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DIREITO INTERNACIONAL PÚB - ATIVIDADE 8-13 -OK

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ATIVIDADE 8 – DIREITO INTERNACIONAL PÚBICO
Dispõe o artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça:
“A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; 
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem.” 
Na letra “a” do supracitado artigo, há menção da fonte convencional (convenções / tratados internacionais) que foram objeto das atividades anteriores.
Nas letras “b” e “c” há menção de outras duas fontes de Direito Internacional (costume internacional e princípios gerais de direito), nas disposições seguintes menção na letra “d” de doutrina e jurisprudência e, por fim, a possibilidade de a Corte decidir ex aequo et bono.
Atividade
Elaborar texto que contemple os seguintes tópicos:
· Costume internacional – conceito, requisitos, hierarquia em relação aos tratados internacional, prova do costume internacional e ao menos um exemplo de costume internacional
· Princípios gerais de direito (internacional) – conceito, fundamento, hierarquia como fonte de Direito Internacional, principais princípios de Direito Internacional, quais princípios de Direito Internacional encontramos na Constituição Federal Brasileira, explicando-os.
· Doutrina e jurisprudência – a qual doutrina e qual jurisprudência o artigo 38 da CIJ se refere?
· O que significa ex aequo et bono e qual a razão para ser aplicada somente “se as partes com isto concordarem”?
RESPOSTA:
Como se extrai do artigo 38 do Estatuto da CIJ, são fontes do direito Internacional: os tratados, o costume e os princípios gerais (fontes primárias do Direito Internacional), não sendo, no entanto um rol taxativo. O que nos leva as fontes secundárias, quais sejam, as decisões judiciais e as doutrinas dos juristas qualificados. Em regra, não há hierarquia entre essas normas, exceto a norma do jus cogens que se sobressai a norma convencional ou costumeira. 
O Costume Internacional é uma “pratica geral aceita como sendo direito”, conforme artigo 38 acima citado, em outras palavras, é uma pratica geral e seguida por parte dos Estados, por, justamente, entenderem como uma obrigação a ser cumprida, o que leva à atribuir um significado jurídico. 
Para a formação do costume internacional é necessário verificar dois elementos, objetivo e subjetivo, que determinam e provam sua existência, quais sejam, o material e o psicológico, respectivamente. O material está delineado no próprio artigo38, alínea b, em sua primeira parte “prova de uma pratica geral”, o que significa dizer que se faz necessária a repetição ou imitação de certos atos praticados pelos sujeitos, de forma constante, generalizada e habitual.
Já o elemento psicológico ou subjetivo, está previsto na segunda parte do artigo 38, alínea b, “aceita como sendo o direito”, o que significa dizer que faz-se necessário também a convicção jurídica daquilo que se pratica e que deve ser cumprida.
O costume é uma fonte formal e autônoma de elaboração de direito, por se tratar de um processo regido pelo Direito Internacional. Ele estabelece um corpo de regras universalmente aplicável em várias áreas do direito das gentes, além de permitir a criação de regras gerais da sociedade internacional.
 O costume positivado em tratados valerá aos Estados que deste não são partes e também aos que se retiraram dele, trata-se do costume universal. Mas é importante comentar que existem os costumes particulares, que atinge somente alguns Estados (regional ou local – entre dois Estados). Além disto, comenta-se que o costume positivado poderá ser derrogado ou derrogar por norma costumeira ou tratado que verse sobre, o que enfatiza a não hierarquia dentre essas normas. 
Outro ponto importante da norma costumeira diz respeito à “prova” dos termos do Artigo 38. Deve-se provar, por parte do que alega o costume, de que é conveniente à outra parte, por meio, por exemplo, de atos diplomáticos estatais. 
Um exemplo de utilização de costume internacional é o Tribunal de Nuremberg, instituído para processar e julgar crimes cometidos na segunda guerra pelos nazistas. 
 O tribunal alegou que houve violação do direito costumeiro internacional que proíbe os crimes contra a humanidade.
 
Assim como os costumes, os princípios gerais de direito internacional são fontes de direito internacional, reconhecida por toda sociedade Estatal. São princípios aceitos em todo ordenamento jurídico: da boa-fé, a ninguém é lícito alegar o seu próprio erro, da proteção da confiança, de respeito a coisa julgada, do direito adquirido, da responsabilidade do Estados por ações ou omissões que infrinjam os direitos fundamentais e o pacta sunt servanda. 
Esses princípios passaram do ordenamento doméstico ao internacional, ou seja, foram reconhecidos pelas nações. Observa-se, em conseguinte, que existem princípios que são originados do próprio direito internacional (chamados de princípios gerais DO direito internacional), mas eles não são citados no artigo 38 do ECIJ, uma vez que sua aplicação deva ser imediata. 
Esses princípios estão agraciados em nossa Constituição no artigo 5º nos incisos XXXIV, XXXV, XXXVI, quanto aos direitos de ações e coisa julgada, direitos adquiridos; quanto a boa-fé, a confiança e o pacta sun servanda são aplicados a toda e qualquer relação contratual existente, gerando, inclusive, perdas e danos em alguns casos se assim não verificado e estão direta ou indiretamente pontuados no nosso Código Civil. 
Importante elencar que o artigo 38, atribui a corte o dever de aplicar os princípios gerais de direito nas controvérsias, sobre os princípios DO direito internacional, assim como devem suprir as lacunas das regras convencionais ou costumeiras e interpretá-las conforme as mudanças que o tempo demandar. 
Outra fonte de Direito Internacional são as decisões judiciarias e as doutrinas dos publicistas de maior competência entre as distintas nações. Elas auxiliam na determinação de regras de direito, que autoriza a Corte decidir uma questão ex aequo et bono.
A princípio analisa-se a jurisprudência, originadas de decisões da Corte, dos tribunais arbitrais e dos tribunais nacionais, podendo acrescentar-se, também, as decisões dos tribunais de determinadas organizações internacionais. 
Passa-se a doutrina, também elencada nos artigo 38 do ECIJ, a doutrina, segundo Miguel Reale, não gera modelo jurídico propriamente dito, mas sim modelos dogmáticos ou hermenêuticos, esclarecendo significado de modelos jurídicos através do tempo. 
Merece destaque, como doutrinas, os estudos publicados no Recueil des Cours da Academia de Direito Internacional da Haia.
Por fim, ao dizer que a CIJ poderá decidir uma questão ex aequo et bono, significa que poderá solucionar uma controvérsia utilizando-se da equidade. A equidade, por sua vez, ocorre nos casos em que a norma jurídica não existe ou nos casos em que ela existe, mas é ineficaz para solucionar devidamente.
A Corte não pode decidir por equidade, contudo, se assim não consentirem as partes litigantes. Mas, caso as partes expressem seu desejo de ver resolvido o caso pela aplicação desta regra, a conclusão é a de que a Corte está impedida de julgar com fulcro no direito escrito. 
Bibliografia e outras fontes
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público. Curso Elementar. Editora Saraiva. 13ª ed. 2011. 
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. Editora Revista dos Tribunais. 10ª ed. 2016. 
ACCIOLY, Hildebrando.Manual de direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2008. 
HUSEK, Carlos Roberto. Curso de Direito Internacional Público. Editora LTR. 14ª ed. 1984. Disponível em https://2019.vlex.com/#sources/14136
SANTOS, Júlio César Borges. Curso de Direito Internacional Público. Editora Leud. 2009. Disponível em https://2019.vlex.com/#sources/5671

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