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E-book_-_Neonatologia

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Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
Reanimação Neonatal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
Avaliação da vitalidade ao nascer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
Líquido amniótico meconial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
Passos iniciais de estabilização/reanimação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
Ventilação com pressão positiva (VPP) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
Ventilação com pressão positiva com cânula traqueal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
Massagem cardíaca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
Ictéria e incompatibilidade ABO e RH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
Sífilis congênita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Tuberculose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Sepse Neonatal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Hipoglicemia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Triagem Neonatal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Teste do pezinho básico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Teste do Reflexo Vermelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Triagem auditiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Teste do Coraçãozinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Teste da linguinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Índice
3META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Capítulo 1
Introdução
A neonatologia é uma especialidade da pediatria que abrange um período relativamente 
curto, os primeiros 28 dias de vida de um bebê, porém com uma complexidade de cuidados, 
patologias e intervenções que devemos estar sempre atentos. Este é um período crucial para 
a diminuição da mortalidade infantil e também para ações que podem determinar a saúde e 
o desenvolvimento da criança. Um exemplo disto são as manobras que devem ser iniciadas 
nos primeiros 60 segundos de vida de um neonato que necessita de reanimação, tão impor-
tante que é denominado “minuto de ouro”. Por toda esta complexidade e essa importância 
na vida da criança é que a neonatologia é um tema presente em todas as provas. Por isso, a 
Dra Sabrina Gois, professora do MEDCEL, não irá mostrar toda a matéria deste assunto, mas 
os principais pontos das últimas provas, inclusive as atualizações quanto a esses tópicos, já 
que houve algumas mudanças em 2019 e 2020. 
PROFA. SABRINA GOIS
A Dra Sabrina é formada pela Pontifícia Universidade 
Católica de Campinas, fez Residência Médica em 
pediatria no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, 
possui título de especialista em pediatria, pós gra-
duação em homeopatia pela Associação Paulista de 
Homeopatia, Título de especialista em homeopatia e 
é preceptora dos residentes de pediatria do Hospital 
Infantil Cândido Fontoura em atendimento em Unidade 
Básica de Saúde.
4META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Capítulo 2
Reanimação Neonatal
As manobras de reanimação neonatal são de suma importância para diminuir a mortalidade 
neonatal, visto que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), quando são 
avaliados os “óbitos neonatais precoces associados à asfixia perinatal sem anomalias congênitas, 
observam-se 12 mortes evitáveis diárias de bebês, cinco delas em nascidos a termo.”
Deste modo, este assunto é muito importante na prática diária do pediatra, 
e também assunto recorrente nas provas. A última atualização disponível da 
SBP é de 2016, e divide as condutas em RN < 34 semanas e RN ≥ 34 semanas. 
O fluxograma com o resumo das principais condutas que discutiremos segue 
na figura da próxima página >>
5META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
NASCIMENTO
60 segundos
(minuto de ouro)
Gestação a termo?
Respirando ou chorando?
Tônus muscular em flexão.
Prover calor.
Posicionar cabeça.
Aspirar vias aéreas s/n
Secas. 
FC< 100 bpm, apneia ou
respiração irregular. 
Não 
Não 
Não 
Sim Sim 
Sim 
Sim 
Sim 
Sim 
Cuidados de rotina junto a mãe:
prover calor, manter vias aéreas
pérvias e avaliar a vitalidade
de maneira contínua.
Ventilação com pressão positiva
monitorar SatO2.
Considerar monitor para avaliar FC. 
Monitorar SatO2 pré-ductal.
Considerar CPAP. 
MANTER
NORMOTERMIA
Adrenalina endovenenosa.
Considerar hipovolemia. 
Entubação traqueal.
Massagem cardíaca coordenada
com ventilação adequada (3:1).
Considerar O2 a 100%.
Avaliar FC continua com monitor.
Considerar cateterismo venoso. 
Minutos de vida 
Até 5
5 a 10
> 10 
70 a 80%
80 a 90%
85 a 95%
 
SatO2 pré-ductal
Desconforto respiratório. 
FC< 100 bpm?
FC< 60 bpm?
FC< 60 bpm?
Garantir adaptação face/máscara.
Assegurar ventilação adequada
com movimento do torax.
Considerar Intubação.
Observação: o uso de CPAP deve ser considerado em RNPT <34 semanas com 
respiração espontânea e FC >100 bpm, porém com desconforto respiratório e/
ou SatO2 abaixo da esperada na transição normal, logo após o nascimento.
6META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Avaliação da vitalidade ao nascer
O primeiro procedimento a ser feito em sala de parto é a avaliação da vitalidade do recém-nas-
cido. A frequência cardíaca (FC) é o principal fator determinante para o início das manobras 
de reanimação e, por isto, deve ser verificada rapidamente. Os métodos recomendados para a 
avaliação da FC são palpação do cordão umbilical, a ausculta do precórdio com estetoscópio, 
a detecção do sinal de pulso pela oximetria e da atividade elétrica do coração pelo monitor 
cardíaco.
Para o RN ≥ 34 semanas, com FC > 100 bpm e respiração regular/chorando, com bom tônus, 
INDEPENDENTEMENTE DO ASPECTO DO LÍQUIDO AMNIÓTICO, esse RN apresenta boa vita-
lidade e pode continuar junto com a mãe após o clampeamento do cordão umbilical. Mesmo 
com a mãe, deve-se garantir a manutenção de calor, de permeabilidade de vias aéreas e deve 
ser mantida a avaliação da vitalidade. Já no caso dos RN < 34 semanas,obrigatoriamente os 
mesmos serão conduzidos à mesa de reanimação após o clampeamento do cordão.
