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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/333653584 A Resiliência Humana como Moderadora da Relação entre Espiritualidade Organizacional e Síndrome de Burnout em Operadores de Call Center Article · June 2019 CITATIONS 0 READS 148 4 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Gestão do Conhecimento e Inovação na Administração Pública View project Interfaces entre estratégias empreendedoras e inovadoras e a GC View project Pablo Marlon Medeiros da Silva Universidade Potiguar (UnP) 20 PUBLICATIONS 14 CITATIONS SEE PROFILE Julio Cesar Ferro de Guimarães Federal University of Pernambuco 168 PUBLICATIONS 436 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Pablo Marlon Medeiros da Silva on 07 June 2019. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/333653584_A_Resiliencia_Humana_como_Moderadora_da_Relacao_entre_Espiritualidade_Organizacional_e_Sindrome_de_Burnout_em_Operadores_de_Call_Center?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/333653584_A_Resiliencia_Humana_como_Moderadora_da_Relacao_entre_Espiritualidade_Organizacional_e_Sindrome_de_Burnout_em_Operadores_de_Call_Center?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Gestao-do-Conhecimento-e-Inovacao-na-Administracao-Publica?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Interfaces-entre-estrategias-empreendedoras-e-inovadoras-e-a-GC?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Pablo_Da_Silva3?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Pablo_Da_Silva3?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Universidade_Potiguar_UnP?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Pablo_Da_Silva3?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Julio_Guimaraes?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Julio_Guimaraes?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Federal_University_of_Pernambuco?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Julio_Guimaraes?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Pablo_Da_Silva3?enrichId=rgreq-6e1d7c71c727ccba91454a63501e187e-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMzMzY1MzU4NDtBUzo3NjcxNTgyODgxNTA1MjhAMTU1OTkxNjE5NzQ3NQ%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf EnEO 2019 Fortaleza/CE - 16 a 18/05/2019 A Resiliência Humana como Moderadora da Relação entre Espiritualidade Organizacional e Síndrome de Burnout em Operadores de Call Center Autoria Pablo Marlon Medeiros da Silva - pablo_marlon17@hotmail.com Doutorado Acadêmico em Administração/UnP - Universidade Potiguar Juliana Carvalho de Sousa - juli_carvalho18@hotmail.com AHIRAM BRUNNI CARTAXO DE CASTRO - brunnicastro@hotmail.com outro/outro Julio Cesar Ferro de Guimarães - brunnicastro@hotmail.com outro/outro WALID ABBAS EL AOUAR - walidbranco@gmail.com Resumo Este estudo teve por objetivo investigar o efeito moderador da Resiliência Humana (RH) na relação entre Espiritualidade Organizacional (EO) e Síndrome de Burnout (SB) em operadores de call center. A pesquisa, de caráter quantitativo e do tipo survey, incluiu uma amostra de 512 atendentes que trabalham em uma empresa de call center situada no Nordeste do Brasil, tendo os dados coletados analisados a partir da Modelagem de Equações Estruturais. Os resultados apontaram para uma associação negativa entre EO e SB e demonstraram que percepções de alta perseverança e confiança reforçam essa relação. O estudo contribui cientificamente ao aprimorar o instrumento de SB já validado. Reforça também o papel moderador da Resiliência nos estudos que envolvem vínculos entre construtos e ressalta a necessidade de haver ações mais proativas no combate ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout nos indivíduos por parte dos gestores. EnEO 2019 Fortaleza/CE - 16 a 18/05/2019 1 A Resiliência Humana como Moderadora da Relação entre Espiritualidade Organizacional e Síndrome