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HIGIENE 
OCUPACIONAL 
 
 
 
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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO À HIGIENE OCUPACIONAL ................................................................... 5 
 Histórico da Higiene Ocupacional .............................................................................. 5 
 Histórico da Higiene Ocupacional no Brasil ............................................................. 10 
 Siglas da Higiene Ocupacional ................................................................................. 14 
 Definição de Higiene Ocupacional ........................................................................... 14 
2 ETAPAS E RAMOS DA HIGIENE OCUPACIONAL ........................................................ 16 
 Etapas da Higiene Ocupacional ............................................................................... 16 
2.1.1 Antecipar é ....................................................................................................................... 16 
2.1.2 Reconhecer é .................................................................................................................... 16 
2.1.3 Avaliar é ........................................................................................................................... 19 
2.1.4 Controlar é ....................................................................................................................... 20 
 Ramos da Higiene Ocupacional ............................................................................... 21 
2.2.1 Higiene Teórica ................................................................................................................ 21 
2.2.2 Higiene Analítica .............................................................................................................. 21 
2.2.3 Higiene Operativa ............................................................................................................ 22 
2.2.4 Higiene de Campo/Prática ............................................................................................... 22 
3 RISCOS OCUPACIONAIS ............................................................................................ 23 
3.1 Riscos Ocupacionais ............................................................................................... 23 
3.1.1 Riscos físicos .................................................................................................................... 23 
3.1.2 Riscos químicos ................................................................................................................ 23 
3.1.3 Riscos biológicos .............................................................................................................. 23 
3.1.4 Riscos de acidentes .......................................................................................................... 23 
3.1.5 Riscos ergonômicos .......................................................................................................... 24 
3.2 Consequências dos Riscos Ambientais .................................................................... 24 
3.2.1 Riscos físicos .................................................................................................................... 24 
3.2.2 Riscos químicos ................................................................................................................ 27 
3.2.3 Riscos biológicos .............................................................................................................. 28 
3.3 Doenças Do Trabalho X Doenças Ocupacionais ....................................................... 29 
 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres ............................................................. 29 
3.4.1 Análise Qualitativa .......................................................................................................... 31 
3.4.2 Análise Quantitativa ........................................................................................................ 31 
3.4.3 Outros Fatores Considerados na Higiene Ocupacional.................................................... 32 
3.4.4 Legislação e Diretrizes ..................................................................................................... 33 
4 SOM E RUÍDO ............................................................................................................ 34 
 Conceitos Básicos.................................................................................................... 34 
4.1.1 Frequência do som ........................................................................................................... 34 
4.1.2 Velocidade do som ........................................................................................................... 35 
4.1.3 Pressão Sonora ................................................................................................................ 35 
 Efeitos dos Ruídos no Ser Humano ......................................................................... 36 
 Audiometria ............................................................................................................ 37 
4.3.1 Tipos de Ruídos ................................................................................................................ 38 
4.3.2 Ciclo de Trabalho ............................................................................................................. 38 
 
 
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 Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído ........................................................ 39 
4.4.1 Normas e Limites de exposição ........................................................................................ 39 
4.4.2 Dose de Ruído .................................................................................................................. 40 
4.4.3 Medição de Ruído ............................................................................................................. 41 
 Medidas de Controle ................................................................................................ 42 
4.5.1 EPI - Equipamentos de proteção individual ..................................................................... 42 
4.5.2 EPC – Equipamentos de proteção coletiva ....................................................................... 45 
5 VIBRAÇÕES EM AMBIENTES DE TRABALHO ............................................................ 46 
5.1 Origem da Vibração ................................................................................................. 46 
5.2 Premissas sobre Vibrações ...................................................................................... 46 
 Vibrações no Corpo Humano ................................................................................... 47 
 Tipos de Vibrações .................................................................................................. 49 
 Como Identificar Vibrações ...................................................................................... 52 
 Normas de Exposição à Vibração ............................................................................. 53 
5.6.1 NR-15, Anexo VII8 ............................................................................................................ 53 
5.6.2 ISO 5349 - Vibração em Mão e Braços ............................................................................. 53 
5.6.3 ISO 2631 - Vibrações de Corpo Inteiro ............................................................................. 54 
 Vibração de Corpo Inteiro – VCI ............................................................................... 54 
 Vibração Localizada ou Vibraçãomão e braço - VMB .............................................. 55 
 Medição de Vibrações .............................................................................................. 57 
 Medidas de Controle de Vibração ........................................................................... 57 
5.10.1 Medidas administrativas ............................................................................................... 57 
5.10.2 Medidas preventivas para reduzir a vibração que atinge o corpo ................................. 58 
5.10.3 Medidas preventivas médicas ....................................................................................... 58 
5.10.4 Aconselhar as pessoas expostas à vibração ................................................................. 58 
5.10.5 Comunicação com fabricantes de equipamentos ........................................................... 59 
5.10.6 Equipamentos de proteção ............................................................................................. 59 
6 FRIO E CALOR ........................................................................................................... 60 
6.1 Frio ......................................................................................................................... 60 
6.1.1 Frio Interno – Ambientes fechados ................................................................................... 61 
6.1.2 Frio Externo – Ambientes abertos .................................................................................... 61 
6.1.3 Efeitos da Exposição ao Frio ............................................................................................ 62 
6.1.4 Legislação ........................................................................................................................ 65 
6.1.5 Vestimentas Apropriadas ................................................................................................. 66 
6.1.6 Exames Médicos .............................................................................................................. 67 
6.1.7 Aclimatação ...................................................................................................................... 67 
6.1.8 Orientações e Treinamento .............................................................................................. 67 
6.2 A Exposição ao Calor ............................................................................................... 67 
6.2.1 Calor – Avaliação ............................................................................................................. 67 
6.2.2 Procedimento de Avaliação .............................................................................................. 71 
6.2.3 Limites de Tolerância para exposição ao Calor ................................................................ 72 
6.2.4 Efeitos do Calor ................................................................................................................ 73 
7 RISCOS QUÍMICOS .................................................................................................... 75 
7.1 Conhecendo os Riscos Químicos ............................................................................. 75 
 Limites de Exposição Ocupacional ........................................................................... 77 
 
 
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 Vias de absorção do agente no organismo ............................................................... 79 
 FISPQ – Ficha Internacional de Segurança de Produto Químico .............................. 83 
 Métodos de Coleta ................................................................................................... 84 
 Tipos de Amostragem .............................................................................................. 85 
7.6.1 Amostragem Passiva ........................................................................................................ 86 
7.6.2 Amostragem Ativa ............................................................................................................ 86 
8 RISCOS BIOLÓGICOS ................................................................................................ 89 
8.1 Conhecendo os Riscos Biológicos............................................................................. 89 
 Meio de Transmissão ............................................................................................... 89 
 Identificação e Avaliação de Riscos .......................................................................... 89 
 Plano de Prevenção .................................................................................................. 90 
8.4.1 Medidas Preventivas Coletivas ........................................................................................ 91 
8.4.2 Medidas Preventivas Individuais ..................................................................................... 91 
8.4.3 Comitê .............................................................................................................................. 91 
8.4.4 NR 32 ............................................................................................................................... 91 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 93 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 INTRODUÇÃO À HIGIENE OCUPACIONAL 
1.1 Histórico da Higiene Ocupacional 
 Os acidentes e doenças ocupacionais são problemas que têm acompanhado o 
desenvolvimento das atividades do homem através dos tempos. O homem primitivo 
teve sua integridade física ameaçada e sua capacidade produtiva diminuída pelos 
acidentes próprios da caça, da pesca e da guerra, atividades que eram as mais 
importantes da sua época. 
 Mais tarde, o caçador que habitava as cavernas, transformou-se em artesão e 
passou a trabalhar em minas e com os metais, gerando as primeiras doenças do 
trabalho, provocadas pelos próprios materiais utilizados na sua atividade laboral. 
 As primeiras referências escritas, relacionadas com estes problemas, encontram-
se num papiro Egípcio, que data de 2360 a.C., o chamado Papiro Seller II, e que dizem: 
 “Eu jamais vi ferreiros em embaixadas e fundidores em missões. O que eu vejo 
sempre é o operário em seu trabalho; ele se consome nas goelas de seus fornos. O 
pedreiro exposto a todos os ventos, enquanto a doença à espreita, constrói sem 
agasalho, seus dois braços se gastam no trabalho; seus alimentos vivem misturados 
com os detritos, ele se come a si mesmo, porque só tem como pão os seus dedos. O 
barbeiro cansa os seus braços para encher o ventre. O tecelão vive encolhido, joelho 
ao estômago, ele não respira. As lavadeiras sobre as bordas do rio são vizinhas do 
crocodilo. O tintureiro fede a morrinha do peixe; seus olhos são abatidos de fadiga, 
suas mãos não param e suas vestes vivem em desalinho”. 
 Na mitologia grega e romana, Hygieia era uma das filhas do Deus da Medicina, 
Asclepius. Ela era a deusa da saúde, da limpeza e do saneamento, e teve um papel 
importante na cultura de seu pai. Enquanto ele estava diretamente associado com a 
cura, ela estava associada com a prevenção de doenças e com a continuidade do bem-
estar. Por este motivo, seu nome deu origem a palavra “Higiene”. 
 Em 460 a.C., Hipócrates, considerado o pai da medicina, também fala dos 
acidentes e doenças do trabalho. 
 Quatro séculos mais tarde, Plínio (23-79 d.C.), após visitar alguns locais de 
trabalho, principalmente galerias de minas, descreve impressionado o aspecto dos 
trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrioe às poeiras. Menciona então a 
 
