Buscar

Gabarito 3°SIMULADO(1° Dia)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 48 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 48 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 48 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

L
IN
G
U
A
G
E
N
S
, C
Ó
D
IG
O
S
E
 S
U
A
S
 T
E
C
N
O
LO
G
IA
S 01 -
02 -
03 -
04 -
05 -
06 -
07 -
08 -
09 -
10 -
11 -
12 -
13 -
14 -
15 -
16 -
17 -
18 -
19 -
20 -
21 -
22 -
23 -
24 -
25 - 
26 -
27 -
28 -
29 -
30 -
31 -
32 -
33 -
34 -
35 -
36 -
37 -
38 -
39 -
40 -
41 -
42 -
43 -
44 -
45 -
46 -
47 -
48 -
49 -
50 -
51 -
52 -
53 -
54 -
55 -
56 -
57 -
58 -
59 -
60 -
61 -
62 -
63 -
64 -
65 -
66 -
67 -
68 -
69 -
70 -
71 -
72 -
73 -
74 -
75 -
76 -
77 -
78 -
79 -
80 -
81 -
82 -
83 -
84 -
85 -
86 -
87 -
88 -
89 -
90 -
SIMULADO ENEM 2020 - VOLUME 3 - PROVA I
C
IÊ
N
C
IA
S
 H
U
M
A
N
A
S
E
 S
U
A
S
 T
E
C
N
O
LO
G
IA
S
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
QUESTÃO 01 
We were anxious to begin our life as people who had 
no people. And it was easy to find an apartment because we 
had no standards; we were just amazed that it was our door, 
our rotting carpet, our cockroach infestation. We decorated 
with paper streamers and Chinese lanterns and we shared 
the ancient bed that came with the studio. 
We were excited about getting jobs; we hardly went 
anywhere without filling out an application. But once we were 
hired – as furniture sanders – we could not believe this was 
really what people did all day. Everything we had thought 
of as The World was actually the result of someone’s job. 
Each line on the sidewalk, each saltine. Everyone had rotting 
carpet and a door to pay for. Aghast, we quit. There had to 
be a more dignified way to live. We needed time to consider 
ourselves, to come up with a theory about who we were and 
set it to music.
JULY, M. No one belongs here more than you. 
Nova Iorque: Scribner, 2008. [Fragmento] 
A autora estadunidense Miranda July descreve, nesse trecho, 
a transição da juventude para a vida adulta. Ao longo desse 
processo, as personagens do texto demonstram
A. 	 decepção com a dura realidade do mundo do trabalho.
B. 	 dificuldade para alugar um apartamento em boas 
condições.
C. 	 desejo de recuperar os confortos que tinham no 
passado.
D. 	 entusiasmo por terem conquistado a independência 
financeira.
E. 	 ansiedade para encontrar um emprego bem 
remunerado.
Alternativa A
Resolução: Após conseguirem um emprego como lixadoras 
de móveis, as personagens do conto têm suas expectativas 
frustradas ao perceberem que o sistema que rege o trabalho é 
indigno, conforme aponta o seguinte trecho: Aghast, we quit. 
There had to be a more dignified way to live. Dessa maneira, 
a alternativa A é a correta, pois é a que mais se aproxima da 
percepção dos jovens em relação à vida adulta. As demais 
alternativas estão incorretas porque: (B) as personagens, 
na verdade, se sentem satisfeitas por terem seu próprio 
apartamento, apesar de deteriorado (it was easy to find 
an apartment because we had no standards; we were just 
amazed that it was our door, our rotting carpet, our cockroach 
infestation); (C) não há indicações de que as personagens 
desejam recuperar confortos, sequer de que desfrutavam 
disso no passado; (D) não há indicações no texto de que 
as personagens conquistaram a independência financeira. 
Elas conseguiram um trabalho, mas, decepcionadas, 
desistiram, o que indica que a procura por uma ocupação 
V7FY
212SE01ING2020III
que as agrade continua; (E) as personagens demonstram 
ansiedade para conseguir um emprego (we were excited 
about getting jobs); entretanto, elas não fazem qualquer 
menção ao nível salarial.
QUESTÃO 02 
China issues warning over Hong Kong after election 
blow
China’s government has responded to a stunning 
landslide victory for pro-democracy candidates in the Hong 
Kong elections by emphasising that the city will always 
be ruled from Beijing, and warning against further protest 
violence.
The foreign minister, Wang Yi, warned against “attempts 
to disrupt Hong Kong”, as a few hundred people took to the 
streets again in support of protesters holed up in a university 
that has been under siege by police for over a week.
“No matter how the situation in Hong Kong changes, it 
is very clear that Hong Kong is a part of Chinese territory,” 
he told reporters on the sidelines of the G20 meeting in Tokyo. 
“Any attempts to disrupt Hong Kong or undermine its stability 
and prosperity will not succeed.”
The election results pose a dilemma for Beijing, and Hong 
Kong’s chief executive, Carrie Lam. Hand-picked to rule by 
party leaders, Lam always insists she rules independently, but 
is widely accepted to have coordinated her hardline response 
to protesters with China’s top leadership.
Disponível em: <https://www.theguardian.com>. 
Acesso em: 27 dez. 2019.
Hong Kong é um território pertencente à China, mas 
que possui alto grau de autonomia política. A vitória dos 
candidatos pró-democracia nas últimas eleições na região 
provocou
A. 	 discussões acaloradas sobre a legitimidade das 
votações.
B. 	 protestos violentos dos cidadãos locais exigindo a 
independência da ilha.
C. 	 demissões no alto escalão do governo local, incluindo 
da chefe do executivo.
D. 	 reações fortes do governo chinês em represália a 
tentativas de independência.
E. 	 manifestações contra tentativas de minar a estabilidade 
no território chinês.
Alternativa D
Resolução: Segundo o texto, a vitória dos candidatos 
pró-democracia em Hong Kong provocou uma forte 
reação do governo chinês, que afirmou que o território 
sempre será governado por Beijing, conforme indica o 
primeiro parágrafo. Ou seja, o governo chinês rejeita 
qualquer tentativa de independência. Logo, está correta 
a alternativa D. As demais alternativas estão incorretas 
porque: (A) não há indicações no texto de que a 
legitimidade das eleições esteja sendo questionada; 
(B) os protestos aos quais o texto se refere ocorreram 
OBLS
060SE05ING2019III
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
em apoio a outros protestantes que estavam sob ataque 
da polícia em uma universidade local, conforme se lê no 
segundo parágrafo, e não por causa do resultado das 
eleições; (C) não há informações no texto de que a chefe 
do Executivo, Carrie Lam, tenha sido demitida; (E) as 
manifestações não foram provocadas pelo resultado das 
eleições, conforme explicado no comentário da alternativa B.
QUESTÃO 03 
Can palm oil demand be met without ruining 
rainforests?
The use of palm oil in food products has doubled 
worldwide in the past 15 years. About half of all items 
in a supermarket are now likely to contain it, and global 
consumption could climb to more than 100 million tons 
per year by 2025, 50% more than in 2016, according to 
researcher Gro Intelligence. To meet the demand, critics say, 
some growers in Indonesia and Malaysia, which together 
account for 85% of global production, use “slash-and-burn” 
land clearance techniques that routinely blanket parts of 
Southeast Asia with stinging smoke. In 2015, forest fires in 
Indonesia alone pumped out more greenhouse gases per day 
than all sources in the US. The fires not only spew carbon 
dioxide into the atmosphere but also destroy significant 
carbon-absorbing forests and ground cover.
RAGHU, A. Disponível em: <https://www.washingtonpost.com>. 
Acesso em: 14 dez. 2019. [Fragmento]
O texto aborda a produção do óleo de palma no Sudeste 
Asiático. O uso da expressão “meet the demand” refere-se
A. 	 à urgência em conscientizar a indústria sobre os riscos 
ao meio ambiente.
B. 	 ao aumento da emissão de gases do efeito estufa na 
produção do óleo.
C. 	 à expansão da área de cultivo da palma para outras 
regiões da Ásia.
D. 	 à tentativa dos produtores de atender à procura pelo 
produto.
E. 	 às técnicas danosas usadas pelos agricultores nas 
plantações.
Alternativa D
Resolução: Segundo o texto, o uso de óleo de palma em 
produtos alimentícios dobrou nos últimos 15 anos e espera-
se que seu consumo mundial aumente para mais de 100 
milhõesde toneladas ao ano até 2025. Em seguida, é dito 
que, para atender essa demanda (meet the demand), alguns 
produtores têm usado técnicas de cultivo prejudiciais ao meio 
ambiente. Logo, está correta a alternativa D, por mencionar 
que a expressão se refere à tentativa dos produtores de 
atender à procura pelo produto.
GFRN
212SE04ING2020III
QUESTÃO 04 
Disponível em: <http://bizarro.com/wp-content/uploads/2017/01/
Bizarro-01-22-17-WEBa.jpg>. Acesso em: 21 fev. 2017.
Os cartuns, não raramente, recorrem à hipérbole para 
alcançar o efeito de humor. No cartum anterior, essa 
estratégia pode ser notada no(a)
A. 	 feição perplexa da babá diante das orientações da 
mãe.
B. 	 contraste entre a prolixidade da mãe e o silêncio do pai.
C. 	 tranquilidade das crianças, apesar do que diz a mãe.
D. 	 quantidade de instruções dadas pela mãe à babá.
E. 	 tipo de orientações que a mulher dá à babá.
Alternativa E
Resolução: Está correta a alternativa E. As duas últimas 
instruções que a mãe dá à babá – “[...] make sure they both 
graduate high school and go to college, and don’t let them 
get married too young” – sugerem que os pais das crianças 
não pretendem voltar antes de os filhos alcançarem a idade 
adulta. Isso extrapola aquilo que se espera para o tipo de 
interação representada no cartum, ou seja, trata-se de uma 
hipérbole, um exagero. Esse exagero promove uma quebra 
de expectativa, que, por sua vez, suscita o efeito de humor. 
As demais alternativas estão incorretas porque: (A) a feição 
da babá não apresenta qualquer tipo de exagero. Pelo 
contrário: trata-se de uma reação natural ao que a mãe lhe 
diz; (B) não existe hipérbole no contraste entre a prolixidade 
da mãe e o silêncio do pai. Além disso, esse contraste não 
gera nenhum efeito de riso, pois tal efeito se sustenta no 
conteúdo da fala da mãe; (C) a tranquilidade no rosto das 
crianças pode suscitar uma sensação de estranhamento 
e absurdidade, até mesmo contribuindo para o efeito de 
humor. Contudo, não se nota hipérbole nesse aspecto do 
cartum. Portanto, a alternativa não atende ao que pede o 
enunciado; (D) embora as instruções dadas pela mãe à babá 
sejam de fato numerosas, não se trata de um exagero, pois 
é um acontecimento comum nesse tipo de situação em que 
um pai ou uma mãe deixa os filhos a cargo de outra pessoa. 
