Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. LUCAS MARTINS @proflucasmartins (instagram) www.youtube.com/proflucasmartins www.facebook.com/proflucasmartins CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 1. Estado 2. Governo 3. Administração Pública 1. ESTADO 1. ESTADO 1.1. Surgimento do Estado 1.2. Estado Absoluto X Estado de Direito 1.3. Tripartição de Funções 1.4. Elementos do Estado 1.5. Formas de Estado 1.6. Conceito de Estado 1.1. SURGIMENTO DO ESTADO 1.2. ESTADO ABSOLUTO X ESTADO DE DIREITO ESTADO ABSOLUTO ESTADO DE DIREITO Ano: 2021 Banca: Quadrix Órgão: CRESS - SE Prova: Quadrix - 2021 - CRESS - SE - Assistente Administrativo No Estado de direito, prevalecem as normas gerais e abstratas, e não a vontade do governante. Nele, as normas são válidas tanto para a sociedade quanto para a Administração Pública. Ano: 2021 Banca: Quadrix Órgão: CRESS - SE Prova: Quadrix - 2021 - CRESS - SE - Assistente Administrativo No Estado de direito, prevalecem as normas gerais e abstratas, e não a vontade do governante. Nele, as normas são válidas tanto para a sociedade quanto para a Administração Pública. CORRETO (Ano: 2019 Banca: Quadrix Órgão: CRO-GO Prova: Quadrix - 2019 - CRO-GO - Assistente Administrativo) A noção de Estado de direito baseia‐se na regra de que, ao mesmo tempo em que o Estado cria o direito, deve sujeitar‐se a ele. (Ano: 2019 Banca: Quadrix Órgão: CRO-GO Prova: Quadrix - 2019 - CRO-GO - Assistente Administrativo) A noção de Estado de direito baseia‐se na regra de que, ao mesmo tempo em que o Estado cria o direito, deve sujeitar‐se a ele. CORRETO 1.3. TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES 1.3. TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES Função Legislativa Poder Legislativo Estado Legislador Função Jurisdicional Poder Judiciário Estado Juiz Função Executiva (Administrativa) Poder Executivo Estado Administração (Administração Pública) (CESPE/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais/2016) A função administrativa é exclusiva do Poder Executivo, não sendo possível seu exercício pelos outros poderes da República. (CESPE/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais/2016) A função administrativa é exclusiva do Poder Executivo, não sendo possível seu exercício pelos outros poderes da República. ERRADO (CESPE/SEFAZ-ES/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2013/Adaptada) A administração pública confunde-se com o próprio Poder Executivo, haja vista que a este cabe, em vista do princípio da separação dos poderes, a exclusiva função administrativa. (CESPE/SEFAZ-ES/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2013/Adaptada) A administração pública confunde-se com o próprio Poder Executivo, haja vista que a este cabe, em vista do princípio da separação dos poderes, a exclusiva função administrativa. ERRADO 1.3. TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES X TRIPARTIÇÃO DE “PODERES” (Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC- ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia/Adaptada) A tripartição dos Poderes do Estado não gera absoluta divisão de poderes, mas sim distribuição de três funções estatais precípuas, uma vez que o poder estatal é uno e indivisível. (Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC- ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia/Adaptada) A tripartição dos Poderes do Estado não gera absoluta divisão de poderes, mas sim distribuição de três funções estatais precípuas, uma vez que o poder estatal é uno e indivisível. CORRETO 1.3. TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES PODERES DE ESTADO X PODERES ADMINISTRATIVOS (IDECAN/AGU/Técnico em Comunicação Social/2019) Os poderes administrativos, na clássica divisão proposta por Montesquieu, acabam se confundindo com os próprios Poderes do Estado. (IDECAN/AGU/Técnico em Comunicação Social/2019) Os poderes administrativos, na clássica divisão proposta por Montesquieu, acabam se confundindo com os próprios Poderes do Estado. ERRADO 1.3. TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES FUNÇÃO LEGISLATIVA X FUNÇÃO JURISDICIONAL X FUNÇÃO ADMINISTRATIVA 1.3. TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES (Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC- ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia/Adaptada) O Poder Legislativo exerce como função típica a aplicação coativa da lei ao caso específico, estabelecendo regras concretas, sem produzir regras primárias no mundo jurídico. (Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC- ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia/Adaptada) O Poder Legislativo exerce como função típica a aplicação coativa da lei ao caso específico, estabelecendo regras concretas, sem produzir regras primárias no mundo jurídico. ERRADO 1.3. TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES FUNÇÃO POLÍTICA (DE GOVERNO) 1.4. ELEMENTOS DO ESTADO 1.4. ELEMENTOS DO ESTADO a) Povo b) Território c) Governo Soberano o Bem Comum Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE-RO - Analista da Defensoria Pública - Jurídica O Estado é formado pela junção de três elementos originários e indissociáveis, que são A) território, autonomia e Constituição Federal. B) autonomia, povo e governo. C) Constituição Federal, governo e autonomia. D) território, povo e governo. Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE-RO - Analista da Defensoria Pública - Jurídica O Estado é formado pela junção de três elementos originários e indissociáveis, que são A) território, autonomia e Constituição Federal. B) autonomia, povo e governo. C) Constituição Federal, governo e autonomia. D) território, povo e governo. (Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC- ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia/Adaptada) O Estado, segundo grande parte da doutrina, é composto de três elementos originários e indissociáveis, quais sejam: o povo, a legislação interna e o governo soberano. (Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC- ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Polícia/Adaptada) O Estado, segundo grande parte da doutrina, é composto de três elementos originários e indissociáveis, quais sejam: o povo, a legislação interna e o governo soberano. ERRADO 1.5. FORMAS DE ESTADO 1.5. FORMAS DE ESTADO a) Unitário b) Federativo o Brasil 1.5. FORMAS DE ESTADO Art. 1º, CF - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 1.5. FORMAS DE ESTADO Art. 18, CF - A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Ano: 2021 Banca: Quadrix Órgão: CRESS-PB Prova: Quadrix - 2021 - CRESS-PB - Assistente Administrativo Entende-se por Estado Federado, também conhecido por complexo ou composto, o Estado marcado pela centralização política, em que um só poder político, exclusivamente, controla toda a coletividade por todo o território nacional. Ano: 2021 Banca: Quadrix Órgão: CRESS-PB Prova: Quadrix - 2021 - CRESS-PB - Assistente Administrativo Entende-se por Estado Federado, também conhecido por complexo ou composto, o Estado marcado pela centralização política, em que um só poder político, exclusivamente, controla toda a coletividade por todo o território nacional. ERRADO (Ano: 2019 Banca: NC-UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: NC-UFPR - 2019 - ITAIPU BINACIONAL - Profissional de Nível Universitário Jr - Ciências Contábeis/Adaptada) São poderes soberanos e independentes entre si a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. (Ano: 2019 Banca: NC-UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: NC-UFPR - 2019 - ITAIPU BINACIONAL - Profissional de Nível Universitário Jr - Ciências Contábeis/Adaptada) São poderes soberanos e independentes entre si a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.ERRADO 1.6. CONCEITO DE ESTADO 1.6. CONCEITO DE ESTADO Instituição organizada política, social e juridicamente, dotada de personalidade jurídica própria de direito público, submetida às normas estipuladas pela lei máxima, que, no Brasil, é a Constituição Federal, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida interna e externamente. O Estado surge, basicamente, com o objetivo de viabilizar os objetivos da sociedade, estipulados em sua lei maior. 