produção de sentidos que ocorre pela A. religiosidade que permeia a arte. B. compreensão da intenção do artista. C. intertextualidade entre música e pintura. D. evocação de sentimentos a partir da forma. E. relação entre o elemento humano e arquitetônico. Alternativa D Resolução: Na obra de Adriana Lisboa, a garota de branco é como uma “poesia da visão” para o jovem que a admira, fazendo-o lembrar-se imediatamente da obra de Whistler. Conforme se pode observar no texto II, a “poesia da visão” conversa com os ideais estéticos de Whistler, para quem a arte deve apelar diretamente aos olhos, valorizando a forma. Logo, a alternativa D está correta. Na obra de Lisboa, a garota de branco aparece tal qual um milagre para a personagem, que não consegue acreditar em sua beleza. Esse milagre, no entanto, se relaciona à personificação de uma obra por ele conhecida, não fazendo menção à religião presente nas artes. Portanto, a alternativa A está incorreta. O ideal artístico de Whistler renega a necessidade de contextos para a obra de arte, dando espaço para seu efeito quando recebida por um público, logo a alternativa B está incorreta. A intertextualidade entre música e pintura está presente na obra de Whistler, mas não encontra eco na intertextualidade de Lisboa, cujo foco é a poesia advinda da forma. Desse modo, a alternativa C está incorreta. O selvagem e o urbano que aparecem nas obras de Whistler e Lisboa, respectivamente, estão opostos à pureza do branco. No entanto, a estética de Whistler se pauta no efeito da forma aos olhos de quem vê, estando a alternativa E, portanto, incorreta. ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 18 TEXTO I À primeira vista, o microconto pode ser compreendido como sinal dos novíssimos tempos: ele dialoga com novas formas de representação – imediatas, objetivas, fragmentárias – que favorecem a economia de tempo dos leitores, habituados à leitura diagonal, em lugar da orientação linear. CHAUVIN, J. P. Reflexão sobre o microconto. Jornal da USP, 27 jun. 2016. Disponível em: <https://jornal.usp.br/>. Acesso em: 08 nov. 2019. [Fragmento] TEXTO II Fui me confessar ao mar. O que ele disse? Nada. TELLES, L. F. In: FREIRE, M. (Org.) Os Cem Menores Contos Brasileirosdo Século. 3. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2008. A partir da relação entre os textos I e II, em que um define o gênero textual a que pertence o outro, a passagem do tempo, na narrativa do microconto, A. revela-se pelos agentes dos verbos. B. está marcada pelos verbos no passado. C. evidencia-se pela quantidade de verbos. D. explicita-se pelo curso ordenado de frases. E. está assinalada pela ambiguidade de “Nada”. Alternativa D Resolução: Ao analisar o microconto de Lygia Fagundes Telles sob a definição desse gênero por Jean Paul Chauvin, observa-se que o tempo da narrativa, econômico, fragmentário, se evidencia pela ordenação sequencial das frases. Logo, a alternativa correta é D. A alternativa A está incorreta, pois os agentes dos verbos evidenciam as personagens do microconto. A alternativa B está incorreta, pois os verbos no passado marcam que o tempo da narrativa é diferente do tempo narrado, mas não explicitam a passagem do tempo dentro da própria narrativa. A alternativa C está incorreta, pois a quantidade de verbos, dois (ou três, devido à ambiguidade de “nada”), não explicita a passagem temporal cronológica dos fatos, mas, sim, evidenciam a economia típica do gênero. A alternativa E está incorreta, pois a ambiguidade da palavra “Nada” afeta a semântica construída pelo microconto – já que pode indicar o imperativo para a execução do verbo “nadar” ou o pronome indefinido –, não relacionando com a marcação da passagem de tempo. Essa ambiguidade evidencia o tom humorístico do texto. QUESTÃO 19 O coração delator Sorri – pois o que tinha a temer? Dei as boas-vindas aos senhores. O grito, disse, fora meu, num sonho. O velho, mencionei, estava fora, no campo. Acompanhei minhas visitas por toda a casa. Incentivei-os a procurar – procurar bem. Levei-os, por fim, ao quarto dele. Mostrei-lhes seus tesouros, seguro, imperturbável. No entusiasmo de minha confiança, levei cadeiras para o quarto e convidei-os para ali descansarem de seus afazeres, enquanto eu mesmo, na louca audácia de um triunfo perfeito, instalei minha própria cadeira exatamente no ponto sob o qual repousava o cadáver da vítima. POE, Edgar Allan. Disponível em: <http://oficinaideiaseideais.blogspot. com.br/2008/09/discurso-direto-indireto-e-indireto.html>. Acesso em: 04 jun. 2013. 