de Burnout em Operadores de Call Center Resumo Este estudo teve por objetivo investigar o efeito moderador da Resiliência Humana (RH) na relação entre Espiritualidade Organizacional (EO) e Síndrome de Burnout (SB) em operadores de call center. A pesquisa, de caráter quantitativo e do tipo survey, incluiu uma amostra de 512 atendentes que trabalham em uma empresa de call center situada no Nordeste do Brasil, tendo os dados coletados analisados a partir da Modelagem de Equações Estruturais. Os resultados apontaram para uma associação negativa entre EO e SB e demonstraram que percepções de alta perseverança e confiança reforçam essa relação. O estudo contribui cientificamente ao aprimorar o instrumento de SB já validado. Reforça também o papel moderador da Resiliência nos estudos que envolvem vínculos entre construtos e ressalta a necessidade de haver ações mais proativas no combate ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout nos indivíduos por parte dos gestores. Palavras-chave: Espiritualidade Organizacional. Síndrome de Burnout. Resiliência Humana. Organizações. Call Center. 1 Introdução O avanço tecnológico contribuiu significativamente para a eficiência nos processos de trabalho dentro das organizações. Por outro lado, também influenciou no aumento de doenças físicas e mentais ocorrentes nos indivíduos, advindas da sobrecarga de informação, da pressão para atingir uma maior produtividade e resultados e da sensação ameaçadora de impermanência no emprego (Khalid, Sarfaraz, Ahmed & Malik, 2013). Como consequência, indivíduos com cronificação em altos níveis de estresse, de ansiedade patológica, de doenças psicossomáticas, entre outras, ficaram ainda mais vulneráveis ao surgimento de diversos problemas de saúde, a exemplo da Síndrome de Burnout (SB). A SB acomete profissionais em todo o mundo,especialmente aqueles que desenvolvem a atividade profissional de atendente de call center, cuja expansão tornou-se um modelo muito popular de prestação de serviços com relativa economia de custos (Visser & Rothmann, 2008). O call center caracteriza-se por demandas de trabalho únicas, que, não raro, associam-se à hostilidade dos clientes, às altas taxas de rotatividade, à baixa remuneração, a oportunidades escassas de carreira e a uma tendenciosa vigilância extensiva aos empregados (Souza Neto, Ramos & Dias, 2018), tornando-os mais suscetíveis a problemas de saúde (Diane et al., 2013). Como as empresas desse setor atendem a milhares de clientes e precisam garantir sua participação no mercado, elas sentem a necessidade de estarem conectadas diuturnamente, tornando-as uma das áreas mais sujeitas a problemas psicológicos (Khalid et al., 2013). Partindo de pesquisas que comprovam a potencialidade dos ambientes de call center para o desenvolvimento da SB na atmosfera de trabalho (Grandey & Gabriel, 2015), as empresas precisam adotar estratégias que reduzam os efeitos da SB na vida de seus empregados, pois os custos econômicos, organizacionais e individuais das intervenções necessárias para lidar com a SB geralmente são altos, uma vez que afetam diretamente o indivíduo em seu bem-estar físico e psicológico com consequentes reflexos na produtividade e na qualidade dos serviços por ele executado. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito moderador da Resiliência Humana (RH) na relação entre Espiritualidade Organizacional (EO) e Síndrome de Burnout (SB) em operadores de call center. Para atender ao objetivo do estudo, esta pesquisa adotou as dimensões “Perseverança” e “Autoconfiança”, da RH, e “Sentido de Comunidade”, da EO, pressupondo-se que, além da associação entre os construtos, a Resiliência Humana pode EnEO 2019 Fortaleza/CE - 16 a 18/05/2019 2 moderar a relação entre EO e SB. Diante dessa perspectiva, acredita-se que os indivíduos tenderão a ter mais recursos para lidar com as pressões e as adversidades e, consequentemente, com