1.6. CONCEITO DE ESTADO Atenção! Atualmente, não se aplica mais a teoria da dupla personalidade ao Estado. O Estado pode atuar no campo do direito público (regra) ou do direito privado (exceção), mas sua personalidade jurídica sempre será de direito público. Ano: 2021 Banca: Quadrix Órgão: CRESS - SE Prova: Quadrix - 2021 - CRESS - SE - Assistente Administrativo – ADAPTADA Ao Estado é permitido atuar somente no direito público, não sendo possível atuar no direito privado, já que é dotado de personalidade jurídica de direito público. Ano: 2021 Banca: Quadrix Órgão: CRESS - SE Prova: Quadrix - 2021 - CRESS - SE - Assistente Administrativo – ADAPTADA Ao Estado é permitido atuar somente no direito público, não sendo possível atuar no direito privado, já que é dotado de personalidade jurídica de direito público. ERRADO Ano: 2021 Banca: Quadrix Órgão: CRESS-PB Prova: Quadrix - 2021 - CRESS-PB - Agente Fiscal O Estado pode atuar, no direito público, como pessoa jurídica de direito público e, no direito privado, como pessoa jurídica de direito privado, uma vez que possui dupla personalidade. Ano: 2021 Banca: Quadrix Órgão: CRESS-PB Prova: Quadrix - 2021 - CRESS-PB - Agente Fiscal O Estado pode atuar, no direito público, como pessoa jurídica de direito público e, no direito privado, como pessoa jurídica de direito privado, uma vez que possui dupla personalidade. ERRADO Ano: 2021 Banca: SELECON Órgão: Câmara de Cuiabá - MT Prova: SELECON - 2021 - Câmara de Cuiabá - MT - Técnico Legislativo O conceito de Estado como pessoa jurídica territorial está relacionado à seguinte afirmativa, quanto à sua atuação: A) limitada ao direito público, mantendo sua personalidade de direito público B) limitada ao direito privado, mantendo sempre sua personalidade de direito público C) tanto no direito público como no direito privado, mantendo sempre sua única personalidade de direito público D) tanto no direito público como no direito privado, mantendo personalidade de direito público ou privado conforme o campo de sua atuação Ano: 2021 Banca: SELECON Órgão: Câmara de Cuiabá - MT Prova: SELECON - 2021 - Câmara de Cuiabá - MT - Técnico Legislativo O conceito de Estado como pessoa jurídica territorial está relacionado à seguinte afirmativa, quanto à sua atuação: A) limitada ao direito público, mantendo sua personalidade de direito público B) limitada ao direito privado, mantendo sempre sua personalidade de direito público C) tanto no direito público como no direito privado, mantendo sempre sua única personalidade de direito público D) tanto no direito público como no direito privado, mantendo personalidade de direito público ou privado conforme o campo de sua atuação (CESPE/TRT8/Analista Judiciário/2016) A respeito dos elementos do Estado, assinale a opção correta. a) Povo, território e governo soberano são elementos indissociáveis do Estado. b) O Estado é um ente despersonalizado. c) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Poder Executivo. d) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencialista ou parlamentarista. e) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são elementos do Estado brasileiro. (CESPE/TRT8/Analista Judiciário/2016) A respeito dos elementos do Estado, assinale a opção correta. a) Povo, território e governo soberano são elementos indissociáveis do Estado. b) O Estado é um ente despersonalizado. c) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Poder Executivo. d) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencialista ou parlamentarista. e) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são elementos do Estado brasileiro. ESTADO X GOVERNO X ADM. PÚBLICA (Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC- ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Assistente Social/Adaptada) Os conceitos de governo e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade eminentemente técnica. (Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC- ES Provas: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Assistente Social/Adaptada) Os conceitos de governo e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade eminentemente técnica. CORRETO (IF-CE/IF-CE/Assistente em Administração/2017/Adaptada) A administração Pública não pratica atos de governo: pratica atos de execução. (IF-CE/IF-CE/Assistente em Administração/2017/Adaptada) A administração Pública não pratica atos de governo: pratica atos de execução. CORRETO 2. GOVERNO 2. GOVERNO 2.1. Governo X Estado 2.2. Conceito de Governo 2.3. Formas de Governo 2.4. Sistemas de Governo 2.5. Função Política 2.1. GOVERNO X ESTADO (CESPE/AE-ES/2013/Adaptada) Atualmente, Estado e governo são considerados sinônimos, visto que, em ambos, prevalece a finalidade do interesse público. (CESPE/AE-ES/2013/Adaptada) Atualmente, Estado e governo são considerados sinônimos, visto que, em ambos, prevalece a finalidade do interesse público. ERRADO 2.2. CONCEITO DE GOVERNO 2.2. CONCEITO DE GOVERNO SENTIDO SUBJETIVO (ORGÂNICO/FORMAL) SENTIDO OBJETIVO (FUNCIONAL/MATERIAL) Conjunto de agentes públicos, órgãos e entidades que exercem função política. É quem exerce a função política. Trata-se da própria atividade política exercida por determinados agentes públicos, órgãos ou entidades. É o que vem a ser função política. (CESPE/MIN/Assistente Técnico Administrativo/2013) Na sua acepção formal, entende-se governo como o conjunto de poderes e órgãos constitucionais. (CESPE/MIN/Assistente Técnico Administrativo/2013) Na sua acepção formal, entende-se governo como o conjunto de poderes e órgãos constitucionais. CORRETO 2.3. FORMAS DE GOVERNO 2.3. FORMAS DE GOVERNO REPÚBLICA MONARQUIA Instituição no poder político mediante eleições periódicas Instituição no poder político mediante a hereditariedade Transitoriedade no poder político Vitaliciedade no poder político Responsabilidade do Governante (Prestação de Contas) Irresponsabilidade do Governante (Não há Prestação de Contas) Forma adotada no Brasil Forma adotada na Inglaterra (CESPE/PC-BA) A eleição periódica dos detentores do poder político e a responsabilidade política do chefe do Poder Executivo são características do princípio republicano. (CESPE/PC-BA) A eleição periódica dos detentores do poder político e a responsabilidade política do chefe do Poder Executivo são características do princípio republicano. CORRETO 2.4. SISTEMAS DE GOVERNO 2.4. SISTEMAS DE GOVERNO PRESIDENCIALISMO PARLAMENTARISMO Maior independência entre os poderes Menor independência entre os poderes A figura do Chefe de Governo se confunde com a do Chefe de Estado (Chefe do Poder Executivo) A figura do Chefe de Estado (Chefe do Poder Executivo) não se confunde com a do Chefe de Governo (Primeiro Ministro) Sistema adotado no Brasil Sistema adotado na França (CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário/2015/Adaptada) No Brasil, vigora um sistema de governo em que as funções de chefe de Estado e de chefe de governo não são concentradas na pessoa do chefe do Poder Executivo. (CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário/2015/Adaptada) No Brasil, vigora um sistema de governo em que as funções de chefe de Estado e de chefe de governo não são concentradas na pessoa do chefe do Poder Executivo. ERRADO2.5. FUNÇÃO POLÍTICA 2.5. FUNÇÃO POLÍTICA Está ligada à elaboração de políticas públicas. (VUNESP/SP-URBANISMO/Analista Administrativo/2014) “Atividade de ordem superior referida à direção suprema e geral do Estado em seu conjunto e em sua unidade, dirigida a determinar os fins da ação do Estado, a assinalar as diretrizes para as outras funções, buscando a unidade da soberania estatal” (Renato Alessi). A definição transcrita, no âmbito do direito administrativo, corresponde ao conceito de função a) jurisdicional. b) legislativa c) executiva. d) administrativa e) política. (VUNESP/SP-URBANISMO/Analista Administrativo/2014) “Atividade de ordem superior referida à direção suprema e geral do Estado em seu conjunto e em sua unidade, dirigida a determinar os fins da ação do Estado, a assinalar as diretrizes para as outras funções, buscando a unidade da soberania estatal” (Renato Alessi). A definição transcrita, no âmbito do direito administrativo, corresponde ao conceito de função a) jurisdicional. b) legislativa c) executiva. d) administrativa e) política. 