Direito de Resposta - Wanessa x Solange

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MM JUIZ DE DIREITO DA 15º ZONA ELEITORAL COMARCA DE SÃO JOSÉ DO CAMPESTRE/RN 
 
 
 
 
 
 
 
COLIGAÇÃO PARA SERRA SEGUIR CRESCENDO, composta pelo MDB – 
MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO, PT – PARTIDO DOS TRABALHADORES, e PSDB – 
PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO BRASILEIRO, neste ato representado por Welton Rodrigues 
Santana, brasileiro, casado, funcionário público, portador do RG nº 1.128.774 SSP/RN, inscrito no 
CPF/MF sob o nº 701.776.194-49 e WANESSA GOMES DE MORAIS, brasileira, casada, candidata 
a prefeita do município de Serra de São Bento/RN pelo Movimento Democrático Brasileiro – MDB, 
portadora de cédula de identidade nº 002.474.469 SSP/RN, e inscrita no CPF sob o n° 
064.322.324-06, residente e domiciliada na Avenida Crisanto Jordão de Morais, nº 120-A, Centro, 
Serra de São Bento/RN, CEP 59.214-000, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, 
através de seu advogado, consoante instrumento procuratório que se segue anexo, com 
fundamento no art. 58 e seguintes da Lei nº 9.504/97 e art. 31 e seguintes da Resolução nº 
23.608/2019 do TSE, requerer 
 
DIREITO DE RESPOSTA 
 
Em face de SOLANGE FERREIRA DA SILVA, brasileira, casada, pré-candidata a vice-prefeita do 
município de Serra de São Bento/RN pelo Partido Socialista Brasileiro – PSB, portadora de cédula 
de identidade nº 1092433 SSP/RN, e inscrita no CPF sob o n° 652.738.504-87, residente e 
domiciliada na Avenida José Carlos Limeira, nº 67, São João, Serra de São Bento/RN, CEP 59.214-
000, telefones (84) 98725-5591 e (84) 98745-7633, e-mail vereadorasolange2012@hotmail.com, 
pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir aduzidos. 
 
 
 
 
 
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I – DAS NOTIFICAÇÕES E INTIMAÇÕES 
 
Requer a Vossa Excelência, desde já, para efeitos do art. 272, § 5º, do Código 
de Processo Civil, que as futuras notificações, sem qualquer exceção, sejam realizadas em nome 
da advogada NIELI NASCIMENTO ARAUJO FERNANDES, OAB/RN 397-A, no ímpeto de que a 
mesma tome conhecimento dos atos processuais por intermédio das publicações oficiais, sob pena 
de tornarem-se nulas. 
 
 
II – DOS FATOS 
 
Diante da divulgação da Pesquisa Eleitoral registrada junto ao Tribunal 
Regional Eleitoral do RN sob o nº RN-09585/2020, realizada nos dias 20 a 21/09/2020 no 
município de Serra de São Bento/RN, pela empresa Perfil Pesquisas Técnicas, a 2ª requerente, 
passou esta a sofrer ataques caluniadores e difamatórios por parte da requerida. 
 
 
 
 
Neste sentir, a requerida vem fazendo postagens caluniadoras e 
difamatórias em sua rede social Instagram, alegando que as pesquisas eleitorais feitas pelas 
 
 
 
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requerentes são falsas, induzindo seus seguidores e eleitores a erro, uma vez que se trata de fato 
sabidamente inverídico. 
 
Com efeito, a requerida vem, de forma indireta, reproduzindo sem 
nenhum fundamento, desde o dia 03/10/2020, a informação de que o grupo político 
personificado pela coligação e sua candidata a prefeita, Wanessa Gomes de Morais, estaria 
publicizando pesquisa fraudulenta, falsa, imputando-lhe, desta forma, conduta tipificada como 
crime pela legislação eleitoral, vide §4º, do art. 33 da Lei nº 9.504/1997, sendo despiciendo 
asseverar que postagens dessa natureza atingem a todos que compõe a coligação, haja vista 
abranger a pesquisa não só as intenções de voto para o pleito majoritário, como também os 
disputantes as vagas à Câmara Municipal. 
 
 Segue URL da publicação: 
https://www.instagram.com/p/CF5oDXepgjh/?igshid=7qyyytqxn8ek: 
 
 
https://www.instagram.com/p/CF5oDXepgjh/?igshid=7qyyytqxn8ek
 
 
 
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Desta forma, diante do flagrante ato caluniador e difamatório, deve a 
Justiça Eleitoral conceder o Direito de Resposta requerido, na forma da legislação vigente, para 
que SOLANGE FERREIRA DA SILVA publique a resposta das ofendidas à sua imputação caluniosa, 
nos exatos termos do preceituado no art. 58, inciso IV, alíneas a, b e c da Lei nº 9.504/1997. 
 
