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HIGIENE DO TRABALHO I

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HIGIENE DO TRABALHO I
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Audennille Marinho de Almeida
Indaial - 2020
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2019
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
AL447h
 Almeida, Audennille Marinho de
 Higiene do trabalho I. / Audennille Marinho de Almeida. – In-
daial: UNIASSELVI, 2020.
 144 p.; il.
 ISBN 978-85-7141-430-3
 ISBN Digital 978-85-7141-431-0
1. Higiene do trabalho. - Brasil. Centro Universitário Leonardo Da 
Vinci.
CDD 363.110981
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS
AMBIENTAIS INERENTES À SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHADOR...............................................................................7
CAPÍTULO 2
VIBRAÇÕES E A INFLUÊNCIA DA COR E ILUMINAÇÃO
NA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR ........................55
CAPÍTULO 3
CONFORTO TÉRMICO E VENTILAÇÃO INDUSTRIAL ..............101
APRESENTAÇÃO
Estimado pós-graduando, seja bem-vindo à disciplina de Higiene do Trabalho 
I! Uma definição simples de higiene do trabalho é que ela é a ciência e a arte do 
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos à saúde do trabalhador (SESI, 
2007). 
Neste sentido, ao longo de toda a disciplina, você terá a oportunidade 
de aprender a avaliar os locais de trabalho, a diagnosticar se as atividades 
desenvolvidas pelos colaboradores são realizadas sob condições insalubres e/ou 
perigosas e, a partir de tais observações e estudos, propor medidas de controle 
para os riscos ambientais a que estejam expostos, sempre respeitando todos os 
âmbitos legais que reagem a segurança e saúde do trabalhador.
É importante ressaltar que você, como Engenheiro de Segurança do 
Trabalho, tem algumas atribuições de acordo com a Resolução nº 325, de 27 
novembro 1987 do CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia. 
Algumas delas são: 
CONSIDERANDO, ainda, que tal Parecer nº 19/87 é expresso 
em ressaltar que deve a Engenharia da Segurança do Trabalho 
voltar-se precipuamente para a proteção do trabalhador em 
todas as unidades laborais, no que se refere à questão de 
segurança, inclusive higiene do trabalho, sem interferência 
específica nas competências legais e técnicas estabelecidas 
para as diversas modalidades da Engenharia, Arquitetura e 
Agronomia (CONFEA, 1987, p. 1).
Art. 1º - O exercício da especialização de Engenheiro de 
Segurança do Trabalho é permitido, exclusivamente:
2- Estudar as condições de segurança dos locais de trabalho 
e das instalações e equipamentos, com vistas especialmente 
aos problemas de controle de risco, controle de poluição, 
higiene do trabalho, ergonomia, proteção contra incêndio e 
saneamento;
4- Vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer, 
laudos técnicos e indicar medidas de controle sobre grau de 
exposição e agentes agressivos de riscos físicos, químicos 
e biológicos, tais como: poluentes atmosféricos, ruídos, calor 
radiação em geral e pressões anormais, caracterizando 
as atividades, operações e locais insalubres e perigosos 
(CONFEA, 1987, p. 1).
Logo, faz-se necessário e indispensável que você se dedique e estude todo 
o conteúdo deste livro, como também realize todas as atividades propostas na 
disciplina, de modo a tornar-se um expert nos assuntos apresentados.
Desejamos a você bons estudos e sucesso em seu curso! 
Professora Audennille Marinho de Almeida
CAPÍTULO 1
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO 
E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO
TRABALHADOR
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
• ênfase nas defi nições, propriedades, classifi cação e conceitos em geral na 
área da higiene do trabalho, de forma objetiva e contextualizada;
• compreender a importância da higiene ocupacional para a segurança e saúde 
do trabalhador; 
• aprender os fundamentos e elementos-chave desta matéria para futuramente 
aplicar em sua vida profi ssional este conhecimento de forma efi ciente e 
sustentável; 
• reconhecer os riscos ocupacionais a que estão expostos os trabalhadores; 
• aplicar as medidas de controle dos mesmos; 
• conhecer a Norma Regulamentadora – NR15, que versa sobre atividades e 
operações insalubres.
8
 HiGiENE Do TrABALHo I
9
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A higiene do trabalho trata sobre a prevenção das doenças oriundas do 
trabalho de forma a se antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os agentes/riscos 
ambientais (SESI, 2007). 
De acordo com a Occupational Health and Safety Management Systems 
Quidelines for the Implementation (OHSAS) – 18001 (2007), pode-se entender 
risco como sendo a combinação da probabilidade da ocorrência de um 
acontecimento perigoso ou exposição(ões) e da severidade das lesões, ferimentos 
ou danos para a saúde, que pode ser causada pelo acontecimento ou pela(s) 
exposição(ões). Podemos considerar como agentes/riscos ambientais aqueles 
que estão presentes no ambiente de trabalho e que podem causar danos à saúde 
do trabalhador, podendo ser de natureza física, química ou biológica (SESI, 2007). 
O agente/risco ambiental físico nada mais é que uma forma de energia 
liberada por máquinas e equipamentos no ambiente de trabalho, dentre eles ruído, 
vibração, calor/frio, radiações ionizantes e não ionizantes e pressões anormais 
(SESI, 2007). Em especial, vamos estudar o ruído. 
O ruído é um dos riscos mais encontrados nos ambientes laborais, podendo 
causar danos irreversíveis aos trabalhadores. Para melhor entendimento dos tipos 
e de que forma podem ser analisados os níveis que um trabalhador pode se expor 
ao ruído, é extremamente importante conhecermos a Norma Regulamentadora - 
NR 15 e seu Anexo 1.
As normas regulamentadoras, de maneira geral, foram criadas pelo Ministério 
do Trabalho para assegurar a saúde e segurança do trabalho nas empresas. A 
NR 15 trata sobre as atividades e operações insalubres presentes no ambiente 
laboral, sendo mais um instrumento utilizado para assegurar a saúde e segurança 
dos empregados e empregadores, tendo em vista que temos também a CLT – 
Consolidação das Leis Trabalhistas.
2 INTRODUÇÃO À HIGIENE DO 
TRABALHO
A segurança do trabalho sempre esteve presente na vida do homem desde 
os tempos primórdios, muito embora ele mesmo não tivesse o conhecimento 
exato sobre tais riscos a sua saúde e a sua vida. Deste modo, ela surge como 
10
 HiGiENE Do TrABALHo I
forma de proteção e acompanha a evolução do homem em todos os momentos 
(BARSANO; BARBOSA, 2018).
Há registros egípcios que mostram as relações entre o ambiente de trabalho 
e os riscos decorrentes dele, como também questões sobre insalubridade, 
periculosidade e penosidade das profi ssões (MATTOS; MÁSCULO, 2011).
Outro registro muito importante sobre relações de trabalho seguro nos 
tempos antigos é o Código de Hamurabi, o qual contempla questões de ordem 
penal, civil e algumas referentes ao direito do trabalho etc. Podemos destacar 
como fato importante no tocante à segurança do homem, a parte do Código em 
que o Imperador Hamurabi sentencia com pena de morte o arquiteto que construir 
uma casa que se desmorone e cause a mortede seus ocupantes (RODRIGUES, 
1982).
Neste sentido, em 1919 foi criada a Organização Internacional do Trabalho 
– OIT – sendo uma das agências do Sistema das Nações Unidas composta 
por representantes do governo, dos empregadores e dos empregados. Suas 
principais características são: defi nir e promover normas e princípios e direitos 
fundamentais no trabalho; criar maiores oportunidades de emprego e renda 
decentes para mulheres e homens; melhorar a cobertura e a efi cácia da proteção 
social para todos; e fortalecer o tripartismo e o diálogo social (OIT, 2019).
Em 1950, o Brasil passou a ser parte integrante da OIT, seja na elaboração de 
programas e atividades voltadas ao interesse da Organização, seja na promoção 
do trabalho decente, que envolve temas como o combate ao trabalho forçado, 
ao trabalho infantil e ao tráfi co de pessoas, assim como a promoção do trabalho 
decente para jovens e migrantes e da igualdade de oportunidades e tratamento 
(OIT, 2019).
Um dos focos da OIT no Brasil também é a promoção de igualdade trabalhista 
de grupos discriminados pela sociedade, por exemplo, LGBTs, sobretudo mulheres 
e homens transexuais e pessoas com defi ciência. Neste sentido, foi realizada em 
2016 e 2017 uma série de Diálogos Nacionais sobre o Futuro do Trabalho em 
comemoração ao centenário desta que se dá agora em 2019. 
É muito importante que você conheça um pouco mais esta 
organização acessando na íntegra o site ofi cial da OIT no Brasil (OIT, 
2019). Acesse: www.oit.org.br.
11
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
2.1 CONCEITO DE HIGIENE DO 
TRABALHO
Existem diversos conceitos para a Higiene do Trabalho ou, simplesmente, 
Higiene Ocupacional.
A Higiene do Trabalho ou Higiene Ocupacional, de acordo com a American 
Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH – (2019), é a ciência 
e a arte do reconhecimento, da avaliação e do controle de fatores ou tensões 
ambientais originadas do/ou no local de trabalho e que podem causar doenças, 
prejuízos para a saúde e bem-estar, desconforto e inefi ciência signifi cativos entre 
os trabalhadores ou entre os cidadãos da comunidade. 
Outra defi nição ainda bem mais simples é que a Higiene do Trabalho visa 
à prevenção da doença ocupacional por meio da antecipação, reconhecimento, 
avaliação e controle dos agentes ambientais (SESI, 2007).
Ainda de acordo com SESI (2007), a Higiene Ocupacional possui interação 
com outras áreas, como Medicina Ocupacional, área de Gestão Ambiental e 
Ergonomia.
Para aprimorar seus conhecimentos sobre os aspectos 
abordados na higiene ocupacional, assim como conhecer algumas 
técnicas de avaliação de agentes ambientais leia, o seguinte livro: 
SESI. Técnicas de avaliação de agentes ambientais: Manual 
SESI. Brasília, 2007.
