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Recursos Penais: Características, Sujeitos e Princípios

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• RECURSOS PENAIS 
 
a) Características 
 
a.1. Voluntariedade – O recurso, em regra, é ato que depende da vontade da parte. 
a.2. Previsão Legal – Para que a parte possa recorrer, a possibilidade de reexame deve estar prevista em lei. 
a.3. Anterioridade – Ato processual anterior ao trânsito em julgado e a coisa julgada com fito à prolongação do 
processo, ressalvada a revisão criminal que poderá ser proposta mesmo após o trânsito em julgado. 
a.4. Continuidade da Relação Processual – Relaciona-se com a anterioridade, haja vista que o recurso prolonga a 
relação processual penal. 
 
b) Sujeitos (legitimidade para recorrer) – Art. 577 CPP 
 
b.1. Ministério Público 
b.2. Réu (condenado) – Através de defensor/procurador 
b.3. Querelante – Através de defensor/procurador (em ações penais privadas) 
b.4. Querelado – Através de defensor/procurador (em ações penais privadas) 
b.5. Assistente de Acusação 
 
c) Princípios 
 
c.1. Duplo Grau de Jurisdição – Direito fundamental que as partes possuem de poder rever uma decisão judicial. 
Trata-se de princípio não-expresso na CF. 
c.2. Presunção de Inocência – Não é necessário que o condenado, se estiver solto, para recorrer, seja recolhido à 
prisão. O réu solto poderá ser recolhido à prisão após o juiz proferir a sentença desde que presente motivos para tal. 
As leis 7.492/90; 9.613/98 e 11.343 exigem que o réu, para recorrer, seja recolhido à prisão. 
c.3. Unirrecorribilidade – Só se pode recorrer uma única vez contra a mesma decisão. Não se pode aditar recursos, 
ainda que no prazo legal, pois quando há a propositura do recurso este direito se preclui (preclusão consumativa). 
c.4. Fungibilidade (Art. 579 CPP) – Objetiva, em caso de equívoco, receber um recurso interposto erroneamente 
como se fosse o correto. Erro grosseiro e má-fé não autoriza a aplicação desse princípio. Mero erro material não se 
constitui em erro grosseiro. 
c.5. Voluntariedade (Art. 574 CPP) – Como regra, a interposição do recurso deverá ser de forma voluntária, ou seja, 
depende da vontade das partes, salvo os seguintes casos (juiz remeterá os autos ao tribunal): da sentença que conceder 
habeas corpus; da sentença que absolver sumariamente o réu (Arts. 415 e 416 do CPP); de decisão em sentença que 
conceder ordem em MS (Art. 14, par.1, Lei 12.016/09); decisão que conceder reabilitação; de absolvição em face de 
crimes contra a ordem econômica, popular e saúde pública; 
c.6. Indisponibilidade – O recurso não afetará a voluntariedade, ou seja, é a possibilidade de a parte desistir da 
interposição do recurso. O MP não pode desistir do seu recurso (Art. 576 CPP) 
c.7. Reformatio in Pejus – Se o recurso for exclusivo da parte, ou seja, só uma parte recorrer, a análise do recurso da 
parte não poderá piorar a sua condição, mas se ambas as partes recorrerem a situação poderá ser agravada. Poderá 
ocorrer de forma Direta – Em caso de interposição de recurso somente pelo réu, a sua decisão não poderá agravar a 
sua situação; ou Indireta – Em caso de anulação de uma sentença, a pena da sentença posterior não poderá ser maior 
do que a primeira. 
c.8. Dialeticidade – As razões recursais devem ser muito bem fundamentadas nos fatos e nos dispositivos legais. O 
recurso deve ser muito bem fundamentado para possibilitar um melhor julgamento pelo juiz e uma melhor defesa pela 
parte contrária. 
 
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, 
pelo juiz: 
I - da sentença que conceder habeas corpus; 
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu 
de pena, nos termos do art. 411. 
Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omissão dos funcionários, não tiverem seguimento 
ou não forem apresentados dentro do prazo. 
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto. 
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou 
seu defensor. 
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da 
decisão. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art411.
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante. 
§ 1o Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de 
duas testemunhas. 
§ 2o A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao último do prazo, entregue 
ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega. 
§ 3o Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão por dez a trinta dias, fará conclusos os autos ao 
juiz, até o dia seguinte ao último do prazo. 
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro. 
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-
lo de acordo com o rito do recurso cabível. 
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se 
fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. 
 
