Buscar

Aula 8 Conservação de Recursos Naturais - Solos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Disciplina: Ciência do Ambiente 
 
Autor: Welington Kiffer de Freitas 
 
Aula 5 – Conservação de Recursos Naturais: solos 
 
Meta 
 Apresentar os conceitos ligados à conservação do solo, estabelecendo as 
possíveis correlações entre eles e diferenciando-os quanto aos seus 
propósitos. 
 
Objetivos 
Após esta aula, você será capaz de: 
 Identificar as principais características do solo no que diz respeito à sua 
conservação; 
 Correlacionar os conceitos ligados aos solos às questões ambientais mais 
amplas. 
 
1. Introdução 
O solo é um corpo natural, presente na camada mais externa da 
Terra, com uma espessura que pode variar entre poucos decímetros e cerca 
de dois metros. Profundidades maiores do que 1,5 metros são incomuns. 
Apresenta fases sólidas, líquidas e gasosas, e tem, na sua composição, 
minerais intemperizados e bastante fragmentados, água, substâncias 
químicas, material orgânico e matéria viva. Os componentes sólidos do solo 
incluem Matéria Mineral e Matéria Orgânica. A primeira é representada pelos 
minerais constituintes do material de origem do solo, e pelos minerais 
formados na sua evolução. A matéria orgânica inclui restos de organismos, 
em todos seus estágios de decomposição e é um fator importante nas 
práticas de conservação. Em solos agrícolas o teor de matéria orgânica varia 
de 2 a 3% em peso. 
O solo constitui-se em um subsistema importante da paisagem. 
Apresenta relações estreitas com diversos elementos naturais, como relevo, 
hidrologia, microclima e organismos. É afetado e afeta parte significativa dos 
elementos presentes na natureza. 
A sua composição resulta em uma grande heterogeneidade espacial, 
com mudanças químicas e/ou físicas substanciais em distâncias 
relativamente curtas. É um sistema aberto, interagindo intensamente com 
outros compartimentos como ar/atmosfera e ecossistemas aquáticos. 
Esses fatores e processos de formação conferem ao solo 
características e propriedades químicas e físicas próprias, de extrema 
importância no fornecimento de água e minerais para o desenvolvimento das 
plantas. 
Pedologia é a ciência que estuda o solo como corpo natural. A 
Edafologia aborda este corpo na sua relação (e utilização) pelas plantas. A 
Mecânica do solo se atém as características do solo sob do ponto de vista da 
engenharia civil, geotécnica e mecânica. 
Nessa aula, será apresentada os principais conceitos relacionados ao 
compartimento dos solos, bem como os principais efeitos que as atividades 
antrópicas influenciam em sua dinâmica. 
Vamos então dar início a mais uma etapa do nosso estudo! 
2.Usos do solo 
O solo é o suporte para a maior parte das atividades humanas; é 
responsável pela sustentação da vida vegetal, pela manutenção dos 
recursos naturais relacionados, sendo utilizado para fins econômicos, na 
geração de produtos agropecuários e em muitas atividades ligadas a 
construções de zonas industriais e urbanas. O solo é também um 
compartimento fundamental dos ecossistemas e dos ciclos naturais, além de 
um grande reservatório de água. 
É o substrato onde se encontram as raízes, diversos organismos, 
onde circula a água, matéria orgânica e nutrientes. Assim, se constitui num 
elemento chave para a produção agrícola, florestal e zootécnica. É um dos 
fatores mais relevantes para esta produção e se não for manejado de 
maneira adequada, os resultados podem ser de perdas significativas na 
produtividade e mesmo na viabilidade de áreas para a atividade agrícola. 
Tem papel fundamental também em diversos ramos da engenharia 
civil, mecânica e geotécnica, incluindo, por exemplo, a mineração, estrutura 
de transporte, plantas residenciais, plantas industriais, barragens e outras. 
Além disso, apresentam funções no setor de engenharia sanitária, podendo 
ser utilizado, por exemplo, como filtro para o processo de tratamento da 
água, superfície para a instalação de tanques ou mesmo superfícies para a 
deposição de rejeitos. Para a engenharia da conservação, os solos 
assumem papel importante, como indicador ambiental, depuração e filtragem 
natural da água, regulação de bacias hidrográficas, bem como no suporte 
para a manutenção da biodiversidade. 
 