os preditores da SB na função desempenhada dentro da organização. Este estudo contribui para o avanço da compreensão acerca da importância da saúde mental dentro das organizações, uma vez que a temática é essencial para o desempenho do profissional que trabalha em empresas de call center. Além disso, a pesquisa admite originalidade por analisar como a relação entre os fenômenos da EO e RH pode melhorar o desempenho das pessoas no trabalho e reduzir a ocorrência da SB. A EO é uma área de interesse crescente para a Administração e os negócios, pois, se por um lado existe a busca por estruturas utilitaristas em que a EO é reduzida como um meio de encaminhar metas orientadas para o lucro, por outro, o gerenciamento de negócios passa pela natureza subjetiva e multifacetada da espiritualidade (Udani & Lorenzo-Molo, 2017). 2 Hipóteses da pesquisa 2.1 Espiritualidade e Síndrome de Burnout Encarada como um modelo que pode beneficiar o gerenciamento do comportamento organizacional, a EO se caracteriza “pelo sentido de conexão dos indivíduos à comunidade de trabalho e pela possibilidade que eles têm de realizar trabalho com significado para as suas vidas” (Rego, Souto, Pinha & Cunha, 2007, p. 3), o que pode contribuir para o desempenho organizacional (Sanders III, Hopkins & Geroy, 2003; Ashmos & Duchon, 2000). Fry (2003) descreve a EO a partir de sentimentos que envolvem o interesse por um trabalho significativo que permita aos profissionais o aprendizado constante, o desenvolvimento de um senso de competência, de propósito, de conexão e relações sociais positivas com colegas de trabalho e da capacidade de viver integralmente, de modo que seu papel no trabalho e outros papéis estejam em harmonia com a natureza essencial. Uma vez reconhecidos como pessoas que podem expressar suas razões e emoções no ambiente de trabalho, esses indivíduos tendem a reduzir suas intenções de deixar a organização e a aumentar sua confiança em seus gestores e líderes (Rego et al., 2007). Já a SB pode ser considerada como um estresse extremo no ambiente de trabalho decorrente de fatores internos e externos que afetam o bem-estar dos indivíduos, podendo manifestar-se em diferentes culturas, ambientes e grupos de trabalho (Maslach & Goldberg, 1998). Além disso, a SB é considerada um fator que reduz a produtividade dos indivíduos; seus sintomas envolvem depressão, ansiedade, baixa autoestima, estresse, dentre outros (Okpozo, Gong, Ennis & Adenuga, 2017). A prática da espiritualidade no ambiente de trabalho pode ajudar a diminuir o efeito da SB (Kim & Yeom, 2018; Garg, 2017; Kalita, 2015). Uma das principais dimensões, compreendida como um dos preditores de atitudes e de comportamentos no trabalho (Milliman, Czaplewski & Ferguson, 2003) é o Sentido de Comunidade ou Senso de Comunidade, que produz nos indivíduos o sentimento de que há um propósito comum entre os membros da equipe (Rego et al., 2007). Nesse sentido, desenvolveram-se as seguintes hipóteses: H1: O sentido de comunidade contribui positivamente para a redução da SB. H1a: O sentido de comunidade atua de forma a reduzir os efeitos da sobrecarga. H1b: O sentido de comunidade atua de forma a reduzir os efeitos do desligamento do trabalho. Em geral, indivíduos que possuem uma relação profunda com os demais no ambiente de trabalho podem gerar resultados positivos no campo emocional (Soha, Osman, Salahuddin, Abdullah & Ramlee, 2016). Assim, pessoas com elevado Sentido de Comunidade tendem a ser psicologicamente mais fortalecidas, perseverantes, cientes do propósito que conferem à vida EnEO 2019 Fortaleza/CE - 16 a 18/05/2019 3 (Sanders III et al., 2003) e mais otimistas em suportar a SB e seus preditores (Duffy & Sperry, 2012. Portanto, têm-se a seguinte hipótese complementar: H1c: O sentido de comunidade está positivamente associado ao otimismo no trabalho. 