7IK7 ZMQ1 Em uma narrativa, o narrador incorpora no ato de narrar as vozes que compõem a história contada, encenando diálogos, reflexões e remissões a outros personagens. Para tanto, utiliza-se de procedimentos de representação que podem ser sintetizados em três: discurso direto, indireto ou indireto livre. No fragmento do conto de Edgar Allan Poe, nota-se o uso de discurso A. direto, uma vez que se utilizam travessões e falas explícitas das personagens que são interrogadas pelo narrador. B. indireto livre, pois ocorre a fusão tanto do discurso direto quanto do indireto, respectivamente comprovados pelo uso de travessões e elocução. C. indireto, já que não ocorre diálogo explícito e as cenas e atitudes das personagens são descritas pelo próprio narrador. D. indireto livre, pois se apresenta um fluxo de consciência do narrador, o qual se confunde com as falas de outras personagens. E. direto, porque, além do uso de travessões, o narrador expressa explicitamente seus sentimentos e atitudes com adjetivos e verbos de ação. Alternativa C Resolução: O fragmento em questão apresenta um narrador- -personagem, que descreve as cenas e os diálogos, porém sem utilizar marcações explícitas das falas, sendo, portanto, um discurso indireto. Dessa forma, a alternativa C está correta. A alternativa A está incorreta, pois não há no trecho travessões e falas explícitas de personagens. O discurso indireto livre define-se pela fusão das falas e pensamentos das personagens à voz do narrador, não havendo marcas, como travessões. Assim, a alternativa B está incorreta, bem como a alternativa D, visto que o trecho não apresenta fluxo de consciência do narrador nem características desse tipo de discurso. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois no texto não ocorre a utilização de travessões, característica do discurso direto. QUESTÃO 20 Um instante, senhor É mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha e um rico entrar no reino dos céus do que cancelar a TV a cabo. Sei o que digo: perdi uma tarde no telefone até a atendente Carla aceitar o fim de nossa relação – não sem antes levar-me à beira da loucura com as infinitas artimanhas que deve ter aprendido em gincanas Tropa de Elite de Vendas e outras aberrações oriundas do fascinante mundo do RH. A guerrilheira Carla nem perdia o rebolado. Pedia um instantinho, me deixava ouvindo aquela música new age de videogame e, cinco minutos depois, como se nada tivesse acontecido, oferecia-me o “Combo Deluxe” pelo preço do “Combo Master”, o “Combo Master” pelo preço do “Combo Comfort – mais a família Cineblix!, senhor Antonio, é um excelente negócio!”. PRATA, A. Disponível em: <https://blogdoantonioprata.blogspot.com/>. Acesso em: 28 set. 2019. [Fragmento] 8G7P LCT – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO No texto, ao modificar um provérbio, o cronista tem como objetivo A. comparar uma citação bíblica com a dificuldade de se cancelar a TV a cabo. B. defender a persistência de atendentes diante dos pedidos de cancelamento. C. hiperbolizar o comportamento de usuários no cancelamento da TV a cabo. D. hierarquizar as dificuldades de cancelar um dos combos de serviço. E. relativizar os obstáculos para se cancelar o serviço de TV a cabo. Alternativa A Resolução: A crônica em questão busca mostrar, com humor, uma situação vivida por muitas pessoas. Com a quebra da expectativa relacionada à citação bíblica que inicia o texto, o cronista buscou demonstrar a dificuldade que os usuários têm para cancelar a TV a cabo, afirmando ser mais difícil do que as situações presentes no provérbio. Assim, a alternativa A está correta. A alternativa B está incorreta, pois o texto critica a insistência dos atendentes, e não