• PRESSUPOSTOS RECURSAIS (DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS) 
 
a) Objetivos 
 
a.1. Cabimento da Decisão judicial proferida – atrelado ao princípio da legalidade (previsão legal do recurso). 
a.2. Adequação – Qual recurso é cabível para impugnar a decisão. 
a.3. Tempestividade – O recurso deve ser interposto no prazo legal. MP e Defensor nomeado possuem vista pessoal 
(Art. 370, par. 4 CPP). Há a possibilidade da interposição do recurso via fax, porém a parte terá o prazo de 05 dias, 
após o termo do prazo recursal, para apresentação da peça original. Em autos eletrônicos, a interposição deverá ser 
realizada até as 23:59h do último dia de prazo. 
 
b) Subjetivos 
 
b.1. Legitimidade – Capacidade postulatória aliada ao interesse processual. A parte sucumbente possui interesse 
em recorrer, ou seja, a parte que foi prejudicada pela decisão poderá recorrer. O MP poderá recorrer contra 
condenação ou absolvição. O réu, a depender do fundamento da absolvição, poderá ter interesse em recorrer. O 
Assistente de acusação poderá recorrer. Se o réu não quiser recorrer e o defensor sim, a vontade deste irá prevalecer, 
mas se o réu quiser recorrer e o defensor não quiser, este deverá ser intimado para apresentar as razões recursais. 
 
• EFEITOS DOS RECURSOS 
 
a) Devolutivo – A matéria dos autos é devolvida para um julgador de maior grau e este poderá reformar a decisão, pois 
terá sua autonomia judicante preservada. 
b) Suspensivo – Quando da interposição de um recurso com esse efeito, ele interrompe a possibilidade de cumprimento 
da decisão (execução da pena). 
c) Extensivo – Quando houver mais de um réu na ação penal e este forem condenados por conta do mesmo crime, se 
um dos condenados tiver êxito em seu recurso, os efeitos deste serão estendidos aos demais. 
 
RECURSOS EM ESPÉCIE 
 
• RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (RESE) – Arts. 581 a 592 CPP – similar ao agravo de instrumento. 
 
a) Hipóteses – Impugnar sentença, despacho ou decisão interlocutória, desde que não cabível a apelação, oriundas de juiz 
singular. As ocasiões decididas pelo juízo da execução, ou seja, que haja matéria relacionada à execução penal, caberá 
o recurso de agravo em execução. 
 
b) Prazo – Será interposto, por termo, nas razões recursais, no prazo de 5 dias corridos contados da intimação da decisão. 
 
c) Cabimento (Art. 581) – Comentários oportunos serão realizados ao lado da legislação no quadro abaixo. 
 
d) Procedimento → O recurso será composto por duas peças: Termo de Interposição – Tem por finalidade informar o 
juízo a quo o interesseem recorrer; e as Razões do Recurso – O recurso propriamente dito direcionado ao tribunal 
recursal (fundamentos que poderão motivar a reforma da decisão). 
 
1º - Interposição do termo de interposição e das razões de recurso. 
2º - Escrivão possui 5 dias para formar o traslado das principais peças do processo 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art25.
3º - Os autos irão ao juiz prolator da decisão e, em dois dias, fará o juízo de admissibilidade do recurso (cabimento e 
adequação) e, também, poderá fazer o juízo de retratação, no qual ele poderá reconsiderar a decisão. Posteriormente, a parte 
recorrida será intimada para apresentar suas contrarrazões ao recurso, após, o juiz encaminhará os autos ao Tribunal. 
 
 
OBS: A possibilidade de apresentar as razões recursais no segundo grau prevista no art. 600, parágrafo 4º do 
CPP não se aplica no RESE. → O art. 600 do CPP só se aplica às apelações. 
 
e) Efeitos do RESE 
 
Efeito Devolutivo – Autos são devolvidos ao Tribunal para a apreciação deste. 
Efeito Regressivo – Possibilidade da retratação com consequente reforma da decisão sem análise do Tribunal 
Efeito Extensivo – Pode-se estender aos demais réus, mesmo não tendo interposto o recurso 
Efeito não suspensivo – Em regra, o efeito não suspensivo é para algumas hipóteses, quais sejam: Decisões de 
perda / quebra de fiança; Decisão que denegar ou julgar deserta a apelação; e Decisão de Pronúncia. 
 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
I - que não receber a denúncia ou a queixa; 
II - que concluir pela incompetência do juízo; 
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; → (o recurso para este último caso poderá ser o RESE, 
se o regimento interno do tribunal assim autorizar, pois é ele que definirá o recurso cabível) 
IV – que pronunciar o réu; 
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou 
revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; (contra esses atos não cabe HC, pois não há 
violação da liberdade do réu) 
VI - (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008) 
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; 
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade; 
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade; 
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; → (Este HC deve ser decidido por juiz singular. Portanto, não 
cabe RESE da decisão de tribunal, colegiada ou monocrática que conceder ou negar a ordem em HC) 
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; (Art. 77 CP) 
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; 
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte; → (Qualquer ato processual que for anulado, 
caberá o RESE) 
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; 
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta; (serve para destrancar a apelação quando o recurso de apelação 
não passa no juízo de admissibilidade pelo juízo a quo) 
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial; (Arts. 92 e 93 CPP) 
XVII - que decidir sobre a unificação de penas; 
XVIII - que decidir o incidente de falsidade; 
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; 
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra; 
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774; 
XXII - que revogar a medida de segurança; 
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação; 
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples. (não é mais cabível essa hipótese, pois a pena de 
multa é dívida de valor favor do Estado e não pode prender; o Estado possui 05 anos para cobrar... Para tal caso, cabe 
HC, recuso em execução...) 
 