2.2 ASPECTOS PRIMORDIAIS DA 
HIGIENE DO TRABALHO
Vamos entender um pouco sobre antecipação, reconhecimento, avaliação e 
controle dos riscos ocupacionais, ou seja, o papel de cada uma destas etapas.
12
 HiGiENE Do TrABALHo I
• Antecipação
Fase em que você deve desenvolver, com outras equipes, novos projetos 
ou modifi cações ou até mesmo ampliações de projetos, objetivando à detecção 
precoce de fatores de risco inerentes aos agentes ambientais e propondo 
medidas de projeto que possam atenuar, controlar ou até eliminar estes riscos. 
Uma boa forma de fazer valer a antecipação é desenvolver normas preventivas 
para compradores, projetistas, contratadores de serviços, no intuito de evitar 
exposições desnecessárias a agentes ambientais causadas pela má seleção de 
produtos, materiais e equipamentos (SESI, 2007).
• Reconhecimento
Etapa em que são conhecidos os agentes ambientais que possam causar 
algum tipo de dano à saúde dos trabalhadores. O sucesso desta fase vai 
depender muito do seu conhecimento sobre o processo produtivo, dos métodos 
de trabalho, do fluxo do processo, do arranjo físico das instalações, do número 
de trabalhadores expostos, dentre outros fatores relevantes. Lembrando que 
se você deixar de reconhecer um agente tóxico em qualquer processo, ele não 
será avaliado e nem controlado. Desta forma, é de suma importância realizar um 
levantamento detalhado de todos os aspectos acima citados, neste sentido, uma 
excelente medida é ir a campo, observando tudo e tendo o devido cuidado com os 
acidentes nesses locais (IFPR, 2013). 
O item 9.3.3 da NR9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, relata 
que riscos ambientais deverão conter os seguintes itens, quando aplicáveis: 
a) a sua identifi cação;
b) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;
c) a identifi cação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos 
agentes no
ambiente de trabalho;
d) a identifi cação das funções e determinação do número de trabalhadores 
expostos;
e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição;
f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível 
comprometimento da
saúde decorrente do trabalho;
g) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identifi cados, 
disponíveis na literatura
técnica;
h) a descrição das medidas de controle já existentes.
13
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
• Avaliação
Nesta etapa é feita uma avaliação quantitativa (realizada através de 
medições com equipamentos, por exemplo, avaliação de ruído com a utilização 
de dosímetro) e/ou qualitativa (realizada através de observação do ambiente 
de trabalho para verifi car se há ou não a exposição de agentes que possam vir 
causar danos à saúde e segurança do trabalhador) dos agentes físicos, químicos 
e biológicos existentes nos postos de trabalho. Através da avaliação, podemos 
detectar os contaminantes, fazer a coleta das amostras (quando cabível), realizar 
medições e análises das intensidades e das concentrações dos agentes, realizar 
cálculos e interpretações dos dados levantados no campo, comparando os 
resultados com os limites de exposição estabelecidos pelas normas vigentes 
(IFPR, 2013).
• Controle
Após reconhecer e avaliar os riscos ambientais no ambiente de trabalho, 
você irá propor medidas sobre as fontes e trajetória do agente de forma a atenuar 
ou eliminar os riscos presentes, por exemplo, a instalação de cabines acústicas; 
defi nir ações de controle no indivíduo, o que inclui a adoção de proteção individual 
(SESI, 2007). 
A NR9 apresenta em seu item 9.3.5 como devem ser 
consideradas as medidas de controle. Conheça melhor esta norma.
Por que deve-se atuar primeiro na fonte e trajetória ao invés 
de disponibilizar logo o equipamento de proteção individual (EPI)? 
Refl ita!
14
 HiGiENE Do TrABALHo I
2.3 ENTENDENDO LIMITE DE 
TOLERÂNCIA E NÍVEL DE AÇÃO
Conforme o item 15.1.5 da NR15 – Atividades e Operações Insalubres, 
aprovada pela Portaria 3.214/78, Lei nº 6.514/77, entende-se por "Limite de 
Tolerância", para os fi ns desta norma, a concentração ou intensidade máxima ou 
mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não 
causará dano à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral.
No Anexo 1 desta norma, encontramos os limites de tolerância para ruído 
contínuo ou intermitente; Anexo 2, ruído de impacto; Anexo 3, para limites à 
exposição ao calor; Anexo 8, para vibração; Anexo 11, para agentes químicos 
cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de 
trabalho; Anexo 12, para limites de tolerância para poeiras minerais.
Conheça na íntegra a NR15 e seus anexos através do site: 
www.trabalho.gov.br.
Vale ressaltar que nem todos os agentes agressivos têm limite de tolerância. 
Na NR15 temos mais de 230 produtos químicos agressivos listados, enquanto na 
ACGIH americana/2016 temos mais de 750.
Exemplo: Para um trabalhador que exerce suas atividades em 
jornada de trabalho de 8 horas diárias numa serralheria, o nível de 
ruídono setor de acabamento da serralheria é 95dB.
Porém, de acordo com o Anexo 1 da NR15 – Atividades e Operações 
Insalubres, aprovada pela Portaria 3.214/78, Lei nº 6.514/77, o máximo permitido 
é 85dB numa jornada de 8 horas. Neste caso, o nível de exposição ultrapassa 
o Limite de Tolerância permitido, assim é imprescindível que o engenheiro ou 
técnico em segurança do trabalho adote medidas de controle para eliminar ou 
15
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
reduzir o ruído para evitar as doenças ocupacionais causadas por este agente 
físico (BRASIL, 1978).
Com relação ao “Nível de Ação”, encontramos no item 9.3.6.1 da NR9, 
que esta considera nível de ação o valor acima do qual devem ser iniciadas 
ações preventivas, de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições 
a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações devem 
incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores 
e o controle médico. Este recurso evita as doenças ocupacionais, auxiliando 
na prevenção e promovendo mais qualidade de vida para exercer as tarefas 
profi ssionais (BRASIL, 1978).
Ainda de acordo com a NR 9 (BRASIL, 1978), no item 9.3.6.2 diz que 
deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem 
exposição ocupacional acima dos níveis de ação, conforme indicado nas alíneas 
que seguem: 
a) para agentes químicos, a metade dos limites de exposição ocupacional 
considerados de acordo com a alínea "c" do subitem 9.3.5.1; 
b) para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério 
estabelecido na NR15, Anexo I, item 6.
A NR9 defi ne também o nível de ação (NA) como sendo 50% do valor 
do limite de exposição ocupacional (LEO), ou seja, NA=0,5xLEO ou 50% da dose 
no caso de ruído. Isto é, para o caso de a exposição do trabalhador ser maior do 
que o “Nível de Ação”. Assim deve-se considerar o trabalhador como exposto e 
adotar as medidas de controle. Em suma, podemos entender que: se o nível de 
ação for excedido em um dia típico, existe uma probabilidade maior de 5% de que 
o limite de exposição será excedido em outros dias de trabalho (BRASIL, 1978).
Enfi m, são estabelecidos limites de tolerância para alguns agentes 
ambientais, assim como um Nível de Ação. Os limites estabelecidos devem ser 
respeitados e tomadas as devidas medidas de controle para atenuar ou controlar 
tais riscos (BRASIL, 1978).
16
 HiGiENE Do TrABALHo I
Vamos revisar um pouco: Vimos neste subtópico que a higiene 
ocupacional é a ciência e a arte do reconhecimento, da avaliação e 
do controle de fatores que podem causar danos à saúde e segurança 
do trabalhador e que todas essas etapas estão entrelaçadas. Vimos 
também que existe uma diferença entre o limite de tolerância e o 
nível de ação, ou seja, que o nível de ação serve para que possamos 
tomar medidas preventivas, sejam elas coletivas, individuais ou 
administrativas, evitando que os limites de tolerância possam ser 
ultrapassados de acordo com a legislação vigente.
3 NR 15 – NORMA 
REGULAMENTADORA 15 
As normas regulamentadoras (NR) foram criadas pela Portaria nº 3.214, de 
8 de junho de 1978, com a fi nalidade de regulamentar o Capítulo V, Título II, da 
CLT, relativo à segurança e medicina do trabalho. Possuem extrema relevância 
para o profi ssional da área de segurança do trabalho devido ao fato de tratar 
sobre a prevenção de acidentes de trabalho nas mais diversas áreas (BARSANO; 
BARBOSA, 2018).
A legislação vigente conta com 36 normas regulamentadoras que versam 
sobre diversos aspectos trabalhistas. No caso da NR15, trata das Atividades e 
Operações Insalubre.
3.1 CONCEITOS GERAIS SOBRE 
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
De acordo com a NR15, são consideradas atividades ou operações insalubres 
as que se desenvolvem: 
• acima dos limites de tolerância previstos nos anexos nº 1, 2, 3, 5, 11 e 12;
• nas atividades mencionadas nos anexos nº 6, 13 e 14;
• que sejam comprovadas através de laudo de inspeção do local de 
trabalho, constantes dos anexos nº 7, 8, 9 e 10. 
17
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
A realização de trabalho em condições de insalubridade assegura ao 
trabalhador a percepção de adicional, sobre o salário mínimo da região, 
equivalente a: 
• 40% (quarenta por cento) para insalubridade de grau máximo;
• 20% (vinte por cento) para insalubridade de grau médio;
• 10% (dez por cento) para insalubridade de grau mínimo.
No item 15.3, temos que em caso de incidência de mais de um fator de 
insalubridade será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de 
acréscimo salarial, sendo proibida a percepção cumulativa. 
Já no item 15.4, diz que a eliminação ou neutralização da insalubridade 
determinará a cessação do pagamento do adicional respectivo. 
A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer com a adoção 
de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos 
limites de tolerância, com a utilização de equipamento de proteção individual, 
prevista no item 15.4.1 da NR15. 
