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Introdução a Metodologia 
Científica 
 
Ana Néri Almeida Tenório 
 
 
Técnicas de estudos 
2 Metodologia científica 
 
 
 
 Introdução a Metodologia Científica 
/ Ana Néri Almeida Tenório 
Maceió, 2012. 85f.; 26cm 
UAB – Universidade Aberta do Brasil 
 
 1. Introdução a Metodologia Científica I Tenório, Ana Néri Almeida 
 
 
Técnicas de estudos 
3 Metodologia científica 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 6 
1.1 A importância da leitura .............................................................................. 7 
1.2 Estratégias de leitura ........................................................................................ 8 
1.3 Tipos de leitores ............................................................................................... 11 
1.4 Estratégias cognitivas e metacognitivas ......................................................... 12 
1.5 Esquema, resumo e fichamento ..................................................................... 14 
1.5.1 Esquema ....................................................................................................... 14 
1.5.2 Tipos de resumo ........................................................................................... 17 
1.5.3 Fichamento .................................................................................................. 21 
1.6 Pesquisa bibliográfica ..................................................................................... 24 
1.7 Referências ...................................................................................................... 30 
2. INTRODUÇÃO À PESQUISA CIENTIFICA .................................................... 32 
2.1 Tipos de conhecimento ................................................................................... 32 
2.2 Pesquisa científica .......................................................................................... 34 
2.3 Tipologia da pesquisa ..................................................................................... 37 
2.4 Planejamento de pesquisa .............................................................................. 39 
2.5 Referências ..................................................................................................... 50 
3. ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS .......................................... 52 
3.1. Tipos de trabalhos acadêmicos ...................................................................... 52 
3.2 Partes que compõem o trabalho .................................................................... 54 
3.3 Referências ..................................................................................................... 69 
4 PROJETO DE PESQUISA ................................................................................. 70 
4.1 Partes que compõem o projeto de pesquisa ................................................... 71 
4.2 Normas da redação do texto .......................................................................... 82 
REFERÊNCIAS.....................................................................................................85 
 
 
 
Técnicas de estudos 
4 Metodologia científica 
Introdução 
O objetivo deste manual é servir de apoio aos alunos do ensino a 
distância, do IF-AL, em seu aprendizado na disciplina Metodologia Científica. 
Trata-se de um resumo das principais noções dessa unidade curricular, 
abordadas com linguagem clara, procurando se familiarizar com o alunado, na 
tentativa de esclarecer suas dúvidas e dificuldades em sua nova etapa como 
aluno de nível superior. 
O ingresso do aluno em um curso superior, geralmente, provoca uma 
série de mudanças em seu cotidiano, exigindo-se desse novato uma dedicação 
mais acentuada aos estudos, normas e experiências distintas das vividas em sua 
etapa anterior, como aluno do ensino médio. Até mesmo o aluno com mais 
idade, que já tenha concluído o ensino médio há alguns anos, sente dificuldade 
nesse processo de crescimento intelectual. Na verdade, trata-se de uma 
mudança de postura como aluno, como colega de sala, agora não mais com o 
“amparo” dos pais e cuidado e compreensão por parte da maioria dos 
professores, e sim com a cobrança excessiva, embora discreta, da instituição da 
qual ele faz parte, dos professores, da sociedade em geral. O aluno de nível 
superior precisa se adaptar a essas mudanças e cobranças, construindo seu 
espaço na sociedade, solidificando seus objetivos e buscando êxito em seu dia-a-
dia, com senso crítico aguçado. 
Dentro desse quadro de mudanças e desafios, a disciplina Metodologia 
Científica é de suma importância para o crescimento do aluno de nível superior. 
Mais do que um aprendizado de normas e técnicas para o desenvolvimento de 
trabalhos acadêmicos, ela se propõe a trabalhar a postura do aluno de nível 
 
 
Técnicas de estudos 
5 Metodologia científica 
superior, desenvolvendo o senso crítico e estimulando seu interesse pela 
pesquisa científica. 
Na unidade 1, discutiremos sobre as técnicas de estudo, com enfoque 
nas estratégias de leitura, modelos de esquema de texto, tipos de resumo e 
pesquisa bibliográfica; na unidade 2, daremos um grande passo: discutiremos 
sobre como elaborar uma pesquisa científica, dando ênfase à questão da 
formulação de um problema científico, hipóteses e estudo dos tipos de método; 
nas unidades 3 e 4, abordaremos a questão das partes que compõem os 
trabalhos científicos, especificamente, o projeto de pesquisa, apresentando as 
normas técnicas da ABNT e noções básicas da redação do texto científico. 
Boa leitura! 
 
 
Técnicas de estudos 
6 Metodologia científica 
 
 
 
UNIDADE 1 
Técnicas de estudos 
 
 
 
Técnicas de estudos 
7 Metodologia científica 
1. Introdução 
Neste capítulo iremos conhecer as principais orientações para a 
realização de um estudo produtivo e consciente. Produtivo no sentido de ser 
efetivo e trazer ganhos para o aluno; consciente pelo fato de o aluno adotar 
determinadas técnicas para alcançar os objetivos desejados. 
Na maioria das vezes, o aluno estuda porque precisa fazer uma prova, 
porque precisa tirar nota “x” ou “y”, sem se dar contar de como está estudando e 
quais os ganhos reais que ele terá com esse estudo. Alguns conseguem alcançar 
a nota de que precisam, estudando muito ou pouco, lendo várias vezes o 
conteúdo ou apenas “dando uma lida”, como costumam dizer. Muitas vezes, o 
aluno estuda bastante, no entanto, não faz boa prova, ou não consegue fazer um 
bom trabalho, ou ainda se sair bem em uma prova oral ou seminário. Há, ainda, 
alguns alunos que não estudam como outros e mesmo assim conseguem obter 
êxito nos exames. É importante lembrar que para compreender determinado 
conteúdo, é preciso, na maioria das vezes, lançar mão de técnicas para auxiliar 
esse processo de cognição. Algumas pessoas já as utilizam intuitivamente; 
outras, precisam conhecê-las e praticá-las para melhorarem seu desempenho. 
1.1 A importância da leitura 
Nunca é demais repetir que a leitura é de fundamental importância para 
o crescimento intelectual de todos nós. Seja a leitura por prazer, leitura 
descompromissada em uma fila de espera, leitura rápida, leitura como estudo 
obrigatório, todas elas exercitam nossa mente e promovem o conhecimento. 
Muitas são as reclamações dos professores a respeito das dificuldades 
sentidas pelos alunos em relação à leitura e compreensão de textos. 
Comumente, muitos alunos têm dificuldade em compreender questões de 
 
 
Técnicas de estudos 
8 Metodologia científica 
provas e textos mais complexos. Vale ressaltar que as dicas dadas pelos manuais 
não resolvem o problema se o aluno não praticar, diariamente, a leitura de 
vários tipos de textos, desde os mais didáticos, esquematizados, aos mais 
rebuscados. E é dessa forma que ele irá enriquecendo seu vocabulário, 
descobrindo estratégiasde leitura e melhorando sua maneira de escrever 
também. Tudo isso vem reforçar que a prática da leitura de jornais, revistas e 
livros é, sem dúvida, de suma importância para o crescimento intelectual. 
1.2 Estratégias de leitura 
Quando se fala sobre estratégias de leitura, observa-se que essa 
expressão é usada para identificar vários mecanismos, utilizados na leitura de 
textos com o objetivo de melhor compreender seu sentido. Quando se procura o 
significado dessa expressão na internet, por exemplo, apresentam-se vários 
tipos de estratégias provenientes de teorias diversas ou de reflexões feitas por 
leitores mais dedicados. Sendo assim, que tipo de estratégias estamos falando? 
Quais estratégias conhecemos e/ou utilizamos em nossas leituras e não nos 
damos conta? 
Segundo KATO (1985, p. 64), nos modelos teóricos de leitura o termo 
“estratégia” costuma ser empregado para caracterizar “os diversos 
comportamentos hipotetizados no leitor durante o processo de ler.” Nesses 
modelos teóricos, formulados a partir dos estudos das ciências cognitivas do 
discurso, o leitor é visto, especificamente pela psicolinguística, como um 
construtor, e o “sucesso de seu entendimento vai depender de sua atividade 
durante o ato de ler” (SILVEIRA, 2005, p. 66). Segundo Leffa, citada por 
Silveira (2005), o uso de estratégias de leitura ajuda o leitor a adquirir maior 
 
