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PROCESSO PENAL III - RESUMO

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102
PROCESSO PENAL III
NULIDADES PROCESSUAIS
 No processo penal, os atos processuais possuem uma forma pré-estabelecida em lei, funcionando como uma garantia ao acusado. A formalidade processual possui duas finalidades: 1) conferir segurança jurídica às partes; 2) dar objetividade ao procedimento
Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
 Atentar para o fato de que, para gerar nulidade, NECESSARIAMENTE deve haver PREJUÍZO. Portanto, não há nulidade sem prejuízo (Pas de nullité sans grief).
ATO INEXISTENTE
 O vício é de tal gravidade que sequer seria possível considerá-los como atos processuais. Considerado pela doutrina como um “não ato”.
 Não produz nenhum efeito jurídico
 O vício que gera a inexistência do ato não se convalida jamais, nem mesmo com o trânsito em julgado de eventual sentença condenatória ou absolutória, podendo ser reconhecido na constância do processo e após o seu encerramento, independentemente de prazo. De fato, uma sentença assinada por alguém não investido de jurisdição, embora não exista no plano fático, não passa de mero pedaço de papel sem importância jurídica. Logo, sua inexistência pode ser declarada a qualquer momento (Renato Brasileiro de Lima, 2016)
Ex: 
a) estagiário assinar uma sentença ou um mandado de busca e apreensão
b) recurso interposto por advogado sem procuração nos autos; 
c) se o juiz proferir nova decisão após a sentença de mérito, ou seja, após esgotada a jurisdição pela prolação da sentença, a segunda decisão é ato inexistente, sem qualquer validade jurídica
MERA IRREGULARIDADE
 São defeitos de mínima relevância para o processo, que em nada afetam a validade do ato. Isso quer dizer que a mera irregularidade não tem relevância para a situação processual.
Ex: denúncia fora do prazo; memoriais fora do prazo; nome errado
Vista ao MP: necessário apenas se houver alguma nulidade
ATOS NULOS
 São aqueles em que falta adequação com a formalidade e, por haver prejuízo, podem produzir efeitos jurídicos. 
 O ATO NULO SÓ SERÁ NULO SE A DECISÃO JUDICIAL ASSIM O RECONHECER. PORTANTO, A NULIDADE NÃO SE DÁ DE MANEIRA AUTOMÁTICA! ADEMAIS, ANTES DA DECRETAÇÃO DE NULIDADE, SEGUE PRODUZINDO EFEITOS COMO SE PERFEITO FOSSE
	NULIDADE ABSOLUTA
	NULIDADE RELATIVA
	 Violação à Constituição Federal ou a Tratado Internacional ou Hipóteses do art. 564 do CPP que não estiverem sujeitas à sanação ou convalidação (art. 572, CPP) ou violação de forma prescrita em lei que visa à proteção de interesse de natureza pública.
Ex: devido processo legal; ampla defesa; contraditório; prolação de decisão por um juiz suspeito; julgamento por juiz incompetente (CF, art. 5º, LIII); ausência de citação (Renato Brasileiro de Lima, 2016)
 Juiz pode reconhecer de ofício, sendo desnecessário a parte arguir
 A arguição de nulidade pode ser a qualquer tempo, inclusive após o trânsito em julgado de sentença condenatória ou de sentença absolutória imprópria
Obs: na sentença absolutória própria não pode mais haver arguição de nulidade, haja vista que uma vez declarada a absolvição, não se discute mais nulidades, diante da vedação constitucional da reformatio pro societate. Além do mais, a própria Convenção Americana de Direitos Humanos preceitua que “o acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos”. 
 Prejuízo é presumido*
*CUIDAR! Em se tratando de nulidade absoluta, a doutrina entende que o prejuízo é presumido (1). No entanto, o próprio STF já decidiu que a demonstração do prejuízo é essencial para a alegação de nulidade, seja ela absoluta ou relativa (HC 85.155/STF; HC 110.623/STF)
(1) Essa presunção de prejuízo não tem natureza absoluta. Na verdade, cuida-se de 
presunção relativa (iuris tantum), o que significa dizer que há uma inversão da regra do ônus da prova constante do art. 156, caput, do CPP. Portanto, a parte responsável pela arguição da nulidade absoluta fica exonerada da comprovação do prejuízo, cabendo à parte adversa demonstrar a inocorrência do prejuízo, caso tenha interesse na preservação do ato processual impugnado. Logrando êxito nessa comprovação, o vício processual não será declarado. Afinal, por força do princípio do prejuízo, não há por que se declarar uma nulidade, mesmo que de natureza absoluta, se não resultou qualquer prejuízo (Renato Brasileiro de Lima, 2016)
	 Decorre da Lei
 A parte precisa arguir
 A arguição deve se dar em tempo oportuno, sob pena de preclusão e consequente convalidação da nulidade (art. 571, CPP)
 Prejuízo deve ser comprovado
Considerações:
*O que diferencia a nulidade da mera irregularidade é que aqui há o PREJUÍZO
*A nulidade absoluta e a nulidade relativa possuem os mesmos efeitos
*Por que a nulidade absoluta pode ser arguida a qualquer tempo? Porque, via de regra, não convalida. Diz-se “via de regra” pois a sentença absolutória própria convalida
NULIDADE RELATIVA
“Arguição em tempo oportuno” – art. 571, CPP
Art. 571. As nulidades deverão ser arguidas:
I - as da instrução criminal dos processos da competência do júri, nos prazos a que se refere o art. 406;
 Não se aplica mais o art. 406. Atualmente, as nulidades que acontecerem na instrução criminal da 1ª fase do júri deverão ser arguidas em sede de alegações orais/memoriais 
Obs: para alguns autores, as nulidades ocorridas antes da resposta à acusação (a exemplo da denúncia genérica), deverão ser arguidas nesta, pois a reforma processual de 2008 criou um novo marco temporal, como se observa logo abaixo:
“As nulidades relativas da instrução criminal da 1ª fase do procedimento do júri, ocorridas após a apresentação da resposta à acusação, devem ser arguidas em sede de alegações orais (CPP, art. 411, §§ 4º, 5º e 6º), sob pena de preclusão temporal” – RENATO BRASILEIRO
II - as da instrução criminal dos processos de competência do juiz singular e dos processos especiais, salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro II, nos prazos a que se refere o art. 500;
 Não se aplica mais o art. 500, pois foi revogado. O referido inciso se refere ao procedimento comum ordinário, onde as nulidades devem ser arguidas em sede de alegações orais/memoriais
Obs: para alguns autores, as nulidades ocorridas antes da resposta à acusação (a exemplo da denúncia genérica), deverão ser arguidas nesta, pois a reforma processual de 2008 criou um novo marco temporal, como se observa logo abaixo:
III - as do processo sumário, no prazo a que se refere o art. 537, ou, se verificadas depois desse prazo, logo depois de aberta a audiência e apregoadas as partes;
 O art. 537 foi revogado
 Devem ser arguidas em alegações orais/memoriais
Obs: para alguns autores, as nulidades ocorridas antes da resposta à acusação (a exemplo da denúncia genérica), deverão ser arguidas nesta, pois a reforma processual de 2008 criou um novo marco temporal, como se observa logo abaixo:
“As nulidades relativas do procedimento comum sumário ocorridas entre o oferecimento da peça acusatória e a citação do acusado devem ser arguidas na resposta à acusação; aquelas verificadas após a apresentação da resposta à acusação, por ocasião da apresentação das alegações orais (ou memoriais), sob pena de preclusão”. RENATO BRASILEIRO
 
