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Responsabilidade Social e Terceiro Setor

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Responsabilidade Social e Terceiro Setor
Contextualização Histórica
· A noção de responsabilidade social surgiu na Europa na década de 1970 e se consolidou na América Latina em 2001, com a realização da I Conferência de Responsabilidade Social nas Américas. 
· O Instituto Ethos, criado em 1998 pelo empresário Oded Grajew, teve papel crucial neste processo tanto no Brasil como na América Latina 
· A empresa social, predominante nos anos 1960, se definia por uma atitude filantrópica: os investimentos sociais eram separados das atividades lucrativas da empresa e significavam a abdicação de fração do lucro em prol de um bem social. 
· Esta concepção deu lugar a um novo tipo de empresa, a partir dos anos 1990, que passa a incorporar práticas socialmente responsáveis a suas atividades sem que isso signifique a redução de seus lucros, mas de modo a permitir, acima de tudo, sua maximização. Tais empresas são chamadas empresas cidadãs. 
				Conceito de Responsabilidade Social
· Forma de comprometimento permanente dos empresários em adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, melhorando simultaneamente a qualidade de vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo (MELLO NETO, 1999) 
· Existem três tipos de Responsabilidade Social; Responsabilidade Social Empresarial; Responsabilidade Ambiental; e Responsabilidade Social Corporativa.
· Responsabilidade Social Empresarial (RSE): Além de desenvolver a Responsabilidade social para os diretamente envolvidos no negócio, é baseada na busca das organizações em realizar suas atividades com uma conduta ética, levando em conta aspectos culturais da natureza, da saúde, da economia e da educação. Assim, a empresa é capaz de implementar ações sociais que resultem na construção de uma sociedade melhor, levando em consideração toda a comunidade e sem comprometer a lucratividade do negócio.
A Responsabilidade Social Empresarial deve focar em dois conceitos: o da transparência — pois tanto o discurso da organização quanto a prática devem caminhar lado a lado — e o dos valores éticos, que nortearão a empresa na construção de uma sociedade mais igualitária.
Elabora campanhas e planejamentos que beneficiam os stakeholders (todos os grupos interessados na empresa) e a sociedade em geral.
· Responsabilidade Social Ambiental (RSA): Conjunto de atitudes, individuais ou empresarias, voltado para o desenvolvimento sustentável do planeta. Ou seja, estas atitudes devem levar em conta o crescimento econômico ajustado à proteção do meio ambiente na atualidade e para as gerações futuras, garantindo a sustentabilidade.
· 
· Responsabilidade Social Corporativa (RSC): Representa o compromisso contínuo da empresa com seu comportamento ético e com o desenvolvimento econômico.
Para isso promove, ao mesmo tempo, a melhoria da qualidade de vida de sua força de trabalho e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade.
No geral, cria estratégias e ações diretamente relacionadas ao seu ambiente de negócios.
Ética, Organização e Valores éticos-morais em contexto organizacional.
Empresa Socialmente Responsável 
· A empresa Socialmente Responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes(acionistas, funcionários, prestadores de serviço, consumidores, fornecedores, comunidade, governo e meio ambiente) e conseguir incorporá-los ao planejamento e estratégias de suas atividades, buscando atender as demandas de todos, não apenas dos acionistas ou proprietários.
· As empresas, adotando um comportamento socialmente responsável, são poderosos agentes de mudança para, juntamente com Estados e sociedade civil, construir um mundo melhor. Este comportamento é caracterizado por uma coerência ética nas suas ações e relações com os diversos públicos com os quais interagem, contribuindo para o desenvolvimento contínuo das pessoas, das comunidades e de suas relações entre si e com o meio ambiente (Ethos, 2011).