3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 3.1. Administração Pública X Governo X Estado 3.2. Administração Pública X Poder Executivo 3.3. Conceito de Administração Pública 3.4. Função Administrativa 3.5. Tarefas Precípuas da Administração 3.1. ADM. PÚBLICA X GOVERNO X ESTADO 3.2. ADM. PÚBLICA X PODER EXECUTIVO 3.3. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO 3.3. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO SENTIDO SUBJETIVO (ORGÂNICO/FORMAL) SENTIDO OBJETIVO (FUNCIONAL/MATERIAL) Conjunto de agentes públicos, órgãos e entidades que exercem função administrativa. É quem exerce a função administrativa. Trata-se da própria atividade administrativa exercida por determinados agentes públicos, órgãos ou entidades. É o que vem a ser função administrativa. Banca: FGV Órgão: TJ-AM Prova: - TJ-AM - Analista Judiciário - Direito Com relação ao sentido da expressão Administração Pública, analise as afirmativas a seguir. I. Administração Pública, em sentido formal, relaciona-se à pessoa que executa atividades da administração. II. Administração Pública, em sentido material, relaciona-se à atividade administrativa desempenhada pelo Estado. III. Administração Pública, em sentido subjetivo, relaciona-se às pessoas jurídicas que executam a Administração Pública em sentido objetivo, às atividades de execução desempenhadas pelo Estado. Assinale: A) se somente a afirmativa I estiver correta. B) se somente a afirmativa III estiver correta. C) se somente as afirmativas I e a III estiverem corretas. D) se somente as afirmativas II e a III estiverem corretas E) se todas as afirmativas estiverem corretas Banca: FGV Órgão: TJ-AM Prova: - TJ-AM - Analista Judiciário - Direito Com relação ao sentido da expressão Administração Pública, analise as afirmativas a seguir. I. Administração Pública, em sentido formal, relaciona-se à pessoa que executa atividades da administração. II. Administração Pública, em sentido material, relaciona-se à atividade administrativa desempenhada pelo Estado. III. Administração Pública, em sentido subjetivo, relaciona-se às pessoas jurídicas que executam a Administração Pública em sentido objetivo, às atividades de execução desempenhadas pelo Estado. Assinale: A) se somente a afirmativa I estiver correta. B) se somente a afirmativa III estiver correta. C) se somente as afirmativas I e a III estiverem corretas. D) se somente as afirmativas II e a III estiverem corretas E) se todas as afirmativas estiverem corretas (Ano: 2019 Banca: IESES Órgão: TJ-SC Prova: IESES - 2019 - TJ-SC - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento - Adaptada) A Administração Pública em sentido subjetivo encerra o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que executam as funções administrativas estatais. (Ano: 2019 Banca: IESES Órgão: TJ-SC Prova: IESES - 2019 - TJ-SC - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento - Adaptada) A Administração Pública em sentido subjetivo encerra o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que executam as funções administrativas estatais. CORRETO (CESPE/TRF1/Oficial de Justiça Avaliador/2017) O conceito de administração pública, em seu aspecto orgânico, designa a própria função administrativa que é exercida pelo Poder Executivo. (CESPE/TRF1/Oficial de Justiça Avaliador/2017) O conceito de administração pública, em seu aspecto orgânico, designa a própria função administrativa que é exercida pelo Poder Executivo. ERRADO 3.3. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO SENTIDO ESTRITO SENTIDO AMPLO Restringe-se ao conjunto de agentes, órgãos e entidades que exercem a função administrativa. Não engloba a função política. Engloba a função (1) administrativa e a função (2) política. Não haveria distinção entre Administração Pública e Governo, já que aquela exerceria ambas as funções. (CESPE/TRE-MT/Analista Judiciário/2015/Adaptada) A administração pública em sentido estrito abrange os órgãos governamentais, encarregados de traçar políticas públicas, bem como os órgãos administrativos, aos quais cabe executar os planos governamentais. (CESPE/TRE-MT/Analista Judiciário/2015/Adaptada) A administração pública em sentido estrito abrange os órgãos governamentais, encarregados de traçar políticas públicas, bem como os órgãos administrativos, aos quais cabe executar os planos governamentais. ERRADO Banca: FGV Órgão: SEGEP-MA Prova: FGV - SEGEP-MA - Agente Penitenciário A doutrina administrativista aponta a existência de uma diferença entre a função de governo e a função administrativa. Diante dessa diferenciação, analise as afirmativas a seguir. I. As funções de governo estão mais próximas ao objeto do direito constitucional, enquanto a função administrativa é objeto do direito administrativo. II. A função de governo tem como um de seus objetivos estabelecer diretrizes políticas, enquanto a função administrativa se volta para a tarefa de executar essas diretrizes. III. A expressão administração pública, quando tomada em sentido amplo, engloba as funções administrativas e as funções de governo. Assinale: A) se todas as afirmativas estiverem corretas. B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretos. C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretos. D) se somente a afirmativa II estiver correta. E) se somente a afirmativa III estiver correta. Banca: FGV Órgão: SEGEP-MA Prova: FGV - SEGEP-MA - Agente Penitenciário A doutrina administrativista aponta a existência de uma diferença entre a função de governo e a função administrativa. Diante dessa diferenciação, analise as afirmativas a seguir. I. As funções de governo estão mais próximas ao objeto do direito constitucional, enquanto a função administrativa é objeto do direito administrativo. II. A função de governo tem como um de seus objetivos estabelecer diretrizes políticas, enquanto a função administrativa se volta para a tarefa de executar essas diretrizes. III. A expressão administração pública, quando tomada em sentido amplo, engloba as funções administrativas e as funções de governo. Assinale: A) se todas as afirmativas estiverem corretas. B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretos. C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretos. D) se somente a afirmativa II estiver correta. E) se somente a afirmativa III estiver correta. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Provas: FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Técnico Legislativo - Técnico de Enfermagem O termo Administração pública comporta diversos sentidos, a depender do critério adotado para sua conceituação. Pode-se definir Administração pública em sentido amplo e em sentido estrito. Deixando-se de lado a Administração pública em sentido amplo, é possível conceituar Administração pública a partir de dois critérios, o subjetivo e o objetivo, que compreendem A) os órgãos governamentais e os órgãos administrativos,como a função política e a administrativa propriamente dita. B) os órgãos governamentais e a função política, em especial a partir da judicialização das políticas públicas, ocorrida pelo aumento em extensão e profundidade do controle judicial do ato administrativo. C) as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que exercem função administrativa, excluindo-se as pessoas jurídicas que compõem a administração indireta sujeitas a regime jurídico de direito privado. D) as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa e a atividade administrativa por eles exercida, ou seja, a função administrativa propriamente dita. E) as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa e a função administrativa exercida pelo Poder Executivo, excluindo-se as atividades da mesma natureza exercida pelos demais Poderes. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Provas: FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Técnico Legislativo - Técnico de Enfermagem O termo Administração pública comporta diversos sentidos, a depender do critério adotado para sua conceituação. Pode-se definir Administração pública em sentido amplo e em sentido estrito. Deixando-se de lado a Administração pública em sentido amplo, é possível conceituar Administração pública a partir de dois critérios, o subjetivo e o objetivo, que compreendem A) os órgãos governamentais e os órgãos administrativos, como a função política e a administrativa propriamente dita. B) os órgãos governamentais e a função política, em especial a partir da judicialização das políticas públicas, ocorrida pelo aumento em extensão e profundidade do controle judicial do ato administrativo. C) as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que exercem função administrativa, excluindo-se as pessoas jurídicas que compõem a administração indireta sujeitas a regime jurídico de direito privado. D) as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa e a atividade administrativa por eles exercida, ou seja, a função administrativa propriamente dita. E) as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa e a função administrativa exercida pelo Poder Executivo, excluindo-se as atividades da mesma natureza exercida pelos demais Poderes. 3.3. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO INTROVERSA ADMINISTRAÇÃO EXTROVERSA Está relacionada às relações entre a Administração Pública e seus próprios agentes públicos. Está relacionada às relações entre a Administração Pública e os administrados (particulares). (FUNDATEC/AL-RS/Procurador/2018) NÃO é característica da administração pública extroversa: a) O fomento econômico. b) A intervenção na propriedade privada. c) O exercício do poder de polícia administrativa. d) A prestação dos serviços públicos. e) A gestão de pessoal. (FUNDATEC/AL-RS/Procurador/2018) NÃO é característica da administração pública extroversa: a) O fomento econômico. b) A intervenção na propriedade privada. c) O exercício do poder de polícia administrativa. d) A prestação dos serviços públicos. e) A gestão de pessoal. 3.3. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL Modelo adotado antes da EC 19/98, onde a Administração Pública era mais focada em processos. Modelo adotado a partir da EC 19/98, onde a Administração Pública passou a ser mais focada nos resultados. (IBADE/PC-AC/Delegado de Polícia Civil/2017/Adaptada) A Administração Pública Gerencial, também denominada de racional, tem como uma de suas características marcantes o acentuado controle sobre processos, tendo o concurso público, a licitação, a desapropriação e o processo administrativo disciplinar como alguns de seus institutos ícones. (IBADE/PC-AC/Delegado de Polícia Civil/2017/Adaptada) A Administração Pública Gerencial, também denominada de racional, tem como uma de suas características marcantes o acentuado controle sobre processos, tendo o concurso público, a licitação, a desapropriação e o processo administrativo disciplinar como alguns de seus institutos ícones. ERRADO 3.4. FUNÇÃO ADMINISTRATIVA 3.4. FUNÇÃO ADMINISTRATIVA Está ligada à execução de políticas públicas. 3.5. TAREFAS PRECÍPUAS DA ADMINISTRAÇÃO 3.5. TAREFAS PRECÍPUAS DA ADMINISTRAÇÃO a) Prestação de serviços públicos b) Exercício do poder de polícia c) Atividade de fomento d) Intervenção administrativa *na ordem econômica *na propriedade privada (CESPE/TCE-MG/Analista de Controle Externo/2018) As tarefas precípuas da administração pública incluem a) a prestação de serviços públicos e a fiscalização contábil. b) a realização de atividades de fomento e a prestação de serviços públicos. c) a rejeição normativa e a aprovação orçamentária. d) o incentivo setorial e a solução de conflitos normativos. e) o exercício do poder jurisdicional e do poder de polícia. (CESPE/TCE-MG/Analista de Controle Externo/2018) As tarefas precípuas da administração pública incluem a) a prestação de serviços públicos e a fiscalização contábil. b) a realização de atividades de fomento e a prestação de serviços públicos. c) a rejeição normativa e a aprovação orçamentária. d) o incentivo setorial e a solução de conflitos normativos. e) o exercício do poder jurisdicional e do poder de polícia. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 1. Estado 2. Governo 3. Administração Pública CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 1. Estado 1.1. Surgimento do Estado 1.2. Estado Absoluto X Estado de Direito 1.3. Tripartição de Funções 1.4. Elementos do Estado 1.5. Formas de Estado 1.6. Conceito CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 2. Governo 2.1. Estado X Governo 2.2. Conceito de Governo 2.3. Formas de Governo 2.4. Sistemas de Governo 2.5. Função Política CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 3. Administração Pública 3.1. Estado X Governo X Administração Pública 3.2. Administração Pública X Poder Executivo 3.3. Conceito de Administração Pública 3.4. Função Administrativa 3.5. Tarefas Precípuas da Administração DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. LUCAS MARTINS @proflucasmartins (instagram) www.youtube.com/proflucasmartins www.facebook.com/proflucasmartins DIREITO ADMINISTRATIVO VIDEOAULA PROF. LUCAS MARTINS ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA www.acasadoconcurseiro.com.br http://www.acasadoconcurseiro.com.br DIREITO ADMINISTRATIVO 3 DIREITO ADMINISTRATIVO CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES PROFESSOR LUCAS MARTINS Advogado e consultor jurídico. Graduado pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Pós- graduado em Direito Processual Civil pela Universidade Cândido Mendes – UNICAM/RJ - em convênio com o Curso Ênfase. Pós-graduando em Direito Administrativo pela Estácio de Sá em convênio com o Complexo de Ensino Renato Saraiva – CERS. Professor de diversos cursos preparatórios para concursos públicos, Exame da Ordem e pós-graduação. CONTATO INSTAGRAM: @proflucasmartins FACEBOOK: facebook.com/proflucasmartins YOUTUBE: youtube.com/lucasmartinspessoa CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 1. Estado, governo e Administração Pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES Para uma boa compreensão do direito administrativo e de seus institutos, deve-se, antes, compreender o que vem a ser Administração Pública. Entretanto, para a compreensão desta, primeiramente, deve-se ter uma noção de dois conceitos que com ela se relacionam, mas não se confundem: Estado e Governo. Trata-se, portanto, de tema introdutório ao estudo do direito administrativo que, quando exigido nos editais, costuma ser cobrado em prova. 1. ESTADO Na ciência jurídica, o estudo do Estado fica mais a cargo do Direito Constitucional, sobretudo quando do estudo da organização político-administrativa do Estado. Aqui, iremos trazer apenas pontos centrais, que costumam aparecer nos editais e que são essenciais para a compreensãodo Governo e, por fim, da Administração Pública. O tema pode ser dividido da seguinte forma: 1.1. Surgimento do Estado 1.2. Estado Absoluto X Estado de Direito 1.3. Tripartição de Funções 1.4. Elementos do Estado 1.5. Formas de Estado 1.6. Conceito de Estado 1.1. SURGIMENTO DO ESTADO O Estado é instituição que surge com o intuito de garantir o interesse coletivo, isto é, o bem comum. Para isso, se coloca acima do povo (soberania) e vem a exercer três funções básicas: a) função legislativa; b) função jurisdicional; c) função executiva. A ideia de Estado está associada 4 à ideia de “vida em sociedade”, na medida em que o Estado surge como instituição capaz de garantir a vida harmônica e pacífica entre as pessoas que compõem seu corpo social. 