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Disciplina: Ciência do Ambiente Autor: Welington Kiffer de Freitas Aula 5 – Conservação de Recursos Naturais: solos Meta Apresentar os conceitos ligados à conservação do solo, estabelecendo as possíveis correlações entre eles e diferenciando-os quanto aos seus propósitos. Objetivos Após esta aula, você será capaz de: Identificar as principais características do solo no que diz respeito à sua conservação; Correlacionar os conceitos ligados aos solos às questões ambientais mais amplas. 1. Introdução O solo é um corpo natural, presente na camada mais externa da Terra, com uma espessura que pode variar entre poucos decímetros e cerca de dois metros. Profundidades maiores do que 1,5 metros são incomuns. Apresenta fases sólidas, líquidas e gasosas, e tem, na sua composição, minerais intemperizados e bastante fragmentados, água, substâncias químicas, material orgânico e matéria viva. Os componentes sólidos do solo incluem Matéria Mineral e Matéria Orgânica. A primeira é representada pelos minerais constituintes do material de origem do solo, e pelos minerais formados na sua evolução. A matéria orgânica inclui restos de organismos, em todos seus estágios de decomposição e é um fator importante nas práticas de conservação. Em solos agrícolas o teor de matéria orgânica varia de 2 a 3% em peso. O solo constitui-se em um subsistema importante da paisagem. Apresenta relações estreitas com diversos elementos naturais, como relevo, hidrologia, microclima e organismos. É afetado e afeta parte significativa dos elementos presentes na natureza. A sua composição resulta em uma grande heterogeneidade espacial, com mudanças químicas e/ou físicas substanciais em distâncias relativamente curtas. É um sistema aberto, interagindo intensamente com outros compartimentos como ar/atmosfera e ecossistemas aquáticos. Esses fatores e processos de formação conferem ao solo características e propriedades químicas e físicas próprias, de extrema importância no fornecimento de água e minerais para o desenvolvimento das plantas. Pedologia é a ciência que estuda o solo como corpo natural. A Edafologia aborda este corpo na sua relação (e utilização) pelas plantas. A Mecânica do solo se atém as características do solo sob do ponto de vista da engenharia civil, geotécnica e mecânica. Nessa aula, será apresentada os principais conceitos relacionados ao compartimento dos solos, bem como os principais efeitos que as atividades antrópicas influenciam em sua dinâmica. Vamos então dar início a mais uma etapa do nosso estudo! 2.Usos do solo O solo é o suporte para a maior parte das atividades humanas; é responsável pela sustentação da vida vegetal, pela manutenção dos recursos naturais relacionados, sendo utilizado para fins econômicos, na geração de produtos agropecuários e em muitas atividades ligadas a construções de zonas industriais e urbanas. O solo é também um compartimento fundamental dos ecossistemas e dos ciclos naturais, além de um grande reservatório de água. É o substrato onde se encontram as raízes, diversos organismos, onde circula a água, matéria orgânica e nutrientes. Assim, se constitui num elemento chave para a produção agrícola, florestal e zootécnica. É um dos fatores mais relevantes para esta produção e se não for manejado de maneira adequada, os resultados podem ser de perdas significativas na produtividade e mesmo na viabilidade de áreas para a atividade agrícola. Tem papel fundamental também em diversos ramos da engenharia civil, mecânica e geotécnica, incluindo, por exemplo, a mineração, estrutura de transporte, plantas residenciais, plantas industriais, barragens e outras. Além disso, apresentam funções no setor de engenharia sanitária, podendo ser utilizado, por exemplo, como filtro para o processo de tratamento da água, superfície para a instalação de tanques ou mesmo superfícies para a deposição de rejeitos. Para a engenharia da conservação, os solos assumem papel importante, como indicador ambiental, depuração e filtragem natural da água, regulação de bacias hidrográficas, bem como no suporte para a manutenção da biodiversidade. Início do BOXE CURIOSIDADE Mais de 20% da população mundial, principalmente dos países do hemisfério norte, utilizam cerca de 80% dos recursos naturais e energia do