 
Técnicas de estudos 
9 Metodologia científica 
consciência do ato de ler, fazendo-se, com isso, mais eficiente. Segundo a 
autora, isso ocorre porque o leitor: 
• estabelece um objetivo para cada tipo de leitura; 
• avalia o próprio comportamento durante o ato de ler; 
• aprende a detectar ambiguidades e incoerências no texto; 
• aprende a resolver problemas de entendimento, selecionando as 
estratégias adequadas; 
• faz-se eficiente na adoção de diferentes estilos de leitura para diferentes 
materiais e para conseguir diferentes objetivos; 
• questiona o que lê. 
Segundo Silveira (2005: 68), o modelo do teórico Goodman, intitulado 
Leitura como jogo psicolingüístico de adivinhações, contemplou e promoveu a 
aplicabilidade de estratégias de leitura. Segundo esse estudioso, as estratégias 
para o entendimento do texto são: 
• Predição – capacidade do leitor antecipar-se ao texto à medida que vai 
processando seu entendimento; 
• Seleção – habilidade de selecionar só os índices que são relevantes a seu 
entendimento e propósito; 
• Inferência – através da qual o leitor completa a informação, utilizando 
sua qualificação linguística, seu conhecimento conceitual e os esquemas 
que estão em sua mente; 
• Confirmação – utilizada para verificar se as predições estão corretas ou 
precisam ser replanejadas; 
 
 
Técnicas de estudos 
10 Metodologia científica 
• Correção – uma vez confirmada a predição, o leitor levanta outras 
hipóteses e recolhe outras pistas, sempre na tentativa de achar sentido no 
que lê. 
Nos programas de leitura em língua estrangeira é muito utilizado o que 
Silveira denomina técnica de leitura. Segundo a autora, é de uso frequente 
no ensino do inglês instrumental, mas é possível ser aplicado, também, em 
outras línguas. São elas: 
• Skimming – leitura rápida da ideia geral de um texto, para descobrir o 
assunto de que trata; 
• Scanning – leitura rápida em busca de uma informação específica, 
geralmente em listas e tabelas; 
• Leitura detalhada – busca de informações detalhadas, incluindo a 
exploração de pistas do léxico, sintáticas e discursivas; 
• Levantamento das ideias principais – essa técnica facilita a 
retenção das macroestruturas do texto e pode ser utilizada para recursos 
e para discussões posteriores sobre as principais proposições do texto; 
• Leitura crítica – questionamento do texto sobre vários pontos de vista 
(público, leitor a que se destina, intenções, validade das conclusões e da 
mensagem, em relação ao posicionamento do leitor, etc). 
Essas técnicas trabalham com a noção de inferência lexical, dando-se 
ênfase ao conhecimento prévio e a pistas sintáticas e semânticas. Muitas vezes, 
inclusive o leitor comum, faz uso dessas técnicas em sua leitura, ainda que de 
forma inconsciente. Nas classes de língua estrangeira, o professor tenta 
trabalhar com o aluno, alertando sobre as pistas que o texto geralmente 
apresenta: recursos tipográficos, ilustrações, formato do texto, etc. 
 
 
Técnicas de estudos 
11 Metodologia científica 
1.3 Tipos de leitores 
Outro aspecto relevante para esta reflexão é a individualidade do leitor, 
tema pouco discutido, segundo Varig, citado por Silveira (2005). Segundo a 
autora, existem pessoas que possuem um pensamento holístico, sintético; já 
outras se ocupam mais com as minúcias do texto, são mais analíticas. Sobre esse 
aspecto, Kato citado por Silveira (2005) define dois tipos de leitores. Vejamos: 
 
a) Leitores que tendem a usar o processamento descendente ou 
“top-down”, cujas características são as seguintes: 
 
• aprendem facilmente as ideias gerais e principais do texto; 
• são fluentes e velozes; 
• fazem muitas suposições (algumas até desautorizadas); 
• porque não deram muita importância à leitura ascendente, tendem a não 
confirmar essas suposições com os dados do texto; 
• fazem mais uso do conhecimento prévio que da informação existente no 
texto. 
b) Leitores que privilegiam o processamento ascendente ou 
“botton-up”, cujas características são: 
 
• constroem o significado a partir dos dados do texto; 
• observam detalhes, detectando até erros de ortografia; 
• tendem a não tirar conclusões precipitadas; 
• são lentos e pouco fluentes; 
• têm dificuldade de sintetizar as ideias do texto porque não sabem separar 
as ideias principais das acessórias. 
 
 
Técnicas de estudos 
12 Metodologia científica 
Silveira afirma que é evidente que os dois tipos são antagônicos e que a 
virtude não está nos extremos, e sim, no equilíbrio. Além disso, afirma que 
vários fatores podem influenciar o leitor na eleição de um mecanismo, a saber: 
maturidade do leitor, natureza do texto, lugar onde o leitor se situa no texto e o 
propósito da leitura (Kato apud Silveira, 2005: 74). A autora afirma que o leitor 
experiente é aquele que tem consciência de seu comportamento no ato de ler, e 
que pode variar suas estratégias ao longo da leitura. Posteriormente a essas 
informações, a autora expõe a concepção de leitura, relacionando essa definição 
à necessidade de uso de estratégias. 
Tudo o que foi descrito até aqui nos permite achar que é ponto pacífico a concepção 
de que a leitura é uma atividade cognitiva e linguística fortemente relacionada com a 
questão do pensamento e da aprendizagem. E, pelo que se desenvolveu até agora, 
pode-se concluir também que, a estas alturas, sendo a leitura um conjunto de 
destrezas ou habilidades que demandam o emprego de estratégias, como acontece, 
em geral, com todas as atividades humanas que envolvem a solução de problemas, é 
necessário ter como consenso sobre a importância exercida pela cognição e sua 
atuação circunscrita ao ato de ler (SILVEIRA, 2005, p. 74). 
Nessas linhas a autora recorda a tarefa de ler como uma atividade cujo 
objetivo é conseguir o entendimento, valendo-se o leitor/construtor de 
estratégias para obter sucesso nessa “batalha”, concebida, aqui, como um 
exercício, sobretudo, cognitivo e linguístico. 
1.4 Estratégias cognitivas e metacognitivas 
Segundo Silveira (2005), as estratégias de leitura podem ser 
classificadas em estratégias cognitivas e estratégias metacognitivas. Para 
Vigotsky, citado pela autora, é possível distinguir duas fases no processo de 
desenvolvimento do conhecimento humano: fase de desenvolvimento 
automático e inconsciente (cognição) e uma fase de controle desse 
conhecimento (metacognição). Logo, as estratégias cognitivas “são relacionadas 
 
 
Técnicas de estudos 
13 Metodologia científica 
aos princípios que regem o comportamento automático e inconscientedo leitor. 
Já as estratégias metacognitivas são relacionadas aos princípios que regulam a 
desautomatização consciente do processo” (SILVEIRA, 2005, p. 75). 
As noções apresentadas, anteriormente, servem para dar uma ideia 
geral das técnicas conscientes e inconscientes que utilizamos durante a leitura. 
Sem dúvida, ter conhecimento desse processo ajudará o aluno na compreensão 
e formulação de textos. Vejamos algumas dicas para se iniciar uma leitura: 
• Ao iniciar a leitura de um livro, é importante que o leitor observe-o em 
linhas gerais, ou seja, verifique cuidadosamente o todo e suas partes. 
Leitura detalhada do sumário, os capítulos e referências. Ler 
cuidadosamente o prefácio, a fim de tirar suas próprias conclusões a 
respeito da obra, após a leitura; 
• É importante, também, que o leitor sublinhe ou anote em um papel à 
parte, as palavras novas e as definições do autor. Sinalizar ao lado dos 
parágrafos com exclamações, interrogações ou colchetes, ou seja, facilitar 
o trabalho de um posterior fichamento do livro ou texto; 
• Dependendo do tipo de texto (didático ou complexo), o leitor poderá 
ajustar a velocidade da leitura, a fim de economizar tempo. Ou seja, 
dedicar mais tempo aos textos mais complexos; 
• Uma estratégia importante é não se deter em um parágrafo apenas, 
repetindo-o, caso o leitor tenha tido dificuldade em compreendê-lo. É 
interessante sinalizá-lo e seguir adiante na leitura do capítulo ou final do 
texto, para depois retornar ao trecho complexo. Muitas vezes, um trecho 
mais à frente esclarece a dúvida anterior. 
Vale salientar que essas dicas poderão ser bastante úteis para alguns 
leitores, e para outros, não funcionem. Isso porque o uso das estratégias de 
 
 
Técnicas de estudos 
14 Metodologia científica 
leitura, assim como outros usos, variam de pessoa para pessoa. Muitos leitores 
desenvolvem suas próprias estratégias, embora pareçam estranhas ou 
ineficientes para outros. O importante é que cada leitor encontre as que mais se 
adaptem ao seu ritmo. 
1.5 Esquema, resumo e fichamento 
1.5.1 Esquema 
O esquema é uma das técnicas que ajudam a sintetizar as ideias 
principais de um texto ou conteúdo em geral. Costumamos chamá-lo de 
“esqueleto” no sentido de que ele não deverá ser extenso, cheio de detalhes, e 
sim, conter, principalmente, as palavras-chave. Geralmente, utiliza-se o 
esquema para uma preparação de um resumo, com o objetivo de organizar o 
pensamento em relação às informações adquiridas. 
Na elaboração de um esquema, geralmente, são utilizados símbolos 
como setas, colchetes, chaves e marcadores para ajudarem na organização da 
síntese do conteúdo, dependendo da preferência de quem o formula. 
Salomon (1977, p. 85), um dos principais nomes no estudo da 
metodologia científica, ressalta as características de um bom esquema. Vejamos: 
Um esquema, para que seja realmente útil, deve ter as seguintes 
características: 
1. Fidelidade ao texto original: deve conter as idéias do autor, sem 
alteração, mesmo quando se usarem as próprias palavras para 
reproduzir as do autor. Por isso, em alguns momentos, é preciso 
transcrever e citar a página. 
 