Líquido amniótico meconial
Atualmente, não há recomendação de aspiração do líquido meconial das vias aéreas ao des-
prendimento do polo cefálico do concepto, independentemente de sua viscosidade. No RN a 
termo com boa vitalidade, ele deve continuar junto da mãe após o clampeamento do cordão. 
Sé o RN é pré-termo tardio ou pós-termo ou não iniciou movimentos respiratórios regulares ou 
o tônus muscular está flácido, será necessário levá-lo à mesa de reanimação e realizar os passos 
iniciais, e nesta situação é prudente incluir a aspiração de vias aéreas superiores.
CLAMPEAMENTO DO CORDÃO
• RN ≥ 34 semanas: com respiração adequada e tônus muscular em flexão ao nascimento, 
clampear o cordão umbilical 1-3 minutos depois da sua extração completa da cavidade uterina;
• RN < 34 semanas: RN começou a respirar ou chorar e está ativo, aguardar 30-60 segundos 
antes de clampear o cordão umbilical.
MECÔNIO
Segundo SBP, 2016, “no RN com líquido amniótico meconial que apresenta apneia, respiração 
irregular e/ou FC <100 bpm, iniciar a VPP com máscara facial e ar ambiente nos primeiros 60 
segundos de vida. Se após 30 segundos de ventilação efetiva, o neonato não melhora e há forte 
suspeita de obstrução de vias aéreas, pode-se indicar a retirada do mecônio residual da hipo-
faringe e da traqueia sob visualização direta.”
7META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Passos iniciais de estabilização/reanimação
Diante da resposta “não” a pelo menos uma das três perguntas iniciais: gestação a termo, 
respiração ou choro presente e tônus muscular em flexão, conduzir o RN à mesa de rea-
nimação. O primeiro passo para a estabilização do neonato consiste na manutenção da 
temperatura corporal. 
MANUTENÇÃO DA TEMPERATURA
• RN ≥ 34 semanas: manutenção da temperatura ambiente na sala de parto entre 23-26ºC, seca-
gem do corpo e do segmento cefálico com compressas aquecidas e deixar o RN em contato 
pele-a-pele com a mãe, coberto com tecido de algodão seco e aquecido.
• RN < 34 semanas: além das medidas anteriores (temperatura da sala + secagem), uso do saco 
plástico transparente em todo o corpo, exceto a face, associado ao uso de touca dupla (cobrir 
o couro cabeludo com plástico e, por cima, colocar touca de lã ou algodão). Isso deve ser feito 
até estabilização da temperatura.
Neste momento também deve ser mantida a permeabilidade das vias aéreas através do posi-
cionamento do pescoço do RN com uma leve extensão do pescoço, evitando-se sempre hiperex-
tensão ou flexão exagerada. Pode ser necessário o uso de coxim sob os ombros do paciente 
para melhorar este posicionamento.
A seguir, deve-se avaliar a necessidade de aspiração. Atualmente, não há mais recomendação 
de aspiração em todos os RNS, ficando este procedimento reservado somente para os pacientes 
que apresentem excesso de secreção que esteja obstruindo as vias aéreas.
Após estes passos iniciais, devem ser avaliadas a respiração e a FC. Independentemente da 
idade gestacional, se FC for <100 bpm ou o RN não apresenta movimentos respiratórios regulares, 
um profissional inicia a ventilação com pressão positiva (VPP) e outro fixa os três eletrodos do 
monitor cardíaco e o sensor do oxímetro ( no caso de RN < 34 semanas, o oxímetro já é locado 
durante as medidas iniciais).
35 36 37 38 39 40 41 42
8META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Ventilação com pressão positiva (VPP)
Após a realização dos passos iniciais para estabilização do paciente, a presença de apneia, 
respiração irregular e/ou FC < 100 bpm indica a VPP, que deve ser iniciada nos primeiros 60 
segundos de vida (minuto de ouro), sendo este o procedimento mais simples, importante 
e efetivo na reanimação do RN em sala de parto. Inicialmente, a VPP está indicada através 
de máscara facial, sendo que para RN ≥ 34 semanas deve ser realizada a ventilação com 
balão autoinflável ou ventilador mecânico manual em T e, para RN < 34 semanas, somente 
é recomendado o ventilador mecânico manual em T.
Ventilação com pressão positiva com cânula traqueal
A ventilação por meio da cânula traqueal está indicada se:
• Ventilação com máscara facial não efetiva (após verificar e corrigir técnica, FC < 100 bpm);
• Ventilação com máscara facial prolongada;
• Necessidade de massagem cardíaca.
Lembrar também que, além dessas recomendações, para pacientes com hérnia diafragmática 
que necessitarem de VPP, está indicada a intubação traqueal e a inserção imediata de sonda 
gástrica. Outro ponto a ser lembrado é de que não há indicação precisa da intubação em sala 
de parto com o intuito de administrar o surfactante profilático nos prematuros.
VPP
• RN ≥ 34 semanas: iniciar VPP com ar ambiente (oxigênio a 21%); monitorar a oferta de O2 e 
suplementar pela oximetria de pulso. Se não houver melhora, SEMPRE verificar e corrigir a téc-
nica da ventilação antes de oferecer oxigênio suplementar a fim de atingir a SatO2 desejável;
• RN < 34 semanas: iniciar VPP com concentrações de oxigênio de 30%, titulando-se a fra-
ção inspirada do gás de acordo com a monitoração da SatO2 pré-ductal. Caso não ocorra 
melhora, SEMPRE verificar e corrigir a técnica da ventilação antes de aumentar a oferta de 
oxigênio suplementar.