• Periculosidade
Com a sanção da Lei nº 12.740, de 8 de dezembro de 2012, o artigo 193 
da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) passou a regular todos os tipos de 
periculosidade previstos na legislação trabalhista, para as atividades que implicam 
risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a infl amáveis, 
explosivos, energia elétrica ou roubos, ou outras espécies de violência física nas 
atividades profi ssionais de segurança pessoal ou patrimonial (CLT, 1943).
Também devido à promulgação da Lei nº 12.740 foi revogada, expressamente, 
a Lei nº 7.369/1985 e, consequentemente, o Decreto n° 93.412/1986 que a 
regulamentava, passando a CLT a disciplinar a periculosidade diante do risco de 
energia elétrica (CLT, 1943).
A nova redação do Art. 193 da CLT fi cou da seguinte forma:
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, 
na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do 
Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou 
métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de 
exposição permanente do trabalhador: 
I - infl amáveis, explosivos ou energia elétrica; 
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades 
profi ssionais de segurança pessoal ou patrimonial. 
§ 1º O trabalho em condições de periculosidade assegura 
18
 HiGiENE Do TrABALHo I
ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre 
o salário sem os acréscimos resultantes de gratifi cações, 
prêmios ou participações nos lucros da empresa. 
§ 2º O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade 
que porventura lhe seja devido. 
§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros 
da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante 
por meio de acordo coletivo (CLT, 1943, s.p.).
A regulamentação a que o artigo 193 da CLT se refere é aquela estabelecida 
pela Portaria nº 3214, de 8 de junho de 1978, e modifi cações posteriores, que 
estabeleceu as Normas Regulamentadoras – NR, nesse caso, a NR16 – 
Atividades e Operações Perigosas.
3.2 ENTENDENDO E ANALISANDO O 
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E 
PERICULOSIDADE
• Graus de Insalubridade
A NR15 defi ne os seguintes graus de insalubridade, conforme cada caso:
QUADRO 1 – NR-15: GRAUS DE INSALUBRIDADE
Anexo Atividades ou operações que exponham o trabalhador Percentual
1
Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites de tole-
rância fi xados no Quadro constante do Anexo 1 e no item 6 do mesmo 
Anexo.
20%
3 Exposição ao calor com valores de IBUTG, superiores aos limites de tolerância fi xados nos Quadros 1 e 2. 20%
7 Radiações não ionizantes consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20%
9 Frio considerado insalubre em decorrênciade inspeção realizada no local de trabalho. 20%
10 Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20%
11 Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fi xados no Quadro 1.
10%, 20% e 
40%
12 Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fi xados neste Anexo. 40%
13 Atividades ou operações, envolvendo agentes químicos, consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho.
10%, 20% e 
40%
14 Agentes biológicos. 20% e 40%
FONTE: Brasil (1978, p. 82)
19
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
• Adicional de Periculosidade
De acordo com a NR-16, item 16.2, o exercício de trabalho em condições 
de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% 
(trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de 
gratifi cações, prêmios ou participação nos lucros da empresa (BRASIL, 1978).
No item 16.2.1, temos que o empregado poderá optar pelo adicional de 
Insalubridade que porventura lhe seja devido. 
E no item 16.3, versa que é responsabilidade do empregador a caracterização 
ou a descaracterização da periculosidade, mediante laudo técnico elaborado por 
Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho, nos termos do 
artigo 195 da CLT (BRASIL, 1978).
3.3 INSALUBRIDADE (ANEXOS 1, 3, 7, 
10, 11, 12 E 13) E PERICULOSIDADE 
(ANEXOS 1, 2 ,3 E 4)
Anexo 1 – Exposição ao Ruído Contínuo ou Intermitente
Conforme o Anexo 1 da NR15 – Atividades e Operações Insalubres, aprovada 
pela Portaria 3.214/78, Lei nº 6.514/77, os tempos de exposição ao ruído não 
devem exceder os limites de tolerância fi xados no quadro a seguir, além de não 
ser permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que 
não estejam adequadamente protegidos:
20
 HiGiENE Do TrABALHo I
QUADRO 2 – LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO 
CONTÍNUO OU INTERMITENTE – ANEXO 1 da NB15
Nível de Ruído dB(A) Máxima exposição diária permissível
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
98
100
102
104
105
106
108
110
112
114
115
8 horas
7 horas
6 horas
5 horas
4 horas e 30 minutos
4 horas
3 horas e 30 minutos
3 horas
2 horas e 30 minutos
2 horas e 15 minutos
2 horas
1 hora e 45 minutos
1 hora e 15 minutos
1 hora
45 minutos
35 minutos
30 minutos
25 minutos
20 minutos
15 minutos
10 minutos
8 minutos
7 minutos
FONTE: Brasil (1978, p. 1)
De acordo com o Anexo 1 da NR15, os níveis de ruído contínuo ou 
intermitente devem ser medidos em decibéis (dB), com instrumento de nível de 
pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e circuito de resposta 
lenta (SLOW).
Anexo 3 – Calor
Os parâmetros que regulamentam o trabalho com exposição ao agente Calor 
encontram-se estabelecidos no Anexo 3 da NR15 – Atividades ou Operações 
Insalubres, a qual estabelece limites de tolerância para a intensidade do agente 
no ambiente de trabalho.
O parâmetro a ser aferido é o IBUTG – Índice de Bulbo Úmido Termômetro 
de Globo –defi nidos o IBUTG para ambientes internos e o IBUTG para ambientes 
externos com carga solar.
21
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
O IBUTG para ambientes internos sem carga solar é calculado a partir da 
medição de duas temperaturas: Tbn e Tg.
IBUTG = 0,7 Tbn + 0,3 Tg
Para ambientes externos com carga solar, o IBUTG é calculado a partir de 
três medições: Tbs, Tbn e Tg.
IBUTG = 0,7 Tbn + 0,2 Tg + 0,1 Tbs
Para a defi nição do Limite de Tolerância deverão ser levados em consideração: 
a existência de descanso durante a realização das atividades e o local de sua 
realização, sendo utilizados os seguintes quadros da NR15 do Anexo 3:
QUADRO 3 – LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR, 
EM REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE, COM PERÍODOS DE 
DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
Regime de Trabalho Intermitente com Descan-
so no Próprio Local de Trabalho (por hora)
Tipo de Atividade
Leve Moderada Pesada
Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0
45 minutos trabalho
15 minutos descanso
30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
30 minutos trabalho
30 minutos descanso
30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
15 minutos trabalho
45 minutos descanso
31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
Não é permitido o trabalho sem a adoção de 
medidas adequadas de controle
acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30
FONTE: Brasil (1978, p. 1)
QUADRO 4 – LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO 
CALOR, EM REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE COM PERÍODO 
DE DESCANSO EM OUTRO LOCAL (LOCAL DE DESCANSO)
M (Kcal/h) Máximo IBUTG
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0
FONTE: Brasil (1978, p. 2)
22
 HiGiENE Do TrABALHo I
QUADRO 5 – TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE
TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h
SENTADO EM REPOUSO 100
TRABALHO LEVE
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografi a).
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir). 
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços.
125
150
150
TRABALHO MODERADO 
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas. 
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 
180
175
220
300
TRABALHO PESADO 
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá). 
Trabalho fatigante.
440 
550
FONTE: Brasil (1978, p. 2-3)
Anexo 7 – Radiações Não Ionizantes
NR15 – Atividades e Operações Insalubres
1. Para os efeitos desta norma, são radiações não ionizantes as micro-ondas, 
ultravioletas e laser.
2. As operações ou atividades que exponham os trabalhadores às radiações 
não ionizantes, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres, em 
decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho.
Anexo 10 – Umidade
NR15 – Atividades e Operações Insalubres
1. As atividades ou operações executadas em locais alagados ou 
encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde 
dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de 
inspeção realizada no local de trabalho.
Anexo 11 – Exposição a agentes químicos cuja insalubridade é 
caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho
A NR15 – Atividades e Operações Insalubres, através de seu Anexo nº 11, 
determina que “nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores fi cam 
expostos a agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá quando 
forem ultrapassados os limites de tolerância constantes do Quadro nº 1 deste 
Anexo” (BRASIL, 1978, s.p.)
23
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
Esta norma cita ainda que:
A avaliação das concentrações dos agentes químicos através 
de métodos de amostragem instantânea, de leitura direta ou 
não, deverá ser feita pelo menos em 10 (dez) amostragens, 
para cada ponto – ao nível respiratório do trabalhador. Entre 
cada uma das amostragens deverá haver um intervalo de, no 
mínimo, 20 (vinte) minutos. 
O limite de tolerância será considerado excedido quando a 
média aritmética das concentrações ultrapassar os valores 
fi xados no Quadro n° 1 (BRASIL, 1978, s.p.).
Para os agentes químicos que tenham "VALOR TETO" assinalado no Quadro 
n° 1 (Tabela de Limites de Tolerância), de acordo com o Anexo nº 11, “considerar-
se-á excedido o limite de tolerância, quando qualquer uma das concentrações 
obtidas nas amostragens ultrapassar os valores fi xados no mesmo quadro”.
QUADRO 6 – DEMONSTRAÇÃO DO QUADRO Nº 1 DO ANEXO Nº 11 DA NR15
FONTE: Brasil (1978, p. 2)
Anexo 12 – Limites de Tolerância para Poeiras Minerais
NR15 – Atividades e OperaçõesInsalubres
MANGANÊS E SEUS COMPOSTOS
O limite de tolerância para as operações com manganês e seus compostos 
referente à metalurgia de minerais de manganês, fabricação de compostos de 
manganês, fabricação de baterias e pilhas secas, fabricação de vidros especiais 
e cerâmicas, fabricação e uso de eletrodos de solda, fabricação de produtos 
químicos, tintas e fertilizantes, ou ainda outras operações com exposição a fumos 
de manganês ou de seus compostos é de até 1mg/m3 no ar, para jornada de até 8 
(oito) horas por dia.
