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EA D Israel Pré-Monárquico 4 1. OBJETIVOS • Reconhecer as razões que conduziram o Israel ordenado em tribos à organização monárquica. • Apontar e interpretar as diferenças entre o sistema tribal e o sistema centralizado da monarquia. 2. CONTEÚDOS • Israel pré-estatal (pré-monárquico). • Passagem do sistema tribalista ao estatal. • Crise nas origens da monarquia. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: © Introdução Geral à Bíblia e História de Israel128 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO 1) Para fixar os conteúdos desta unidade, recomendamos a releitura dos textos deste material. Sugerimos, também, que você realize apontamentos, com o objetivo de com- parar e aprofundar os pontos de destaque, utilizando-se das fontes aqui listadas e indicadas como indispensáveis para o estudo deste tema. 2) Referência sugerida para acompanhar o estudo desta unidade: BRIGHT, J. História de Israel. 7. ed. São Paulo: Paulus, 2003. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Na unidade anterior, você estudou a configuração social das tribos em linhagens, famílias e clãs, a divisão e a hierarquia social das famílias, bem como os aspectos culturais e as trocas simbólicas que marcaram a religião e a cultura das tribos de Israel e o proces- so de independência. Nesta unidade, você terá a oportunidade de estudar um pouco mais a respeito do quadro social e histórico que conduziu a passagem das tribos ao estado monárquico. Além disso, compre- enderá as razões que conduziram a formação de um governo cen- tralizado na figura de um rei (ou de reis), que, em muitas ocasiões, exerceu o poder de forma arbitrária. É importante observar que consideraremos o movimento da história e das civilizações do Antigo Oriente Próximo na transfor- mação política de Israel, que não aconteceu ao largo dos aconte- cimentos do período. Antes, deu-se, também, como uma conse- quência das alianças e do poderio dos filisteus na formação das cidades-estados Gaza, Ascalom, Asdode, Ecrom e Gate. Nesse sentido, o Israel pré-estatal surge da percepção de que, sem um governo central, os israelitas poderiam ser subjuga- dos pelos povos mediterrâneos vizinhos. 129© Israel Pré-Monárquico 5. UM ISRAEL PRÉ-ESTATAL Tradição das doze tribos: ficção ou história? Segundo o testemunho da Bíblia hebraica, Israel teve início com doze tribos. Frequentemente, Jacó, pai de doze filhos, é iden- tificado com Israel. Vinculados às tribos, os nomes dos filhos de Jacó, juntamente com ele, foram chamados patriarcas. Contudo, na segunda unidade desta disciplina, indicamos que não existem povos que tenham descendido de um único ho- mem. Portanto, essa tradição de Israel poderia ser uma construção genealógica fictícia. O que nos leva a perguntar: qual seria a fun- ção dessa ficção? A tradição das doze tribos permeia toda a Bíblia, do Antigo ao Novo Testamento. Nesse último, as doze tribos foram substitu- ídas pelos doze discípulos, chamados de o "novo Israel espiritual". Portanto, se esse sistema fosse uma ficção sem propósito, o núme- ro doze não precisaria ser preservado nas narrativas de Gênesis 49 e Números 1s; 26. Decorre dessa compreensão que deve haver alguma realida- de histórica por trás da história das doze tribos. Uma possibilidade de entender essa questão é a compreensão de Israel como uma confederação de doze tribos. Assim, ele estaria fundamentado numa pré-história comum e numa fé em Deus igualmente comum, fundados na pessoa e na obra de Moisés. Em 1930, Martin Noth desenvolveu um pouco mais essa hi- pótese, uma vez que ele comparou o sistema das doze tribos com as anfictionias da Grécia e da Itália. Originalmente, anfictionia é uma aliança estabelecida entre seis ou doze tribos, com vistas ao estabelecimento de um culto a certa divindade. A manutenção do santuário ficava a cargo das tribos, que se alternavam no cuidado do espaço. As referências aos filhos de Naor (Gn 22,20-24) e de Ismael (Gn 25,13-16), às doze tribos dos © Introdução Geral à Bíblia e História de Israel130 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO edomitas (Gn 36,1-14) e aos seis filhos de Quetura (Gn 