IMPORTANTE: Independentemente da idade gestacional, o aumento de O2 deve ser feito 
por incrementos de 20%, aguardando cerca de 30 segundos para verificar a SatO2 e indicar 
novos incrementos.
9META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Massagem cardíaca 
Independentemente da idade gestacional, a massagem cardíaca está indicada se a FC estiver 
<60 bpm após 30 segundos de VPP com técnica adequada por meio da cânula traqueal e uso 
de concentração de oxigênio de 60-100%. Quando a FC permanece < 60 bpm, apesar da ventilação 
efetiva por cânula traqueal com oxigênio a 100% associada à massagem cardíaca adequada por 
no mínimo 60 segundos, está indicado o uso da adrenalina.
A icterícia é uma manifestação frequente no período neonatal, sendo na maioria dos casos 
fisiológica. A icterícia fisiológica surge após as primeiras 24 horas de vida e a realização de 
fototerapia dependerá dos níveis séricos de bilirrubina associados a fatores de risco do RN. No 
entanto, icterícias que surgem nas primeiras 24 horas sugerem icterícia patológica, sendo uma 
das etiologias comuns tanto na vida real quanto nas provas a eritroblatose fetal ou doença 
hemolítica do recém-nascido.
A doença hemolítica do recém-nascido pode manifestar-se tanto por incompatibilidade ABO 
quanto por incompatibilidade Rh. A incompatibilidade ABO é a mais frequente e ocorre quando 
a mãe do grupo sanguíneo “O” tem um RN dos grupos “A”, “B” ou “AB”, pois o indivíduo do tipo 
sanguíneo
“O” possui anticorpos anti-A e anti-B e estes podem acarretar a hemólise das hemácias do 
recémnascido com tipo sanguíneo “A”, “B” ou “AB”, levando a um quadro de icterícia.
Capítulo 3
Icterícia e incompatibilidade
ABO e RH
A
B
AB
10META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
MÃE
Sempre será tipo
sanguíneo O
RN
A
B
AB
INCOMPATIBILIDADE ABO
CURIOSIDADE 
Você sabe por que a incompatibilidade ABO só ocorre nas mães tipo “O”, mas 
não ocorre em mãe tipo “A” ou “B”? (por exemplo, mãe “A” com filho “B”?)
A produção dos anticorpos ocorre de maneira diferente no tipo sangúineo O. O 
que ocorre é que nos lactentes, a partir de 3 a 6 meses de idade, geralmente, 
podem-se detectar os aloanticorpos anti-A (em crianças B), anti-B (em crianças 
A) ou ambos os aloanticorpos (em crianças O), em decorrência principalmente 
da crescente microbiota intestinal. Nos indivíduos A e B, esses anticorpos 
naturais são predominantemente IgM, que não atravessa a barreira placentária 
e, por isto, não leva a um quadro de incompatibilidade. Já os indivíduos de 
grupo sanguíneo O possuem ainda outro tipo de anticorpo natural, designado 
anti-A,B, em conjunto, e esse anticorpo é do tipo IgG, que atravessa a placenta 
e leva ao quadro de hemólisepor incompatibilidade ABO.
A incompatibilidade RH é habitualmente 
mais grave do que a incompatibilidade ABO 
e ocorre quando a mãe é Rh negativo e o 
recém-nascido RH positivo. As hemácias do 
filho RH +, com antígenos RH (D) na superfície, 
passam para a circulação da mãe, durante a 
gravidez e, principalmente, durante o parto.
11META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
O organismo da mãe, então, estimula a produção de anticorpos anti-Rh que levarão à destrui-
ção de hemácias no recém-nascido, acarretando a eritoblastose fetal ou doença hemolítica do 
recém-nascido. Geralmente, se a mãe não teve exposição prévia ao antígeno RH ( gestação pré-
via com filho RH + sem profilaxia adequada, transfusão de sangue inadequada, etc ), o primeiro 
filho nascerá sem problemas, mas, em uma próxima gestação, os anticorpos concentrados no 
sangue da mãe, atravessam a placenta resultando na aglutinação das hemácias do feto. O 
risco da incompatibilidade Rh pode ser reduzido através da administração da imunoglobulina 
anti-D (rohgam) em gestantes Rh negativas não sensibilizadas na 28ª semana ou ente 28ª e 34ª 
semanas de gestação.
Assim como as demais causas de hiperbilirrubinemia indireta, o tratamento deve ser feito por 
fototerapia e/ou exsanguineotransfusão.
IMPORTANTE
A incompatibilidade ABO protege o neonato da incompatibilidade Rh, visto 
que os anticorpos naturais maternos anti-A e/ou anti-B acabam hemolisando 
as células Rh+ do neonato, não permitindo o acesso destas células ao sistema 
imune materno o que impede a sensibilização para o antígeno D.
12META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Capítulo 4
Sífilis Congênita
Nos últimos 5 anos, no Brasil, tem sido observado um aumento constante no número de casos 
de sífilis em gestantes, sífilis congênita e sífilis adquirida, que pode tanto ser atribuído ao 
aumento das testagens, quando à diminuição da prevenção, como a falta do uso de preservativos 
e a falta de penicilina para o tratamento adequado. Segundo a OMS (WHO,2014), a sífilis leva a 
300 mil mortes fetais e neonatais em todo o mundo por ano.
Neste tema, o que é importante você fixar para a sua prova é avaliar se a mãe foi adequada-
mente tratada ou não e a conduta perante o RN.