IV - as do processo regulado no Capítulo VII do Título II do Livro II, logo depois de aberta a audiência; (REVOGADO TACITAMENTE)
V - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o julgamento e apregoadas as partes (lê-se “chamadas” as testemunhas) (art. 447);
 Na prática, é quase impossível de haver uma nulidade nesse momento
VI - as de instrução criminal dos processos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere o art. 500;
 Devem ser arguidas no momento das alegações escritas ou sustentação oral
CUIDADO! Não se refere a RECURSOS que “sobem” ao STF ou a Tribunais de Apelação, mas sim àqueles processos os quais são de competência originária dos referidos Tribunais.Ex: Senador e Presidente
VII - se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de recurso ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas as partes;
 Ex: impossibilidade do acesso às provas
VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal, logo depois de ocorrerem.
 As nulidades que acontecerem no plenário do júri, em audiência ou sessão de julgamento, devem ser arguidas imediatamente (importante que sejam atacadas novamente em memoriais e, se houver, no recurso)
Ex: testemunhas se comunicarem em audiência
Eloquência acusatória: pode-se pedir a palavra ou arguir a nulidade quando findado o pronunciamento do Promotor.
PRINCÍPIOS
1) Prejuízo
Art. 563.  Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
 A nulidade deve influenciar na decisão da causa
Súmula 523, STF: No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
2) Instrumentalidade das formas
2.1) Sistema da legalidade das formas
 Todo e qualquer vício resultará no reconhecimento da nulidade processual
2.2) Sistema da legalidade da forma mitigada
 O ato somente será declarado nulo se assim a lei prever. Assim, por mais que o ato seja praticado em desacordo com o modelo previsto em lei, somente será considerado nulo se assim a lei o estabelecer.
2.2) Sistema da instrumentalidade das formas (adotado no Brasil)
Art. 570.  A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
 As irregularidades são distinguidas pela gravidade, não declarando a nulidade se a finalidade foi atingida e não houve prejuízo para as partes. 
Ex: vou no Fórum e sou citado pelo escrivão. Apesar de não ter sido praticado por Oficial de Justiça, como previsto em lei, a finalidade foi cumprida, não havendo qualquer tipo de prejuízo.
3) Eficácia dos atos processuais
 Os atos viciados são PASSÍVEIS de anulação, sendo que o reconhecimento do ato como nulo está CONDICIONADO à decisão judicial
4) Causalidade ou extensão
Art. 573.  Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados.
§ 1o  A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência.
 § 2o  O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.
 A nulidade do ato provoca consequência para os atos que dela depende
Ex:
————————————/————————————
 Não precisa citar novamente Art. 410, CPP (houve nulidade)
 (a citação foi anterior à nulidade)
5) Interesse
Art. 565.  Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.
 Aplicação restrita às nulidades relativas
Ex: se o advogado de defesa concordar com a inversão da oitiva de testemunhas, esse não poderá arguir nulidade posteriormente
IMPORTANTE!
 A Defesa não poder arguir nulidade em caso de ausência do MP. Desse modo, A NULIDADE NÃO DECORRE DA AUSÊNCIA DO PROMOTOR, MAS SIM DE UMA POSSÍVEL POSTURA DO JUIZ, CASO ESTE, POR EXEMPLO, FAÇA MUITAS PERGUNTAS, QUANDO DEVERIA FAZER APENAS PERGUNTAS COMPLEMENTARES.
6) Convalidação
 Em regra, aplica-se somente às nulidades relativas
 Convalidar significa remover um defeito, sanar um vício, com a finalidade de que um ato processual imperfeito possa ser considerado válido
Obs:
 É possível afirmar que, em regra, a convalidação só se aplica às nulidades relativas, pois não haveria convalidação de nulidade absoluta. No entanto, no caso de sentença absolutória com trânsito em julgado, se houver durante o processo uma nulidade absoluta, é possível dizer que ela estará convalidada 
 Se um enunciado afirmar que “não se aplica convalidação para nulidade absoluta”, esse deve ser marcado como sendo verdadeiro
Exemplos de causas de convalidação
1) Preclusão
 É a perda de um direito processual, podendo derivar de algumas espécies:
1.1) Preclusão temporal (art. 571)
 Decorre do não exercício de um direito em um momento determinado
Ex: não fazer o registro de nulidade no momento oportuno
1.2) Preclusão lógica (art. 572, II)
 Concordância tácita
Ex: Juiz assume o papel do Promotor, ou seja, faz diversas perguntas (não complementares). Aqui, tem-se uma preclusão temporal e lógica
2) Retificação
 Uma determinada parte do ato processual defeituoso é corrigida
3) Ratificação (art. 568)
Art. 568.  A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais.
ART. 564, CPP – NULIDADES EM ESPÉCIE
 Rol está defasado. É exemplificativo, não taxativo
A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
II - por ilegitimidade de parte;
Ex: quando for provada a inocência; oferecimento de denúncia contra menor de 18 anos (inimputável)
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;
 Não há processo sem denúncia
 Problemas da denúncia:
1) Genérica (violação do art. 41, CPP). Ex: inépcia formal: 3 pessoas acusadas de ameaçar, a denúncia não discrimina o que cada uma falou
2) Alternativa (quando há dupla imputação). Ex: o réu agiu OU foi omisso (ocorre o cerceamento de defesa)
Obs
Ação Penal Pública condicionada: quando não for respeitada, haverá uma não condição de procedibilidade e não uma não ilegitimidade
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;
Art. 158.  Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado
Art. 167.  Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Obs:
 Em algumas ocasiões, o exame de corpo de delito pode ser indispensável, como no caso de drogas. Nesse caso, haverá a absolvição. Portanto, nesse caso, não se pode utilizar apenas o depoimento das testemunhas
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;
 A defesa é irrenunciável
Art. 261.  Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.
Súmula 523, STF: No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
Falta de defesa: nulidade absoluta
Deficiência de defesa: só haverá nulidade se houver prova do prejuízo
Ver HC 88934/STJ
CUIDAR:
Colidência:
NULIDADE. DEFESAS COLIDENTES. DEFENSOR ÚNICO.
Na impetração, afirma-se a nulidade da audiência de oitiva das testemunhas de acusação, em razão de os réus serem assistidos pelo mesmo advogado. Sucede que, antes de os acusados sustentarem versões antagônicas dos fatos, eles tinham o mesmo patrono, só depois a corré constituiu outro advogado. Porém, o novo advogado da corré não compareceu à audiência, tendo o juiz, então, designado seu antigo defensor e advogado do ora recorrente para sua defesa no ato. Note-se que o tribunal a quo reconheceu, no habeas corpus originário, a colidência das teses defensivas, porém entendeu que não houve demonstração do prejuízo. Para a Min. Relatora, trata-se de nulidade absoluta, visto que o reconhecimento da colidência de defesa dispensa a demonstração do prejuízo. Diante do exposto, a Turma deu provimento ao recurso, apenas para declarar a nulidade da audiência de oitiva das testemunhas de acusação, devendo o magistrado repeti-la, e, depois, abrirnovo prazo para as alegações finais. Precedentes citados: HC 135.445-PE, DJe 7/12/2009, e HC 42.899-PE, DJ 7/11/2005. RHC 22.034-ES, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 19/8/2010.
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;
 O interrogatório é obrigatório
[...]
NULIDADES DO JÚRI (art. 564)
[...]
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;
 A decisão de pronúncia precisa ser fundamentada
 Se houver eloquência acusatória, haverá nulidade
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;
 Não é mais no libelo, mas sim na forma do art. 422
Art. 422.  Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência.    
Art. 461.  O julgamento não será adiado se a testemunha deixar de comparecer, salvo se uma das partes tiver requerido a sua intimação por mandado, na oportunidade de que trata o art. 422 deste Código, declarando não prescindir do depoimento e indicando a sua localização.  
 Cuidar a cláusula de imprescindibilidade de testemunha      
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;
Convocados: 25
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade;
 Se o advogado assinar o termo de incomunicabilidade e essa tiver ocorrido, haverá preclusão lógica
 Jurado que participou de julgamento nulo não pode participar de novo no mesmo julgamento
Súmula 206, STF: É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo.
k) os quesitos e as respectivas respostas;
Súmula 156, STF: É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de quesito obrigatório.
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
m) a sentença;
 Art. 381, CPP
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso;
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento;
**IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
Ex: inversão da ordem de oitiva prevista no art. 400, CPP, sem consentimento expresso da defesa
Parágrafo único.  Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas.    
  
