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Trabalho grupo 8º periodo-Jornal digital


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PEDAGOGIA
A palavra escrita provoca laços e embaraços no mundo virtual
Cidade
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
O PAPEL DO PEDAGOGO NA MEDIAÇÃO DOS CONFLITOS ESCOLARES	4
PROJETO: JORNAL DIGITAL	8
CONSIDERAÇÕES FINAIS	10
REFERÊNCIAS	11
INTRODUÇÃO
A escola é local onde os alunos vivenciam diversas experiências e situações do dia a dia. Agumas são incrívei,s como por exemplo fazer amizades e conhecer coisas novas, outras nem tanto como a divergência de opiniões e desentendimentos. Todas essas situações fazem parte da construção pessoal e social do indivíduo, segundo Jean Jacques Piaget, o sujeito é ativo e em todas as etapas de sua vida e procura conhecer e compreender o que se passa à sua volta. O papel do pedagogo nesse processo é o de mediador, abordando as partes em conflito de forma flexível para identificar a real situação e estímular as práticas de valores como: solidariedade, tolerância e igualdade.
A escola deve propiciar situações de estreitamento dos laços entre aluno e comunidade escolar. Baseado no modelo de gestão democrática e em união com o protagonismo juvenil podemos tornar os alunos o foco principal da escola.
Este trabalho propõe o uso das TICs (Tecnologia da Informação e Comunicação) de maneira simples e eficaz por meio do Jornal Digital. Essa atividade trás o aluno como criador de conhecimento, visto que eles serão responsáveis pela criação das colunas e notícias do jornal. Com o auxílio dos professores para a realização desse projeto, será possível estreitar os laços entre aluno-educador e aluno-aluno. Facilitando a comunicação, o trabalho em equipe e o uso do material publicado para atividades interdisciplinares.
Como diz Paulo Freire em seu livro de Pedagogia da Autonomia todo conhecimento é inacabado, é uma construção em processo, incorporando novos elementos e jamais deixando de questionar, principalmente a si mesmo. 
10
O PAPEL DO PEDAGOGO NA MEDIAÇÃO DOS CONFLITOS ESCOLARES
A educação para a resolução de conflitos ensina de maneiras significativas, diversos processos, práticas e procedimentos que ajudam a administrar de forma construtiva e a resolver o conflito individual, interpessoal e institucional. Sabemos de nem sempre os conflitos são semelhantes, mas que se utiliza modelos de intervenção idênticos. O conflito é tomado como uma dimensão natural e inevitável da existência humana que, se for mediado eficazmente, pode constituir uma importante experiência para o desenvolvimento das pessoas. A aprendizagem da mediação de resolução de problemas deve, assim, constituir uma oportunidade para os pedagogos construírem soluções mais positivas e mais pacíficas para os conflitos. Os programas de mediação de conflitos tiveram origem fora do contexto escolar, mas rapidamente o modelo foi adaptado às instituições educativas. 
 A mediação é um processo flexível, ao abordar as partes em conflito o pedagogo enquanto mediador deve identificar a situação como oportunidade de estímulo da prática de valores como: solidariedade, tolerância e igualdade. 
Nos dias atuais, nos colégios nos deparamos diariamente com conflitos de todas as espécies e graus, o pedagogo tem na mediação de conflito uma alternativa altamente promissora de propor um meio de convivência mais harmonioso, que busca criar novas formas ao mediar integrando as diferenças.
O papel do pedagogo é de grande importância ao oportunizar o aprendizado das partes em litígio em resguardar para si a autoria da construção das soluções dos conflitos, não a delegando a um terceiro. Além do que, deve propiciar maior rapidez e efetividade da execução das decisões tomadas; redução de desgaste emocional e financeiro; privacidade e sigilo; redução da duração e reincidência de litígios; facilitação da comunicação entre as pessoas e promoção de ambientes cooperativos tendo como desdobramento a melhoria geral das relações. Ao estudarmos as antigas instituições educacionais percebemos que eram elitistas excludentes com um pensamento pedagógico autoritário onde poucos defendiam a ampliação de vagas e democratização de ensino, enquanto muitos contrapunham afirmando que comprometeria a qualidade do ensino ao aumentar o número vagas ofertando acesso à escola democrática para “todos” independente de classe social. 