A sífilis congênita, pode ser dividida didaticamente em:
• Sífilis congênita precoce: manifestações aparecem antes dos 2 anos de vida e deve ser 
diagnosticada através de investigação epidemiológica da situação materna e de avaliações 
clínica, laboratorial e de estudos de imagem na criança. Pode ser assintomática ou apresentar 
sinais e sintomas logo após o nascimento ou nos primeiros dois anos de vida, principalmente 
nas cinco primeiras semanas.
• Sífilis congênita tardia: sinais e sintomas observados a partir do segundo ano de vida, geral-
mente entre 5 a 20 anos de idade. Quando há uma suspeita diagnóstica de sífilis congênita 
tardia deve-se excluir a possibilidade de sífilis adquirida (agressão ou abuso sexual).
Em primeiro lugar, todos os RN nascidos de mãe com diagnóstico de sífilis durante a ges-
tação, independentemente do histórico de tratamento materno, deverão realizar teste não 
treponêmico no sangue periférico, sendo que a testagem materna simultânea auxilia na 
determinação diagnóstica.
ATENÇÃO
Segundo as Diretrizes do Ministério da Saúde, 2020, “No teste não treponêmico, 
um título maior que o materno em pelo menos duas diluições (ex.: materno 
1:4, RN maior ou igual a 1:16) é indicativo de infecção congênita. No entanto, a 
ausência desse achado não exclui a possibilidade do diagnóstico de SC.
13META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
É considerado tratamento materno adequado para sífilis o registro do tratamento completo 
com benzilpenicilina benzatina, adequado para o estágio clínico, com primeira dose reali-
zada até 30 dias antes do parto. Nota-se que nas recomendações de 2020, do Ministério da 
Saúde, não há mais necessidade de avaliar se o parceiro foi tratado ou não para definir se o 
tratamento da mãe é adequado.
Definindo se a mãe foi adequadamente tratada ou não, seguimos conforme o fluxograma 
a seguir:
Realizar teste rápido de sífilis em toda gestante que chega à
maternidade, bem como nas mulheres em abortamento.
Se teste rápido não reagente e ausência de infecção por sífilis:
sem necesidade de condutas para a gestante e a criança.
Se teste rápido reagente*: Avaliar histórico de tratamento de sífilis na gestante
A mãe foi tratada de forma adequada
durante a gestação?
Sim Não
Realizar teste não treponêmico sérico
da mãe e do récem nascido, ao mesmo tempo.
O teste não treponêmico da criança é pelo
menos duas diluições MAIOR que o materno
Notificar para sífilis congência e realizar teste não treponêmico
sérico da mãe e do recém nascido, ao mesmo tempo.
Realizar no recém nascido hemograma, glicemia e RX de
ossos longos e coletar o liquor (solicitar celularidade, glicorraquia,
proteinorraquia e VDRL).
Não Sim
Sim
Sim Não
Não
Não Sim
Sim Não
O exame físico
da criança é normal
O exame físico
da criança é normal
O exame físico
da criança é normal
Criança
exposta à
sifilis
Sem necessidade
de tratamento
imadiato
Realizar
avaliação
para STORCH
O exame físico do recém nascido, o hemograma,
o liquor e o RX de ossos longos
Criança com sífilis
congênita SEM
neurossífilis
Tratar com
benzipenicilina cristalina
ou benzilpenicilina
procaúina, por 10 dias
Criança com sífilis
congênita COM
neurossífilis
Tratar com benzipenicilina
cristalina por 10 dias
Aplicar
benzilpenicilina
benzatina, 50.000 UI/kg,
dose única
intramuscular
Notificar para sífilis congênita
Para definição do tratamento
seguir no fluxograma como
criança nascida de mãe não
adequadamente tratada
Referenciar para seguimento cliníco e laboratorial na puericultura
Legenda:
TNT: Teste não treponêmico periférico.
Insvestigação para STORCH (sifilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes vírus )
FONTE: Ministério
da Saúde, 2020.
14META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
*Crianças nascidas de mulheres diagnosticadas com sífilis antes da gestação atual, com histó-
rico documentado de tratamento adequado dessa sífilis anterior à gestação, com documenta-
ção da queda da titulação em pelo menos duas diluições (ex.: antes, 1:16, depois, menor ou igual 
a 1:4), e que durante a gestação atual se mantiveram com títulos de teste não treponêmico 
baixos e estáveis, não são consideradas crianças expostas à sífilis, e não precisam coletar VDRL 
no momento do parto.
As doses para os medicamentos descritos no fluxograma são:
• Benzilpenicilina potássica/cristalina 50.000 UI/kg, intravenosa, de 12/12h na primeira semana 
de vida, de 8/8h após a primeira semana de vida, por 10 dias;
• Benzilpenicilina procaína 50.000 UI/kg, intramuscular, uma vez ao dia, por 10 dias;
• Benzilpenicilina benzatina 50.000 UI/kg, intramuscular, dose única.
Crianças expostas à sífilis ou com diagnóstico de sífilis congênita devem fazer seguimento 
de rotina de puericultura e realizar teste não treponêmico (VDRL) com 1, 3, 6, 12 e 18 meses de 
idade. O seguimento laboratorial pode ser interrompido após dois testes não reagentes conse-
cutivos ou queda do título em duas diluições.
Capítulo 5
Tuberculose
O Brasil está entre os 30 países de alta carga para TB e 
TB-HIV considerados prioritários pela OMS para o controle 
da doença no mundo. Sendo assim, temos muitos casos 
no Brasil e, para a sua prova de neonatologia, um tópico 
bem importante é saber a conduta no RN que é coabitante 
de um paciente com tuberculose.