Além disso, essa característica não incorre, por si só, em 
efeito de humor.
5625
CALIBRADA_ING
LCT – PROVA I – PÁGINA 2 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 05 
5 ways to prevent hearing loss while using 
headphones
You know that listening to loud music can damage your ears, 
but just how loud can you crank up the volume on your AirPods 
before increasing your risk of hearing loss? Noise-induced 
hearing loss has always been a risk of certain professions, 
such as construction and military. Now, more and more young 
people are showing signs of noise-induced hearing loss, 
and nearly one in four US adults is affected. Many people 
experience hearing loss caused by repeated exposure to loud 
noises. And now, aside from noisy occupations, concerts and 
sporting events, public health officials are concerned about 
one other big culprit: headphones. You can still listen to music 
through your beloved headphones but take some precautions 
to preserve your hearing.
I. Turn down the volume;
II. Use noise-canceling headphones;
III. Wear actual headphones, not earbuds;
IV. Take listening breaks;
V. Set a volume limit.
Still uncertain? According to the National Institutes of 
Health (NIH), the best rule of thumb is to “avoid noises that 
are too loud, too close, or last too long.”
Disponível em: <https://www.cnet.com>. 
 Acesso em: 08 jan. 2020. [Fragmento]
Além de indicar formas de prevenir a perda auditiva, o texto 
informa o leitor sobre o fato de que a perda induzida por ruído
A. 	 resulta da exposição prolongada a sons muito altos e 
muito próximos.
B. 	 afeta cerca de um quinto da população adulta dos 
Estados Unidos.
C. 	 atinge cada vez mais profissionais que atuam em 
ambientes barulhentos.
D. 	 pode ser evitada com o uso de fones introduzidos 
diretamente nos ouvidos.
E. 	 decorre do tipo de fone usado independentemente do 
tempo de exposição ao ruído.
Alternativa A
Resolução: A alternativa correta é a A. De acordo com 
o texto, muitas pessoas sofrem perda auditiva devido à 
exposição a sons muito altos por um tempo prolongado 
(Many people experience hearing loss caused by repeated 
exposure to loud noises). Recomenda-se ainda, no final do 
texto, evitar sons muito altos, muito próximos e por muito 
tempo (the best rule of thumb is to “avoid noises that are too 
loud, too close, or last too long”). As demais alternativas estão 
incorretas porque: (B) o texto afirma que um em cada quatro 
americanos apresenta o problema (one in four US adults is 
affected), ou seja, a proporção correta é um quarto, e não um 
quinto dos adultos do país; (C) a perda auditiva causada por 
ruídos é um risco que sempre foi associado a certos ramos 
de atuação profissional, como o de construção e o militar. 
N2D7
060SE04ING2019II
Entretanto, não há informações no texto que indicam que 
cada vez mais profissionais que atuam em ambientes 
barulhentos estejam sofrendo perda auditiva; (D) para evitar 
a perda auditiva, o texto recomenda, no item III, exatamente 
o contrário, ou seja, evitar usar esse tipo de fone de ouvido 
(Wear actual headphones, not earbuds); (E) o tempo de 
exposição ao ruído é outro fator que contribui para a perda 
auditiva (Many people experience hearing loss caused by 
repeated exposure to loud noises).
LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO ENEM – VOL. 3 – 2020
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
QUESTÃO 01 
EL ROTO. Disponível em: <http://elpais.com>. 
Acesso em: 03 fev. 2017.
Para construir o cartum, publicado no jornal espanhol El País, 
El Roto utilizou-se da primeira pessoa do plural na fala do 
personagem. Esse recurso linguístico foi empregado para 
A. 	 ironizar o discurso da classe política.
B. 	 denunciar a corrupção em seu país.
C. 	 criticar o despreparo dos políticos. 
D. 	 demonstrar rechaço pela classe política.
E. 	 sugerir a desonestidade dos poderosos.
Alternativa A
Resolução: A alternativa A está correta, pois o uso 
da primeira pessoa do plural causa um efeito irônico. 
O personagem, usando uma fala comum aos políticos, 
assume a existência da corrupção e implica-se na situação (a 
forma verbal “estamos” diz respeito ao “eu” e aos “demais”), 
mas afirma que há uma perseguição aos corruptos, o que 
se deduz ser, na verdade, o combate a esse crime. A ironia, 
desse modo, reside no fato de o cartunista utilizar uma frase 
comum aos próprios políticos para criticá-los. A alternativa 
B está incorreta, pois o uso desse recurso linguístico tem a 
intenção de envolver o personagem no contexto da corrupção, 
não de denunciar a corrupção no país do autor do cartum. 
A alternativa C está incorreta, pois o cartum não menciona o 
preparo ou o despreparo dos políticos. A alternativa D está 
incorreta, pois o uso do recurso linguístico não é causador de 
um rechaço ou repúdio à classe política, mas um mecanismo 
para revelar o discurso contraditório e falacioso da classe 
política. A alternativa E está incorreta, pois, considerando 
os elementos do cartum, não é possível afirmar que a 
desonestidade seria uma característica que se aplica a toda 
pessoa detentora de algum tipo de poder.
F6J2
061SE01ESP2017III
QUESTÃO 02 
WhatsApp estrena videollamadas grupales
WhatsApp anunció hace unos meses que quería lanzar 
videollamadas en grupo, y ayer confirmó que esta posibilidad 
ya está lista para los usuarios de la app en iPhone y Android.
Los usuarios pueden ya realizar una llamada o 
videollamada grupal con hasta cuatro personas en total, 
“en cualquier momento y lugar”, señala la compañía en un 
comunicado. Simplemente, deben empezar una llamada o 
videollamadacon uno de sus contactos, y después presionar 
el botón para “añadir participantes” en la esquina superior 
derecha y así añadir más contactos a la llamada.
“Las llamadas grupales están siempre cifradas de 
extremo a extremo, y han sido diseñadas para funcionar 
adecuadamente alrededor del mundo bajo distintas 
condiciones de conexión a Internet”, señala la compañía.
Disponível em: <https://elpais.com>. 
Acesso em: 03 out. 2018. [Fragmento]
Segundo a notícia, para realizar uma videochamada grupal 
por WhatsApp, o usuário deve
A. 	 criptografar a mensagem de ponta a ponta.
B. 	 formar um grupo composto por quatro pessoas.
C. 	 assinalar os contatos que não irão fazer parte do grupo.
D. 	 ligar para um contato e adicionar os demais 
participantes.
E. 	 confirmar os contatos previamente no canto direito da 
tela.
Alternativa D
Resolução: A alternativa D está correta, pois, conforme 
o texto, para utilizar o recurso, primeiro se deve iniciar 
a videochamada com um dos contatos e, em seguida, 
adicionar os demais. O trecho a seguir comprova a 
alternativa: “Simplemente, deben empezar una llamada 
o videollamada con uno de sus contactos, y después 
presionar el botón para ‘añadir participantes’ en la esquina 
superior derecha y así añadir más contactos a la llamada”. 
A alternativa A está incorreta, pois as mensagens são 
cifradas independentemente da escolha do usuário. 
A alternativa B está incorreta, pois a notícia informa que é 
possível formar um grupo de até quatro pessoas, e não que 
se deve formar um grupo de quatro pessoas para fazer uma 
videochamada grupal. A alternativa C está incorreta, pois a 
notícia não menciona que os usuários que não irão fazer 
parte da chamada devem ser selecionados para executá-la. 
A alternativa E está incorreta, pois é mencionado que se deve 
pressionar o botão à direita para adicionar participantes, e 
não para confirmar os contatos previamente.
BJBN
061SE01ESP2018IV
LCT – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 03 
La familia burguesa
Época: Vida cotidiana 
Inicio: Año 1870
Fin: Año 1914
En la familia decimonónica persisten los valores 
patrimoniales, siendo el padre el eje sobre el que pivota el 
sistema patrilineal de la transmisión de bienes. La herencia 
se considera como un derecho consuetudinario y tradicional, 
sancionado por la ley y los códigos civiles. Como marido, 
el padre es también el administrador único de los bienes 
familiares. 
La familia es, para la sociedad burguesa, la célula 
básica sobre la que se sustenta no sólo el sistema social 
sino también el económico y el político. Si durante el Antiguo 
Régimen muchas personas podían estar adscritas a señoríos 
nobiliarios o eclesiásticos, o veían en el rey a una figura a la 
que guardar fidelidad por encima de todas las cosas, ahora, 
con el encumbramiento de conceptos como nacionalidad o 
ciudadanía, los individuos han de aprender nuevos códigos 
de comportamiento, nuevas formas de pensar, nuevos valores 
y estructuras. Para este menester, la familia, así como la 
escuela, se manifiestan como el caldo de cultivo ideal. 
Disponível em: <http://www.artehistoria.com>. 
Acesso em: 07 mar. 2017. [Fragmento] 
Tanto a concepção quanto a organização da família vêm, 
ao longo da história, sofrendo modificações. De acordo com 
o texto, a família classificada como burguesa
A. 	 proibia os valores patrimoniais, sendo as mães as 
responsáveis por garantir que filhos e filhas tivessem 
igual acesso à herança.
B. 	 era considerada a célula básica do sistema social, 
pois sua estrutura se assemelhava a uma organização 
eclesiástica. 
C. 	 lutava pela garantia e implementação do direito 
consuetudinário, pleiteando a sua entrada em vigor nos 
códigos civis. 
D. 	 tinha como uma das suas funções cultivar os códigos 
de conduta, valores e tradições vigentes após o Antigo 
Regime. 
E. 	 propagava valores tradicionais como nacionalidade e 
cidadania, perpetuando a organização social do Antigo 
Regime.