 
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iniciativa dos escravos em utilizarem à frente do rosto, à guisa de máscaras, panos ou 
membranas (de bexiga de carneiro) para atenuar a inalação de poeiras. 
 Em 1556, um ano após a sua morte, Georg Bauer, mais conhecido pelo seu nome 
latino de Georgius Agricola, publica em latim seu livro De Re Metallica. Após estudar 
diversos aspectos relacionados à extração de metais argentíferos e auríferos e à sua 
fundição, dedica o último capítulo aos acidentes do trabalho e às doenças mais comuns 
entre os mineiros. Agrícola dá destaque especial à chamada “asma dos mineiros”, 
provocada por poeiras que descreveu como “corrosivas”. A descrição dos sintomas e a 
evolução da doença fazem lembrar a silicose. Segundo as observações de Agrícola, em 
algumas regiões extrativas, as mulheres chegavam a casar sete vezes, roubadas que 
eram de seus maridos, pela morte prematura encontrada na ocupação que exerciam. 
Onze anos mais tarde, surge a publicação de Paracelso (Aureolus Theophrastus 
Bombastus von Hohenheim): “Dos Ofícios e das Doenças da Montanha”. Seu autor 
nasceu e viveu durante muitos anos em um centro mineiro da Boêmia, e são 
numerosas as suas observações relacionando métodos de trabalho ou substâncias 
manuseadas com doenças, sendo de destacar-se, por exemplo, que, em relação à 
intoxicação pelo mercúrio, os principais sintomas dessa doença profissional 
encontram-se ali assinalados, bem como da silicose. 
 Em 1700, era publicada em Módena, na Itália, a primeira edição do livro De 
Morbis Artificum Diatriba, escrito pelo médico Bernadino Ramazzini (1633 - 1714). 
Nesta obra fundamental que lhe valeu o epíteto de “Pai da Medicina do Trabalho”, 
Ramazzini descreve com rara sensibilidade e grande erudição literária, doenças que 
ocorrem em trabalhadores de mais de cinquenta ocupações. Às perguntas 
Hipócraticas, fundamentais na anamnese, propõe Ramazzini que se acrescente mais 
uma: QUAL É A SUA OCUPAÇÃO? 
A partir do séc. XVIII, profundas alterações tecnológicas são iniciadas pela 
humanidade, e sua importância é de tal magnitude que foi chamada de Revolução 
Industrial. São inventados a máquina a vapor (James Watts - 1781) e o regulador 
automático de velocidade (1785), inventos estes que deram ao homem a independência 
das fontes localizadas de energia (rios) e o uso de uma nova forma controlável (de 
energia), de baixo custo e abundante. 
A organização das primeiras indústrias foi uma tragédia para as classes 
trabalhadoras, dadas as condições sub-humanas nas quais desenvolviam-se as 
 
 
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atividades fabris. Os acidentes do trabalho e as doenças provocadas pelas substâncias 
e ambientes do trabalho geravam grande número de doentes e mutilados. 
As primitivas máquinas de fiação e tecelagem necessitavam de força motriz para 
acioná-las, e esta foi encontrada na energia hidráulica; daí o nome de “mill”, pelo qual, 
até hoje, são conhecidas as fiações nos países de língua inglesa. A descoberta da 
máquina a vapor, porém, veio permitir a instalação de fábricas em quaisquer lugares 
e, muito naturalmente, as grandes cidades, onde era abundante a mão de obra. Assim, 
galpões, estábulos, velhos armazéns eram rapidamente transformados em "fábricas", 
colocando-se, no seu interior, o maior número possível de máquinas de fiação e 
tecelagem. 
Como mulheres e crianças podiam cuidar das máquinas e receber menos que os 
homens, deram-lhes trabalho, enquanto o homem ficava em casa, frequentemente sem 
poder trabalhar. A princípio, os donos de fábricas compravam o trabalho das crianças 
pobres, nos orfanatos; mais tarde, como os salários do pai operário e da mãe operária 
não eram suficientes para manter a família, também as crianças que tinham casa 
foram obrigadas a trabalhar nas fábricas e minas. Intermediários inescrupulosos 
percorriam as grandes cidades inglesas, arrebanhando crianças, que lhes eram 
vendidas por pais miseráveis, e revendidas a £ 5 (Libras Esterlinas) por cabeça, aos 
empregadores que, ansiosos por obter um suprimento inesgotável de mão-de-obra 
barata, se comprometiam a aceitar uma criança débil mental para cada 12 crianças 
sadias. 
A improvisação das fábricas e a mão-de-obra constituída principalmente por 
crianças e mulheres resultaram em problemas ocupacionais extremamente sérios. Os 
acidentes do trabalho eram numerosos, provocados por máquinas sem qualquer 
proteção, movidas por correias expostas, e as mortes, principalmente de crianças, 
eram muito frequentes. Inexistindo limites de horas de trabalho, homens, mulheres e 
crianças iniciavam suas atividades pela madrugada, abandonando-as somente ao cair 
da noite; em muitos casos continuava mesmo durante a noite, em fábricas parcamente 
iluminadas por bicos de gás. As atividades profissionais eram executadas em 
ambientes fechados, onde a ventilação era precaríssima. Não é, pois, de estranhar-se 
que doenças de toda a ordem disseminassem entre os trabalhadores, especialmente 
entre as crianças (principalmente as infectocontagiosas, como o tifo europeu, que era 
chamado de “febre das fábricas”, cuja disseminação era facilitada pelas más condições 
 
 
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do ambiente de trabalho e pela grande concentração e promiscuidade dos 
trabalhadores). 
Tal dramática situação dos trabalhadores não poderia deixar indiferente a 
opinião pública, e por essa razão criou-se, no parlamento britânico, sob direção de sir 
Robert Peel, uma comissão de inquérito que, após longa e tenaz luta, conseguiu que 
em 1802 fosse aprovada a primeira lei de proteção aos trabalhadores: a “Lei de Saúde 
e Moral dos Aprendizes”, que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia, 
proibia o trabalho noturno, obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas 
duas vezes por ano, e tornava obrigatória a ventilação destas. 
 Em 1830, quando as condições de trabalho das crianças ainda se 
mostravam péssimas, a despeito dos diversos documentos legais, o proprietário de 
uma fábrica inglesa, que se sentia perturbado diante das péssimas condições de 
trabalho dos seus pequenos trabalhadores, procurou Robert Baker, famoso médico 
inglês, pedindo-lhe conselhos sobre a melhor forma de proteger a saúde dos mesmos. 
Baker dedicava parte do seu tempo a visitar fábricas e tomar conhecimento das 
relações entre trabalho e doença, o que levou o governo britânico, quatro anos mais 
tarde, a nomeá-lo Inspetor Médico de Fábricas. Assim, diante do pedido do empregador 
inglês, aconselhou-o a contratar um médico da localidade em que funcionava a fábrica 
de modo a visitar diariamente o local de trabalho e estudar a sua possível influência 
sobre a saúde dos pequenos operários, que deveriam ser afastados de suas atividades 
profissionais tão logo fosse notado que estas estivessem prejudicando a sua saúde. 
Surgia, assim, o primeiro serviço médico industrial em todo o mundo. 
Em 1831, uma comissão parlamentar de inquérito, sob a chefia de Michael 
Saddler, elaborou um cuidadoso relatório, que concluía da seguinte maneira: “Diante 
desta Comissão desfilou longa procissão de trabalhadores – homens e mulheres, 
meninos e meninas. Abobalhados, doentes, deformados, degradados na sua qualidade 
humana, cada um deles era clara evidência de uma vida arruinada, um quadro vivo 
da crueldade do homem para com o homem, uma impiedosa condenação daqueles 
legisladores que, quando em suas mãos detinham poder imenso, abandonaram os 
fracos à capacidadedos fortes”. O impacto deste relatório sobre a opinião pública foi 
tremendo, e assim, em 1833, foi baixado o Factory Act, que deve ser considerada como 
a primeira legislação realmente eficiente no campo da proteção ao trabalhador. 
Aplicava-se a todas as empresas têxteis onde se usasse força hidráulica ou a vapor; 
 