Sempre que os limites de tolerância forem ultrapassados, as atividades 
e operações com o manganês e seus compostos serão consideradas como 
insalubres no grau máximo.
24
 HiGiENE Do TrABALHo I
Anexo 13 – Exposição a agentes químicos cuja insalubridade é 
caracterizada por inspeção realizada no local de trabalho
A NR15 – Atividades e Operações Insalubres, através de seu Anexo nº 13, 
apresenta a relação de atividades e operações envolvendo agentes químicos, 
consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de 
trabalho.
É citado no referido anexo que não fazem parte dessa relação os agentes 
químicos mencionados nos anexos nº 11 e 12 da NR15.
Como exemplo de agentes químicos enquadrados nesse anexo da NR15, 
citam-se:
a) HIDROCARBONETOS E OUTROS COMPOSTOS DE CARBONO
Insalubridade de grau máximo:
• Destilação do alcatrão da hulha.
• Destilação do petróleo.
• Manipulação de alcatrão, breu, betume, antraceno, óleos minerais, óleo 
queimado, parafi na ou outras substâncias cancerígenas afi ns.
• Manipulação do negro de fumo. 
• Fabricação de fenóis, cresóis, naftóis, nitroderivados, aminoderivados, 
derivados halogenados e outras substâncias tóxicas derivadas de hidrocarbonetos 
cíclicos.
• Pintura com pistola utilizando esmaltes, tintas, vernizes e solventes 
contendo hidrocarbonetos aromáticos.
Insalubridade de grau médio:
• Emprego de defensivos organoclorados: DDT (diclorodifeniltricloretano) 
DDD (diclorodifenildicloretano), metoxicloro (dimetoxidifeniltricloretano), BHC 
(hexacloreto de benzeno) e seus compostos e isômeros.
• Emprego de defensivos derivados do ácido carbônico.
• Emprego de aminoderivados de hidrocarbonetos aromáticos (homólogos 
da anilina).
• Emprego de cresol, naftaleno e derivados tóxicos.
• Emprego de isocianatos na formação de poliuretanas (lacas de 
desmoldagem, lacas de dupla composição, lacas protetoras de madeira e metais, 
adesivos especiais e outros produtos à base de poliisocianetos e poliuretanas).
• Emprego de produtos contendo hidrocarbonetos aromáticos como 
solventes ou em limpeza de peças.
• Fabricação de artigos de borracha, de produtos para impermeabilização e 
de tecidos impermeáveis à base de hidrocarbonetos.
25
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
• Fabricação de linóleos, celuloides, lacas, tintas, esmaltes, vernizes, 
solventes, colas, artefatos de ebonite, guta-percha, chapéus de palha e outros à 
base de hidrocarbonetos.
• Limpeza de peças ou motores com óleo diesel aplicado sob pressão 
(nebulização).
• Pintura a pincel com esmaltes, tintas e vernizes em solvente contendo 
hidrocarbonetos aromáticos.
b) OPERAÇÕES DIVERSAS
Insalubridade de grau máximo:
• Operações com cádmio e seus compostos, extração, tratamento, 
preparação de ligas, fabricação e emprego de seus compostos, solda com 
cádmio, utilização em fotografi a com luz ultravioleta, em fabricação de vidros, 
como antioxidante, em revestimentos metálicos e outros produtos.
• Operações com manganês e seus compostos: extração, tratamento, 
trituração, transporte de minério; fabricação de compostos de manganês, 
fabricação de pilhas secas, fabricação de vidros especiais, indústria de cerâmica 
e ainda outras operações com exposição prolongada à poeira de pirolusita ou de 
outros compostos de manganês.
• Operações com as seguintes substância:
o Éter bis (cloro-metílico);
o Benzopireno;
o Berílio;
o Cloreto de dimetil-carbamila;
o 3,3' – dicloro-benzidina;
o Dióxido de vinil ciclohexano;
o Epicloridrina;
o Hexametilfosforamida;
o 4,4' - metileno bis (2-cloro anilina);
o 4,4' - metileno dianilina;
o Nitrosaminas;
o Propano sultone;
o Betapropiolactona;
o Tálio;
o Produção de trióxido de amônio ustulação de sulfeto de níquel.
Insalubridade de grau médio:
• Aplicação a pistola de tintas de alumínio.
• Fabricação de pós de alumínio (trituração e moagem).
• Fabricação de emetina e pulverização de ipeca.
• Fabricação e manipulação de ácido oxálico, nítrico sulfúrico, bromídrico, 
fosfórico, pícrico.
• Metalização a pistola.
26
 HiGiENE Do TrABALHo I
• Operações com o timbó.
• Operações com bagaço de cana nas fases de grande exposição à poeira.
• Operações de galvanoplastia: douração, prateação, niquelagem, 
cromagem, zincagem, cobreagem, anodização de alumínio.
• Telegrafi a e radiotelegrafi a, manipulação em aparelhos do tipo Morse e 
recepção de sinais em fones.
• Trabalhos com escórias de Thomás: remoção, trituração, moagem e 
acondicionamento.
• Trabalho de retirada, raspagem a seco e queima de pinturas.
• Trabalhos na extração de sal (salinas).
• Fabricação e manuseio de álcalis cáusticos.
• Trabalho em convés de navios.
Insalubridade de grau mínimo:
• Fabricação e transporte de cal e cimento nas fases de grande exposição 
a poeiras.
• Trabalhos de carregamento, descarregamento ou remoção de enxofre ou 
sulfi tos em geral, em sacos ou a granel.
Seguem comentários referentes aos Anexos da NR16, que regulamentam as 
atividades sob condições perigosas.
Periculosidade para Trabalhos com Infl amáveis e Explosivos
Entende-se por “Periculosidade”, para fi ns da NR16, aprovada pela 
Portaria MTb/SIT nº 3.214/78, a exposição, mesmo que de forma intermitente, 
relacionada com permanência em área de risco, conforme situação, consideradas 
as atividades e operações perigosas constantes no Anexo 1 e 2, desta norma 
regulamentadora, a saber:
• Anexo 1 – Atividades e Operações Perigosas com Explosivos 
A redação do Anexo foi dada pela Portaria SSMT n° 2, de 2 de fevereiro 
de 1979, na qual são consideradas atividades ou operações perigosas as 
enumeradas no Quadro n° 1 do referido Anexo.
Já as áreas de risco consideradas para cada situação são defi nidas nos 
quadros n° 2, 3 e 4 do referido Anexo.
• Anexo 2 – Atividades e Operações Perigosas com Infl amáveis
Segundo o Anexo, são consideradas atividades ou operações perigosas as 
enumeradas no Quadro n° 1 do referido Anexo.
27
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
Já as áreas de risco consideradas para cada situação são defi nidas nos 
quadros n° 2, 3 e 4 do referido Anexo.
Anexo acrescentado pela Portaria nº 3.393/1987 – Atividades com radiações 
ionizantes ou substâncias radioativas
Anexo incorporado à NR16 em 2003, adotado da Portaria GM nº 518/2003, 
no qual consta a relação das atividades e operações com radiações ionizantes ou 
substâncias radioativas que se enquadram como perigosas e suas respectivas 
áreas de risco.
Anexo 3 – Exposição a roubos ou outras espécies de violência física 
nas atividades profi ssionais de segurança pessoal ou patrimonial
Anexo incorporado à NR16 em 2013, adotado da Portaria MTPS nº 
1.885/2013, no qual constam as defi nições quanto aos profi ssionais enquadrados 
na referida regulamentação e a descrição das atividades que expõem os 
empregados a roubos ou outras espécies de violência física.
Anexo 4 – Periculosidade para trabalhos com eletricidade
Conforme já citado, com a revogação da Lei nº 7.369/1985 e, 
consequentemente, do Decreto nº 93.412/1986, a CLT passou a disciplinar a 
periculosidade diante do risco de energia elétrica, induzindo a uma alteração da 
NR16, o que ocorreu em 16 de julho de 2014, através da Portaria MTPS nº 1078, 
com a inclusão do Anexo 4 da respectiva NR, referente à regulamentação do 
inciso I doArtigo 193 da CLT, que trata da exposição à energia elétrica.
Dentre outros aspectos relacionados à concessão do adicional de 
periculosidade para trabalhadores expostos à energia elétrica, cita a NR16, no 
seu Anexo 4:
NR16 – ANEXO 4:
(Aprovado pela Portaria MTPS nº 1.078, de 16 de julho de 2014)
ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM ENERGIA ELÉTRICA
1. Têm direito ao adicional de periculosidade os trabalhadores:
a) que executam atividades ou operações em instalações ou 
equipamentos elétricos energizados em alta tensão;
b) que realizam atividades ou operações com trabalho em proximidade, 
28
 HiGiENE Do TrABALHo I
conforme estabelece a NR-10;
c) que realizam atividades ou operações em instalações ou 
equipamentos elétricos energizados em baixa tensão no sistema 
elétrico de consumo – SEC, no caso de descumprimento do item 
10.2.8 e seus subitens da NR 10 – Segurança em Instalações e 
Serviços em Eletricidade;
d) das empresas que operam em instalações ou equipamentos 
integrantes do sistema elétrico de potência – SEP, bem como suas 
contratadas, em conformidade com as atividades e respectivas 
áreas de risco descritas no quadro I deste anexo.
2. Não é devido o pagamento do adicional nas seguintes situações:
a) nas atividades ou operações no sistema elétrico de consumo em 
instalações ou equipamentos elétricos desenergizados e liberados 
para o trabalho, sem possibilidade de energização acidental, 
conforme estabelece a NR-10;
b) nas atividades ou operações em instalações ou equipamentos 
elétricos alimentados por extra-baixa tensão;
c) nas atividades ou operações elementares realizadas em baixa 
tensão, tais como o uso de equipamentos elétricos energizados e os 
procedimentos de ligar e desligar circuitos elétricos, desde que os 
materiais e equipamentos elétricos estejam em conformidade com 
as normas técnicas ofi ciais estabelecidas pelos órgãos competentes 
e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais 
cabíveis.
