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A vontade estatal se apresenta e se manifesta por intermédio dos denominados Poderes do Estado, os quais, na clássica tripartição de Montesquieu, até hoje adotada nos Estados de Direito, são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com funções reciprocamente indelegáveis (CF, art. 2º). Na verdade esta tripartição dos poderes não gera absoluta divisão de poderes e de funções, mas sim distribuição de três funções estatais precípuas, mesmo porque o poder estatal é uno e indivisível. CF, art. 2º: “São Poderes da União, independentes e harmônicos ente si, O legislativo, o Executivo e o Judiciário.” Ou seja: o poder estatal é tripartido para facilitar seu exercício, necessitam de estrutura orgânica e física. ATENÇÃO: Os Poderes são elementos estruturais, também denominados elementos orgânicos ou organizacionais do Estado, com funções próprias. Eles não podem ser confundidos com poderes administrativos, que são instrumentos ou prerrogativas que a Administração possui para a persecução do interesse público, como é o caso do poder disciplinar, do poder hierárquico, do poder regulamentar e do poder de polícia. Funções do Estado: cada poder do estado exerce uma função típica, ou seja, uma função característica. Pode-se conceituar função como a atividade exercida em nome e no interesse de terceiros, lembrando-se de que, se ela for pública, a atividade deverá ser prestada em nome e no interesse do povo. Essas funções do Estado podem ser divididas em: a) função típica, aquela pela qual o Poder foi criado, a principal ou precípua; e b) função atípica, estranha àquela para a qual o poder foi criado, função secundária. Essas funções do Estado podem ser divididas em: a) função típica, aquela pela qual o Poder foi criado, a principal ou precípua; e b) função atípica, estranha àquela para a qual o poder foi criado, função secundária. Poder Legislativo = função legislativa/ legiferante (elaborar as leis) Poder Executivo = função administrativa Poder Judiciário = função jurisdicional (prestar jurisdição – solucionar os conflitos de maneira definitiva). A) Função Legislativa: função pela qual o Estado estabelece normas gerais, abstratas e obrigatórias, que inovam no ordenamento jurídico, destinadas a reger a vida coletiva. São as chamadas leis em tese. B) Função Jurisdicional: função pela qual o Estado soluciona os conflitos em caráter definitivo, ou seja, presta jurisdição. C) Função Administrativa: função pela qual o Estado resolve problemas concretos sob o comando da lei. É a função estatal residual. Compreende 4 atividades básicas: - Serviço público; atividade que a Adm Púb exece em benefício da coletividade Ex. telefonia (concessionárias) - Poder de polícia; poder de limitar o exercício das liberdades – ex. construção na praia - Fomento (criar meios para o desenvolvimento de setor, atividade, humano); ex. produtor rural, financiamentos - Intervenção – ex. desapropriação, limitação de preço de determinado insumo Por exemplo, é função típica do Poder Legislativo legislar, exercer a função legiferante, sendo atípica a possibilidade de julgamento do Presidente da República em processo de impeachment ou a realização de um procedimento licitatório. Da mesma forma, pode-se citar o Poder Executivo, que tem como função típica administrar, atuando atipicamente quando da edição de medidas provisórias e assim por diante. Lembrar que os Poderes do Estado são harmônicos e independentes entre si. Poderia o Poder Executivo – administrar o Poder Judiciário e o Poder Executivo? Não. Porque seria uma ofensa ao princípio da independência dos Poderes. Não se confundem as definições de Estado e de Governo. Conforme já explicitado, o Estado é um povo situado em determinado território e sujeito a um governo. Nesse conceito, podem ser destacados três elementos: povo, território e governo. Dessa forma, o governo é elemento formador do Estado, não se confundindo com ele. Pode-se dizer que o governo é a cúpula diretiva do Estado que se organiza sob uma ordem jurídica por ele posta, a qual consiste no complexo de regras de direito baseadas e fundadas na Constituição Federal. Salienta-se que a expressão governo vem sofrendo alterações de conteúdo ao longo dos tempos. A concepção clássica dispunha que governo era sinônimo de Estado, somatória dos três poderes. Atualmente, porém, governo em sentido subjetivo é a cúpula diretiva do Estado responsável pela condução das atividades estatais, ou seja, o conjunto de poderes e órgãos constitucionais, Na acepção objetiva ou material, governo é a atividade diretiva do Estado, confundindo-se com o complexo de suas funções básicas. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – é todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. Não pratica atos de governo, e sim de execução, com maior ou menor autonomia funcional. Conforme a competência dos órgãos e de seus agentes, é o instrumental de que dispõe o Estado para colocar em prática as opções políticas do Governo. Designa o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa, independentemente do poder a que pertençam - seja ao Executivo, Judiciário, Legislativo ou a qualquer outro organismo estatal. Nesse sentido, a expressão deve ser grafada com as primeiras letras maiúsculas. Por sua vez, administração pública (em letra minúscula), embasada no critério material ou objetivo, se confunde com a função administrativa, devendo ser entendida como a atividade administrativa exercida pelo Estado, ou seja, a defesa concreta do interesse público. Nesse caso, não se confunde com a função política de Estado, haja vista o fato de que a administração tem competência executiva e poder de decisão somente na área de suas atribuições, sem a faculdade de fazer opções de natureza política. Dessa forma, a doutrina moderna costuma apontar quatro tarefas precípuas da Administração Pública: a) o exercício do poder de polícia, b) a prestação de serviços públicos, c) a regulação de atividades de interesse público e d) fomento de atividades privadas e o controle da atuação do Estado.
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