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Introducao a Liturgia 3

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Prévia do material em texto

EA
D
Aproximação à Dimensão 
Simbólica da 
Liturgia 3
1. OBJETIVOS
•	 Reconhecer	e	analisar	a	simbologia	e	a	ritualidade	litúr-
gicas.
•	 Discriminar	 as	 diferenças	 e	 semelhanças	 das	 várias	 for-
mas	de	manifestação	simbólica.
•	 Interpretar	o	papel	fundamental	do	símbolo	como	consti-
tutivo	principal	da	ação	litúrgica.
•	 Identificar	as	várias	formas	de	ritualidade:	humano-social	
e	litúrgica.
•	 Discriminar	as	diversas	características	do	 rito	 litúrgico	e	
como	elas	se	manifestam	na	celebração.
2. CONTEÚDOS
•	 Símbolo	e	símbolo	litúrgico.
•	 Distinções	entre	sinal,	símbolo,	alegoria,	metáfora.
© Introdução à Liturgia64
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
•	 Ritualidade	na	vida	humana:	características	e	funções.
•	 Ritualidade	litúrgica:	características	e	funções.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE 
Antes	de	 iniciar	o	estudo	desta	unidade,	é	 importante	que	
você	leia	as	orientações	a	seguir:
1)	 Para	enriquecer	seus	estudos,	é	importante	saber	como	
os	símbolos	nascem,	vivem	e	morrem,	portanto	vale	a	
pena	conferir	a	obra	de	Nasser	 (2003)	 referenciada	ao	
término	desta	unidade.	
2)	 Também	será	interessante	atentar-se	para	uma	visão	ge-
ral	dos	vários	símbolos	que	estão	presentes	na	liturgia,	
para	isso	leia	a	obra	de	autoria	de	BUYST,	I.	Sinais	e	sím-
bolos.	 In:	ALDAZÁBAL,	J.	Gestos	e	símbolos.	São	Paulo:	
Edições	Loyola,	2005.	p.	233-274.	
3)	 Para	aprofundar	seus	conhecimentos	sobre	os	assuntos	
desta	unidade,	consulte	as	obras:	
•	 PEIRANO,	M.	Rituais.	Ontem e hoje.	Rio	de	Janeiro:	
Jorge	Zahar	Editor,	2003.	
•	 RIVIÈRE,	C.	Os ritos profanos.	Petrópolis:	Vozes,	1997.
•	 SEGALEN,	M.	Ritos e rituais contemporâneos.	Rio	de	
Janeiro:	Editora	FGV,	2002.
•	 VILHENA,	M.	A.	Ritos. Expressões e propriedades.	São	
Paulo:	Paulinas,	2005.
•	 COSTA,	V.	 S.	Viver a ritualidade litúrgica como mo-
mento histórico da salvação	–	participação	 litúrgica	
segundo	a	Sacrosanctum Concilium.	São	Paulo:	Pau-
linas,	2005.
•	 FISCHER,	B.	Sinais, palavras e gestos na liturgia –	da	
aparência	ao	coração.	São	Paulo:	Paulinas,	2003.	
4)	 Para	que	seu	estudo	seja	mais	produtivo	e	aprofundado,	
leia	sobre	os	ritos	litúrgicos.	Para	tanto,	acesse	o	site	re-
ferenciado	a	seguir	e,	na	opção	busca,	insira	as	palavras-
65© Aproximação à Dimensão Simbólica da Liturgia
-chave:	"rito	litúrgico".	VATICAN.	Home page.	Disponível	
em:	 <http://www.vatican.va/phome_po.htm>.	 Acesso	
em:	13	ago.	2012.	
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Com	o	estudo	proposto	na	Unidade	2,	você	teve	a	oportuni-
dade	de	conhecer	os	elementos	antropológicos	que	estão	na	base	
da	liturgia	cristã,	bem	como	refletir	sobre	os	elementos	teológicos	
próprios	de	sua	natureza.	Além	disso,	foi-nos	possível	identificar,	
por	meio	 de	 uma	 aproximação	 fenomenológica,	 as	 estruturas	 e	
elementos	constitutivos	de	uma	celebração	litúrgica.