Aquino (1996 p.44) afirma que o caráter elitista e conservador das escolas antigas que se destinavam somente às classes sociais privilegiadas onde o acesso das camadas sociais populares era obstruído pela própria estruturação escolar da época ainda em muitos casos se confirmam nas escolas atuais, pois, as estratégias de exclusão além de continuarem existindo, sofisticaram-se. “Se antes a dificuldade residia no acesso propriamente, hoje o fracasso contínuo carrega-se de expurgar aqueles que se aventuram neste trajeto, de certa forma, ainda elitizado e militarizado’”. 
Portanto, verificamos que os conflitos no âmbito educacional não se referem somente aos alunos, mas na perpetuação da elitização, na rejeição imposta pela instituição incapaz de gerenciar a atual sociedade com uma nova existência concreta dentro da realidade em que está inserido saindo da abstração social para se personificar nas transformações do perfil do alunado, sua personalidade é espelhada na sociedade. 
A instituição que restringe acesso deixa de cumprir com sua função social, pois está se efetiva quando todos os envolvidos do ambiente educacional têm consciência do seu objetivo e se estabelece uma cumplicidade intencional sem sair do seu foco principal que é a educação. Cada um dentro de seus caminhos a serem seguidos para que se institucionalize realmente uma escola que hoje em dia nos é proposta como igualitária, libertadora e cidadã. 
Mas, sabemos que há divergências entre os objetivos dos profissionais da educação e do aluno. O professor quer que o aluno aprenda, mas percebe grande desinteresse. O aluno por sua vez a que veio à escola? Será que o objetivo do professor não está paralelo ao do aluno? Aí surgem os conflitos em que a atuação do pedagogo como mediador é imprescindível. 
(...) o pedagogo responde pela mediação, organização, integração e articulação do trabalho pedagógico. Portanto, sugere a própria compreensão de que ser pedagogo significa ter o domínio sistemático e intencional das formas (métodos) através dos quais se deve realizar o processo de formação cultural. (Saviani, 1985). 
Cabe ao pedagogo como um dos elementos da equipe gestora e integrante da comunidade educacional buscar nos envolvidos a real intenção do conflito e como solucioná-lo de maneira prática, democrática, respeitando os objetivos e sentimentos de ambas as partes. Heloísa Lück (2011) defende o estímulo à gestão compartilhada em diferentes âmbitos da organização escolar. Onde isso ocorre, diz ela, nasce um ambiente favorável ao trabalho educacional, que valoriza os diferentes talentos e faz com que todos compreendam seu papel na organização e assumam novas responsabilidades. O que pode acontecer através de cruzamento de informações teóricas, práticas e sociais apontando caminhos para a busca do convívio menos conflituoso no ambiente escolar. 
Segundo nos apresenta a atual literatura, a tolerância não é nata nas pessoas, assim como a solidariedade e respeito, necessitamos ser educados para agirmos desta forma. A mediação, por sua característica da cultura do diálogo pacífico, escuta ativa, respeito ao próximo e solidariedade, propõe às partes envolvidas no conflito, em especial as crianças e adolescentes que ainda estão em fase de formação, sejam educadas nesses valores e cresçam praticando-os. Freire (1987 p. 45) afirma que é no contato com o outro que nos educamos. É através da interação com o outro que vamos aprendendo e construindo nosso conceito de valores, os quais nos serão padrão para avaliar e julgar. Ao entramos em contato com outras pessoas, que fazem parte do nosso meio social, aprendemos a identificar sinais, atitudes e códigos reconhecidos como dentro ou fora da norma, de aceitação. Nossos julgamentos são feitosbaseados em um modelo socialmente construído. Desviar-se dele é ser objeto de críticas. 