Art. 478.  Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado;                   
 POSTERIORES + ARGUMENTO DE AUTORIDADE
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo.   
 SILÊNCIO + PREJUÍZO
Art. 479, CPP
Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte.       
Art. 231, CPP:
Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo.
Inquérito Policial:
 Em regra, não gera nulidade no processo (STF)
 
RECURSOS
Quais são os principais fundamentos que justificam a existência de um recurso? Falibilidade humana + insatisfação da parte
 HABEAS CORPUS NÃO É RECURSO!
Conceito de recurso:
 É um remédio voluntário
 Serve para impugnar decisão judicial
 Lei Federal (legislar)
 Utilizado na mesma relação processual, antes da preclusão
 Reforma, invalidação, esclarecimento
PRINCÍPIOS
1) Duplo grau de jurisdição
 Pode ser compreendido como uma possibilidade de reexame integral (fato e direito) confiando o recurso a um órgão judicial de hierarquia superior
 Fundamentos são a falibilidade humana e o inconformismo das partes
Art. 8º, pár. 2º, h – Pacto de San José da Costa Rica:
Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa.  Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
 h. Direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.
 Os direitos e garantias previstos na CADH passaram a fazer parte do rol dos direitos fundamentais (art. 5º, pár. 2º, CF - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte).
 O Supremo já se manifestou que o CADH tem natureza SUPRALEGAL (acima de lei federal/ordinária, mas abaixo da CF)
 Esse princípio acaba sendo mitigado em razão da prerrogativa de função, onde os acusados não possuem o direito de terem o reexame integral da matéria
2) Taxatividade
 Recurso é proveniente de uma previsão legal
3) Unirecorribilidade
 É possível somente ingressar com um recurso para cada decisão
 A cada decisão recorrível corresponde um único recurso
Ex:  Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:  § 4o  Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.
EXCEÇÕES:
RE e REsp (deve-se entrar com os dois quando houver violação da CF e lei federal)
EI e EN* (quando houver decisão de 2º grau não unanime)
*Embargos de nulidade
4) Fungibilidade (579, CPP)
Art. 579.  Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro.
Parágrafo único.  Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.
 Vai tramitar como se certo fosse
É condicionado à existência de má-fé, a qual possui 2 hipóteses:
a) Utilizar o recurso inadequado (com prazo maior) pelo fato de ter perdido o prazo do recurso adequado (com prazo menor). Ex: perco o prazo do recurso de apelação, que é de 5 dias, e entro com Embargos Infringentes, que é de 10 dias
b) Erro grosseiro. Ex: entrar com EI em 1º grau. Este somente é cabível em 2º grau
Parágrafo único.  Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.
Ex: o recurso adequado era RESE, mas eu entrei com uma apelação. QUAL RITO IRÁ SEGUIR?
R: SEGUE O RITO DO RECURSO ADEQUADO, OU SEJA, RESE!
O que muda? No RESE, há possibilidade do juiz se retratar e reformar a decisão
5) Convolação
 Esse princípio visa beneficiar ao acusado convertendo uma via impugnativa em outra sempre que seja mais vantajosa processualmente
Ex: correição parcial ou habeas corpus
6) Voluntariedade (574, CPP)
Art. 574.  Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz:
I - da sentença que conceder habeas corpus;
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.
Ex: na apelação e no RESE, é possível fazer a manifestação do elemento volitivo (interposição) em um momento, e a motivação recursal (razões recursais) em outro.
Apelação:
 
 VOLITIVOMOTIVAÇÃO
	
Interposição
(5 dias)
	
Razões
( 8 dias)
 É na interposição que se demonstra a voluntariedade. Isso significa que caso a motivação seja interposta fora do prazo, haverá mera irregularidade, razão pela qual o recurso poderá ser conhecido
Obs:
 O recurso de ofício NÃO ESTÁ SUJEITO A PRAZO, existindo algumas hipóteses de cabimento de recurso de ofício (reexame necessário), desde que proferidas pelo juiz singular. Não é cabível contra decisão colegiada.
a) decisão que concede habeas corpus
b) decisão de conceder reabilitação
c) decisão que conceder mandado de segurança
 Ambas possibilidades são exceções ao princípio da voluntariedade
7) Princípio da disponibilidade dos recursos
 Não é absoluto
 É possível o recorrente desistir de um recurso por ele já interposto? SIM, DESDE QUE ESSA PARTE NÃO SEJA O MP (576, CPP)
**Art. 576.  O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.
8) Princípio da proibição da reformatio in pejus
 Quando somente a defesa recorrer (nesse caso, há trânsito em julgado para o MP), o tribunal não pode aumentar a pena fixada pelo juiz de 1º grau (617, CPP). Portanto, quando houver recurso exclusivo da defesa, não pode o tribunal aumentar a pena.
Art. 617.  O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença.
 Não se admite que a situação do réu seja piorada em razão do julgamento de seu próprio recurso. Sendo assim, se o recurso for exclusivo da defesa, não se admite a reforma da decisão para piorar a situação do réu
Súmula 170, STF: É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não argüida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.
VER HC 176.320, STJ – cumprimento de pena de 18 anos em regime aberto!
8.1) Reformatio in pejus indireta
 Ocorre a reformatio in pejus indireta quando o tribunal julgar um recurso exclusivo da defesa e anular a sentença, remetendo o processo novamente para o juiz de 1º grau para que esse profira outra sentença. Nesse caso, pode o juiz proferir uma sentença com quantum maior que o do 1º julgamento o qual foi anulado?
Há duas correntes:
1ª) Defende que não pode o magistrado prolatar condenação superior a do primeiro julgamento (STF)
2ª) Entende ser possível o aumento da condenação no segundo julgamento. Em primeiro lugar, porque o art. 617 não proíbe o juiz, mas um tribunal, câmara ou turma. Em segundo lugar, porque a decisão anulada não produz efeitos e sequer existe, não podendo servir portanto como um patamar para uma nova decisão (Ada Pellegrini e Paulo Rangel)
Obs:
 Reformatio in mellius: mesmo se a defesa não recorrer, pode o tribunal diminuir a pena
9) Dialeticidade
 O recurso deve conter fundamentos de fato e de direito que embasam o inconformismo do recorrente
REQUISITOS E PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL
Conceitos básicos:
Juízo a quo: é o prolator da decisão recorrida. É o juízo do qual se recorre
Juízo ad quem: é o que irá julgar o recurso, exceto no caso de ED
Conhecido: é quando o recurso preenche os requisitos ou pressupostos de admissibilidade
Provido: está relacionado ao mérito
REQUISITOS OBJETIVOS
1) Cabimento
 Deve haver previsão legal a respeito da recorribilidade da decisão
2) Adequação
 É o meio de impugnação adequado, é a compatibilidade entre a decisão proferida e o recurso utilizado
 Não é absoluto (pode ser mitigado pela fungibilidade)
3) Tempestividade (798, CPP)
Art. 798.  Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
§ 1o  Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
§ 2o  A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a correr.
§ 3o  O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato.
§ 4o  Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto pela parte contrária.
 Sábado não é dia útil. No processo penal, os prazos são contados em dias corridos. Conto sempre a partir do amanhã
	Dom
	Seg
	Ter
	Qua
	Qui
	Sex
	Sáb
	
	
	
	1
	2
	3
	4
	5
	6
	7
	8
	9
	10
	11
	12
	13
	14
	15
	16
	17
	18
	19
	20
	
	
	
	
	