15META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Recém-nascidos coabitantes de casos de TB pulmonar ou laríngea podem ser infectados pelo 
M. tuberculosis (MTB) e desenvolver formas graves da doença. Por isto, nestes casos, é reco-
mendada a prevenção da infecção pelo MTB, também denominada quimioprofilaxia primária, 
conforme fluxograma da figura a seguir.
Figura - Quimioprofilaxia primária em recém-nascidos
Legenda: Quimioprofilaxia (QP); Prova tuberculínica (PT); Isoniazida(H); Rifampicina(R)
Fonte: Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Ministério da 
Saúde, 2019.
Recém-nascido coabitante
de caso índice bacilífero
Iniciar QP
primária (H ou R)
3 meses depois
fazer PT
Manter o tratamento por mais
três meses (H) ou um mês (R)
e não vacinar com a BCG
PT ≥ 5mm PT < 5mm
Suspender o
tratamento e vacinar
para BCG
IMPORTANTE
O RN coabitante de casos de TB pulmonar ou laríngea não deverá ser vacinado 
com a BCG ao nascimento e deve iniciar a quimioprofilaxia primária.
16META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Outro ponto importante é em relação às recomendações quanto a amamentação, para a 
mãe portadora de tuberculose.
• RN de mãe abacilífera ou tratada por 2 ou mais semanas antes do nascimento do seu filho, 
a amamentação está liberada sem qualquer restrição e a criança deve receber a vacina BCG 
logo após o nascimento;
• Mães com sinais, sintomas e exames radiológicos sugestivos de tuberculose ativa devem 
restringir o contato com a criança devido à transmissão potencial da doença por meio das 
gotículas do trato respiratório. No entanto, o leite materno pode ser ordenhado e oferecido à 
criança, já que não há risco de passagem do Mycobacterium tuberculosis pelo leite materno. 
Quando a mãe iniciar o tratamento pode amamentar, porém com uso de máscara (cobrindo 
nariz e boca) nas primeiras 2 semanas e garantia de aderência materna ao tratamento. O RN 
deve iniciar quimioprofilaxia primária.
• Mãe com tuberculose multidroga resistente, o RN deve ser separado da mesma pelo maior 
risco de infectividade e a amamentação suspensa até que a mãe se torne abacilífera. O leite 
ordenhado pode ser oferecido para a criança.
• Na mastite tuberculosa o aleitamento materno deve ser suspenso até que o tratamento seja 
iniciado e a mãe seja considerada abacilífera. Nessa situação, a criança também deverá re-
ceber isoniazida.
Capítulo 6
Seopse Neonatal
A sepse neonatal consiste num conjunto de sinais e sintomas de um quadro de infecção e/
ou isolamento de um patógeno no sangue de um neonato, ou seja, até 28 dias de vida. Cos-
tuma ser dividida, didaticamente e também por mudanças etiológicas para cada período, 
em sepse neonatal precoce e tardia. Embora haja definições diferentes quanto ao tempo 
exato desta divisão, geralmente a sepse neonatal precoce é definida como aquela que ocor-
re nas primeiras 48 a 72 horas de vida e está relacionada a fatores pré-natais maternos e do 
periparto. A exceção para sepse neonatal precoce é a sepse neonatal causada pelo Strep-
tococcus agalactiae, que, embora seja de etiologia perinatal, pode surgir nos primeiros 7 
dias de vida. A sepse neonatal tardia usualmente ocorre após as primeiras 48 a 72 horas de 
vida e relaciona-se com fatores pós natais como, por exemplo, procedimentos em UTI neo.
17META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Os patógenos mais envolvidos em cada período são:
• Sepse precoce:
 □ Estreptococo do grupo B, Escherichia coli, Listeria monocytogenes, Staphylococcuscoagulase 
negativo, Haemophylus influenzae;
• Sepse tardia:
 □ Hospitalar: Estreptococo do grupo B, Staphylococcus coagulase negativo, Staphylococcus 
aureus, E. coli, gram-negativo multi-resistente (Pseudomonas, Klebsiella, Enterobacter, 
Serratia, Acinetobacter, etc), Candida, etc;
 □ Domiciliar: Estreptococo do grupo B, gram-negativo (E. Coli, por exemplo), Listeria mono-
cytogenes, Staphylococcus aureus meticilinosensÌvel, herpes, etc.
Dentre os fatores de risco para sepse neonatal, um fator muito importante e que frequente-
mente cai nas provas é mãe portadora de estreptococo do grupo B, sem profilaxia intraparto ou 
profilaxia incompleta e, por isso, vamos recordar a conduta na figura a seguir.
Sinais de sepse neonatal?
Evolução diagnóstica completa
Terapia antibiótica
Corioamnionite materna?
Evolução limitada
Terapia antibiótica
Profilaxia EGB indicada
para mães?
Mãe recebeu EV penincilina, ampicilina
ou cefazolina₂ 4 horas antes do parto? Cuidados clínicos de rotina
Observações ≥ 48 horas ≥ 37 semanas e membranarota < 18 horas?
Observações ≥ 48 horas RN < 37 semanas ou bolsa
rota ≥ 18h?
Evolução limitada
Observação ≥ 48 horas
Sim
Sim Não
NãoSim
Sim
Sim
Sim
Não
Não
Não
FONTE: Tratado da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017.