Segundo Libâneo (1990), a pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papeis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Para isso, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos valores e às normas vigentes na sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura individual. A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de classes, pois, embora difunda a ideia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições. 
O papel do pedagogo é diagnosticar as reais causas dos conflitos, buscar soluções, avaliar ações e o melhor procedimento para solucionar os conflitos, nunca desistir diante de conflitos e fracassos e buscar sempre alternativas por meio da troca de experiências e da busca de informações. Assim essencialmente a escolarização não deve apenas atender a dimensão imediatamente epistêmica do ensino, isto é, a escola estaria a serviço da apropriação, por parte dos alunos, dos conhecimentos acumulados pela humanidade uma vez que sofre influência social, devendo assim, preparar o aluno através de uma visão holística.
O conflito, então, está na base de toda a pedagogia. Percebe-se aqui o pedagogo como articulador do trabalho coletivo da escola, articula a concepção de educação da escola às relações e determinações políticas, sociais, culturais e históricas.
Para Gadotti (2004 p.32) “fazer pedagogia é fazer prática teórica por excelência”. É descobrir e elaborar instrumentos de ação social. Nela se realiza de forma essencial, a práxis pedagógica. (...) o pedagogo é aquele que procura meios de transformação da realidade atual para melhor. Utiliza a realidade em processo para aprender e melhorar seus procedimentos. 
Portanto, é função do pedagogo, mediar conflitos através do seu fazer pedagógico, atuando nos mais diversos espaços de contradição para a transformação da prática escolar. Pautado nesta concepção, sua atuação se faz para a garantia da qualidade da educação pública vislumbrando a emancipação de todos. 
Marques (1994, p.66) afirma: "Num ambiente sadio e participativo, as ações e as tarefas são orientadas para o auto desenvolvimento. Aí se valorizam a independência, a responsabilidade e o equilíbrio do trabalho com as outras esferas do mundo, da vida”.
PROJETO: JORNAL DIGITAL
	JORNAL DIGITAL
	OBJETIVOS
	· Aprimorar a leitura e escrita;
· Estreitar a relação entre a comunidade escolar;
· Ampliar a gestão democrática na escola.
	JUSTIFICATIVA
	Para ter acesso a uma formação integral, é importante que os alunos participem de atividades que vão além da sala de aula. A introdução do Jornal Digital na escola pode auxiliar no fortalecimento do protagonismo juvenil, visto que, colocar o aluno como produtor de conhecimento e cultura dentro da comunidade escolar, é dar voz a este aluno. É incentivar a autonomia e a busca por conhecimento.
	ESTRATÉGIAS
	As turmas responsáveis pelo jornal digital serão os 2° e 3° anos do ensino médio. Dois professores voluntários deverão auxiliar esses alunos e sanar dúvidas.
Todas as turma da escola irão contribuir para a formação do jornal, para isso, o representante de cada turma deverá enviar semanalmente notícias, fotos e textos para o grêmio estudantil, que irá escolher os mais pertinentes e encaminhar para as turmas de 2° e 3° anos responsáveis pela elaboração das colunas do jornal digital.
O coordenador pedagógico irá revisar todo o conteúdo antes da publicação e será o responsável por divulgar o jornal.
Os principais temas abordados serão:
· Amostras pedagógicas e exposição de trabalhos;
· Divulgação de projetos estudantis;
· Resumo de reuniões do conselho escolar quando pertinente;
· Comunicados importantes e agenda escolar;
· Notícias do dia-a-dia e entrevistas especiais;
· Espaço para dúvidas, sugestões, elogios e críticas.
O Jornal Digital será semanal, trazendo as principais informações da comunidade escolar, agenda de compromissos estudantis, comunicados da gestão e produção de conteúdos dos estudantes.
A agenda e os comunicados serão de responsabilidade da coordenação pedagógica.