*Considerar o prazo do recurso de 5 dias
1) Se sou intimado na quinta, terça é o último dia do prazo
2) Se sou intimado sexta, a contagem começa a partir de segunda-feira
3) Se o prazo começa dia 6, termina dia 13 (não posso parar no último dia da contagem aos sábados e domingos)
Obs:
Art. 578.  O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante.
§ 1o  Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas testemunhas.
§ 2o  A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao último do prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega.
IMPORTANTE!!!
 No processo penal, há casos de interposição em um momento, e razões em outro (como a apelação e o RESE, por exemplo). Nesses casos, a tempestividade do recurso refere-se ao primeiro momento, ou seja, o da interposição.
 Em relação às razões juntadas fora do prazo, será reconhecida a mera irregularidade (STF, HC 204009)
 Até mesmo o réu pode fazer a interposição do recurso (77, CPP). Réu ou defensor. No entanto, as razões só o defensor/advogado pode fazer. Para a doutrina e jurisprudência, uma vez que réu e defensor são intimados para a interposição do recurso, o prazo começa a contar do último que foi intimado.
 O MP é intimado pessoalmente
4) Inexistência de fato impeditivo
4.1) Renúncia
 Dá-se antes da interposição do recurso/impugnação
Súmula 705, STF: A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta.
 Se o réu não quiser recorrer, mas o defensor recorrer, o recurso será conhecido. Todavia, se o defensor renunciar, está renunciado (???)
Súmula 708, STF: É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro.
 Faço as razões e desisto. Peço a renúncia, mas sou o único defensor. Nesse caso, o réu deve ser intimado para constituir outro defensor antes da apelação
4.2) Preclusão
 Perda de prazo (temporal)
 Renuncio e depois resolvo ingressar com o recurso (lógica/consumativa)
5) Inexistência de fato extintivo
 Ocorrem no trâmite processual
5.1) Desistência
 É quando já houve a interposição do recurso
 O MP NÃO PODE DESISTIR DO RECURSO JÁ INTERPOSTO (IMPORTANTE) – art. 576, CPP
 A DESISTÊNCIA É IRREVOGÁVEL E IRRETRATÁVEL
5.2) Deserção (806, CPP)
Art. 806.  Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará, sem que seja depositada em cartório a importância das custas
 O art. 806 prevê que nos recursos relativos à ação penal privada, deverá existir o preparo (pagamento das despesas relativas aos recursos). No entanto, a doutrina afirma que o querelado não precisa pagar as custas de seu recurso, pois ele é o acusado
6) Regularidade formal
 Para que o recurso seja conhecido, é necessário observar algumas regularidades formais
REQUISITOS SUBJETIVOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL
a) Legitimidade recursal (577, CPP)
Art. 577.  O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.
Parágrafo único.  Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.
 MP
 Querelante
 Réu
 Procurador/Defensor
**ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO (CUIDADO)
Obs:
 Conforme o art. 577, como fruto da autodefesa, o acusado poderá interporde forma autônoma o recurso. Entretanto, é somente o advogado que poderá oferecer as razões recursais
PORTANTO...
Interposição: acusado ou advogado
Razões: advogado
CUIDAR – ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO!!!
 O assistente de acusação é a própria vítima (ofendido)
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
 Portanto, não haverá assistente de acusação na ação penal privada
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Para fins de recurso, como fica a legitimidade do assistente de acusação?
 Será subsidiária em relação ao MP. O assistente só poderá interpor recurso se o MP não interpor. Caso o MP recorrer da decisão, o assistente poderá arrazoar o recurso (juntar as razões). Art. 271, CPP
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.
§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas propostas pelo assistente.
§ 2o O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente comprovado.
§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas propostas pelo assistente.
§ 2o O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente comprovado.
Quanto ao prazo para o assistente:
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público.
Habilitação: faz-se um pedido ao juiz, com vista ao MP e posterior homologação
Qual é o prazo para o ofendido (ou sucessores) apelar contra a sentença?
Se já estava HABILITADO como assistente: 5 dias (art. 593 do CPP);
Se ainda NÃO estava habilitado: 15 dias (art. 598, parágrafo único, do CPP).
Obs: o prazo só tem início depois que o prazo do MP se encerra.
Súmula 448, STF: O prazo para o assistente recorrer, supletivamente, começa a correr imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público.
Quais os recursos que podem ser interpostos pelo assistente da acusação?
Segundo o entendimento majoritário, o assistente da acusação somente pode interpor:
• Apelação;
• RESE contra a decisão que extingue a punibilidade.
Obs1: o assistente da acusação somente poderá recorrer se o MP não tiver recorrido.
Obs2: o assistente de acusação não pode recorrer contra ato privativo do MP.
b) Interesse recursal:
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.
MP: pode recorrer da absolvição ou da condenação
Réu pode recorrer de sentença absolutória?
 Sim, dependendo do inciso referente ao art. 386 em que foi fundamentada a decisão
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
I - estar provada a inexistência do fato; JUÍZO DE CERTEZA
II - não haver prova da existência do fato; JUÍZO DE DÚVIDA
III - não constituir o fato infração penal; 
IV - estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; 
V - não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; 
VI - existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; 
VII - não existir prova suficiente para a condenação. 
Questões:
O MP pode recorrer em caso de condenação na ação penal privada?
 Sim, no caso de condenação, pode-se buscar a absolvição (Paulo Rangel)
O MP pode recorrer em caso de absolvição na ação penal privada?
 Não, apenas o querelante pode, uma vez que o MP carece de interesse (Paulo Rangel)
EFEITOS DOS RECURSOS
1) Efeito Obstativo
 A interposição do recurso impede a formação da coisa julgada (impede o trânsito em julgado)
2) Efeito devolutivo
 Cabe ao recorrente delimitar a matéria que será objeto de reapreciação da nova decisão. O que será analisado será o objeto do meu inconformismo
 REGISTRE-SE QUE ESSE EFEITO É PLENAMENTE MITIGADO PELA EXISTÊNCIA DO PRINCÍPIO DA REFORMATIO IN MELLIUS, POIS É PLENAMENTE POSSÍVEL MELHORAR A SITUAÇÃO DO RÉU, MESMO QUE DETERMINADA QUESTÃO NÃO SEJA OBJETO DE RECURSO
Súmula 160, STF: É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.
CUIDAR A SÚMULA 713, STF:
Súmula 713: O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição (art. 593, III).
 Refere-se à decisão dos 7 jurados
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 
 Assim, na interposição, deve-se discriminar/enumerar as “letrinhas” a serem atacadas. Recomenda-se colocar todas.
3) Efeito suspensivo
 É a impossibilidade de a decisão impugnada produzir efeitos, enquanto não houver apreciação do recurso interposto. A interposição do recurso suspende os efeitos da sentença, até que ele seja analisado
 Não é só o recurso interposto que possui efeito suspensivo, mas também a recorribilidade, a previsão legal do cabimento de um recurso dotado de efeito suspensivo. Portanto, deve-se aguardar o prazo do recurso.
Obs 1:
 A apelação contra sentença absolutória não produz efeito suspensivo (art. 596)
Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente em liberdade. 
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução da medida de segurança aplicada provisoriamente. 
Obs 2:
 A apelação contra sentença condenatória terá efeito suspensivo (art. 597)
Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o disposto no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos e de medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicional de pena.
Obs 3:
Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, e uma vez arrazoados pelo recorrido os autos do traslado, os originais baixarão à primeira instância, para a execução da sentença.
4) Efeito regressivo/iterativo/diferido
 O mesmo Juiz reforma a própria decisão (não é aplicável a todos os recursos)
 O presente feito permite que o juiz possa se retratar, antes de remeter o recurso ao juízo ad quem (art. 589)
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que lhe parecerem necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo maislícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.
RESE: é aplicável, uma vez que o Juiz pode se retratar
Apelação: não é aplicável, uma vez que o Juiz não pode se retratar
Agravo em execução e carta testemunhável: é aplicável. Segue o mesmo procedimento do RESE
5) Efeito extensivo (art. 580, CPP)
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25 ), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.
 Trata-se da possibilidade de estender o resultado favorável do recurso de um dos acusados aos outros que não tenham recorrido. Isso acontecerá desde que o recurso não seja fundado em motivos de caráter exclusivamente pessoal. O próprio Tribunal estende os efeitos. Se assim não o fizer, pode-se ingressar com Embargos de Declaração.
Ex1: Leonardo e Rafaela cometem um furto. Todavia, as câmeras de vigilância filmam apenas a Rafaela. Ambos são condenados. No segundo grau, Leonardo é absolvido. Nesse caso, o efeito não se estende para a Rafaela. (Questões pessoais)
Ex2: Leonardo e Rafaela furtam um shampoo. Ambos são condenados. Apenas Leonardo recorre e acaba por ser absolvido pelo princípio da insignificância. Nesse caso, o efeito estende-se à Rafaela. (Atipicidade, falta de provas...)
Ex3: Excesso de prazo: ingressa com habeas corpus. Nesse caso, os efeitos também irão se estender
6) Efeito substitutivo (art. 1008, CPC; art. 3º, CPP)
Art. 1008: O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso.
Art. 3º: A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
Ex: sentença condena a 8 anos. Entro com uma apelação. Decisão do Tribunal substituirá a decisão de 1º grau. AQUELA NÃO PODE SOMENTE FAZER MENÇÃO À ESTA, É NECESSÁRIO FUNDAMENTÁ-LA. É POSSÍVEL TRANSCREVER A DECISÃO DE 1º GRAU (FUNDAMENTAÇÃO “PER RELATIONEM”. É POSSÍVEL “COPIAR E COLAR” A DECISÃO DE 1º GRAU, MAS NÃO FAZER APENAS MENÇÃO.
Pedido de revogação: não precisa fundamentar novamente
RECURSOS EM ESPÉCIE
1) RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (RESE)
 Somente será cabível contra decisão de Juiz singular (1º grau). Jamais contra órgão colegiado ou decisões monocráticas de relator nos processos que lhe estejam afetos.
 A decisão não pode estar dentro de uma sentença. Se estiver dentro de uma sentença, o recurso cabível é a apelação
Competência:
Interposição: será juntada para o juiz que deu a decisão (1º grau)
Razões: também será juntada em 1º grau, uma vez que há a possibilidade de retratação por parte do Juiz. Quem tem competência para julgar as razões é o TJ ou o TRF
Prazo:
Interposição: 5 dias
Razões: 2 dias
	