planeta, responsáveis também por mais 80% da poluição e da degradação dos ecossistemas mundiais. Diante desse quadro, hoje, para reduzirmos as desigualdades de acesso aos recursos naturais, entre os habitantes dos hemisférios norte e sul, necessitaríamos de, pelo menos, mais dois planetas Terra. Fim do BOXE CURIOSIDADE Em nosso tipo de clima o solo é formado em uma razão de 0,3 – 1,5 mm a cada ano. Portanto, considerando que a taxa de renovação do solo é um processo muito lento, então, podemos considera-lo como um recurso não renovável. Existe uma diferença no tempo médio de formação dos solos das regiões tropicais e temperadas. Por exemplo, os solos tropicais são mais jovens, pois nessa região não ocorreu muitas diferenciações no substrato por ação das geleiras, tendo sua origem em ter algumas dezenas, até centenas de milhares de anos. Nas regiões temperadas os solos possuem idades entre 10 e 15 mil anos, enquanto nos trópicos os solos podem ter algumas centenas de milhares até milhões de anos. Início da ATIVIDADE 1 Atende ao Objetivo 1 Com base em outros materiais didáticos, como: livros, apostilas, sites especializados, apresente um conceito para intemperismo. O processo de formação do solo ou pedogênese se inicia com o intemperismo do material de origem dos solos, ou seja, o intemperismo ocorre devido a fenômenos físicos, químicos e biológicos (ação do sol, chuva, ventos, temperatura, entre outros) que promovem a alteração dos minerais e rochas ao longo de uma grande escala de tempo. Ilustração: favor inserir 05 linhas para resposta. Fim da ATIVIDADE 1 3. Formação e classificação do solo Os solos formam-se a partir do processo de decomposição das rochas de origem, chamadas de rochas mãe e da ação de outros fatores. O material de origem pode apresentar consistências diversas e o processo de mudanças e constituição dos solos é chamado de pedogênese, e ocorre em razão da ação de processos de desgaste e alterações ao longo do tempo. As características dos solos estão relacionadas com os fatores que atuam nesse processo, que são: o material de origem, o relevo, os organismos vivos, o clima e o tempo. O material de origem corresponde às características da formação rochosa original e que foi alterada para dar origem ao solo. O relevo influencia bastante na dinâmica dos agentes responsáveis pelo intemperismo, como a água. Os organismos agem permanentemente sobre o solo, desde a sua origem alterando sua composição físico-química. Nessa categoria, podemos incluir desde os micro-organismos até os seres humanos. O clima está ligado diretamente aos processos de intemperismo, da dinâmica da água, temperatura e outros que vão determinar forma e velocidade de alterações. Regiões de clima mais quente apresentam processos mais intensos. Para que estes processos ocorram é preciso tempo, que também precisa ser considerado no processo de formação dos solos. Quatro processos ocorrem durante a formação do solo e, dependendo do grau de cada um, serão geradas morfologias e característica físicas e químicas distintas: a transformação, a translocação a perda e a adição. A transformação dos constituintes dos solos pode ser química, física ou biológica e através do processo de intemperismo, onde minerais primários são transformados. A translocação se refere ao movimento de origem mecânica ou química de material do horizonte mais superficial para o horizonte mais profundo. A adição se refere ao material incorporado ao perfil do solo, podendo ser de matériaorgânica, sais por capilaridade nos solos salinos, ou de materiais trazidos pelo vento. A perda se refere à saída de material do perfil do solo, como a colheita das plantas, queimadas, e migrações laterais e em profundidade no perfil de solo. As mudanças nas comunidades resultam em efeitos para o solo, incluindo sua transformação e decomposição. A decomposição lenta da rocha mãe pelos agentes do intemperismo abre caminho e com o tempo, acumula-se uma maior presença de material orgânico sobre o solo recém- formado. À medida que o material de origem se transforma, ele vai se diferenciando em camadas, quase sempre paralelas à superfície, camadas essas denominadas horizontes. Dependendo do conjunto de fatores a que este o material esteja exposto, forma-se diferentes combinações de horizontes O conjunto de horizontes, situados