 
III – DO DIREITO 
 
A Lei nº 9.504/97 assegura o direito de resposta em caso de afirmações 
difamatórias ou sabidamente inverídicas. Vejamos: 
 
Art. 58. A partir da escolha de candidatos em convenção, é assegurado 
o direito de resposta a candidato, partido ou coligação atingidos, ainda 
que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, 
difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por 
qualquer veículo de comunicação social. 
§ 1º O ofendido, ou seu representante legal, poderá pedir o exercício 
do direito de resposta à Justiça Eleitoral nos seguintes prazos, 
contados a partir da veiculação da ofensa: 
(...) 
IV - a qualquer tempo, quando se tratar de conteúdo que esteja sendo 
divulgado na internet, ou em 72 (setenta e duas) horas, após a sua 
retirada. 
 
a) deferido o pedido, o usuário ofensor deverá divulgar a resposta do 
ofendido em até quarenta e oito horas após sua entrega em mídia 
física, e deverá empregar nessa divulgação o mesmo impulsionamento 
de conteúdo eventualmente contratado nos termos referidos no art. 57-
C desta Lei e o mesmo veículo, espaço, local, horário, página 
eletrônica, tamanho, caracteres e outros elementos de realce usados 
na ofensa; 
b) a resposta ficará disponível para acesso pelos usuários do 
serviço de internet por tempo não inferior ao dobro em que esteve 
disponível a mensagem considerada ofensiva; 
 
c) os custos de veiculação da resposta correrão por conta do 
responsável pela propaganda original. 
(g.n.) 
 
 
 
 
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A Resolução nº 23.608/2019 do TSE, da mesma maneira, concede o direito 
de resposta, acrescentando que cabe ao representado demonstrar que procedeu à verificação 
prévia pela fidedignidade da informação: 
 
Art. 31. A partir da escolha de candidatos em convenção, é assegurado 
o exercício do direito de resposta ao candidato, ao partido político ou à 
coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem 
ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente 
inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação. 
 
Parágrafo único: Se o pedido versar sobre a utilização, na propaganda 
eleitoral, de conteúdo reputado sabidamente inverídico, inclusive 
veiculado originariamente por terceiro, caberá ao representado 
demonstrar que procedeu à verificação prévia de elementos que 
permitam concluir, com razoável segurança, pela fidedignidade da 
informação. 
 
 
Desta forma, resta claro que a postagem é sabidamente inverídica, tendo 
em vista que a pesquisa eleitoral foi feita por instituto regularmente inscrito e registrada nos 
termos da legislação em vigor, conforme comprovado em anexo. 
 
 
A) DA ESPECIFICAÇÃO DAS PROVAS 
 
 Prevê a Res. 23.610/2019 do TSE: 
 
Art. 39. O provedor responsável pela guarda somente será obrigado a 
disponibilizar os registros de conexão e de acesso a aplicações de 
internet, de forma autônoma ou associados a dados cadastrais, a 
dados pessoais ou a outras informações disponíveis que possam 
contribuir para a identificação do usuário, mediante ordem judicial, na 
forma prevista nesta Seção (Lei nº 12.965/2014, art. 10, caput e § 1º). 
 
Art. 40. A parte interessada poderá, com o propósito de formar conjunto 
probatório em processo judicial, em caráterincidental ou autônomo, 
requerer ao juiz eleitoral que ordene ao responsável pela guarda o 
 
 
 
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fornecimento dos dados constantes do art. 39 desta Resolução (Lei nº 
12.965/2014, art. 22). 
§ 1º Sem prejuízo dos demais requisitos legais, o requerimento deverá 
conter, sob pena de inadmissibilidade (Lei nº 12.965/2014, art. 22, 
parágrafo único): 
I - fundados indícios da ocorrência do ilícito de natureza eleitoral; 
II - justificativa motivada da utilidade dos dados solicitados para fins de 
investigação ou instrução probatória; 
III - período ao qual se referem os registros. 
 
 
 No presente caso, todos os requisitos supracitados estão presentes, sendo 
fundados os indícios da ocorrência de ilícito eleitoral (crimes contra a honra). 
 
Quanto à utilidade dos dados solicitados, destaca-se ser imperioso ter em 
mira, para fins de apuração e interposição da ação pública incondicionada cabível pela prática de 
crime contra a honra eleitoral previsto no artigo 324 e ss. do Código Eleitoral. 
 
Por tal razão deve-se determinar ao Facebook que forneça todos os 
registros de conexão e de acesso, incluindo Internet Protocol e porta lógica referentes a postagem 
realizada no Instagram, conforme URL: 
https://www.instagram.com/p/CF5oDXepgjh/?igshid=7qyyytqxn8ek, realizada no dia 03 de 
outubro do corrente ano, indicando ainda o tempo em que tal postagem permaneceu no ar, 
retirando-a, inclusive, se até o final do prazo que lhe foi dado para fornecer os dados requisitados, 
a postagem não houve sido retirada do ar pela titular da conta, ora representada. 
 