defende. A alternativa C está incorreta, pois não há uma hipérbole em relação ao comportamento dos usuários, mas, sim, em relação à situação. A alternativa D está incorreta, pois o objetivo não é hierarquizar, mas apenas apresentar as dificuldades para se conseguir o cancelamento. Além disso, esses problemas também não são relativizados, portanto a alternativa E está incorreta. QUESTÃO 21 Era uma rua comprida, com muros altos, amarelos. Seu coração batia de medo, ela procurava inutilmente reconhecer os arredores, enquanto a vida que descobrira continuava a pulsar e um vento mais morno e mais misterioso rodeava-lhe o rosto. Ficou parada olhando o muro. Enfim pôde localizar-se. Andando um pouco mais ao longo de uma sebe, atravessou os portões do Jardim Botânico. Andava pesadamente pela alameda central, entre os coqueiros. Não havia ninguém no Jardim. Depositou os embrulhos na terra, sentou-se no banco de um atalho e ali ficou muito tempo. A vastidão parecia acalmá-la, o silêncio regulava sua respiração. Ela adormecia dentro de si. LISPECTOR, C. Amor. In: ______. Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. No conto de Clarice Lispector, o espaço apresenta importante função, porque A. associa-se ao enredo narrado. B. favorece o discurso indireto livre. C. reflete as emoções da personagem. D. evidencia as marcas do tempo narrativo. E. transparece análise geopolítica da obra. D9KZ Alternativa C Resolução: O espaço, no trecho de “Amor”, de Clarice Lispector, torna-se extremamente importante, pois reflete as emoções da personagem, por exemplo, assim como as paredes, amarelas, ela se acovarda; a inexistência de pessoas no Jardim Botânico, espaço carioca sempre tão cheio de pessoas, reflete a solidão sentida pela moça. Logo, a alternativa C está correta. A alternativa A está incorreta, pois o enredoconstitui-se pelo espaço, não se associa a este. A alternativa B está incorreta, pois não há discurso indireto livre no trecho. A alternativa D está incorreta, pois o tempo da narrativa, como as emoções da personagem, se reflete no espaço – fica vazio e parado. A alternativa E está incorreta, pois o espaço não garante uma análise geopolítica, fora as referências relativas à personagem, deve-se considerar apenas sua apresentação enquanto localização. QUESTÃO 22 Disponível em: <http://www.towbar.com.br/>. Acesso em: 10 jun. 2019. Nesse cartaz, o uso da imagem do operador de trânsito com uma placa sinalizadora na mão, associado ao texto verbal, tem o objetivo de A. chamar a atenção do público-alvo por meio do símbolo para o conteúdo da campanha. B. simbolizar a mudança de comportamento do interlocutor após a campanha. C. reforçar a argumentação criada pela campanha para seus interlocutores. D. explicitar o assunto da campanha por meio de símbolos referentes. E. incentivar o público-alvo a consumir produtos específicos. Alternativa A Resolução: A imagem utilizada na campanha, do agente com uma placa de sinalização, a qual tem o formato da placa de trânsito de parada obrigatória, busca chamar a atenção do público-alvo, que são os motoristas, para o tema abordado, que é a conscientização para evitar acidentes. Assim, a alternativa A está correta. A alternativa B está incorreta, pois a utilização da imagem não se relaciona a um comportamento que já mudou. A alternativa C está incorreta, pois o objetivo do uso da imagem não é reforçar a argumentação, mas chamar a atenção. U6P8 ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO A alternativa D está incorreta, pois os símbolos utilizados não explicitam o assunto, apesar de se relacionarem a ele. A alternativa E está incorreta, pois não há referência a consumo de produtos, visto se tratar de uma campanha de conscientização, e não de incentivo à compra. QUESTÃO 23 Não é a primeira vez que me surpreendo com a utilização da Primeira Página da Folha para um brutal destaque a algo não apropriado (foto da modelo que acusa Neymar de estupro, 8/6). Lamentável a excessiva exploração de fofocas dessa natureza. Por outro lado, parabenizo o jornal pelo projeto Dias Melhores, que merece, sim, destaque. Fatos positivos trazem inspiração e esperança ao povo. SIMÕES, A. C. Painel do Leitor. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 10 jun. 2019. Nesse texto, do tipo dissertativo-argumentativo, contido na seção Painel do Leitor, a presença da opinião sobre uma publicação jornalística se destaca pelo uso de A. caracterização do jornal onde foi publicado. B. vulgarização para referenciar os jornalistas. C. indicação da circunstância temporal de sua divulgação. D. conexão lógica entre a notícia e o ponto de vista do autor. E. retomada da notícia dada pela mídia onde está publicado. Alternativa A Resolução: O texto apresentado é a opinião de um leitor publicada no próprio jornal ao qual ele se direciona. Seu posicionamento é marcado pelas escolhas lexicais, que demonstram sua avaliação acerca dos assuntos e do jornal, como “brutal”, “não apropriado”, “Lamentável”. Dessa forma, a alternativa A está correta. A alternativa B está incorreta, pois não há presença de palavras inapropriadas que se refiram aos jornalistas. A alternativa C está incorreta, pois a indicação do tempo da publicação não é o que garante a presença de opinião. A alternativa D está incorreta, pois a existência de uma conexão lógica não indica que há um posicionamento. Por fim, a alternativa E está incorreta porque o fato de retomar a notícia garante entendimento sobre a que o leitor se refere, porém não é o que marca a presença de sua opinião. QUESTÃO 24 PACO – Você arranhou meu sapato. (Molha o dedo na boca e passa no sapato.) Meu pisante é legal pra chuchu. (Examina o sapato.) Você não acha bacana? TONHO – Onde você roubou? PACO – Roubou o quê? TONHO – O sapato. PACO – Não roubei. TONHO – Não mente. PACO – Não sou ladrão. TONHO – Você não me engana. MAW3 EE2Y TONHO – Onde conseguiu, então? PACO – Trabalhando. TONHO – Pensa que sou trouxa? PACO – Parece. (Ri.) TONHO – Idiota. (Paco ri.) TONHO – Nós dois trabalhamos no mesmo serviço. Vivemos de biscate no mercado. Eu sou muito mais esperto e trabalho muito mais do que você. E nunca consegui mais do que o suficiente pra comer mal e dormir nesta espelunca. Como então você conseguiu comprar esse sapato? PACO – Eu não comprei. TONHO – Então roubou. PACO – Ganhei. MARCOS, P. Dois perdidos numa noite suja. Disponível em: <https://www.ufsj.edu.br/>. Acesso em: 28 set. 2019. [Fragmento] A peça de Plínio Marcos, escrita em 1966, traz uma forte crítica à sociedade e às ideias vigentes na época. No excerto, essas características se evidenciam por meio do(a) A. preconceito de Tonho, ao acusar Paco de furto. B. fascínio dos amigos, ao contemplarem o tênis de luxo. C. desesperança de Tonho, ao relatar a rotina de sua vida. D. agressividade de Paco, ao contestar Tonho pelo ataque. E. rivalidade entre as personagens, ao disputarem o objeto de consumo. Alternativa A Resolução: O excerto do texto dramático traz uma discussão de duas personagens em torno da forma como uma delas (Paco) conseguira seu par de tênis. Entende-se pelo trecho que as duas personagens pertencem ao setor mais pobre da sociedade. A partir da acusação de Tonho de que Paco teria roubado o sapato, o que se revela é uma crítica ao preconceito de classe daquela época, mas que ainda perdura atualmente, que pode ser traduzido pela ideia defendida por Tonho: sendo o amigo pobre como ele, a única forma de ele ter tido acesso é pelo furto. Por isso, a alternativa A está correta. A alternativa B está incorreta, pois não há no texto referência a um fascínio pelo sapato por parte das personagens. A alternativa C está incorreta, pois o relato de Tonho sobre sua vida não reforça a crítica do texto aos valores da sociedade. A alternativa D está incorreta, pois não se pode afirmar que há agressividade na fala de Paco. A alternativa E está incorreta porque as personagens não disputam o objeto, apenas discutem sobre sua procedência. QUESTÃO 25 No país das masmorras Chegamos ao núcleo da questão. No estado atual das prisões brasileiras, é tão bárbaro prender quem tem 16 anos quanto quem tem 18 ou mais. Todos sabemos disso. O país não tem moral para exigir respeito à lei, quando não tem moral para dizer: isto é uma prisão, você