em uma seção vertical que vai da superfície até o material originário, é o perfil do solo. Foram convencionadas letras e números para distinguir os horizontes do solo, como: O - horizonte superficial, com acúmulo de matéria orgânica total ou parcialmente Decomposta; H – horizonte superficial ou não, de constituição orgânica pouco ou não decomposta, típica de locais com estagnação de água; A - horizonte superficial, constituído de material mineral escurecido por matéria orgânica, podendo ser também o horizonte de perda de coloides minerais, apresentando, então, textura mais grosseira (mais arenoso). O horizonte A, por exemplo, pode ser dividido em: A1 - superficial, constituído de material mineral e escurecido por matéria orgânica; E - subsuperficial, apresenta máxima perda de colóides minerais; e AB- transição entre horizontes A e B, com mais características do A. O horizonte B pode ser dividido em: BA- transição entre os horizontes A e B, com mais características do B; B - horizonte de subsuperfície, que ganha o material perdido pelo horizonte A, textura mais fina (mais argiloso) que o horizonte A, mais colorido e mais estruturado. B2 - apresenta ganho de material perdido pelo horizonte A, e máxima expressão de cor e estrutura. Pode ser subdividido em BC - transição entre os horizontes B e C, com mais características do B. C - horizonte de subsuperfície, parcialmente intemperizado, constitui transição do solo para a rocha (material de origem). R - rocha (material de origem). Quando são registradas subdivisões desses horizontes, como: A11 , A12 , etc, estas indicam sequência em profundidade. 4.Principais Propriedades ligadas à Conservação do solo Um determinado volume de solo é constituído de partículas sólidas e de espaços entre elas. Estes espaços são chamados de poros ou vazios. Nos diferentes solos a distribuição dos sólidos e poros varia; da mesma forma esta distribuição também varia em um mesmo solo, em função da profundidade, práticas agrícolas, processos de formação, etc. Um solo agrícola de boas características na sua camada arável, deve ser constituído de cerca da metade de material sólido e o restante de poros. Seria desejável que o material sólido representasse cerca de 45% de material mineral e a matéria orgânica 5%. Os poros devem ser constituídos de 25% para armazenamento de água e 25% para aeração. O componente líquido do solo se refere a uma solução, com cátions e ânions dissolvidos. Esta água pode ficar retida nos microporos e/ou estando nos macroporos drenada para as camadas mais profundas do solo, pela ação da gravidade. Macroporos são responsáveis pela aeração do solo. A água do solo fica retida a tensões variáveis, e quando os valores de tensão são muito elevados, ela fica indisponível para as plantas. O ar do solo tem a mesma composição qualitativa do ar atmosférico, diferindo quanto aos teores mais elevados de dióxido de carbono e teores mais baixos de oxigênio. Um punhado de solo pode ser estudado sob diversos aspectos. Laboratórios de solos podem realizar análises químicas, físicas e biológicas que ajudam nas diferentes atividades da engenharia e atividades agrícolas. Algumas destas características apresentam maior relevância para o estudo e a conservação do solo, mencionados a seguir. 4.1 Textura do solo Uma das mais importantes características do solo é a textura que guarda relação direta com a utilização e proteção do solo. A textura refere-se à proporção relativa das classes de tamanho de partículas de um solo. São definidas quatro classes de tamanho de partículas, todas menores do que 2 mm: areia grossa – 2 a 0,2 mm, areia fina – 0,2 a 0,05 mm, silte – 0,05 a 0,002 mm e argila – menores do que 0,002 mm. Um solo pode ter de 0 a 100% de areia, de silte e de argila, se não consideramos a presença da matéria orgânica e das partículas maiores do que 2 mm. Para a avaliação da textura existem métodos realizados diretamente no campo, bem como em laboratório. No campo, a estimativa é baseada na sensação ao tato ao manusear uma amostra de solo. No laboratório, a determinação pode ser feita através da dispersão do solo numa suspensão e determinação (por peso, por exemplo) da proporção de cada fração. A fração areia é constituída em grande parte de quartzo e é responsável pelo aparecimento de macroporos. Assim, está