Agora,	chamamos	sua	atenção	para	a	dimensão	simbólica	da	
liturgia:
1)	 Quais	são	as	características	da	simbologia	e	da	ritualida-
de	litúrgicas?
2)	 Que	 diferenças	 e	 semelhanças	 podem	 ser	 observadas	
nas	várias	formas	de	manifestação	simbólica?
3)	 Qual	é	o	papel	fundamental	do	símbolo	como	constituti-
vo	principal	da	ação	litúrgica?
4)	 Que	formas	de	ritualidade	estão	relacionadas	a	uma	ce-
lebração	litúrgica?
5)	 Quais	são	as	características	do	rito	litúrgico,	e	como	elas	
se	manifestam	na	celebração?
Lembre-se	de	que	responder	a	essas	questões,	assim	como	
a	cada	desafio	que	nos	é	proposto,	representa	uma	oportunidade	
de	ampliar	e	amadurecer	nossos	conhecimentos	e	ideias	sobre	a	
liturgia.
Bons	estudos!
© Introdução à Liturgia66
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
5. COMO SE CELEBRA?
Ao	responder	a	esta	questão,	verificamos	que	a	liturgia	pos-
sui	estruturas	e	leis	próprias,	segundo	sua	natureza.	Essas	estru-
turas	são	preenchidas	por	uma	série	de	elementos	e	dinamismos	
que	assumem	características	particulares	de	acordo	com	as	varia-
das	formas	celebrativas.	
As estruturas e leis próprias da natureza da liturgia foram estuda-
das na Unidade 2. Sugerimos, portanto, que releia os conteúdos 
estudados e as anotações relacionadas àquela unidade para apro-
fundar seus conhecimentos. 
Já	estudamos	a	estrutura	verbo-simbólica,	cujos	elementos	
predominantes	na	dimensão	verbal	são	leituras,	homilias,	orações	
e	 cantos.	Agora,	 vamos	considerar	os	elementos	predominantes	
na	dimensão	simbólica	da	liturgia:
•	 sinais;
•	 gestos;
•	 ritos.	
Vale	salientar	que	a	compreensão	desses	elementos	nos	aju-
dará	a	responder	à	questão	"como	se	celebra?"	Assim,	nos	tópicos	
a	seguir,	convidamos	você	para	estudá-los	detalhadamente!
6. SÍMBOLO E SIMBÓLICO
Quando	nos	referimos	ao	símbolo	ou	simbólico,	tocamos	em	
aspectos	 comuns	da	 vida.	Normalmente,	 as	pessoas	 fazem	uma	
ideia	do	que	é	o	símbolo	com	base	no	senso	comum.	Entretanto,	
cabe	a	nós	analisar	este	tema	a	fim	de	que	compreendamos	a	na-
tureza	do	símbolo	e	do	simbólico.
Para	começar,	é	preciso	considerar	a	dimensão	antropológi-
ca	do	símbolo,	que	se	refere	aos	elementos	sensíveis	constitutivos	
67© Aproximação à Dimensão Simbólica da Liturgia
da	festa,	do	encontro	entre	as	pessoas.	Sempre	que	há	 festa	ou	
encontro,	existe	algo	que	vai	 além	do	verbal,	da	 lógica	 racional,	
daquilo	que	pode	ser	captado	e	compreendido	pelo	pensamento	
e	pelo	raciocínio	lógico.	Este	algo	"transcendente"	é	o	sensível	que	
nos	permite	"sentir",	experimentar	uma	dimensão	de	nossa	vida	
que	não	pode	ser	traduzida	em	palavras.
Desse	modo,	quando	nos	deixamos	levar	pela	dimensão	do 
sensível	,	podemos	experimentar	a	realidade	com	maior	plenitu-
de.	
A dimensão do sensível chega até nós por meio dos cinco senti-
dos: por uma imagem, por um aroma, por um som, por uma tex-
tura, por um sabor... Ela pode, ainda, se mostrar em mais de um 
sentido, como, por exemplo, ao tomar um cafezinho fresco, ela se 
manifesta em nós pelo aroma e pelo sabor.