18META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
As indicações para profilaxia pelo EGB neonatal são:
• Recém-nascido prévio com doença pelo EGB;
• Gestante com bacteriúria pelo EGB em qualquer trimestre da gestação atual;
• Cultura para EGB positiva na gestação atual, com exceção se for realizada cesárea programada, 
paciente sem trabalho de parto, ou ruptura de membranas amnióticas;
• Desconhecimento de colonização pelo EGB no início de trabalho de parto e nas seguintes 
condições: parto < 37 semanas; bolsa rota ≥ 18 h; temperatura intraparto ≥ 38°C; NAAT posi-
tivo intraparto para EGB.
A profilaxia não está indicada para:
• Colonização pelo EGB em gestação anterior, exceto se paciente na gestação atual apresenta 
cultura positiva para EGB;
• Bacteriúria pelo EGB em gestação anterior, exceto se há indicação profilática para o EGB na 
gestação atual;
• Cultura negativa para EGB vaginal e retal no final da gestação atual, independentemente 
dos fatores de risco intraparto;
• Cesárea programada na ausência de trabalho de parto ou ruptura de membranas amnióti-
cas, independentemente da colonização pelo EGB ou idade gestacional.
Independentemente do agente etiológico envolvido na sepse, vale lembrar aqui que o 
recém-nascido com sepse não tem um quadro clínico bem definido, podendo se 
apresentar com estase gástrica, instabilidade da temperatura, hipotermia, 
taquipneia, apneia, abaulamento de fontanela, convulsões, hipoatividade, 
vômitos, queda da saturação de oxigênio, hipotensão arterial, má perfusão 
e hipotonia, entre outros.
O diagnóstico é clínico, sendo que o isolamento de uma bactéria pato-
gênica na hemocultura confirma o diagnóstico.
O tratamento específico, além das medidas de suporte, consiste na antibioticoterapia já na 
suspeita diagnóstica, logo após a coleta dos exames. Para os microrganismos implicados 
na sepse neonatal precoce é indicada a associação de ampicilina e um aminoglicosídeo 
(geralmente gentamicina).
No caso de sepse neonatal tardia a cobertura da antibioticoterapia deve ser direcionada aos 
organismos relacionados a infecções hospitalares adquiridas, incluindo S. aureus, S. epidermidis 
e espécies de Pseudomonas. Usualmente dentre os antibióticos utilizados estão vancomicina, 
cefalosporinas (exceto ceftriaxona, pois aumenta o risco de kernicterus) e/ou aminoglicosídeos.
19META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Capítulo 6
Hipoglicemia
E aqui um tema controverso em relação a valores de corte é a hipoglicemia neonatal. Vale 
lembrar que os valores considerados como hipoglicemia podem variar de acordo com a refe-
rência a ser utilizada, porém todas são muito próximas. Seguem abaixo as recomendações da 
Sociedade Brasileira de Pediatria.
Primeiro, devemos saber quais são os RN que têm risco para hipoglicemia e devem ser triados.
MATERNOS
• Diabetes;
• Administração de drogas à gestante (terbutalina, clorpro-
pamida, hipoglicemiantes orais e diuréticostiazídicos);
• Infusão intraparto de dextrose;
• Hipertensão e pré-eclâmpsia.
NEONATAIS
• Prematuridade;
• Restrição de crescimento intrauterino;
• Hipóxia e isquemia;
• Sepse;
• PIG e GIG;
• Hipotermia;
• Policitemia;
• Características sindrômicas (síndrome de Beckwith-Wiedemann);
• Tumores produtores de insulina (nesidioblastose, adenoma ou dis-
maturidade das células da ilhota);
• Erros inatos do metabolismo;
• Eritroblastose fetal.
Fatores de risco para hipoglicemia
FONTE: Adaptado do Tratado Brasileiro da SBP, 2017. 
8:00 am 17/08/2018
5.5
mg/dl
20META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Para os recém-nascidos que não fazem parte do grupo de risco não há indicação de triagem 
de hipoglicemia, exceto se houver alguma alteração de sinais e sintomas que sugirama neces-
sidade.
Nos grupos que se encaixam nos fatores de risco citados anteriormente, o controle da glice-
mia deve ser realizado:
A partir deste controle, podemos definir o quadro de hipoglicemia. 
Segundo o Tratado Brasileiro de Pediatria, 2017, temos que os limites 
inferiores de glicemia são:
• RN a termo saudáveis:
 – menos de 24 horas de vida: 30 a 35 mg/dL na primeira medição, 
elevando-se para 45 mg/dL após o início da alimentação;
 – após 24 horas de vida: 45 a 50 mg/dL;
• RN com sinais ou sintomas clínicos anormais: 45 mg/dL;
• RN assintomáticos com fatores de risco para hipoglicemia: 36 mg/dL. 
Se após a alimentação a glicemia permanecer abaixo desse nível ou 
surgirem sinais clínicos anormais, é necessária intervenção terapêutica;
• em qualquer RN com níveis de glicemia entre 20 e 25 mg/dL, deve-se 
administrar glicose endovenosa (EV) em bolo para elevar a glicemia a 
níveis superiores a 45 mg/dL.”
O tratamento preferencialmente será por via oral, leite materno ou fórmula a depender 
das condições. O tratamento endovenoso estará indicado quando houver intolerância 
à dieta oral, níveis de glicemia < 25 mg/dL, e quando a dieta oral não mantiver níveis 
adequados de glicemia.
• Com 3, 6, 12 e 24 horas, e após, em intervalos de 8 a 12 horas, até 72 horas de vida 
para RN prétermo e RN PIG:
• Com 1, 2, 3, 6, 12 e 24 horas, e após, a cada 8 horas, até 72 horas de vida, para filho 
de mãe diabética;
• Com 3, 6, 12 e 24 horas, e após, a cada 8 horas, até 48 horas de vida, nos demais 
recém-nascidos não citados anteriormente.