Início do BOXE CURIOSIDADE 
Mais de 20% da população mundial, principalmente dos países do 
hemisfério norte, utilizam cerca de 80% dos recursos naturais e energia do 
planeta, responsáveis também por mais 80% da poluição e da degradação 
dos ecossistemas mundiais. Diante desse quadro, hoje, para reduzirmos as 
desigualdades de acesso aos recursos naturais, entre os habitantes dos 
hemisférios norte e sul, necessitaríamos de, pelo menos, mais dois planetas 
Terra. 
Fim do BOXE CURIOSIDADE 
Em nosso tipo de clima o solo é formado em uma razão de 0,3 – 1,5 mm a 
cada ano. Portanto, considerando que a taxa de renovação do solo é um 
processo muito lento, então, podemos considera-lo como um recurso não 
renovável. Existe uma diferença no tempo médio de formação dos solos das 
regiões tropicais e temperadas. Por exemplo, os solos tropicais são mais 
jovens, pois nessa região não ocorreu muitas diferenciações no substrato por 
ação das geleiras, tendo sua origem em ter algumas dezenas, até centenas 
de milhares de anos. Nas regiões temperadas os solos possuem idades 
entre 10 e 15 mil anos, enquanto nos trópicos os solos podem ter algumas 
centenas de milhares até milhões de anos. 
Início da ATIVIDADE 1 
Atende ao Objetivo 1 
Com base em outros materiais didáticos, como: livros, apostilas, sites 
especializados, apresente um conceito para intemperismo. 
O processo de formação do solo ou pedogênese se inicia com o 
intemperismo do material de origem dos solos, ou seja, o intemperismo 
ocorre devido a fenômenos físicos, químicos e biológicos (ação do sol, 
chuva, ventos, temperatura, entre outros) que promovem a alteração dos 
minerais e rochas ao longo de uma grande escala de tempo. 
Ilustração: favor inserir 05 linhas para resposta. 
Fim da ATIVIDADE 1 
 
3. Formação e classificação do solo 
Os solos formam-se a partir do processo de decomposição das rochas 
de origem, chamadas de rochas mãe e da ação de outros fatores. O material 
de origem pode apresentar consistências diversas e o processo de 
mudanças e constituição dos solos é chamado de pedogênese, e ocorre em 
razão da ação de processos de desgaste e alterações ao longo do tempo. 
As características dos solos estão relacionadas com os fatores que 
atuam nesse processo, que são: o material de origem, o relevo, 
os organismos vivos, o clima e o tempo. 
O material de origem corresponde às características da formação 
rochosa original e que foi alterada para dar origem ao solo. O relevo 
influencia bastante na dinâmica dos agentes responsáveis pelo 
intemperismo, como a água. Os organismos agem permanentemente sobre 
o solo, desde a sua origem alterando sua composição físico-química. Nessa 
categoria, podemos incluir desde os micro-organismos até os seres 
humanos. O clima está ligado diretamente aos processos de intemperismo, 
da dinâmica da água, temperatura e outros que vão determinar forma e 
velocidade de alterações. Regiões de clima mais quente apresentam 
processos mais intensos. Para que estes processos ocorram é preciso 
tempo, que também precisa ser considerado no processo de formação dos 
solos. 
Quatro processos ocorrem durante a formação do solo e, dependendo 
do grau de cada um, serão geradas morfologias e característica físicas e 
químicas distintas: a transformação, a translocação a perda e a adição. 
A transformação dos constituintes dos solos pode ser química, física 
ou biológica e através do processo de intemperismo, onde minerais primários 
são transformados. A translocação se refere ao movimento de origem 
mecânica ou química de material do horizonte mais superficial para o 
horizonte mais profundo. A adição se refere ao material incorporado ao perfil 
do solo, podendo ser de matériaorgânica, sais por capilaridade nos solos 
salinos, ou de materiais trazidos pelo vento. A perda se refere à saída de 
material do perfil do solo, como a colheita das plantas, queimadas, e 
migrações laterais e em profundidade no perfil de solo. 
As mudanças nas comunidades resultam em efeitos para o solo, 
incluindo sua transformação e decomposição. A decomposição lenta da 
rocha mãe pelos agentes do intemperismo abre caminho e com o tempo, 
acumula-se uma maior presença de material orgânico sobre o solo recém-
formado. À medida que o material de origem se transforma, ele vai se 
diferenciando em camadas, quase sempre paralelas à superfície, camadas 
essas denominadas horizontes. Dependendo do conjunto de fatores a que 
este o material esteja exposto, forma-se diferentes combinações de 
horizontes O conjunto de horizontes, situados em uma seção vertical que vai 
da superfície até o material originário, é o perfil do solo. 
Foram convencionadas letras e números para distinguir os horizontes do solo, 
como: 
O - horizonte superficial, com acúmulo de matéria orgânica total ou 
parcialmente 
 
