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- Essa resenha refere-se aos capítulos 2, 3 e 7 da obra “Uma teoria econômica da democracia” do economista Anthony Downs. No capítulo 2, o autor irá discorrer sobre a motivação partidária e a função do governo na sociedade. Downs já inicia colocando que “os modelos teóricos deveriam ser testados primordialmente mais pela precisão de seus prognósticos do que pela realidade de seus pressupostos'. Todavia, se é para nosso modelo ter coerência interna, nele o governo deve ser pelo menos teoricamente capaz de desempenhar as funções sociais de governo”. O autor toma o governo com a mesma definição de Robert A. Dahl e Charles E. Lindblom e faz questionamentos sobre seus poderes e atribuições, sobre seu papel na divisão do trabalho considerando sua relação com o resto da sociedade. Downs pontua a capacidade do governo de coagir os grupos a obedecer suas decisões e o fato destes não poderem fazer o mesmo com o governo da mesma forma, o autor conclui que o governo é um agente social específico e singular e tem uma função especializada na divisão do trabalho. O autor ao discorrer sobre a natureza de um governo democrático elenca 8 condições que deve prevalecer numa sociedade para que exista um governo que seja considerado democrático. São estas: Um partido deve ser escolhido por eleição popular para gerir o aparato do governo; Eleições frequentes cuja duração não possa ser alterada pelo partido no poder; Inclusão dos adultos como qualificados para o voto; Cada eleitor só deposita um voto na urna; O partido eleito assume a gestão do governo até a próxima eleição; Os partidos perdedores jamais podem tentar impedir o vencedor de tomar posse; O partido no poder não pode nunca tentar restringir as atividades políticas de indivíduos ou outros partidos, contanto que eles não façam nada para tentar depor o governo a força; E devem haver sempre dois ou mais partidos disputando as eleições. São estas as condições que devem prevalecer numa sociedade para possibilitar um governo democrático, diante disso o autor conclui que o objetivo central das eleições numa democracia é selecionar um governo. Portanto, qualquer cidadão é racional quanto à eleição se suas ações lhe possibilitam desempenhar seu papel na seleção eficiente de um governo. Downs logo em seguida discute o papel dos partidos políticos no modelo, dada a sua importância para um governo democrático. O autor coloca que “no sentido mais amplo, um partido político é uma coalizão de homens que buscam controlar o aparato de governo através de mel os legais. Por coalizão, entendemos um grupo de indivíduos que têm certos fins em comum e cooperam entre si para atingi-los”, mesmo que não queiram se candidatar os membros dos partidos ainda assim tem um esforço para eleger um dos seus, ainda que possa haver divergências quanto as políticas que deverão ser postas em prática. Downs se aprofunda na discussão do papel dos partidos políticos, seus conflitos, vantagens, desvantagens, e conclui que os cidadãos e os partidos políticos como dois grupos mutuamente exclusivos, fazendo considerações e qualificações sobre essa conclusão. Downs faz uma pequena reflexão sobre o axioma dos interesses pessoais e o comportamento racional dirigido a fins egoístas, e a partir desse axioma nasce nossa visão do que motiva as ações políticas dos membros partidários. O autor coloca como hipótese das motivações das ações partidárias a busca por prestígio e poder, tendo essa hipótese no modelo podemos considerar que os partidos formulam políticas para serem eleitos e não o contrário, como deveriam, são eleitos para formularem políticas. Downs apresenta como meta dos partidos políticos, sob a perspectiva da hipótese posta no modelo, que o partido que dirige esse governo manipula suas políticas e ações da maneira que ele acredita que isso lhe trará mais votos, sem violar os preceitos constitucionais. Também é discutido a relação do modelo com a ética e a ciência descritiva, onde o autor coloca que embora nosso modelo seja puramente positivo, ele pode ser usado para testar a racionalidade ele comportamento prescrito em modelos políticos normativos. Na ciência descritiva, ele promove a hipótese de maximização do voto como uma explicação de comportamento político democrático e constrói na norma positiva pela qual se distingue entre comportamento racional e irracional em política. O capítulo 3 concentra-se em analisar a lógica básica do voto, onde o autor se aprofunda em algumas considerações sobre como o cidadão racional decide o seu voto. Downs vai pontuar coisas como sistemas bipartidários, chances reais de vencer, entre outros fatores. Até mesmo criando situações para exemplificar a maneira como o cidadão racional determina seu voto, diante de empates entre partidos políticos cujas propostas são opositoras um ao outro ou os que têm propostas semelhantes. No capítulo 7, Downs irá concentrar-se em discorrer sobre como o desenvolvimento de ideologias políticas é usado como meio para obter votos. Downs já inicia o capitulo pontuando alguns objetivos cujas proposições ele procura provar nesta obra, o autor irá discorrer sobre o papel da incerteza na disputa ideológica, mesmo que esta se concentre como meio de conseguir votos. Os partidos consideram as ideologias úteis na obtenção do apoio de diversos grupos sociais e na abreviação de decisões quanto a que políticas obterão o máximo de votos. A incerteza teria um papel crucial para haver diversidade de ideologias partidárias, pois esta impede que qualquer uma delas prove ser superior às outras. Se uma ideologia superior realmente surge, outros partidos a imitam e ocorre uma diferenciação mais sutil. Downs se aprofunda em conceitos como confiabilidade, competição, para destacar como as ideologias são mobilizadoras de votos, para o autor a disputa competitiva pelo poder obriga os partidos, em nosso modelo, a ser tanto honestos quanto coerentes na formulação de políticas e ideologias e no seu desenvolvimento ao longo do tempo e as imobilidades racionais e institucionais às vezes fazem com que as ideologias e políticas fiquem para trás em relação às reais condições relevantes ao comportamento partidário. Anthony Downs em sua obra formula sobre a teoria da escolha racional, onde o mesmo postulou o paradoxo da votação, segundo o qual elementos significativos da vida política podem ser explicados em termos do interesse próprio do eleitor. https://pt.wikipedia.org/wiki/Escolha_racional
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