3. O trabalho intermitente é equiparado à exposição permanente para fi ns 
de pagamento integral do adicional de periculosidade nos meses em que houver 
exposição, excluída a exposição eventual, assim considerado o caso fortuito ou 
que não faça parte da rotina. 
4. Das atividades no sistema elétrico de potência – SEP.
4.1 Para os efeitos deste anexo entende-se como atividades de construção, 
operação e manutenção de redes de linhas aéreas ou subterrâneas de alta e 
baixa tensão integrantes do SEP:
a) Montagem, instalação, substituição, conservação, reparos, ensaios 
e testes de: verifi cação, inspeção, levantamento, supervisão e 
fi scalização; fusíveis, condutores, para-raios, postes, torres, chaves, 
mufl as, isoladores, transformadores, capacitores, medidores, 
reguladores de tensão, religadores, seccionalizadores, carrier (onda 
portadora via linhas de transmissão), cruzetas, relé e braço de 
iluminação pública, aparelho de medição gráfi ca, bases de concreto 
ou alvenaria de torres, postes e estrutura de sustentação de redes e 
29
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
linhas aéreas e demais componentes das redes aéreas;
b) Corte e poda de árvores;
c) Ligações e cortes de consumidores;
d) Manobras aéreas e subterrâneas de redes e linhas;
e) Manobras em subestação;
f) Testes de curto em linhas de transmissão;
g) Manutenção de fontes de alimentação de sistemas de comunicação;
h) Leitura em consumidores de alta tensão;
i) Aferição em equipamentos de medição;
j) Medidas de resistências, lançamento e instalação de cabo contrapeso;
k) Medidas de campo eletromagnético, rádio, interferência e correntes 
induzidas;
l) Testes elétricos em instalações de terceiros em faixas de linhas de 
transmissão (oleodutos, gasodutos etc.); 
m) Pintura de estruturas e equipamentos;
n) Verifi cação, inspeção, inclusive aérea, fi scalização, levantamento de 
dados e supervisão de serviços técnicos; 
o) Montagem, instalação, substituição, manutenção e reparos de: 
barramentos, transformadores, disjuntores, chaves e seccionadoras, 
condensadores, chaves a óleo, transformadores para instrumentos, 
cabos subterrâneos e subaquáticos, painéis, circuitos elétricos, 
contatos, mufl as e isoladores e demais componentes de redes 
subterrâneas;
p) Construção civil, instalação, substituição e limpeza de: valas, bancos 
de dutos, dutos, condutos, canaletas, galerias, túneis, caixas ou 
poços de inspeção, câmaras; 
q) Medição, verifi cação, ensaios, testes, inspeção, fi scalização, 
levantamento de dados e supervisões de serviços técnicos.
30
 HiGiENE Do TrABALHo I
 ATIVIDADES ÁREA DE RISCO
I. Atividades, constantes no item 4.1, de 
construção, operação e manutenção de 
redes de linhas aéreas ou subterrâneas 
de alta e baixa tensão integrantes do 
SEP, energizados ou desenergizados, 
mas com possibilidade de energização 
acidental ou por falha operacional.
a) Estruturas, condutores e equipamen-
tos de linhas aéreas de transmissão, 
subtransmissão e distribuição, incluin-
do plataformas e cestos aéreos usados 
para execução dos trabalhos;
b) Pátio e salas de operação de subes-
tações;
c) Cabines de distribuição;
d) Estruturas, condutores e equipamen-
tos de redes de tração elétrica, incluindo 
escadas, plataformas e cestos aéreos 
usados para execução dos trabalhos;
e) Valas, bancos de dutos, canaletas, 
condutores, recintos internos de caixas, 
poços de inspeção, câmaras, galerias, 
túneis, estruturas terminais e aéreas de 
superfície correspondentes;
f) Áreas submersas em rios, lagos e 
mares. 
II. Atividades, constantes no item 4.2, 
de construção, operação e manutenção 
nas usinas, unidades geradoras, subes-
tações e cabinas de distribuição em ope-
rações, integrantes do SEP, energizados 
ou desenergizados, mas com possibili-
dade de energização acidental ou por 
falha operacional
a) Pontos de medição e cabinas de dis-
tribuição, inclusive de consumidores; 
b) Salas de controles, casa de máqui-
nas, barragens de usinas e unidades 
geradoras;
c) Pátios e salas de operações de su-
bestações, inclusive consumidoras.
III. Atividades de inspeção, testes, en-
saios, calibração, medição e reparos 
em equipamentos e materiais elétricos, 
eletrônicos, eletromecânicos e de segu-
rança individual e coletiva em sistemas 
elétricos de potência de alta e baixa ten-
são.
a) Áreas das ofi cinas e laboratórios de 
testes e manutenção elétrica, eletrônica 
e eletromecânica onde são executados 
testes, ensaios, calibração e reparos de 
equipamentos energizados ou passíveis 
de energização acidental;
b) Sala de controle e casas de máquinas 
de usinas e unidades geradoras;
c) Pátios e salas de operação de subes-
tações, inclusive consumidoras;
d) Salas de ensaios elétricos de alta ten-
são;
e) Sala de controle dos centros de ope-
rações
IV. Atividades de treinamento em equi-
pamentos ou instalações integrantes do 
SEP, energizadas ou desenergizadas, 
mas com possibilidade de energização 
acidental ou por falha operacional.
a) Todas as áreas descritas nos itens 
anteriores.
QUADRO I
FONTE: Brasil (1978, p.11-12)
31
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
Quanto à expressão “Sistemas Elétricos de Potência”, utilizada no citado 
Anexo da NR16, esta também é defi nida na NBR5460 – Sistemas Elétricos de 
Potência – Terminologia, a seguir:
3.613 Sistema Elétrico (de potência)
3.613.1 Em sentido amplo, é o conjunto de todas as instalações 
e equipamentos destinados à geração, transmissão e 
distribuição de energia elétrica.
3.613.2 Em sentido restrito, é um conjunto defi nido de linhas 
e subestações que assegura a transmissão e/ou a distribuição 
de energia elétrica, cujos limites são defi nidos por meio de 
critérios apropriados, tais como, localização geográfi ca, 
concessionário, tensão, etc. (ABNT, 2019, p. 44).
4 RISCOS AMBIENTAIS
Antes de tudo, vamos ver a diferençaentre perigo e risco. De acordo com a 
Occupational Health and Safety Assessment Series – OHSAS 18.001 de 2007, 
PERIGO é defi nido como “Fonte ou situação com potencial para provocar danos 
em termos de lesão, doença, dano à propriedade, dano ao meio ambiente do local 
de trabalho, ou uma combinação destes” e o RISCO é, segundo a mesma OHSAS 
18.001 de 2007, defi nido como “Combinação da probabilidade de ocorrência e 
da(s) consequência(s) de um determinado evento perigoso” (OHSAS, 2007, p. 4). 
Simplifi cando, o perigo é um risco alto, que não é controlado, com ocorrência e 
nocividade da lesão alta ou fatal. 
Como exemplo, podemos citar uma pessoa dirigindo sem habilitação. Esta 
situação é considerada um perigo, pois há um risco inaceitável.
Já o risco é a exposição ao perigo e pode ser avaliado tanto quantitativa 
quanto qualitativamente.
4.1 CONCEITOS GERAIS DOS 
RISCOS AMBIENTAIS
O ambiente de trabalho, ao interagir com o trabalhador, pode infl uenciar 
direta ou indiretamente na saúde e segurança do colaborador, assim como nos 
resultados do seu trabalho. Ao longo desta interação, alguns fatores poderão 
não ser controlados e ultrapassarem, por exemplo, os níveis permitidos por lei 
da concentração de agentes nocivos a sua saúde ou os tornar mais susceptível a 
doenças do trabalho, podendo ser os acidentes de trabalho, doenças profi ssionais 
ou doenças do trabalho (BARSANO; BARBOSA, 2018).
32
 HiGiENE Do TrABALHo I
Tais acometimentos ocasionados no ambiente de trabalho terão graus de 
comprometimento variados, uns com uma probabilidade maior de ocorrência, 
outros com gravidades maiores, mas de alguma forma sempre teremos a 
presença de agentes nocivos à saúde dos trabalhadores.
Assim, nossa intenção é que você desenvolva um olhar técnico, observando 
os riscos presentes nas diversas situações que muito provavelmente uma pessoa 
que não tem conhecimento sobre segurança do trabalho, mas que até realiza 
aquela atividade, não consegue perceber os riscos ali presentes. E, desta forma, 
poderá oferecer o máximo de proteção e satisfação ao ambiente de trabalho, que 
por sua vez infl uenciará em aumento de produtividade, qualidade dos serviços, 
redução do índice de absenteísmo e diminuição das doenças e acidentes de 
trabalho (BARSANO; BARBOSA, 2018).
4.2 CLASSIFICAÇÃO E 
RECONHECIMENTO DOS RISCOS 
AMBIENTAIS
Os riscos no ambiente de trabalho são classifi cados em cinco tipos, de acordo 
com a Portaria nº 3.214, do Ministério do Trabalho do Brasil, de 1978, sendo eles: 
físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidente ou mecânicos (BRASIL, 
1978).
De acordo com a NR9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, item 
9.1.5, temos:
Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os 
agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes 
de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou 
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar 
danos à saúde do trabalhador.
Já nos itens 9.1.5.1, 9.1.5.2 e 9.1.5.3, temos:
Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia 
a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: 
ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, 
radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o 
infrassom e o ultrassom.
Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos 
ou produtos que possam penetrar no organismo pela via 
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, 
gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de 
exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo 
organismo através da pele ou por ingestão.
Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, 
33
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros (BRASIL, 
1978, p. 1).
Já de acordo com a NR17 – ERGONOMIA, os riscos ergonômicos: são 
considerados aqueles cuja relação do trabalho com o homem causam desconforto 
ao mesmo, podendo causar danos a sua saúde, tais como esforço físico intenso, 
postura inadequada, ritmos excessivos, monotonia e repetitividade e outros 
fatores que possam levar ao estresse físico e/ou psíquico.
Com relação aos riscos de acidente (mecânicos), não há uma norma 
específi ca, a descrição estará em diversas normas, como exemplo na NR12, 
NR13, NR14, NR18 e NR23. Podemos considerar, como este tipo de risco, 
aqueles que envolvem operação com máquinas, equipamentos, ferramentas, 
dispositivos, produtos, instalações, proteções e outras situações de risco que 
possam contribuir para a ocorrência de acidentes durante a execução do trabalho
devido ao uso, disposição ou construção incorreta.
Os riscos são separados por grupos e cada um é representado por uma cor. 
Segue um quadro de representação dos riscos:
QUADRO 7 – CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS POR CORES
FONTE: <https://www.google.com/search?q=tabela+de+riscos+
ocupacionais&tbm=isch&source=univ&sa=X&ved=2ahUKEwj0oOPZzb_
iAhVbLLkGHVFzDcgQsAR6BAgHEAE&biw=1366&bih=667#imgrc=L6rkxkH
l2PZTfM:>. Acesso em: 10 ago. 2019.
34
 HiGiENE Do TrABALHo I
As cores também são determinadas pela portaria com a fi nalidade da fácil 
identifi cação destes riscos em uma representação gráfi ca chamada de Mapa de 
Riscos.
FIGURA 1 – MAPA DE RISCOS
FONTE: <https://www.google.com/search?q=mapa+de+riscos&source=
lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiOmIz-zr_iAhXgILkGHWjDAj4Q_
AUIDigB&biw=1366&bih=667#imgrc=fxcF6Nha49VAcM:>. Acesso em: 10 ago. 2019.
O reconhecimento dos riscos ambientais também está contemplado na NR9, 
mais especifi camente no item 9.3.3, em que temos que o reconhecimento dos 
riscos ambientais deverá conter os seguintes itens, quando aplicáveis:
a) a sua identifi cação;
b) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;
c) a identifi cação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos 
agentes no ambiente de trabalho;
d) a identifi cação das funções e determinação do número de trabalhadores 
expostos;
e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição;
f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível 
comprometimento da saúde decorrente do trabalho;
g) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identifi cados, 
disponíveis na literatura técnica;
h) a descrição das medidas de controle já existentes.
35
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
4.3 TIPOS DE AVALIAÇÕES DOS 
RISCOS AMBIENTAIS
Segundo a Norma Regulamentadora nº 15, a caracterização dos riscos 
ambientais é dada através de duas variáveis: concentração do agente e tempo 
de exposição. A Concentração de cada agente se dará com a avaliação, que 
pode ser quantitativa ou qualitativa (BRASIL, 1978).
Com relação ao tempo de exposição, podemos monitorá-lo através de 
inspeção no ambiente onde são desenvolvidas as atividades dos trabalhadores, na 
forma de entrevistas com as pessoas envolvidas na tarefa, fazendo observações 
dos procedimentos e, em determinadas situações, realizar a contagem mesmo 
do tempo desprendido para realizar aquela ação. Desta forma, teremos como 
comparar através dos anexos da NR15 se os limites de tolerância para o agente 
a ser avaliado foi ultrapassado ou não, e caso excedido o limite, iremos tomar as 
medidas de controle necessárias (BRASIL, 1978).
A análise de risco envolve diversas questões como: 
1) fonte geradora do risco, suas consequências e a possibilidade de 
ocorrência; 
2) ocorrendo a consequência do risco, quais fatores levaram ao fato;
3) relação entre as consequências e as suas ocorrências, levando 
em consideração as medidas existentes, sejam elas: processos, 
dispositivos ou práticas existentes, controles resultantes de 
tratamentos de risco anteriores;
4) APR – Análise Preliminar do Risco, visando listar os riscos envolvidos 
em determinada atividade.
A análise do risco visa identifi caro perigo e estimar o risco. De modo geral, 
a análise de risco serve também para mensurar o grau do risco, de modo a poder 
tomar a melhor medida de controle em relação à situação de trabalho que foi 
analisada, e verifi car o quão este risco é tolerável ou não, ou seja, se está dentro 
do limite de tolerância estabelecido por lei. A partir de então, deverá ser feita a 
gestão do risco (ROMERO, 2004).
Como mencionado, a avaliação do risco pode ser quantitativa ou qualitativa, 
dependerá do agente analisado e das circunstâncias. Normalmente, começamos 
com a análise qualitativa, em que faz-se uma inspeção sobre determinado local de 
trabalho, analisando as principais características do ambiente laboral, os agentes 
ambientais que podem estar presentes, as atividades desenvolvidas e os cargos 
36
 HiGiENE Do TrABALHo I
existentes naquele local, desta forma podemos ter uma indicação do nível de 
risco e assim defi nir a melhor forma de análise de risco, ou seja, qual seria o tipo 
de análise aplicada (CARVALHO; MELO, 2013).
Na análise quantitativa é realizada inspeção em local de trabalho, 
utilizando-se de equipamentos específi cos de medição para a 
quantifi cação dos agentes ambientais presentes naquele ambiente de 
trabalho. Todos os equipamentos de medição devem estar calibrados
por empresas acreditadas pela INMETRO e pertencer à Rede Brasileira de 
Calibração (RBC), conforme determina a NBR 17.025/2005.
4.3 CONCEITOS GERIAS E 
OCORRÊNCIAS DO RUÍDO
• Som
Por defi nição, o som é uma variação da pressão atmosférica capaz de
sensibilizar nossos ouvidos (SESI, 2007).
• Como se propaga o som 
O som é energia mecânica, energia que produz trabalho. Pode se propagar 
em meio sólido, líquido ou gasoso e em velocidades diferentes dependendo do 
meio, mas não se propaga no vácuo. O som se propaga mais rápido em meio 
sólido porque as partículas estão mais próximas (IFPR, 2013).
• Qualidades fi siológicas do som 
As qualidades fi siológicas do som são divididas em intensidade, altura e 
timbre. A intensidade faz com que você diferencie um som forte de um fraco. Um 
bom exemplo ocorre no trânsito com as buzinas dos veículos, normalmente, o 
som que emitem é bem forte. A segunda qualidade, a altura, mostra quando o 
som é alto e quando é baixo. O som alto é agudo e de alta frequência, já o baixo 
é grave e de baixa frequência. Timbre nada mais é do que ouvir sons que vêm de 
fontes diferentes e saber diferenciá-los. Por exemplo, ouvir instrumentos musicais. 
Somos capazes de perceber o som vindo do piano e do violino, diferenciando um 
do outro mesmo que estejam na mesma altura e na mesma intensidade (IFPR, 
2013).
37
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
• A frequência sonora 
Segundo o SESI (2007), frequência é o número de vezes que a oscilação 
se repete em uma unidade de tempo e é expressa na unidade Hertz. Um ciclo 
equivale a uma oscilação completa. Quando falamos em perda auditiva, falamos 
que o processo de perda da audição se inicia nas frequências mais altas, isto é, 
deixamos de ouvir inicialmente os sons mais agudos. 
Ruído, de acordo com Brevigliero, Possebon e Spinelli (2012), é o fenômeno 
físico vibratório que apresenta características indefi nidas de variação de pressão 
em função da frequência. 
Outra defi nição para ruído é que ele é um agente físico presente nos ambientes de
trabalho, em diversos tipos de instalações ou atividades profi ssionais. Ele pode 
causar diversos danos à saúde do trabalhador, inclusive danos irreparáveis (SESI, 
2007).
Segundo o NIOSH – National Institute for Occupation Safety and Health 
(2019), agência federal americana de pesquisa em saúde e segurança 
ocupacional, há aproximadamente 30 milhões de trabalhadores expostos a ruído 
no mundo e, conforme estatística de acidentes e doenças do trabalho, o Ministério 
da Previdência Social demonstrou que a Perda Auditiva Induzida pelo Ruído – 
PAIR – é a 2ª maior ocorrência de danos à saúde notifi cados pelos empregadores, 
fi cando atrás apenas de patologias musculoesqueletais relacionadas ao trabalho.
A Norma Regulamentadora nº 15, aprovada pela Portaria nº 3.214/78, 
estabelece que as empresas que submetem os trabalhadores a níveis de ruído 
elevados, sem a devida proteção adequada, devem fazer o pagamento de adicional 
de 20% incidente sobre o salário mínimo da região aos funcionários. Também a 
Instrução Normativa nº 11 de 03/06 da Previdência Social, que substituiu a IN 118, 
permite a aposentadoria precoce, dita “especial”, aos trabalhadores expostos a 
níveis de ruído elevados e esse fato obriga as empresas a pagarem um adicional 
sobre o FAP – Fator Acidentário de Prevenção – sobre o valor pago do SAT – 
Seguro de Acidente de Trabalho.
• Os efeitos do ruído na saúde do homem 
Várias são as atividades desenvolvidas no ambiente de trabalho que podem 
causar problemas de audição nos colaboradores que muitas vezes não utilizam 
o protetor auricular, são elas: trabalho constante com serra circular, betoneira, 
furadeira e outros equipamentos industriais. Muitos destes indivíduos não fazem o 
uso dos protetores por falta de conhecimento, outros por simplesmente acharem 
incômodo. Porém, a surdez ocasionada por ruído é uma doença irreversível 
(IFPR, 2013). 
38
 HiGiENE Do TrABALHo I
Existem outros efeitos causados pelo ruído além da surdez profi ssional 
(efeito auditivo) que provocam irritação, dores de cabeça, difi culdade de sono, 
zumbido no ouvido e outros (efeitos não auditivos) (IFPR, 2013). 