Alternativa D
Resolução: A alternativa D está correta, pois, após o Antigo 
Regime, com a ascensão de conceitos como nacionalidade e 
cidadania, a família passa a responder pelo cultivo de novos 
códigos de comportamento, novas maneiras de pensar e 
novos valores. Segundo o texto, “para este menester, la 
familia, así como la escuela, se manifiestan como el caldo de 
cultivo ideal”. A alternativa A está incorreta, pois, nas famílias 
burguesas, estavam presentes os valores patrimoniais, e 
cabia ao homem a responsabilidade pela administração da 
herança. A alternativa B está incorreta, pois, apesar de citar 
o termo “eclesiásticos”, o texto não faz comparação entre 
a família e uma organização eclesiástica. A alternativa C 
está incorreta, pois a herança era considerada um direito 
KCSA
151SE04ESP2017II
consuetudinário e tradicional, não havendo a necessidade 
de a família pleitear a entrada desse direito nos códigos civis. 
A alternativa E está incorreta, pois o texto enfatiza que os 
conceitos da nacionalidade e da cidadania passam a ter 
relevância no contexto da família burguesa, ou seja, não 
eram características da organização social do Antigo Regime.
QUESTÃO 04 
El lago Titicaca
Hace mucho tiempo, el lago Titicaca era un valle fértil 
poblado de hombres que vivían felices y tranquilos. 
Nada les faltaba; la tierra era rica y les procuraba todo 
lo que necesitaban. Sobre esta tierra no se conocía ni la 
muerte, ni el odio, ni la ambición. Los Apus, los dioses de 
las montañas, protegían a los seres humanos.
No les prohibieron más que una sola cosa: nadie debía 
subir a la cima de las montañas donde ardía el Fuego 
Sagrado. 
Durante largo tiempo, los hombres no pensaron en 
infringir esta orden de los dioses. Pero el diablo, espíritu 
maligno condenado a vivir en la oscuridad, no soportaba 
ver a los hombres vivir tan tranquilamente en el valle. Él se 
ingenió para dividir a los hombres sembrando la discordia.
Les pidió probar su coraje yendo a buscar el Fuego 
Sagrado a la cima de las montañas.
Entonces un buen día, al alba, los hombres comenzaron 
a escalar la cima de las montañas, pero a medio camino 
fueron sorprendidos por los Apus. 
Éstos comprendieron que los hombres habían 
desobedecido y decidieron exterminarlos. Miles de pumas 
salieron de las cavernas y se devoraron a los hombres 
que suplicaban al diablo por ayuda. Pero éste permanecía 
insensible a sus súplicas.
Viendo eso, Inti, el dios del Sol, se puso a llorar. 
Sus lágrimas eran tan abundantes que en cuarenta días 
inundaron el valle.
Un hombre y una mujer solamente llegaron a salvarse 
sobre una barca de junco.
Cuando el Sol brilló de nuevo, el hombre y la mujer no 
creían a sus ojos: bajo el cielo azul y puro, estaban en medio 
de un lago inmenso. En medio de esas aguas flotaban los 
pumas que estaban ahogados y transformados en estatuas 
de piedra.
Llamaron entonces al lago Titicaca, el lago de los pumas 
de piedra.
Disponível em: <http://www.americas-fr.com>. 
 Acesso em: 19 fev. 2019.
A narrativa anterior, acerca do lago Titicaca, caracteriza-se 
como um(a)
A. 	 fábula infantil com intenção moralizante. 
B. 	 documento religioso que explica a origem da vida. 
C. 	 manuscrito histórico sobre a exploração do lago 
peruano. 
D. 	 conto poético que ilustra a procedência dos povos 
indígenas.
E. 	 relato mítico a respeito da criação de um elemento 
natural. 
ZRRQ
111SE0A1ESP2019I
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa E
Resolução: A alternativa E está correta, pois o texto é 
um relato mítico, o qual tem como característica explicar, 
de modo sobrenatural, fatos, conhecimentos ou a origem 
de algo (nesse caso, o lago Titicaca). Além disso, o relato 
mítico faz referência a um tempo passado indeterminado 
e apresenta personagens fantásticos. A alternativa A está 
incorreta, pois o texto não é uma fábula infantil e não tem 
intenção moralizante. A alternativa B está incorreta, pois não 
se trata de um documentoreligioso, mas sim de um texto 
literário. A alternativa C está incorreta, pois não se trata de 
um manuscrito histórico, mas, como já assinalado, de uma 
criação literária. A alternativa D está incorreta, pois não se 
trata de um conto poético que ilustra a procedência dos 
povos indígenas, mas de um relato mítico sobre a origem 
de um elemento natural.
QUESTÃO 05 
Chicos en las redes o cómo huir de los adultos
Perfiles paralelos, lenguaje en código, identidades falsas: 
en Internet los adolescentes construyen un mundo propio 
y alejado de la mirada adulta.
Daniela Lepiscope no entendía por qué cuando entraba 
al perfil que Valentina tiene en Instagram le aparecían en la 
pantalla comentarios y fotos que ella no reconocía como de 
su hija. “Es que le presté mi usuario a Paz y ella me prestó el 
suyo. Lo hicimos porque yo bardeo mejor”, fue la respuesta 
casi crítica de la adolescente de 12 años. “¿Bardeo mejor? 
Te dije que por las redes no quiero que insultes porque queda 
horrible”, le recordó Daniela. “Ay, má, bardear no es insultar. 
Es responder de forma sagaz”, retrucó.
Además de prestarles su usuario a las amigas, 
donde adoptan la identidad – al menos virtual – de 
la otra, Valentina también le contó a su mamá que 
inventa perfiles de gente que no existe para llamar 
la atención de unos chicos que juegan al rugby 
y que cambia la contraseña de acceso a su perfil de 
Instagram y Snapchat casi a diario. Daniela la escucha con 
atención y trata de comprender un poco más acerca de ese 
universo que habita su hija en Internet y del que ella está 
prácticamente excluida. 
Disponível em: <http://www.elpais.com.uy>. 
Acesso em: 02 mar. 2017. [Fragmento]
O texto evidencia o quão particular se tornou o universo dos 
jovens e adolescentes após o advento da Internet. Ao usar 
a estrutura “Ay, má, bardear no es insultar. Es responder de 
forma sagaz”, a filha mostra-se
A. 	 impaciente com a falta de conhecimento da mãe.
B. 	 irônica perante o desejo da mãe de criar um perfil. 
C. 	 compreensiva com o interesse exposto pela mãe. 
D. 	 surpresa com as limitações apresentadas pela mãe.
E. 	 orgulhosa por saber mais sobre a Internet que sua mãe.
DSTQ
CALIBRADA_ESP
Alternativa A
Resolução: A alternativa A está correta, como pode ser 
confirmado na última linha do primeiro parágrafo: “‘[...] Es 
responder de forma sagaz’, retrucó”. O uso do verbo “retrucar” 
comprova a impaciência da filha com o desconhecimento da 
mãe sobre o vocabulário referente à Internet e às redes 
sociais. A alternativa B está incorreta porque a mãe não 
manifesta desejo de criar um perfil, mas sim de compreender 
um pouco mais sobre o universo da filha. A alternativa C está 
incorreta, pois, de acordo com o texto, a filha responde à 
mãe de forma ríspida nas duas ocasiões mencionadas no 
primeiro parágrafo. A alternativa D está incorreta, pois a filha 
não se mostra surpresa, mas sim impaciente e arredia em 
relação ao interesse da mãe. A alternativa E está incorreta 
porque a filha não se vangloria por saber mais que a mãe 
em nenhum momento do texto.
LCT – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 06 
Disponível em: <http://ninumikingdom.blogspot.com/>. 
Acesso em: 25 jan. 2012.
Nessa charge, retoma-se o esquema da evolução de Darwin 
com o intuito de criticar certos padrões de comportamento 
contemporâneos. Considerando a última etapa de evolução 
apresentada na imagem, a característica principal da 
humanidade seria o(a)
A. 	 fortalecimento da individualidade, já que um indivíduo 
vê os outros como códigos de barras.
B. 	 desenvolvimento tecnológico favorável à evolução 
humana, garantindo um convívio social mais abrangente. 
C. 	 retrocesso do desenvolvimento devido à 
homogeneização dos indivíduos.
D. 	 modificação da atitude humana em face do 
desenvolvimento industrial e tecnológico.
E. 	 enfraquecimento da noção de individualidade em 
virtude da imposição de comportamentos homogêneos.
Alternativa E
Resolução: Analisando a charge, vê-se que o estágio final da 
evolução do ser humano, segundo o autor, é a transformação 
do indivíduo em um código de barras, algo que é utilizado 
para a identificação de produtos. Dessa forma, entende-se 
que o ser deixa de ser visto como pessoa, sendo considerado 
apenas um número na sociedade. Assim, a alternativa E 
está correta. A alternativa A está incorreta, pois não há 
fortalecimento da individualidade, mas uma padronização 
do ser humano. A alternativa B está incorreta, pois não 
se verifica referência ao desenvolvimento tecnológico. 
A alternativa C está incorreta, pois a charge não aponta 
retrocesso da evolução. A alternativa D está incorreta, pois 
não é apontada, especificamente, uma mudança de atitude 
dos indivíduos.
QUESTÃO 07 
IAT, a sigla inglesa para Teste de Associação Implícita, 
é o nome da técnica que revolucionou os estudos sobre o 
preconceito. Ao avaliar a facilidade com que associamos 
categorias como negros, gays, gordos, velhos etc. a 
conceitos positivos e negativos, ela permite não apenas 
acessar o inconsciente como também medir nosso grau de 
preconceito implícito, isto é, aquele que não admitimos nem 
para nós mesmos. E o que o IAT revela sobre o preconceito 
contra idosos? Há na discriminação etária um par de 
paradoxos bem intrigantes. 
ON-LINE
CALIBRADA_POR
HDRN
CALIBRADA_POR
Para começar, há a constatação de que, apesar de não 
se ter notícia de discursos de ódio ou mesmo de hostilidades 
sistemáticas contra idosos, o preconceito em relação a 
esse grupo é forte e disseminado. Quando medido pelo IAT, 
apenas 6% dos norte-americanos associam a velhice a algo 
positivo, contra 80% que relacionam juventude ao bem. Esse 
mesmo fenômeno aparece também em sociedades asiáticas, 
onde o respeito pelos mais idosos é tido como traço cultural 
marcante. Mais interessante ainda, os próprios idosos 
exibem, pelo IAT, níveis de preconceito contra os mais velhos 
semelhantes aos demonstrados por jovens, diferentemente 
do que ocorre com outras discriminações. 
A dissonância cognitiva se resolve quando usamos o IAT 
para avaliar como os idosos veem a si mesmos. O resultado, 
surpreendente, é que tanto jovens quanto idosos associam 
automaticamente seu eu com juventude, e não com velhice. 