Interposição
(5 dias)
	
Razões
(2 dias)
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo.
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa do defensor.
 RAZÕES RECUSAIS: CONTADO A PARTIR DA INTIMAÇÃO/NOTIFICAÇÃO DO RECORRENTE
Por instrumento (art. 587, CPP)
 Muitas das situações que comportam RESE serão processadas por instrumento, em autos apartados, cabendo ao próprio recorrente indicar quais as peças dos autos ele pretende traslado
Art. 587.  Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará, no respectivo termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos de que pretenda traslado.
Parágrafo único.  O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo de cinco dias, e dele constarão sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se por outra forma não for possível verificar-se a oportunidade do recurso, e o termo de interposição.
Nos próprios autos (art. 583, CPP):
Art. 583.  Subirão nos próprios autos os recursos:
I - quando interpostos de oficio; 
II - quando se tratar de recurso em sentido estrito contra a decisão que não receber a denúncia ou a queixa (CPP, art. 581, I), que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição (CPP, art. 581, III), que pronunciar o acusado (CPP, art. 581, IV), que julgar extinta a punibilidade (CPP, art. 581, VIII) e que conceder ou negar a ordem de habeas corpus (CPP, art. 581, X)
III - quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.
Parágrafo único.  O recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, havendo dois ou mais réus, qualquer deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da pronúncia.
Efeitos:
Devolutivo
Regressivo (iterativo ou diferido) (art. 589, CPP)
Art. 589.  Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários.
Parágrafo único.  Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.
Suspensivo (art. 584, CPP)
Art. 584.  Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de concessão de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
VIA DE REGRA, O RESE NÃO É DOTADO DE EFEITO SUSPENSIVO, EXCETO:
 Perda da fiança
 Recurso de pronúncia
 Decisão que denegar a apelação ou julgar deserta
 Decisão que julgar quebrada a fiança
Hipóteses de cabimento
Art. 581.  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença 
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
 Alguns autores entendem que rejeição é diferente de não recebimento, de modo que na primeira caberia apelação. Todavia, a corrente majoritária entende que são sinônimos
Ex: a pessoa foi denunciada pelo MP, mas o Juiz não recebeu a denúncia. Portanto, não houve citação. O MP recorre
Súmula 60, TRF4: Da decisão que não recebe ou que rejeita a denúncia cabe recurso em sentido estrito.
**Súmula 707, STF: CONSTITUI NULIDADE A FALTA DE INTIMAÇÃO DO DENUNCIADO PARA OFERECER CONTRARRAZÕES AO RECURSO INTERPOSTO DA REJEIÇÃO DA DENÚNCIA, NÃO A SUPRINDO A NOMEAÇÃO DE DEFENSOR DATIVO.
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
Art. 95.  Poderão ser opostas as exceções de:
II - incompetência de juízo;
III - litispendência;
IV - ilegitimidade de parte;
V - coisa julgada.
IV – que pronunciar o réu;        
Pronúncia e desclassificação: RESE
Impronúncia e absolvição sumária: Apelação
                         
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;                      
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
 Só será cabível RESE se a decisão que declara extinta a punibilidade não estiver no bojo de uma sentença absolutória ou condenatória, hipótese em que caberá apelação
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
 Não cabe HC substitutivo de recurso
Ex: Peço pedido de revogação de prisão preventiva ao juiz. É negado. Entro com HC para o TJ. Tribunal nega o HC. Caberá ROC, não RESE, pois é 2º grau
Ex2: Delegado comete arbitrariedade. Entro com HC para o Juiz. É negado. Posso entrar com RESE para o Tribunal
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
 Se a suspensão condicional da pena ocorrer durante uma sentença, o recurso cabível será o de apelação. Mas se ocorrer pelo Juiz da execução, será cabível agravoem execução
Art. 197, LEP: Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
Denegar apelação: RESE
Deenegar RESE: Carta testemunhável
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
 Tacitamente revogado pela Lei 7210, que a passou a prever o agravo em execução para essa situação
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
XXII - que revogar a medida de segurança;
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples.
Obs: do inciso 19 até o 24: todos revogados pela Lei 7210. Atacáveis por agravo em execução
    
Art. 582 - Os recursos serão sempre para o Tribunal de Apelação, salvo nos casos dos ns. V, X e XIV.
Parágrafo único.  O recurso, no caso do no XIV, será para o presidente do Tribunal de Apelação.
3 passos para saber se é RESE:
1) Rol do art. 581 e decisão anterior à pronúncia
2) Não pode estar na sentença
3) Não pode ser posterior ao trânsito em julgado
Obs: NÃO BASTA APENAS ESTAR NO ART. 581 PARA SER ATACADO POR RESE
APELAÇÃO (arts. 593, 416, CPP; art. 82, pár. 1º, Lei 9099)
 Trata-se de um instrumento eficaz para a concretização do princípio do duplo grau de jurisdição, pois permite ao juízo ad quem que reaprecie questões de fato e questões de direito
Forma:
Interposição:
Termo nos autos
Petição
Art. 578.  O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante.
 Diferentemente do RESE, a apelação irá subir nos próprios autos
 Ao contrário do recurso em sentido estrito, que é geralmente processado por instrumento, a apelação é encaminhada à instância superior nos próprios autos do processo.
 