Decomposta; H – horizonte superficial ou não, de constituição orgânica pouco 
ou não decomposta, típica de locais com estagnação de água; 
A - horizonte superficial, constituído de material mineral escurecido por matéria 
orgânica, podendo ser também o horizonte de perda de coloides minerais, 
apresentando, então, textura mais grosseira (mais arenoso). O horizonte A, por 
exemplo, pode ser dividido em: A1 - superficial, constituído de material mineral 
e escurecido por matéria orgânica; E - subsuperficial, apresenta máxima perda 
de colóides minerais; e AB- transição entre horizontes A e B, com mais 
características do A. O horizonte B pode ser dividido em: BA- transição entre os 
horizontes A e B, com mais características do B; 
B - horizonte de subsuperfície, que ganha o material perdido pelo horizonte A, 
textura mais fina (mais argiloso) que o horizonte A, mais colorido e mais 
estruturado. B2 - apresenta ganho de material perdido pelo horizonte A, e 
máxima expressão de cor e estrutura. Pode ser subdividido em BC - transição 
entre os horizontes B e C, com mais características do B. 
C - horizonte de subsuperfície, parcialmente intemperizado, constitui transição 
do solo para a rocha (material de origem). R - rocha (material de origem). 
Quando são registradas subdivisões desses horizontes, como: A11 , A12 , etc, 
estas indicam sequência em profundidade. 
 
 
 