Vejamos	um	exemplo:	quando	o	namorado	diz	"eu	te	amo"	
à	sua	namorada,	ele	não	quer	somente	lhe	dar	uma	informação,	
uma	notícia.	Por	essa	razão,	suas	palavras	são	acompanhadas	por	
sinais	sensíveis,	ou	seja,	por	gestos	que	manifestam	plenamente	a	
realidade	de	seu	amor	para	com	ela.
Podemos	afirmar	que	os	gestos	do	namorado	simbolizam	o	
amor	que	ele	tem	por	sua	namorada.	Este	elemento,	que	é	da	or-
dem	do	sensível,	recebe	o	nome	de	símbolo.
Observe	que	os	símbolos	são	importantes	em	nossas	vidas	
e,	em	consequência,	são	importantes	na	liturgia.	No	entanto,	é	im-
portante	 saber	que	nem	tudo	é	 símbolo:	há	 realidades	que	não	
possuem	nada	 de	 simbólico,	 enquanto	 outras	 possuem	essa	 di-
mensão.
Símbolos: do nascimento à morte
Os	símbolos	nascem,	vivem	e	podem	morrer.	
Você	pode	se	perguntar:	como	nascem	os	símbolos?
© Introdução à Liturgia68
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
A	princípio,	é	preciso	considerar	que	se	referir	ao	nascimen-
to	do	 símbolo	é	 tratar	de	uma	experiência	do	 sensível,	 logo,	de	
uma	ação.	
A liturgia é da ordem da ação, do fazer, por isso o símbolo tem um 
papel fundamental nas celebrações, pois ele é que está no centro 
deste fazer litúrgico. Veja que o símbolo não é uma coisa, mas um 
fazer. Confira este tema na Unidade 1.
Veja	como	poderia	ser	descrito	o	processo	de	simbolização:	
O texto, a seguir, representa uma transcrição das ideias de Ione 
Buyst. Para ampliar seus conhecimentos, é imprescindível que 
confira: Buyst (2001, p. 41). 
Temos	um	sinal	sensível	com	seu	significado	imediato	atin-
gindo	nossos	impulsos,	nossa	imaginação,	nosso	desejo.	Ao	fazer	
isso,	ele	evoca,	manifesta,	faz	aparecer,	traz	presente,	re-presenta,	
vela/revela	um	referente,	uma	realidade	não-sensível,	um	segun-
do	significado,	indireto,	figurado,	escondido,	latente,	gerando	uma	
identificação,	 suscitando	uma	energia	 transformadora,	 estabele-
cendo	 uma	 comunhão.	 Permanece,	 no	 entanto,	 uma	 distância,	
uma	ruptura:	o	sinal	sensível	não	é	a	realidade	significada.
Por	exemplo,	um	bolo	por	si	só	é	apenas	um	bolo	que	pode	
ser	comido	rapidamente	por	alguém	antes	de	ir	para	o	trabalho	ouna	hora	do	lanche.	Um	bolo	que	é	servido	durante	uma	festa	de	
aniversário	não	é	apenas	um	bolo.	Ele	re-presenta,	significa	uma	
dimensão	que	transcende	a	rotina	da	vida	humana,	ele	revela	que	
a	vida	é	um	dom	que	compartilhamos	com	as	pessoas	que	ama-
mos	e	que	nos	amam	e	com	todas	as	pessoas	do	mundo.	Ele	se	
tornou	um	símbolo,	pois	de	um	sinal	sensível	tornou-se	referente	
a	uma	realidade	não-sensível,	que	só	pode	ser	compreendida	por	
meio	do	simbólico.	
69© Aproximação à Dimensão Simbólica da Liturgia
O	símbolo	é,	antes	de	 tudo,	uma	realidade	sensível	que	remete;	
remete	a	algo	diferente	de	si,	mas	com	o	qual	está	unido	mediante	
uma	relação	objetiva	que	eu	não	projeto	nem	crio,	mas	com	o	qual	
me	encontro	(ao	contrário	do	que	ocorre	com	o	sinal,	sempre	con-
vencional).	Esse	algo	distinto	é,	quanto	ao	mais,	um	tipo	de	realida-
de	a	que	não	temos	acesso	senão	através	da	mediação	simbólica.