25,2) po- dem ser parâmetros de comparação. "Israel compreendia seus vi- zinhos em analogia a si mesmo!" (GUNNEWEG, 2005, p. 85). Se entendermos que havia certa organização entre as tribos (ainda não no modelo de estado instituído e com governo centra- lizado), podemos subentender que havia "legislação" – escrita ou não. Decorre dessa compreensão o período chamado "época dos Juízes". O livro dos Juízes sistematizou a história das tribos entre seu estabelecimento e a fundação da monarquia, graças à noção de "juiz": "shophet". Os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos de Iahweh e serviram aos Baals. Deixaram Iahweh, o Deus de seus pais, que os tinha feito sair da terra do Egito, e serviram aos deuses dos po- vos a seu redor. Então a ira de Iahweh se acendeu contra Israel. Então Iahweh susci- tou juízes que os livrassem das mãos dos que os pilhavam. Mas não escutavam nem mesmo aos seus juízes, e se prostituíram a outros deuses, e se prostraram diante deles. Depressa se afastaram do ca- minho que seus pais haviam seguido, obedientes aos mandamen- tos de Iahweh, e não os imitaram. Quando Iahweh lhes suscitava juízes, Iahweh estava com o juiz e os salvava das mãos dos seus inimigos enquanto vivia o juiz, porquanto Iahweh se comovia por causa dos seus gemidos perante os seus perseguidores e opresso- res (Jz 2,11-12; 14a; 16-18 – BÍBLIA DE JERUSALÉM). A figura do juiz O título de juiz era atribuído a alguns chefes, antes da mo- narquia. Era uma instituição oeste-semítica que conferia poder de decisão política, paralela à autoridade monárquica, mas sem os elementos da "dinastia" e da "sacralidade religiosa". Essa noção pode indicar uma história pré-monárquica da salvação da nação. [...] as figuras históricas que serviram a este quadro não correspon- dem a uma instituição única. Gedeão e Jefté são monarcas, Aod e Otoniel eram chefes, Barac foi um oficial; os juízes menores são apenas conhecidos por suas sepulturas, tal como os welis do mun- do árabe. Enfim, Sansão não tem nenhuma atividade propriamente política. É digno de nota que o redator conseguiu ligar mais ou me- 131© Israel Pré-Monárquico nos cada juiz com uma tribo diferente: Otoniel com Judá, Aod com Benjamim, Barac com Neftali, Gedeão com Manasses, Tola com Issacar, Jair com Galaad (Maquir), Jefté com Galaad (Gad), Abesã com Aser (de fato Belém em Zabulon, Js 19,15), Elon com Zabulon, Abdon, filho de Ilel, com Efraim, e Sansão com Dã. Faltam Rúben e Simeão, que logo desapareceram e que eram bastante excêntricos (CAZELLES, 1997, p. 109-110). O juiz, portanto, era responsável pela administração do di- reito da aliança. Isso foi salientado por Albrecht Alt em sua obra intitulada As origens do direito israelita (Die Ursprünge des israeli- tischen Rechts), de 1934. Alguns pesquisadores entendem que os relatos de Josué 24,25, em conjunto com Levítico 26 e Deuteronô- mio 27 e seguintes, podem ser interpretados como memórias da antiga festa da renovação da aliança da anfictionia. A hipótese da anfictionia serve à explicação das listas de doze e à descrição de um Israel pré-estatal, com um determinado modo de vida mesmo antes da formação do Estado. Considerá-la à luz das anfictionias de sociedades vizinhas não é o mesmo que afir- mar dependência mútua ou unilateral, mas compreendê-las como estruturas sociais típicas daquele período. Os laços de parentesco "fictícios" são, muitas vezes, mais reais do que as relações de pa- rentesco consanguíneas. Desse modo, as doze tribos de Israel são uma grandeza simbólica, mas justamente como tal e por isso mesmo uma realidade à qual se adapta a "realidade" pela qual se medem, nomeiam, ordenam e realizam as coisas existentes [...] aparentemente, os doze filhos deIsrael representam tal realidade real-simbólica (GUNNEWEG, 2005, p. 88). Com frequência, "medir", "nomear" e "ordenar" são termos usados a fim de explicar como os grupos de indivíduos, por meio de regras e códigos de comportamento, escritos ou não, estabele- cem sua forma de organização e critérios para o comportamento social. Com base nessa perspectiva, a anfictionia ou a liga das tri- bos de Israel seria uma forma de organização social e política que permitia às tribos certa autonomia na condução de seus cotidia- nos. © Introdução Geral à Bíblia e História de Israel132 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO Certamente, essa forma de organização deve ter favorecido à pluralidade de tradições religiosas entre as tribos. Prova disso é que, mesmo literariamente, as tribos são descritas no texto bíblico conforme características próprias (Gn 49). Mesmo diante do avanço dos filisteus de um lado e dos edo- mitas, moabitas, midianitas e amonitas do outro, a confederação das tribos demonstrava-se suscetível e instável. 