2.2 Efeito moderador da Perseverança A resiliência envolve a capacidade do indivíduo para lidar com choques de realidade e fontes prolongadas de estresse (Manyena & Gordon 2015). Dentro de um ambiente de trabalho adverso, aqueles profissionais que se consideram resilientes tendem a perceber que possuem estratégias de enfrentamento suficientes para lidar com as dificuldades e as pressões laborativas quando comparados com aqueles que acreditam não serem resilientes (Kimura, Bande & Fernández-Ferrin, 2018). Dentro desse contexto, é importante compreender como a resiliência humana e sua relação com a SB pode afetar o desempenho do indivíduo dentro da organização. Evidências empíricas revelam que a resiliência pode estar associada a uma menor prevalência da SB, reduzindo seus níveis e efeitos nos indivíduos (Sousa, Pinto, Leite, Araújo, Silva & Castro, 2018; Callahan, Christman & Maltby, 2018; Guo, Luo, Lam, Cross, Plummer & Zhang, 2017). Contudo, não há evidências empíricas na literatura a respeito do efeito moderador da resiliência na relação entre EO e SB, pois pesquisas realizadas relacionando outros construtos apontaram que a RH foi um fator importante para moderar relações entre sobrecarga de trabalho e intimidação (Kimura et al., 2018), além de consequências relacionadas ao álcool nos membros da guarda nacional americana (Morgan, Brown & Bray, 2018). Diante disso, espera-se que a resiliência, mais especificamente em sua dimensão “Perseverança”, possa influenciar o impacto da associação entre sentido de comunidade e SB, reduzindo mais significativamente os efeitos negativos da SB e elevando o quadro de otimismo dos indivíduos ao lidarem com seus desafios. Assim, por envolver uma capacidade (Kossek & Perrigino, 2016), entende-se que uma alta perseverança pode moderar os efeitos da SB. Em face desse raciocínio, propõe-se que: H2: Há um efeito moderador da alta perseverançana relação entre sentido de comunidade e SB. H2a: A alta Perseverança modera a relação entre o sentido de comunidade e a sobrecarga. H2b: A alta Perseverança modera a relação entre o sentido de comunidade e o desligamento do trabalho. H2c: A alta Perseverança modera a relação entre o sentido de comunidade e o otimismo no trabalho. 2.3 Efeito moderador da Autoconfiança O impacto da relação entre EO e SB pode ser afetado pela “Autoconfiança”, outra dimensão da RH. A resiliência surge de diversos processos e interações que superam os limites individuais, envolvendo relações interpessoais e apoio social (Masten & Wright, 2010). Como a resiliência produz no indivíduo a capacidade de tolerar cargas de trabalho pesadas (Duchek, 2018), profissionais que possuem uma alta autoconfiança, que creem em si mesmos e em suas capacidades e habilidades (Deep et al., 2012) e que se sentem bem conectados aos outros em suas relações interpessoais e de apoio social (Masten & Wright, 2010; Rego et al., 2007) terão maiores probabilidades de perceber que possuem recursos suficientes para lidar com a SB. Portanto: H3: Há um efeito moderador da alta Autoconfiança na relação entre Sentido de Comunidade e SB. H3a: A alta autoconfiança modera a relação entre o sentido de comunidade e a sobrecarga. EnEO 2019 Fortaleza/CE - 16 a 18/05/2019 4 H3b: A alta autoconfiança modera a relação entre o sentido de comunidade e o desligamento do trabalho. H3c: A alta autoconfiança modera a relação entre o sentido de comunidade e o otimismo no trabalho. 