• Efeitos auditivos 
A surdez profi ssional e a surdez temporária são caracterizadas como efeitos 
auditivos. Temporária não quer dizer que a surdez seja reversível. Esse é um 
detalhe bastante importante. Os efeitos imediatos do ruído são leves, mas um dos 
mais graves, a surdez, aparece com o tempo e, ainda, pode trazer desequilíbrios 
psíquicos e doenças físicas degenerativas (SOUZA, 1992).
Quando o indivíduo fi ca exposto por um longo período a altos níveis de ruído, 
acontece o que chamamos de fadiga auditiva, mas que após o descanso cessa 
essa fadiga, ou seja, ele se recupera. Neste caso, temos a surdez temporária 
(BREVIGLIERO; POSSEBON; SPINELLI, 2012). 
• Efeitos não auditivos 
São aqueles que afetam o indivíduo fi siológica e psicologicamente, como 
alteração do humor, doenças do coração, hipertensão. Todos estes são problemas 
causados pelo ruído excessivo e que podem, sem dúvida, afetar a vida do 
trabalhador não só momentaneamente (IFPR, 2013).
• Ruído contínuo ou intermitente 
É aquele cuja variação de nível de intensidade sonora é muito pequena (<3 
dB) em função do tempo. São exemplos: motor elétrico, ventiladores etc.
Como foi visto anteriormente, de acordo com a NR15, limite de tolerância é a 
concentração ou intensidade máxima ou mínima relacionada à natureza e tempo 
de exposição ao agente. Esta mesma norma defi ne ruído contínuo ou intermitente 
como o ruído que não é de impacto (IFPR, 2013).
A NHO01 – Procedimento Técnico – Avaliação da Exposição Ocupacional ao 
Ruído da Fundacentro – defi ne como todo e qualquer ruído que não se classifi ca 
como impulsivo ou de impacto (IFPR, 2013).
• Ruído de impacto
Para ruído de impacto, a NR15 e a NHO 01 dizem que é aquele que apresenta 
picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, e intervalos 
39
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
superiores a 1 (um) segundo. São exemplos: rebitadeiras, prensas, explosões etc.
Seguem mais alguns conceitos importantes sobre o ruído de acordo com a 
NHO 01:
a) Dose diária (D): dose referente à jornada diária de trabalho.
b) Incremento de duplicação de dose (q): expresso em decibéis e quando 
adicionado a um determinado nível implica a duplicação da dose de exposição ou 
a redução para a metade do tempo máximo permitido.
c) Limite de exposição (LE):é o parâmetro de exposição ocupacional que
mostra as condições sob as quais acredita-se que a maioria dos trabalhadores 
possa ser exposta repetidamente, sem que isso traga efeitos negativos a sua 
audição e a sua fala.
d) Nível equivalente (Neq): nível médio baseado na equivalência de energia 
sonora.
e) Nível de Exposição (NE): nível médio representativo da exposição 
ocupacional diária.
4.4 NÍVEL DE PRESSÃO SONORA, 
GRANDEZAS E DEFINIÇÕES 
ASSOCIADAS AO SOM
• Nível de Pressão Sonora – Decibel 
Como o ouvido humano pode detectar uma gama muito grande de pressão 
sonora, que vai de 20 μ Pa até 200 Pa (Pa = Pascal), seria totalmente inviável a 
construção de instrumentos para a medição da pressão sonora. Para contornar 
esse problema, utiliza-se uma escala logarítmica de relação de grandezas, o 
decibel (dB). O decibel não é uma unidade, mas uma relação adimensional 
defi nida pela seguinte equação: 
L = 
Sendo:
L = nível de pressão sonora (dB); 
Po = pressão sonora de referência, por convenção, 20 μPa; 
P = Pressão sonora encontrada no ambiente (Pa).
40
 HiGiENE Do TrABALHo I
• Grandezas e defi nições associadas ao som / ruído
Amplitude (A) – é o valor máximo considerado a partir de um ponto de 
equilíbrio, atingido pela pressão sonora. A intensidade da pressão sonora é a 
determinante do “volume” que se ouve.
Comprimento de Onda (ּג) – é a distância percorrida para que a oscilação
repita a situação imediatamente anterior em amplitude e fase, ou seja, repita o ciclo. 
Período (T) – é o tempo gasto para se completar um ciclo de oscilação.
Invertendo-se este parâmetro (1/T), se obtém a frequência (f). 
Frequência (f) – é o número de vezes que a oscilação é repetida numa 
unidade de tempo. É dada em Hertz (Hz) ou ciclos por segundos (CPS). As 
frequências baixas são representadas por sons graves, enquanto as frequências 
altas são representadas por sons agudos. 
Tom Puro – é o som que possui apenas uma frequência. Por exemplo: 
diapasão, gerador de áudio. 
Ruído – é um conjunto de tons não coordenados. As frequências 
componentes não guardam relação harmônica entre si. São sons “não gratos”, 
que nos causam incômodo, desconforto. Um espectro de ruído industrial pode 
conter praticamente todas as frequências audíveis (SESI, 2007). 
• Audibilidade / Sensação sonora
O ouvido humano responde a uma larga faixa de frequências (faixa audível), 
que vai de 16-20 Hz a 16-20 KHz. Fora dessa faixa, o ouvido humano é insensível 
ao som correspondente. E para certas faixas de frequência ele é mais ou menos 
sensível (SESI, 2007).
• Aspectos Práticos
o A cada 3 dB a mais ou a menos no nível signifi ca o dobro ou a metade 
da potência sonora.
o Fontes mais de 10 dB abaixo de outras (num certo ponto de medição) 
são praticamente desprezíveis.
o A fonte mais intensa é a que "manda" no ruído total em um certo 
ponto (SESI, 2007).
Segundo o SESI (2007), os medidores de ruído dispõem de um computador 
para as velocidades de respostas, de acordo com o tipo de ruído a ser medido. A 
diferença entre tais posições está no tempo de integração do sinal, ou constante 
de tempo. 
o “slow” – resposta lenta – avaliação ocupacional de ruídos contínuos 
ou intermitentes, avaliação de fontes não estáveis;
41
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
o “fast” – resposta rápida – avaliação ocupacional legal de ruído de 
impacto (com ponderação dB (C)), calibração; 
o “impulse” – resposta de impulso – para avaliação ocupacional legal 
de ruído de impacto (com ponderação linear).
4.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO, 
PRÁTICAS E TÉCNICAS DE MEDIÇÃO 
DE RUÍDO
Os fatores de riscos ambientais são avaliados conforme as metodologias de 
cada tipo de riscos. Estas metodologias estão descritas nas NHO – Normas de 
Higiene Ocupacional, que você encontra no portal da Fundacentro (2019).
Cada fator de risco tem uma regulamentação em que se estabelecem os 
limites de exposição e as obrigações dos trabalhadores e empregadores (através 
das NR), e uma normativa com o método a ser empregado na sua avaliação 
(através das NHO). Por exemplo, o ruído contínuo ou intermitente é regulamentado 
pelo anexo 01 da NR15, e sua metodologia de avaliação está determinada na 
NHO 01 – Procedimento técnico – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído.
Já no caso das poeiras minerais (agentes químicos), que fazem parte do 
conjunto de substâncias que compõem as partículas insolúveis, tem seus limites 
normatizados pelo Anexo 12 da NR15, e sua metodologia de avaliação no 
ambiente descrita na NHO 08.
Estes dois fatores de riscos (ruído e poeiras) são avaliados quantitativamente, 
e consequentemente, a legislação estabelece os limites de exposição para 
proteção da saúde do trabalhador. Com isso, você deve entender dois importantes 
conceitos: o Nível de Ação (NR09) e o Limite de Tolerância – LT (NR15). 
Conheça na íntegra as Normas de Higiene Ocupacional – NHO 
– em: http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene-
ocupacional.
42
 HiGiENE Do TrABALHo I
QUADRO 8 – NORMAS DE HIGIENE OCUPACIONAL (NHO)
NHO01 – Procedimento Técnico – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído
NHO03 – Método de Ensaio – Análise Gravimétrica de Aerodispersoides Sólidos Coletados sobre 
Filtros e Membrana
NHO04 – Método de Ensaio – Método de Coleta e a Análise de Fibras em Locais de Trabalho
NHO05 – Procedimento Técnico – Avaliação da Exposição Ocupacional aos Raios X nos Serviços 
de Radiologia
NHO06 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor 
NHO07 – Calibração de Bombas de Amostragem Individual pelo Método da Bolha de Sabão 
NHO08 – Coleta de Material Particulado Sólido Suspenso no Ar de Ambientes de Trabalho
NHO09 – Procedimento Técnico – Avaliação da Exposição Ocupacional à Vibração de Corpo 
Inteiro
NHO10 – Procedimento Técnico – Avaliação da Exposição Ocupacional à Vibração em Mãos e 
Braços
NHO11 – Avaliação dos Níveis de Iluminamento em Ambientes Internos de Trabalho
FONTE: A autora
• Dose
Dose é o parâmetro utilizado para caracterizar a exposição ocupacional ao 
ruído. Expresso em porcentagem, tem por referência o valor máximo da energia 
sonora diária admitida defi nida com base em parâmetros preestabelecidos 
(FUNDACENTRO, 2001). 
A exposição ao ruído é composta de dois ou mais períodos em diferentes 
níveis de pressão sonora. Para essas situações serão considerados os efeitos 
combinados, como está no Anexo 1 da NR15 (IFPR, 2013).
C1/T1 + C2/T2 + C3/T3 .............Cn/Tn ≤ 1
Em que: 
Cn = tempo total de exposição a um nível específi co;
Tn = duração total permitida a esse nível. 