Para os nossos cérebros, velho é só o outro. Seria o segredo 
da juventude eterna, se o corpo acompanhasse os desejos 
do cérebro e não fosse parando de funcionar direito.
SCHWARTSMAN, H. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. 
Acesso em: 05 dez. 2017. [Fragmento adaptado] 
Textos opinativos valem-se de estratégias dissertativas 
diversas visando ao convencimento. No artigo, a apresentação 
de dados científicos corrobora a ideia de que a(o)
A. 	 discriminação contra idosos funciona de forma similar a 
qualquer outro tipo de preconceito. 
B. 	 segredo da juventude eterna pode ser descoberto com 
a ajuda da pesquisa divulgada. 
C. 	 Teste de Associação Implícita permite quantificar o 
grau de preconceito inconsciente.
D. 	 população estadunidense entende o envelhecimento 
de forma diferente da asiática. 
E. 	 preconceito etário se manifesta de forma contraditória 
nos resultados encontrados.
Alternativa E
Resolução: No texto, a exposição do resultado de pesquisas 
e estudos serve para corroborar a ideia de que existe um 
preconceito velado contra idosos, o qual não é percebido 
na sociedade como aquele contra outras categorias. Isso 
pode ser comprovado, por exemplo, no seguinte trecho: 
“há a constatação de que, apesar de não se ter notícia de 
discursos de ódio ou mesmo de hostilidades sistemáticas 
contra idosos, o preconceito em relação a esse grupo é 
forte e disseminado”. A alternativa correta, portanto, é a E. 
A alternativa A está incorreta porque apresenta uma 
afirmação que não se pode inferir do conteúdo do texto, já 
que o preconceito etário, embora forte e disseminado, não se 
revela por discursos de ódio ou manifestações de hostilidade. 
A alternativa B está incorreta porque, quando mencionao segredo da juventude eterna, o autor está, na verdade, 
sugerindo que ele só existiria se o corpo acompanhasse os 
desejos do cérebro, diferentemente do que foi encontrado 
na pesquisa. A alternativa C está incorreta porque apresenta 
uma descrição do Teste de Associação Implícita, e não o 
resultado da exposição dos dados encontrados por ele. 
Finalmente, a alternativa D está incorreta porque também 
apresenta uma afirmação não encontrada no texto, o qual diz 
justamente o contrário, que o fenômeno do preconceito etário 
também foi identificado em sociedades asiáticas pelo IAT.
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 08 
Em São Paulo. Escritório de usura de Abelardo & 
Abelardo. Um retrato da Gioconda. Caixas amontoadas. 
Um divã futurista. Uma secretária Luís XV. Um castiçal 
de latão. Um telefone. Sinal de alarma. Um mostruário 
de velas de todos os tamanhos e de todas as cores. 
Porta enorme de ferro à direita correndo sobre rodas 
horizontalmente e deixando ver no interior as grades de 
uma jaula. O Prontuário, peça de gavetas, com os seguintes 
rótulos: MALANDROS – IMPONTUAIS – PRONTOS 
– PROTESTADOS. – Na outra divisão: PENHORAS – 
LIQUIDAÇÕES – SUICÍDIOS – TANGAS. 
Pela ampla janela entra o barulho da manhã na cidade 
e sai o das máquinas de escrever da antessala. 
ANDRADE, O. O rei da vela. In: ______. Obras completas. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973. [Fragmento] 
O fragmento corresponde à rubrica inicial da famosa peça 
de Oswald de Andrade “O rei da vela”, escrita em 1933 e 
encenada apenas três décadas depois. Os elementos que 
compõem a figuração do cenário teatral destacam um(a) 
A. 	 paisagem urbana em que os aparatos tecnológicos são 
irrelevantes.
B. 	 ambiente sombrio que sugere o trânsito de personagens 
fantasmagóricas. 
C. 	 panorama político responsável pela violência e pelas 
desigualdades sociais. 
D. 	 tempo em que as obras de arte cumprem uma função 
meramente acessória. 
E. 	 momento histórico de intensa modernização nas 
cidades do Sudeste do país. 
Alternativa E
Resolução: Como contextualizado no enunciado do 
item, a peça foi escrita por Oswald de Andrade em 1933. 
Nessa época, o Brasil, marcadamente a Região Sudeste, 
vivia um processo de industrialização. Com isso, os 
centros urbanos já incorporavam aspectos das metrópoles 
estadunidenses e europeias. No fragmento, isso fica explícito 
pela descrição do escritório – um ambiente tipicamente 
urbano –, com apetrechos e objetos industrializados. 
Está correta, assim, a alternativa E. A alternativa A está 
incorreta porque, nessa época, no Brasil, os aparatos 
tecnológicos dispunham sim de relevância, como evidenciado 
no trecho. É importante considerar “aparatos tecnológicos” 
não apenas aparelhos eletroeletrônicos do século XXI, 
mas sim qualquer aparato oriundo de técnicas, processos e 
métodos da atividade humana. A alternativa B está incorreta 
porque nada no texto sugere a presença de personagens 
mortas nem de fantasmas em cena. A alternativa C está 
incorreta porque também não há menção a questões de 
violência urbana ou de desigualdade social no trecho. 
Já a alternativa D está incorreta porque o fragmento 
não coloca obras de ar te como acessór ias na 
sociedade, ainda que o retrato da Mona Lisa (também 
conhecida como A Gioconda) decore o escritório, o que, 
na verdade, deixa implícito que a arte promove reflexão 
e admiração. 
ON-LINE
219SE0A2POR2019XVII
QUESTÃO 09 
MONTANARO, J. Disponível em: <https://noticias.bol.uol.com.br/>. 
Acesso em: 12 dez. 2019.
A charge apresenta uma crítica ao uso da Internet. O argumento 
do autor é o de que o acesso à rede
A. 	 desestimula a assiduidade dos jovens na escola.
B. 	 impede a circulação de informações científicas.
C. 	 omite dos jovens informações sobre a natureza.
D. 	 infantiliza os usuários de suportes de tecnologia.
E. 	 aliena a juventude dos contextos social e natural.
Alternativa E
Resolução: Por meio do humor, a charge promove uma 
crítica ao uso excessivo da Internet por parte dos jovens, 
fazendo com que eles, inclusive, não sejam capazes de 
construir outros referenciais para além daqueles próprios 
da rede virtual (como o pássaro azul do Twitter). Por isso, 
a alternativa correta é a E. A alternativa A está incorreta, pois 
o equívoco da personagem é decorrente do uso das redes 
sociais, não havendo relação com a assiduidade escolar. 
A alternativa B está incorreta, pois há uma facilidade de 
acesso a conhecimentos científicos, porém é inútil se não há 
aplicabilidade dessas informações na realidade. A alternativa C 
está incorreta, pois a charge aborda a incompreensão da 
personagem em relacionar-se com o que é real, sem que isso 
seja lhe omitido. A alternativa D está incorreta, pois não há 
objetivo de infantilizar os usuários, visto que a personagem é 
um jovem, que representa a nova geração que se relaciona 
diretamente com as redes.
QUESTÃO 10 
E vós, ó bem nascida segurança 
Da Lusitana antiga liberdade, 
E não menos certíssima esperança 
De aumento da pequena Cristandade; 
Vós, ó novo temor da Maura lança, 
Maravilha fatal da nossa idade, 
Dada ao mundo por Deus, que todo o mande, 
Pera do mundo a Deus dar parte grande;
 
[...] 
ON-LINE
287SE04POR2020XXII
YQEL
CALIBRADA_POR
LCT – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
 
Vereis amor da pátria, não movido 
De prêmio vil, mas alto e quase eterno; 
Que não é prêmio vil ser conhecido 
Por um pregão do ninho meu paterno. 
Ouvi: vereis o nome engrandecido 
Daqueles de quem sois senhor superno, 
E julgareis qual é mais excelente, 
Se ser do mundo Rei, se de tal gente. 
 
Ouvi: que não vereis com vãs façanhas, 
Fantásticas, fingidas, mentirosas, 
Louvar os vossos, como nas estranhas 
Musas, de engrandecer-se desejosas: 
As verdadeiras vossas são tamanhas, 
Que excedem as sonhadas, fabulosas, 
Que excedem Rodamonte e o vão Rugeiro, 
E Orlando, inda que fora verdadeiro. 
CAMÕES. L. V. Os Lusíadas. 
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. 
Acesso em: 26 dez. 2017. [Fragmento]
As estrofes anteriores do poema épico Os Lusíadas 
consistem na parte em que o poeta o dedica a D. Sebastião, 
rei de incontestável importância para a nação portuguesa e 
para o cristianismo. Identificam-se aspectos da dedicatória na
A. 	 esperança de liberdade expressa pelo povo português, 
representado no texto pela voz poética.
B. 	 ameaça feita diretamente aos povos mouros – 
“a Maura lança” – em nome do deus dos católicos.
C. 	 atitude de louvor e de humildade do eu lírico e na 
evidência de que o texto trata de fatos históricos.
D. 	 interlocução da voz poética com as Musas, a quem 
pede bênçãos para as futuras façanhas do Rei.
E. 	 lealdade à pátria manifestada pelo eu lírico, o qual a 
demonstra sem esperar qualquer tipo de prêmio.
Alternativa C
Resolução: Na primeira estrofe do fragmento exposto, 
veem-se louvores do poeta ao rei D. Sebastião, a quem 
é dedicado o poema. São louvadas a ascendência do rei 
e sua representação para a difusão da fé cristã e para a 
independência portuguesa dos mouros. Na estrofe seguinte, 
há uma demonstração, perante o rei, da humildade do 
poeta, que modestamente considera seu poema “um 
pregão do ninho meu paterno”. Por sua vez, na terceira 
estrofe, ao enaltecer os atos do rei, o poeta ressalta que 
seu poema trata de fatos históricos, ou seja, reais, não de 
lendas ou fantasias. Assim, está correta a alternativa C. 
A alternativa A está incorreta porque, ainda que o poeta possa 
estar representando a nação portuguesa, não é isso que 
caracteriza a dedicatória de um poema épico, a qual deve 
sinalizar a quem são dedicados os versos. A alternativa B 
está incorreta porque não há uma ameaça explícita aos 
mouros, mas a declaração de que D. Sebastião será capaz 
de derrotá-los. A alternativa D está incorreta porque o eu lírico 
não se dirige às musas, o que, aliás, acomodaria as estrofes 
na parte da invocação. Na verdade, as musas são citadaspara reforçar o fato de que o texto tratará de matéria real. 