ligada à aeração do solo, e retém pouca água e poucos nutrientes. A areia apresenta aspereza ao tato. O silte é constituído em sua maior parte por quartzo, retém pouca água e poucos nutrientes, pois promove o aparecimento de poucos poros, podendo causar adensamento do solo. Apresenta a sensação de seda ao tato. A fração argila tem papel importante na física e química do solo. É constituída em sua grande parte por minerais de argila, podendo apresentar um alto volume de poros, principalmente de microporos. Em geral está ligada à estruturação do solo, e confere maior retenção de água e nutrientes. Apresenta sensação de plasticidade e pegajosidade ao tato. Um solo é sempre constituído de mais de uma fração granulométrica, o que resulta em classes de textura que combinam areia, silte e argila. Um sistema de classificação gráfico e funcional para definição das classes de textura dos solos foi desenvolvido de modo que se pudesse trabalhar com o grande número possível de arranjos. Apesar da grande importância desta característica para a conservação, o uso e o manejo do solo afeta muito pouco a textura de um solo. 4.2. Estrutura do solo Está relacionada à distribuição das partículas e agregados num volume de solo. Refere-se à organização das partículas do solo em agregados, o arranjamento das partículas unitárias, unindo-se através forças de adesão e coesão. Desta forma estes agregados acabam se constituindo de partículas secundárias do solo, chamadas de unidades estruturais. Este arranjo resulta também na formação de espaços livres, espaços porosos, principalmente microporos. E quanto mais estruturado um solo, maior o volume total de poros que ele possui, e maior a capacidade de armazenamento de água. A estruturação do solo afeta o suprimento de água, a aeração, a disponibilidade de nutrientes, a atividade microbiana e a penetração de raízes, dentre outros. Ela é promovida pelos minerais de argila, pelos óxidos de ferro e alumínio e pela matéria orgânica coloidal, o que pode ser aproveitado com grande vantagem na conservação e/ou recuperação do solo. Os agregados presentes num solo acabam determinando o tipo de estrutura do solo. Os agregados apresentam formas e tamanhos definidos, comportando-se como partes individualizadas que podem ser classificadas quanto ao tipo, grau de desenvolvimento (sem estrutura; fraca; moderada; forte e maciça) e classe de tamanho da estrutura (muito pequena; pequena; média; grande; e muito grande). Muitos tipos de agregados estruturais podem se formar. A granular e grumosa se constitui de agregados arredondados formados predominantemente na superfície dosolo sob influência marcada da matéria orgânica e atividade microbiológica. Na laminar os agregados apresentam formato laminar, com influência do material de origem ou em horizontes muito compactados. A prismática e colunar normalmente se apresenta como agregados grandes e adensados e tem sua formação em ambientes mal drenados e em horizontes subsuperficiais com pequena influência da matéria orgânica. Por apresentar relações com processos pedogenéticos, a variação do tipo de estrutura do solo é usada muitas vezes na classificação de solos. 4.3 Densidade do solo É a relação entre a quantidade de massa de solo seco por unidade de volume do solo. No volume do solo é incluído o volume de sólidos e o de poros do solo. Havendo modificação do espaço poroso haverá alteração da Ds. O uso principal da densidade do solo é como indicador da compactação, assim como de alterações da estrutura e porosidade do solo. Os valores normais para solos arenosos variam de 1,2 a 1,9 g cm-3, enquanto solos argilosos apresentam valores mais baixos, de 0,9 a 1.7 g cm-3. Valores de Ds associados ao estado de compactação com alta probabilidade de oferecer riscos de restrição ao crescimento radicular situam-se em torno de 1,65 g cm-3 para solos arenosos e 1,45 g cm-3 para solos argilosos. 