 
Técnicas de estudos 
15 Metodologia científica 
 
2. Estrutura lógica do assunto: de posse da idéia principal, dos 
detalhes importantes, é possível elaborar uma organização dessas 
idéias a partir das mais importantes para as conseqüentes. No 
esquema, haverá lugar para os devidos destaques. 
 
3. Adequação ao assunto estudado e funcionalidade: o esquema útil é 
flexível. Adapta-se ao tipo de matéria que se estuda. Assunto mais 
profundo, mais rico de informações e detalhes importantes 
possibilitará uma forma de esquema com maiores indicações. Assunto 
menos profundo, mais simples, terá no esquema apenas indicações-
chave. É diferente de um esquema em função de revisão para exame e 
outro em função de uma aula a ser dada! 
 
4. Utilidade de seu emprego: consequência da característica anterior: o 
esquema deve ajudar e não atrapalhar. Tratando-se de esquema em 
função do estudo, deve ser feito de tal modo que facilite a revisão. É 
instrumento de trabalho. Deve facilitar a consulta no texto, quando 
necessário. Daí explicitar páginas, relacionamento de partes do texto 
etc. 
 
5. Cunho pessoal: cada um faz o esquema de acordo com suas 
tendências, hábitos, recursos e experiências pessoais. Por isso é que 
um esquema de uma pessoa raramente é útil para outra. Uns preferem 
o esquema rigidamente lógico, outros o cronológico, ou o psicológico, 
na disposição das ideias. Alguns usam recursos gráficos, de 
visualização da imagem mental (tinta de cor, desenhos, símbolos etc); 
já outros preferem empregar só palavras. 
 
 
Técnicas de estudos 
16 Metodologia científica 
Exemplo de esquema 1: 
Salomon (1977, p. 88), após dar as características de um bom esquema, 
apresenta os itens anteriores, em forma esquemática: 
 ESQUEMA 
 CARACTERÍSTICAS DE UM ESQUEMA ÚTIL 
 
1. Flexibilidade: o esquema é que deve adaptar-se à realidade e não esta 
ao esquema. 
2. Fidelidade ao original: esquematizar não é deturpar, mas sintetizar. 
3. Estrutura lógica do assunto: organiza-se pelo esquema a relação da 
idéia importante e seu desenvolvimento. 
4. Adequação ao assunto estudado: mesmo que funcionalidade. 
5. Utilidade de emprego: o esquema tem por objetivo auxiliar a captação 
do conjunto e servir para comunicar algo. 
6. Cunho pessoal: o esquema traduz atitudes e modo de agir de cada um 
– varia de pessoa para pessoa.” 
 
Exemplo de esquema 2: 
Outro exemplo de esquema, sobre o mesmo texto, utilizando-se a 
numeração progressiva: 
1. Esquema útil 
1.1 Características 
1.1.1 Flexibilidade – adaptação à realidade 
1.1.2 Fidelidade ao original – síntese e não alteração da ideia 
1.1.3 Estrutura lógica – relação da ideia importante e seu 
desenvolvimento 
 
 
Técnicas de estudos 
17 Metodologia científica 
1.1.4 Adequação ao assunto - funcionalidade 
1.1.5 Utilidade de emprego – sintetizar e comunicar algo 
1.1.6 Cunho pessoal – varia de pessoa para pessoa 
Podemos observar, nesse último exemplo de esquema, além de sua 
estrutura de numeração progressiva, que houve alteração de algumas palavras, 
mas não da ideia. O autor do esquema pode escrever com suas palavras o que 
entendeu de um texto ou capítulo, mantendo o cuidado para não deturpar a 
idéia, como diz Salomon. Se utilizar as mesmas palavras do autor do livro, estas 
deverão vir entre aspas. Nesse último exemplo, foram utilizados a numeração 
progressiva e hifens, mas poderiam ser utilizados colchetes e setas, para auxiliar 
na organização e compreensão. O importante é sintetizar as ideias principais, 
com clareza e fidelidade ao sentido do texto original. 
1.5.2 Tipos de resumo 
O resumo de um texto constitui uma síntese das principais ideias 
abordadas. Geralmente, um resumo é sempre precedido de um esquema, no 
sentido de que quando precisamos resumir determinado conteúdo, de antemão, 
procuramos organizar as informações principais em forma de tópicos. 
 Existem vários tipos de resumo, dependendo de cada necessidade. 
Vejamos os principais tipos, de acordo com Andrade (2007, p. 15-16): 
a) Resumo descritivo ou indicativo: nesse tipo de resumo 
descrevem-se os principais tópicos do texto original, e indicam-se 
sucintamente seus conteúdos. Portanto, não dispensa a leitura do texto 
original para a compreensão do assunto. Quanto à extensão, não deve 
ultrapassar quinze ou vinte linhas; utilizam-se frases curtas que, 
geralmente, correspondem a cada elemento fundamental do texto; 
 
 
Técnicas de estudos 
18 Metodologia científica 
porém, o resumo descritivo não deve limitar-se à enumeração pura e 
simples das partes do trabalho. 
 
b) Resumo informativo ou analítico: é o tipo de resumo que reduz 
o texto a 1/3 ou 1/4 do original, abolindo-se gráficos, citações, 
exemplificações abundantes, mantendo-se, porém, asidéias principais. 
Não são permitidas as opiniões pessoais do autor do resumo. O resumo 
informativo, que é o mais solicitado nos cursos de graduação, deve 
dispensar a leitura do texto original para o conhecimento do assunto. 
 
c) Resumo crítico: Consiste na condensação do texto original a 1/3 ou 
1/4 de sua extensão, mantendo as idéias fundamentais, mas permite 
opiniões e comentários do autor do resumo. Tal como o resumo 
informativo, dispensa a leitura do original para a compreensão do 
assunto. 
 
d) Resenha: é um tipo de resumo crítico; contudo, mais abrangente. 
Além de reduzir o texto, permite opiniões e comentários, inclui 
julgamentos de valor, tais como comparações com outras obras da 
mesma área do conhecimento, a relevância da obra em relação às 
outras do mesmo gênero etc. 
 
e) Sinopse (em inglês, synopsis ou summary, em francês, résumé 
d'auteur): neste tipo de resumo indicam-se o tema ou assunto da obra e 
suas partes principais. Trata-se de um resumo bem curto, elaborado 
apenas pelo autor da obra ou por seus editores. 
 
 
 
Técnicas de estudos 
19 Metodologia científica 
Podemos observar, a partir das características de cada resumo, acima 
elucidadas, que podemos dividir os resumos em textos breves ou longos, 
completos ou sucintos, críticos ou apenas informativos. Interessante é a 
distinção discreta entre o resumo crítico e a resenha: no primeiro, é permitido 
dar opiniões a respeito da obra, seja a respeito do conteúdo em si ou do tipo de 
linguagem utilizada, perfil do autor, dentre outras características; já no 
segundo, não bastam somente opiniões, mas um conhecimento prévio a respeito 
do assunto tratado, para que se possa, verdadeiramente, falar com propriedade 
a respeito do tema, fazer comparações com outras obras, abordagens e teorias, 
ou seja, fazer uma crítica produtiva. 
Muitas vezes, os professores solicitam resenhas de obras a alunos 
iniciantes no curso superior, sem atentarem para o fato de que o aluno iniciante 
precisará de um longo caminho até adquirir a maturidade e tempo de leitura 
para produzir uma resenha. Cabe ao aluno aplicado, ciente das características de 
um resumo e uma resenha, perguntar com detalhes ao professor, que tipo de 
resumo ele está solicitando. 
No que diz respeito à elaboração de um resumo, há algumas orientações 
que, certamente, serão de grande importância na hora de escrever. Após a 
leitura cuidadosa do texto ou capítulo, faz-se necessário reler e sublinhar as 
frases ou palavras mais importantes do texto. Com base no que foi sublinhado, é 
possível se fazer um bom resumo, garantindo fidelidade ao texto. No entanto, 
essa não é uma técnica obrigatória e rígida, já que existem bons resumos, 
independentemente das palavras sublinhadas. 
Exemplo de resumo com base nas palavras grifadas (ANDRADE, 2007, 
p. 18): 
 