Empresa e Progresso Social
· A Responsabilidade Social tem dentro das organizações, se baseando na tendência cada vez maior que as empresas assim têm, de valorizar os progressos sociais do setor privado, juntamente com os fatores: preço e qualidade, o que torna o desafio para o sucesso da inovação cada vez mais complexo 
Responsabilidade Econômica
· As empresas têm uma responsabilidade de natureza econômica, onde produz bens e serviços que a sociedade deseja e os vende para obter lucro sendo isto a base do funcionamento do sistema capitalista. Nesse âmbito da responsabilidade econômica o que a sociedade espera é que os negócios realizem lucros.
Dimensões da RSC
· Carroll (1991) argumenta que para ser aceita como legítima e aceita por homens de negócios a RSC deve tratar de toda uma gama de obrigações que a empresa tem para com a sociedade.
· Segundo o autor, a RSC total das empresas engloba o cumprimento das responsabilidades econômica, legal, ética e filantrópica.
· Carroll (1991) apresentou as dimensões que formam o conceito de RSC. Para o autor, a empresa socialmente responsável deve se esforçar para ter lucro, obedecer a lei, ser ética, e ser uma boa cidadã corporativa (CARROLL, 1991). 
· A responsabilidade social corporativa se tornou uma ferramenta de gestão robusta que pode ser utilizada desde a elaboração dos princípios e valores da empresa até o processo de envolvimento da comunidade na gestão dos impactos (externalidades) gerados pela empresa.
Pirâmide de Carroll (1991)
*Responsabilidade Legal: Refletem uma visão de ‘’ética codificada’’ no sentido que elas incorporam noções básicas de um funcionamento justo conforme estabelecido pelos legisladores
*Responsabilidade Ética: Abrangem aquelas atividades e práticas que são esperadas ou proibidas pelos membros da sociedade mesmo embora elas não sejam codificadas pela lei
· A pirâmide retrata as quatro dimensões da RSC, começando com o desempenho econômico que é o alicerce de todas as demais (CARROLL, 1991). 
· Antes de qualquer coisa, afirma Carroll (1991), a organização empresarial fora a unidade econômica básica em nossa sociedade. Dessa forma, seu principal papel consistiu em produzir bens e serviços que os consumidores necessitavam e desejavam com um lucro aceitável nesse processo (CARROLL, 1991).
· Todas as outras responsabilidades, segundo o autor, se baseiam na responsabilidade econômica da empresa, pois sem ela as demais se tornariam de consideração irrelevante.
· Conforme Carroll (1991), na responsabilidade filantrópica, na qual as empresas são esperadas a contribuírem com recursos humanos e financeiros para a comunidade e em melhorar a sua qualidade de vida. Segundo Carroll (1991, p.229), “filantropia engloba ações corporativas que estão em respostas às expectativas da sociedade de que as empresas sejam boas cidadãs corporativas”
· Outras dimensões conhecidas da RSC:
Filantropia e Responsabilidade Social
· Filantropia: ação social externa, que tem como beneficiária principal a comunidade em suas diversas formas e organizações.
· RS :focada na cadeia de negócios da empresa e engloba preocupações com um público maior, cuja demanda e necessidade a empresa deve buscar entender e incorporar aos negócios. 
ISO 260000
· A Iso 26000 “pretende auxiliar as organizações a contribuírem para o desenvolvimento sustentável”, além de aconselhar as organizações a observarem as diversidades sociais, ambientais, econômicas, jurídicas, culturais, políticas e organizacionais dos países em que atuam, mantendo a consistência com as normas internacionais de comportamento.
Princípios da Responsabilidade Social
1. Accountability: a organização deve se responsabilizar por seus impactos na sociedade, economia e meio ambiente
2. Transparência: agir com transparência nas decisões e atividades organizacionais que impactam a sociedade e o meio ambiente
3. Comportamento ético: comportar-se com honestidade, equidade e integridade. Adotar e aplicar padrões éticos de comportamento de acordo com as atividades organizacionais desenvolvidas; 
4. Respeito
pelos interesses dos stakeholders: identificar todos os stakeholders e respeitar seus direitos legítimos, e considerar outros interesses de todos os indivíduos e não apenas dos proprietários e acionistas;
5. Respeito pelo estado de direito: cumprir com a legislação de todas as jurisdições em que operar, manter-se atualizado para estar sempre em conformidade com a lei;
6. Respeito pelas normas internacionais de comportamento: convém que uma organização respeite as normas internacionais de comportamento, ao mesmo tempo em que adere ao princípio de respeito pelo estado de direito. 
