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SUMÁRIO 1. Introdução ..................................................................... 3 2. Ossos Longos ............................................................. 6 3. Ossos Curtos ............................................................... 7 4. Ossos Laminares ....................................................... 9 5. Ossos Irregulares ....................................................... 9 6. Ossos Pneumáticos ................................................11 7. Ossos Sesamoides ..................................................12 8. Acidentes Ósseos ....................................................14 Referências Bibliográficas .........................................19 3CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS 1. INTRODUÇÃO O osso, apesar da sua aparência rí- gida e simples, é um tecido vivo, em constante transformação, que corres- ponde a uma forma especializada de tecido conjuntivo. Ele é circundado pelo periósteo, um revestimento de tecido conjuntivo fibroso, que nutre as suas faces externas. Existem dois tipos de ossos: o com- pacto e o esponjoso (trabecular). Eles são diferenciados pela quantidade relativa de material sólido e pelo nú- mero e tamanho dos espaços que eles apresentam. Nos ossos com- pactos as lamínulas de tecido ósseo estão mais fortemente unidas pelas suas faces, sem que haja espaço livre interposto. Já nos ossos esponjosos, essas lamínulas são mais irregulares em formato e tamanho, restando es- paços entre si. Todos os ossos apresentam uma ca- mada fina superficial de osso com- pacto, com uma massa central de osso esponjoso, exceto quando o osso esponjoso é substituído pela cavidade medular. Embora o tecido ósseo predomine, os ossos contêm também tecido nervoso, tecido san- guíneo, cartilagem e tecido epitelial. (Figura 1) A proporção entre osso compacto ou esponjoso e a arquitetura deles de- pende da função do osso no esque- leto. O osso compacto é um osso de resistência e está mais presente em locais de sustentação do peso. SE LIGA! A cavidade medular é um es- paço interno central ao osso, revestido pelo endósteo, que contém a medula óssea amarela (armazenamento de gor- dura) ou vermelha (hematopoiese). As principais funções do sistema es- quelético são: • Suporte • Movimento • Proteção • Depósito mineral (cálcio e fosfato) • Formação da célula sanguí- nea e estoque de energia • Energia metabólica (os- teoblastos secretam a os- teocalcina – hormônio que influencia na regulação de açúcar no sangue e na energia metabólica) 4CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS Figura 1: Elementos ósseos. Fonte: American Cancer Society. A classificação dos ossos mais utilizada é aquela que leva em consideração a morfologia dos ossos, agrupando-os de acordo com a predominância do comprimento, da largura ou da espessura. Sendo assim, os ossos são classificados em longos, cur- tos, laminares, irregulares, pneumáticos e sesamóides. 5CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS INTRODUÇÃO CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS Funções Tipos Classificação de acordo com a morfologia Movimento Suporte Compacto Esponjoso (Trabecular) Proteção Depósito mineral Formação da célula sanguínea e estoque de energia Energia Metabólica Longos Curtos LaminaresIrregulares Pneumáticos Sesamoides 6CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS 2. OSSOS LONGOS Os ossos longos são os mais pre- sentes no nosso corpo, estando lo- calizados principalmente no es- queleto apendicular. Eles têm o comprimento maior do que a largura e a espessura. Os ossos longos apre- sentam duas extremidades: as epífi- ses; além de um corpo, a diáfise, que apresenta o canal medular no seu in- terior (por isso também os ossos lon- gos são chamados de tubulares). As metáfises estão presentes entre as epífises e a diáfise e correspondem às zonas de crescimento do osso. (Figura 2) SE LIGA! Nos ossos onde a ossificação não está completa, existe a cartilagem epifisária. Um tipo de cartilagem que se encontra entre a epífise e a diáfise, res- ponsável pelo crescimento longitudinal e lateral do osso. Na infância, correspon- de a um ponto frágil no osso, sendo alvo de fraturas. Os ossos longos são representados por: fêmur, tíbia, úmero, metacarpo, falange etc. Figura 2: Estrutura dos ossos longos. Fonte: www.auladeanatomia.com Alguns autores ainda diferenciam os ossos longos dos ossos alongados, que são ossos que também apresen- tam o comprimento maior do que a largura e a espessura, mas não pos- suem canal medular, metáfise e epífi- se. Apenas as clavícula e as costelas integram esse grupo. 7CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS Figuras 3 e 4: Clavícula e costela média. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 3. OSSOS CURTOS Os ossos curtos são menos frequen- tes que os ossos longos e existem apenas no esqueleto apendicular. Eles têm formato cuboide, apresen- tando equivalência no comprimento, largura e espessura. Apresentam uma camada de osso compacto muito fina e o seu inte- rior é completamente preenchido por osso esponjoso. São encontra- dos apenas no tarso (tornozelo) e no carpo (punho). DEFINIÇÃO EXEMPLOSPARTES OSSOS ALONGADOS Comprimento > largura e espessura Epífises: extremidades Não possuem canal medular, metáfise e epífise. Localizados principalmente no esqueleto apendicular Metáfises: zonas de crescimento Clavícula e costelas Tipo mais frequente em nosso corpo. Diáfise: contém o canal medular Fêmur Úmero Tíbia Falanges OSSOS LONGOS 8CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS Figuras 5 e 6: Ossos do carpo e do tarso. Fonte: www.auladeanatomia.com DEFINIÇÃO OSSOS DO CARPOCOMPOSIÇÃO OSSOS DO TARSO Formato cuboide Fina camada de osso compacto Equivalência entre comprimento, lar- gura e espessura Interior preenchido por osso esponjoso Localizados apenas no esqueleto apendicular Trapézio Cuneiformes Pisiforme Calcâneo Capitato Navicular Semilunar Trapezóide Cubóide Piramidal Hamato Tálus Escafóide OSSOS CURTOS 9CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS 4. OSSOS LAMINARES Os ossos laminares, também conhe- cidos como ossos planos, apresentam equivalência no comprimento e na largura, enquanto que a sua espes- sura é menor. São ossos leves, porém resistentes, que garantem proteção e possuem grandes áreas para inser- ção de músculos. São representados por ossos do crânio (parietal, frontal e occipital), pela escápula e pelo ilíaco. Figuras 7, 8 e 9: Ossos frontal, occipital e parietal. Fonte: www.kenhub.com DEFINIÇÃO EXEMPLOS Também conhecidos como ossos planos Equivalência entre comprimento e largura, espessura menor Ossos do Crânio: Pari- etal, Frontal, Occipital Ossos leves e resistentes Proteção e inserção de músculos Escápula Ilíaco 5. OSSOS IRREGULARES Como o nome já diz, os ossos irre- gulares não têm padrão definido. Apresentam vários formatos, sem correspondência com as formas ge- ométricas conhecidas. São formados por tecido esponjoso fechado dentro de uma fina camada de osso com- pacto. Alguns representantes desse grupo são as vértebras, o osso sacro, osso temporal, osso hioide. Eles apresentam várias funções no corpo humano, como por exemplo: proteção do tecido nervoso (vérte- bras); pontos de fixação para a liga- OSSOS LAMINARES 10CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS ção do músculo esquelético (sacro); manutenção da faringe, apoio à tra- queia e apoio para a língua (hioide). Figuras 10 e 11: Vértebras e osso sacro. Disponível em www.kenhub.com Figura 12: Osso temporal. Disponível em pt.wikipedia.org 11CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS 6. OSSOS PNEUMÁTICOS Os ossos pneumáticos são ossos dotados de cavidades que armaze- nam ar e possuem fins respiratórios. Como pode ser observado, não são caracterizados por um formato geo- métrico específico, mas sim pela sua DEFINIÇÃO EXEMPLOSFUNÇÕES Não têm padrão definido Proteção do tecido nervosoEquivalência entre comprimento e largura, espessura menor Pontos de fixação muscular Ossos leves e resistentes Proteção e inserção de músculos Vértebras Suporte Hioide Sacro Temporal importância de permitir a passagem de ar, conferirem leveza e aumenta- rem a área de inserção dos músculos. São exemplos de ossos pneumáti- cos, alguns ossos do crânio e da face, como o frontal, o etmoide, o maxilar e o esfenoide. Figura 13: Ossos pneu- máticos/seios paranasais. Fonte: docplayer.com.br O SS O S IR R EG U LA R ES 12CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS 7. OSSOS SESAMOIDES Os ossos sesamoides são ossos que, apesar de curtos, não podem ser assim classificados, pois apresentam uma particularidade importante que os destaca dos demais ossos do grupo dos ossos curtos: estão localizados dentro de um tendão, tendo como objetivo o aumento de torque e di- recionamento do mesmo, realizan- do também a função de proteger DEFINIÇÃO EXEMPLOSFUNÇÕES Permitem a passagem de ar Dotados de cavi- dades que armazenam ar Conferem leveza Possuem fins respiratórios Frontal Aumentam a área de inserção muscular Esfenoide Etmoide Maxilar OSSOS PNEUMÁTICOS os tendões contra o seu desgaste excessivo. São ossos encontrados nos lugares onde os tendões cruzam as extremi- dades dos ossos longos nos membros. O osso sesamoide mais conhecido é a patela (antiga rótula), presente em todos os seres humanos, mas a fabe- la também é um exemplo desse tipo de osso. Figura 14: A patela. Fonte: www.auladeanatomia.com 13CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS CURIOSIDADE! A fabela é um tipo de osso sesamoide, localizado no tendão da cabeça lateral do músculo gastrocnêmio. Este osso já esteve presente em 11% da população humana, o que fez com os pesquisadores acreditassem que ele estivese desaparecendo durante o processo evolu- tivo. No entanto, estudos recentes têm mostrado que a fabela está novamente presente em 39% da população humana. A função exata da fabela ainda é desconhecida, porém pes- quisadores trazem que pode atuar ajudando a reduzir o atrito nos tendões e redirecionando as forças dos músculos ou, como no caso da patela, aumentando a força mecânica do mús- culo. Em resumo, muito pouco se sabe sobre a sua função, mas a teoria mais aceita para o seu ressurgimento é a que estamos realizando uma pressão maior em nossos joelhos, por motivos individuais, e que, como qualquer osso sesamoide, esse osso se desenvolve em resposta aos movimentos e forças exercidas sobre eles. Figuras 15 e 16: Fabela (as setas na figura 15 indicam a localização da fabela). Fonte: bbc.com/portuguese/geral-47988287. 14CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS 8. ACIDENTES ÓSSEOS Os acidentes ósseos são marcas nas superfícies ósseas que fornecem in- formações sobre as funções dos os- sos e músculos e na relação dos os- sos com suas estruturas associadas. Enquadram-se em três categorias: projeções (locais de fixação para os músculos e ligamentos), superfícies que participam das articulações e de- pressões ou aberturas. A seguir discutiremos com detalhes os principais acidentes ósseos dividi- dos por categorias: • Projeções ◊ Tuberosidade ou túber: proje- ção arrendodada grande, pode se tornar rugosa. ◊ Crista: margem estreita do osso, geralmente proeminente. ◊ Trocânter: grande processo glo- boso para inserção muscular. ◊ Tubérculo: pequena projeção arredondada ou processo. ◊ Epicôndilo: área elevada sobre ou acima de um côndilo. ◊ Espinha: projeção afiada, delga- da, muitas vezes pontiaguda. ◊ Processo: qualquer proemi- nência óssea. DEFINIÇÃO EXEMPLOSFUNÇÕES Ossos curtos que estão localizados dentro de um tendão Proteção dos tendões PatelaAumento do torque e direcionamento do mesmo Fabela OSSOS SESAMOIDES 15CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS Figura 17: Acidentes ósseos: projeções ósseas. Fonte: MARIEB, Elaine. Anatomia Humana. Pearson Education Brasil, 2014. • Superfícies que formam articula- ções ◊ Cabeça: expansão óssea esfe- roide sustentada por um colo estreito. ◊ Faceta: superfície articular lisa, quase plana. ◊ Côndilo: projeção articular ar- rendondada, muitas vezes se articula com uma fossa cor- respondente. 16CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS Figura 18: Acidentes ósseos: superfícies que formam articulações. Fonte: MARIEB, Elaine. Anatomia Humana. Pearson Education Brasil, 2014. • Depresssões e aberturas ◊ Forame: orifício redondo ou oval (passagem para estrutu- ras vasculonervosas) ◊ Sulco: depressão alongada em forma de canaletas (“cica- trizes” deixadas pelos vasos e nervos) ◊ Fissura: abertura estreita ◊ Incisura: entalhe na extremi- dade de uma estrutura ◊ Fossa: depressão rasa (aco- moda órgãos ou parte deles) ◊ Meato: semelhante a um canal de passagem articular. ◊ Seio: cavidade dentro de um osso, preenchida com ar e re- vestida com membrana mu- cosa. Figura 19: Acidentes ósses: depressões e aberturas. Fonte: MARIEB, Elaine. Anatomia Humana. Pearson Education Brasil, 2014. 17CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS FLUXOGRAMA ACIDENTES ÓSSEOS ACIDENTES ÓSSEOS Projeções Superfícies que participam das articulações Depressão ou Abertura ForameTuberosidade ou túber Cabeça FissuraTrocânter Côndilo MeatoEspinha SulcoCrista Faceta FossaEpicôndilo IncisuraTubérculo SeioProcesso 18CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS • Localizados dentro de um tendão • Objetivam o aumento do torque e direcionamento do mesmo • Protegem os tendões do desgaste excessivo • Comprimento > largura e espessura • Apresentam 2 extremidades (epífises) + 1 corpo (diáfises) • Apresentam o canal medular no seu interior • Comprimento e largura > espessura • São leves, porém resistentes e garantem proteção • São ossos dotados de cavidades e revestidos por mucosa • Armazenam ar com finalidade respiratória • Formados por osso esponjoso fechado dentro de uma fina camada de osso compacto • Não apresentam correspondência com formas geométricas • Comprimento = largura = espessura (formato cuboide) • Osso compacto na superfície e internamente preenchido por osso esponjoso. OSSOS SESAMOIDES OSSOS LONGOS OSSOS LAMINARES OSSOS PNEUMÁTICOS OSSOS IRREGULARES OSSOS CURTOS 19CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Moore, Keith L. Anatomia orientada para a Clínica. 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Sobotta, Johannes et al. Sobotta, Atlas de Anatomia Humana. 23ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. Netter, Frank Henry. Atlas de Anatomia Humana. 6ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Gartner, Leslie P. Tratado de Histologia em Cores. 3ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Marieb, Elaine; Wilhelm, Patricia; Mallatt, Jon. Anatomia Humana. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 20CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS OSSOS
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