Por fim, a alternativa E está incorreta porque, por mais que o 
eu lírico manifeste indiretamente lealdade a Portugal, não é 
esse o aspecto que define a dedicatória de um poema épico. 
Além disso, o prêmio recusado é decorrente do seu texto, 
não de seu patriotismo.
QUESTÃO 11 
Salve minha linda palmeira brasileira
Que vive prisioneira
Por entre os quatro cantos dos prédios da cidade
Nasceu como pequena semente
No ponto mais quente
Do nosso país continental tropical
Veio morar por aqui
No subúrbio desta Capital
E apesar de toda poluição infernal
Vive como antigamente
A irradiar ondas redondas serenamente
Como se fosse tudo natural
É com grande amizade
Que nos comunicamos e amamos de verdade
Eu do reino animal,
Ela do reino vegetal
Nós dois, pois, do superimpério democrático social
MAUTNER, J. Poesias de amor e de morte. São Paulo: Global, 1983.
No processo de elaboração do poema de Jorge Mautner, 
há uma crítica irônica à sociedade brasileira no contexto de 
sua escrita, o Golpe Militar de 1964. Isso se dá pelo uso da 
linguagem conotativa, que constrói a imagem do(a)
A. 	 amor ao país pela exaltação da natureza tida como 
riqueza nacional.
B. 	 identificação entre o eu poético e a palmeira brasileira 
por sua simbologia.
C. 	 humanização da palmeira pela relação estabelecida 
com o eu poético.
D. 	 estranhamento pelo encontro com as palmeiras nos 
subúrbios urbanos.
E. 	 nostalgia nacionalista pelas memórias vivificadas por 
símbolos nacionais.
Alternativa B 
Resolução: O eu poético de Jorge Mautner descreve a sina 
de uma palmeira brasileira (signo reiterado na poesia nacional 
desde o célebre poema romântico “Canção do exílio”, de 
Gonçalves Dias) no subúrbio de uma capital, subvertendo 
o tom laudatório ao abordar as belezas naturais do Brasil. 
Logo, ao falar sobre a palmeira, o eu poético constrói um jogo 
de imagens, em tom crítico, por meio da ironia, acerca do 
espírito nacional e, ao final do poema, estabelece sua relação 
com a simbologia da palmeira, ao falar sobre a proximidade 
entre os dois, consumada em uma amizade metafórica – 
o que promove a identificação entre ambos. Por isso, a 
alternativa correta é a B. A alternativa A está incorreta, pois 
a figura da palmeira, símbolo nacional não oficial, é colocada 
no subúrbio, às margens da sociedade, não exaltada. 
A alternativa C está incorreta, pois o eu poético se compara 
à palmeira, mas não a humaniza, uma vez que a amizade 
entre eles é metafórica. A alternativa D está incorreta, pois 
o encontro com a palmeira no subúrbio gera a identificação, 
ou seja, um efeito contrário ao estranhamento. Por fim, a 
alternativa E está incorreta, pois a palmeira, ainda que se 
constitua como uma figurativização do Brasil, não é um 
símbolo nacional oficial, como são a bandeira, o hino, etc. 
Além disso, não há o sentimento de saudade explícito por 
essa imagem, mas de crítica, pois ela está às margens da 
sociedade, desvalorizada. 
ON-LINE
287SE04POR2020XVII
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 12 
Os nativos da Geração Z constituem o primeiro 
agrupamento de indivíduos que nasceu digital, conectado, 
móvel e que nunca viu o mundo sem Internet. 
Falamos então de uma geração hipercognitiva, capaz 
de viver múltiplas realidades, presenciais e digitais, ao 
mesmo tempo. A tecnologia propicia que esses jovens vivam 
diferentes realidades e absorvam grande complexidade, com 
muita informação visual e muitos recursos para controlar 
cada passo da vida.
Os membros da Geração Z poderão ter muito mais 
capacidade de eliminar variadas formas de imprevistos. 
A partir da tecnologia e do uso intensivo de aplicativos que 
contornam problemas cotidianos, os jovens habilitam-se a 
eliminar toda sorte de eventos imprevisíveis.
Prever, antecipar e simplificar são seus imperativos. 
O fato de viverem completamente imersos em tecnologias 
e redes dá a eles muita margem de manobra, mobilizando 
comunicação e ações corretivas em um nível ainda não 
praticado ou experimentado por gerações anteriores.
MEIR, J. Disponível em: <https://www.consumidormoderno.com.br>. 
Acesso em: 23 jan. 2020.
De acordo com o texto, a Geração Z cresceu com uma 
relação intrínseca com as tecnologias da informação e da 
comunicação, o que gera em seus representantes a
A. 	 banalização das relações presenciais, consideradas 
ultrapassadas diante das possibilidades da 
comunicação digital.
B. 	 habilidade de mobilizar diferentes mecanismos de 
comunicação e informação para solucionar problemas 
e imprevistos.
C. 	 capacidade extrema de lidar com problemas e 
situações conflituosas a partir do uso de redes sociais 
e de aplicativos.
D. 	 carência afetiva em razão do uso exagerado das redes 
sociais e a consequente priorização das relações 
virtuais.
E. 	 hipercognitividade, caracterizada pela capacidade de 
conviver com pessoas de diferentes realidades.
Alternativa B
Resolução: No texto, o autor discorre sobre a habilidade que 
os jovens da Geração Z vêm desenvolvendo para resolver 
mais facilmente problemas e conflitos devido à aplicação 
prática das tecnologias da comunicação e informação, que 
são usadas a favor dessa resolução de problemas. Por 
isso, está correta a alternativa B. Embora o texto discorra 
sobre o avanço da comunicação e da informação no meio 
digital, ele não aborda as relações presenciais, não se 
podendo falar que ocorreu uma banalização destas com o 
surgimento da Geração Z, o que torna incorreta alternativa A. 
Apesar de o texto abordar a capacidade dos jovens da 
Geração Z de lidar com conflitos e outras situações, isso não 
é colocado como uma habilidade extrema, mas algo ainda 
em desenvolvimento, o que torna a alternativa C incorreta. 
ON-LINE
219SE05POR2020III 
Por sua vez, a alternativa D está incorreta porque o texto 
nada discorre sobre uma suposta carência afetiva da 
Geração Z provocada pelo uso descabido das redes sociais. 
Por fim, embora o texto aborde a hipercognitividade como 
uma característica pertinente aos jovens da Geração Z, nada 
é falado no sentido de que esses indivíduos são capazes de 
migrar entre diferentes mundos a qualquer hora e lugar, o que 
torna a alternativa E também incorreta. O texto deixa claro 
que esses jovens estão ainda experimentando as novidades 
e descobrindo uma nova forma de lidar com a realidade. 
QUESTÃO 13 
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), 
criada em 1995, é uma das 20 comissões permanentes da 
Câmara dos Deputados. Suas atribuições constitucionais 
e regimentais são receber, avaliar e investigar denúncias 
de violações de direitos humanos; discutir e votar propostas 
legislativas relativas à sua área temática; fiscalizar e 
acompanhar a execução de programas governamentais 
do setor; colaborar com entidades não governamentais; 
realizar pesquisas e estudos relativos à situação dos direitos 
humanos no Brasil e no mundo; além de cuidar dos assuntos 
referentes às minorias étnicas e sociais.
Disponível em: <https://nacoesunidas.org/>. 
Acesso em: 12 dez. 2019. [Fragmento]
O texto define a Comissão de Direitos Humanos e Minorias. 
Quanto a seu aspecto sintático, a sequência “receber, avaliar 
e investigar”
A. 	 forma locução verbal e enfoca as ações do sujeito.
B. 	 demanda objeto direto e subordina os termos da frase.
C. 	 assume função predicativa e liga-se ao sujeito da 
oração.
D. 	 apresenta verbos infinitivos e expressa o sujeito do 
excerto.
E. 	 constitui orações coordenadas e segmenta o sentido 
do trecho.
Alternativa C
Resolução: Os verbos destacados sucedem o verbo 
“ser”, que liga o sujeito – “Suas atribuições constitucionais 
e regimentais” – ao predicativo do sujeito. Ou seja, os 
elementos pospostos ao verbo de ligação caracterizam 
o sujeito. Dessa maneira, a alternativa correta é a C. 
A alternativa A está incorreta, pois o verbo “ser” conjugado 
e os verbos seguintes no modo infinitivo não se estruturam 
como verbo auxiliar e verbo principal,mas como verbo 
de ligação e predicativo, respectivamente. A alternativa B 
está incorreta, pois, por apresentar um verbo de ligação, 
o predicado se forma pela complementação advinda 
do predicativo do sujeito. A análise sintática dos verbos 
“receber”, “avaliar” e “investigar” permite concluir que eles, 
de fato, demandam um objeto direto, já que são verbos 
transitivos diretos, no entanto, como predicativo do objeto, 
não exercem relação de subordinação sobre os demais 
termos na frase. A alternativa D está incorreta, pois o sujeito 
da oração é “Suas atribuições constitucionais e regimentais”, 
uma vez que a oração está na ordem sintática direta. 
Por fim, a alternativa E está incorreta, pois os verbos 
no infinitivo desempenham uma função sintática (a de 
predicativo) na oração na qual está o verbo de ligação “ser”, 
logo a construção é subordinada, e não coordenada. 
ON-LINE
287SE04POR2020XI
LCT – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 14 
Conversa de senhoras
Não precisa nem casar
Tiro dele tudo o que preciso
Não saio mais daqui
Duvido muito
Esse assunto de mulher já terminou
O gato comeu e regalou-se
Ele dança que nem um realejo
Escritor não existe mais
Mas também não precisava virar deus
Tem alguém na casa
Você acha que ele aguenta?
Sr. ternura está batendo
Eu não estava nem aí
Conchavando: eu faço a tréplica
Armadilha: louca pra saber
Ela é esquisita
Também você mente demais
Ele está me patrulhando
Para quem você vendeu seu tempo?
Não sei dizer: fiquei com o gauche
Não tem a menor lógica
Mas e o trampo?
Ele está bonzinho
Acho que é mentira
Não começa
CESAR, A. C. A teus pés. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. 