3 Método Este estudo possui abordagem quantitativa, utilizando-se de uma pesquisa descritiva do tipo survey (Mathers, Fox & Hunn, 2009). Foi desenvolvido por meio da Modelagem de Equações Estruturais, com base nos preceitos de Hair Jr., Black, Bardin e Anderson (2010) e Kline (2011). Uma das estratégias mais comuns de modelagem é a de desenvolvimento de modelos, que consiste em propor um modelo para ser melhorado por meio de sucessivas modificações nos modelos estrutural e de mensuração (Hair Jr. et al., 2010). Nesse sentido, recomenda-se o uso da Análise Fatorial Exploratória como predecessor da MEE (Severo, Guimarães & Dorion, 2018). A pesquisa foi adaptada com base nas escalas de Espiritualidade Organizacional (Rego, Pinha & Cunha, 2007); Resiliência Humana (Wagnild & Young, 1993), a qual foi traduzida e adaptada por Pesce (2005) e validada por Bacchi e Pinheiro (2011) no Brasil; e a de Síndrome de Burnout (Schuster & Dias, 2018). Os questionários foram do tipo Likert de 5 pontos, variando de 1 – discordo totalmente a 5 – concordo totalmente, havendo também o levantamento de variáveis demográficas. A coleta dos dados ocorreu por conveniência para uma amostra não probabilística. Sua realização se deu nos meses de junho e julho de 2018 a partir da aplicação de questionários validados de forma presencial e pelo envio online de formulário eletrônico do Google Docs. A pesquisa ocorreu em uma cidade do Nordeste do Brasil, sendo o estudo aplicado em uma organização de call centers de atuação nacional que possui uma população de cerca de 2.300 atendentes. Desses, responderam ao questionário 540 operadores. No que concerne às respostas coletadas, Hair Jr. et al. (2010) abordam que para a realização da MEE é necessário no mínimo 10 respondentes para cada variável observável, número que foi atendido para fins de consecução dos objetivos. No processo de depuração dos dados, 28 casos foram eliminados, seja por missing, seja por apresentarem outliers. Os dados foram tratados e analisados com o auxílio do software SPSS®, Versão 20 para Windows® e do AMOS, Versão 18, acoplado ao SPSS®. 4 Resultados A amostra final resultou em 512 (22,2%) casos válidos. Sobre o perfil dos respondentes, em termos de maioria, 59% correspondem ao gênero feminino; 60,5% possuem Ensino Médio completo; faixa etária predominante de 21 a 25 anos (52%); 50,6% exercem a função de atendente de call center na empresa entre 1 a 3 anos de serviços prestados; 64,1% são solteiros e 71,9% não possuem filhos. No que diz respeito à composição dos construtos, esta foi realizada com base na Análise Fatorial Exploratória, com rotação Varimax, realizando-se, em seguida, a Análise Fatorial Confirmatória, por meio da qual se obteve os parâmetros descritos na Tabela 1. A resposta média do questionário foi de 3,43, com variabilidade de desvio padrão de 1,27, o que permite concluir que há uma forte concordância entre os respondentes. A partir dos resultados, observou-se que o alfa de Cronbach de todos os fatores foi superior a 0,7, o teste de esfericidade de Bartlett apresentou p <0,001, o KMO (> 0,5), carga do fator (> 0,5), enquanto que as comunalidades, em sua maioria, foram > 0,5, com exceção de algumas variáveis que apresentaram valores inferiores, porém, foram consideradas indispensáveis para a análise teórica do construto. Dessa forma, tais resultados indicam EnEO 2019 Fortaleza/CE - 16 a 18/05/2019 5 normalidade e confiabilidade dos construtos, sendo adequada a execução da AFE, AFC e da Modelagem de Equações Estruturais (MEE) para a realização do estudo. Na Tabela 1, a seguir, são descritos os resultados da Variância Média Extraída (VME), em que os cálculos são utilizados para avaliar se a Validade Convergente (VC) estava acima ou muito próxima do valor recomendado (> 0,5), que indica uma alta integração entre as variáveis observáveis de cada construto (Hair Jr. et al., 2010). A Validade Discriminante (VD), que representa a correlação entre os fenômenos, apresentou, em sua maioria, valores inferiores a CV, indicando que as variáveis possuem maior consistência dentro de seus construtos. Tabela 1 – Validade Convergente e Validade Discriminante. Construtos Senso de Comunidade Sobrecarga Desligamento do Trabalho Otimismo Senso de Comunidade 0,650ª - - - Sobrecarga -0,255b 0,667ª - - Desligamento do Trabalho -0,245b 0,778b 0,669ª - Otimismo 0,809b -0,219b -0,179b 0,506a a Variância Média Extraída (VME) - Validade Convergente (VC). b Correlação entre construtos – Validade Discriminante (VD). A Confiabilidade Composta dos construtos apresentou resultado acima do esperado (> 0.5), tanto no conjunto de todas as variáveis observáveis (0,967) quanto nos construtos Sentido de Comunidade (0,903), Sobrecarga (0,909), Desligamento (0,858) e Otimismo (0,835), sendo considerada adequada e consistente para a execução da MEE (Fornell & Larcker, 1981; Hair Jr. et al., 2010). A partir do Modelo Integrado Final, conforme mostra a Figura 1, analisou-se as relações entre os construtos. Figura 1 - Modelo integrado final – relação entre os construtos. Fonte: Elaborado pelos autores (2018). A Tabela 2 apresenta os resultados da Covariância e Correlação do Modelo Integrado Inicial, realizando-se análise multigrupo e considerando-se o grupo que suporta os valores correspondentes à “alta autoconfiança” e à “alta perseverança”. Deve-se notar que os resultados indicam relações significativas (p <0,001) para os valores de Padronização Estimativa (SE) e Estimativa Não Padronizada (UE), confirmando, portanto, a relação entre os construtos, fato que sustenta as hipóteses H1, H2 e H3. EnEO 2019 Fortaleza/CE - 16 a 18/05/2019 6 Tabela 2 - Teste de hipótese (Covariância e Correlação) - modelo integrado final. Construtos Modelo integrado final EP ENP H1a Senso de Comunidade Sobrecarga -0,287 -0,320 H1b Senso de Comunidade Desligamento do Trabalho -0,275 -0,321 H1c Senso de Comunidade Otimismo 0,810 0,794 Fonte: Elaborado pelos autores (2018). Estimativa Padronizada (SE). Estimativa não Padronizada (ENP). Conforme análise da tabela acima, os achados da pesquisamostraram que o sentimento de Senso de Comunidade mitiga os efeitos da Sobrecarga (-0,320) e do Desligamento do Trabalho (-0,321), ao passo que aumenta o grau de otimismo (0,794) dos indivíduos investigados. A fim de avaliar a estrutura do modelo, foi realizada uma análise dos valores das medidas de ajuste a partir dos relatórios de produção do software AMOS, buscando identificar o grau pelo qual o modelo prevê a matriz de covariância, segundo demonstra a Tabela 3. Tabela 3 - Índices de ajuste do modelo integrado final. Índices de qualidade do modelo Modelo integrado Qui-quadrado 1492,05 Graus de Liberdade 396 Qui-quadrado dividido pelo grau de Liberdade 3,8 Nível de Probabilidade 0,000 CFI - Comparative Fit Index 0,850 NFI – Normed Fit índex 0,808 GFI – Goodness of Fit Index 0,869 AGFI - Adjusted Goodness of Fit 0,830 RMSEA - Root Mean Squared Error of Aproximation 0,052 RMR – Root Mean Square Residual 0,096 ECVI - Expected Cross-Validation Index 0,223 Alfa de Crombach 0,876 KMO - Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy 0,928 Variância Média Extraída 0,615 Confiabilidade Composta 0,966 Fonte: Elaborado pelos autores a partir de dados extraídos do Amos (2018). Alguns índices do Modelo Integrado Final diferem dos valores recomendados, como CFI>0,9, NFI>0,9, GFI entre 0,9 e 1,0, AGFI>0,9 e AVE>0,7. Contudo, em análise percebe-se que os valores são aproximados. Assim, considera-se que o framework foi apoiado com base nas premissas de Hair Jr. et al. (2010). Apesar disso, pode haver uma adequação nos índices que compõe o modelo (Tabela 3), envolvendo outras correlações, bem como a conexão entre as variáveis observáveis e os construtos delimitados. Para testar as hipóteses que possuem efeito moderador da resiliência humana na relação entre EO e SB (H2 e H3), foi realizada a análise de variância (ANOVA), a fim de comparar as médias das respostas com vistas a verificar se há existência de diferenças significativas entre os investigados. Com base nos resultados (p <0,001), confirmaram-se as hipóteses H2 e H3, pois observou-se que há uma diferença significativa entre grupos, indicando a probabilidade de que uma maior perseverança e uma maior autoconfiança possuem impactos mais intensivos nas relações entre EO e SB. A Tabela 4, ilustra os