Buscar

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ ELEITORAL DA 10 ª ZONA ELEITORAL EM 
FONTE BOA/AM 
 
 
COLIGAÇÃO “JUNTOS PARA TIRAR FONTE BOA DA UTI”, formada 
pelo PARTIDO SOCIAL LIBERAL, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob 
o nº 24.683.839/0001-30, com sede Rua Antônio Lisboa, s/n, Bairro Açacu, CEP nº 
69.670-00, Fonte Boa/AM; PARTIDO PROGRESSISTA, pessoa Jurídica de Direito 
Privado, inscrito no CNPJ sob o nº 09.659.354/0001-17, com sede na Avenida Francisco 
Pereira de Souza, S/N, bairro Centro, Fonte Boa/AM, CEP nº 69.670-000; PARTIDO 
PODEMOS, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº 647775/0001-
28, com sede Rua Belarmino Lins, 42, Bairro centro, CEP nº 69.670-00, Fonte Boa/AM; 
PARTIDO REPUBLICANO BRASILEIRO, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no 
CNPJ sob o nº 15.801.641/0001-12, com sede Estrada da Baré, s/n, Bairro centro, CEP 
nº 69.670-00, Fonte Boa/AM; PARTIDO SOCIAL DA DEMOCRACIA CRISTÃ, pessoa 
jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº 06.341.919/0001-25, com sede 
Rua Jacinto Coelho, s/n, Bairro Açacu, CEP nº 69.670-00, Fonte Boa/AM, neste ato 
representada pelo senhor RONILDO BONET, brasileiro, casado, professor, portador da 
cédula de identidade nº 1082368-9 - SSP/AM e CPF nº 438.960.812-68, domiciliado e 
residente na Rua Belarmino Lins, s/n, Bairro Açacu, CEP nº 69.670-000, na cidade de 
Fonte Boa/AM, por seu advogado que subscreve a presente, regularmente constituído, 
conforme procuração em anexo, vem a Vossa Excelência, com respeito e acatamento, 
propor a presente PEDIDO DE DIREITO DE RESPOSTA, com fundamento no artigo 58, 
da lei 9.504/97 e 31 e seguintes da Resolução nº 23.608/2019, do TSE, contra a 
COLIGAÇÃO A FORÇA QUE VEM DO POVO, JOSE SUEDINEY DE SOUZA ARAUJO, 
brasileiro, casado, pecuarista, portador do documento de identidade nº 08857610 - 
SSP/AM, inscrito no CPF sob o nº 334.920.262-49., domiciliado e residente na Estrada 
do Tupé, s/n°, açacu, CEP 69.670-000, Fonte Boa/AM e MATHEUS CAMPOS LISBOA, 
brasileiro, casado, Professor, portador do documento de identidade nº 20450680 - 
SSP/AM, CPF nº 860.346.852-49, domiciliado e residente na Rua Couto Magalhães, s/n, 
bairro centro, CEP nº 69.670-000, Fonte Boa/AM, pelos fatos e fundamentos a seguir 
descritos. 
 
1. FATOS 
Os candidatos a prefeito e vice-prefeito, senhor Lazaro de Araújo de 
Almeida e Calisthenes Divino Ferreira Lins pela coligação JUNTOS PARA TIRAR FONTE 
BOA DA UTI, ora representante, foram vítimas de notícia falsa nesta última 
madrugada, conforme se comprova pelo vídeo de distribuição do material e pelo 
próprio material falso que anexamos a esta representação. 
A propaganda irregular elaborada em meio físico e espalhada por 
toda a cidade propaga a seguinte desinformação: 
 
 
 
 
 
 
Entretanto esta notícia falsa não procede, os representantes não 
desistiram de suas candidaturas, pelo contrário, continuam firmes, fortes e 
determinados na corrida pelo executivo municipal. Entretanto, a disseminação deste 
tipo de notícia às vésperas das eleições tem a finalidade de confundir o eleitor e fazê-
los desistirem de votar nos representantes. 
Trata-se de um expediente com poder destrutivo e ameaçador à 
soberania popular, ao livre exercício do direito de sufrágio, sobretudo em um 
município com tantas deficiências, em especialmente em relação meios de 
comunicação como internet e jornais. 
Logo, considerando que a propaganda irregular foi propagada em 
toda a cidade de Fonte Boa durante a madrugada, a confusão causada nos eleitores 
que pode comprometer o processo eleitoral em desfavor dos representantes, as 
dificuldades em relação aos meios de comunicações postos aqui, vem a Vossa 
Excelência requerer que seja deferido aos representantes direito de resposta à notícia 
falsa veiculada, para que possam veicular nota de esclarecimento ao público em geral 
de Fonte Boa por meio de carro volante e através da rádio local. 
 