4.Principais Propriedades ligadas à Conservação do solo 
Um determinado volume de solo é constituído de partículas sólidas e 
de espaços entre elas. Estes espaços são chamados de poros ou vazios. 
Nos diferentes solos a distribuição dos sólidos e poros varia; da mesma 
forma esta distribuição também varia em um mesmo solo, em função da 
profundidade, práticas agrícolas, processos de formação, etc. Um solo 
agrícola de boas características na sua camada arável, deve ser constituído 
de cerca da metade de material sólido e o restante de poros. Seria desejável 
que o material sólido representasse cerca de 45% de material mineral e a 
matéria orgânica 5%. Os poros devem ser constituídos de 25% para 
armazenamento de água e 25% para aeração. 
O componente líquido do solo se refere a uma solução, com cátions e 
ânions dissolvidos. Esta água pode ficar retida nos microporos e/ou estando 
nos macroporos drenada para as camadas mais profundas do solo, pela 
ação da gravidade. Macroporos são responsáveis pela aeração do solo. A 
água do solo fica retida a tensões variáveis, e quando os valores de tensão 
são muito elevados, ela fica indisponível para as plantas. O ar do solo tem a 
mesma composição qualitativa do ar atmosférico, diferindo quanto aos teores 
mais elevados de dióxido de carbono e teores mais baixos de oxigênio. 
Um punhado de solo pode ser estudado sob diversos aspectos. 
Laboratórios de solos podem realizar análises químicas, físicas e biológicas 
que ajudam nas diferentes atividades da engenharia e atividades agrícolas. 
Algumas destas características apresentam maior relevância para o estudo e 
a conservação do solo, mencionados a seguir. 
4.1 Textura do solo 
Uma das mais importantes características do solo é a textura que 
guarda relação direta com a utilização e proteção do solo. A textura refere-se 
à proporção relativa das classes de tamanho de partículas de um solo. São 
definidas quatro classes de tamanho de partículas, todas menores do que 2 
mm: areia grossa – 2 a 0,2 mm, areia fina – 0,2 a 0,05 mm, silte – 0,05 a 
0,002 mm e argila – menores do que 0,002 mm. 
Um solo pode ter de 0 a 100% de areia, de silte e de argila, se não 
consideramos a presença da matéria orgânica e das partículas maiores do 
que 2 mm. Para a avaliação da textura existem métodos realizados 
diretamente no campo, bem como em laboratório. No campo, a estimativa é 
baseada na sensação ao tato ao manusear uma amostra de solo. No 
laboratório, a determinação pode ser feita através da dispersão do solo numa 
suspensão e determinação (por peso, por exemplo) da proporção de cada 
fração. 
A fração areia é constituída em grande parte de quartzo e é 
responsável pelo aparecimento de macroporos. Assim, está ligada à aeração 
do solo, e retém pouca água e poucos nutrientes. A areia apresenta 
aspereza ao tato. O silte é constituído em sua maior parte por quartzo, retém 
pouca água e poucos nutrientes, pois promove o aparecimento de poucos 
poros, podendo causar adensamento do solo. Apresenta a sensação de 
seda ao tato. A fração argila tem papel importante na física e química do 
solo. É constituída em sua grande parte por minerais de argila, podendo 
apresentar um alto volume de poros, principalmente de microporos. Em geral 
está ligada à estruturação do solo, e confere maior retenção de água e 
nutrientes. Apresenta sensação de plasticidade e pegajosidade ao tato. 
Um solo é sempre constituído de mais de uma fração granulométrica, 
o que resulta em classes de textura que combinam areia, silte e argila. Um 
sistema de classificação gráfico e funcional para definição das classes de 
textura dos solos foi desenvolvido de modo que se pudesse trabalhar com o 
grande número possível de arranjos. 
Apesar da grande importância desta característica para a 
conservação, o uso e o manejo do solo afeta muito pouco a textura de um 
solo. 
 
 
 
4.2. Estrutura do solo 
Está relacionada à distribuição das partículas e agregados num 
volume de solo. Refere-se à organização das partículas do solo em 
agregados, o arranjamento das partículas unitárias, unindo-se através forças 
de adesão e coesão. Desta forma estes agregados acabam se constituindo 
de partículas secundárias do solo, chamadas de unidades estruturais. Este 
arranjo resulta também na formação de espaços livres, espaços porosos, 
principalmente microporos. E quanto mais estruturado um solo, maior o 
volume total de poros que ele possui, e maior a capacidade de 
armazenamento de água. 
A estruturação do solo afeta o suprimento de água, a aeração, a 
disponibilidade de nutrientes, a atividade microbiana e a penetração de 
raízes, dentre outros. Ela é promovida pelos minerais de argila, pelos óxidos 
de ferro e alumínio e pela matéria orgânica coloidal, o que pode ser 
aproveitado com grande vantagem na conservação e/ou recuperação do 
solo. 
Os agregados presentes num solo acabam determinando o tipo de 
estrutura do solo. Os agregados apresentam formas e tamanhos definidos, 
comportando-se como partes individualizadas que podem ser classificadas 
quanto ao tipo, grau de desenvolvimento (sem estrutura; fraca; moderada; 
forte e maciça) e classe de tamanho da estrutura (muito pequena; pequena; 
média; grande; e muito grande). 
Muitos tipos de agregados estruturais podem se formar. A granular e 
grumosa se constitui de agregados arredondados formados 
predominantemente na superfície dosolo sob influência marcada da matéria 
orgânica e atividade microbiológica. Na laminar os agregados apresentam 
formato laminar, com influência do material de origem ou em horizontes 
muito compactados. A prismática e colunar normalmente se apresenta como 
agregados grandes e adensados e tem sua formação em ambientes mal 
drenados e em horizontes subsuperficiais com pequena influência da matéria 
orgânica. Por apresentar relações com processos pedogenéticos, a variação 
do tipo de estrutura do solo é usada muitas vezes na classificação de solos. 
4.3 Densidade do solo 
É a relação entre a quantidade de massa de solo seco por unidade de 
volume do solo. No volume do solo é incluído o volume de sólidos e o de poros do 
solo. Havendo modificação do espaço poroso haverá alteração da Ds. O uso 
principal da densidade do solo é como indicador da compactação, assim como de 
alterações da estrutura e porosidade do solo. Os valores normais para solos 
arenosos variam de 1,2 a 1,9 g cm-3, enquanto solos argilosos apresentam valores 
mais baixos, de 0,9 a 1.7 g cm-3. Valores de Ds associados ao estado de 
compactação com alta probabilidade de oferecer riscos de restrição ao crescimento 
radicular situam-se em torno de 1,65 g cm-3 para solos arenosos e 1,45 g cm-3 
para solos argilosos. 
 