Prazo: 
Interposição: 5 dias
Razões: 8 dias (no caso de contravenção penal, será 3 dias). Começa a correr a partir da INTIMAÇÀO/NOTIFICAÇÃO
Obs:
 A interposição precisa ser dirigida ao Juiz de 1º grau, que proferiu a decisão
 Posso declarar ao juiz que pretendo arrazoar no 2º grau (art. 600, pár. 4º, CPP). Devo informar que pretendo fazer isso. APENAS NA APELAÇÃO É POSSÍVEL
§ 4o  Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às partes, observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial. 
 Se o apelante declara, na petição, que deseja arrazoar em superior instância, serão os autos remetidos ao Tribunal ad quem, onde será aberto vistas e onde deverão ser juntadas as razões. A competência para julgamento será do TJ ou do TRF. ESSA POSSIBILIDADE NÃO SE APLICA PARA O PROMOTOR, POIS ESSE NÃO ATUA NO 2º GRAU!
 Interposta a apelação, os autos serão conclusos ao magistrado para o juízo de admissibilidade. Denegada a apelação, será cabível recurso em sentido estrito (CPP, art. 581, XV).
Efeitos:
Devolutivo
Efeito suspensivo: há na sentença condenatória e não há na sentença absolutória
Obs: NÃO HÁ JUÍZO DE RETRATAÇÃO, PORTANTO, NÃO HÁ EFEITO REGRESSIVO
Cabimento:
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;         
            
 Além disso, o recurso de apelação também será cabível contra a decisão de absolvição sumária do art. 397, CPP. 
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade        
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou                          
 IV - extinta a punibilidade do agente.   
Art. 107, CP - Extingue-se a punibilidade: 
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
 