 
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proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos e restringia as horas de trabalho 
destes, a 12 por dia e 69 por semana; as fábricas precisavam ter escolas, que deviam 
ser frequentadas por todos os trabalhadores menores de 13 anos; a idade mínima para 
o trabalho era de 9 anos, e um médico devia atestar que o desenvolvimento físico da 
criança correspondesse à sua idade cronológica. 
O divisor de águas para higiene e a medicina industrial veio com o Factory Act britânico 
de 1901, que iniciou a regulamentação das ocupações perigosas. 
 As regulamentações criaram ímpeto para a investigação dos riscos dos locais de 
trabalho e fiscalização de medidas de controle. 
 Tem sido sugerido, também, que a higiene industrial não emergiu como um 
campo individualizado de atuação até que as avaliações quantitativas do ambiente 
tornaram-se disponíveis. 
Nos Estados Unidos destaca-se em 1910 a Dra. Alice Hamilton, como pioneira no 
campo da doença ocupacional, campo que era totalmente inexplorado até então. O seu 
trabalho individual, que compreendia não só o reconhecimento da doença, mas a 
avaliação e o controle dos agentes causadores, deveria ser considerada como o início 
da prática da higiene industrial nos EUA. 
Deve ser observado que muitos dos praticantes iniciais de higiene industrial 
eram médicos, que não estavam interessados apenas na diagnose e tratamento da 
doença, mas também no controle dos riscos, para prevenir casos futuros. Esses 
médicos trabalhavam com engenheiros e outros cientistas interessados em saúde 
pública e riscos ambientais. Dessa forma, iniciaram um processo incubado desde 
Hipócrates, visando deliberadamente modificar os ambientes de trabalho com o 
objetivo de prevenir doenças ocupacionais. 
Em 1919 foi criada a OIT, como parte do Tratado de Versalhes. Tendo objetivo 
de promover justiça social. Em 1925, elabora sua primeira lista constando apenas 3 
doenças: saturnismo (chumbo), hidragismo (mercúrio) e carbúnculo (antraz). Sendo 
que em 1934, essa lista foi ampliada para 10 doenças profissionais e em 1964 para 
29. 
Nos últimos 20 anos a OIT – Organização Internacional do Trabalho – tem 
formulado várias convenções de segurança e saúde ocupacional. O Brasil é signatário 
de várias delas. Desde a criação da União Europeia, várias diretivas prevencionistas 
 
 
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para os ambientes de trabalho, baseadas em critérios modernos de caracterização de 
riscos. 
1.2 Histórico da Higiene Ocupacional no Brasil 
Embora em menores proporções, não seria despropósito afirmar que o período 
vivido pelo Brasil, basicamente Rio de Janeiro e São Paulo, de 1880 a 1920, guarda 
grande similitude com o período da “Revolução Industrial” da Inglaterra de cem anos 
antes. Nos seus aspectos positivos, mas também na repetição dos problemas 
desencadeados pela industrialização. 
Mas algumas marcos podemos destacar da história da Higiene Ocupacional no 
Brasil: 
 Sec. XX - Oswaldo Cruz – Doenças infecciosas relacionadas ao trabalho 
(construção de ferrovias e portos) 
 1919 - 1ª lei de proteção ao trabalhador (o trabalhador acidentado não 
precisava obter qualquer prova de culpa do patrão para ter direito a 
indenização) 
 1930 - Início do desenvolvimento do processo industrial brasileiro. Criação 
do Ministério do Trabalho e da jornada de trabalho. 
 1943 - CLT (Decreto Lei 5452 de 01/05/1943) 
 1960 – 70 - Campeão Mundial de Acidentes de Trabalho 
 De 1970 - Evolução da Saúde Ocupacional para a Saúde dos 
Trabalhadores 
 1965 - Oficialmente anunciada a criação da Fundação Centro Nacional de 
Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO), no Brasil 
 1974 – Vinculação da FUNDACENTRO ao Ministério do Trabalho e 
Emprego (MTE) 
 1978 – regulamentação da Lei 6514 – 1978 Portaria 3214 (NRs) 
 1994 – Evolução das ações de gerenciamento da Segurança e Saúde 
Ocupacional no Brasil, através da Portaria nº 25, de 29/12/94, que 
institui o PPRA (Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais) 
 Os primeiros passos do prevencionismo brasileiro tiveram origens reais nos 
primeiros anos da década de 1930, depois da criação do ministério do trabalho. Desta 
década datam as primeiras tentativas para despertar os responsáveis pelo 
 
 
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desenvolvimento industrial do Brasil, autoridades, empresários e trabalhadores, para 
a prevenção dos acidentes e doenças do trabalho. 
 O país contava desde 1919 com uma lei de acidentes do trabalho, a qual foi 
reformulada em 1934, mas apesar da reformulação, ambas leis foram deficientes no 
aspecto prevencionista, preocupando-se de preferência com a compensação ao 
acidentado, ou seja, atuava uma vez que o acidente acontecia. 
 
 No Governo Getúlio Vargas foi implantada a CLT – Consolidação das Leis do 
Trabalho – em 1943, com um capítulo (V) para a segurança e higiene do trabalho. Foi 
também prevista a eliminação da insalubridade através de medidas de controle e por 
consequência o não pagamento dos respectivos adicionais. 
 Neste mesmo ano, o Governo resolveu estender às outras classes operárias as 
medidas de proteção ao trabalho. Nesse ano, o ministro do trabalho, Sr. Marcondes 
Filho, lançou as bases da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho, 
que até hoje vem se desenvolvendo. 
 
O fim dos anos 60 e início da década de 70 foram marcados por grande 
crescimento industrial e econômico. Falava-se no “milagre brasileiro”, e as taxas de 
crescimento eram de até 10% ao ano. Isto, naturalmente, quer dizer também que não 
havia formação profissional que suprisse adequadamente trabalhadores devidamente 
treinados, não só para as tarefas requeridas, mas também para a prevenção. Somando 
isso a um crescimento relativamente desordenado das empresas, o resultado só 
poderia ser um: muitos acidentes. E o Brasil recebeu o título de Campeão de acidente 
no trabalho. A evolução dos índices oficiais pode ser observada a seguir: 
 
 
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Observação: considerando-se apenas os números oficiais do INSS que engloba apenas trabalhadores com carteira profissional 
assinada. 
Tabela 1: Índice de acidentes do trabalho 
Fonte: Anuário do INSS 
 
 
Em 1972, quase 1/5 da força de trabalho formal (inscrita na previdência) havia 
se acidentado e isso foi a pior marca na história acidentária do Brasil. Considerando-
se ainda: 
 A grande quantidade de trabalho informal; 
 Que o índice é médio, ou seja, para as atividades de alto risco as cifras seriam 
ainda mais altas; 
 E a eventual subnotificação de acidentes. 
 Tratava-se não apenas de um grande holocausto de vítimas fatais, mutilados e 
alijados da sociedade produtiva, mas também uma sangria imensa do PIB, pelas horas 
não produtivas, perdas econômicas e recursos de previdência desviados 
necessariamente para fazer frente a indenizaçõese pensões. Um grande drama 
humano, mas também uma perda de riqueza do país, que poderia estar sendo dirigida 
a outras prioridades. 
 