4.4 Porosidade do solo (Pt) 
Se refere ao espaço do solo não ocupado por sólidos, mas sim pela água e 
pelo ar. Compõe o espaço poroso, definido como sendo a proporção entre o 
volume de poros e o volume total de um solo. É inversamente proporcional à 
Densidade e de importância direta para o crescimento de raízes e movimento de 
ar, água e solutos no solo. A textura e a estrutura dos solos explicam em grande 
parte o tipo, tamanho, quantidade e continuidade dos poros. Os tipos de poros 
estão associados à sua forma, que por sua vez tem relação direta com sua origem. 
Os tipos de poros são de origem biológica, que são arredondados e formados por 
morte e decomposição de raízes ou como resultado da atividade de animais ou 
insetos do solo, como minhocas, térmitas, e outros, bem como tipos originados 
pelo umedecimento e secagem, pressão, apresentando formas irregulares e de 
fendas. 
A classificação da porosidade refere-se à sua distribuição de tamanho, e a 
mais usual é a classificação da porosidade em micro e macroporosidade. A 
microporosidade é uma classe de tamanho de poros que, após ser saturada em 
água, a retém contra a gravidade. Os macroporos, ao contrário, após serem 
saturados em água não a retém, ou são esvaziados pela ação da gravidade. 
Em solos arenosos há predominância de macroporos, enquanto em solos 
argilosos a tendência é predominar microporos. Nesse aspecto, a origem do 
tamanho de poros relaciona-se ao tamanho de partículas e são considerados de 
natureza textural ou porosidade textural. Quando as partículas se organizam em 
agregados, há a criação de poros no solo, geralmente poros grandes entre 
agregados, sendo considerados como porosidade estrutural. Esta é especialmente 
importante em solos argilosos onde os macroporos são formados como 
consequência da estruturação. 
 
4.5 Cor 
A cor do solo é definida pela presença de diferentes componentes do 
solo. Assim é que a cor vermelha ou amarela é devida à presença de óxidos 
de ferro e a cor cinza ou preta é devida à presença de matéria orgânica. A 
cor é uma característica tão importante que é utilizada na própria 
nomenclatura dos solos. 
Pela cor pode-se avaliar no solo: conteúdo de Matéria Orgânica; 
conteúdo de compostos de Ferro; conteúdo de Sílica; drenagem, etc. 
4.6. Matéria orgânica 
Indica a porcentagem de matéria orgânica coloidal que ocorre no solo. 
A matéria orgânica do solo funciona como “cimentante” entre partículas, está 
ligada à formação e estabilidade agregados e é um fator importante para o 
combate à erosão. Valores muito altos (acima de 30%) indicam solo 
orgânico. 
 