6. DE PRÉ-ESTATAL A SISTEMA MONÁRQUICO A pré-monarquia e a posterior monarquia com o estado de Saul apresentam características comuns, que se desenvolveram de modo gradativo. Inicialmente, essa formação de estado consistia apenas na subordinação de algumas tribos israelitas à figura do líder carismático Saul. Este, no entanto, diferentemente dos ca- rismáticos antigos, começou, então, a reivindicar, para além das distintas ações militares, uma posição de liderança que deve ser chamada real; dentre elas, a presença do rei. Ainda de modo rudimentar, o reino possuía capital, exército e administração. Além disso, tinha ideologia, segundo a qual o rei representava a figura de "pai de seu povo" e era responsável pela segurança, pelo suprimento e pela organização estatal. Segundo o testemunho bíblico (1Sm 8,6-20), a monarquia foi implantada em Israel para imitar os povos vizinhos. Embora as monarquias orientais (hititas, fenícios, cananeus e sírios) não se pautassem apenas por um modelo, Israel guardou uma constante: a monarquia israelita foi mais semítica com Saul e mais faraônica com Salomão, mas ambos os reinos tiveram caráter sacro (2Sm 14,17 e 20). A administração real convocou o povo às armas e organizou um exército com funções e armamentos específicos. Decorreu da criação do exército a necessidade de se criar escolas de escribas nas quais se pudesse capacitar pessoas para o recenseamento, para as contas nas cidades e para a administração na capital. 133© Israel Pré-Monárquico Trocas culturais A formação dos escribas era uma difícil arte, e os cursos ba- seavam-se na experiência das tradições do Egito e da Babilônia. Além dessa marca egípcia na organização de Israel, outros indícios atestam as trocas culturais e simbólicas entre Israel e nações vizi- nhas. Nas liturgias, o rei era o sumo sacerdote, eleito e investido de poder por Deus para governar o povo. Ele presidia as festividades religiosas, intervinha nas litur- gias, construía e mantinha o culto. A entronização real era cons- tituída de simbologia, que se dividia em entronização, coroação, unção e aspersão de água. O rito mais importante era o da unção, também praticado na Fenícia, na Babilônia Antiga, entre os hititas e, provavelmente, na Assíria e no Egito. Assim como os reis semitas de Acad eram os "ungidos de Anu" – deus egípcio supremo, o rei de Israel era o "ungido de Iahweh" (1Sm 24,11; 26,9; Sl 2,2). De um lado, o faraó, quando entronizado, recebia uma força especial denominada ka. Do outro, ao rei de Israel, era conferido o espírito vivo que pertencia a Deus, chamado ruah (Gn 6:3). Essa "realidade vital" era recebida pelo governante no momento da un- ção (1Sm 16,13, cf. 10,6; 11,6). Desse modo, podemos conjecturar que, tanto no período das tribos quanto no período de estabelecimento do modelo esta- tal, Israel se portou conforme era típico naquele momento históri- co e cultural. Isso foi feito segundo as demandas políticas da época e as necessidades especiais das próprias comunidades. Se, por um lado, as tribos reunidas em confederação, segun- do os relatos do livro dos Juízes, apresentam uma coligação sem aparato de governo unificado e centralizado, heterogênea no que se refere ao território e sem eficácia política, mas unida pela ado- ração ao Deus Javé, por outro, a monarquia pretendia dar conta de novas expectativas que despontavam no cenário do Oriente Próxi- © Introdução Geral à Bíblia e História de Israel134 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO mo Antigo; uma dessas expectativas pode ser identificada como a necessidade de Israel passar de "povo" a "nação", com sentimento de pertença e símbolos próprios. Essa demanda resultou numa cri- se tribal. 