 “Vivemos num ambiente formado e, em grande proporção, criado 
 
 
Técnicas de estudos 
20 Metodologia científica 
por influências semânticas sem paralelo no passado: circulação em 
massa, de jornais e revistas que só fazem refletir, num espantoso 
número de casos, os preconceitos e as obsessões de seus redatores e 
proprietários; programas de rádio, tanto locais como em cadeia, 
quase inteiramente dominados por motivos comerciais; conselheiros 
de relações públicas, que não são mais que artífices, regiamente 
pagos, para manipular e remodelar o nosso ambiente semântico de 
um modo favorável a seu cliente. É um ambiente excitante, mas cheio 
de perigos, sendo apenas um pequeno exagero dizer que foi pelo rádio 
que Hitler conquistou a Áustria. Os cidadãos de uma sociedade 
moderna precisam, em conseqüência, de algo mais do que simples 
'senso comum', recentemente definido por Stuart Chase como 'aquilo 
que nos diz que o mundo é plano'. Precisam, esses cidadãos, de ficar 
cientificamente conscientes do poder e das limitações dos símbolos, 
especialmente das palavras, se é que desejam evitar ser levados à mais 
completa confusão, mediante a complexidade do seu ambiente 
semântico. Assim, pois, o primeiro dos princípios que governam os 
símbolos é este: O símbolo não é a coisa simbolizada; a palavra não é 
a coisa; o mapa não é o território que ele representa.” (HAYAKAWA 
apud ANDRADE, 2007, p. 18) 
 
Resumo: 
 
“Vivemos num ambiente formado por influências semânticas: 
circulação em massa de jornais que refletem os preconceitos e 
obsessões de seus redatores e proprietários; o rádio, dominado por 
motivos comerciais; os relações públicas, pagos para manipular o 
ambiente a favor de seus clientes. É um ambiente excitante, mas cheio 
de perigos. Os cidadãos de uma sociedade moderna precisam ficar 
 
 
Técnicas de estudos 
21 Metodologia científica 
conscientes do poder e das limitações dos símbolos, a fim de evitar 
confusão ante a complexidade de seu ambiente semântico. O primeiro 
princípio que governa os símbolos é este: o símbolo não é a coisa 
simbolizada; a palavra não é a coisa; o mapa não é o território que 
representa.” 
 
Salientamos que, além do resumo com base nas palavras sublinhadas, 
visto no exemplo anterior, é viável, também, fazê-lo apenas com a idéia central 
do texto, tomando o cuidado para não deturpar o que foi dito no texto original. 
Como palavra final, a respeito de resumo, é importante que o aluno 
adote a prática de sublinhar os textos lidos, para facilitar a compreensão e 
elaboração. 
1.5.3 Fichamento 
O fichamento é o ato de fichar (transcrever) anotações sobre capítulos, 
obras, livros, na maioria das vezes, para um estudo posterior ou para melhor 
organizar as ideias que o texto ou obra quis passar. A maior vantagem em 
praticar o fichamento, após a leitura de livros, é garantir um registro sucinto das 
informações principais de determinada obra, para que não sejam esquecidas, 
podendo ser utilizadas a qualquer tempo. Tempos atrás, eram utilizadas, 
apenas, fichas de papel; hoje, podemos falar de fichas no computador. 
Atualmente, orientamos os alunos a organizarem pastas no computador, sob o 
título fichário. Nesse espaço, o aluno pesquisador irá organizar várias fichas dos 
livros e capítulos lido por ele, durante sua vida ou apenas durante o curso. 
Comumente, no ensino superior, os professores costumam solicitar fichamentos 
de capítulos ou livros. Existem, na verdade, vários tipos de fichas, com 
diferentes objetivos. Vamos conhecer as mais comuns? 
 
 
Técnicas de estudos 
22 Metodologia científica 
Seguindo os passos de Andrade (2007, p. 48-56), resumiremos os 
principais tipos de fichas, com exemplos utilizados pela autora: 
 
a) Fichas de indicações bibliográficas – consistem no conjunto de 
elementos que constam na bibliografia: autor, título, número da edição, local da 
publicação, editora e data da publicação. Geralmente, encontramos esse tipo de 
ficha em fichários de bibliotecas, para identificar as obras que constam na 
mesma. 
a. 1) Exemplo de ficha de indicação bibliográfica: autor1 
 
 
 
 
 
 
b) Fichas de transcrições – é constituída de trechos da obra, que poderão 
ser utilizados como citações no trabalho que o pesquisador irá realizar, ou 
apenas registrar as principais idéias do autor do livro. 
 
 b. 1) Exemplo de ficha de transcrição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
c) Fichas de esquemas – são constituídas de esquemas de capítulos, livros 
ou planos de trabalho. 
 
1 Os exemplos apresentados no item Fichamento foram extraídos da obra: 
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: 
elaboração de trabalhos na graduação. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 51-55. 
LISPECTOR, Clarice. 
 
Felicidade clandestina: contos. 4. ed. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 1981. 
FOLCLORE/ Artesanato 
 
LIMA, Rossini T. de. A ciência do folclore: segundo diretrizes da Escola de 
folclore. São Paulo: Ricordi, 1978. p. 15-16. 
“A indumentária também é artesanato, enquanto foi produzidapara a venda, 
e é indumentária propriamente dita ao ser usada. A imagem do santo pode 
ser arte na casa do artista ou de alguém que a tem nas suas características 
decorativas; é manifestação de religião ao integrar um contexto religioso.” 
 
 
Técnicas de estudos 
23 Metodologia científica 
 
 c. 1) Exemplo de ficha de esquema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
d) Fichas de resumos - constituídas de resumos descritivos ou informativos. 
 
 d. 1) Exemplo de ficha de resumo descritivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além desses tipos de fichas, registramos, ainda, o tipo de trabalho 
solicitado por professores no curso superior, na maioria das vezes, para 
conduzir o aluno à leitura, destacando as informações principais da obra e 
tecendo comentários a respeito da mesma. Vejamos os itens necessários para 
esse tipo de ficha, de acordo com HUHNE (2000, p. 64-65): 
METODOLOGIA CIENTÍFICA I 
 
 Pesquisa bibliográfica – fases: 
 1. Escolha e delimitação do tema 
 2. Identificação das fontes (consulta a catálogos, fichários, abstracts) 
 3. Localização das informações: Leituras (prévias, seletiva, analítica, 
 interpretativa) 
 4. Documentação – Fichamentos (resumos, transcrições, apreciações, 
 indicações) 
 5. Seleção de material levantado 
 6. Planejamento do trabalho 
 7. Redação das partes 
 8. Revisão e redação final 
 9. Organização da bibliografia 
 
 
O dicionário, com cinco volumes e mais de 5.000 páginas, contém 85. 486 
palavras, dispostas em ordem alfabética. Inclui minucioso estudo da palavra, 
desde as origens, raiz e formação, sempre agrupadas em famílias. Os 
vocábulos são segmentados por traços; raiz, sufixo, prefixo, elementos de 
ligação. Ao indicar a origem da palavra, comprova que muitas vieram do 
sânscrito e outras línguas antigas, como o nórdico e o frísio, embora a 
maioria se tenha originado do latim. Entre as 36 línguas que contribuíram 
para a formação do vocabulário português incluem-se o grego e o tupi. 
Trata-se de um trabalho inédito no mundo e destina-se aos estudiosos da 
língua e professores de português. 
 
 
Técnicas de estudos 
24 Metodologia científica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.6 Pesquisa bibliográfica 
Após o ingresso do aluno em um curso superior, a pesquisa bibliográfica 
torna-se uma prática constante em sua vida acadêmica, nas diversas etapas do 
curso. Para todo e qualquer trabalho a ser realizado, será necessário recorrer às 
fontes bibliográficas para se saber o que foi feito até o momento sobre 
determinado assunto, as teorias formuladas, os inúmeros trabalhos realizados 
por outros alunos. As aulas, em sua maioria, são constituídas de momentos de 
discussão, o que exige do aluno estar atualizado com as leituras das obras que 
constam na bibliografia dada. Sendo assim, a prática da pesquisa bibliográfica é 
indispensável nos cursos superiores para o amadurecimento do aluno, seja nas 
atividades relacionadas à pesquisa científica ou apenas nos trabalhos do curso. 
1.6.1 Pesquisa na biblioteca 
O ambiente da biblioteca é, sem dúvida, o melhor refúgio para os 
alunos, sejam eles iniciantes ou veteranos. Há uma mescla de curiosidade e 
ansiedade em conhecer o que há naquelas obras. A prática de visitar as 
Indicação bibliográfica (conforme as normas da ABNT) 
 
 
 1ª parte: apresentação objetiva das idéias do autor 
 
 1 – Resumo (baseado no esquema) 
 2 – Pequenas citações (entre aspas e páginas) 
 
 2ª parte: elaboração pessoal sobre a leitura 
 
 1 – Comentários (parecer e crítica) 
 2 – Ideação (novas perspectivas) 
 