/.../	Essa	realidade	a	que	a	ação	simbólica	remete	não	é,	evidente-
mente,	o	mundo	das	idéias,	das	formas	e	das	essências.	Pois	esse	
mundo	não	é	real,	vivo,	mas	abstrato;	e	podemos	chegar	a	ele	por	
meio	do	discurso,	do	raciocínio,	da	atividade	do	pensamento.	À	ex-
periência	simbólica	só	chegamos	por	meio	do	conhecimento	uni-
tário,	global,	isto	é,	sensível.	Imaginativo,	intuitivo,	não	irracional,	
mas	 supra-racional.	 A	 realidade	 a	 que	 o	 processo	 simbólico	 nos	
leva	é,	em	última	análise,	a	do	mistério	(MALDONADO	apud	BORO-
BIO,	1990,	p.	218-219).	
Há aqui mais uma relação direta com a liturgia, que é a celebração 
do “mistério" de Cristo, é uma celebração mistérica, ou seja, uma 
celebração simbólica.
Alguns	dos	 símbolos	que	 surgiram	ao	 longo	da	história	da	
humanidade	passaram	por	um	processo	de	historicização,	ou	seja,	
o	seu	significado	simbólico	foi	se	transformando	ao	longo	da	histó-
ria	e	representando	novas	realidades.	
Note	que	é	dessa	maneira	que	os	símbolos	litúrgicos	ainda	
vivem	e	manifestam	em	cada	celebração	a	realidade	do	mistério	
celebrado.	Um	exemplo	disso	pode	ser	visto	na	celebração	pascal.	
Os	 símbolos	pascais	evocam	a	vida	que	 renasce.	Desse	modo,	a	
vida	nova	tem	sua	origem	na	páscoa	dos	povos	cananeus,	que	a	
celebravam	na	primeira	lua	cheia	da	primavera	como	festa	da	vida	
que	vence	a	morte.	
No hemisfério norte, o inverno é muito rigoroso: muito frio, os dias 
são curtos, pouca luz do sol, as árvores perdem as folhas, os ani-
mais hibernam... É como se a morte vencesse a vida, que renas-
cerá vigorosa na primavera.
© Introdução à Liturgia70
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
Os	hebreus	passaram	a	usar	esses	símbolos	para	celebrar	a	
vida	que	vence	a	morte	na	libertação	da	escravidão	do	Egito	e	na	
passagem	do	Mar	Vermelho,	que	os	conduziu	para	a	terra	prometi-
da.	Os	cristãos	fizeram	deles	os	símbolos	da	vitória	de	Cristo	sobre	
a	morte	em	sua	ressurreição,	que	nos	deu	a	salvação,	a	qual	se	faz	
presente	quando	celebramos	os	sacramentos,	sobretudo	o	batis-
mo	e	a	eucaristia.
O	 símbolo,	 no	 entanto,	 pode	morrer.	 A	morte	 do	 símbolo	
acontece	quando	a	sua	capacidade	de	evocar,	de	re-presentar,	de	
manifestar	a	realidade	não-sensível	 for	 limitada	por	meio	da	 lin-
guagem	unidimensional,	por	meio	de	um	conceito,	uma	definição.
Neste contexto, o significado do termo definição é exatamente: 
definir = de-finir, colocar os “fins", os limites. Quando se define 
uma coisa, ela é limitada àquele conceito. É preciso compreender 
o símbolo a partir da sua polissemia, ou seja, a sua capacidade de 
manifestar diversos sentidos conforme o contexto simbólico, por 
exemplo: fogo pode significar purificação, mas também destruição 
ou iluminação nas trevas.
Com	a	redução	do	conceito	a	um	único	sentido,	não	há	possibilida-
de	de	outros	significados	e	de	outras	direções	para	o	signo,	o	que	
impede	a	construção	de	pontes,	isto	é,	de	símbolos.	A	linguagem	
unidimensional	trabalha	com	o	signo	em	única	direção,	bloquean-
do	a	existência	do	símbolo.	Com	este	bloqueio,	aos	poucos,	vai-se	
matando	a	transcendência	no	homem,	 isto	é,	sua	capacidade	de	
ir	além	do	que	aí	está	delimitado	e	normatizado.	Com	a	asfixia	da	
transcendência,	com	o	tempo,	o	homem	vai	perdendo	a	memória,	
deixando	de	duvidar,	de	criticar	e	passa	a	aceitar	o	que	está	aí	como	
sendo	verdadeiro,	bom	e	único	(NASSER,	2003,	p.	47).	