perderá a liberdade e aprenderá um ofício; trate de se recuperar. ØA9U LCT – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Quem pede leis mais rigorosas, simplesmente usa um eufemismo: queria que todo criminoso fosse fuzilado. COELHO, Marcelo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/marcelocoelho/1263968-no-pais-das-masmorras.shtml>. Acesso em: 04 jun. 2013. No fragmento anterior, a referência a uma conhecida figura de linguagem cria o efeito de sentido de A. atenuação da crítica àqueles que defendem penas mais rigorosas no país. B. minimização do impacto de um possível recrudescimento da lei. C. relativização dos problemas existentes nas prisões brasileiras. D. evidência do radicalismo de medidas que visam a endurecer as leis. E. estabelecimento de uma oposição entre presídios e campos de fuzilamento. Alternativa D Resolução: A figura de linguagem citada é o eufemismo, que se caracteriza pela busca por minimizar ou suavizar algo. O autor afirma que as pessoas utilizam essa figura para não dizer aquilo que realmente gostariam, mostrando, assim, que a busca por leis mais rígidas é uma medida radical. Portanto, a alternativa D está correta. A alternativa A está incorreta, pois não há atenuação das críticas, na verdade, o autor indica que o eufemismo ocorre na fala das pessoas. A alternativaB está incorreta, pois o texto não aborda os impactos que as leis mais duras poderiam causar. A alternativa C está incorreta porque o que se pode entender no texto é que os problemas das prisões são grandes, não havendo relativização sobre esse assunto. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois o autor não busca diferenciar os presídios dos campos de fuzilamento. Ele cita o “fuzilar” para afirmar que esse é o real desejo dos indivíduos que pedem leis mais rigorosas. QUESTÃO 26 A seta e o alvo Eu falo de amor à vida, você de medo da morte. Eu falo da força do acaso, você de azar ou sorte. Eu ando num labirinto e você numa estrada em linha reta. Te chamo pra festa mas você só quer atingir sua meta. Sua meta... É a seta no alvo, mas o alvo na certa não te espera. Eu olho pro infinito e você de óculos escuros. Eu digo te amo e você só acredita quando eu juro. Eu lanço minha alma no espaço, você pisa os pés na terra. Eu experimento o futuro e você só lamenta não ser o que era. Eu grito por liberdade, você deixa a porta se fechar. Eu quero saber a verdade e você se preocupa em não se machucar. Eu corro todos os riscos, você diz que não tem mais vontade. Eu me ofereço inteiro e você se satisfaz com metade. ZI3B Sempre a meta de uma seta no alvo, mas o alvo na certa não te espera. Então me diz qual é a graça de já saber o fim da estrada. Quando se parte rumo ao nada. MOSKA, Paulinho. A seta e o alvo. Disponível em: <http://letras.mus. br/zeca-baleiro/1244924/>. Acesso em: 04 jun. 2013. Na construção da canção anterior, o compositor optou por criar, ao longo da composição, oposições implícitas e explícitas. O verso transcrito a seguir que pode ser apontado como exemplo de oposição implícita é: A. “Eu falo de amor à vida, você de medo da morte.” B. “Eu ando num labirinto e você numa estrada em linha reta.” C. “Eu lanço minha alma no espaço, você pisa os pés na terra.” D. “Eu quero saber a verdade e você se preocupa em não se machucar.” E. “Eu me ofereço inteiro e você se satisfaz com metade.” Alternativa D Resolução: Considerando o solicitado no enunciado, verifica-se que em “Eu quero saber a verdade e você se preocupa em não se machucar” a oposição está subjetiva, pois pode-se entender que, ao não querer se machucar, a pessoa a quem se dirige a canção prefere mentiras que lhe garantem segurança. Assim, a alternativa D está correta. Analisando as proposições das demais alternativas, todas apresentam uma oposição explícita: em A, “vida” se opõe a “morte”; em B, “labirinto” se opõe a “estrada em linha reta”; em C, “espaço” é oposto de “terra”; e em E, “inteiro” é oposto de “metade”. Dessa forma, todas essas estão incorretas. QUESTÃO 27 VERISSIMO, L. F. As cobras em: se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997. O humor da tira decorre