 A criação veio decretada, a partir da Portaria 3237, de 1972, dentro do que se 
chamou de PNVT – Plano Nacional de Valorização do Trabalhador. 
Tal era a urgência, que as profissões foram criadas no âmbito do Ministério do 
Trabalho, que outorgava a profissão, o que perdurou até os anos 80, quando passaram 
para a esfera do Ministério da Educação. O então “Supervisor de Segurança”, nos 
primeiros tempos, poderia formar-se apenas com o ginásio, atualmente conhecido 
como ensino fundamental, sendo exigido posteriormente o 2° grau (atualmente ensino 
médio). 
 Em 1978 ocorre a regulamentação da Lei 6514, que cria as Normas 
Regulamentadoras – NRs. E em 1994, acontece a evolução das ações de gerenciamento 
da Segurança e Saúde Ocupacional no Brasil, através da Portaria nº 25, de 29/12/94, 
que institui o PPRA (Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais). 
Vale salientar que já na CLT de 1943 aparecia a denominação “segurança e 
higiene do trabalho”. Na Constituição Brasileira de 1988 a higiene do trabalho ou 
ocupacional é um direito dos trabalhadores, conforme o artigo 7°. Na revisão do 
 
 
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Capítulo V da CLT, em 1977, criou-se o binômio Segurança e Medicina do Trabalho, 
desprezando a importância da disciplina que estuda os riscos ambientais. 
 
1.3 Siglas da Higiene Ocupacional 
Junto com o desenvolvimento progressivo da Higiene Ocupacional e sua 
legislação foram aparecendo diversas entidades, algumas de origem privada e outras 
de caráter oficial, tendo por objetivo o ensino, divulgação e pesquisas no âmbito da 
segurança, higiene e medicina do trabalho. 
 ACGIH – fundada em 1938, com 76 higienistas de 24 estados. Em 1996 
possuía 5400 membros. 
 A AIHA foi formada em 1939. Havia 160 membros em 1940, e mais de 
13.000 em 1996. Possui 93 seções locais nos EUA e em 3 outros países. A 
revista (AIHA Journal) apareceu em 1946. 
 OMS – Organização Mundial da Saúde 
 OMS/OIT – Recomendação 97 sobre a “Proteção da Saúde dos 
Trabalhadores” 
 NIOSH – Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional dos EUA 
 NHO – Norma de Higiene Ocupacional 
 OSHA - Occupational Safety and Health Administration 
 ABHO – Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais. Fundada em 
23 de agosto de 1994, congrega os higienistas ocupacionais no país e é a 
única organização brasileira dessa categoria profissional reconhecida pela 
IOHA. 
1.4 Definição de Higiene Ocupacional 
 Vimos o histórico dos acidentes e doenças, sua percepção e prevenção através 
dos tempos; vimos também um histórico específico da higiene ocupacional. Está na 
hora de conhecermos seu conceito, conforme Portaria SSST n.º 25, de 29 de dezembro 
de 1994 NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS: 
É a ciência e arte dedicada à antecipação, reconhecimento, 
avaliação e controle dos fatores ou estresses ambientais que possam 
causar doenças, alterações de saúde ou desconforto significativo a 
 
 
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trabalhadores no ambiente de trabalho, enquanto considera os possíveis 
impactos sobre o meio ambiente em geral. 
Outra definição de Higiene Ocupacional é a ciência que preserva a saúde dos 
trabalhadores e promove a saúde financeira da empresa, com a redução de custos relacionados 
a insalubridade e passivos trabalhistas. (Collaziol, 2012) 
Através da implantação de boas práticas de higiene ocupacional, com ANTECIPAÇÃO, 
RECONHECIMENTO, AVALIAÇÃO E CONTROLE (ARAC) de riscos químicos, físicos e 
biológicos presentes nos locais de trabalho, que afetam e podem causar severos danos à saúde 
e bem-estar dos trabalhadores, das comunidades circunvizinhas e meio ambiente (Collaziol, 
2012). 
 
 
 
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2 ETAPAS E RAMOS DA HIGIENE OCUPACIONAL 
2.1 Etapas da Higiene Ocupacional 
As Etapas da Higiene ocupacional são formadas pelo ARAC, ou seja, ANTECIPAÇÃO, 
RECONHECIMENTO, AVALIAÇÃO E CONTROLE. Que formam as boas práticas em relação aos 
riscos químicos, físicos e biológicos presentes nos locais de trabalho. Vamos entender cada 
uma delas: 
2.1.1 Antecipar é 
Essa etapa se refere a adiantar-se aos riscos, seja numa linha de produção já 
existente ou num projeto de nova instalação. Por isso precisamos: 
 Trabalhar com equipes de projeto, modificações ou ampliações (ou 
pelo menos analisando em momentos adequados o resultado desse 
trabalho), visando a detecção precoce de fatores de risco ligados a agentes 
ambientais, adotando opções de projeto que favoreçam a sua eliminação 
ou controle; 
 Estabelecer uma "polícia de fronteira" na empresa, rastreando e 
analisando todo novo produto químico a ser utilizado (isso inclui as 
amostras de vendedores); 
 Ditar normativas preventivas para evitar exposições inadvertidas a 
agentes ambientais causadas pela má seleção de produtos, materiais e 
equipamentos, para compradores, projetistas e contratadores de serviços. 
Por exemplo, um dispositivo para espantar roedores de galerias de cabos 
elétricos parece ótimo, mas é necessário saber que é um emissor de 
ultrassom. 
2.1.2 Reconhecer é 
Conhecer de novo! Isso significa que se deve ter conhecimento prévio dos agentes 
do ambiente de trabalho, ou seja, saber reconhecer os riscos presentes nos processos, 
materiais, operações associadas, manutenção, subprodutos, rejeitos, produto final e 
insumos: 
Também, deverá estudar o processo, atividades e operações associadas e 
processos auxiliares, não apenas com os dados existentes na empresa (e inquirindo os 
técnicos, projetistas, operadores...), mas também conhecendo a literatura ocupacional 
 
 
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específica a respeito deles, pois mesmo os técnicos dos processos podem desconhecer 
os riscos ambientais que os mesmos produzem. Podem omitir, frequentemente, 
detalhes que não julgam importantes para o higienista, justamente ligados a um risco. 
O solícito técnico da máquina empacotadora de leite longa vida pode lhe dar uma 
explicação precisa e detalhada do seu funcionamento, omitindo que a caixinha é selada 
por radiofrequência; 
Além de transitar e observar incessantemente pelo local de trabalho (não se faz 
higiene sem ir a campo), observando o que lhe é mostrado e o que não é. Andar "atrás" 
das coisas, em subsolos, casas de máquinas, porões de serviço pode ser bastante 
instrutivo e revelador de riscos ambientais (cuidado com os riscos de acidentes nesses 
locais). 
Buscando realizar essa etapa precisamos atentar alguns procedimentos utilizar 
e seguir: 
1. Conhecimento da Produção 
 Tecnologia de produção: 
• Processos usados 
• Fluxogramas 
• Parâmetros (pressão, temperatura, etc.) 
• Sistemas manuais ou automáticos 
 Layout das instalações industriais: 
• Dimensões dos locais de trabalho 
• Áreas sob influência potencial dos contaminantes 
 Inventário das matérias primas 
2. Conhecimento do Processo 
 Organização do processo de produção (fluxos): 
• Características (contínuo ou descontínuo) 
• Tipos de equipamentos (fechado, aberto, ou periodicamente aberto) 
 Fontes potenciais de contaminantes: - Circunstâncias que podem originar 
vazamento de contaminantes 
• Possibilidades de se criarem condições perigosas 
• Disposição de máquinas 
3.Conhecimento das Condições Climáticas 
 Direção e intensidade das correntes de ar 
 
 
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 Temperatura 
 Umidade 
 Pressão atmosférica 
4. Conhecimento das Propriedades Físico-Químicas dos Produtos Envolvidos 
 Pressão de vapor 
 Densidade 
 Reatividade 
5. Conhecimento da Toxicologia dos Produtos em Uso 
 Vias de penetração no organismo 
 Meia-vida biológica 
 Limites de exposição Reconhecimento 
6. Estabilidade das matérias-primas, produtos intermediários, finais e auxiliares 
7. Conhecimento das Atividades do Trabalhador 
 Tipo de exposição (contínua, intermitente ou esporádica) - Exigências físicas 
do trabalho realizado 
 Tipo de jornada (turno, ciclo de trabalho) - Número de trabalhadores em 
relação às máquinas - Número de trabalhadores por operação 
8. Conhecimento dos Programas de Manutenção 
 Preventiva - Corretiva (procedimentos adotados) 
9. Conhecer a Natureza e Resultados de Avaliações Existentes 
 Avaliação ambiental 
 Avaliação biológica 
 Avaliação clínica 
10. Conhecer as Proteções Adotadas 
 Coletivas (aplicadas na fonte ou na propagação do agente) - Individuais (uso 
de EPIs) 
 Procedimentos (métodos de trabalho para minimizar exposições) 
11. Conhecer a Empresa do Ponto de Vista de suas Ações 
 CIPA 
 SESMT 
 Ações Fiscais 
 Ações Judiciais 
12. Utilização de Índices Sensoriais 
 