 
Técnicas de estudos 
25 Metodologia científica 
bibliotecas, seja da cidade, do bairro ou da Instituição, trabalha no aluno o 
prazer em pesquisar, familiarizando-o com o saber científico. 
Segundo Andrade (2007, p. 26-27), comumente, há três fichários 
básicos na biblioteca: fichário de autores, de títulos e de assuntos. Nas fichas de 
autores constam os sobrenomes destes em ordem alfabética; nos títulos das 
obras, são disponibilizadas apenas o título dos livros, sem considerar o artigo 
inicial; no fichário de assuntos, há referência, primeiramente, ao tema tratado 
na obra. 
Além de ficar atento ao tipo de fichário para realizar a pesquisa, o aluno 
deverá, também, ter em mente o tipo de fonte que melhor atenderá às suas 
necessidades. Gil citado por Andrade (2007, p. 28) apresenta os tipos de fontes 
da seguinte maneira: 
 Classificação das fontes: 
 
• livros de leitura corrente: obras de literatura, em seus diversos gêneros 
(romance, poesia, teatro etc.); obras de divulgação, que podem ser 
científicas, técnicas e de vulgarização. As científicas e técnicas utilizam 
linguagem própria da Ciência e destinam-se aos especialistas de cada 
área. As de vulgarização destinam-se ao público não especializado na 
matéria; 
• livros de referência: dicionários, enciclopédias e anuários são as 
principais obras de referência informativa. Os de referência remissiva são 
os catálogos das grandes bibliotecas e editoras, os boletins e jornais 
especializados; 
• periódicos: as principais publicações periódicas são os jornais e revistas, 
de grande utilidade para a atualização das informações. As revistas 
 
 
Técnicas de estudos 
26 Metodologia científica 
costumam publicar resenhas, que representam uma forma de estar em 
dia com publicações recentes de cada área do conhecimento; 
• impressos diversos: além de livros, jornais e revistas, encontram-se nas 
bibliotecas publicações do governo, boletins informativos de empresas ou 
de institutos de pesquisa, estatutos de entidades diversas etc. 
 Spina (1974, p. 12) acrescenta a essa classificação: 
• obras de estudo: tratados, manuais, textos, compêndios, monografias, 
teses, ensaios, conferências, antologias, seleções, dissertações etc. 
Esse último tipo de fonte, acrescentada por Spina (1974), constitui um 
material de suma importância para o aluno iniciante. Com base na leitura de 
monografias, teses e ensaios de outros alunos e professores e/ou teóricos, o 
aluno terá contato com a linguagem utilizada, temas já abordados, organização 
do trabalho, dificuldades relatadas, enfim, tudo de grande valia para seus 
trabalhos futuros. 
1.6.2 Pesquisa na internet 
Além do ambiente físico das bibliotecas, hoje, temos a comodidade e 
rapidez do ambiente virtual da internet. No entanto, requer algumas ressalvas 
básicas para melhor fazer uso desse meio, sem perder tempo ou ser prejudicado. 
Vejamos algumas orientações: 
• Utilizar palavras-chave do assunto a ser pesquisado – ter um foco na hora 
de pesquisar, para não se perder, desperdiçando tempo; 
• Pesquisar em sites confiáveis e específicos, quando necessário – escolher 
buscadores mais conhecidos, indicados por professores, sites do governo 
 
 
Técnicas de estudos 
27 Metodologia científica 
e de instituições respeitadas. Não confiar totalmente em sites individuais, 
caseiros, blogs (exceto os de renome); 
• Atenção redobrada ao copiar e colar algum texto - ter o cuidado para 
limpar a formatação do texto original e reformatá-lo. Não esquecer de 
fazer a referência do autor e do site, mesmo em citações indiretas. 
Seguem, abaixo, três tabelas com alguns endereços eletrônicos, 
apresentados por Andrade (2007, p. 31-39): 
Tabela 1 - Lista de endereços de alguns sites de busca genérica, em língua portuguesa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Site Endereço (URL) Tipo 
Alta Vista http://br.altavista.com Genérico, dividido por áreas 
Brasil Online http://www.miner.com.br Metabuscador 
Guby Network http://www.achei.com.br Genérico, dividido por áreas 
Lycos http://www.lycos.com.br Genérico, dividido por áreas 
Microsoft http://www.msn.com.br Genérico, no Internet Explorer 
Netscape Brasil http://home.br.netscape.com/pt Genérico, botão do Netscape 
StarMedia http://www.cade.com.br Genérico, dividido por áreas 
UOL http://www.radaruol.com.br Genérico 
Vem Cá Serviços http://www.jarbas.com.br Metabuscador 
Yahoo! Brasil http://www.yahoo.com.brGenérico 
 
 
Técnicas de estudos 
28 Metodologia científica 
Tabela 2 - Sites que podem auxiliar em trabalhos e pesquisa, com mecanismo de 
busca, mais voltados para o primeiro e segundo graus até o vestibular: 
 
Site Endereço (URL) Descrição 
BARSA http://www.barsa.com Atualidades, pesquisas, dicionário 
Enciclopédia Digital 
Master 
http://pediab.zip.net Busca por seções; com Atlas e várias 
áreas 
globo.com http://www.10emtudo.com.br Todas as matérias, simulados, cadastro 
grátis 
helio@milenio.com.br http://www.biomania.com.br Dividida em áreas, biografias, exercícios 
IBGE http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/default.
htm 
Brasil em números, para jovens 
Scite.Pro http://www.scite.pro.br Biblioteca d eciências, textos, livros, 
multimídia 
Terra http://www.terra.com.br/matematica Dividida por temas, com exercícios 
resolvidos 
UOL http://www2.uol.com.br/almanaque Versão on line do Almanaque Abril, 
retrospectiva anual 
USP – Escola do 
Futuro 
http://www.bibvirt.futuro.usp.br Extensa e variada, literatura e vestibular 
ZipNet http://www.historianet.com.br História Geral, do Brasil e das Artes 
 
 
Técnicas de estudos 
29 Metodologia científica 
Tabela 3 - Relação de alguns sites, em áreas específicas, com informações acadêmicas 
e pesquisas, com mecanismo de busca: 
 
Site Endereço (URL) Descrição 
Base Peri http://dibd.esalq.usp.hr/peri.htm Mais de 30.000 artigos na área de Ciências 
Agrárias 
Base PERIE http://www.eco.unicamp.br Artigos, monografias, pesquisas em Economia 
Univ. Columbia 
Internacional Affairs 
http://www.ciaonet.org Negócios Internacionais, user = biblio;senha = 
udesc 
US National Science 
Foundation 
http://xxx.lanl.gov EUA – Textos na área de Física, Matemática e 
Computação 
Edubase http://www.bibli.fae.unicamp.br Dados em Educação, artigos, monografias, 
pesquisas 
Sibradid http://www.eef.ufmg.br Educação Física e Desporto, centro esportivo 
virtual 
Base de Dados 
Infobila 
http://cuib.unam.mx Informação e Biblioteconomia na América 
Latina 
MEDlars online http://igm.nlm.nih.gov Base de dados em Ciências Médicas, Saúde 
Pública - EUA 
Biblioteca pública na 
Internet - EUA 
http://www.ipl.org/ref/ Enciclopédias, dicionários, atlas, em todas as 
áreas 
Web of Science http://webofscience.fapesp.br Produção científica indexada, desde 1974, 
todas as áreas - BR” 
 
 
 
Técnicas de estudos 
30 Metodologia científica 
1.7 Referências 
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho 
científico. 8. ed. São Paulo: atlas, 2007. 
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: 
DIONISIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais 
e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. 
HUHNE, L.M. Metodologia científica. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000. pp.64-
65. 
SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia: elementos de metodologia do 
trabalho científico. 5. ed. Belo Horizonte: Interlivros, 1977. 
SILVEIRA, Maria Inez M. Modelos teóricos e estratégias de leitura: suas 
implicações para o ensino. Maceió: EDUFAL, 2005. 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
31 Metodologia científica 
 
 
 
Unidade 2 
Introdução à pesquisa 
científica 
 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
32 Metodologia científica 
2. Introdução à pesquisa cientifica 
Para falarmos sobre o conhecimento científico, sem dúvida faz-se 
necessário fazer referência aos outros tipos de conhecimentos, com o objetivo de 
sabermos diferenciar um de outro e identificá-los em nosso dia-a-dia. Podemos 
falar em quatro tipos de conhecimentos, a saber: conhecimento científico, 
conhecimento do senso comum (popular), conhecimento filosófico e 
conhecimento teológico. Vejamos as principais características e alguns 
exemplos para melhor compreendê-los. 
2.1 Tipos de conhecimento 
a) Conhecimento científico – é o conhecimento racional, exato e 
que faz uso de teoria e método. 
 
Exemplo: A descoberta de uma vacina para determinado vírus. 
 