da reação de uma das cobras ao uso de pronome pessoal reto. A falha na comunicação entre as personagens acontece devido à falta de A. atenção ao processo comunicativo por parte dos interlocutores. B. compreensão de “nós” para referir-se a emissor e receptor. C. entendimento sobre “vocês” na situação comunicativa. D. interpretação do tom interrogativo do emissor. E. conhecimento acerca do uso de pronomes. RM96 ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO Alternativa B Resolução: O humor da tirinha de Luis Fernando Verissimo reside no questionamento, por uma das cobras à outra, que não compreendeu a utilização do pronome “nós”, primeira pessoa do plural, para referir-se a ambas, uma vez que apenas elas estavam presentes na cena. Logo, está correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta, pois não é a falta de atenção que faz com que o pronome “nós” não tenha correspondência com as duas personagens, mas a ironia da interlocutora, o que leva à quebra de expectativa. A alternativa C está incorreta, pois “vocês” é usado para questionar quem seriam os sujeitos do discurso “nós”, sendo o efeito da quebra de expectativa. A alternativa D está incorreta, pois o tom interrogativo foi compreendido – tanto que houve uma pergunta como resposta, na qual reside a quebra de expectativa. A alternativa E está incorreta, pois os pronomes são usados de forma adequada, no entanto, o ruído sobre a quem ele se refere é que gera o humor. QUESTÃO 28 BAHIA. Governo do Estado. Essa campanha busca conscientizar a sociedade sobre a gravidade de atos racistas. Para tal, emprega como estratégia visual a A. emissão do projétil em vez de palavras. B. fonte maiúscula em letra manuscrita. C. expressão brava do indivíduo. D. tonalidade escura da imagem. E. mão com o punho cerrado. Alternativa A Resolução: O enunciado pede que seja apontada a estratégia utilizada para demonstrar a gravidade do racismo, o que é feito ao se utilizar o projétil saindo da boca do homem, mostrando, dessa forma, que, assim como uma bala pode causar ferimentos e até matar, as atitudes racistas também são perigosas. Logo, a alternativa A está correta. A alternativa B está incorreta, pois a fonte maiúscula busca chamar a atenção, mas não é o que se relaciona às ações racistas. A alternativa C está incorreta, pois apenas a expressão brava do indivíduo não se relaciona ao texto verbal, que afirma que o racismo mata. A alternativa D está incorreta, pois o tom escuro da campanha não faz referência à gravidade do racismo. KQF1 Por fim, a alternativa E está incorreta, pois o homem com o punho cerrado na imagem é Nelson Mandela, que foi um importante representante na busca dos negros por direitos. QUESTÃO 29 A moça tecelã Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear. Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte. Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava. Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela. COLASANTI, M. In: GODOY, J. (Org.) Contos brasileiros contemporâneos. São Paulo: Moderna, 1991 (Adaptação). O conto se refere reiteradamente à “moça tecelã”. No entanto, para evitar a repetição excessiva dessa expressão, utiliza-se, como estratégia coesiva, A. os encadeamentos sequenciais entre os fatos narrados. B. as expressões circunstanciais de tempo e lugar. C. as conjunções indicativas de adição e condição. D. as omissões dos agentes das ações verbais. E. os sinônimos referentes a essa locução. Alternativa D Resolução: O enunciado solicita a identificação do recurso utilizado no texto para evitar repetições, que se faz necessário ao conto por se referir muitas vezes ao mesmo termo (moça tecelã). Assim, verifica-se que há a omissão dos agentes verbais, ficando a referência ao sujeito implícita na conjugação dos verbos. Por isso, a alternativa correta é a D. A alternativa A está incorreta, pois o encadeamento dos fatos garante a coesão do texto, porém não é o recurso que evita a repetição. A alternativa B está incorreta, pois as expressões de tempo e lugar garantem a marcação de tempo e espaço da narrativa, mas não é o que substitui o uso de “moça