OBS: Os artigos tachados cabem o recuso em execução, por se tratarem de matéria de execução penal, foram revogados 
pelo Art. 197 da LEP. 
 
Art. 582 - Os recursos serão sempre para o Tribunal de Apelação, salvo nos casos dos ns. V, X e XIV. 
Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV, será para o presidente do Tribunal de Apelação. 
Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos: 
I - quando interpostos de oficio; 
II - nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X; 
III - quando o recurso não prejudicar o andamento do processo. 
Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, havendo dois ou mais réus, qualquer deles se 
conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da pronúncia. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11689.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art774
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art581
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de concessão de livramento condicional e 
dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581. 
§ 1o Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto 
nos arts. 596 e 598. 
§ 2o O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o julgamento. 
§ 3o O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá unicamente o efeito de perda da metade do seu 
valor. 
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois de preso, salvo se prestar fiança, nos casos em que a lei 
a admitir. 
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias. 
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da data da publicação definitiva da lista 
de jurados. 
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará, no respectivo termo, ou em requerimento 
avulso, as peças dos autos de que pretenda traslado. 
Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo de cinco dias, e dele constarão sempre a 
decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se por outra forma não for possível verificar-se a oportunidade do 
recurso, e o termo de interposição. 
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o traslado, o 
fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo. 
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa do defensor. 
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará 
ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários. 
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da 
nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de novos 
arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado. 
Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo da lei, poderá o juiz prorrogá-lo até o dobro. 
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem, dentro de cinco dias da publicação da resposta 
do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro do mesmo prazo. 
Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, deverão os autos ser devolvidos, dentro de cinco dias, ao 
juiz a quo. 
 
• APELAÇÃO – principal recurso da primeira decisão dos autos. 
 
Pode ser interposta pôr termo ou petição. 
OBS: Ao analisar o cabimento do recurso, dever-se-á verificar a possibilidade da interposição de apelação, pois este é o 
principal recurso da ação penal. 
OBS: A nova decisão dos jurados, em decorrência da interposição do recurso de apelação para anulação do primeiro 
julgamentodo júri, não pode ser mais gravosa, devendo ser igual ou menor a anteriormente imposta. Havendo nova 
condenação pelo júri, não caberá a apelação com base no mesmo fundamento que motivou a interposição da apelação 
anterior, por outro motivo sim. (par. 3, 593) 
OBS: Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente em liberdade. 
OBS: Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias cada um para 
oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de três dias. Pode o advogado, na apelação, 
apresentar as razões no segundo grau (não é cabível isso no RESE), devendo ser requerido no momento da 
interposição da apelação. 
 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; 
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo 
anterior → decisões que tenham nulidades cabe a apelação; 
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 
§ 1o Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos jurados aos quesitos, o 
tribunal ad quem fará a devida retificação. 
§ 2o Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se Ihe der provimento, retificará 
a aplicação da pena ou da medida de segurança. 
§ 3o Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é 
manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, 
porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art581
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art581
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art596..
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art588
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art581
§ 4o Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão 
se recorra. 
Art. 594. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). 
Art. 595. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente em liberdade. 
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução da medida de segurança aplicada provisoriamente. 
Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o disposto no art. 393, a aplicação provisória 
de interdições de direitos e de medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicional de pena. 
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação 
pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha 
habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo. 
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia em que terminar o do 
Ministério Público. 
 Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo o julgado, quer em relação a parte dele. 
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias cada um para 
oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de três dias. 
§ 1o Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o Ministério Público. 
§ 2o Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público terá vista dos autos, no prazo do parágrafo 
anterior. 
§ 3o Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão comuns. 
§ 4o Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior instância 
serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às partes, observados os prazos legais, notificadas as 
partes pela publicação oficial. 
Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior, com as razões ou sem elas, no 
prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de trinta dias. 
§ 1o Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou não tiverem todos apelado, caberá ao apelante 
promover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser remetido à instância superior no prazo de trinta dias, contado 
da data da entrega das últimas razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a apresentação das do apelado. 
§ 2o As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvo se o pedido for de réu pobre ou do Ministério 
Público. 
Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo anterior, apresentados ao tribunal ad quem ou entregues ao Correio, 
sob registro. 
Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser no Distrito Federal e nas comarcas que forem sede de Tribunal 
de Apelação, ficará em cartório traslado dos termos essenciais do processo referidos no art. 564, n. III. 
Art. 604. (Revogado pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
Art. 605. (Revogado pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
Art. 606. (Revogado pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
 