4.4 Porosidade do solo (Pt) Se refere ao espaço do solo não ocupado por sólidos, mas sim pela água e pelo ar. Compõe o espaço poroso, definido como sendo a proporção entre o volume de poros e o volume total de um solo. É inversamente proporcional à Densidade e de importância direta para o crescimento de raízes e movimento de ar, água e solutos no solo. A textura e a estrutura dos solos explicam em grande parte o tipo, tamanho, quantidade e continuidade dos poros. Os tipos de poros estão associados à sua forma, que por sua vez tem relação direta com sua origem. Os tipos de poros são de origem biológica, que são arredondados e formados por morte e decomposição de raízes ou como resultado da atividade de animais ou insetos do solo, como minhocas, térmitas, e outros, bem como tipos originados pelo umedecimento e secagem, pressão, apresentando formas irregulares e de fendas. A classificação da porosidade refere-se à sua distribuição de tamanho, e a mais usual é a classificação da porosidade em micro e macroporosidade. A microporosidade é uma classe de tamanho de poros que, após ser saturada em água, a retém contra a gravidade. Os macroporos, ao contrário, após serem saturados em água não a retém, ou são esvaziados pela ação da gravidade. Em solos arenosos há predominância de macroporos, enquanto em solos argilosos a tendência é predominar microporos. Nesse aspecto, a origem do tamanho de poros relaciona-se ao tamanho de partículas e são considerados de natureza textural ou porosidade textural. Quando as partículas se organizam em agregados, há a criação de poros no solo, geralmente poros grandes entre agregados, sendo considerados como porosidade estrutural. Esta é especialmente importante em solos argilosos onde os macroporos são formados como consequência da estruturação. 4.5 Cor A cor do solo é definida pela presença de diferentes componentes do solo. Assim é que a cor vermelha ou amarela é devida à presença de óxidos de ferro e a cor cinza ou preta é devida à presença de matéria orgânica. A cor é uma característica tão importante que é utilizada na própria nomenclatura dos solos. Pela cor pode-se avaliar no solo: conteúdo de Matéria Orgânica; conteúdo de compostos de Ferro; conteúdo de Sílica; drenagem, etc. 4.6. Matéria orgânica Indica a porcentagem de matéria orgânica coloidal que ocorre no solo. A matéria orgânica do solo funciona como “cimentante” entre partículas, está ligada à formação e estabilidade agregados e é um fator importante para o combate à erosão. Valores muito altos (acima de 30%) indicam solo orgânico. Início da ATIVIDADE 2 Atende ao Objetivo 1 Diferencie Textura de Estrutura do solo. Como as atividades antrópicas podem influenciar nesses parâmetros do solo? A Textura está relacionada a proporção relativa das frações argila, silte ou areia no solo. Enquanto a Estrutura se refere aos agregados do solo, ou seja, as diferentes formas e tamanhos: arredondados, blocos cúbicos, lâminas, entre outras formas, com diferentes tamanhos. Práticas de manejo, geralmente, não alteram a classe textural de um solo, a menos que seja misturado tipos de solos com texturas diferentes, por exemplo, com a incorporação de grandes quantidades de areia para melhorar sua drenagem. Por outro lado, mudanças significativas na estrutura do solo podem ser observadas após mecanismo de acomodação e rearranjo das partículas do solo (compactação) após os ciclos de cultivos intensos. Ilustração: favor inserir 15 linhas para resposta. Fim da ATIVIDADE 2 5. Degradação e controle A degradação do solo afeta a sua capacidade produtiva e o meio ambiente, podendo gerar perdas e comprometimento de ecossistemas. Degradação do solo é definida como o declínio da qualidade do solo através do uso incorreto pelo homem. Refere-se ao declínio da produtividade através de mudanças adversas no status dos nutrientes, atributos estruturais, e concentração de eletrólitos e elementos tóxicos, bem como ao comprometimento de suas características físicas. Em outras palavras, se refere à diminuição da capacidade atual ou potencial do solo para produzir bens ou servir como suporte para as diversas atividades que dependem de sua ocupação. Os processos que provocam a degradação de solos podem ser físicos, químicos ou biológicos. Importante entre estes fatores está o declínio da estrutura do solo, compactação, redução da capacidade de infiltração, depleção de matéria orgânica e redução da biomassa de carbono, desequilíbrio de sais, e o aumento de patógenos do solo. A taxa de degradação do solo por diferentes processos esta acentuada pela má utilização da terra e por métodos de manejo inviáveis do solo e das culturas. 