[Fragmento] 
O título do poema de Ana Cristina Cesar antecipa a forma 
como o texto se constrói, o que se concretiza na estrutura 
sustentada pela 
A. 	 expressão da crise existencial do eu lírico. 
B. 	 fuga da ordem lógica da narrativa ficcional.
C. 	 ausência da possibilidade do tom confessional.
D. 	 criação de um diálogo dinâmico entre as personagens.
E. 	 acusação da diferença de gênero no caráter das falas.
Alternativa D
Resolução: O título “Conversa de senhoras” pressupõe 
que o poema de Ana Cristina Cesar abordará, de forma 
subjetiva e lírica, o diálogo de duas ou mais mulheres. 
Isso fica claro ao longo do texto pela alternância de turnos 
entre as senhoras, já que cada verso representa a fala de 
uma delas respondendo à outra, ainda que, em algumas 
passagens, elas mudem o assunto ou até mesmo parecem 
ignorar o que foi dito. A intenção da autora, aliás, pode ter 
sido justamente essa, a de reproduzir a frivolidade das 
conversas das senhoras de classe abastada. Está correta, 
portanto, a alternativa D. As demais alternativas não podem 
ser a resposta porque não descrevem a estrutura do texto 
interpretada a partir de seu título. A alternativa A está 
incorreta porque, no texto, não há um eu lírico definido nem 
um tom revelador de uma crise existencial entre as senhoras. 
ON-LINE
051SE02POR2019I
A alternativa B está incorreta porque o texto é um exemplar 
do gênero lírico, logo não há o estabelecimento de uma 
narrativa, pois as personagens são apenas sugestivas, o 
tempo-espaço não está delimitado, e não há um enredo. 
A alternativa C está incorreta porque a ausência – ou 
presença – de um tom confessional não tem relação com o 
título nem com a forma do texto. Finalmente, a alternativa 
E está incorreta porque o texto reproduz somente falas de 
mulheres, como sugerido no título, não havendo, portanto, 
uma comparação com a fala de homens. 
QUESTÃO 15 
Disponível em: <http://www.saude.gov.br/>. 
Na campanha anterior, foi empregada uma estratégia para 
levar o leitor a uma reflexão sobre o racismo no sistema de 
saúde, o que é marcado pela
A. 	 ambiguidade provocada pelo termo “saúde”.
B. 	 crítica ao silêncio mantido pela sociedade.
C. 	 utilização dos verbos no modo imperativo.
D. 	 obrigação de denunciar crimes raciais. 
E. 	 postura séria e silenciosa do médico. 
Alternativa C
Resolução: O texto é uma peça governamental cujo objetivo 
é promover a denúncia ao crime de racismo, e, para tal, 
emprega verbos no modo imperativo, que carregam sentido 
de ordem, sugestão ou orientação. Assim, está correta a 
alternativa C. A alternativa A está incorreta porque o termo 
“saúde”, no contexto, não é polissêmico, referindo-se 
apenas à saúde física e psicológica do indivíduo. Seu uso, 
no entanto, remete ao campo semântico de hospitais, tema 
explorado em todo o texto. Já a alternativa B está incorreta 
porque a campanha não critica o silêncio da sociedade 
diante do racismo, mas convoca a população a não se calar 
e denunciar qualquer forma de discriminação vivenciada 
ou observada. Por sua vez, a alternativa D está incorreta 
porque não se pode falar, pela análise da campanha, em 
obrigação de denunciar crimes de preconceito racial, mas 
sim na tentativa de conscientização da população sobre esse 
assunto, incentivando – mas não obrigando – a denúncia. 
ON-LINE
219SE05POR2020X
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Por último, a alternativa E está incorreta porque, embora 
a postura séria do médico seja um elemento forte na 
construção da campanha, não é necessariamente um 
fator de persuasão, visto que, isolada, essa imagem não 
conseguiria transmitir a mensagem comunicativa desejada. 
Além disso, não se deve pensar em postura silenciosa, visto 
que, ao contrário, o que se objetiva é justamente incentivar 
a denúncia, ou seja, o não silêncio diante de crimes de 
racismo. Nesse sentido, nota-se que a usual imagem da 
enfermeira com um dedo levado à boca, indicando silêncio, 
é desconstruída para dar lugar à figura de um médico negro 
com o dedo afastado, sintetizando justamente a ideia de não 
fazer silêncio diante desses crimes. 
QUESTÃO 16 
BECK, A. Disponível em: <https://tirasarmandinho.tumblr.com/>. 
Acesso em: 06 out. 2019. 
Na tirinha, ao associar o discurso da garota à ação que ela 
executa, o autor revela sua intenção de 
A. 	 abordar a temática referente à desvalorização feminina 
com humor.
B. 	 justificar os elogios recebidos pelas mulheres em 
relação à beleza.
C. 	 comprovar que a capacidade feminina independe da 
aparência. 
D. 	 mostrar como o discurso feminino é distante da 
realidade. 
E. 	 promover a dinamicidade de movimento da cena 
ilustrada.
Alternativa C
Resolução: O discurso da garota é de que as mulheres 
são muito mais do que sua aparência física revela, sendo 
capazes de ações e comportamentos ignorados quase 
sempre pelas pessoas. Enquanto conversa com o amigo, 
a garota faz embaixadinhas com uma bola – atividade 
geralmente associada ao grupo masculino – e aplica um 
“chapéu” (drible) no garoto, comprovando seu discurso e 
ilustrando uma situação em que as mulheres podem ser 
admiradas pelas suas habilidades. Está correta, portanto, a 
alternativa C. A alternativa A está incorreta porque, embora 
as tirinhas da personagem Armandinho muitas vezes tragam 
um viés humorístico, não é o que se observa no caso em 
análise, que não utiliza elementos cômicos, até mesmo 
pela seriedade do assunto de que trata. A alternativa B 
está incorreta porque não é a intenção do autor justificar 
os elogios recebidos pelas mulheres, mas criticar esse 
padrão de comportamento, ilustrando uma situação em 
que uma mulher demonstra capacidades e habilidades 
geralmente associadas à figura masculina, quebrando 
paradigmas de construção de gênero ao fazer isso. 
A alternativa D está incorreta porque, ao contrário do afirmado, 
o discurso da garota é coerente com a realidade, tanto que 
ela comprova sua habilidade com a bola, mostrando-se 
digna de elogios sem relação com sua aparência física. 
ON-LINE
219SE02POR2020III
Por fim, a alternativa E está incorreta porque, embora, de 
fato, a ação da garota confira maior dinamicidade à cena, 
mostrando o movimento que acontece com a manipulação 
da bola, essa ação não foi incluída na cena apenas com esse 
objetivo,mas sim com intuito de demonstrar a capacidade 
da garota. 
QUESTÃO 17 
Em tempos de politicamente correto, em que o etarismo 
desponta como a próxima bola da vez, é arriscado sugerir 
que a velhice seja algo deplorável. David Sinclair, porém, 
não apenas não enaltece a “melhor idade” como ainda a 
classifica como uma moléstia que precisa ser extirpada. 
O que separa Sinclair de um genocida ordinário é que ele 
não pretende eliminar os velhos, mas sim os processos 
biológicos que dão causa à senescência.
Sinclair, como o leitor já deve ter intuído, é um cientista. 
Na verdade, é um dos mais reputados especialistas em 
envelhecimento, comandando laboratórios de genética em 
Harvard e na Austrália. Seu mais recente livro, Lifespan, 
é uma daquelas obras em que o otimismo é tão denso 
que dá para tocá-lo. Para o autor, estamos muito perto de 
fabricar uma pílula que nos permitirá viver bem além dos 
cem anos e com muita saúde, isto é, sem as moléstias que 
hoje vêm com a idade, como cânceres e demências. Quem 
não quiser esperar já pode recorrer a mudanças de hábitos, 
que incluem passar fome e frio, e ao uso “off-label” de alguns 
medicamentos que já estão no mercado.
SCHWARTSMAN, H. O fim da velhice. 
Disponível em: <https:// www1.folha.uol.com.br>. 
 Acesso em: 25 fev. 2020. [Fragmento adaptado] 
A partir dos parágrafos introdutórios expostos anteriormente, 
constata-se que o objetivo comunicativo do texto é 
A. 	 resenhar uma obra científica que aborda uma 
perspectiva polêmica. 
B. 	 corroborar as sugestões terapêuticas do médico em 
questão. 
C. 	 criticar os posicionamentos polêmicos do cientista 
nomeado. 
D. 	 refutar a ideia citada de que o envelhecimento é 
reversível. 
E. 	 resumir as pesquisas de Sinclair de forma técnica e 
isenta.
Alternativa A
Resolução: No fragmento, ambos os parágrafos introduzem 
um artigo cujo objetivo é tecer uma crítica sobre o livro escrito 
pelo cientista David Sinclair, chamado Lifespan. No primeiro 
parágrafo, de forma geral, o articulista apresenta Sinclair e 
as ideias que ele defende; no segundo, ele descreve e critica 
as ideias do cientista na obra analisada, como é comum ao 
gênero textual resenha. Assim, está correta a alternativa A. 
As alternativas B, C e D estão incorretas porque o articulista 
não tem lugar de fala para confirmar ou negar as proposições 
de David Sinclair. Finalmente, a alternativa E está incorreta 
porque o autor do texto também não resume as pesquisas 
do cientista, mas apenas critica uma de suas obras, o que 
não acontece de forma isenta, já que a opinião é expressa.
ON-LINE
050SE04POR2020II
LCT – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 18 
Aproximei-me da janela. O sopro do vento era ardente 
como se a casa estivesse no meio de um braseiro. Respirei 
de boca aberta agora que ele não me via, agora que eu podia 
amarfanhar a cara como ele amarfanhara o papel. Esfreguei 
nela o lenço, até quando, até quando?!… E me trazia a 
infância, será que ele não vê que para mim foi só sofrimento? 
Por que não me deixa em paz, por quê? Por que tem que 
vir aqui e ficar me espetando, não quero lembrar nada, não 
quero saber de nada! Fecho os olhos. Está amanhecendo e o 
sol está longe, tem brisa na campina, cascata, orvalho gelado 
deslizando na corola, chuva fina no meu cabelo, a montanha 
e o vento, todos os ventos soprando. Os ventos! Vazio. 
Imobilidade e vazio. Se eu ficar assim imóvel, respirando 
leve, sem ódio, sem amor, se eu ficar assim um instante, 
sem pensamento, sem corpo…
TELLES, L. F. Verde lagarto amarelo. In: ______. Antes do baile verde. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2009. [Fragmento]
No fragmento do conto de Lygia Fagundes Telles, o trecho 
que realça a prosa poética é:
A. 	 “Esfreguei nela o lenço, até quando, até quando?!...”
B. 	 “Por que não me deixa em paz, por quê?”
C. 	 “Fecho os olhos. Está amanhecendo e o sol está longe 
[…].”