Em cada celebração litúrgica, fazemos a “memória" (anámnesis) 
do mistério pascal e isso se faz de maneira simbólica. Sem o 
simbólico não há memorial nem liturgia. Para aprofundar, confira: 
BUYST, I. Em minha memória. In: BUYST, I.; SILVA, J. A. O mis-
tério celebrado: Memória e compromisso I. Valencia: Siquem Edi-
ciones, 2002, p.75 – 89. (Coleção Livros Básicos de Teologia 9). 
71© Aproximação à Dimensão Simbólica da Liturgia
É	por	isso	que	o	símbolo	não	se	explica	(no	sentido	de	defini-
ção),	mas	se	faz	a	experiência	do	mistério	que	ele	manifesta.
Para uma "noção" de símbolo
Vimos	que	o	símbolo	não	se	define	e,	por	isso,	não	há	uma	
noção	uniforme	de	símbolo.	Há	uma	diversidade	de	explicações	de	
acordo	com	cada	ciência.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Primeiramente, temos a definição etimológica: símbolo vem do grego sym-ballo 
(do verbo sym- ballein), que significa “colocar junto, pôr junto". Tal significado 
deriva do costume grego de fazer um contrato partindo em duas partes uma 
espécie de medalha. Cada um dos contratantes ficava com uma das partes, e a 
união delas certificava a veracidade do contrato e suas implicações. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Cada	uma	das	partes	sozinha	não	tinha	valor,	mas	a	ação	de	
colocá-las	 junto	 re-presentava	uma	 realidade	não-visível	 (o	 con-
trato).
Por	isso	é	que	se	pode	dizer	que	o	símbolo	mora	na	ponte:
E,	o	mais	importante,	o	símbolo	é	uma	ponte	(metáfora)	e	a	ponte	
é	um	símbolo	que	aproxima	dois	pólos,	dois	pontos,	duas	experiên-
cias,	dois	mundos,	duas	vidas,	duas	metades.	A	ausência	provoca	
a	saudade.	O	símbolo	representa	a	possibilidade	de	amenizar	esta	
saudade,	trazendo	para	perto	o	que	nos	falta.	A	ausência	da	pessoa	
amada	traz	a	saudade	que	pode	ser	suavizada	por	um	símbolo	que	
represente	esta	pessoa:	um	objeto,	música,	perfume,	 caixa,	 foto	
que	servirão	de	companhia	a	quem	se	encontra	solitário	(NASSER,	
2003,	p.	40).
O	símbolo	tem	grande	importância	e	é	estudado	pela	filoso-
fia,	pela	psicologia,	pela	semiótica,	pela	antropologia	e	pela	teo-
logia,	que	consideram	que	todo	discurso	sobre	Deus	é	simbólico.
No	 contexto	 simbólico	 presente	 nas	 diversas	 ciências,	 en-
contram-se	diferenças	e	semelhanças	entre	signo	(sinal)	e	símbolo,	
bem	como	entre	estes,	a	alegoria	e	a	metáfora.	
© Introdução à Liturgia72
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
Saiba mais sobre os conteúdos estudados, leia: Nasser (2003), p. 
33-36.
O	signo	(sinal)	é	um	meio	arbitrariamente	escolhido	para	 indicar	
outra	realidade,	representável	com	facilidade.	Quando	são	apenas	
uma	forma	de	economizar	explicações,	eles	se	transformam	em	"si-
nais",	por	exemplo,	o	semáforo.	A	alegoria	(sinal	alegórico)	é	o	que	
remete	a	uma	realidade	dificilmente	representável	e,	portanto,	ca-
rente	de	uma	tradução	concreta	que	representa	uma	parte	da	reali-
dade	significada,	pela	qual	esta	se	torne	acessível	e	compreensível;	
por	exemplo,	a	justiça	representada	por	um	personagem:	Salomão.	
