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PRINCIPIO DO PACTA SUNT SERVANDA O termo “pacta sunt servanda” vem do latim “os pactos devem ser cumpridos” e constitui um princípio da força obrigatória de um contrato. As partes gozam do direito da liberdade de contratar, e o contrato firmado torna-se a lei entre elas, sendo que seu descumprimento acarreta o dever de indenizar por parte do inadimplente. A Teoria Geral dos Contratos nos ensina que um contrato nada mais é que um negócio jurídico fundado num acordo de vontades sobre objeto lícito, possível e determinável. Maria Helena Diniz conceitua contrato como o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes . Classifica-se como ilícito um contrato do qual a lei proíbe sua prática, como é o caso de contratos que tenham por objeto a herança de pessoa viva. Tal negócio jurídico é nulo de pleno direito, uma vez que o artigo 426 do Código Civil dispõe que “não será objeto de contrato a herança de pessoa viva”, e o artigo 166, VII declara nulo o negócio jurídico quando “a lei taxativamente assim o declarar ou proibir-lhe a prática sem cominar sanção”. Também será nulo o negócio jurídico que tiver objeto impossível (fisicamente ou juridicamente impossível. Exemplo: compra e venda de um pedaço do céu), ou indeterminável (vende-se algo, mas não se sabe o quê, nem a quantidade, nem o gênero). Fica evidenciado, portanto, que um contrato nunca poderá ter um objeto ilícito, impossível ou indeterminável, sendo claras tais limitações na liberdade de contratar. Se não forem respeitadas tais limitações, haverá nulidade do negócio jurídico, nos termos do artigo 166, II do Código Civil. Por outro lado, no que concerne à responsabilidade civil nos casos de inadimplemento contratual, a liberdade de contratar é flexibilizada, e é possível que as partes estipulem o quantum indenizatório, apesar das previsões legais. Se um dos contratantes descumpre o contrato, até onde estará obrigado a indenizar? A responsabilidade civil contratual é regulamentada pelo Código Civil em seus arts. 389 e seguintes, e diz respeito ao inadimplemento contratual, ou seja, o descumprimento de uma norma contratual pré-estabelecida pelas partes. Dispõe o art. 389 do Código Civil que, “não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.” Não obstante a previsão legal, existem princípios que norteiam o direito contratual e possibilitam a limitação de responsabilidade em face do objeto do contrato, haja vista o princípio da autonomia da vontade e a liberdade de contratar. É elementar que as normas contratuais não poderão tratar de objeto ilícito, mas a liberdade de contratar permite que as partes convencionem aquilo que entenderem como mais adequado dentro da relação contratual. Ora, um dos pressupostos do contrato é o concurso de vontades, e ainda que a lei estabeleça a reparação por perdas e danos de uma forma geral, o inadimplente poderá ser responsabilizado apenas no limite de danos diretos causados, isentando-se da reparação por lucros cessantes se assim houver a clara a previsão contratual. No quesito responsabilidade civil, a liberdade de contratar tem limitação relativa, uma vez que ainda que observadas a razoabilidade e proporcionalidade do teto indenizatório, a valoração do quantum continua sendo livremente determinada pelas partes. Outrossim, nas relações de consumo (em regra) são firmados contratos por adesão, dos quais havendo cláusulas obscuras ou contraditórias prevalecerá sempre a interpretação contratual mais benéfica ao consumidor, conforme disposto no artigo 47 do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90). Para evitar danos, lesões ou nulidades, as normas contratuais devem ser bem analisadas pelas partes, havendo sempre concordância entre os contratantes, inexistência de vícios de vontade, respeitando-se princípios fundamentais da boa-fé e da probidade.
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