D. 	 “Os ventos! Vazio. Imobilidade e vazio.”
E. 	 “[...] se eu ficar assim um instante, sem pensamento, 
sem corpo…”
Alternativa D
Resolução: O trecho “Os ventos! Vazio. Imobilidade e vazio” 
transmite uma ideia de transição na narrativa, que incorpora 
expressões poéticas que funcionam mais como versos do 
que como frases com sentido e estrutura completa, por isso 
está correta a alternativa D. Entre os demais fragmentos 
citados, também se nota o emprego da linguagem figurada – 
marcadamente na alternativa E –, mas não há subjetividade 
e lirismo, por isso as outras alternativas estão incorretas.
QUESTÃO 19 
No imenso metro entre nós
Talvez você não seja mais que isto: alguém, 
de costas, tenta acender um cigarro ao vento. 
Um oceano abstrato vem bater em nosso quarto.
É preciso cuidado, não são poucas e são altas suas 
ondas;
escuto, mas quem compreenderia a valsa
dos afogados, feita de uma boca intraduzível?
O vento dispersa o que eu diria, não chego a você,
a seus ouvidos; assim também minha mão
que desmorona antes de alcançar seu rosto onde
do que entre nós alguma vez foi nítido embaraçam-se 
ON-LINE
051SE04POR2019I
ON-LINE
CALIBRADA_POR
os fios; o vento derrama seus olhos para longe,
dessalga e seca nos meus a hipótese da queixa;
Vento da noite, que espalha suas pedras negras
no imenso metro entre nós.
Talvez o mundo mais perfeito seja apenas isto: 
Você, enfim, acende seu cigarro.
FERRAZ, E. Escuta. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
Em geral, o texto poético vale-se de uma linguagem 
predominantemente subjetiva, que pode se manifestar pela 
presença de figuras de linguagem. No poema de Eucanaã 
Ferraz, a personificação é uma dessas figuras de linguagem, 
identificada em:
A. 	 “alguém, / de costas, tenta acender um cigarro ao vento.”
B. 	 “Um oceano abstrato vem bater em nosso quarto.”
C. 	 “mas quem compreenderia a valsa / dos afogados, feita 
de uma boca intraduzível?”
D. 	 “do que entre nós alguma vez foi nítido embaraçam-se 
/ os fios” 
E. 	 “Talvez o mundo mais perfeito seja apenas isto” 
Alternativa B
Resolução: Personificação é a figura de linguagem pela 
qual se expressa a atribuição de uma ação ou característica 
humana a um objeto ou ser inanimado. No verso citado na 
alternativa B, o oceano, definição de uma grande expansão 
de água salgada sobre a superfície do planeta Terra, algo 
denotativamente inanimado, bate na porta do quarto do eu 
lírico, como faria uma pessoa. O verso, bem como todo o 
texto, é permeado por muita linguagem figurada, dada a 
sua natureza poética, portanto seu conteúdo é metafórico 
e sugestivo. As demais alternativas estão incorretas porque 
não empregam o recurso discursivo da personificação, 
mas sim linguagem denotativa (A), metáfora (C e D) e 
comparação (E).
QUESTÃO 20 
O padre limpando a igreja. Entra João Grilo e Chicó.
Padre: Eu benzer a cachorra? Deixem de besteira! 
Não benzo de jeito nenhum!
João Grilo: Sempre disse a Chicó que o Senhor não 
benzia... benze, não benze?
Padre: Não benzo!
João Grilo: É, motor do major Antônio Morais o senhor 
benze…
Padre: Motor todo mundo benze, agora cachorra… 
Nunca ouvi dizer que alguém já benzeu cachorra… 
Não benzo!
João Grilo e Chicó vão saindo da igreja.
João Grilo: É, Chicó… motor de Antônio Moraes se 
benze… cachorra de Antônio Moraes não se benze.
ON-LINE
051SE01POR2019I
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Padre: Como é que é?
João Grilo: É que a cachorra também é de Antônio 
Moraes…. Eu bem que disse a Chicó que o padre ia ficar bravo!
Padre: Bravo nada, João!
João Grilo: Então o Senhor benze, não é?
Padre: Diga a Antônio Mores que traga a cachorra!
Chicó e João Grilo saem da igreja.
SUASSUNA, A. Auto da Compadecida. 26. ed. 
Rio de Janeiro: Agir, 1993. [Fragmento] 
As questões sociais são tratadas com humor crítico por 
Ariano Suassuna em Auto da Compadecida. O gênero 
dramático auto permite ao autor colocar o protagonista 
como herói vicentino medieval de caráter popular, papel 
que lhe garante
A. 	 explicitar a compaixão do padre, que, apiedado,dá a 
benção à cachorra.
B. 	 obedecer ao representante divino, o que aprendeu na 
didática religiosa.
C. 	 propagar a tradição romântica, que coloca a posição do 
padre como alguém sempre amoroso.
D. 	 questionar a moral das instituições, que aceitam a 
benção do animal pelo prestígio de seu dono. 
E. 	 expor a impaciência do padre para solicitações 
incomuns, que são feitas pelas pessoas cotidianamente.
Alternativa D
Resolução: Por meio do humor, o texto critica os hábitos, 
costumes e morais da sociedade que retrata, o que evidencia 
características do gênero dramático auto. No fragmento, 
a atitude do padre – que simboliza a igreja católica – de 
benzer uma cachorra e um motor com base na identidade 
do proprietário revela o interesse por trás de suas ações, 
capazes de seguir ou não os dogmas da religião conforme 
a conveniência. Como a personagem de João Grilo é quem 
expõe o vício do padre, numa demonstração da correção da 
sua personalidade, ele encarna a figura do herói, por isso 
está correta a alternativa D. As outras alternativas estão 
incorretas porque não expõem atitudes compatíveis com a 
de um herói, segundo a tradição greco-romana.
QUESTÃO 21 
Velha a Chen Te – É uma mocinha da roça, nossa 
parenta. Esperamos não estar sendo demais para você. 
Quando você morava em nossa casa, nós não éramos 
tantos, não se lembra? Depois é que nós fomos aumentando. 
Quanto pior corriam as coisas, mais a família aumentava; 
e quanto mais a família aumentava, as coisas pioravam. 
Agora acho melhor trancar a porta, senão a gente não vai ter 
descanso. Ela tranca a porta e sentam-se todos. A coisa mais 
importante é não atrapalharmos você nos seus negócios; 
do contrário, como é que a chaminé vai fumegar? [...] 
Cantam a “Canção da Fumaça”:
Avô – 
Outrora, antes de ter brancos os meus cabelos, 
Eu, com a inteligência, pensava me dar bem; 
Hoje sei que não há inteligência que chegue 
Para manter cheia a barriga de ninguém. 
ON-LINE
188SM14POR2019VI 
Por isso, eu digo: Deixa! 
Como a parda fumaça 
Que vai sumindo cada vez mais fria, 
É assim que a vida passa! [...] 
BRECHT, B. A alma boa de Setsuan. Tradução de Geir Campos e 
Antônio Bulhões. São Paulo: Paz e Terra, 1992. [Fragmento] 
O teatro de Bertold Brecht pode ser visto como uma 
experiência sociológica, buscando evidenciar aspectos 
controversos da sociedade que representa, de modo a 
despertar a reflexão em seus espectadores. O fragmento 
de A alma boa de Setsuan evidencia essa proposta pela 
crítica ao(à)
A. 	 aumento da taxa de mortalidade como consequência 
da miséria. 
B. 	 crescimento desordenado das cidades advindo da alta 
natalidade. 
C. 	 valorização das relações clientelistas devido à 
cobrança de favores. 
D. 	 êxodo rural advindo da falta de oportunidades de 
trabalho no campo. 
E. 	 exploração da mão de obra resultante do processo de 
industrialização.
Alternativa E
Resolução: O fragmento de A alma boa de Setsuan 
evidencia a crítica às relações trabalhistas estabelecidas na 
Europa em meados do século XX. Na metáfora construída por 
Bertold Brecht, a sociedade é movida pelo trabalho, que faz 
a “chaminé fumegar”. A crítica se reforça na letra da “Canção 
da fumaça”, que retrata a exaustiva situação do trabalhador 
devido à exploração de sua mão de obra. Tal situação exaure 
sua vida, que “como a parda fumaça” se esvai. Desse modo, 
a alternativa E está correta. A alternativa A está incorreta, 
pois a morte está relacionada à exaustão pelo trabalho. 
A miséria é pintada como o contexto que arrasta o trabalhador 
para essa situação de exploração. A alternativa B está 
incorreta, pois o fragmento retrata a condição da classe 
operária, que, quanto mais cresce, piores condições de vida 
e de trabalho encontra. A alternativa C está incorreta, pois a 
fala da velha estabelece a suposta dívida moral de Chen Te 
com a família, tendo em vista que ela também recebeu 
abrigo no passado. No entanto, a relação estabelecida não 
remete à política do clientelismo, que visa ao favorecimento 
político. Finalmente, a alternativa D está incorreta, pois 
a velha relata o esgotamento dos recursos da família devido 
ao seu crescimento exagerado.
QUESTÃO 22 
O diálogo interdiscursivo e cultural convida os 
representantes contemporâneos da crítica a romper os 
limites disciplinares e a se lançarem no espaço heterogêneo 
das produções artísticas e midiáticas. Há muito essas 
barreiras já começaram a se diluir, comprometendo a 
defesa da homogeneidade dos discursos e se opondo à 
crítica voltada apenas para a elucidação dos procedimentos 
literários, esquecendo-se de compreendê-la como integrante 
de uma visão cultural capaz de atingir outros aparatos e 
desdobramentos.
SOUZA, E. M. Crítica literária e formas massivas de acessar literatura. 
Disponível em: <https://www.suplementopernambuco.com.br>. 
Acesso em: 12 dez. 2019 (Adaptação).
ON-LINE
287SE04POR2020X
LCT – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
O verbo “haver”, no segundo período do fragmento, 
desempenha a função de
A. 	 destacar a noção de existência e conectar o verbo ao 
objeto direto.
B. 	 ressignificar o ato de “fazer” e tornar-se o sujeito da 
oração destacada.
C. 	 registrar a norma-padrão e construir a noção de 
passado indefinido.