	FORMA DE DIVULGAÇÃO
	Para uma participação efetiva de toda comunidade escolar é importante que o meio de divulgação do jornal seja de fácil acesso para todos e uma boa opção é o Facebook.
No Facebook é possivel criar um grupo aberto de forma simples e eficaz. Depois de pronto, toda a comunidade escolar pode entrar e acompanhar as principais notícias. Por ter a opção de comentários é interessante que os pais, alunos e professores poderão tirar dúvidas, expressar suas opniões e complementar as publicações do grupo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dado o exposto, conclui-se que o pedagogo tem importante papel, sendo visível que não possui um trabalho simples, sobretudo, no que diz respeito aos atritos constantes existentes no âmbito escolar, exercer práticas da mediação de conflitos, no ambiente escolar atuar  restaurando o clima de harmonia e civilidade entre professores, alunos, pais e comunidade. O pedagogo no processo educativo deve ser articulador de caminhos que favoreçam a busca e a consolidação de uma trajetória educativa que permita organizar e democratizar os espaços educativos, levando em conta o contexto da comunidade escolar. O papel de mediador do pedagogo foi caracterizado no ambiente como necessário para articulação do processo pedagógico e para desenvolvimento da formação continuada.
Mais do que nunca, o pedagogo precisa ser proativo e afetivo nas relações escolares. Dentre os mais diversificados estilos de famílias, as mais diversas formas de aprendizado de cada aluno e as mais variadas comunidades em que a escola esteja inserida, há uma figura central e de função derradeira; unir, agregar e apaziguar. O pedagogo de hoje precisa estar apto a incluir todos os educandos em seus processos educativos, tornando-os agentes responsáveis por construírem seus próprios conhecimentos, e essa está longe de ser uma tarefa simples, principalmente no mundo digital, no qual precisamos, ainda mais efetivamente, criar estratégias que aproximem o aluno da escola, da tecnologia e dos seus futuros.
Com a introdução do Jornal Digital na escola, o pedagogo poderá buscar informações, selecionar estratégias e conseguirá atingir também aos professores, haja vista que a maioria consideram o uso da ferramentas digitais complicadas e, com a aplicação do projeto, poderão desenvolver com seus alunos de forma simples, quebrando o “tabu” existente no uso das tecnologias no cotidiano das atividades escolares. Aprimorando a leitura e escrita e auxiliando no fortalecimento do protagonismo juvenil, buscando uma forma de poder estimular nos alunos as situações reais e pesquisas, além de serem capazes de realizar uma análise crítica. Consideramos este trabalho como um passo mais próximo do objetivo de propiciar aos alunos o uso das ferramentas tecnológicas para tornar o aprendizado mais interessante, fácil e condizente com a realidade comum de uma educação atual e tecnológica.
REFERÊNCIAS
CHRISPINO, Álvaro. Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos aos modelos de mediação. Ensaio: aval. Pol. Públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 15, n.54, p. 11-28, jan/mar.2007
LIBÂNEO, José Carlos. O sistema de organização e gestão da escola In: LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola - teoria e prática. 4ª ed. Goiânia: Alternativa, 2001.
MARTINS, Angela Maria. MACHADO, Cristiane. FURLANETTO, Ecleide Cunico. Mediação de conflitos em escolas: entre normas e percepções docentes. Cadernos de Pesquisa v.46 n.161 p.566-592 jul./set. 2016
PETERS, Rochelle Schneider. FRUET, FabianeSarmento Oliveira. Produção Colaborativa de um jornal on-line na escola.Disponível em:https://seer.ufrgs.br/renote/article/viewFile/25162/14653 Acesso em: 12 out. 2020
SOPHIA. Jornal Escolar: dicas de como trabalhá-lo em sua escola.Disponível em:https://www.sophia.com.br/blog/gestao-escolar/jornal-escolar-dicas-de-como-trabalha-lo-em-sua-escolaAcessoem: 12out. 2020.