7. CRISE TRIBAL E AS ORIGENS ESTATAIS DE ISRAEL Época da confederação Na época da confederação, a história bíblica nada nos conta de nenhum grande líder, tal como foram Moisés e Josué. Os gru- pos coligados formavam um mesmo povo, constituíam um mesmo culto a um mesmo Deus, mas não possuíam um líder comum que os conjugasse. As figuras de liderança surgiram e diziam respeito apenas a uma tribo ou clã. Mesmo aquelas figuras em que a ação excepcio- nalmente se estendeu a um grupo de tribos não tiveram continui- dade de projeto político, como é o caso de Gideão, que recusou a autoridade permanente, conforme o relato de Juízes 8,22-23. Claramente, o sistema confederativo opunha-se ao sistema de tributos (impostos) praticado nas cidades-estado. Mas manter essa oposição era um desafio cotidiano, porque as cidades-estado frequentemente buscavam arruinar as tribos, por meio da vigilân- cia das estradas, do comércio e pela manutenção do exército com carros de guerra. Por essa razão, o livro de Juízes, em seus capítu- los 4 e 5, conta como um grande feito a vitória de Débora e Barac sobre Sísera, o governante de uma cidade-estado chamada Hasor. Mas as estratégias das cidades-estado não eram os únicos problemas enfrentados pela confederação das tribos. Na mesma época em que os hebreus chegaram do Egito, um povo que veio pelo mar, com armas de ferro e carros de combate, se estabeleceu na costa de Canaã; eram os filisteus. 135© Israel Pré-Monárquico Dessa forma, buscando estender seu domínio para o interior, passaram a viver em conflitos cada vez mais intensos com as tribos de Israel, que eram um "alvo fácil", já que não possuíam um exér- cito organizado que as defendesse ou mesmo um líder comum que direcionasse uma defesa efetiva. Contudo, essa também não era a única ameaça externa. Se, do litoral para a planície, a preocupação era com os filisteus, pelo deserto, a preocupação era conter o avanço dos edomitas, moabi- tas, midianitas, amonitas etc., que também vinham fazendo incur- sões para conquistar territórios das tribos. Além dos inúmeros problemas externos sérios, a confede- ração passava a contar com questões internas bastante delicadas, dentre as quais podemos citar, de imediato, pelo menos, três: • Nem todas as tribos estavam interessadas em lutar contra os invasores. Aquelas cujos territórios não estavam sob ameaça se mantinham fora dos projetos de defesa daque- las na iminência de serem invadidas. • A corrupção da justiça começava a ser revelada no seio da confederação. Para esse ponto, o exemplo dos filhos corruptos do sumo sacerdote Eli permanece um clássico que pressupõe a decadência do sacerdócio dedicado ao cuidado da Arca da Aliança (1Sm 2,12-25). • A vivência religiosa monoteísta era o elo que dava coesão aos clãs, ou seja, a aceitação de Javé como único Deus, o Deus Libertador, conferia identidade e unidade às tri- bos. Contudo, Javé era um Deus ligado à libertação, e não tanto à preservação do ciclo da natureza, do qual depen- diam os camponeses israelitas. Já os deuses cananeus (especialmente Baal) eram conhecidos como aqueles que traziam a fertilidade à terra.Sendo a agricultura a base da sobrevivência e o ciclo da chuva essencial à produção, os israelitas, por vezes, incorporaram a adoração às di- vindades cananitas em sua própria religião, como modo © Introdução Geral à Bíblia e História de Israel136 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO de garantir condições naturais favoráveis à sua atividade campesina. Nas palavras de Balancin (1990), "a desagre- gação religiosa caminhou para a desagregação política e ideológica". Talvez essa afirmação seja um tanto simplista e fosse melhor que considerássemos a mentalidade pouco politizada dos israeli- tas antes da questão religiosa em si; mas esse é, sem dúvida, um elemento fundamental a ser considerado no bojo das razões que levaram o sistema das tribos à convulsão. Enquanto as tribos sofriam suas crises internas e se uniam quando era conveniente, os filisteus formaram cinco cidades-estado (Gaza, Ascalom, Asdode, Ecrom e