 
 
Início da ATIVIDADE 2 
Atende ao Objetivo 1 
Diferencie Textura de Estrutura do solo. Como as atividades 
antrópicas podem influenciar nesses parâmetros do solo? 
A Textura está relacionada a proporção relativa das frações argila, 
silte ou areia no solo. Enquanto a Estrutura se refere aos agregados do solo, 
ou seja, as diferentes formas e tamanhos: arredondados, blocos cúbicos, 
lâminas, entre outras formas, com diferentes tamanhos. Práticas de manejo, 
geralmente, não alteram a classe textural de um solo, a menos que seja 
misturado tipos de solos com texturas diferentes, por exemplo, com a 
incorporação de grandes quantidades de areia para melhorar sua drenagem. 
Por outro lado, mudanças significativas na estrutura do solo podem ser 
observadas após mecanismo de acomodação e rearranjo das partículas do 
solo (compactação) após os ciclos de cultivos intensos. 
Ilustração: favor inserir 15 linhas para resposta. 
Fim da ATIVIDADE 2 
 
5. Degradação e controle 
A degradação do solo afeta a sua capacidade produtiva e o meio 
ambiente, podendo gerar perdas e comprometimento de ecossistemas. 
Degradação do solo é definida como o declínio da qualidade do solo através 
do uso incorreto pelo homem. Refere-se ao declínio da produtividade através 
de mudanças adversas no status dos nutrientes, atributos estruturais, e 
concentração de eletrólitos e elementos tóxicos, bem como ao 
comprometimento de suas características físicas. Em outras palavras, se 
refere à diminuição da capacidade atual ou potencial do solo para produzir 
bens ou servir como suporte para as diversas atividades que dependem de 
sua ocupação. 
Os processos que provocam a degradação de solos podem ser 
físicos, químicos ou biológicos. Importante entre estes fatores está o declínio 
da estrutura do solo, compactação, redução da capacidade de infiltração, 
depleção de matéria orgânica e redução da biomassa de carbono, 
desequilíbrio de sais, e o aumento de patógenos do solo. A taxa de 
degradação do solo por diferentes processos esta acentuada pela má 
utilização da terra e por métodos de manejo inviáveis do solo e das culturas. 
 
5.1. Degradação Física do solo 
Refere-se à deterioração das propriedades físicas do solo. Dentro 
deste processo estão incluídos: serviços quantitativos ou qualitativos como 
resultado de um ou mais processos degradativos. Erosão do solo e 
sedimentação: erosão por água ou vento das camadas superficiais do solo 
no mundo inteiro excede a formação do solo em taxas alarmantes. A 
desertificação, ou seja, a expansão de condições desérticas, é uma 
consequência direta da erosão pelo vento e salinização. O material 
transportado pela erosão normalmente contém de duas a cinco vezes mais 
matéria orgânica e frações coloidais que o solo original, causando severos 
efeitos intrínsecos e extrínsecos. 
A compactação refere-se ao adensamento do solo que é causado pela 
eliminação da porosidade estrutural. O aumento na densidade do solo pode 
ser causado por fatores naturais ou antrópicos. Solos mais compactação são 
também mais susceptíveis a erosão e enxurradas aceleradas. 
Os efeitos destes fatores podem ser acentuados por várias causas 
naturais e antropogênicas. As principais causas da degradação do solo são o 
desmatamento, métodos de manejo, sistemas de cultivo, uso de 
agroquímicos, etc. Fatores sociais e políticos têm um papel importante, como 
métodos de cultivo, rotações, Agroquímicos. 
A erosão é classificada pelo agente atuante, podendo ser o vento ou a 
água. Começa com o impacto do agente de encontro ao solo que 
desintegram parcialmente os agregados naturais e libertam as partículas 
finas, projetando-as para fora do maciço. A erosão hídrica pode manifestar-
se de três formas principais: erosão laminar ou em lençol; ravinamentos; e 
sulcos ou voçorocas. 
A erosão laminar caracteriza-se pelo desgaste e arraste uniforme e 
suave em toda a extensão sujeita ao agente. A matéria orgânica e as 
partículas de argila sãoas primeiras porções do solo a se desprenderem, 
sendo as partes mais ricas e com maiores quantidades de nutrientes para as 
plantas. Apesar de ser de difícil observação ela pode ser constatada pelo 
decréscimo de produção das culturas, pelo aparecimento de raízes ou 
mesmo marcas no caule das plantas, onde o solo tenha sido arrastado. Os 
fatores relevantes para a ocorrência da erosão são o tipo de solo, o regime 
de chuvas ou de vento, o relevo e a cobertura do solo. 
O ravinamento corresponde ao canal de escoamento pluvial 
concentrado, apresentando, feições erosionais com traçado bem definido. A 
cada ano o canal se aprofunda devido à erosão das enxurradas. A voçoroca 
consiste no desenvolvimento de canais nos quais o fluxo superficial se 
concentra e é o estágio mais avançado de erosão por ravinamento. 
Alguns elementos contribuem para a aceleração dos processos 
erosivos, dentre eles as trilhas de gado e os locais submetidos ao manejo 
agrícola impróprio, com remoção de cobertura vegetal. 
O assoreamento é uma consequência da erosão, em que o material 
deslocado das encostas será depositado nas calhas dos rios. 
 