tecelã”. A alternativa C está incorreta, pois as conjunções são o que garantem a progressão textual e a linearidade da narrativa, porém não é o recurso utilizado para evitar o uso excessivo da expressão em questão. Já a alternativa E está incorreta porque são poucas as ocorrências de sinônimos (apenas duas), o que demonstra que não foi esse recurso o escolhido pela autora. TKWO LCT – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – VOL. 2 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINOQUESTÃO 30 TEXTO I Disponível em: <https://www.inca.gov.br/>. Acesso em: 03 out. 2019. TEXTO II A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos semanais de atividade física leve ou moderada (cerca de 20 minutos por dia) ou, pelo menos, 75 minutos de atividade física de maior intensidade por semana (cerca de 10 minutos por dia). Para se ter uma ideia, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) mostrou que um a cada dois adultos não pratica o nível de atividade física recomendado pela OMS. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/>. Acesso em: 03 out. 2019. [Fragmento] Os textos I e II propõem uma reflexão sobre a importância da atividade física, apresentando uma abordagem A. etária, mostrando como a idade influencia na prática de exercícios. B. funcional, constatando doenças curadas pela ação de exercícios. C. estética, evidenciando o corpo magro como finalidade dos exercícios. D. capitalista, indicando a ausência de tempo como causa da falta de exercícios. E. médica, apontando práticas físicas e suas consequências positivas. Alternativa E Resolução: Os dois textos da questão apresentam dados e informações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde, demonstrando ser baseados em recomendações médicas. Assim, a alternativa E está correta. A alternativa A está incorreta, pois não há, nos textos, direcionamento que relacione a idade à prática de atividades físicas. LO3J Já a alternativa B está incorreta, pois não são apresentados casos em que doenças foram curadas. Os dados abordam como o exercício físico pode prevenir alguns males. A alternativa C está incorreta porque o emagrecimento estético não é um ponto apresentado no texto. Por fim, a alternativa D está incorreta, pois os textos também não abordam o capitalismo e sua consequência na disponibilidade de tempo das pessoas para se exercitarem. QUESTÃO 31 Sinha Vitória provava o caldo na quenga de coco. E Fabiano se aperreava por causa dela, dos filhos e da cachorra Baleia, que era como uma pessoa da família, sabida como gente. Naquela viagem arrastada, em tempo de seca braba, quando estavam todos morrendo de fome, a cadelinha tinha trazido para eles um preá. Ia envelhecendo, coitada. O galo batia as asas, os bichos bodejavam no chiqueiro, os chocalhos das vacas tiniam. Se não fosse isso ... An! em que estava pensando? Meteu os olhos pela grade da rua. Chi! que pretume! O lampião da esquina se apagara, provavelmente o homem da escada só botara nele meio quarteirão de querosene. RAMOS, G. Vidas secas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1953. [Fragmento] No trecho da obra de Graciliano Ramos, entre as escolhas estruturais feitas para construir a narrativa, está o tipo de discurso. A opção do autor pelo discurso indireto livre tem como efeito de sentido A. destacar a voz da personagem, fundindo-a à do narrador onisciente. B. descrever o pensamento da personagem, associando-o ao do narrador onisciente. C. intensificar a onisciência do narrador, aliando-a com emoções e pensamentos da personagem. D. moralizar a personagem, repreendendo seu pensamento por meio da voz do narrador onisciente. E. alterar o ritmo do texto, alternando pensamentos e falas das personagens com as do narrador onisciente. Alternativa C Resolução: O discurso indireto livre caracteriza-se pela junção da voz do narrador às falas das personagens. No trecho em questão, verifica-se que esse tipo de discurso garante que a onisciência do narrador seja intensificada, com uma mistura da voz narrativa e os pensamentos e emoções da personagem. Assim, a alternativa C está correta. A alternativa A está