21META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Capítulo 7
Triagem Neonatal
A triagem neonatal é um conjunto de exames que devem ser realizados gratuitamente, por 
lei, após o nascimento, e que visam detectar doenças e/ou alterações precocemente nos 
bebês a fim de começar um tratamento o mais rápido possível e evitar problemas futuros.
Atualmente, são obrigatórios e gratuitos os seguintes exames:
Teste do Pezinho Básico
O teste do pezinho consiste na realização de exame de triagem para fenilcetonúria, defi-
ciência de biotinidase, hiperplasia adrenal congênita, fibrose cística, doença falciforme e 
hipotireoidismo congênito. O objetivo da realização do teste é o rastreamento de bebês 
portadores de doenças que tem um prognóstico mais favorável quando tratadas o mais 
precocemente possível.
A recomendação é de que o exame deve ser coletado entre o 3º e 5º dias de vida, sendo que 
o RN deve ter recebido leite ou aminoácidos a fim de evitar um teste falso-negativo para 
fenilcetonúria, visto que esta doença consiste num erro do metabolismo dos aminoácidos. Se 
o teste for colhido precocemente pode gerar um resultado falso positivo para hipotireoidismo 
congênito, visto que nas primeiras 48 horas os níveis de TSH podem estar fisiologicamente 
aumentados, com posterior redução.
Teste do Pezinho Básico Teste do Reflexo Vermelho Triagem auditiva
Teste do Coraçãozinho Teste da Linguinha
22META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Teste do Reflexo Vermelho
O teste do reflexo vermelho, popularmente conhecido como “Teste do olhinho” é um exame 
simples, rápido, indolor e de baixo custo realizado com o oftalmoscópio direto cuja luz projetada 
atravessa todas as estruturas transparentes do olho, atinge a retina e reflete no reflexo visto 
pelo examinador.
O exame visa detectar precocemente problemas oculares congênitos que comprometem essa 
transparência dos meios oculares e que podem prejudicar o desenvolvimento visual cortical, 
como por exemplo catarata e glaucoma congênitos, tumores como retinoblastoma e inflamações 
intraoculares, entre outros.
A recomendação é de que este teste seja realizado ainda na maternidade e, se não for possível, 
no máximo até 1 mês de vida.
 Os possíveis resultados para o exame são:
 • reflexo presente, ou seja, normal (Figura 1)
 • Ausente, como na presença de leucocoria (Figura 2)
 • duvidoso, quando há assimetria dor reflexo Figura 3)
Na presença de uma resposta ausente ou duvidosa o RN deverá ser encaminhado ao 
oftalmologista para realizar um exame oftalmológico completo.
1. Reflexo vermelho presente (simétricos) em 
ambos os olhos: reflexo normal em ambos 
os olhos.
3. Reflexo vermelho duvidoso (assimétricos). 
Estrabismo: reflexo brilhante e mais claro no 
OE estrábico.
2. Leucocoria no olho direito.
Sociedade Brasileira de Pediatria, 2018.
23META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Triagem auditiva
A triagem Auditiva Neonatal, mais conhecida como teste da orelhinha, deve ser realizada 
em todos os recém-nascidos, preferencialmente, nas primeiras 24 a 48 horas de vida, na 
maternidade, antes da alta, e, no máximo, durante o primeiro mês de vida. Este é o perí-
odo recomendado, no entanto, caso haja impossibilidade da realização do mesmo neste 
período, é obrigatório que seja realizado nos 3 primeiros meses de vida, para atendimento 
apropriado por possível perda auditiva antes dos 6 meses.
O exame de triagem recomendado para os bebês sem fatores de risco é o de Emissões 
Otoacústicas Evocadas (EOA) e nas crianças com Indicadores de Risco para a Deficiência 
Auditiva (IRDA) deve ser realizado o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico – Au-
tomático (PEATE-A). Os IRDA são:
CONGÊNITOS
a. História familiar de surdez permanente na 
infância de instalação precoce, progressiva 
ou tardia;
b. UTI neonatal por mais de 5 dias;
c. Hiperbilirrubinemia com exsanguineotrans-
fusão independente de tempo de perma-
nência em UTI;
d. Uso de aminoglicosídeos por mais de 5 dias;
e. Asfixia ou encefalopatia hipóxico-isquêmica;
f. Uso de oxigenação extracorpórea;
g. Infecções intraútero por toxoplasmose, sífilis, 
rubéola, citomegalovírus, herpes (TORCH) ou 
Zika;
h. Malformações craniofaciais;
i. Microcefalia congênita;
j. Hidrocefalia congênita ou adquirida;
k. Anormalidades do osso temporal;
l. Síndromes que cursam com surdez.
24META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
PERINATAIS OU TARDIOS
a. Infecções que cursam com surdez como meningites e encefalites bacterianas ou virais 
(especialmente vírus herpes e varicela);
b. Trauma craniano (especialmente base de crânio e temporal);
c. Quimioterapia;
d. Suspeita familiar de surdez, alteração de fala ou linguagem e atraso ou regressão do de-
senvolvimento.
Caso a criança apresente falha na triagem auditiva neonatal universal (TANU), recomenda-se 
que ela faça um novo teste (chamado de RETESTE), 15 dias após a alta hospitalar. Se a criança 
apresentar falha novamente ao exame, deve ser encaminhada para investigação.
O resumo das condutas por etapas do TANU está no fluxograma a seguir.