5.3. Poluição do Solo 
Aos atuais padrões de uso do solo associam-se, geralmente, 
descargas acidentais ou voluntárias de poluentes no solo e águas, deposição 
não controlada de produtos que podem ser resíduos perigosos, lixões e/ou 
aterros sanitários não controlados, deposições atmosféricas resultantes das 
várias atividades, etc. 
A poluição do solo e do subsolo consiste na deposição, disposição, 
descarga, infiltração, acumulação, injeção ou aterramento no solo ou no 
subsolo de substâncias ou produtos poluentes, em estado sólido, líquido e 
gasoso. 
Esta poluição pode ocorrer por urbanização e ocupação do solo; 
atividades agropastoris, ligadas à agricultura e pecuária; atividades 
extrativas: mineração; armazenamento de produtos e resíduos, 
principalmente alguns mais perigosos; lançamento de águas residuárias 
(esgotos sanitários e efluentes industriais); disposição de resíduos sólidos de 
diversas origens, com destaque para os industriais em termos de 
significância de poluição. 
Para o combate a esta poluição é preciso tomar medidas preventivas, 
como a redução e se possível a exclusão de agrotóxicos através de modelos 
agrícolas menos dependentes de insumos, bem como o planejamento 
adequado de resíduos urbano industriais como a implantação de aterros 
sanitários. 
Uma técnica que tem cada vez mais sido foco de pesquisas e mesmo 
de aplicação se refere à biorremediação, que é o processo pelo qual 
organismos vivos tais como, microrganismos, fungos, plantas, algas verdes 
ou suas enzimas são utilizados para reduzir ou remover - remediar - 
contaminações no ambiente. Utilizando processos biodegradáveis para 
tratamento de resíduos este processo é capaz de regenerar o equilíbrio do 
ecossistema original. A fitorremediação, por exemplo permite o uso de 
algumas plantas capazes de absorver substancias nocivas do solo e serem 
levadas para depósitos preparados e que não ofereçam riscos para as 
populações locais. 
 