 Uma ressalva importante é a decisão que declara extinta a punibilidade (absolvição sumária), caso em que caberá RESE, salvo se for na sentença, hipótese em que caberá apelação
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior;        
Definitiva: são as decisões que encerram a relação processual, julgam o mérito, mas não são absolutórias ou condenatórias
Ex: decisão que julga pedido de restituição; decisão que ordena o sequestro
Com força de definitiva (interlocutórias mistas): são aquelas que não decidem mérito, mas encerram uma relação processual, ou uma etapa do procedimento
Ex: decisão que acolhe exceção de litispendência
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia (ANULAR); 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados (REFORMAR); 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança (REFORMAR); 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos (ANULAR). 
 Referente à alínea “d”, só é possível pedir uma vez
§ 3o Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação.
Considerações:
Súmula 713, STF: O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição.
 NÃO CONFUNDIR COM A 1ª FASE DO JÚRI!
 O Réu já sai automaticamente intimado do Júri
JECRIM
Prazo:
10 dias – razões + pedidos (tudo junto, não há peças separadas)
Obs: caberá apelação (JECRIM – Lei 9099) da decisão que rejeitar a denúncia ou queixa
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
 Não visa a reforma da decisão
 Visa dissipar a dúvida, criada pela imprecisão da decisão judicial
 Em regra, não há contrarrazões (a parte contrária não é intimida), exceto quando se tratar de ED com efeitos infringentes (a parte contrária é intimada para apresentar contrarrazões)
CABIMENTO/FINALIDADE
1º grau:
Art. 382.  Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.
2º grau:
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso.
§ 1o O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de revisão, na primeira sessão.
§ 2o Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá desde logo o requerimento.
Omissão: quando a decisão deixa de apreciar um ponto relevante
Ambiguidade: quando há duas interpretações distintas
Obscuridade: quando não há clareza na decisão judicial
Contradição: as afirmações da decisão são opostas entre si
PRAZO:
 2 dias (petição + razões) – não se admite sua interposição por termo nos autos
Obs:
 No JECRIM,o prazo é de 5 dias. AQUI, PODEM SER OPOSTOS ORALMENTE!
 No STF, o prazo é de 5 dias
 Se opostos contra sentença, deverão ser endereçados ao próprio juiz prolator da decisão impugnada; na hipótese de acórdãos, os embargos serão dirigidos ao desembargador relator. No âmbito dos Juizados Especiais Criminais, os embargos de declaração podem ser opostos por escrito ou oralmente
PREQUESTIONAMENTO
 Para fins de admissibilidade do RE e REsp, é indispensável que a matéria tenha sido discutida nas instâncias inferiores 
Súmula 356, STF: O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.
Súmula 281, STF: É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada.
Súmula 207, STJ: É inadmissível recurso especial quando cabíveis embargos infringentes contra o acórdão proferido no tribunal de origem.
PROCEDIMENTO DOS EMBARGOS
1) Serão opostos em petição, sendo que as razões lhe acompanharão
2) Será endereçada ao próprio juiz prolator da decisão, sendo que se a decisão for um acórdão, será dirigida ao Desembargador relator
EFEITOS QUANTO AOS DEMAIS RECURSOS
Art. 1.026, CPC: Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso
 Geram INTERRUPCÃO, e não suspensão
 CUIDADO! NO JECRIM TAMBÉM PASSOU A INTERROMPER!
 Interrompem o prazo para a interposição de recurso, ou seja, uma vez publicada a decisão dos ED, o prazo para a interposição de demais recursos começa a correr do zero
 Essa interrupção do prazo para interposição de outros recursos ocorrerá ainda que os embargos de declaração não sejam acolhidos. Todavia, se os embargos de declaração não forem conhecidos, em virtude, por exemplo, da intempestividade, não haverá a interrupção do prazo para oposição dos outros recursos.
ED COM EFEITOS INFRINGENTES:
 Os ED não possuem a função de reformar a decisão, mas de esclarecer. Mas os ED com efeitos infringentes podem provocar a modificação da decisão. Nesse caso, tanto a doutrina como a jurisprudência afirmam a necessidade de intimação da parte contrária, para oferecimento, se assim entender, das contarrazões
EMBARGOS INFRINGENTES E EMBARGOS DE NULIDADE
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária. 
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. 
Ex:
Apelação: o relator dá provimento. Todavia, os outros dois Desembargadores negam.
 Tem-se uma decisão não unânime, desfavorável ao réu
 Nesse caso, haverá o prazo de 10 DIAS para oposição de EMBARGOS INFRINGENTES (petição + razões)
Ex: 2
O objeto de irresignação é uma preliminar
 Nesse caso, haverá o prazo de 10 DIAS para a oposição de EMBARGOS DE NULIDADE (petição + razões)
Considerações:
 Esses recursos visam o reexame da decisão não unânime, cabível somente no julgamento de apelações, RESE, e agravo em execução. O julgado deve ter sido desfavorável aos Réus. SÃO EXCLUSIVOS DA DEFESA!!!
EI: divergência quanto ao mérito
EN: divergência quanto alguma nulidade processual/preliminar
 CASO, POR EXEMPLO, UM DESEMBARGADOR CONDENAR COM BASE NA PROVA PERICIAL, E OS OUTROS DOIS CONDENAREM COM BASE NA PROVA TESTEMUNHAL, NÃO CABERÁ EI, UMA VEZ QUE A DIVERGÊNCIA TEM QUE SER QUANTO À DECISÃO, E NÃO QUANTO À FUNDAMENTAÇÃO!!!
COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO:
Grupos criminais (TJ)
Seção Criminal (TRF)
POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO SIMULTÂNEA ENTRE EI e RE
 Em relação ao recurso de EI e seus efeitos quanto aos Recursos Extraordinários, havia divergência no âmbito do STJ e do STF
STJ: entendia ser aplicável a antiga redação do art. 498, do CPC/73, no sentido de entender que a interposição dos EI sobrestaria também a matéria unânime. No entanto, a questão fica ainda mais polêmica com o advento do novo CPC, onde os EI passaram a ser uma mera técnica de julgamento
STF: entendia não ser aplicável o art. 498 do CPC ao processo penal, deixando clara a necessidade de interposição simultânea dos EI e RE. É o que determina a súmula 355 do STF.
Súmula 355: Em caso de embargos infringentes parciais, é tardio o recurso extraordinário interposto após o julgamento dos embargos, quanto à parte da decisão embargada que não fora por eles abrangida.
Doutrina e o novo CPC:
Renato Brasileiro: entende que é bem provável que a corrente adotada pelo STF acabe prevalecendo no Processo Penal, com o advento do novo CPC
Nestor Távora, Aury Lopes Jr, Gustavo Badaró: seguem defendendo que os EI suspendem a interposição do prazo para os demais recursos, em que pese o novo CPC
Obs:
 Em eventual caso de 2x1 quanto à tese de nulidade e 2x1 quanto à tese de mérito, caberá EI e EN, em peça única
CARTA TESTEMUNHÁVEL
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
I - da decisão que denegar o recurso;
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem.
 O cabimento da carta testemunhável será sempre residual e subsidiário. Isso porque somente será cabível na ausência de previsão legal de outro recurso adequado
Prazo (art. 640, CPP):
A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas QUARENTA E OITO HORAS seguintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser trasladadas.
Procedimento:
 Endereçada ao Escrivão (interposição)
 Cabe ao recorrente indicar as peças que devem compor o instrumento
Competência para julgamento:
 TRF ou TJ
Obs:
 NÃO POSSUI EFEITO SUSPENSIVO!
 POSSUI JUÍZO DE RETRATAÇÃO
AGRAVO EM EXECUÇÃO
Art. 197, Lei 7.210: Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
Obs: cabe agravo de TODAS as decisões do Juiz da execução
Prazo (súmula 700, STF):
5 dias (interposição)
2 dias (razões)
 TUDO O QUE SE APLICA AO RESE, APLICA-SE AO AGRAVO EM EXECUÇÃO!
Procedimento:
 Prevalece o entendimento de que deve ser aplicado o mesmo procedimento do RESE, portanto tem efeito regressivo (juízo de retratação)
 NÃO POSSUI EFEITO SUSPENSIVO
CORREIÇÃO PARCIAL (não é recurso)
 Instrumento destinado a impugnar decisão judicial que traga inversão tumultuária ao processo (erro ou abuso do juiz), sempre que não houver um recurso em lei previsto para tanto
 Só é cabível quando não houver recurso previsto em lei (ex: caso seja decisão de pronúncia, cabe RESE)
Ex: arrolo um informante e a juíza não deixa realizar as perguntas
 Na maioria dos Estados, esse instrumento está previsto no regimento interno do Tribunal, ou na própria lei da organização judiciária
 É DESIGNADO AO PRESIDENTE DO TRIBUNAL (TJ OU TRF)
Prazo:
5 dias (da ciência da decisão)
Legitimidade:
 MP ou qualquer uma das partes
RECURSO ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO
REsp: dirigido ao STJ
RE: dirigido ao STF
 Não se destina a discutir prova, mas sim a legalidade desta
 STJ e STF não funcionam como 3ª instância
 Funcionam para analisar se a decisão observou a CF
 NÃO SERVE PARA REANÁLISE DE PROVA!
Conceito de RE e REsp
 São meios de impugnação de natureza extraordinária, pois os Tribunais Superiores (STJ e STF), não reexaminam todo o julgamento, limitando-se aos aspectos jurídicos da decisão (não se discute os fatos). Assim, é vedado a utilização de qualquer desses recursos para simples reexame de prova
Súmula 279, STF: para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário
Súmula 7, STJ: a pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.
 O QUE SE VEDA É A REDISCUSSÃO PROBATÓRIA, SENDO POSSÍVEL A DISCUSSÃODA LEGALIDADE/LICITUDE DA PROVA (ex: busca/apreensão noturna)
 A interposição se dá no Tribunal Estadual e será endereçada ao Presidente do Tribunal, que fará o juízo de admissibilidade
 Violação à Lei + CF: RE + REsp
Art. 1.029, CPC: O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
I - a exposição do fato e do direito;
II - a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
Prazo:
15 dias (a contar da intimação do advogado) – interposição + razões
EXCEÇÃO: 
Súmula 728, STF: É de TRÊS DIAS o prazo para a interposição de recurso extraordinário contra decisão do TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, contado, quando for o caso, a partir da publicação do acórdão, na própria sessão de julgamento, nos termos do art. 12 da Lei 6.055/74, que não foi revogado pela Lei 8.950/94.
Preparo
 Exigido na ação penal privada, tanto para REsp como para RE, salvo se a parte recorrente é beneficiária da AJG
Súmula 187, STJ: É deserto o recurso interposto para o Superior Tribunal de Justiça, quando o recorrente não recolhe, na origem, a importância das despesas de remessa e retorno dos autos.
Legitimidade:
MP
Assistente – caráter subsidiário/residual
Querelante
Defensor
Prequestionamento
 Trata-se de provocar as instâncias ordinárias acerca de questão de direito controvertido, visando obter um pronunciamento judicial
Súmula 281, STF: É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada
Súmula 386, STF: O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.
Pode ser:
a) Explícito: quando o acórdão recorrido expressamente/claramente enfrenta questão constitucional ou federal arguida. O STF só aceita prequestionamento explícito.