1.2. ESTADO ABSOLUTO X ESTADO DE DIREITO Os primeiros Estados a surgirem na história ficaram conhecidos como “Estados Absolutos”, “Estados Absolutistas” ou, ainda, “Monarquias Absolutistas”. Essas designações fazem sentido, na medida em que os primeiros modelos de Estado a surgirem eram marcados pela ausência de limites à atuação dos governantes da época. Eram estados ilimitados, basicamente, por três fatores: CARACTERÍSTICAS DO ESTADO ABSOLUTO Ausência de subordinação à Lei Na época do Estado Absoluto, tínhamos a edição de normas impostas apenas ao povo, mas não ao próprio Estado. O Estado não estava subordinado a qualquer norma jurídica. É dizer, a atuação estatal não era subordinada à Lei. Por essa razão, a pretexto de garantir o interesse coletivo, os Governantes da época “podiam fazer tudo que queriam”, e não apenas aquilo que fosse autorizado por lei. Ausência de responsabilidade pelos atos praticados Na época do Estado Absoluto, o Estado não respondia por seus atos. É dizer, caso algum agente estatal causasse um dano a alguém, este jamais seria indenizado por isso, na medida em que, na época, não havia responsabilidade civil do Estado. Funções essenciais concentradas na figura do governante Na época do Estado Absoluto, as três funções essenciais do Estado eram concentradas “nas mãos” do Governante. É dizer, tínhamos uma mesma pessoa legislando, julgando e executando. Não havia uma distribuição dessas funções em três estruturas distintas. Por essas características, o resultado foi um Estado ilimitado na sua atuação, que cada vez mais se tornava arbitrário e abusivo. Os governantes começavam a atuar cada vez mais em prol de seus interesses particulares e cada vez menos em prol do interesse coletivo. Em razão disso, o povo foi ficando cada vez mais revoltado com os arbítrios cometidos, até que veio a se rebelar (revoluções liberais). Dentre tais rebeliões, a mais conhecida foi a Revolução Francesa, que ocorreu na segunda metade do Século XVIII. Com isso, o povo toma o poder e vem a instituir um novo modelo de Estado, agora mais limitado que o Estado Absoluto: tratava-se do denominado Estado de Direito, modelo este adotado até os dias de hoje, como se depreende do art. 1º de nossa atual Constituição Federal, veja: Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Com o surgimento do Estado de Direito, passou-se a ter um Estado que institui o direito (isto é, cria as normas jurídicas, as leis), mas a ele também é subordinado (assim como seu povo). A partir disso, a atuação estatal passou a ser limitada à norma jurídica. Se no Estado Absoluto, os DIREITO ADMINISTRATIVO | LUCAS MARTINS 5 à ideia de “vida em sociedade”, na medida em que o Estado surge como instituição capaz de garantir a vida harmônica e pacífica entre as pessoas que compõem seu corpo social. 1.2. ESTADO ABSOLUTO X ESTADO DE DIREITO Os primeiros Estados a surgirem na história ficaram conhecidos como “Estados Absolutos”, “Estados Absolutistas” ou, ainda, “Monarquias Absolutistas”. Essas designações fazem sentido, na medida em que os primeiros modelos de Estado a surgirem eram marcados pela ausência de limites à atuação dos governantes da época. Eram estados ilimitados, basicamente, por três fatores: CARACTERÍSTICAS DO ESTADO ABSOLUTO Ausência de subordinação à Lei Na época do Estado Absoluto, tínhamos a edição de normas impostas apenas ao povo, mas não ao próprio Estado. O Estado não estava subordinado a qualquer norma jurídica. É dizer, a atuação estatal não era subordinada à Lei. Por essa razão, a pretexto de garantir o interesse coletivo, os Governantes da época “podiam fazer tudo que queriam”, e não apenas aquilo que fosse autorizado por lei. Ausência de responsabilidade pelos atos praticados Na época do Estado Absoluto, o Estado não respondia por seus atos. É dizer, caso algum agente estatal causasse um dano a alguém, este jamais seria indenizado por isso, na medida em que, na época, não havia responsabilidade civil do Estado. Funções essenciais concentradas na figura do governante Na época do Estado Absoluto, as três funções essenciais do Estado eram concentradas “nas mãos” do Governante. É dizer, tínhamos uma mesma pessoa legislando, julgando e executando. Não havia uma distribuição dessas funções em três estruturas distintas. Por essas características, o resultado foi um Estado ilimitado na sua atuação, que cada vez mais se tornava arbitrário e abusivo. Os governantes começavam a atuar cada vez mais em prol de seus interesses particulares e cada vez menos em prol do interesse coletivo. Em razão disso, o povo foi ficando cada vez mais revoltado com os arbítrios cometidos, até que veio a se rebelar (revoluções liberais). Dentre tais rebeliões, a mais conhecida foi a Revolução Francesa, que ocorreu na segunda metade do Século XVIII. Com isso, o povo toma o poder e vem a instituir um novo modelo de Estado, agora mais limitado que o Estado Absoluto: tratava-se do denominado Estado de Direito, modelo este adotado até os dias de hoje, como se depreende do art. 1º de nossa atual Constituição Federal, veja: Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Com o surgimento do Estado de Direito, passou-se a ter um Estado que institui o direito (isto é, cria as normas jurídicas, as leis), mas a ele também é subordinado (assim como seu povo). A partir disso, a atuação estatal passou a ser limitada à norma jurídica. Se no Estado Absoluto, os governantes podiam fazer tudo que queriam, no Estado de direito apenas o que norma jurídica permitir. Se o Estado nasce para atuar em prol do povo, ninguém melhor que o próprio povo para definir o que o Estado pode ou não fazer. Isso passou a ser possível, na medida em que são os representantes do povo quem produzem as leis, isto é, indiretamente é o próprio povo legislando. Se o Estado passou a ser subordinado às leis, passou a ser subordinado, ainda que indiretamente, à vontade popular (soberania popular). Além disso, com o Estado de direito, o Estado começa a responder por seus atos (responsabilidade civil do Estado) e passa a ter suas funções essenciais partilhadas em três estruturas distintas: a) Poder Legislativo; b) Poder Judiciário; c) Poder Executivo. Dessa forma, fazendo um paralelo entre os dois modelos temos o seguinte: ESTADO ABSOLUTO ESTADO DE DIREITO Não subordinação à Lei Subordinação à Lei Irresponsabilidade Responsabilidade Funções Essenciais Concentradas Funções Essenciais Tripartidas Dessa forma, perceba que as trêsprincipais características do denominado Estado de Direito se contrapõem ao Estado Absoluto e aparecem como forma de limitar à atuação estatal, no intuito de se evitar os arbítrios cometidos na época deste primeiro modelo de Estado. 1.3. TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES Um dos marcos do Estado de direito, como visto, é justamente a tripartição das funções essenciais em “poderes” distintos, que ganhou força com a doutrina de Montesquieu, como forma de se evitar a concentração do poder e, por conseguinte, arbitrariedades na condução do Estado. A referida teoria fora adotada no Brasil, na medida em que o art. 2º da Constituição Federal define o funcionamento de três poderes harmônicos e independentes entre si, quais sejam: Legislativo, Executivo e Judiciário1. Apesar de, no Estado de Direito, suas três funções serem exercidas por estruturas distintas, são três estruturas distintas, mas que integram um mesmo Estado. Dessa forma, quando o Estado exerce qualquer das suas três funções é o “mesmo Estado” atuando, embora por estruturas diversas. Por essa razão, o Estado ao atuar no exercício de cada função receberá uma denominação diferente como se observa do quadro a seguir. FUNÇÃO Tipicamente conferida ao... O Estado no seu desempenho é denominado... Função legislativa PODER LEGISLATIVO Estado Legislador Função jurisdicional PODER JUDICIÁRIO Estado Juiz Função executiva (Função administrativa) PODER EXECUTIVO Estado Administração (Administração Pública) 1 Art. 2º, CF. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 6 FUNÇÕES TÍPICAS Cada um dos Poderes do Estado tem sua atividade principal, quais sejam: FUNÇÃO LEGISLATIVA FUNÇÃO JURISDICIONAL FUNÇÃO EXECUTIVA Função de legislar, isto é, inovar no ordenamento jurídico. Trata-se de função conferida tipicamente ao Poder Legislativo. Função de julgar com definitividade, resolvendo conflitos de interesses sempre mediante provocação do interessado. Trata-se de função tipicamente conferida ao Poder Judiciário. Função de implementar, de ofício, o que determina a lei atendendo às necessidades da população. Também chamada de função administrativa é tipicamente conferida ao Poder Executivo. FUNÇÃO LEGISLATIVA X FUNÇÃO JURISDICIONAL X FUNÇÃO ADMINISTRATIVA Diferente do Poder Judiciário, que aplica a lei apenas quando provocado (atuação indireta), o Poder Executivo deve aplica-la ainda que de ofício (atuação direta). Além disso, diferente do Poder Legislativo, que, pela produção legislativa, busca os objetivos do Estado de forma abstrata, o Poder Executivo o faz de forma concreta, detalhando e executando o que está no plano abstrato, isto é, na lei. FUNÇÃO POLÍTICA (DE GOVERNO) Celso Antônio Bandeira de Mello prevê, ainda, esta quarta função estatal que não se confunde com nenhuma das três acima mencionadas. Essa atuação do Estado não se dá mediante ato administrativo, mas