O	símbolo	é	o	que	remete	a	uma	realidade	ou	conteúdo	que	não	
é	absolutamente	representável,	a	não	ser	a	partir	do	seu	sentido.	
"O	símbolo	envia	a	um	significado	invisível	ou	indizível,	que	deve	
encarnar	concretamente	numa	adequação	que	o	supere,	seja	pelo	
jogo	de	redundâncias	místicas,	rituais	ou	iconográficas"	(BOROBIO	
APUD	BOROBIO,	1990,	p.	326-327).	
São exemplos de alegoria a parábola do semeador (Mt 13, 4-9.18-
23), a alegoria da videira e os ramos (Jo 15, 1-17).
Vejamos	o	quadro	a	seguir:	
Quadro 1	Sinopse	dos	elementos	"simbólicos".
ELEMENTOS	
SIMBÓLICOS SIGNIFICANTE RELAÇÃO	COM SIGNIFICADO
Signo a) É	arbitrário.b) É	adequado.
Equivalência 
indicativa
a) Pode	ser	apreendido	
por	outro.	b) 
Procedimentopensado.
c) É	dado	“antes"	do	
significante.
Alegoria
a) Não-arbitrário.
b) Ilustração	
convencional	do	
significado.
c) Pode	ser	parte	do	
significado.
d) Parcialmente	
adequado.
Tradução 
“econômica"
a) Dificilmente	
apreendido	por	
meio	direto.
b) Conceito	complexo.	
c) Ideia	abstrata.
d) Dado	“antes"	do	
significante.
73© Aproximação à Dimensão Simbólica da Liturgia
Símbolo
a) Não-arbitrário.
b) Não-convencional.
c) Sempre	acompanhado	
de	significação.
d) Suficiente,	mas	
inadequado.
Epifania
a) Nunca	pode	ser	
captado	pelo	
pensamento	direto.
b) Nunca	é	dado	fora	do	
processo	simbólico.
Fonte:	Borobio	(1990,	p.	327).	
Em	 cada	 celebração	 litúrgica,	 o	 simbólico	 está	 presente	 e	
manifesta	o	mistério	de	Cristo	unindo	o	divino	e	o	humano,	o	ima-
nente	e	o	transcendente,	o	céu	e	a	terra,	o	pecado	e	graça	etc.	É	
preciso	somente	estar	aberto	para	a	sua	revelação.	
7. RITO: O FAZER SIMBÓLICO
Como	vimos,	o	simbólico	está	ligado	ao	fazer	e	o	fazer	simbó-
lico	recebe	o	nome	de	rito.	O	rito	é	um	gesto	simbólico	e	tem	o	seu	
sentido	exatamente	na	união	que	mantém	com	o	símbolo.	
Entretanto,	quando	o	rito	perde	essa	união	com	o	símbolo	
(do	qual	ele	é	o	fazer,	o	gesto),	ele	se	esvazia	e	se	transforma	em	
uma	repetição	de	gestos	mecânicos,	habituais,	formais,	que	rece-
be	o	nome	de	ritualismo.
A	ritualidade	não	faz	parte	somente	da	liturgia,	mas	é	uma	
dimensão	do	humano	e	faz	parte	do	ritmo	e	da	expressão	da	vida	
social,	na	qual	possui	funções	específicas	que	se	realizam	no	tem-
po	e	no	espaço	do	agir	humano.	
O	rito,	portanto,	faz	parte	da	comunicação	humana	e	social.	
Por	essa	razão,	temos	na	sociedade	uma	série	de	ritos	que	se	trans-
mitem	culturalmente,	como,	por	exemplo,	os	ritos	de	passagem.
No	entanto,	há	características	próprias	do	rito	que	estão	pre-
sentes	tanto	na	ritualidade	humano-social	quanto	na	ritualidade	
que	tem	conotação	religiosa.
Dentre	essas	características,	pode	ser	destacada	a	ligação	do	
rito	com	o	mito,	ou	seja,	por	trás	de	um	gesto	ritual	existe	um	con-
© Introdução à Liturgia74
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
junto	de	ideias	e	de	crenças	que	lhe	dão	sentido	e	que	se	tornam	
presentes	quando	ele	é	realizado.	