2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
2.1. TUTELA DE URGÊNCIA 
Requer que Vossa Excelência se digne a determinar, em caráter de 
urgência, o direito de resposta à notícia falsa veiculada por parte dos representados, 
nos termos do que preceitua o artigo 300, do código de Processo Civil, tendo em vista 
que há elementos que evidenciam a probabilidade do direito (prova que demonstra a 
notícia falsa) e o perigo da demora, consistente no prejuízo que o representante e seus 
candidatos certamente suportarão no dia do pleito, devido à desinformação. 
2.2. DIREITO DE RESPOSTA 
Em que pese o ordenamento jurídico brasileiro proteja o direito de 
livre manifestação do pensamento (art. 5º, IV CF/88), este não deve ser exercido de 
qualquer maneira; pelo contrário, a manifestação do pensamento encontra limitação 
na própria constituição, que assegura ao cidadão a proteção à sua honra, sua imagem 
e sua vida privada (art. 5º, X, da CF/88). 
Nesse sentido, os representantes tiveram a sua candidatura 
comprometida perante o eleitorado deste município, situação que certamente trará 
desequilíbrio ao pleito, favorecendo os representados em detrimento do 
representante. Por esta razão, a legislação eleitoral trouxe instrumentos de 
reequilíbrio. 
Assim, nos termos do que preceitua o artigo 58, da lei 9.504/97, 
desde a escolha de candidatos em convenção é assegurado o direito de resposta a 
candidato, partido político ou coligação atingidos em sua imagem e sua honra. 
Vejamos: 
Art. 58. A partir da escolha de candidatos em convenção, é 
assegurado o direito de resposta a candidato, partido ou coligação 
atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou 
afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente 
inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social. 
§ 1º O ofendido, ou seu representante legal, poderá pedir o exercício 
do direito de resposta à Justiça Eleitoral nos seguintes prazos, 
contados a partir da veiculação da ofensa: I - vinte e quatro horas, 
quando se tratar do horário eleitoral gratuito; II - quarenta e oito 
horas, quando se tratar da programação normal das emissoras de 
rádio e televisão; III - setenta e duas horas, quando se tratar de órgão 
da imprensa escrita IV - a qualquer tempo, quando se tratar de 
conteúdo que esteja sendo divulgado na internet, ou em 72 (setenta 
e duas) horas, após a sua retirada. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 
2015) 
Nesse sentido, resta claro que os representantes foram vítimas de 
notícia inverídica, que dão conta de sua suposta desistência do processo eleitoral, o 
que certamente causará danos graves à sua candidatura, desequilibrando o pleito de 
forma irreparável; pelo que requer de Vossa Excelência traga reequilíbrio ao pleito, 
concedendo direito de resposta. 
2.3. IRREGULARIDADE DA PROPAGANDA VEICULADA 
A Resolução TSE 23.610/2019, aponta para a necessidade de que as 
propagandas eleitorais contenham o nº de inscrição no CNPJ ou número do CPF do 
responsável pela confecção, entretanto o conteúdo veiculado em meio físico não 
obedeceu o disposto na citada resolução: 
Art. 21. Independe da obtenção de licença municipal e de 
autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda 
eleitoral por meio de distribuição de folhetos, adesivos, 
volantes e outros impressos, os quais devem ser editados sob a 
responsabilidade do partido político, da coligação ou do 
candidato, sendo-lhes facultada, inclusive, a impressão em 
braille dos mesmos conteúdos 
§ 1º Todo material impresso de campanha eleitoral deverá 
conter o número de inscrição no CNPJ ou o número de inscrição 
no CPF do responsável pela confecção, bem como de quem a 
contratou, e a respectiva tiragem, respondendo o infrator pelo 
emprego de processo de propaganda vedada e, se for o caso, 
pelo abuso de poder. 
Seguindo o texto constitucional, dispõe, ainda, a aludida resolução, 
em seu artigo 30 que é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o 
anonimato. Vejamo: 
Art. 30. É livre a manifestação do pensamento, vedado o 
anonimato durantea campanha eleitoral, por meio da internet, 
assegurado o direito de resposta, nos termos dos arts. 58, § 3º, 
IV, alíneas a, b e c, e 58-A da Lei nº 9.504/1997, e por outros 
meios de comunicação interpessoal mediante mensagem 
eletrônica e mensagem instantânea (Lei nº 9.504/1997, art. 57-
D, caput). 
Desta forma, considerando que o material divulgado contem notícia 
falsa, e em desacordo com legislação de regência, requer que vossa Excelência se 
digne a determinar obrigação de não fazer em desfavor dos representados, para que 
não voltem a divulgar as referida notícias ou qualquer outra contra os representantes. 
3. PEDIDOS 
De ante do exposto, requer que de Vossa Excelência: 
1. Nos termos do parágrafo único do art. 4º da Resolução nº 23.608, 
de 18 de dezembro de 2019, a remoção ou proibição de divulgação da propaganda 
apontada como irregular. 
2. a concessão da TUTELA DE URGÊNCIA, nos termos do que 
preceitua o artigo 300, do Código de Processo Civil, tendo em vista que há elementos 
que evidenciem a probabilidade do direito (prova da notícia falsa veiculada), e o perigo 
da demora, consistente no embaraço ao exercício da democracia pelos eleitores que 
foram vítimas desta desinformação, deferindo aos representantes, em caráter 
liminar, o direito de resposta através de carro volante, da rádio local, e através das 
redes sociais dos representados nos termos da nota de esclarecimento em anexo. 
3. a NOTIFICAÇÃO dos REPRESENTADOS, no endereço acima 
fornecido, para, querendo, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, apresentar defesa; 
4. Ao final, seja deferido o pedido de direito de resposta, através de 
carro volante, da rádio local e através das redes sociais dos representados para 
veiculação da resposta, cujo conteúdo enviamos em anexo (art. 58, § 3º, III, d, da lei 
9.504/97 e artigo 32, II, d da resolução 23.608/2019). 
Protesta provar o alegado por todos meios em direito admitidos, 
especialmente com provas orais e documentais. 
 
Termos em que, pede deferimento 
Fonte Boa/AM, 14/11/2020 
Karine de Souza Pedrosa 
Advogada 
OAB/AM 14.089 
Everson Damasceno de Oliveira 
Advogado 
OAB/AM 14.237 
Ailton Santos Andrade 
Advogado 
OAB/AM 11.929