7. Respeito pelos direitos humanos: respeitar e, se possível, promover os direitos previstos na Declaração Internacional dos Direitos Humanos. Em situações em que os direitos humanos não forem protegidos, nunca tirar vantagens e respeitar as normas internacionais de comportamento.
					Ferramentas de RSC
· As empresas, nestes últimos anos, têm incorporado cada vez mais ferramentas de responsabilidade social para gerir os desafios da RSC.
· Diversos autores apontam, no entanto, que tem ocorrido uma proliferação de ferramentas, de forma que os líderes empresariais muitas vezes não sabem quais escolher para gerir a RSC. 
· Os modelos de RSC fornecem orientações acerca do fenômeno da RSC, como também auxiliam em uma melhor compreensão do significado do termo. 
· As ferramentas, por sua vez, orientam os gestores na construção e na gestão da responsabilidade social corporativa.
· Uma das primeiras abordagens que procurou compreender a questão das obrigações econômicas e não econômicas das empresas foi o Modelo dos Três Círculos Concêntricos, do Comitê para o Desenvolvimento Econômico (CED), em 1971. Nessa estrutura, também utilizada por Davis e Blomstrom (1975):
 O primeiro círculo, interno, representa a dimensão econômica, constituída por produto, trabalho e crescimento. 
O círculo intermediário diz respeito ao exercício da função econômica considerando valores sociais, como a conservação ambiental e relações com empregados. 
E o círculo exterior refere-se às responsabilidades amorfas que a empresa deveria considerar, tais como questões relacionadas à pobreza, exclusão, degradação urbana, entre outras.
 Nesse modelo do CED, uma limitação é saber quem são os stakeholders envolvidos, quais interesses devem ser abordados como relevantes e como equilibrar esses interesses. Outra restrição, diz respeito à impermeabilidade entre os três círculos.
· Pressionados por uma gestão socialmente responsável, líderes empresarias têm aderido a um número considerável de ferramentas de RS. Entretanto, devido à grande quantidade de ferramentas atualmente disponíveis, muitos gestores não sabem quais escolher para construir e gerir a responsabilidade social empresarial. 
· Esta dissertação propôs como objetivo geral realizar uma análise comparativa das ferramentas de RS mais aderidas pelas empresas que compõem o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) de 2012 da BM&FBOVESPA. 
· Muitos teóricos foram bem sucedidos e contribuíram de forma significativa para o campo da RSC. Dentre os modelos mais citados na literatura se destacam as dimensões de Carroll (1991) e o modelo de desempenho social corporativo (DSC) de Donna J. Wood (1991)
Modelo de Wood
· No processo de escolha de uma ferramenta de RS muitos critérios devem ser observados para uma escolha adequada. 
· Segundo a ISO 26000 (2010), faz-se necessário identificar fatores relacionados ao desenvolvimento, escopo, alcance, acessibilidade, princípios, temas e práticas de RS. 
· De acordo com Dahlsrud (2008), o mundo corporativo se depara com a RSC em qualquer lugar em que ele se direciona nestes dias. Já se tornou consenso nos meios empresariais mais avançados que a não consideração das questões socioambientais pode conduzir o empreendimento à ruína (SERVA, 2009).
Instituto Ethos
· O Instituto Ethos de empresas e Responsabilidade social, que é uma organização não governamental, criada com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, reconhece a Responsabilidade social empresarial como forma de conduzir os negócios que torna a empresa parceira e corresponsável pelo desenvolvimento social 
· A organização [...] assume obrigações de caráter moral, além das estabelecidas em lei, mesmo que não diretamente vinculadas a suas atividades, mas que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável dos povos. (ASHLEY, 2002, p.98)

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