por ato de natureza política, tais como: sanção e veto de lei; declaração de guerra; decretação de estado de calamidade pública, etc. FUNÇÕES ATÍPICAS Cada poder, como visto, possui sua função típica. Entretanto, a Constituição Federal autoriza que, em algumas circunstâncias (por isso é medida excepcional), um determinado poder estatal venha a exercer a funções de outro. Quando isso ocorre, diz-se que o referido poder está exercendo uma função atípica. É o que ocorre, por exemplo, quando o Poder Legislativo Federal, por meio do Senado Federal, vem a julgar com definitividade o Presidente da República, exercendo uma função que não lhe é típica, mas sim do Poder Judiciário (função jurisdicional). No mesmo sentido, quando o Poder Legislativo realiza uma licitação ele não está exercendo sua função típica (legislativa), mas sim uma função administrativa, tipicamente conferida ao Poder Executivo. Isso ocorre, como forma de garantir a harmonia entre os poderes e decorre da teoria dos freios e contrapesos (checks and ballances). Nesse sentido, é correto afirmar que a separação de poderes NÃO tem caráter absoluto. TRIPARTIÇÃO DE “PODERES” X TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES Tecnicamente, a expressão tripartição de poderes não é adequada, mas sim de funções, na medida em que o poder é único e indivisível, isto é, o Estado é um só: República Federativa do Brasil. Apesar da referida crítica doutrinária, na maioria dos casos, ambas as expressões acabam aparecendo em provas como expressões sinônimas2. 2 Nesse sentido, inclusive, a banca CESPE considerou como CORRETO, no concurso para provimento de cargo de analista técnico da DPU, realizado em 2016, a seguinte assertiva: “A repartição do poder estatal em funções — legislativa, executiva e jurisdicional — não descaracteriza a sua unicidade e indivisibilidade”. DIREITO ADMINISTRATIVO | LUCAS MARTINS 7 FUNÇÕES TÍPICAS Cada um dos Poderes do Estado tem sua atividade principal, quais sejam: FUNÇÃO LEGISLATIVA FUNÇÃO JURISDICIONAL FUNÇÃO EXECUTIVA Função de legislar, isto é, inovar no ordenamento jurídico. Trata-se de função conferida tipicamente ao Poder Legislativo. Função de julgar com definitividade, resolvendo conflitos de interesses sempre mediante provocação do interessado. Trata-se de função tipicamente conferida ao Poder Judiciário. Função de implementar, de ofício, o que determina a lei atendendo às necessidades da população. Também chamada de função administrativa é tipicamente conferida ao Poder Executivo. FUNÇÃO LEGISLATIVA X FUNÇÃO JURISDICIONAL X FUNÇÃO ADMINISTRATIVA Diferente do Poder Judiciário, que aplica a lei apenas quando provocado (atuação indireta), o Poder Executivo deve aplica-la ainda que de ofício (atuação direta). Além disso, diferente do Poder Legislativo, que, pela produção legislativa, busca os objetivos do Estado de forma abstrata, o Poder Executivo o faz de forma concreta, detalhando e executando o que está no plano abstrato, isto é, na lei. FUNÇÃO POLÍTICA (DE GOVERNO) Celso Antônio Bandeira de Mello prevê, ainda, esta quarta função estatal que não se confunde com nenhuma das três acima mencionadas. Essa atuação do Estado não se dá mediante ato administrativo, mas por ato de natureza política, tais como: sanção e veto de lei; declaração de guerra; decretação de estado de calamidade pública, etc. FUNÇÕES ATÍPICAS Cada poder, como visto, possui sua função típica. Entretanto, a Constituição Federal autoriza que, em algumas circunstâncias (por isso é medida excepcional), um determinado poder estatal venha a exercer a funções de outro. Quando isso ocorre, diz-se que o referido poder está exercendo uma função atípica. É o que ocorre, por exemplo, quando o Poder Legislativo Federal, por meio do Senado Federal, vem a julgar com definitividade o Presidente da República, exercendo uma função que não lhe é típica, mas sim do Poder Judiciário (função jurisdicional). No mesmo sentido, quando o Poder Legislativo realiza uma licitação ele não está exercendo sua função típica (legislativa), mas sim uma função administrativa, tipicamente conferida ao Poder Executivo. Isso ocorre, como forma de garantir a harmonia entre os poderes e decorre da teoria dos freios e contrapesos (checks and ballances). Nesse sentido, é correto afirmar que a separação de poderes NÃO tem caráter absoluto. TRIPARTIÇÃO DE “PODERES” X TRIPARTIÇÃO DE FUNÇÕES Tecnicamente, a expressão tripartição de poderes não é adequada, mas sim de funções, na medida em que o poder é único e indivisível, isto é, o Estado é um só: República Federativa do Brasil. Apesar da referida crítica doutrinária, na maioria dos casos, ambas as expressões acabam aparecendo em provas como expressões sinônimas2. 2 Nesse sentido, inclusive, a banca CESPE considerou como CORRETO, no concurso para provimento de cargo de analista técnico da DPU, realizado em 2016, a seguinte assertiva: “A repartição do poder estatal em funções —legislativa, executiva e jurisdicional — não descaracteriza a sua unicidade e indivisibilidade”. PODERES DO ESTADO X PODERES ADMINISTRATIVOS Os poderes do Estado são poderes estruturais e organizacionais que não devem se confundir com os poderes administrativos, que, por sua vez, são instrumentais, isto é, prerrogativas concedidas ao Estado-Administração para que ele consiga atingir seus fins. Os poderes administrativos estão afetos ao direito administrativo, enquanto os poderes de Estado ao direito constitucional. 1.4. ELEMENTOS DO ESTADO Não há estado sem um povo situado em um determinado território e regido por um Governo Soberano. Por essa razão, para que haja Estado, é indispensável, imprescindível, elementar que haja um povo, um território e um governo soberano. Veja a descrição para cada um desses elementos. POVO TERRITÓRIO GOVERNO SOBERANO Trata-se do elemento humano. É o conjunto de pessoas naturais, vinculadas juridicamente a um ente estatal por meio da nacionalidade (vínculo político-jurídico). Não se confunde com população (conceito demográfico). Trata-se do elemento material. É o espaço físico dentro do qual o Estado exerce sua soberania. Trata-se do elemento político. Este terceiro elemento também pode aparecer como soberania, indicando, no aspecto interno, a supremacia do Estado, na medida em que não há nenhum outro poder que a ele se sobreponha. No aspecto externo, significa a igualdade frente aos demais Estados. BEM COMUM Para alguns autores, há ainda um quarto elemento formador do Estado, qual seja o elemento teleológico ou finalístico. É dizer, quando se pensa na figura do Estado deve-se perguntar: o que se objetiva com a criação do Estado? Qual a finalidade deste ente? A resposta é a busca pelo bem comum, isto é, pela vida harmônica daquele povo que vive naquele território. Eis o elemento finalístico do Estado. 1.5. FORMAS DE ESTADO O conceito de Estado possui relação com o modo de exercício do poder político em função do território. Nesse sentido, o poder político poderá ser exercido de forma concentrada ou regionalizada. A referida regionalização ou não do poder político de um determinado Estado é utilizada para diferenciar as duas formas de Estado, quais sejam: ESTADO UNITÁRIO ESTADO FEDERATIVO O poder político é centralizado em uma única entidade governamental. Geralmente é forma de Estado adotada em Estados de pequena dimensão territorial (muitos Estados europeus, de pequena dimensão, adotam a forma unitária). O poder político é regionalizado em mais de uma entidade governamental. Geralmente é forma de Estado adotada em Estados de grande dimensão territorial (o Brasil adota a forma federativa). 8 FORMA DE ESTADO BRASILEIRO Trata-se de um Estado Federativo. Dessa forma, na República Federativa do Brasil temos não um único ente com autonomia política3, mas vários: União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios4. Exatamente por serem entes com autonomia política os referidos entes são denominados entes políticos. Exatamente por fazerem parte de um Estado Federativo também podem aparecer com o nome de entes federativos. 