Vejamos as principais características desse tipo de conhecimento nas 
palavras de Pizam, citado por Schlüter (2003, p. 24-25): 
• - É objetivo porque é independente da opinião pessoal do pesquisador a 
respeito do tema que estuda. 
• - É reproduzível porque é um processo que permite que outros 
pesquisadores cheguem ao mesmo resultado. 
• - É sistemático porque trata de conhecimentos organizados logicamente, 
utilizando procedimentos técnicos. 
 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
33 Metodologia científica 
b) Conhecimento do senso comum – conhecido também como 
conhecimento popular, é o conhecimento obtido na experiência de 
vida, através da simples observação e prática de ações não planejadas. 
Esse tipo de conhecimento, comumente, é passado de uma geração à 
outra, ou seja, de pai para filho ou entre pessoas de uma mesma 
comunidade. 
Exemplo: Orientações como não misturar leite com determinadas 
frutas. 
Segundo Ander-Egg, citado por Schlüter (2003, p. 23-24), o 
conhecimento do senso-comum é caracterizado, normalmente, como 
superficial, sensitivo, subjetivo e acrítico. 
- É superficial, na medida em que se resigna com o aparente, com o que comprova 
com o simples passar pelas coisas; o conhecimento expresso em frases como 
“porque falaram”, “porque eu vi”, “porque li”, “porque todo mundo diz”. 
- É sensitivo uma vez que faz referência a vivências, estados de ânimo e emoções da 
vida diária. 
- Subjetivo, porque o próprio indivíduo organiza as experiências e os conhecimentos 
de um modo não sistemático, tanto na forma de adquiri-los como na de validá-los. 
Podem ser verdadeiros ou não, o certo é que não se coloca a pretensão de sê-lo de 
forma crítica ou reflexiva (Ander-Egg, apud Schlüter, 2003). 
Vale salientar que embora não tenha valor científico, o conhecimento 
popular é de grande valor para a sociedade, para a cultura de determinada 
comunidade e funciona, muitas vezes, como ponto de partida para reflexões em 
nosso dia-a-dia. 
c) Conhecimento filosófico - é o conhecimento adquirido através 
do raciocínio e reflexão a respeito dos fenômenos gerais do universo, 
buscando-se conceituá-los de forma subjetiva. 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
34 Metodologia científica 
Exemplo: "O homem é a ponte entre o animal e o além-homem." 
(Friedrich Nietzsche) 
 
d) Conhecimento teológico - conhecimento adquirido através da fé 
ou crença religiosa. 
Exemplo: Acreditar em milagres ou verdades incontestáveis 
(dogmas) de uma religião. 
2.2 Pesquisa científica 
A pesquisa científica pode ser definida como um “procedimento racional 
e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que 
são propostos” (GIL, 2002, p. 17). Quando não há respostas suficientes para 
algum problema ou quando há desordem nas respostas disponíveis, a pesquisa 
científica se faz necessária2. 
Para desenvolver uma pesquisa científica, é necessário que se faça uso 
de métodos e técnicas específicas, além dos conhecimentos prévios em relação 
ao problema. Gil (2002, p. 20) destaca as principais qualidades intelectuais e 
sociais do pesquisador, para obter êxito nas várias etapas desse processo: 
Qualidades pessoais do pesquisador: 
a) conhecimento do assunto a ser pesquisado; 
b) curiosidade; 
c) criatividade; 
d) integridade intelectual; 
e) atitude autocorretiva; 
 
2 GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2002. p. 17. 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
35 Metodologia científica 
f) sensibilidade social; 
g) imaginação disciplinada; 
h) perseverança e paciência; 
i) confiança na experiência. 
 
Todas essas qualidades, bem pontuadas pelo autor, são necessárias para 
se percorrer o caminho da pesquisa científica, obtendo êxito nos resultados, seja 
em uma pesquisa “pura” ou “aplicada”3. Dentre as qualidades, acima 
apresentadas, a perseverança e paciência são de extrema importância, postoque, comumente, são inúmeras as dificuldades que surgem durante o processo. 
Vejamos alguns dos principais problemas sentidos pelos alunos: 
 
a) dificuldades para elaborar o projeto de pesquisa; 
b) adequação à teoria ou linha de pesquisa; 
c) dificuldade no acesso às fontes bibliográficas; 
d) custos; 
e) problemas com o(a) orientador(a); 
f) dificuldade na redação do texto; 
g) problemas quanto ao tempo disponível 
No que diz respeito ao primeiro item, geralmente, os alunos iniciantes 
demoram a se adaptar ao ritmo de um curso superior ou trazem consigo 
problemas de uma formação deficiente. Muitos alunos ingressam em um curso 
superior com sérios problemas na elaboração de textos ou organização de um 
raciocínio lógico, e por isso, sentem dificuldades na elaboração de um projeto de 
pesquisa, na formulação de um problema e hipóteses. Sem esquecer, é claro, que 
 
3 As pesquisas consideradas “puras” são as que surgem do desejo de conhecer pela 
própria satisfação de conhecer; as “aplicadas”, decorrem do desejo de conhecer e fazer 
algo de maneira eficiente (Ibidem, p. 17). 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
36 Metodologia científica 
se trata de uma prática nova para os iniciantes. Quando falamos de ritmo, 
estamos nos referindo à prática da pesquisa bibliográfica, leitura diária e 
linguagem formal na elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos, dentre 
outras exigências. O aluno do ensino médio, comumente, está habituado a 
pesquisar ou ler apenas quando é cobrado pelo professor ou para fazer 
determinado trabalho. Na universidade ou faculdade, para o aluno obter êxito 
no curso, e mais ainda, para fazer pesquisa, precisa habituar-se 
constantemente a pesquisar e ler, sem esperar ser cobrado. É um voo solitário; 
um voo de águia e não mais de pardais, diríamos na linguagem metafórica. O 
aluno precisa cultivar suas aptidões e aprimorá-las, com leitura, assiduidade às 
aulas (presenciais) e compromisso com as aulas a distância, se for o caso. 
Ainda sobre as dificuldades em realizar uma pesquisa científica, os 
problemas relacionados à teoria, acesso às fontes, custos e tempo disponível, 
precisam ser sanados o quanto antes, para que a pesquisa se concretize e seja 
produtiva. Muitas vezes, os alunos querem dar conta de um problema muito 
abrangente, ambicioso, ou que não se enquadra nas linhas de pesquisa dos 
orientadores disponíveis. Há, ainda, estudos que demandam custos altos, que 
não poderão ser realizados sem o auxílio de uma bolsa ou programa do 
Governo, e outros, que requerem bastante tempo na coleta de dados. Esse alerta 
não quer dizer que o aluno não possa ser criativo e ousado, no bom sentido, mas 
que ele precisa ter consciência de suas limitações, para que não venha ter sérios 
problemas na execução da pesquisa, bem como na vida acadêmica como um 
todo. 
No que diz respeito aos problemas com o orientador, vale apostar na 
sabedoria e humildade. É interessante escolher um professor que além de se 
enquadrar na linha de pesquisa escolhida, tenha estabelecido alguma afinidade 
em relação à turma e/ou aluno, para que haja tranquilidade na relação 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
37 Metodologia científica 
orientador versus orientando. Se isso não for possível, será preciso usar mais da 
responsabilidade e humildade, para obter credibilidade por parte do orientador. 
Essas ressalvas não tem como objetivo assustar o iniciante na pesquisa, 
e sim, prepará-lo para as eventuais dificuldades que poderão ocorrer no 
processo. 
2.3 Tipologia da pesquisa 
Veremos neste item, de forma esquemática, a classificação da pesquisa 
quanto à natureza, aos objetivos, aos procedimentos e ao objeto, conforme 
Andrade (2007, p. 113): 
Quanto à natureza – pode ser um trabalho científico original ou resumo de 
assunto. O trabalho original diz respeito às pesquisas feitas pela primeira vez, 
geralmente, realizadas por teóricos e cientistas. Já os resumos de assunto, 
partem de pesquisas já realizadas por autoridades em determinado assunto, 
com o objetivo, não de fazer uma simples cópia, mas de interpretar as idéias 
com base em fatos reais e metodologia adequada. 
Quanto aos objetivos – pode ser exploratória, descritiva e explicativa 
Exploratória – procura proporcionar maiores informações sobre determinado 
tema. Ex. Pesquisa bibliográfica. 
Descritiva – tem como objetivo principal descrever traços de determinada 
população ou fenômeno, sem a interferência do pesquisador. Ex: Pesquisas 
desenvolvidas nas Ciências Humanas e Sociais (mercadológicas, pesquisas de 
opinião, levantamentos socioeconômicos). 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
38 Metodologia científica 
Explicativa – além do objetivo de estudar os fenômenos, procura descobrir os 
fatores determinantes. 
Quanto aos procedimentos - maneira pela qual os dados necessários são 
adquiridos. 
Pesquisas de campo – tem como objetivo a observação dos fatos tal como 
ocorrem na realidade. O pesquisador coleta os dados no local onde ocorre 
determinado fenômeno; 
Pesquisas de fontes (pesquisa bibliográfica e pesquisa documental) – a 
diferença principal entre a bibliográfica e a documental é a de que a primeira faz 
uso de fontes secundárias, enquanto a segunda, faz uso de documentos 
originais. 
Quanto ao objeto – podem ser de três formas: bibliográfica, de laboratório e 
de campo: 
Bibliográfica - pode constituir-se de um trabalho independente ou como ponto 
de partida de outra investigação. 
De laboratório – em sua grande maioria, constitui-se de uma pesquisa 
experimental, embora isso não seja uma regra. No laboratório, o pesquisador 
provoca, produz e reproduz fenômenos, em condições de controle (RUIZ apud 
ANDRADE, 2007, p. 116). 
De campo – nessa pesquisa, como foi dito anteriormente, a coleta de dados é 
realizada no ambiente onde ocorre o fenômeno, sem interferência do 
pesquisador. Desenvolvida, principalmente, nas Ciências Sociais (política, 
economia, sociologia e Antropologia). 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
39 Metodologia científica 
2.4 Planejamento de pesquisa 
Essa é considerada a primeira fase da pesquisa, envolvendo a 
formulação do problema, objetivos, construção das hipóteses, operacionalização 
dos conceitos etc (GIL, 2002, p. 19). Tudo isso será concretizado através da 
elaboração de um projeto de pesquisa que servirá como um roteiro a ser 
seguido e deverá mostrar com clareza o quê (problema), por quê 
(justificativa), para quê (objetivo) e como (metodologia) se pretende 
realizar esse estudo. 
Sabendo da importância de esquematizar para melhor compreender um 
conteúdo ou trabalho a ser realizado, muitos pesquisadores elaboram a 
diagramação da pesquisa. Vale salientar que essas etapas não são rígidas, pois 
muitas vezes é preciso simplificar ou alterar alguma das fases. Vejamos um 
exemplo desse diagrama, apresentado por Gil (2002, p. 21): 
Quadro - Diagramação da pesquisa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Formulação 
do problema 
Construção 
de hipóteses 
Determinação 
do plano 
Operacionalização 
das variáveis 
Elaboração dos 
instrumentos de 
coleta de dados 
Pré-teste 
dos instrumentos 
Seleção 
da amostra 
Coleta 
de 
dados 
Análise e 
 interpretação 
dos dados 
Redação do 
relatório 
da pesquisa 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
40 Metodologia científica 
2.4.1 Problema de pesquisa 
Já vimos, até agora, que a pesquisa científica é um procedimento 
racional para dar respostas a problemas propostos, que pode ser pura ou 
aplicada e que deverá ser planejada através da elaboração de um projeto. Para a 
elaboração deste, o aluno deverá formular um problema a ser estudado. Mas o 
que é um problema de pesquisa? Para ficar mais claro, faremos a distinção entre 
problema comum e problema científico: 
Muitos alunos sentem dificuldades em formular um problema científico 
por não saberem,ao certo, do que se trata exatamente. Primeiramente, vale 
dizer que problema científico não é a mesma coisa que todo e qualquer 
problema. Para ser científico, ele precisa envolver “variáveis que podem ser 
tidas como testáveis” (GIL, 2002, p. 24). Vejamos como isso funciona, 
utilizando exemplos deste último autor: 
1. “Em que medida a escolaridade determina a preferência político-
partidária?” 
2. “A desnutrição determina o rebaixamento intelectual?” 
As variáveis dos exemplos anteriores são, respectivamente, 
preferência político-partidária e nível de escolaridade. Essas variáveis 
são suscetíveis de observação e manipulação, pelo fato de ser possível verificar 
tanto uma como outra. Sendo assim, os problemas dos exemplos (1) e (2) são de 
natureza científica (GIL, 2002, p. 24). 
Segundo Kerlinger apud Gil (2002, p. 24), podemos classificar 
determinados problemas não científicos como problemas de engenharia. 
Exemplos: 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
41 Metodologia científica 
3.“Como fazer para melhorar os transportes urbanos?” 
4.“O que pode ser feito para melhorar a distribuição de renda?” 
5.“Como aumentar a produtividade no trabalho?” 
Segundo GIL (2002), a ciência não pode responder diretamente a 
problemas como esses, nos exemplos (3), (4) e (5), pois “eles não indagam como 
são as coisas, suas causas e consequências, mas indagam acerca de como fazer 
as coisas”. Outro tipo de problema classificado pelo autor como não científicos 
são os problemas de valor: 
6. “Qual a melhor técnica psicoterápica?” 
7. “É bom adotar jogos e simulações como técnicas didáticas?” 
8. “Os pais devem dar palmadas nos filhos?” 
 