testes de hipótese com base nos efeitos moderadores. Tabela 4 - Testes de hipótese dos efeitos moderadores EnEO 2019 Fortaleza/CE - 16 a 18/05/2019 7 Construtos Modelo Integrado Final EP ENP H2a Senso de Comunidade Sobrecarga -0,434 -0,481 H2b Senso de Comunidade Desligamento do Trabalho -0,390 -0,475 H2c Senso de Comunidade Otimismo 0,816 0,870 H3a Alta Perseverança modera SC Sobrecarga -0,428 -0,457 H3b Alta Perseverança modera SC Desligamento do Trabalho -0,366 -0,433 H3c Alta Perseverança modera SC Otimismo 0,818 0,805 Fonte: Elaborado pelos autores (2018). Estimativa Padronizada (EP). Estimativa não Padronizada (ENP). A tabela acima demonstra que os construtos são significativos e, com base nos resultados, pode-se observar que a relação tende a aumentar quando os construtos da resiliência humana (perseverança e autoconfiança) atuam como moderadores nas relações de influência entre EO e SB (H2a=-0,434, H2b=-0,390, H3a=0,428, H3b=-0,366), reduzindo os efeitos negativos e aumentando o otimismo (H2C=0,816, H3C=0,818), o que mitiga a tendência portadora da SB. 5 Discussão dos resultados Examinou-se a relação entre EO e SB, bem como variáveis moderadoras nesse vínculo. Primeiramente, levantou-se a hipótese de que há uma associação negativa entre EO e SB, fazendo com que EO contribua positivamente para a redução dos efeitos negativos de SB e, consequentemente, aumente o otimismo dos indivíduos para se manterem empenhados no trabalho. Os resultados confirmaram a primeira hipótese (H1), corroborando a noção de que a EO está associada a uma menor prevalência da SB, o que reduz seus níveis e efeitos nos indivíduos (Kim & Yeom, 2018; Garg, 2017; Kalita, 2015). Isso significa que, à medida que os atendentes de call center percebem que a organização lhes proporciona uma sensação de pertencimento de equipe, esses tenderão a ser mais resistentes aos preditores da SB e a seus sintomas (Okpozo et al., 2017), reduzindo mais significativamente os efeitos da sobrecarga (H1a) e das intenções de desligamento do trabalho (H1b). Nesse sentido, existe uma oportunidade para as empresas adotarem ações de EO e, portanto, melhorarem o bem-estar físico e psicológico de seus empregados com consequentes reflexos na produtividade, na qualidade e no desempenho organizacional (Sanders III, Hopkins & Geroy, 2003). Já em relação ao otimismo, o teste da hipótese H1c apontou para um leve aumento, o que fortalece o papel da EO como fator redutor da SB no fortalecimento dos indivíduos em face do desenvolvimento da SB. Em seguida, o estudo apresentou hipóteses que apontavam que profissionais altamente perseverantes, autoconfiantes, e que carregam consigo a percepção de fazerem parte de uma comunidade de trabalho teriam mais mecanismos para lidar com os riscos da SB e se tornariam mais otimistas, mesmo diante dos efeitos da síndrome. As duas hipóteses H2 e H3 também foram confirmadas. Os resultados foram congruentes com pesquisas anteriores que demonstraram o efeito moderador da resiliência nas relações entre construtos (Kimura et al., 2018; Morgan et al., 2018). As evidências em relação à RH como moderadora são notáveis, pois revelam as diferentes maneiras de reação ao desenvolvimento da SB. Uma organização espiritualizada terá profissionais mais protegidos contra os impactos negativos da síndrome. Esses resultados se intensificarão à medida que os gestores fomentarem oportunidades para que os funcionários de call center aumentem seu processo de interação com os demais e sustentem uma forte relação entre eles e criem redes informais (Duffy & Sperry, 2012). Consoante a esse pensamento, é importante haver também, por parte das organizações, incentivos de fortalecimento dos recursos psicológicos dos seus profissionais, como práticas EnEO 2019 Fortaleza/CE - 16 a 18/05/2019 8 que envolvam palestras, cursos, acompanhamento psicológico e outras medidas que estimulem a potencialização