5.1. Degradação Física do solo Refere-se à deterioração das propriedades físicas do solo. Dentro deste processo estão incluídos: serviços quantitativos ou qualitativos como resultado de um ou mais processos degradativos. Erosão do solo e sedimentação: erosão por água ou vento das camadas superficiais do solo no mundo inteiro excede a formação do solo em taxas alarmantes. A desertificação, ou seja, a expansão de condições desérticas, é uma consequência direta da erosão pelo vento e salinização. O material transportado pela erosão normalmente contém de duas a cinco vezes mais matéria orgânica e frações coloidais que o solo original, causando severos efeitos intrínsecos e extrínsecos. A compactação refere-se ao adensamento do solo que é causado pela eliminação da porosidade estrutural. O aumento na densidade do solo pode ser causado por fatores naturais ou antrópicos. Solos mais compactação são também mais susceptíveis a erosão e enxurradas aceleradas. Os efeitos destes fatores podem ser acentuados por várias causas naturais e antropogênicas. As principais causas da degradação do solo são o desmatamento, métodos de manejo, sistemas de cultivo, uso de agroquímicos, etc. Fatores sociais e políticos têm um papel importante, como métodos de cultivo, rotações, Agroquímicos. A erosão é classificada pelo agente atuante, podendo ser o vento ou a água. Começa com o impacto do agente de encontro ao solo que desintegram parcialmente os agregados naturais e libertam as partículas finas, projetando-as para fora do maciço. A erosão hídrica pode manifestar- se de três formas principais: erosão laminar ou em lençol; ravinamentos; e sulcos ou voçorocas. A erosão laminar caracteriza-se pelo desgaste e arraste uniforme e suave em toda a extensão sujeita ao agente. A matéria orgânica e as partículas de argila sãoas primeiras porções do solo a se desprenderem, sendo as partes mais ricas e com maiores quantidades de nutrientes para as plantas. Apesar de ser de difícil observação ela pode ser constatada pelo decréscimo de produção das culturas, pelo aparecimento de raízes ou mesmo marcas no caule das plantas, onde o solo tenha sido arrastado. Os fatores relevantes para a ocorrência da erosão são o tipo de solo, o regime de chuvas ou de vento, o relevo e a cobertura do solo. O ravinamento corresponde ao canal de escoamento pluvial concentrado, apresentando, feições erosionais com traçado bem definido. A cada ano o canal se aprofunda devido à erosão das enxurradas. A voçoroca consiste no desenvolvimento de canais nos quais o fluxo superficial se concentra e é o estágio mais avançado de erosão por ravinamento. Alguns elementos contribuem para a aceleração dos processos erosivos, dentre eles as trilhas de gado e os locais submetidos ao manejo agrícola impróprio, com remoção de cobertura vegetal. O assoreamento é uma consequência da erosão, em que o material deslocado das encostas será depositado nas calhas dos rios. 5.3. Poluição do Solo Aos atuais padrões de uso do solo associam-se, geralmente, descargas acidentais ou voluntárias de poluentes no solo e águas, deposição não controlada de produtos que podem ser resíduos perigosos, lixões e/ou aterros sanitários não controlados, deposições atmosféricas resultantes das várias atividades, etc. A poluição do solo e do subsolo consiste na deposição, disposição, descarga, infiltração, acumulação, injeção ou aterramento no solo ou no subsolo de substâncias ou produtos poluentes, em estado sólido, líquido e gasoso. Esta poluição pode ocorrer por urbanização e ocupação do solo; atividades agropastoris, ligadas à agricultura e pecuária; atividades extrativas: mineração; armazenamento de produtos e resíduos, principalmente alguns mais perigosos; lançamento de águas residuárias (esgotos sanitários e efluentes industriais); disposição de resíduos sólidos de diversas origens, com destaque para os industriais em termos de significância de poluição. Para o combate a esta poluição é preciso tomar medidas preventivas, como a redução e se possível a exclusão de agrotóxicos através de modelos agrícolas menos dependentes de insumos, bem como o planejamento adequado de resíduos urbano industriais como a implantação de aterros sanitários. Uma técnica que tem cada vez mais sido foco de pesquisas e mesmo de aplicação se refere à biorremediação, que é o processo pelo qual organismos vivos tais como, microrganismos, fungos, plantas, algas verdes ou suas enzimas são utilizados para reduzir ou remover - remediar - contaminações no ambiente. Utilizando processos biodegradáveis para tratamento de resíduos este processo é capaz de regenerar o equilíbrio do ecossistema original. A fitorremediação, por exemplo permite o uso de algumas plantas capazes de absorver substancias nocivas do solo e serem levadas para depósitos preparados e que não ofereçam riscos para as populações locais. 