Nos três últimos exemplos, (6), (7) e (8), é indagado se algo é bom ou 
ruim, se se deve ou não fazer determinada coisa. Ou seja, são problemas de 
valor e não problemas científicos. “Embora não se possa afirmar que o cientista 
nada tenha a ver com esses problemas, o certo é que a pesquisa científica não 
pode dar respostas a questões de 'engenharia' e de 'valor', porque sua correção 
ou incorreção não é passível de verificação empírica ” (GIL, 2002, p. 24). 
Ainda de acordo com esse último autor, “o problema de pesquisa pode 
ser determinado por razões de ordem prática ou de ordem intelectual”. As 
de ordem prática caracterizam as pesquisas aplicadas, interessadas em 
conhecer e fazer algo mais eficiente; já as de ordem intelectual, caracterizam as 
pesquisas puras, interessadas, apenas, em conhecer. Vejamos alguns exemplos, 
conforme Gil, (2002): 
Razões de ordem prática 
 
1. Busca de respostas para subsidiar determinada ação; 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
42 Metodologia científica 
 
Ex: Uma empresa que deseja conhecer o perfil do consumidor de seus 
produtos para optar pelo tipo de propaganda que deverá ser feita. 
 
2. Avaliação de certas ações ou programas; 
 
 Ex: Descobrir os efeitos de um programa do Governo a respeito da 
recuperação de alcoólatras. 
 
3. Estudo das consequências de várias alternativas possíveis; 
 
 Ex: Uma empresa que deseja verificar qual sistema de avaliação de 
desempenho é mais adequado para o perfil de seu pessoal. 
4. Predição de acontecimentos. 
 
 Ex: Uma prefeitura que tem o interesse em verificar em que medida a 
construção de uma via poderá provocar danos na respectiva área da cidade. 
 
Razões de ordem intelectual 
 
1. Exploração de um objeto pouco conhecido; 
 Ex: Os estudos de Freud sobre o inconsciente. 
2. Estudo específico de áreas já exploradas; 
 Ex: Um pesquisador que tem o interesse em verificar em que medida 
fatores não econômicos podem servir como agentes motivadores no 
trabalho. 
3. Teste de uma teoria específica; 
 Ex: A experiência do pesquisador Wardle (1961) com a teoria da 
carência materna de Bowlby. 
4. Descrição de determinado fenômeno; 
 Ex: Estudo que busca verificar os traços socioeconômicos de determinada 
 população. 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
43 Metodologia científica 
2.4.2 A formulação de um problema de pesquisa 
 Embora não haja procedimentos rígidos para a formulação de um 
problema científico, existem algumas condições que auxiliam o pesquisador 
nessa etapa, como: 
• Imersão sistemática no objeto; 
• Estudo da literatura existente; 
• Discussão com pessoas experientes na área (SELLTIZ apud GIL, 2002, p. 
26). 
Além dessas condições, há as seguintes regras práticas, apresentadas 
pelo referido autor: 
a) O problema deve ser formulado como pergunta – maneira 
direta utilizada para melhor identificar de que trata a pesquisa; 
Ex: Dizer que irá pesquisar sobre o problema do divórcio não diz muito 
sobre a pesquisa. Diferentemente, seria dizer que está pesquisando sobre 'que 
fatores provocam o divórcio?'4. 
b) O problema deve ser claro e preciso – um problema precisa 
ser formulado com clareza para que possa ser solucionado. Não poderá 
ser vago ou generalizado; 
Ex: A pergunta 'Como funciona a mente?' é vaga e muito abrangente. Já 
a pergunta 'Que mecanismos psicológicos podem ser identificados no processo 
de memorização?' diz respeito ao mesmo tema, mas está delimitado e claro. 
 