 
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 Índices olfativos 
 Índices auditivos - Índices visuais 
 
2.1.3 Avaliar é 
Emitir um juízo de tolerabilidade sobre uma exposição a um agente 
ambiental. 
Em forma simples, avaliar é poder emitir um juízo de tolerabilidade sobre 
uma exposição a um agente ambiental. Atualmente, a avaliação está inserida dentro 
de um processo que se convenciona chamar de Estratégia de Amostragem, o que é, 
evidentemente, muito mais que avaliar no sentido instrumental. 
O juízo de tolerabilidade é dado pela comparação da informação de exposição 
ambiental (que pode ter vários graus de confiabilidade) com um critério adequado. 
O critério é genericamente denominado de "limite de exposição ambiental", ou limite 
de exposição (Legalmente falando, "limite de tolerância". Este conceito será 
detalhado adiante). 
A avaliação deverá determinar a intensidade dos agentes físicos e 
concentração dos agentes químicos o dimensionamento da exposição dos 
trabalhadores. A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessário 
para comprovar o controle da exposição ou existência dos riscos identificados na 
etapa de reconhecimento. 
A avaliação deverá considerar as seguintes atividades: 
 Definir e planejar a estratégia dos riscos, baseando-se nos dados e 
informações coletadas na etapa de reconhecimento; 
 Quantificar a concentração ou intensidade através de equipamentos e 
instrumentos compatíveis aos riscos e utilizando de técnicas de 
avaliação dos agentes; 
 Verificar se os valores encontrados estão em conformidade com os 
limites de tolerância e tempo de exposição dos trabalhadores; 
 Verificar se as medidas de controle implantadas são suficientes. 
Os tipos de Amostragem são: 
 Amostra única de período completo: 
• Tomada sobre toda a base de tempo do limite 
• Segunda forma mais indicada, se existir metodologia para isso 
 
 
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 Amostras consecutivas de período completo: 
• Várias amostras que abrangem a base de tempo do limite 
• Melhor forma de estimativa, com maior benefício estatístico 
• Maiores custos 
 Amostras consecutivas de período parcial: 
• Para uma base de limite de 8 horas, devem cobrir de 4 a 8 horas 
• São consecutivas no sentido em que são superpostas, porém não são, 
necessariamente, adjacentes 
• Terceira melhor forma 
• Dificuldade de como lidar com o período não amostrado 
• Para uma boa representatividade, deve-se tomar 70% a 80% da base 
de tempo do limite 
 Amostras pontuais de curta duração (GRAB SAMPLES): 
• Podem tomar até alguns segundos, se obtidas de 
• Instrumentos de leitura direta 
• Opção menos apropriada 
• Produz limites de confiança muito amplos 
• A duração da amostragem pontual não interfere na precisão da 
estimativa, porém deve permitir coletar amostra suficiente para o 
método analítico 
2.1.4 Controlar é 
 Adotar medidas de engenharia sobre as fontes e trajetória do agente, atuando 
sobre os equipamentos e realizando ações específicas de controle, como projetos 
de ventilação industrial; 
 Intervir sobre operações, reorientando-as para procedimentos que possam 
eliminar ou reduzir a exposição; 
 Definir ações de controle no indivíduo, o que inclui, é claro, mas não está 
limitado a proteção individual; 
 As medidas de controle podem estar relacionadas ao ambiente de trabalho ou ao 
trabalhador. A hierarquia dos controles deve ser: 
 Controle na fonte do risco – melhor forma de controle. Deve ser a primeira 
opção, envolve substituição de materiais e/ou produtos, manutenção, 
substituição ou modificação de processos e/ou equipamentos. 
 
 
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 Controle na trajetória do risco (entre a fonte e o receptor) – quando não for 
possível o controle na fonte, podemos utilizar barreiras na transmissão do 
agente, tais como: barreiras isolantes, refletoras, sistemas de exaustão, etc. 
 Controle no receptor (trabalhador) – as medidas de controle no trabalhador 
só devem ser implantadas quando as medidas de controle na fonte e na 
trajetória forem inviáveis, ou em situações emergenciais. Como exemplo, 
podemos citar: educação, treinamento, equipamentos de proteção individual, 
higiene, limitação da exposição, rodízio de tarefas, etc. 
Serão dados mais à frente os elementos gerais de ações de controle em higiene 
ocupacional. Em cada matéria, serão dadas ações específicas de controles. 
2.2 Ramos da Higiene Ocupacional 
Os ramos da Higiene Ocupacional são: 
 Higiene Teórica 
 Higiene Analítica 
 Higiene Operativa 
 Higiene de Campo e Prática 
2.2.1 Higiene Teórica 
Estuda a relação dose-resposta, isto é, a relação contaminante x tempo de exposição, e 
estabelece valores de referência, ou seja, limites de tolerância para os quais a maioria das 
pessoas expostas não sofre qualquer tipo de alteração funciona. 
2.2.2 Higiene Analítica 
Realiza a identificação qualitativa e quantitativa dos contaminantes presentes no 
ambiente. A avaliação dos contaminantes químicos consiste na determinação quantitativa 
através de métodos padronizados. Os métodos analíticos devem permitir obter resultados que 
expressem efetivamente as condições avaliadas, representando, o mais fielmente possível, a 
exposição do trabalhador. 
Exemplos de Higiene Analítica Metodologia para Mediação de Ruído: para as dosimetrias 
de ruído os valores são apresentados diretamente no aparelho, que são comparados com o 
Limite de Tolerância apresentado na NR-15, Anexo I. 
Metodologia para Mediação de Químicos: para os agentes químicos, os coletores são 
encaminhados para um laboratório que quantifica as amostras coletadas de acordo com a 
metodologia específica para cada agente coletado (NIOSH). 
 
 
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2.2.3 Higiene Operativa 
Realiza os estudos para a minimização,neutralização ou eliminação dos riscos 
ambientais presentes no ambiente de trabalho. Propõe correções a serem adotadas, de modo 
a conseguir condições ambientais que permaneçam dentro dos limites de tolerância 
estabelecidos pelos órgãos reguladores. São vários os critérios que podem ser adotados para 
alcançar esse objetivo, tais como: 
 Substituição de substâncias ou processos perigosos 
 Diminuição do tempo de exposição e captação local de contaminantes 
 Definição de uso de EPC ou EPI. 
 Exames médicos periódicos e outros 
 
2.2.4 Higiene de Campo/Prática 
Esta é a fase onde se obtém, no local de trabalho, os dados para estudos dos problemas 
dentro do ambiente de trabalho, e faz a distribuição nos diferentes ramos da higiene 
ocupacional. Verifica as situações in loco, buscando: 
 Reconhecer os contaminantes, 
 Medir tempo de exposição, 
 Amostras dos contaminantes 
 Limites de tolerância 
Com isso esse ramo da Higiene obtém resultados para emitir, posteriormente, 
conclusões e recomendações, com vista a solucionar o problema em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
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3 RISCOS OCUPACIONAIS 
3.1 Riscos Ocupacionais 
Os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos, de acordo com a 
Portaria nº 3.214, do Ministério do Trabalho do Brasil, de 1978. Esta portaria contém uma 
série de normas regulamentadoras que consolidam a legislação trabalhista, relativas à 
segurança e medicina do trabalho. 
Os riscos são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os 
trabalhadores, sendo divididos em: 
 Riscos Físicos: 
 Riscos Químicos 
 Riscos Biológicos 
 Riscos de Ergonômicos 
 Riscos de Acidentes 
3.1.1 Riscos físicos 
Consideram-se agentes de risco físico os agentes que se apresentam nas seguintes 
formas de energia: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, 
vibração, etc. 
3.1.2 Riscos químicos 
Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que 
possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, 
fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de 
exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. 
3.1.3 Riscos biológicos 
Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitas, 
entre outros. 
3.1.4 Riscos de acidentes 
Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar sua 
integridade, e seu bem-estar físico e psíquico. São exemplos de risco de acidente: as máquinas 
e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, 
armazenamento inadequado, etc. 
 