5.2. Prevenção 
Como mencionado, topografia, profundidade, permeabilidade, textura, 
estrutura e fertilidade do solo influenciam o controle da erosão. Quanto à 
topografia, o relevo mais suave é mais adequado. Quanto à profundidade, 
solos profundos favorecem o armazenamento de água. Para a 
permeabilidade, quanto mais próxima da superfície estiver a camada 
impermeável, menos água será necessária para saturá-la, e o excedente 
influenciará diretamente nos processos erosivos, através do escoamento 
superficial. Quanto à textura e estrutura, são determinadas pelo tipo de 
partículas (areia, silte, argila) distribuídas no solo, sua forma e agregação. 
Quanto à fertilidade, a composição química influencia na cobertura vegetal 
da superfície. 
Nas áreas rurais, os diagnósticos baseiam-se em métodos que 
estabelecem a capacidade de uso do solo, indicando manejos adequados, 
além das orientações pertinentes ao tamanho da propriedade, rede de 
estradas e outras formas de intervenção humana. 
O plantio seguindo as curvas de nível reduz o carreamento do solo 
pela água da chuva, inibindo a erosão. É possível também combater a perda 
do solo através da construção de terraços, estruturas no terreno, 
transversais ao caminho da água. 
Diversas medidas visam aumentar o teor de matéria orgânica no solo 
e com isso aumentar e dar estabilidade aos seus agregados, permitindo, ao 
mesmo tempo uma maior porosidade. 
Uma técnica usada é o plantio direto, quando restos de uma cultura 
são gradeados no solo, onde a cobertura viva evita que o solo fique exposto 
aos agentes erosivos. A adubação com esterco melhora a fertilidade e 
estrutura do solo. 
Para drenagem da água das chuvas nas proximidades das estradas e 
rodovias pode-se usar canal com dissipadores de energia; cobertura do solo 
com gramíneas. 
A formação de florestas reduz a velocidade de avanço do processo da 
voçoroca. Esta ajudará na estruturação do solo, na redução de velocidade 
das águas superficiais e na regularização da infiltração. 
Os adubos verdes, ou seja, plantas com características que 
possibilitam a melhoria em médio e longo prazo de propriedades físico-
químicas do solo, também são importantes para controlara erosão acelerada, 
pois são cultivados para utilização como cobertura morta em áreas com 
histórico de manejo inadequado do solo. 
 
Início do BOXE CURIOSIDADE 
Estudos apontam que a soja (Glycine max (L) Merrill) tem se mostrado 
eficiente para a fitorremediação de solo contaminado por petróleo a 3%. 
Exemplares dessa cultivar foram mantidos em solos controle e contaminado 
durante dois meses no ano de 2006. Quando se analisou a área foliar, 
comprimentos de raiz e da parte aérea e biomassas radicular e aérea, foi 
possível observar que, após 30 dias de cultivo, o crescimento da planta já 
demostrava tolerância à presença do contaminante. 
Fim do BOXE CURIOSIDADE 
Início da ATIVIDADE 3 
Atende ao Objetivo 2 
Diferencie Fitorremediação de Biorremediação 
A biorremediação consiste no uso de microrganismos capazes de 
transformar contaminantes em substâncias menos tóxicas. A fitorremediação 
é um método de descontaminação que depende de plantas que possuam 
determinadas características, entre as quais, boa capacidade de absorção, 
sistema radicular profundo, acelerada taxa de crescimento, facilidade de 
colheita e ampla resistência ao poluente. 
Ilustração: favor inserir 10 linhas para resposta. 
Fim da ATIVIDADE 3 
 
Referências Bibliográficas 
BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do Solo - Coleção Brasil 
Agrícola - 6a Edição. Edit Ícone. 1990. 320 p. 
BRADY, N. C.; WEIL, R. R. The nature and properties of soils. 12. ed. 
New Jersey: Prentice Hall, 1999. 881 p. 
COELHO, M. R.; SANTOS, H. G.; SILVA, H. F; AGLIO, M. L. D. O recurso 
natural solo. In: MANZATTO, C. V.; FREITAS JUNIOR, E.; PERES, J. R. R. 
(Ed.). Uso agrícola dos solos brasileiros. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 
2002. p.1-11. 
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de 
classificação de solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de 
Janeiro: Embrapa Solos, 1999. 412 p. 
LEPSCH, I. F. Formação e conservação dos solos. São Paulo: Oficina de 
Textos, 2002. 178 p. 
REINERT, D. J.; REICHERT, J. M. Propriedades física do solo. 
Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Rurais. Santa 
Maria, Maio de 2006.18p.

Continue navegando

Outros materiais