b) Implícito: quando o Tribunal recorrido decide sem enfrentar claramente a matéria arguida. O STJ admite tanto o prequestionamento explícito, quanto o implícito.
Demonstração da repercussão geral:
 SÓ É NECESSÁRIO NO RE!
 Cabe ao recorrente demonstrar
 É um requisito de admissibilidade
Finalidades:
 Firmar o papel do STF como corte constitucional (NÃO É INSTÂNCIA RECURSAL)
 Fazer com que o STF somente analise questões relevantes para o interesse geral, não só das partes
 Fazer com que o STF decida UMA única vez cada questão constitucional, não se pronunciando em outros processos com idêntica matéria
 A demonstração da repercussão geral deve vir como preliminar no recurso – o TJ vê se tem o requisito (para fins de admissibilidade), mas não analisa se realmente é relevante, pois essa questão cabe ao STF. Portanto, A verificação da existência dessa preliminar é concorrente (??) (do Tribunal e do STF), mas a apreciação é EXCLUSIVA do STF 
 Da análise da repercussão geral será observada a existência ou não de questão relevante no que tange ao aspecto econômico, político, social, jurídico, que ultrapassar o interesse subjetivo do processo
Art. 1.035, CPC: O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.
§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo.
§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.
A) CABIMENTO - RECURSO ESPECIAL
 A interposição é para o Presidente do Tribunal recorrido, mas o julgamento é pelo STJ
 A interposição é perante o Presidente do Tribunal recorrido, e as razões endereçadas ao STJ, mas juntadas em anexo a interposição (??)
 Cabe ao STJ julgá-lo, a fim de fazer o controle da legislação infraconstitucional (art. 105, III, CF)
 Decisão em única instância diz respeito aos casos em que os Tribunais possuem a competência originária (réu com prerrogativa de função).
 Decisão em última instância significa que o processo foi julgado em 1° grau e após foram esgotados os recursos ordinários.
Art. 105, CF. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal (ex: TJ/RS x TJ/SP)*
*Alínea C do art. 105, III da CF: trata-se de controle de uniformização da jurisprudência, a fim de que se faça valer o entendimento da corte responsável pela última palavra sobre a interpretação da lei infraconstitucional. Independe se o outro Tribunal é Regional ou Federal. Para divergência entre Câmaras de um mesmo Tribunal não é aplicável.
Ex: TJ/SP diverge na interpretação dada por outro em relação ao mesmo dispositivo legal
SE A DIVERGÊNCIA SE DER NO MESMO TRIBUNAL NÃO CABE REsp (súmula 13, STJ)
Súmulas do STJ sobre REsp:
Súmula 13: A divergência entre julgados do mesmo Tribunal não enseja recurso especial.
Súmula 83: Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida.
Súmula 86: Cabe recurso especial contra acórdão proferido no julgamento de agravo de instrumento.
Súmula 126: É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário.
Súmula 203: Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos juizados especiais.
Súmula 211: Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo.
Súmula 418 STJ:  É inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior ratificação.
Essa súmula foi CANCELADA pelo informativo 481 do STJ. Agora aplica-se a súmula 579.
A Turma acolheu embargos de declaração para afastar, na espécie, a aplicabilidade da Súmula n° 418 do STJ sob o argumento de que a parte ora embargante não pode ser prejudicada pela reiteração na interposição dos aclaratórios por um dos coacusados, principalmente se houver indícios de que eles foram interpostos com finalidade protelatória, visto que não se pode prejudicar aquele que, de forma diligente, visando à celeridade processual, após a publicação do acórdão que julgou anteriores embargos de declaração interpostos por ele e demais corréus, interpôs, diretamente e dentro do prazo legal, o recurso especial a fim de que suas teses defensivas fossem devidamente analisadas por este Superior Tribunal. Isso porque, na esfera do procedimento penal, o que está em discussão não são apenas relações jurídicas privadas, e sim a própria liberdade de locomoção do acusado, bem como o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa. Ademais, exigir-se ratificação do recurso especial, após julgamento de embargos de declaração rejeitados pela Corte local, em que não houve modificação de nada na situação jurídica dos sentenciados, afigura-se um excesso de formalismo, à luz dos princípios da celeridade processual e instrumentalidade das formas, principalmente no âmbito do Direito Processual Penal, em que se busca a maior aproximação possível com a verdade dos fatos (verdade real) e o máximo de efetivação da Justiça social. O Min. Relatortambém ressaltou, em seu voto, que a intenção da Turma não é negar a aplicabilidade da mencionada súmula ao Direito Processual Penal, e sim aplicá-la com ressalvas, a fim de conciliá-la com os modernos princípios do Direito Penal.
Súmula 579: Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos embargos de declaração quando inalterado o julgamento anterior
B) CABIMENTO - RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
 Em relação à alínea b, quando algum Tribunal (inclusive STJ) declarar a inconstitucionalidade de lei federal é cabível também o recurso extraordinário.
 Não se vislumbra a aplicação das alíneas “c” e “d” na esfera penal
Súmula 640, STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal.
 Trata-se de um recurso com cabimento no art. 102, pár. 3º, CF, a ser julgado pelo STF
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
Obs:
 De uma análise rasa TODAS as causas teriam como fundamento uma norma constitucional ou princípio constitucional, logo:
a) A ofensa à CF de que trata o art. 102, III, alínea “a”, deve ser DIRETA e FRONTAL
b) Sempre que um Tribunal (STJ, TJ, TRF) declarar a inconstitucionalidade de uma lei federal é cabível controle por parte do STF através do RE
Interposição: 
 Ao Presidente do Tribunal recorrido, com as razões anexas e dirigidas ao STF
Julgamento:
 STF
Legitimidade:
 Qualquer das partes
LEMBRAR:
 Repercussão geral: deve-se trazer um tópico específico para dentro do recurso, pois é um pré-requisito
 O Tribunal recorrido analisa se há esse requisito, porém somente o STF verifica se realmente é questão de repercussão geral
OBS: UMA VEZ INTERPOSTOS CONJUNTAMENTE, O RESP E O RE SERÃO REMETIDOS PRIMEIRAMENTE AO STJ (ART. 1.031, CPC). DEPOIS DE ANALISADO O RESP, SERÁ REMETIDO AO STF QUE ANALISARÁ O RE
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Art. 1.042, CPC:
Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. 
§ 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem e independe do pagamento de custas e despesas postais, aplicando-se a ela o regime de repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive quanto à possibilidade de sobrestamento e do juízo de retratação. 
§ 3º O agravado será intimado, de imediato, para oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 4º Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal superior competente.
§ 5º O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o recurso especial ou extraordinário, assegurada, neste caso, sustentação oral, observando-se, ainda, o disposto no regimento interno do tribunal respectivo.
§ 6º Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e especial, o agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido.
§ 7º Havendo apenas um agravo, o recurso será remetido ao tribunal competente, e, havendo interposição conjunta, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§ 8º Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça e, se for o caso, do recurso especial, independentemente de pedido, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele dirigido, salvo se estiver prejudicado.
O RE e o REsp são duplamente analisados no que tange aos requisitos de admissibilidade recursal:
1º juízo de admissibilidade: ad quo
2º juízo de admissibilidade: ad quem
 A decisão que não admite o REsp ou RE feita pelo órgão a quo (TRF ou TJ) será atacada com esse agravo
Finalidade:
 Permitir a subida do REsp ou RE barrado pelo juízo de admissibilidade do Tribunal a quo
 Tem juízo de retratação
Prazo:
 De acordo com o novo CPC, é de 15 dias. No entanto, antes do advento do novo CPC, o prazo previsto em lei era de 5 dias
 Apesar do novo CPC ter revogado o artigo 28 da lei 8039/90, estabelecendo um novo prazo para o recurso, qual seja, 15 dias, tal dispositivo não se aplica ao CPP, conforme entendimento jurisprudencial
 LOGO, AINDA É VÁLIDO E USUAL O PRAZO LEGAL DE 5 DIAS
 SENDO NEGADO O PRESENTE AGRAVO CABERÁ AGRAVO INTERNO (ART. 1021, CPC)
 Se o STJ ou STF negarem esse agravo é cabível AGRAVO INTERNO (agravo do agravo), interposto no Tribunal que negou o agravo.
Processamento:
Súmula 727, STF: Não pode o magistrado deixar de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal o agravo de instrumento interposto da decisão que não admite recurso extraordinário, ainda que referente a causa instaurada no âmbito dos juizados especiais.
 Após interposto agravo nos autos e após a devida resposta o presidente ou o vice-presidente poderá exercer o juízo de retratação, mas mesmo assim deve encaminhar
Súmulas do STF:
Súmula 287: Nega-se provimento ao agravo, quando a deficiência na sua fundamentação, ou na do recurso extraordinário, não permitir a exata compreensão da controvérsia.
Súmula 288: Nega-se provimento a agravo para subida de recurso extraordinário, quando faltar no traslado o despacho agravado, a decisão recorrida, a petição de recurso extraordinário ou qualquer peça essencial à compreensão da controvérsia.
Súmula 289: O provimento do agravo por uma das turmas do Supremo Tribunal Federal ainda que sem ressalva, não prejudica a questão do cabimento do recurso extraordinário.
Súmula 287: Não pode o magistrado deixar de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal o agravo de instrumento interposto da decisão que não admite recurso extraordinário, ainda que referente a causa instaurada no âmbito dos juizados especiais.
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
 Caberá ROC, a ser julgado pelo STF ou STJ, para atacar uma decisão denegatória em HC ou MS, proferida por Tribunal superior
Art. 102, CF: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
II -  julgar, em recurso ordinário:
a)  o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
Obs:
 Se entrar com HC, pode ser denegado e concedido de ofício o ROC
Interposição no STF:
 A petição será endereçada ao Presidente do Tribunal recorrido (STJ), sendo as razões endereçadas ao STF, no ato de interposição
Prazo: 5 dias 
Súmula 319, STF: O prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, em habeas corpus ou mandado de segurança, é de cinco dias.
Interposição no STJ:
 A petição de interposição deve ser dirigida ao Presidente do Tribunal Recorrido (TJ ou TRF), já com as razões inclusas, mas dirigidas ao STJ
Obs 1:
 Não confundir cabimento do ROC com RESE. Isso porque caberá ROC das decisões proferidas por Tribunal, sendo que o RESE somente caberá das decisões proferidas por juiz singular
Delegado –––– Juiz –––– TJ Juiz –––– TJ –––– STJ
 HC RESE HC ROC 
Obs 2:
 Diferentemente do RE e do REsp, não há

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