 
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3.1.5 Riscos ergonômicos 
Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, 
causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o 
levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura 
inadequada de trabalho, etc. 
3.2 Consequências dos Riscos Ambientais 
3.2.1 Riscos físicos 
 RUÍDOS 
As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem 
atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazos provocar sérios prejuízos à 
saúde. Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual, as 
alterações danosas poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente. Quanto maior o 
nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional. 
O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando: 
 fadiga nervosa; 
 alterações mentais: perda de memória, irritabilidade, dificuldade em 
coordenar ideias; 
 hipertensão; 
 modificação do ritmo cardíaco; 
 modificação do calibre dos vasos sanguíneos; 
 modificação do ritmo respiratório; 
 perturbações gastrointestinais; 
 diminuição da visão noturna; 
 dificuldade na percepção de cores. 
Além destas consequências, o ruído atinge também o aparelho auditivo causando a 
perda temporária ou definitiva da audição. 
 VIBRAÇÃO 
Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações, as 
quais podem ser nocivas ao trabalhador. 
Vibração é o movimento de um ponto oscilando em torno de um ponto de referência. A 
amplitude do movimento é indicada em milímetros ou polegadas. O número de vezes que ocorre 
o movimento completo em determinado tempo é chamado de frequência em geral indicada em 
Hertz (Hz. As vibrações mecânicas podem ser medidas em aceleração (unidade SI: metros por 
segundo ao quadrado), velocidade (unidade SI: metros por segundo) ou deslocamento (unidade 
SI: metros). 
 
 
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A Vibração em excesso, irá ocasionar no organismo: cansaço, irritação, dores nos 
membros, dores na coluna, doença do movimento, artrite, problemas digestivos, lesões ósseas, 
lesões dos tecidos moles. 
 RADIAÇÃO IONIZANTE 
Alguns acidentes ocorreram ao redor do mundo com fontes radioativas que foram parar 
em depósitos de sucatas. Os casos mais graves envolvendo mortes ocorrem sempre com fontes 
que emitem radiação gama de alta energia e com atividade alta, geralmente de Cobalto-60 ou 
Césio-137, utilizadas em equipamentos para radioterapia em pacientes com câncer. Nos 
últimos 25 anos, ocorreram 23 mortes de pessoas relacionadas ao trabalho com sucatas 
metálicas ao redor do mundo. O maior acidente radioativo aconteceu em Goiânia em setembro 
de 1987. Caracterizam-se como efeitos da exposição à radiação ionizante: as alterações 
celulares, câncer, fadiga, problemas visuais, acidente do trabalho. 
 RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE 
As radiações não ionizantes, a luz ultravioleta, são aquelas menos energéticas. 
A luz ultravioleta compreende a porção do espectro que vai de 150 a 3900 A, porém o 
comprimento de onda que possui maior atividade bactericida está ao redor de 2650 A. 
A luz solar tem poder microbicida em algumas condições, pois a energia radiante da luz 
do sol é composta basicamente de luz ultravioleta e na superfície terrestre o comprimento de 
onda desta varia de 2870 a 3900 A, as de comprimento mais baixo são filtradas pela camada 
de ozônio, pelas nuvens e pela fumaça. 
A radiação não ionizante é absorvida por várias partes celulares, mais o maior dano 
ocorre nos ácidos nucléicos, que sofrem alteração de suas pirimidas. Formam-se dímeros de 
pirimida e se estes permanecem (não ocorre reativação) a réplica do DNA pode ser inibida ou 
podem ocorrer mutações. Além de ocasionar queimaduras, lesões nos olhos, na pele e em 
outros órgãos. 
 CALOR 
Temperatura e calor são dois conceitos bastante diferentes e que muitas pessoas 
acreditam se tratar da mesma coisa. No entanto, o entendimento desses dois conceitos se faz 
necessário para o estudo da termologia. Também chamada de termofísica, a termologia é um 
ramo da física que estuda as relações de troca de calor e manifestações de qualquer tipo de 
energia que é capaz de produzir aquecimento, resfriamento ou mudanças de estado físico dos 
corpos, quando esses ganham ou cedem calor. 
 Temperatura: É a grandeza física associada ao estado de movimento ou a 
agitação das partículas que compõem os corpos. No cotidiano é muito comum as 
http://www.brasilescola.com/fisica/temperatura-calor.htm
 
 
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pessoas medirem o grau de agitação dessas partículas através da sensação de 
quente ou frio que se sente ao tocar outro corpo. No entanto não podemos confiar 
na sensação térmica. Para isso existem os termômetros, que são graduados para 
medir a temperatura dos corpos. 
 Calor: É definido como sendo energia térmica em trânsito e que flui de um corpo 
para outro em razão da diferença de temperatura existente entre eles. 
Altas temperaturas podem provocar: 
 desidratação; 
 erupção da pele; 
 câimbras; 
 fadiga física; 
 distúrbios psiconeuróticos; 
 problemas cardiocirculatórios; 
 insolação. 
 
 FRIO 
O ser humano é um animal homeotérmico, ou seja, existe uma estreita faixa de 
temperaturas que fica ao redor dos 36,1ºC dentro da qual nosso corpo consegue funcionar 
adequadamente, regulando as funções de nossas células; fora desta faixa, problemas graves 
podem ocorrer e até mesmo ocasionar a morte. 
Para evitar que nossa temperatura corporal saia fora dessa estreita faixa, nosso 
organismo criou mecanismos de defesa. 
Cobertores não "esquentam" ninguém! Eles apenas aprisionam uma boa camada de ar 
ao nosso redor e, como o ar aprisionado é um bom isolante térmico, impede a perda de calor 
do corpo para o ambiente. 
Baixas temperaturas podem provocar: 
 feridas; 
 rachaduras e necrose na pele; 
 enregelamento: ficar congelado; 
 agravamento de doenças reumáticas; 
 predisposição para acidentes; 
 predisposição para doenças das vias respiratórias. 
 
 
 
 
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 UMIDADE 
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com 
umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, são situações 
insalubres e devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de verificações realizadas. 
Podendo ocasionar doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças da pele, doenças 
circulatórias. 
3.2.2 Riscos químicos 
 POEIRAS 
São partículas sólidas geradas mecanicamente por ruptura de partículas maiores. As 
poeiras são classificadas em: 
 Poeiras minerais. Ex: sílica, asbesto, carvão mineral. 
Consequências: silicose (quartzo), asbestose (amianto), pneumoconiose dos 
minérios de carvão (mineral). 
 Poeiras vegetais. Ex: algodão, bagaço de cana-de-açúcar. 
Consequências: bissinose (algodão), bagaçose (cana-de-açúcar) etc. 
 Poeiras alcalinas. Ex: calcário 
Consequências: doenças pulmonares obstrutivas crônicas, enfisema pulmonar. 
 
 FUMOS 
Partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos. Ex: fumos de óxido 
de zinco nas operações de soldagem com ferro. 
Consequências: doença pulmonar obstrutiva, febre de fumos metálicos, intoxicação 
específica de acordo com o metal. 
 NÉVOAS 
Partículas líquidas resultantes da condensação de vapores ou da dispersão mecânica 
de líquidos. Ex: névoa resultante do processo de pintura a revólver, monóxido de carbono 
liberado pelos escapamentos dos carros. 
 GASES 
Estado natural das substâncias nas condições usuais de temperatura e pressão. Ex: 
GLP, hidrogênio, ácido nítrico, butano, ozona, etc. 
 
 
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 VAPORES 
São dispersões de moléculas no ar que podem condensar-se para formar líquidos ou 
sólidos em condições normais de temperatura e pressão. Ex.: nafta, gasolina, naftalina, etc. 
As Névoas, gases e vapores podem ser classificados em: 
 Irritantes: irritação das vias aéreas superiores. 
Ex.: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, soda cáustica, cloro, etc. 
 Asfixiantes: dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e morte. 
Ex.: hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano, acetileno, dióxido de carbono, monóxido de 
carbono, etc. 
 Anestésicos: (a maioria solventes orgânicos). Ação depressiva sobre o sistema 
nervoso, danos aos diversos órgãos, ao sistema formador de sangue (benzeno), 
etc. 
 Ex.: butano, propano, aldeídos, cetonas, cloreto de carbono, tricloroetileno, benzeno, 
tolueno, álcoois, percloritileno, xileno, etc. 
3.2.3 Riscos biológicos 
Existem diferentes vias de penetração no organismo humano, com relação à ação dos 
riscos biológicos: 
 Cutânea. Ex.: a leptospirose é adquirida pelo contato com águas contaminadas 
pela urina do rato; 
 Digestiva. Ex.: ingestão de alimentos deteriorados; 
 Respiratória. Ex.: a pneumonia é transmitida pela aspiração de ar contaminado. 
Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microrganismos incluem-se: 
tuberculose, malária, febre amarela, etc. 
Para que essas doenças possam ser consideradas doenças profissionais é preciso que 
haja exposição do funcionário a estes microrganismos. 
São necessárias medidas preventivas para que as condições de higiene e segurança nos 
diversos setores de trabalho sejam adequadas. 
 