TANU
EOA PEATE-A
Reteste em 15 dias
Avaliação ORL e
Audiológica
Perda auditiva
confirmada
Audição dentro
da normalidade
Orientação e
monitoramento
Início da
intervenção
RN SEM INDICADOR DE RISCO
PARA DEFICIENTE AUDITIVA
RN SEM INDICADOR DE RISCO
PARA DEFICIENTE AUDITIVA
1
3
6
Fluxograma da TANU e suas etapas em saúde auditiva (Etapas 1-3-6 meses) COMITÊ MULTI-
PROFISSIONAL EM SAÚDE AUDITIVA - COMUSA, 2020.
25META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Teste do Coraçãozinho
O teste do coraçãozinho visa o diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas críticas e 
consiste na aferição da saturação do oxigênio pela oximetria, sendo obrigatório em todos os 
recémnascidos saudáveis com idade gestacional > 34 semanas.
O teste do coraçãozinho não seria o método ideal para o diagnóstico de cardiopatia 
congênita, e sim o ecocardiograma com mapeamento de fluxo em cores, seja fetal ou pós-
natal. Porém, como a utilização do ecocardiograma como ferramenta de triagem é inviável, 
este somente é utilizada nos prematuros ou em neonatos com algum fator de risco ou 
sintomatologia sugestiva de cardiopatia. Sendo assim, para os demais, deve-se realizar o teste 
do coraçãozinho.
A orientação é de que o testeseja realizado entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar. 
É considerado um resultado normal quando a saturação periférica é maior ou igual a 95% em 
ambas as medidas (membro superior direito e um dos membros inferiores) e a diferença 
é menor do que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior. Caso 
qualquer medida da SpO2 seja menor que 95%, ou se houver uma diferença igual ou maior 
que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior, uma nova aferição 
deverá ser realizada após 1 hora. Caso o resultado se confirme, um ecocardiograma deverá ser 
realizado dentro das 24 horas seguintes.
Triagem neonatal de cardiopatia congênita crítica
Oximetra de pulso
Membro superior direito e em um dos membros inferiores
ou uma diferença ≥ 3% entre as medidas e uma diferença < 3% entre as medidas 
Realizar outra oximetria em 1 hora 
Realizar ecocardiograma
Não alta até esclarecimento diagnóstico Seguimento neonatal de rotina
SpO2 < 95%
SpO2 <95%
SpO2 ≥ 95%
SpO2 ≥95%
FONTE: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2011.
ou uma diferença ≥ 3%
entre as medidas
e uma diferença < 3%
entre as medidas
26META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Teste da Linguinha
O teste da linguinha consiste na avaliação do frênulo lingual usualmente realizado por 
profissionais da área de fonoaudiologia, cujo objetivo é o diagnóstico e tratamento precoce 
de limitações dos movimentos da língua que possam interferir na função da mesma, como 
por exemplo, inicialmente, na amamentação e posteriormente na mastigação e na fala.
Esta avaliação é obrigatória no Brasil desde 2014. No entanto, em 2019, a Sociedade Brasileira 
de Pediatria (SBP) pediu a revogação desta lei afirmando que não há necessidade da 
realização do teste, visto que “a avaliação clínica adequada em conjunto com a observação 
completa de uma mamada poderiam ser suficientes para o diagnóstico de anquiloglossia”. 
No entanto, o teste permanece obrigatório até o momento.
Capítulo 8
Referencias bibliográficas
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sbp.com.br/fileadmin/user_upload/__20958d-DC_No1_set_2018-_Teste_do_reflexo_vermelho.
pdf . Acesso em 09 set 2020.
27META DE ESTUDOS | NEONATOLOGIA
Guia Prático de Atualização Departamento Científico de Aleitamento Materno: “Doenças ma-
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br/fileadmin/user_upload/Aleitamento_-_DoencMat_Infec_e_Amam.pdf. Acesso em 13 set 2020.
NOTA TÉCNICA - COMITÊ MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE AUDITIVA – COMUSA (Comitê Mul-
tiprofissional em Saúde Auditiva (COMUSA): Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Acade-
miaBrasileira de Audiologia (ABA), Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia 
Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Sociedade Brasileira de Otologia (SOB) e a Sociedade Brasileira 
de Fonoaudiologia (SBFa). Junho 2020. Disponível em https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_
upload/NOTA_COMUSA_2020.pdf . Acesso em 09 set 2020.
O que é o teste da linguinha? Disponível em http://www.testedalinguinha.com/#/home . Acesso 
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Oliveira, Maria Beatriz Siqueira Campos de (org.) Conceitos básicos e aplicados em imunohe-
matologia. / Organização de Maria Beatriz Siqueira Campos de Oliveira, Flávia Coelho Ribeiro e 
Alexandre Gomes Vizzoni. - Rio de Janeiro: EPSJV, 2013. Disponível em http://www.epsjv.fiocruz.
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Reanimação do Prematuro <34 semanas em sala de parto: Diretrizes 2016 da Sociedade Bra-
sileira de Pediatria 26 de janeiro de 2016. Disponível em www.sbp.com.br/reanimacao. Acesso 
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Reanimação do Recém-nascido ≥ 34 semanas em sala de parto: Diretrizes 2016 da Sociedade 
Brasileira de Pediatria 26 de janeiro de 2016. Disponível em www.sbp.com.br/reanimacao. Acesso 
em 13 set 2020.
Referência Bibliográfica: Documento Científico Departamento Científico de Endocrinologia da 
Sociedade Brasileira de Pediatria. Hipotireoidismo Congênito: Triagem Neonatal. Nº 5, novem-
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Sociedade Brasileira de Pediatria. SBP solicita ao Ministério da Saúde revogação da lei que torna 
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