incorreta, pois o discurso indireto livre não destaca a voz da personagem, o que ocorre quando se utiliza o discurso direto. A alternativa B está incorreta, pois a descrição de pensamentos de personagens é possível também nos demais tipos de discurso, não sendo específica do indireto livre. A alternativa D está incorreta, pois não há, no trecho, repreensão ou julgamento do narrador em relação aos pensamentos da personagem. Já a alternativa E está incorreta porque no tipo de discurso do trecho não há alteração do ritmo do texto, mas, sim, uma maior fluidez, visto que o leitor não tem a interrupção da leitura pela marcação de alternância de vozes. VHK7 ENEM – VOL. 2 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO QUESTÃO 32 TEXTO I Rosa de Hiroshima Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas, oh, não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A antirrosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa, sem nada MORAES, V. Antologia poética. Rio de Janeiro: A Noite, 1954. TEXTO II A cidade de Hiroshima foi bombardeada pelos Estados Unidos em 6 de agosto de 1945. Três dias depois, um ataque nuclear também atingiria Nagasaki. Estas imagens históricas mostram o que sobrou das duas cidades, uma lembrança em preto e branco de um evento que deixou marcas profundas de dor na humanidade, e é considerado um dos marcos do final da Segunda Guerra Mundial. Disponível em: <https://www.nationalgeographicbrasil.com/>. Acesso em: 08 nov. 2019. [Fragmento] O principal recurso expressivo usado pelo texto I e que também serve para a construção imagética da situação descrita pelo texto II é a A. atribuição do caráter humano à natureza durante a Segunda Guerra. B. comparação entre antes e depois do ataque estadunidense. C. oposição entre Japão e Estados Unidos na Segunda Guerra. D. transformação do instrumento de destruição em objeto de reflexão. E. intensificação do sentimento de medo existente à época. Alternativa D Resolução: A alternativa D está correta, pois, no primeiro texto, a abordagem sobre a bomba atômica e suas consequências ocorre por meio de linguagem figurada, levando à reflexão. No segundo texto, também é possível perceber uma linguagem que busca envolver o leitor em um lado mais emotivo por meio de figuras de linguagem, como em “lembrança em preto e branco” e em “marcas profundas de dor”, o que leva a refletir sobre aquele momento vivido pela humanidade. A alternativa A está incorreta, pois não é NLQ1 atribuído caráter humano à natureza, mas, sim, são utilizadas metáforas para abordar as pessoas atingidas e os males que sofreram. A alternativa B está incorreta, pois não há comparação presente em nenhum dos textos. A alternativa C está incorreta, pois não é abordada a oposição entre os países envolvidos na situação retratada. A alternativa E está incorreta, pois não se verifica uma intensificação do medo à época, mas são apresentadas as consequências advindas da explosão. QUESTÃO 33 Na verdade, a vaca, senhores, foi solenemente para o brejo. A luta hoje é evitar que ela morra afogada. Se isto acontecer, em bom português, já era. Por isso, seria muito bom que os responsáveis pelo setor elétrico parassem de fazer bobagens e sandices e tivessem o mínimo de bom senso. BICALHO, R. Disponível em: <https://www.ocafezinho.com/>. Acesso em: 20 abr. 2019. [Fragmento adaptado] Esse texto, um artigo de opinião, apresenta uma crítica aos responsáveis pelo setor elétrico apoiada no uso do dito popular “A vaca foi pro brejo”. A conexão entre esse ditado e o restante do texto se evidencia por meio de A. sua atualização a uma nova circunstância pelo uso da expressão “Na verdade” e pela possibilidade expressa pelo verbo “seria”. B. uma comparação entre provérbio e uma nova situação, explicitada pela expressão “Na verdade” e pela locução conjuntiva “Por isso”. C. sua aplicação a um novo contexto pelo uso dos pronomes “ela” e “isto”, da conjunção “Se” e locução conjuntiva “Por isso”. D. uma descrição sobre brejo e vaca, contextualizada com o uso dos pronomes “ela” e “isto” e das conjunções “Se” e
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