 
 
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3.3 Doenças Do Trabalho X Doenças Ocupacionais 
 Entende-se por doença do trabalho aquela adquirida ou desencadeada em função de 
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Doença 
profissional ou ocupacional é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho 
peculiar a determinado ramo de atividade, ambas deverão constar no Anexo II do Regulamento 
da Previdência Social – RPS (Decreto 3048/99). 
3.4 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres 
A NR 15 define Limite de Tolerância, também chamado de limite de exposição, como 
a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de 
exposição ao agente, que não causará danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida 
laboral. 
A NR 15 considerada atividades ou operações insalubres aquelas nas quais ocorre a 
exposição do trabalhador acima dos limites de tolerância quantitativos ou qualitativos, de 
acordo com a natureza dos agentes e os métodos e as técnicas de avaliações das condições de 
exposição disponíveis. Os pontos importantes da NR-15: 
 O exercício do trabalho em condições de insalubridade, assegura ao trabalhador 
a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região e de acordo 
com a classificação da insalubridade em grau: 
o Máximo (40%) 
o Médio (20%) 
o Mínimo (10%). 
 
 Tabela: Adaptação NR 15 – Anexos Atividades Insalubres 
 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego, Legislação de Segurança e Saúde no 
Trabalho. NR 15 - Atividades e Operações insalubres. 
 
 
 
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 A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento 
adicional respectivo. Isto pode ocorrer: 
a) com a adoção de medidas de ordem geral que conserve o ambiente de trabalho dentro 
dos limites de tolerância; 
b) com utilização de equipamentos de proteção individual. 
 
 Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do 
trabalhador, comprovada a insalubridade, por laudo técnico realizado por profissional 
devidamente habilitado, fixar o adicional devido aos empregados. 
 
 Apresenta-se a seguir um quadro demonstrativo dos possíveis percentuais de 
insalubridade para as atividades ou operações que exponham o trabalhador aos perigos 
e os correspondentes Anexos constantes da Norma Regulamentadora – NR 15. 
 
Fonte: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR15/NR-15.pdf. 
 A avaliação de uma atividade insalubre é feita de duas maneiras de acordo com a NR-
15 da Portaria 3.214/78do Ministério do Trabalho: 
 Análise Qualitativa 
 
 
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 Análise Quantitativa 
3.4.1 Análise Qualitativa 
O método de avaliação elaborado a partir da relação de atividades e operações 
envolvendo agentes considerados insalubres em decorrência de inspeção, realizada no local de 
trabalho. 
Como exemplo destacamos: área do lavador em postos de gasolina, trabalhos em 
hospitais, serviços de coleta de lixo, etc. Para se realizar uma análise qualitativa deverá ser 
considerado: 
 Número de Trabalhadores 
 Jornada de Trabalho 
 Horário de trabalho 
 Matéria Prima 
 Produtos Químicos utilizados no processo 
 Máquinas e Processos 
 Tipos de Energia 
 Controles Existentes 
 Presença de Poeiras, Fumos e seus pontos de origem 
 Uso de EPI por parte do trabalhador 
3.4.2 Análise Quantitativa 
A análise quantitativa tem o objetivo de determinar o nível exato da exposição a dado 
risco. É o tipo de análise que é feito com base em números, ou seja, nesse caso, estabelecemos 
a quantidade numérica com ajuda de um equipamento. 
A Higiene Ocupacional se apoia na análise quantitativa para atingir seus objetivos. 
Usando equipamentos específicos para determinar a exposição do trabalhador a determinado 
risco. 
Alguns equipamentos que auxiliam na medição na análise quantitativa são o 
decibelímetro, o dosímetro, a bomba gravimétrica, o termômetro de bulbo, o detector de gases, 
entre outros. 
Quando for realizada a análise quantitativa se faz necessário realizar o planejamento 
considerando os seguintes pontos: 
 O que amostrar 
 Onde amostrar. 
 
 
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 Como amostrar. 
 Quem amostrar. 
 Por quanto tempo. 
 Quantas amostras. 
 Em que período 
Utilizamos a análise quantitativa em diversos laudos e programas, podemos destacar: 
 PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
 PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde 
 PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho, na Indústria da 
Construção 
 PGR - Programa de Gerenciamento de Riscos 
 LTCAT - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho 
3.4.3 Outros Fatores Considerados na Higiene Ocupacional 
Outros fatores que devem ser levados em considerados numa avaliação são: 
 Limite de Tolerância 
 Nível de Ação 
 Valor Teto 
 Nexo Causal 
Limite de Tolerância 
Limite de Tolerância (LT) é definido como a concentração ou intensidade máxima ou 
mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos 
à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. 
No momento em que estudamos agentes físicos, químicos e biológicos, devemos sempre 
fazer uma comparação entre os limites nacionais e internacionais, pelo caráter prevencionista 
da profissão. 
A atualização anual dos limites de tolerância internacionais os transforma em referência 
necessária para os profissionais prevencionistas. 
Nível de Ação 
Valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a 
probabilidade de que as exposições ao ruído causem prejuízos à audição do trabalhador e 
evitar que o limite de exposição seja ultrapassado. 
 
 
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Geralmente o nível de ação é a metade do limite de tolerância. 
Valor Teto 
É o valor que não pode ser ultrapassado, em hipótese alguma, pois oferece risco 
iminente à saúde do trabalhador. Na estratégia para verificação de um “Limite Valor Teto” 
deverá ser considerado: 
 A amostragem não é aleatória, mas sim “tendenciosa”, buscando o momento mais 
crítico de exposição 
 Importante: experiência e conhecimento da situação de trabalho pelo higienista 
 Tempos de amostragem devem ser curtos, para incluir os picos de exposição e 
não “aplainar” o valor máximo 
 Podem ser tomadas várias amostras dentro de um máximo de 15 minutos, e pelo 
menos 3 amostras por turno 
 Estatisticamente, será usado o maior valor e não a média das determinações 
Nexo Causal 
Na execução de suas atividades os trabalhadores estão expostos a riscos e, dessa 
exposição, podem aparecer as doenças ocupacionais. O nexo causal é a comprovação da 
relação direta entre a doença e o exercício do trabalho. O aparecimento da doença ocupacional 
pode indicar uma deficiência na eficácia de uma medida de proteção fornecida pelo 
empregador, isto é, uma falha nas medidas adotadas que não conseguiram, efetivamente, 
eliminar, ou atenuar a exposição aos riscos ambientais. 
3.4.4 Legislação e Diretrizes 
Importante vermos as legislações aplicáveis a cada um dos riscos que encontramos no 
ambiente do trabalho. 
 Químicos – NR 09 (PPRA), NR 15 (Agentes insalubres) e NR 32 (proteção médica) 
 Físicos – NR 09 (PPRA), NR 15 (Agentes insalubres) 
 Biológicos – NR 09 (PPRA), NR 15 (Agentes insalubres) 
 
 
 
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4 SOM E RUÍDO 
Por sua enorme ocorrência e visto que os efeitos à saúde dos indivíduos expostos são 
consideráveis, o risco físico ruído é um dos maiores focos de atenção dos higienistas e 
profissionais voltados para a segurança e saúde do trabalhador. Por isso, vamos entender 
melhor esse risco físico. 
4.1 Conceitos Básicos 
Precisamos inicialmente para entender esse risco físico o conceito de som e do ruído. 
Por definição, o som é a sensação gerada no ouvido por uma flutuação de pressão que se 
propaga em um meio elástico. 
Já o ruído é um som indesejado. Esta diferenciação é subjetiva, sujeita a interpretações 
pessoais. Exemplo: uma música agradável para uns pode ser extremamente desagradável para 
outros. No caso do ruído produzido em ambientes de trabalho, a diferença entre as pessoas 
costuma ser o quanto o ruído incomoda. 
Representação gráfica de uma onda elástica longitudinal, mostra a flutuação da pressão 
sonora, em um determinado ponto, ao longo do tempo. 
 