Normalmente, usamos um dosímetro para esse tipo de medição. O 
resultado é muito mais preciso, não podendo ultrapassar 100%. Outro ponto a 
ser considerado refere-se ao incremento de duplicação da dose “q”. De acordo 
com a Fundacentro (2001), o incremento em decibéis, quando adicionado a um 
determinado nível, implica a duplicação da dose de exposição ou a redução para 
a metade do tempo máximo permitido. A Fundacentro (2001) utiliza q = 3 e a 
NR15 q = 5. 
43
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
• Avaliando o ruído
Dosimetria de Ruído 
Na verdade, nunca existirá somente três ou quatro situações acústicas, 
de forma que, com somente três ou quatro frações, será possível encontrar a 
dose. O que se observará é uma exposição a níveis de ruído que oscilam muito 
rapidamente, com difícil obtenção de dados relativos a tempos de exposição e 
níveis de ruído. Para obter uma dose representativa, torna-se necessário o uso de 
um dosímetro (SESI, 2007). 
Em suma, o dosímetro é um instrumento que será instalado em determinado 
indivíduo e fará o trabalho de obtenção da dose, acompanhando todas as 
situações de exposição experimentadas por ele, informando em seu display o 
valor da dose acumulado ao fi nal da jornada, bem como vários outrosparâmetros, 
tais como Nível Médio (Lavg), Nível Máximo etc. (SESI, 2007).
Nível Médio (Lavg) 
É o nível ponderado sobre o período de medição, que pode ser considerado 
como nível de pressão sonora contínuo, em regime permanente, que produziria a 
mesma dose de exposição que o ruído real, flutuante, no mesmo período de tempo. 
No caso dos limites de tolerância NR15, a fórmula simplifi cada de cálculo é:
Lavg = 80+16,61 log (0,16 CD/TM)
Sendo: 
TM = tempo de amostragem (horas decimais); 
CD = contagem da dose (porcentagem).
44
 HiGiENE Do TrABALHo I
FIGURA 2 – FLUXOGRAMA DOS RISCOS AMBIENTAIS COM 
IDENTIFICAÇÃO DOS QUE APRESENTAM LIMITES DE TOLERÂNCIA
Observe que o LT pode ser um valor máximo ou mínimo a depender da 
natureza ou intensidade do agente. Por exemplo, para o ruído, a intensidade 
máxima de exposição é de 85 dB, para o tempo de exposição de 8h. Já em 
relação à presença de pessoas em ambientes com a presença de asfi xiantes 
simples, tem-se que controlar a concentração mínima de oxigênio de 18 ppm. Por 
isso o LT pode ser um valor máximo, a não ser ultrapassado, ou um valor mínimo, 
a ser respeitado!
Os fatores de riscos que você deve fi car atento aos LT são aqueles indicados 
na NR15, item 15.1.1. Vá até lá e veja quais são.
45
CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
Finalmente, você se pergunta: Devo proteger o trabalhador apenas quando 
ele estiver exposto em função do LT? A resposta é não!
Lembre-se do NA. O Nível de Ação é exatamente o valor que dará margem de 
segurança para agir antes que o trabalhador seja exposto aos riscos ambientais.
O valor do NA é defi nido na NR09, item 9.3.6.2, a saber:
9.3.6.2 Deverão ser objeto de controle sistemático as situações 
que apresentem exposição ocupacional acima dos níveis de 
ação, conforme indicado nas alíneas que seguem:
a) para agentes químicos, a metade dos limites de exposição 
ocupacional considerados de acordo com a alínea "c" do 
subitem 9.3.5.1;
b) para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme 
critério estabelecido na NR-15, Anexo I, item 6 (BRASIL, 1978, 
p. 3). 
Para você entender melhor, vamos lá. O LT do ruído é de 85 dB para oito 
horas. A alínea “b” supracitada diz que o valor do NA é 0,50 (ou 50%) do LT. Como 
a curva que constitui a dose de ruído é do tipo logarítmica, o NA para o ruído é de 
80 dB para a o período de exposição de 8 horas.
Na prática, a avaliação funciona da seguinte maneira. Imagine que você foi 
contratado para indicar se um serralheiro e seu ajudante precisam utilizar protetor 
auricular, e em caso positivo, qual deve ser a atenuação do protetor em NRRsf 
(Nível de redução do ruído). 
Para isso, você deverá realizar a dosimetria do ruído na serralheria, 
atendendo às instruções da NHO08. A dosimetria no local de trabalho dará a você 
o resultado do Nível de Pressão Sonora no local em dB.
NPS = Nível de Pressão Sonora no local em dB
Ao aplicar a metodologia da NHO 08, você realizou os devidos cálculos e 
chegou à dose de ruído de 98 dB, para as 8 (oito) horas de trabalho da dupla na 
serralharia.
Ou seja: 
NPS = 98 dB
Como você já consultou o Anexo 1 da NR15, sabe que o LT para 8h é de 85 
dB. 
46
 HiGiENE Do TrABALHo I
LT = 85 dB
Logo, se você calcular a diferença entre o Nível de Pressão Sonora no 
ambiente e o Limite de Tolerância, verifi cará que a exposição ao ruído no ambiente 
está acima do LT em 18 dB.
98 dB - 85 dB = 18
Assim, o serralheiro e seu ajudante estão expostos a 18 dB acima do limite 
de tolerância durante um dia de trabalho.
• Equipamentos de medição de ruído 
Dependendo do tipo de medição que você precise fazer, há sempre um 
medidor de pressão sonora específi co. O dosímetro, por exemplo, é um medidor 
integrador de uso pessoal que fornece a dose da exposição ocupacional de ruído 
(FUNDACENTRO, 2001). 
Para essa avaliação utiliza-se a NHO 01 da Fundacentro, seguindo as 
recomendações descritas na norma. A norma da Fundacentro recomenda a ANSI 
SI.25-1991 ou as revisões posteriores. 
FIGURA 3 – DOSÍMETRO DE RUÍDO DIGITAL - SONUS-2
FONTE: <http://www.centralbrasilinstrumentos.com.br/seguranca-do-trabalho/
dosimetros/dosimetro-de-ruido-digital---sonus-2>. Acesso em: 10 ago. 2019.
Outro equipamento de medição bastante usado é o medidor de pressão 
sonora, portado pelo avaliador. Para medição dos níveis de ruído contínuo e 
intermitente, deixamos o equipamento no circuito de compensação “A” e circuito 
de resposta lenta, conhecido como slow. Se como resultado da medição você 
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CONHECENDO A HIGIENE DO TRABALHO E OS RISCOS AMBIENTAIS INERENTES
À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Capítulo 1 
obtiver um valor intermediário, ou seja, entre dois valores, deverá adotar o valor 
da máxima exposição diária permissível, relativo ao nível imediatamente mais 
elevado. Da mesma forma para ruído de impacto, se for encontrado um nível de 
ruído intermediário, deve-se considerar a máxima exposição diária permissível 
relativa ao nível imediatamente mais elevado (IFPR, 2013).
FIGURA 4 – MEDIDOR DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA (DECIBELÍMETRO)
FONTE: <https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1029072463-medidor-de-
nivel-de-presso-sonora-decibelimetro-_JM>. Acesso em: 10 ago. 2019.
4.6 MEDIDAS DE CONTROLE
• Hierarquia da implementação de proteções
Essencialmente, você adotará a seguinte hierarquia para implementação das 
medidas de proteção na serralharia citada anteriormente:
o na fonte geradora do agente/fator de risco;
o na trajetória do agente/fator de risco;
o no trabalhador.
Seguindo esta sequência de raciocínio, quais seriam as ações a serem 
tomadas para limitar a exposição do serralheiro e seu ajudante ao NPS igual a 98 
dB?
Na FONTE: o ruído é gerado pela máquina de corte de chapas. Portanto, 
a primeira intervenção é verifi car as condições da máquina, se permite ser 
enclausurada para reduzir a projeção do ruído pelo ambiente.
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 HiGiENE Do TrABALHo I
Na TRAJETÓRIA: ao avaliar o espaço onde está localizada a serralheria, 
você percebeu que ela está em uma sala, com apenas uma porta e sem janelas. 
Ao saber que o ruído se propaga pelo ambiente, e que ele pode ser dissipado com 
a abertura de janelas, essa seria uma das opções para intervenção na trajetória 
do ruído, para atenuação da dose no trabalhador.
No TRABALHADOR: fornecer equipamento de proteção individual – EPI – 
e treiná-lo quanto à maneira adequada de uso, guarda e manutenção. Sempre 
que você se deparar com um ambiente onde não estejam implementados 
os equipamentos de proteção coletiva – EPCs – e os trabalhadores estejam 
expostos a riscos, até que as medidas coletivas sejam implementadas, e tenham 
sua efi cácia devidamente comprovada, a medida de proteção individual deverá 
ser mantida.
• Atenuação do protetor auricular
O Manual SESI (2007), item 5 do capítulo V, aborda os aspectos de controle: 
na fonte e na trajetória, e a atenuação dos protetores auriculares.
Dê especial atenção à explicação sobre a atenuação do protetor auricular 
pelo método NRRsf. Apesar de existirem outros métodos, como o longo, será 
sufi ciente que você adote o método NRRsf na sua futura rotina de trabalho como 
TST (SOBRAL, 2018).
O método NRRsf é simples e aceito para fi ns previdenciários, bem como os 
métodos longo, NRR e NRRa.
Voltando ao nosso exemplo do serralheiro e do seu ajudante, você precisa 
agora indicar o protetor auricular adequado para exposição ao ruído durante 
a jornada de trabalho. Conhecido o NPS de 98 dB, e sabendo que a NR15 
estabelece que para oito horas de trabalho eles podem estar expostos a 85 dB, 
você terá que indicar um protetor com NRRsf igual ou superior à diferença entre o 
NPS e o LT. Ou seja, um protetor com NRRsf igual ou maior que 18.
Ao adquirir um protetor auricular, você encontrará na sua embalagem o 
número do NRRsf daquele protetor. Ao adquirir o abafador, você saberá qual é o 
fator de atenuação

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