Desse	modo,	um	simples	apertar	de	mãos	durante	um	cum-
primento	manifesta	a	ideia	de	civilidade,	de	educação,	de	cordiali-
dade,	de	hospitalidade	de	acordo	com	cultura.
Outra	característica	que	merece	destaque	é	a	sua	repetição.	
Sem	ela,	não	há	ritualidade,	há	um	comportamento	feito	uma	úni-
ca	vez.	
 
O rito é feito segundo padrões estabelecidos culturalmente e tem 
sentido com base na sua repetição em tempos e espaços já de-
terminados. Seguindo o exemplo apresentado: os modos de cum-
primentar variam conforme o tempo, o espaço (lugar), pessoas. 
Contudo, eles sempre se repetem em contextos semelhantes.
Rito litúrgico 
Qual	é	a	importância	do	rito	na	celebração	litúrgica?	
O	rito	litúrgico,	por	ter	suas	raízes	no	humano,	apresenta	as	
mesmas	 características	 anteriormente	 citadas,	 ainda	 que	 essas,	
no	caso	da	liturgia,	sejam	específicas	e	completadas	por	outras	di-
mensões.
Na	 liturgia,	 o	 rito	 também	 está	 ligado	 a	 um	 mito	 (ideias,	
crenças)	que,	nesse	caso,	é	chamado	de	mistério.	Celebramos	o	
mistério	de	Cristo	por	intermédio	de	gestos	simbólicos	(ritos).	
Assim,	o	rito	litúrgico	repete-se	conforme	padrões	culturais	
próprios,	os	quais	nos	permitem,	por	exemplo,	diferenciar	a	cele-
bração	do	batismo	e	a	da	eucaristia,	pois	cada	um	desses	sacra-
mentos	tem	uma	maneira	específica	de	ser	celebrado.	
O	rito	litúrgico	possui	características	particulares,	dentre	as	
quais	podemos	citar	(MALDONADO	apud	BOROBIO,	1990):
Ele	imita	e	torna	presente:	o	rito	litúrgico	torna	presente	o	misté-
rio	celebrado	por	meio	de	imitação	(mímese)	dos	grandes	eventos	
salvíficos.	Por	exemplo:	o	batismo	torna	presente	a	vida	nova	da	
75© Aproximação à Dimensão Simbólica da Liturgia
filiação	divina,	por	meio	do	banho	que	recorda	a	água	presente	na	
criação	do	mundo,	na	passagem	do	Mar	Vermelho,	no	batismo	de	
Jesus	etc.
Ele	se	repete,	mas	é	sempre	novo:	ainda	que	se	repita,	cada	vez	
que	celebramos	a	eucaristia,	por	exemplo,	é	uma	nova	realidade	
que	se	faz	presente,	já	que,	por	sua	ligação	com	o	símbolo,	o	rito	
apresenta-se	também	polissêmico.
Ele	expressa	a	criatividade:	exatamente	por	trazer	em	si	a	novidade	
é	que	a	criatividade	se	faz	presente	na	ritualidade	litúrgica.
Ele	é	como	uma	linguagem:	como	numa	frase	temos	vários	elemen-
tos	que	se	harmonizam	sintaticamente	para	que	a	mensagem	seja	
expressa	Assim,	na	celebração	litúrgica	cada	gesto	ritual	se	enca-
deia	com	o	seguinte,	formando	uma	"grande	frase".	Por	exemplo,	
na	missa	temos	os	Ritos	de	Entrada,	que	têm	a	finalidade	de	prepa-
rar	a	comunidade	para	a	eucaristia	e	são	um	encadeamento	ritual	
da	procissão	de	entrada,	saudação,	ato	penitencial,	glória	e	oração.
Ele	toca	a	sensibilidade	(estética,	sentidos):	por	meio	dos	ritos	nos-
sos	sentidos	são	ativados	e	podem	perceber	as	várias	dimensões	da	
realidade	até	chegar	à	beleza	do	mistério	celebrado.	Nossos	senti-
dos	são	tocados	pela	luz	(velas	–	visão),	pelo	aroma	(óleo	perfuma-
do,	incenso	–	olfato),	pelo	sabor	(vinho	–	paladar),	pelo	som	(sino,	
cantos	–	audição),	pela	textura	(unção,	gesto	da	paz	–	tato).