D. 	 universalizar a comunicação e aproximar o leitor pela 
linguagem formal.
E. 	 apontar para a temporalidade da ação e especificar a 
ocorrência dos eventos.
Alternativa C
Resolução: Na oração analisada – “Há muito essas 
barreiras” –, o verbo “haver” é usado para indicar a 
passagem de tempo. Esse emprego do verbo “haver”, bem 
como sua concordância no trecho, está de acordo com a 
norma-padrão. Como o fragmento não delimita quanto tempo 
se passou, esse passado torna-se indefinido. Por isso, 
está correta a alternativa C. A alternativa A está incorreta, 
pois, ao indicar circunstância temporal, a oração apresenta 
sujeito inexistente. A alternativa B está incorreta, pois o 
verbo “haver”, nessa ocorrência, tem sentido igual ao de 
“fazer” indicando passagem de tempo; além disso, essa 
oração não possui sujeito. A alternativa D está incorreta, pois 
a conjugação está adequada, mas a linguagem não aproxima 
o texto do leitor; além disso, a escolha do verbo “haver”, 
em detrimento do “fazer”, indica uma escolha pela variante 
padrão, uma vez que esse registro é mais recorrente nos 
textos escritos e de circulação em suportes como revistas 
especializadas, de onde o texto foi retirado. A alternativa E 
está incorreta, pois, ainda que fique explícita a marca 
temporal, o verbo não indica ação nem especifica quando 
esta ocorreu.
QUESTÃO 23 
TEXTO I
Disponível em: <https://sjcdh.rs.gov.br>. Acesso em: 11 dez. 2019.
ON-LINE
287SE04POR2020XVIII
TEXTO II
“Frequentemente a pessoa idosa se cala sobre os 
abusos físicos que sofre e se isola para que outros não 
tomem conhecimento desse tipo de violência, prejudicando 
assim sua saúde mental e sua qualidade de vida”, explica 
Maria Cristina Hoffmann, coordenadora de Saúde da Pessoa 
Idosa, do Ministério da Saúde. Ela conta que as estatísticas 
mostram que, por ano, cerca de 10% dos idosos brasileiros 
morrem por homicídio. 
Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br>. Acesso em: 11 dez. 
2019. [Fragmento]
A comparação entre ambos os textos permite a inferência 
de que a informação presente no texto II está implícita na 
imagem do texto I, uma vez que
A. 	 a bengala permite o andar firme.
B. 	 a bengala obstrui a boca do idoso.
C. 	 a fisionomia remete à idade do sujeito.
D. 	 os óculos denotam a fragilidade do idoso.
E. 	 os olhos expressam o sofrimento da pessoa.
Alternativa B
Resolução: A fala da coordenadora de Saúde da Pessoa 
Idosa, no texto II, explicita o silenciamento dos idosos 
violentados, o que, na imagem do texto I pode ser percebido 
pela posição atípica da bengala (objeto usado para auxiliar, 
comumente, o andar já fragilizado de pessoas com idade 
bastante avançada – o que se vê pelo caráter senil do 
indivíduo retratado:manchas na pele, rugas, necessidade de 
óculos para auxiliar a visão já cansada pelo uso ao longo dos 
anos, etc.), na frente da boca. Com essa imagem, se constrói 
a ideia de silenciamento, pela obstrução da boca / voz, 
portanto a alternativa correta é a B. As demais alternativas 
estão incorretas porque não capturam a ideia de que a 
bengala simboliza o silenciamento dos idosos violentados, 
como exposto nos textos em análise.
QUESTÃO 24 
QUINO, J. L. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
No último quadrinho da tirinha, existem duas ocorrências do 
pronome “se”. Com relação à sua classificação sintática, eles
A. 	 complementam o sentido dos verbos.
B. 	 retomam o emissor da mensagem.
C. 	 integram uma locução verbal.
D. 	 indicam voz passiva sintética.
E. 	 realçam as ações verbais.
Alternativa A
Resolução: O quarto quadrinho apresenta três ocorrências 
da palavra “se”: a primeira tem a classificação morfológica 
de conjunção, e as outras, de pronome. Na primeira 
ocorrência como pronome, sua função sintática é 
ON-LINE
059SE01POR2020IV
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
de objeto direto do verbo transitivo direto “lembrar”. 
Basta pensar que “quem encontra encontra alguém”. No caso 
em análise, “a gente” encontra “a gente”, ou seja, si mesmo. 
Por isso, usa-se o pronome “se” com sentido reflexivo, 
substituindo “a gente”, com função sintática de complemento 
verbal. Na sua segunda ocorrência como pronome, a palavra 
“se” substitui “você” e tem também função de objeto direto. 
Por isso, a resposta correta é a alternativa A.
QUESTÃO 25 
EDUARDO – Tenho pressa, não posso esperar. Queres 
ir hoje ao Teatro Lírico?
CARLOTINHA – Não, não estou disposta.
EDUARDO – Pois representa-se uma ópera bonita 
(Enche a carteira de charutos). Canta a Charton. Há muito 
tempo que não vamos ao teatro.
CARLOTINHA – É verdade; mas quem nos acompanha 
é você, e seus trabalhos, sua vida ocupada... Depois, mano, 
noto que anda triste.
EDUARDO – Triste? Não, é meu gênio; sou naturalmente 
seco; gosto pouco de divertimentos.
CARLOTINHA – Mas houve um tempo em que não era 
assim; brincávamos, passávamos as noites a tocar piano 
e a conversar; você, Henriqueta e eu. Lembra-se?
EDUARDO – Se me lembro!... Estava formando há pouco, 
não tinha clínica. Hoje falta-me o tempo para as distrações.
ALENCAR, J. O demônio familiar. In: ______.Obra Completa. 
Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1960. [Fragmento] 
Nessa peça de José de Alencar, além do enredo, está 
presente, também como elemento da tipologia narrativa, o(a)
A. 	 diálogo, construído com o clímax e o desfecho 
implícitos.
B. 	 linguagem coloquial, marcada por vocativos e verbos 
imperativos.
C. 	 incorporação de personagens alegóricas, explícitas em 
tipos sociais.
D. 	 delimitação espacial, evidente na menção a locais 
situados numa cidade.
E. 	 caracterização das personagens, destacada em suas 
condutas e seus interesses.
Alternativa E
Resolução: As personagens, com suas caracterizações, 
são um elemento constitutivo da tipologia narrativa. No 
texto teatral, o leitor (que também é espectador, no caso 
das encenações e adaptações) é levado a conhecê-las por 
meio de suas falas, familiarizando-se com seus atributos 
físicos e psicológicos pelos discursos diretos e indiretos – 
o que, no caso de outros gêneros, pode ser feito também 
pelo narrador. Logo, está correta a alternativa E. A alternativa 
A está incorreta, pois não há exigência de diálogo nas 
narrativas, e, mesmo no texto teatral, no qual é hegemônico, 
o diálogo não é necessariamente obrigatório, pois há 
presença de rubricas, por exemplo. A alternativa B está 
ON-LINE
287SE04POR2020XIX
incorreta, pois o uso da linguagem coloquial, ainda que seja 
comum em narrativas, não caracteriza a tipologia textual. A 
alternativa C está incorreta, pois personagens que constroem 
tipos e alegorias, apesar de presentes no texto, não se 
apresentam como elemento estrutural de uma narrativa. 
A alternativa D está incorreta, pois a delimitação do espaço 
não é o que determina a tipologia narrativa; assim, no 
fragmento, a simples menção a lugares da cidade não é o 
bastante para associar o texto a essa tipologia.
QUESTÃO 26 
Primeiro emprego: justiça e autonomia
A busca pelo primeiro emprego é uma experiência que 
marca a história de muitas pessoas. A vontade de ganhar 
o próprio dinheiro vem acompanhada da grande expectativa 
pela independência e, em muitos casos, considerando as 
dificuldades nos lares brasileiros, representa a chance de 
poder colaborar com o orçamento da família. Cada situação 
envolve uma particularidade, mas em todas elas nem sempre 
a expectativa corresponde à realidade. E o principal motivo 
é que o jovem que busca sua primeira oportunidade no 
mercado formal de emprego não tem a experiência exigida 
por esse mesmo mercado. O que mostra que há uma lacuna 
a ser preenchida na legislação para dar a essa parcela da 
população oportunidades iguais, fazendo justiça e abrindo 
espaço para profissionais que, em médio prazo, contribuirão 
com sua força de trabalho para o desenvolvimento do país.
PAMPLONA, T. Primeiro emprego: justiça e autonomia. 
Disponível em: <https://odia.ig.com.br>. 
Acesso em: 13 dez. 2019. [Fragmento]
Com o intuito de introduzir a tese defendida, esse primeiro 
parágrafo, retirado de um artigo de opinião, recorre à 
estratégia de
A. 	 descrição subjetiva do assunto.
B. 	 exposição de dados do mercado.
C. 	 apresentação panorâmica do tema.
D. 	 caracterização genérica dos jovens.
E. 	 relato pessoal sobre o desemprego.
Alternativa C
Resolução: O texto se inicia com o relato de uma situação 
cotidiana, vivenciada por diversos jovens no país, e, portanto, 
capaz de gerar identificação com o leitor. Em seguida, 
é ressalvado que, apesar de ser uma circunstância comum, 
cada caso apresenta particularidades. Por fim, a tese 
é defendida explicitando que aquele é um tema complexo 
e que precisa de atenção, construindo-se, assim, 
uma apresentação panorâmica, o que torna correta a 
alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois a descrição 
do assunto é genérica, fazendo apenas um adendo de que 
a situação descrita é comum, mas apresenta particularidades 
em cada caso. A alternativa B está incorreta, pois 
os dados apresentados não são referenciados – apenas 
são mencionados quanto a serem maioria ou minoria de 
ocorrências. A alternativa D está incorreta, pois é a situação 
que é generalizada, e não os jovens. A alternativa E está 
incorreta, pois a narrativa sobre o desemprego dos jovens 
é feita de maneira impessoal pelo autor.
ON-LINE
287SE04POR2020VII
LCT – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 27 
Eu sei, mas não devia
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de 
fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. 
E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para 
fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não 
abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo 
se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se 
acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado 
porque está na hora. A tomar o café correndo porque está 
atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o 
tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para 
almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no 
ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado 
sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a 
guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja 
números para os mortos. E, aceitando os números, aceita 
não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando 
nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos 
números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no 
telefone: hoje não posso ir. A sorrir

Outros materiais