1.6. CONCEITO DE ESTADO Trata-se de instituição organizada política, social e juridicamente, dotada de personalidade jurídica própria de direito público, submetida às normas estipuladas pela lei máxima, que, no Brasil, é a Constituição Federal, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida interna e externamente. O Estado surge, basicamente, com o objetivo de viabilizar os objetivos da sociedade, estipulados em sua lei maior. ATUAÇÃO NO DIREITO PÚBLICO E NO DIREITO PRIVADO O Estado pode atuar tanto no direito público como no privado, entretanto sempre ostentará a qualidade de pessoa jurídica de direito público. Isso nem sempre foi assim, pois antigamente sustentava-se a teoria da dupla personalidade do Estado, isto é, este ostentaria a qualidade de pessoa jurídica de direito público quando atuasse no direito público (como ente soberano) e de pessoa jurídica de direito privado quando atuasse no direito privado (em igualdade com os particulares). Dessa forma, a teoria da dupla personalidade do Estado encontra-se superada. 2. GOVERNO 2.1. Governo X Estado 2.2. Conceito de Governo 2.3. Formas de Governo 2.4. Sistemas de Governo 2.5. Função Política 2.1. GOVERNO X ESTADO Institutos que não se confundem, pois, como visto, governo é apenas um dos três elementos que compõe o Estado. O Estado existe para alcançar o bem comum de seu povo. Para isso traça na própria Constituição alguns objetivos a serem perseguidos5. Entretanto, a Constituição não diz qual o “caminho a ser percorrido”, isto é, não define o que deve ser feito para que o Estado 3 Atualmente, entende-se que a denominada autonomia política compreende quatro características, quais sejam: a) auto-organização (elaboração de suas constituições estaduais – Estados - bem como de suas leis orgânicas – municípios e distrito federal); b) autolegislação (elaboração de suas próprias leis); c) autoadministração (poder para exercer suas atribuições de natureza administrativa, tributária e orçamentária); d) autogorverno (poder para eleger seus próprios governantes). 4 Art. 18, CF. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 5 Art. 3º, CF. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. DIREITO ADMINISTRATIVO | LUCAS MARTINS 9 FORMA DE ESTADO BRASILEIRO Trata-se de um Estado Federativo. Dessa forma, na República Federativa do Brasil temos não um único ente com autonomia política3, mas vários: União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios4. Exatamente por serem entes com autonomia política os referidos entes são denominados entes políticos. Exatamente por fazerem parte de um Estado Federativo também podem aparecer com o nome de entes federativos. 1.6. CONCEITO DE ESTADO Trata-se de instituição organizada política, social e juridicamente, dotada de personalidade jurídica própria de direito público, submetida às normas estipuladas pela lei máxima, que, no Brasil, é a Constituição Federal, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida interna e externamente. O Estado surge, basicamente, com o objetivo de viabilizar os objetivos da sociedade, estipulados em sua lei maior. ATUAÇÃO NO DIREITO PÚBLICO E NO DIREITO PRIVADO O Estado pode atuar tanto no direito público como no privado, entretanto sempre ostentará a qualidade de pessoa jurídica de direito público. Isso nem sempre foi assim, pois antigamente sustentava-se a teoria da dupla personalidade do Estado, isto é, este ostentaria a qualidade de pessoa jurídica de direito público quando atuasse no direito público (como ente soberano) e de pessoa jurídica de direito privado quando atuasse no direito privado (em igualdade com os particulares). Dessa forma, a teoria da dupla personalidade do Estado encontra-se superada. 2. GOVERNO 2.1. Governo X Estado 2.2. Conceito de Governo 2.3. Formas de Governo 2.4. Sistemas de Governo 2.5. Função Política 2.1. GOVERNO X ESTADO Institutos que não se confundem, pois, como visto, governo é apenas um dos três elementos que compõe o Estado. O Estado existe para alcançar o bem comum de seu povo. Para isso traça na própria Constituição alguns objetivos a serem perseguidos5. Entretanto, a Constituição não diz qual o “caminho a ser percorrido”, isto é, não define o que deveser feito para que o Estado 3 Atualmente, entende-se que a denominada autonomia política compreende quatro características, quais sejam: a) auto-organização (elaboração de suas constituições estaduais – Estados - bem como de suas leis orgânicas – municípios e distrito federal); b) autolegislação (elaboração de suas próprias leis); c) autoadministração (poder para exercer suas atribuições de natureza administrativa, tributária e orçamentária); d) autogorverno (poder para eleger seus próprios governantes). 4 Art. 18, CF. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 5 Art. 3º, CF. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. alcance seus objetivos e, com isso, garanta o bem estar de seu povo. A quem incumbe esse papel? Ao Governo. É exatamente por isso que se diz que o governo é o elemento condutor do Estado, pois é ele que, traçando políticas públicas, isto é, “estratégias”, conduz o Estado ao cumprimento de seus objetivos. Exemplificando, a Constituição traça como objetivo fundamental a erradicação da pobreza, daí vem o Governo Federal e define a política Bolsa Família. Traça como objetivo fundamental reduzir as desigualdades sociais, daí vem o Governo Federal e define o Programa Universidade para Todos – PROUNI; etc. 2.2. CONCEITO DE GOVERNO É possível se conceituar Governo em dois sentidos: a) sentido subjetivo (orgânico/formal); b) sentido objetivo (funcional/material). Veja: GOVERNO EM SENTIDO SUBJETIVO GOVENO EM SENTIDO OBJETIVO Trata-se da cúpula diretiva do Estado responsável pela condução das atividades do Estado, isto é, o conjunto de poderes e órgãos constitucionais. São os órgãos que compõem o alto escalão da estrutura organizacional do Poder Público (Presidência da República; Ministério da Saúde; Governadorias; Secretarias Estaduais; Prefeituras; Secretarias Municipais; etc). Nesse sentido, entende-se como Governo o conjunto de sujeitos/agentes, órgãos e entidades/pessoas jurídicas que exercem função de natureza política/governamental. É um conceito sobre a perspectiva de “quem exerce” a função política. Trata-se da própria atividade diretiva/política do Estado, isto é, o complexo de funções básicas do Estado na definição das diretrizes a serem tomadas em busca dos objetivos constitucionais (política do “minha casa minha vida” como forma de garantir o direito fundamental à moradia; política do “PROUNI” como forma de garantir o direito fundamental à educação; etc). Nesse sentido, entende-se como governo a própria atividade/função política/governamental. É um conceito sobre a perspectiva de “o que é” a função política. 2.3. FORMAS DE GOVERNO Trata-se de matéria mais afeta ao direito constitucional, mas que também possui certa relevância em provas de direito administrativo. Ao classificar o Governo quanto suas formas, o intuito é identificar como se dá a instituição e a transmissão do poder político na sociedade. Também se busca definir como se dá a relação entre governantes e governados. Veja o quadro abaixo: REPÚBLICA MONARQUIA Instituição no poder político mediante eleições periódicas Instituição no poder político mediante a hereditariedade Transitoriedade no poder político Vitaliciedade no poder político Responsabilidade do Governante (Prestação de Contas) Irresponsabilidade do Governante (Não há dever de Prestação de Contas) Forma adotada no Brasil Forma adotada na Inglaterra 2.4. SISTEMAS DE GOVERNO Trata-se do modo que se dá a relação entre o Poder Legislativo e o Executivo no exercício das funções governamentais, podendo ser: 10 PRESIDENCIALISTA PARLAMENTARISTA Maior independência entre os poderes Menor independência entre os poderes A figura do Chefe de Governo se confunde com a do Chefe de Estado (Chefe do Poder Executivo) A figura do Chefe de Estado (Chefe do Poder Executivo) não se confunde com a do Chefe de Governo (Primeiro Ministro) Sistema adotado no Brasil Sistema adotado na França 2.5. FUNÇÃO POLÍTICA Trata-se de função através da qual o Estado, por exemplo, elabora suas políticas públicas, não se confundindo com a função administrativa, através da qual o Estado executa suas políticas públicas. 