Figura: Onda longitudinal. A representação não está relacionada com a direção do 
movimento das partículas. 
4.1.1 Frequência do som 
O que define se a onda é ou não audível é a sua frequência, e a amplitude da flutuação 
de pressão que ela provoca. 
Unidades: Pressão: N/m2 
 
 
 
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Figura: Frequência do som em decibéis 
O quanto maior a amplitude, mais forte ou alto é o som. Quanto maior a frequência, 
mais agudo é o som. O som grave tem baixa frequência. 
4.1.2 Velocidade do som 
Vamos verificar a velocidade do som em diversos meios na temperatura ambiente. 
Material Material 
Ar 343 
Água 1440 
Tijolo 3650 
Madeira de lei 5260 
Aço 6100 
 
4.1.3 Pressão Sonora 
Como os sons podem abarcar uma gama muito grande de variação de pressão sonora 
(faixa dinâmica), que vai de 20 µPa até 200 Pa (Pa = Pascal), seria pouco prática a construção 
de instrumentos para a indicação direta da pressão sonora. Quando a grandeza varia muito 
na faixa de valores usuais, usa-se um artifício. 
Para contornar este problema, utiliza-se uma escala logarítmica de relação de 
grandezas, o decibel (dB). O decibel não é uma unidade em si, e sim uma relação adimensional 
definida pela seguinte equação: 
 
Sendo: 
L = nível de pressão sonora (dB) 
Po = pressão sonora de referência, por convenção, 20 µPa 
P= Pressão sonora encontrada no ambiente (Pa)Observação: Ao se utilizar o dB fala-se "nível de pressão sonora". Rigorosamente 
falando, dever-se-
 
 
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. Isto não é realmente feito, pois a referência é universal 
no caso das avaliações de ruído. 
Outros "dB" - O uso do dB se estende a toda grandeza que varia muito, como potências 
elétricas e eletromagnéticas. Mesmo na acústica, há referências diferentes, por exemplo, no 
caso da audiometria. 
A seguir é apresentada uma ilustração comparativa entre situações práticas de ruído e 
os níveis em dB. 
 
Figura: Situações práticas de ruído e os níveis em dB. 
4.2 Efeitos dos Ruídos no Ser Humano 
Os principais efeitos dos ruídos no corpo humano são: 
 PAIR – Perda Auditiva induzida por ruído 
 Impotência sexual 
 Hipertensão 
 Dor de cabeça 
 Náuseas 
 Sono 
 Irritação constante 
Quando falamos em PAIR, também falamos de nona de lesão temporária e nonas de 
lesões permanentes: 
 
 
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 Zona de lesão temporária 
 - Toda a lesão temporária é cumulativa 
 - Quem já sofreu lesão temporária, já tem predisposição para lesão definitiva 
 Zona de lesões permanentes 
 - Destruição total das células ciliadas do órgão de corti do ouvido interno 
 - Perdas maiores em frequências altas 
 - Dificuldades de comunicação 
4.3 Audiometria 
Audiometria é o estudo metrológico da audição, que determina as possibilidades 
acústicas do ouvido de um indivíduo. É realizada dentro de uma cabine fechada, onde se avalia 
separadamente cada ouvido e o limiar de audição. Pode também avaliar o limiar da dor. 
O resultado de uma audiometria é expresso através de um audiograma como verificar 
na figura a seguir: 
 
Basicamente existem três tipos de auditiva, sendo esses: 
 PAIR – perda auditiva induzida pelo ruído: também denominada disacusia, 
hipoacusia ou surdez ocupacional, é causada por exposição prolongada a 
níveis elevados de ruído. 
 Trauma acústico: perda auditiva súbita, causada por exposição a níveis de 
ruído muito altos. Em geral, acompanha um zumbido. Podem ocorrer lesões 
no tímpano, hemorragia ou danos na cadeia ossicular. 
 
 
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 Mudança temporária no limiar auditivo (TTS): a audição retorna ao normal 
após o repouso acústico. 
Vamos entender melhor como o grau da deficiência auditiva pode variar em graus e 
níveis, conforme tabela a seguir: 
 
4.3.1 Tipos de Ruídos 
Precisamos realizar algumas definições preliminares antes de tratarmos da avaliação da 
exposição ao ruído. Assim, vamos entender sobre os tipos de ruídos que podem ser: 
1-Ruído contínuo estacionário: ruído com variações de nível desprezíveis durante o 
período de observação. 
 2- Ruído contínuo não estacionário: ruído cujo nível varia significativamente durante 
o período de observação. 
3- Ruído intermitente: ruído cujo nível cai ao valor de fundo (ruído de fundo) várias 
vezes durante o período de observação, sendo o tempo em que permanece em valor constante 
acima do ambiente da ordem de segundos ou mais. 
3- Ruído de impacto ou impulsivo: ruído que apresenta picos de energia acústica de 
duração inferior a um segundo, a intervalos superiores a um segundo. 
4.3.2 Ciclo de Trabalho 
Também precisamos entender sobre ciclo de trabalho antes de tratarmos da avaliação 
da exposição ao ruído. 
O Ciclo de trabalho ou ciclo de exposição é um conjunto de atividades desenvolvidas 
pelo trabalhador em uma sequência definida e que se repete de forma contínua no decorrer da 
jornada de trabalho. 
 
 
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Outro ponto é a situação acústica, que se refere a cada parte da jornada de trabalho, 
na qual as condições ambientais se mantêm constantes, de forma que os parâmetros a serem 
medidos possam ser considerados definidos. 
4.4 Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído 
4.4.1 Normas e Limites de exposição 
NR 15 
Os aspectos legais para avaliar a exposição ocupacional aos ruídos estão embasados na 
Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho - NR 15, Anexo 1 e 2. 
 
De acordo com a legislação brasileira, através da Portaria 3214/78 do Ministério do 
Trabalho - NR 15, Anexo 1, os Limites de Tolerância para exposição ao ruído contínuo ou 
intermitente são representados por níveis máximos permitidos, segundo o tempo diário de 
exposição, ou, alternativamente, por tempos máximos de exposição diária em função dos níveis 
de ruído existentes. Estes níveis serão medidos em dB(A), resposta lenta. A tabela 2.2 da NR 
15 da supracitada Portaria é reproduzida a seguir: 
Tabela: NR 15 - Limites de Tolerância para Ruído contínuo ou intermitente 
Nível de Ruído dB (A) 
Máxima Exposição 
Diária Permissível 
85 8 horas 
86 7 horas 
87 6 horas 
88 5 horas 
89 4 horas e 30 minutos 
90 4 horas 
91 3 horas e 30 minutos 
92 3 horas 
93 2 horas e 40 minutos 
 
 
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40 
94 2 horas e 15 minutos 
95 2 horas 
96 1 hora e 45 minutos 
98 1 hora e 15 minutos 
100 1 hora 
102 45 minutos 
104 35 minutos 
105 30 minutos 
106 25 minutos 
108 20 minutos 
110 15 minutos 
112 10 minutos 
114 08 minutos 
115 * 07 minutos 
* As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, 
contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB (A), sem proteção adequada, oferecerão risco 
grave e iminente. 
NHO-01 
O Decreto presidencial 4.882, de 18/11/03, assinado pelo presidente da República, que 
altera dispositivos do Regulamento da Previdência Social, em seu parágrafo 11, transforma em 
referência oficial as Normas de Higiene Ocupacional elaboradas e editadas pela Fundacentro, 
conforme poderemos observar a seguir: 
 “§ 11 As avaliações ambientais deverão considerar a 
classificação dos agentes nocivos e os limites de tolerância estabelecidos 
pela legislação trabalhista, bem como a metodologia e os procedimentos de 
avaliação estabelecidos pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de 
Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO.” 
4.4.2 Dose de Ruído 
Os limites de tolerância fixam tempos máximos de exposição para determinados níveis 
de ruído. Porém, sabe-se que praticamente não existem tarefas profissionais nas quais o 
indivíduo é exposto a um único e perfeitamente constante nível de ruído durante a jornada. O 
que ocorre são exposições por tempos variados a níveis de ruído variados. Para quantificar tais 
exposições utiliza-se o conceito da DOSE, resultando em uma ponderação para cada diferente 
situação acústica, de acordo com o tempo de exposição e o tempo máximo permitido, de forma 
cumulativa na jornada. 
Calcula-se a dose de ruído da seguinte maneira: 
 
 
 
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41 
 
 
Onde: 
 D = dose de ruído 
 C= tempo real de exposição ao ruído com um determinado nível 
 T= tempo máximo permitido para este nível 
Com o cálculo da dose, é possível determinar a exposição do indivíduo em toda a jornada 
de trabalho, de forma cumulativa. 
Se o valor da dose for menor ou igual à unidade (1), ou 100% a exposição é admissível. 
Se o valor da dose for maior que 1 ou 100%, a exposição ultrapassou o limite, não sendo 
admissível. Exposições inaceitáveis

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