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO E DAS APELAÇÕES, 
NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO 
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, 
de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária. 
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos 
infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma 
do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. 
Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção do de habeas corpus, e nas apelações interpostas das 
sentenças em processo de contravenção ou de crime a que a lei comine pena de detenção, os autos irão imediatamente 
com vista ao procurador-geral pelo prazo de cinco dias, e, em seguida, passarão, por igual prazo, ao relator, que pedirá 
designação de dia para o julgamento. 
Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e apregoadas as partes, com a presença destas ou à sua 
revelia, o relator fará a exposição do feito e, em seguida, o presidente concederá, pelo prazo de 10 (dez) minutos, a 
palavra aos advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador-geral, quando o requerer, por igual prazo. 
Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o relator, serão julgados na primeira sessão. 
Art. 613. As apelações interpostas das sentenças proferidas em processos por crime a que a lei comine pena de 
reclusão, deverão ser processadas e julgadas pela forma estabelecida no Art. 610, com as seguintes modificações: 
I - exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor, que terá igual prazo para o exame do processo e pedirá 
designação de dia para o julgamento; 
II - os prazos serão ampliados ao dobro; 
III - o tempo para os debates será de um quarto de hora.Art. 614. No caso de impossibilidade de observância de qualquer dos prazos marcados nos arts. 610 e 613, os 
motivos da demora serão declarados nos autos. 
Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art393
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art374
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art378
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art603
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art564
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1930-1949/L263.htm#art12
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1930-1949/L263.htm#art12
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1930-1949/L263.htm#art12
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art613
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art610
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art610
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art613
§ 1o Havendo empate de votos no julgamento de recursos, se o presidente do tribunal, câmara ou turma, não tiver 
tomado parte na votação, proferirá o voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao réu. 
§ 2o O acórdão será apresentado à conferência na primeira sessão seguinte à do julgamento, ou no prazo de duas 
sessões, pelo juiz incumbido de lavrá-lo. 
Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou turma proceder a novo interrogatório do 
acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências. 
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for 
aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença. 
Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas complementares para o processo e 
julgamento dos recursos e apelações. 
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos 
de declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, 
contradição ou omissão. 
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que constem os pontos em que o acórdão 
é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso. 
§ 1o O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de revisão, na primeira sessão. 
§ 2o Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá desde logo o requerimento. 
 
• CARTA TESTEMUNHÁVEL → Recurso com Caráter Subsidiário 
 
Finalidade – Destravar um recurso. 
Aplicação – Contra despacho que denegar recurso ou seu procedimento, desde que não caiba RESE. 
Conceito – Trata-se de espécie de recuso que possui a finalidade de se obter um reexame de decisão denegatória ou que 
não dê seguimento a um recurso interposto, desde que não cabível outro recurso. 
 
OBS: Não possui efeito suspensivo e extensivo. 
 
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável: 
I - da decisão que denegar o recurso; 
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem. 
Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas 
quarenta e oito horas seguintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que 
deverão ser trasladadas. 
Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à parte e, no prazo máximo de cinco dias, no 
caso de recurso no sentido estrito, ou de sessenta dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta, 
devidamente conferida e concertada. 
Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o recibo, ou deixar de entregar, sob qualquer 
pretexto, o instrumento, será suspenso por trinta dias. O juiz, ou o presidente do Tribunal de Apelação, em face de 
representação do testemunhante, imporá a pena e mandará que seja extraído o instrumento, sob a mesma sanção, pelo 
substituto do escrivão ou do secretário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá reclamar ao presidente 
do tribunal ad quem, que avocará os autos, para o efeito do julgamento do recurso e imposição da pena. 
Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto nos arts. 588 a 592, no caso de recurso em 
sentido estrito, ou o processo estabelecido para o recurso extraordinário, se deste se tratar. 
Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta, se desta tomar conhecimento, mandará 
processar o recurso, ou, se estiver suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis. 
Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o processo do recurso denegado. 
 Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo. 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art383.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art386
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art387

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