Gate), unidas mediante uma aliança política, atuando sempre em conjunto. Ape- nas pela descrição de Golias em 1 Samuel 17,5-7, já podemos per- ceber que seu exército era formado por guerreiros profissionais e bem armados. Havia, também, mercenários, uma "força extra" para muitos exércitos daquela época e de depois. Presença dos filisteus e a formação da monarquia israelita Conforme alguns historiadores, os israelitas recusavam-se a fundar um estado monárquico porque, para eles, o reinado era tido como algo pagão, e sua relação especial com Javé estabelecia que ele era o seu governante. Dessa forma, a edificação de um reinado nos moldes vizinhos era uma oposição à reivindicação da soberania de Javé sobre Israel (METZGER, 1978). Entretanto, apesar do ideal de governo divino, o esforço dos filisteus para dominar toda a Palestina foi o impulso emergencial gerador da união política das tribos sob o governo de um chefe de Estado, isto é, para o estabelecimento da monarquia (que significa "governo de uma só pessoa". Assim, essa pessoa (o monarca, chefe de Estado ou rei) tem autoridade para criar e fazer cumprir as leis, bem como para julgar e decidir questões jurídicas). 137© Israel Pré-Monárquico No regime monárquico, quando um rei morre, ele é substi- tuído no trono por um de seus filhos, geralmente, o mais velho. A essa sucessão se dá o nome de dinastia, por meio da qual uma família pode se perpetuar no poder. É claro que existem algumas exceções; por exemplo: o Vaticano, já na Era Comum, foi uma mo- narquia em que o chefe de Estado é eleito, e não sucedido por herdeiro consanguíneo. Na próxima unidade, vamos estudar mais detidamente o Is- rael monárquico. 8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS Confira, na sequência, as questões propostas para verificar seu desempenho no estudo desta unidade: 1) Quais foram as razões que conduziram o Israel ordenado em tribos à orga- nização monárquica? 2) Quais são as diferenças entre o sistema tribal e o sistema centralizado da monarquia? 9. CONSIDERAÇÕES O Israel pré-monárquico surgiu de uma demanda política e social específica, ou seja, da expectativa dos grupos judaicos em se defenderem dos povos vizinhos que se organizavam em fortes cidades-estado. Diante desse quadro de mudança, Israel − cujo sistema con- federativo das tribos não se sustentava ante os frequentes ataques de filisteus, de um lado, e de edomitas, moabitas, midianitas, amo- nitas, de outro − requereu à monarquia na expectativa de que a figura de um chefe pudesse conter o avanço desses vizinhos de unificar as tribos. Na próxima unidade, vamos compreender um pouco mais as situações emergenciais que corroboraram para a passagem do sis- © Introdução Geral à Bíblia e História de Israel138 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO tema tribal ao estatal e conhecer os principais problemas políticos que assolaram a constituição dos reinos e conduziram à degrada- ção do império israelita. 10. E-REFERÊNCIAS Sites pesquisados UNIVERSITÄT BONN. Martin Noth. Disponível em: <http://www.uni-bonn.de/Aktuelles/ Pressemitteilungen/351_02.html>. Acesso em: 8 fev. 2012. UNIVERSITÄT LEIPZIG. Albrecht Alt. Disponível em: <http://www.uni-leipzig.de/ campus2009/2001/c2001_18.html>. Acesso em: 8 fev. 2012. 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALANCIN, E. M. História do povo de Deus. 4. ed. São Paulo: Paulus, 1990. BRIGHT, J. História de Israel. 7. ed. São Paulo: Paulus, 2003. CAZELLES, H. História política de Israel: desde as origens até Alexandre Magno. Tradução de Cácio Gomes. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1997. DONNER, H. História de Israel e dos povos vizinhos: dos primórdios até a formação do estado. 3. ed. São Leopoldo, RS: Sinodal, 2004. v. 1. GUNNEWEG, A. H. J. História de Israel: dos primórdios até Bar Kochba e de Theodor Herzl até os nossos dias. Tradução de Monika Ottermann. São Paulo: Teológica/Loyola, 2005. (Série Biblioteca de Estudos do Antigo Testamento). KOESTER, H. Introdução ao novo testamento: história, cultura e religião do período helenístico. São Paulo: Paulus, 2005. v. 1. METZGER, M. História de Israel. 2. ed. São Leopoldo, RS: Sinodal, 1978.