3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 3.1. Administração Pública X Governo X Estado 3.2. Administração Pública X Poder Executivo 3.3. Conceito de Administração Pública 3.4. Função Administrativa 3.5. Tarefas Precípuas da Administração 3.1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA X GOVERNO X ESTADO Conceitos que não se confundem. O Estado surge para garantir o bem comum através do alcance dos objetivos pré-fixados na Constituição Federal. O Governo elabora as diretrizes para que o Estado alcance esses objetivos (elemento condutor). A Administração Pública executa, isto é, implementa essas diretrizes para que o Estado alcance esses objetivos. Dessa forma, entre Governo e Administração Públicas, temos as seguintes diferentes: GOVERNO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Elaboração de políticas públicas Execução de políticas públicas Função política (função de governo) Função administrativa (função executiva) 3.2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA X PODER EXECUTIVO O conceito de Administração Pública não coincide com o de Poder Executivo, pois, como visto, há possibilidade de atuação administrativa pelos demais poderes de Estado, ainda que de forma atípica (Tribunal que realiza um concurso; Congresso Nacional publicando edital de licitação; etc). Por essa razão, Administração Pública aparece como o Estado no exercício da função administrativa, seja pelo Poder Executivo, quem o faz de forma típica, seja pelos demais, que poderão fazê-lo de forma atípica. Dessa forma, Administração Pública é conceito mais amplo que Poder Executivo. 3.3. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Assim como ocorre ao se conceituar Governo, ao se conceituar Administração Pública também há o sentido subjetivo e o sentido objetivo. Veja: DIREITO ADMINISTRATIVO | LUCAS MARTINS 11 PRESIDENCIALISTA PARLAMENTARISTA Maior independência entre os poderes Menor independência entre os poderes A figura do Chefe de Governo se confunde com a do Chefe de Estado (Chefe do Poder Executivo) A figura do Chefe de Estado (Chefe do Poder Executivo) não se confunde com a do Chefe de Governo (Primeiro Ministro) Sistema adotado no Brasil Sistema adotado na França 2.5. FUNÇÃO POLÍTICA Trata-se de função através da qual o Estado, por exemplo, elabora suas políticas públicas, não se confundindo com a função administrativa, através da qual o Estado executa suas políticas públicas. 3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 3.1. Administração Pública X Governo X Estado 3.2. Administração Pública X Poder Executivo 3.3. Conceito de Administração Pública 3.4. Função Administrativa 3.5. Tarefas Precípuas da Administração 3.1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA X GOVERNO X ESTADO Conceitos que não se confundem. O Estado surge para garantir o bem comum através do alcance dos objetivos pré-fixados na Constituição Federal. O Governo elabora as diretrizes para que o Estado alcance esses objetivos (elemento condutor). A Administração Pública executa, isto é, implementa essas diretrizes para que o Estado alcance esses objetivos. Dessa forma, entre Governo e Administração Públicas, temos as seguintes diferentes: GOVERNO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Elaboração de políticas públicas Execução de políticas públicas Função política (função de governo) Função administrativa (funçãoexecutiva) 3.2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA X PODER EXECUTIVO O conceito de Administração Pública não coincide com o de Poder Executivo, pois, como visto, há possibilidade de atuação administrativa pelos demais poderes de Estado, ainda que de forma atípica (Tribunal que realiza um concurso; Congresso Nacional publicando edital de licitação; etc). Por essa razão, Administração Pública aparece como o Estado no exercício da função administrativa, seja pelo Poder Executivo, quem o faz de forma típica, seja pelos demais, que poderão fazê-lo de forma atípica. Dessa forma, Administração Pública é conceito mais amplo que Poder Executivo. 3.3. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Assim como ocorre ao se conceituar Governo, ao se conceituar Administração Pública também há o sentido subjetivo e o sentido objetivo. Veja: SENTIDO SUBJETIVO SENTIDO OBJETIVO Também denominado de sentido orgânico ou formal. É o conjunto de agentes, órgãos e entes que exercem função administrativa. Neste sentido, a expressão deve ser grafada com letras maiúsculas (Administração Pública). Também denominado de sentido funcional ou material. É a própria atividade, função administrativa. Neste sentido, a expressão deve ser grafada com letras minúsculas (administração pública). Diferentemente do Governo, a Administração Pública pode ser conceituada ainda em sentido estrito ou em sentido amplo. Veja: SENTIDO ESTRITO SENTIDO AMPLO Abrange apenas os órgãos e pessoas que exercem função administrativa. Nesse sentido, não o conceito de Administração Pública não abrange os órgãos que exercem função política. Esses estariam dentro da ideia de Governo. Abrange os órgãos de governo, que exercem função política, e os órgãos e pessoas que exercem função meramente administrativa. É possível conceituar a Administração Pública, ainda, em Administração Introversa e Administração Extroversa. Veja: ADMINISTRAÇÃO INTROVERSA ADMINISTRAÇÃO EXTROVERSA Diz respeito à relação existente entre Administração Pública e seu corpo de agentes públicos. Diz respeito à relação existente entre Administração Pública o administrado. 3.4. FUNÇÃO ADMINISTRATIVA Tem relação com a execução de políticas públicas, não se confundido com a elaboração das políticas públicas (função política). 3.5. TAREFAS PRECÍPUAS DA ADMINISTRAÇÃO 1. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO 2. EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA A Administração Pública possui o papel de prestar serviços públicos, sobretudo após a 1ª guerra mundial, com o surgimento das chamadas constituições sociais, que vieram a atribuir ao Estado funções positivas. Trata-se de atividade ampliativa ao destinatário. A Administração Pública possui o papel de limitar e condicionar a liberdade e propriedade privada em favor do interesse público (poder de polícia). Difere da prestação de serviço público, pois é atividade restritiva, enquanto a prestação de serviço público é atividade ampliativa ao destinatário. 3. ATIVIDADE DE FOMENTO 4. INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA A Administração Pública possui o papel de incentivar setores sociais específicos em atividades exercidas por particulares, estimulando o desenvolvimento da ordem social e econômica no intuito de alcançar o a. 4.1. NA ORDEM ECONÔMICA A Intervenção do Estado na ordem econômica se subdivide em duas: a) intervenção indireta - quando o Estado atua na regulação e fiscalização da atividade 12 crescimento do país. No Brasil, trata-se de papel muito recorrente da década de noventa para cá, em virtude da política de desestatização, em que, visando aprimorar determinados serviços (comunicação, por exemplo) transferiu-se para a iniciativa privada determinadas atividades e, consequentemente, a Administração passou a regular o exercício das mesmas (pelas agências reguladoras, por exemplo). econômica desempenhada na iniciativa privada (BACEN; Agências Reguladoras; etc); b) intervenção direta - quando o Estado efetivamente explora atividade econômica nos termos autorizados pela Constituição Federal6 (CEF; Banco do Brasil, etc). 4.2. NA PROPRIEDADE PRIVADA Ocorre quando o Poder Público intervém na propriedade privada de alguém mediante atos concretos incidentes sobre destinatários específicos. Subdivide-se em duas: a) intervenção supressiva – quando o Poder Público suprime a propriedade do particular (desapropriação); b) intervenção restritiva – quando o Poder Público não suprime, mas apenas restringe a propriedade do particular (servidão administrativa; limitação administrativa; requisição administrativa; ocupação temporária; tombamento). Nesse sentido, todas essas tarefas caracterizam a função administrativa, que deve ser desempenhada pela Administração Pública sempre em busca do bem coletivo. Importante notar que não se trata de uma faculdade do Poder Público, eis que o interesse público é indisponível (princípio da indisponibilidade do interesse público). Dessa forma, o Estado deve atuar para persegui-lo. 6 Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Compartilhar