Desse modo, há plena identificação do período, que deve se restringir ao 
momento em que foi feita a postagem, observando-se o que preceitua o art. 58, §3º, inciso IV, 
alíneas “a”, “b” e “c”, da Lei nº 9.504/1997. 
 
 
IV – DA TUTELA DE URGÊNCIA 
 
 A vista da evidente propaganda negativa e ilícita – aparentemente 
criminosa –, impõe-se acionar o §2º do art. 30 da Resolução 23.610/2019 do TSE, para determinar 
a requerida e/ou Facebook, a retirada imediata da postagem referente a URL já informada alhures. 
https://www.instagram.com/p/CF5oDXepgjh/?igshid=7qyyytqxn8ek
 
 
 
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 Resta demonstrado que a manutenção de tal postagem na rede social 
Instagram, tendo a representada mais de 3.000 (três mil) seguidores, trará prejuízos incalculáveis 
às requerentes, que estão sofrendo ataques imotivados diante das falsas notícias divulgadas pela 
demandada. 
 
 Ademais, a garantia constitucional da livre manifestação do pensamento 
não pode servir para albergar a prática de ilícitos eleitorais, mormente quando se está em jogo 
outro valor igualmente caro à própria Constituição, como os direitos fundamentais inerentes à 
pessoa. O direito de comunicar informação não é absoluto, sofrendo limitação na esfera do direito 
eleitoral para garantir a igualdade entre os (as) candidatos (as), bem como em relação ao seu 
conteúdo que deverá ser verdadeiro. 
 
 Desta forma, imperiosa se faz a retirada imediata da postagem em 
comento, de forma a manter a lisura do procedimento eleitoral, bem como a garantia do exercício 
do direito de resposta. 
 
 
V – DOS PEDIDOS 
 
Pelo exposto, requer a Vossa Excelência: 
 
a) que seja concedida tutela de urgência, inaudita altera parte, determinando-se a 
representada que, no prazo máximo de 01 (uma) hora, contada da notificação, proceda à 
remoção da postagem sabidamente inverídica constante da URL: 
https://www.instagram.com/p/CF5oDXepgjh/?igshid=7qyyytqxn8ek, sob pena de multa 
diária que não seja inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais); 
 
b) seja determinado, ao Facebook, que no prazo de 48h (quarenta e oito horas), 
informe a este juízo todos os registros de conexão e de acesso, incluindo Internet 
Protocol e porta lógica, referentes a URL acima mencionada, indicando ainda o 
tempo em que tal postagem permaneceu no ar, retirando-a, inclusive, se até o final 
do prazo que lhe foi dado para fornecer os dados requisitados, a postagem não 
houver sido retirada do ar pela titular da conta, ora representada; 
 b.1) requer-se que o Facebook seja notificado, para cumprimento da decisão 
judicial, pelo canal exclusivo para autoridades judiciais (https://facebook.com/records) e 
pelos e-mails records@fb.com e rcavalieros@fb.com; 
https://www.instagram.com/p/CF5oDXepgjh/?igshid=7qyyytqxn8ek
mailto:rcavalieros@fb.com
 
 
 
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 b.2) A fim de viabilizar a comunicação dos atos processuais, cadastre-se o 
Facebook Serviços Online do Brasil Ltda. como terceiro interessado na causa. 
 
c) A notificação da Representada para responder a presente, caso queira; 
 
d) após parecer do Ministério Público Eleitoral, seja julgada procedente a representação, 
confirmando-se o pedido liminar, para impor, na forma disciplinada pela norma de 
regência (Art. 58, §3º, III, alíneas a, b e c, da Lei nº 9.504/1997 c/c art. 31 e seguintes da 
Resolução nº 23.608/2019 do TSE), o direito de resposta requerido; 
 
e) que seja aplicada a multa prevista no art. 58, IV, § 8° da Lei nº 9.504/97, caso a requerida 
não cumpra com a determinação judicial. 
 
f) que sejam enviadas cópias destes autos a Autoridade Policial competente, com vistas a 
apuração de possíveis práticas criminosas capituladas nos artigos 323 a 326 do Código 
Eleitoral, quer do representado, quer das pessoas que ali deixaram seus comentários 
difamadores, injuriosos e caluniadores. 
 
Protesta pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, 
mormente através dos documentos juntados nesta oportunidade e oitiva de testemunhas, caso se 
faça necessário. 
 
Termos em que, pede deferimento. 
 
Serra de São Bento/RN, 05 de outubro de 2020. 
 
 
NIELI NASCIMENTO ARAÚJO FERNANDES 
OAB/RN 397-A