da inteligência emocional, da resiliência e da capacidade de enfrentamento diante dos problemas ocorrentes no ambiente laborativo. Havendo esse entendimento, é possível permitir aos seus profissionais a realização de um trabalho que lhes proporcione um significado para a vida em estreita vinculação com o senso de pertencimento à comunidade laborativa, aumentando, assim, seus níveis de desempenho individual e organizacional. Além disso, fatores de proteção inclusos nos relacionamentos interpessoais, nas capacidades individuais, nas religiões, na cultura, nas comunidades, na habilidade em resolver problemas, dentre outros aspectos, se bem nutridos pelas organizações, podem preparar melhor os indivíduos para superarem adversidades no ambiente de trabalho (Masten & Wright, 2010). Portanto, organizações do tipo call center precisam estar atentas aos riscos que a SB pode gerar nos indivíduos e nos seus negócios. Por tratar-se de um contexto favorável ao desenvolvimento da síndrome (Altinoz et al., 2016), os gestores precisam buscar estratégias de enfrentamento, sob riscos de reduzir a produtividade dos seus profissionais e aumentar a sua rotatividade (Okpozo et al., 2017). Com base nos resultados deste estudo, investir na espiritualidade e na resiliência dos indivíduos no ambiente de trabalho é um fator a ser considerado pelas organizações. 6 Conclusões O estudo concentrou-se em duas principais descobertas, sendo a primeira a identificação das dimensões Perseverança e Autoconfiança da Resiliência Humana como fatores moderadorescapazes de influenciar a relação entre EO e SB; e a segunda, o aprimoramento do instrumento de mensuração da SB a partir da identificação de variáveis com sentido positivo, que levaram os pesquisadores a incluir a dimensão Otimismo ao modelo já validado, demonstrando, teórica e empiricamente, que indivíduos acometidos com os efeitos da SB podem nutrir-se psicologicamente de meios para combater a sobrecarga e o desligamento do trabalho. A pesquisa tem implicações gerenciais importantes, pois o ambiente de call center é suscetível a altas taxas de rotatividade por questões relacionadas a problemas de saúde, e seus gestores precisam estar sensíveis às consequências que a SB pode gerar no ambiente de trabalho, criando, então, uma visão proativa de combate aos seus efeitos a partir do reconhecimento de que seus profissionais possuem uma vida interior que precisa constantemente ser nutrida por sentimentos de realização profissional, de pertencimento a uma comunidade trabalho, de que possuem um propósito de serem úteis a sua organização e à sociedade para a qual prestam serviços. A principal contribuição acadêmica do estudo concentra-se na elaboração de um modelo estrutural, ou seja, a disponibilização para outros pesquisadores de um modelo de mensuração que avalia as relações entre os fenômenos SB e EO, tendo a resiliência como elemento moderador. As limitações da pesquisa estão relacionadas ao fato de o estudo possuir um caráter racional substantivo pertencente aos fenômenos investigados, o que pode gerar possíveis vieses nas respostas. Contudo, os testes estatísticos realizados comprovaram a eficácia das escalas utilizadas. Além disso, o corte transversal da pesquisa aplicado a uma amostra por conveniência não pode ser generalizável a todos os atendentes de call center. Este estudo permite avançar na compreensão da relação entre EO e SB, bem como a maneira pela qual a RH opera nessa associação. A partir dos resultados deste trabalho novas questões de pesquisa surgirão, o que pode levar pesquisadores a explorarem outros construtos que possam interferir na relação entre EO e SB, de modo a acentuar positivamente a correlação, ou seja, reduzindo os efeitos da SB. EnEO 2019 Fortaleza/CE - 16 a 18/05/2019 9 Referências Altinoz, M., Cop, S., Cakiroglu, D., & Altinoz, O. T. (2016). 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