Envolve	o	 ser	humano	 total	 (corpo,	gestos,	movimento):	os	 ritos	
litúrgicos	nos	levam	a	participar	do	mistério	celebrado	com	nosso	
corpo,	expressando	em	gestos	e	movimentos	a	nossa	união	com	o	
divino	(ação	simbólica	que	une	o	humano	e	o	divino)	–	ficar	em	pé,	
de	joelhos,	caminhar,	erguer	os	braços	etc.	
Para	finalizar,	observe	que	a	ritualidade	litúrgica	é	muito	rica	
e	que	precisa	ser	bem	compreendida	para	que	toda	a	sua	poten-
cialidade	seja	posta	em	ação,	a	fim	de	proporcionar	a	toda	comu-
nidade	celebrante	uma	"plena,	consciente	e	ativa	participação	no	
mistério	celebrado"	(SC	14).	
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira,	a	seguir,	as	questões	propostas	para	verificar	o	seu	
desempenho	no	estudo	desta	unidade:
1)	 Quais	são	as	distinções	entre	sinal,	símbolo,	alegoria	e	metáfora?
© Introdução à Liturgia76
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
2)	 Qual	a	diferença	entre	símbolo	e	símbolo	litúrgico?
3)	 O	que	você	entendeu	por	ritualidade	na	vida	humana?	Quais	suas	caracte-
rísticas	e	funções?
4)	 Ainda	 tenho	dúvidas	em	 relação	aos	 conteúdos	estudados?	Que	procedi-
mentos	posso	utilizar	para	eliminá-las?
5)	 O	que	posso	fazer	para	ampliar	meus	conhecimentos	sobre	as	diferenças	e	
semelhanças	das	várias	formas	de	manifestação	simbólica?
9. CONSIDERAÇÕES 
Nesta	unidade,	você	estudou	os	símbolos	e	os	rituais	litúrgi-
cos,	além	de	observar	as	diferenças	e	semelhanças	das	várias	for-
mas	de	manifestação	simbólica.
Estudou,	 também,	 o	 papel	 fundamental	 do	 símbolo	 como	
constitutivo	principal	da	ação	litúrgica,	as	várias	formas	de	rituali-
dade,	bem	como	as	peculiaridades	do	rito	litúrgico	e	como	elas	se	
manifestam	na	celebração.	
Na	Unidade	4,	você	será	convidado	a	ampliar	seus	conheci-
mentos	sobre	a	teologia	litúrgica	propriamente	dita.	Até	lá!
10. E-REFERÊNCIA
VATICAN.	Home page.	Disponível	em:	<http://www.vatican.va/phome_po.htm>.	Acesso	
em:	13	ago.	2012.	
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BOROBIO,	D.	Da	celebração	à	 teologia:	que	é	um	sacramento?	 In:	BOROBIO,	D.	 (Org.)	
A celebração na Igreja –	1.	Liturgia	e	sacramentologia	fundamental.	São	Paulo:	Edições	
Loyola,	1990.
BUYST,	I.	Celebrar com símbolos.	São	Paulo:	Paulinas,	2001.
______;	SILVA,	J.	A.	O mistério celebrado:	memória	e	compromisso	–	Teologia	litúrgica	1.	
Valencia	(Espanha):	Siquem	Ediciones,	2002.
77© Aproximação à Dimensão Simbólica da Liturgia
NASSER,	M.	C.	Q.	C.	O que dizem os símbolos?	São	Paulo:	Paulus,	2003.	(Coleção	Questões	
fundamentais	do	ser	humano	3)
MALDONADO,	 L.	 A	 celebração	 litúrgica:	 fenomenologia	 e	 teologia	 da	 celebração.	 In:	
BOROBIO,	D.	(Org.)	A celebração na Igreja – 1	–	Liturgia	e	sacramentologia	fundamental.	
São	Paulo:	Edições	Loyola,	1990.
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