5.2. Prevenção Como mencionado, topografia, profundidade, permeabilidade, textura, estrutura e fertilidade do solo influenciam o controle da erosão. Quanto à topografia, o relevo mais suave é mais adequado. Quanto à profundidade, solos profundos favorecem o armazenamento de água. Para a permeabilidade, quanto mais próxima da superfície estiver a camada impermeável, menos água será necessária para saturá-la, e o excedente influenciará diretamente nos processos erosivos, através do escoamento superficial. Quanto à textura e estrutura, são determinadas pelo tipo de partículas (areia, silte, argila) distribuídas no solo, sua forma e agregação. Quanto à fertilidade, a composição química influencia na cobertura vegetal da superfície. Nas áreas rurais, os diagnósticos baseiam-se em métodos que estabelecem a capacidade de uso do solo, indicando manejos adequados, além das orientações pertinentes ao tamanho da propriedade, rede de estradas e outras formas de intervenção humana. O plantio seguindo as curvas de nível reduz o carreamento do solo pela água da chuva, inibindo a erosão. É possível também combater a perda do solo através da construção de terraços, estruturas no terreno, transversais ao caminho da água. Diversas medidas visam aumentar o teor de matéria orgânica no solo e com isso aumentar e dar estabilidade aos seus agregados, permitindo, ao mesmo tempo uma maior porosidade. Uma técnica usada é o plantio direto, quando restos de uma cultura são gradeados no solo, onde a cobertura viva evita que o solo fique exposto aos agentes erosivos. A adubação com esterco melhora a fertilidade e estrutura do solo. Para drenagem da água das chuvas nas proximidades das estradas e rodovias pode-se usar canal com dissipadores de energia; cobertura do solo com gramíneas. A formação de florestas reduz a velocidade de avanço do processo da voçoroca. Esta ajudará na estruturação do solo, na redução de velocidade das águas superficiais e na regularização da infiltração. Os adubos verdes, ou seja, plantas com características que possibilitam a melhoria em médio e longo prazo de propriedades físico- químicas do solo, também são importantes para controlara erosão acelerada, pois são cultivados para utilização como cobertura morta em áreas com histórico de manejo inadequado do solo. Início do BOXE CURIOSIDADE Estudos apontam que a soja (Glycine max (L) Merrill) tem se mostrado eficiente para a fitorremediação de solo contaminado por petróleo a 3%. Exemplares dessa cultivar foram mantidos em solos controle e contaminado durante dois meses no ano de 2006. Quando se analisou a área foliar, comprimentos de raiz e da parte aérea e biomassas radicular e aérea, foi possível observar que, após 30 dias de cultivo, o crescimento da planta já demostrava tolerância à presença do contaminante. Fim do BOXE CURIOSIDADE Início da ATIVIDADE 3 Atende ao Objetivo 2 Diferencie Fitorremediação de Biorremediação A biorremediação consiste no uso de microrganismos capazes de transformar contaminantes em substâncias menos tóxicas. A fitorremediação é um método de descontaminação que depende de plantas que possuam determinadas características, entre as quais, boa capacidade de absorção, sistema radicular profundo, acelerada taxa de crescimento, facilidade de colheita e ampla resistência ao poluente. Ilustração: favor inserir 10 linhas para resposta. Fim da ATIVIDADE 3 Referências Bibliográficas BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do Solo - Coleção Brasil Agrícola - 6a Edição. Edit Ícone. 1990. 320 p. BRADY, N. C.; WEIL, R. R. The nature and properties of soils. 12. ed. New Jersey: Prentice Hall, 1999. 881 p. COELHO, M. R.; SANTOS, H. G.; SILVA, H. F; AGLIO, M. L. D. O recurso natural solo. In: MANZATTO, C. V.; FREITAS JUNIOR, E.; PERES, J. R. R. (Ed.). 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