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MIELOFIBROSE Doença mieloproliferativa crônica. Proliferação clonal de células mieloides. Graus variados de maturação. Podem ser células jovens ou maduras. O baço fica muito aumentado. EPIDEMIOLOGIA É a mais rara das doenças mieloproliferativas crônicas. Geralmente o diagnóstico são em adultos com media idade e idosos (média de 67 anos). 5% abaixo dos 40 anos e 17% abaixo dos 50. Raro em crianças. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O mais comum é a fadiga. A pessoa tinha disposição, mas do nada começa a ter falta de ânimo para trabalhar, etc. Sintomas decorrentes da esplenomegalia Perda de peso Febre Sudorese noturna 15 a 30% assintomáticos Hipertensão pulmonar (configura pior prognóstico) Prurido. JAK2 60% MPL 8% Alteração de cariótipo 4% Trombose Menos comum do que na PV. 2% dos pacientes tem. Pode ser arterial ou venoso. 70% das tromboses venosas acontecem quando tem mais um fator de risco (cirurgia, terapia hormonal, acesso venoso central). Esplenomegalia Grandes esplenomegalias 38% tem baço 10cm abaixo do rebordo costal esquerdo. 23% tem 16cm abaixo do RBC Paciente pode queixar com peso no abdome, saciedade precoce e dor. Hepatomegalia Em 40 a 70% dos pacientes. Os motivos são: hematopoese extramedular no fígado. Hipertensão portal, que pode levar a varizes de esôfago e gástricas, sangramento TGI, ascite e encefalopatia hepática. Trombose de porta. Hematopoese extramedular Quase qualquer órgão do organismo é capaz de assumir a produção dessas células em situações extremas. Quando acontece, aparece com esplenomegalia, hepatomegalia, linfonodmegalia. Pode manifestar também com derrame pleurar, pericárdico, abdominal. Envolvimento TGI ou TGU. Envolvimento SNC. Envolvimento da pele. Anemia Muito comum Redução da eritropoiese medular Ocorre eritropoiese ineficaz. Como as células sanguíneas são defeituosas, elas são destruídas antes mesmo de chegarem a circulação. O baço grande pode aprisionar esse sangue e levar a sequestro esplênico Propensão a sangramento (plaquetopenia ou TGI) Hemólise autoimune Anemia dilucional Anisocitose, poiquilocitose, dacriócitos, células nucleadas. ALTERAÇÕES LABORATORIAIS Leucócitos e Plaquetas Pode haver leucopenia ou leucocitose; plaquetopenia ou plaquetose. Geralmente formas imaturas estão presentes (mas menos de 5% no sangue periférico) Neutrófilos hipersegmentados Elevação de fosfatase alcalina por envolvimento ósseo Elevação de LDH por hematopoese ineficaz Elevação de ácido úrico por alto turnover Elevação de vitamina B12 por grande massa de neutrófilos. MEDULA ÓSSEA Mielograma: difícil aspiração (“seco”); quando consegue, se vê hiperplasia neutrofílica e megacariocítica. Biópsia: necessário para demonstrar e quantificar fibrose; há expansão dos sinusoides e hematopoese intravascular. Cariótipo: JAK2 60 a 65%; CARL 20 a 25%; MPL 5%; triplo negativo 8 a 10%. TRANSFORMAÇÃO PARA LEUCEMIA AGUDA Acomete uma minoria dos pacientes com MF. Principal causa de óbito. Fatores de risco ao diagnóstico: mais de 3% de blastos circulantes e plaquetas abaixo de 100.000 DIAGNÓSTICO Sintomas variáveis, visceromegalias Hemácias em lágrima e reação leucoeritroblástica Diagnóstico diferencial: fazer biópsia de medula óssea. História completa; Exames anteriores; Exame físico, procurar hepatomegalia, esplenomegalia, linfonodomegalia, etc. Revisão laboratorial Biopsia de medula Exames moleculares (cariótipo). Critério da WHO 3 maiores + 1 menor Maiores: presença de proliferação megacariócitos e atipia, acompanhado da fibrose medular grau 2 ou 3; não pode preencher critério para trombocitemia essencial, PV, BCR ABL, e outrs neoplasias mieloides; presença de JAK 2, CALR ou MPL ou presença de outro marcador clonal. Menor: anemia sem outra causa, leucocitose acima de 11 mil, baço palpável, LDH aumentado, leucoeritrosblastose. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Mielofibrose aguda; Outras mieloproliferativas crônicas; Mielofibrose secundária; Tricoleucemia; linfoma; mieloma múltiplo; Não hematológico: metástase, autoimune (lúpus, sarcoidose) e hipertensão pulmonar primária Hiperparatiroidismo secundário associado a deficiência de vit D. TRATAMENTO A cura é só por transplante de MO. Paciente idosos (são a maioria) não suportam. Aliviar sintomas, avaliar performance, classificação de risco (idade, leucócitos, sintomas constitucionais, nível de hemoglobina, blastos em sangue periférico, cariótipo). Alto risco Transplante (se elegível) Não elegíveis – tratamentos sintomáticos Ruxulotinib (inibidor de JAK 2) dá melhor qualidade de vida, mas não muda a evolução da doença. Hidroxiureia pode ser usado se não der certo o ruxulotinib Esplenectomia só se muito necessário. Irradiação do baço, muito pouco usado. Baixo risco Sintomáticos: ruxulotinib, hidroxiureia Assintomáticos: acompanhamento Anemia Transfusão (pode levar a aloimunização, reações, sobrecarga de ferro) Danazol leva resultado em cerca de 1/3 dos pacientes Outra opção seria a talidomida ou lenalidomida + prednisona Hematopoese extramedular Irradiação
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