4 Os exemplos apresentados no item A formulação de um problema de pesquisa foram 
extraídos da obra: GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: 
Atlas, 2002. p. 27-29. 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
44 Metodologia científica 
c) O problema deve ser empírico – o pesquisador deverá verificar 
os resultados com base na experiência e não em valores ou 
julgamentos pessoais; 
d) O problema deve ser suscetível de solução – na formulação 
de um problema, é preciso conhecer as condições oferecidas e 
possíveis para poder solucioná-lo; 
e) O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável – 
é preciso que o pesquisador delimite o problema ao seu alcance. 
Ex: Poderá haver um interesse em pesquisar a atitude dos jovens em 
relação à religião. Certamente, não será possível verificar a atitude de todo e 
qualquer jovem a respeito de toda e qualquer religião. O ideal será delimitar a 
pesquisa, perguntando-se sobre a atitude de determinados jovens, de 
determinada faixa etária, de uma cidade específica em relação a uma religião 
específicas. 
2.4.3 Hipóteses 
A hipótese no trabalho científico funciona como uma possível resposta 
ao problema proposto, através de uma proposição testável. Significa dizer que, 
após formular um problema solucionável, o pesquisador formulará uma ou mais 
hipóteses que poderão vir a ser confirmadas ou não ao final da pesquisa. 
Enquanto o problema deverá ser formulado em forma de pergunta, a hipótese, 
por sua vez, deverá ser uma afirmação. 
As hipóteses surgem de diversas fontes, como observação, resultados 
de outras pesquisas, teorias ou intuição (GIL, 2002, p.35-36). 
 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
45 Metodologia científica 
Observação – considerado o procedimento fundamental na formulação de 
hipóteses. A observação dos fatos do dia-a-dia fornece pistas de respostas aos 
problemas propostos; 
Resultados de outras pesquisas – comumente são utilizados em vários 
tipos de investigações, e na maioria das vezes, conduzem a conhecimentos mais 
abrangentes; 
Teorias – alguns pesquisadores fazem uso de teorias para formularem suas 
hipóteses, no entanto, isso nem sempre é possível, pois há muitas áreas que 
carecem de teorias esclarecedoras; 
Intuição – as hipóteses com base em intuições são, por sua natureza, difíceis 
de serem avaliadas, por não deixarem claro as razões que a determinaram. 
Além das fontes mais comuns que determinam as formulações de 
hipóteses, vistas anteriormente, podemos falar, ainda, das características de 
uma hipótese aplicável, ou seja, que pode ser testável. Essas características 
foram formuladas por Goode e Hatt (1969) e McGuigan (1976), e citadas por Gil 
(2002, p. 36-38): 
Características de uma hipótese aplicávelClara – os conceitos referentes às variáveis devem estar claramente definidos; 
Específica – deve ser expressa em termos específicos e não muito 
pretensiosos; 
Obter referências empíricas – não deverão envolver julgamentos de valor 
como “bom”, “mau”, “deve ou deveria”, para que possam ser testadas 
adequadamente; 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
46 Metodologia científica 
Parcimoniosa – entre uma hipótese simples e uma complexa, recomenda-se 
adotar a simples, desde que tenha o mesmo poder de explicação; 
Relacionada com as técnicas disponíveis – as hipóteses deverão estar 
ajustadas às técnicas disponíveis, para serem testadas. Caso não haja, o 
pesquisador deverá reformulá-las ou realizar estudos para se descobrir novas 
técnicas. 
Relacionada com uma teoria – Em muitas pesquisas sociais, este critério é 
dispensado. No entanto, vale salientar que as hipóteses formuladas deverão ter 
algum vínculo a uma teoria existente, para que possibilitem a generalização de 
seus resultados. 
2.4.4 Métodos e técnicas de pesquisa 
No que diz respeito aos métodos científicos, podemos classificá-los da 
seguinte maneira: métodos de abordagem e métodos de procedimentos. 
2.4.5 Métodos de abordagem 
O método de abordagem pode ser definido como o conjunto de 
procedimentos utilizados no estudo de fenômenos ou no percurso feito para 
chegar-se à verdade. Classificam-se em: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo 
e dialético (ANDRADE, 2007, p. 121). 
a) Dedutivo – esse método parte de teorias e leis gerais para se chegar 
à conclusão. A cadeia de raciocínio estabelece conexão descendente 
(do geral para o particular); 
Exemplo de raciocínio dedutivo: 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
47 Metodologia científica 
 
Todo homem é mortal. ---------------universal, geral; 
Pedro é homem; -----------------------particular; 
logo, Pedro é mortal. -----------------conclusão (ANDRADE, 2007, p. 121). 
 
b) Indutivo – nesse método ocorre o inverso do método dedutivo. A 
conexão estabelecida é ascendente (do particular para o geral). As 
constatações particulares conduzem às teorias e leis gerais; 
Exemplo de raciocínio dedutivo: 
O calor dilata o ferro; ---------------------particular; 
O calor dilata o bronze;--------------------particular; 
O calor dilata o cobre; ---------------------particular; 
logo, o calor dilata todos os metais------geral, universal (ANDRADE, 
2007, p. 121). 
 
c) Hipotético-dedutivo – segue a mesma linha de raciocínio do método 
dedutivo. A diferença é não se limitar à generalização empírica das 
observações feitas durante a pesquisa; 
d) Dialético - método que concebe a realidade em constante mudança, 
e por isso é contrário ao conhecimento rígido. 
 
 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
48 Metodologia científica 
2.4.6 Métodos de procedimentos 
 
Diferentemente dos métodos de abordagem, os métodos de 
procedimentos possuem um caráter mais específico, relacionando-se com as 
etapas da pesquisa. Segundo Lakatos citado por Andrade (2007, p. 123), “os 
principais métodos de procedimentos, na área das Ciências Sociais são: 
histórico, comparativo, estatístico, funcionalista, estruturalista, monográfico 
etc” . 
a) Histórico – através desse método, os fatos e instituições do 
passado são investigados com o objetivo de compreender sua natureza 
e função, bem como a influência desses acontecimentos na sociedade 
atual. 
b) Comparativo – como o próprio nome indica, realiza comparações 
com o objetivo de encontrar semelhanças e divergências em grupos do 
passado e/ou presente. 
c) Estatístico – fundamenta-se na aplicação da teoria estatística das 
probabilidades na investigação de diversos fenômenos, procurando 
obter generalizações sobre sua natureza e ocorrência. 
d) Funcionalista – mais de interpretação do que de investigação, 
“estuda a sociedade do ponto de vista da função de suas unidades, 
visto que considera toda atividade social e cultural como funcional ou 
como desempenho de funções” (ANDRADE, 2007, p. 124). 
e) Estruturalista – desenvolvido por Levi-Strauss, parte da 
investigação de um fenômeno concreto para o abstrato e vice-versa, 
utilizando-se de um modelo para analisar a realidade concreta dos 
fenômenos. 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
49 Metodologia científica 
f) Monográfico ou estudo de caso – criado por Le Play, no estudo 
de famílias operárias, constitui-se na investigação de determinados 
indivíduos, grupos, profissões, comunidades, com o objetivo de obter 
generalizações. 
2.4.7 Técnicas de pesquisa 
Segundo Andrade (2007, p. 124), as técnicas de pesquisa estão 
relacionadas com a coleta de dados. Grosso modo, podemos afirmar que método 
é geral e técnica, particular. Vejamos a distinção feita por Ruiz (1991) e citada 
pela referida autora: 
A rigor, reserva-se a palavra método para significar o traçado das etapas 
fundamentais da pesquisa, enquanto a palavra técnica significa os diversos 
procedimentos ou a utilização de diversos recursos peculiares a cada objeto de 
pesquisa, dentro das diversas etapas do método, (…) (RUIZ apud ANDRADE, 
2007, p. 125). 
De acordo com a autora, as técnicas de pesquisa são divididas em dois 
tipos de procedimentos, a saber, documentação indireta e documentação 
direta: 
a) Documentação indireta – é dividida em pesquisa bibliográfica 
e pesquisa documental, já comentadas anteriormente; 
 
b) Documentação direta – divide-se em observação direta 
intensiva (observação e entrevistas) e observação direta extensiva 
(aplicação de formulários, questionários, testes, pesquisas de mercado 
etc). 
 
 
 
Introdução à pesquisa científica 
50 Metodologia científica 
2.5 Referências 
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho 
científico. 8. ed. São Paulo: atlas, 2007. 
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: 
Atlas, 2002. 
SCHLÜTER, Regina G. Metodologia da pesquisa em turismo e hotelaria. São 
Paulo: Aleph, 2003. 
 
 
Elaboração de Trabalhos Acadêmicos 
51 Metodologia científica 
 
 
 
 
Unidade 3 
 
Elaboração de Trabalhos 
Acadêmicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaboração de Trabalhos Acadêmicos 
52 Metodologia científica 
3. Elaboração de Trabalhos Acadêmicos 
Nas unidades 1 e 2, demos ênfase à questão de técnicas de estudos e 
encaminhamento de uma pesquisa científica. Agora, nas unidades 2 e 3, 
estudaremos quais são os tipos de trabalhos acadêmicos e científicos, em que 
consistem e como formatá-los. 
3.1. Tipos de trabalhos acadêmicos 
Com o objetivo de esclarecer o que vem a ser determinado tipo de 
trabalho acadêmico e científico, utilizaremos, a seguir, as definições de diversos 
tipos de trabalhos, apresentadas por Furasté (2008, p. 57-59), em sua obra 
sobre normas técnicas para o trabalho científico, com base na Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): 
a) TESE - Documento que representa o resultado de um trabalho 
experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e 
bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação 
original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em 
questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa à 
obtenção do título de DOUTOR ou similar. 
 
b) DISSERTAÇÃO - Documento que representa o resultado de um 
trabalho experimental ou exposição de um estudo científico 
retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o 
objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar 
o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade 
de sistematização do candidato. É feito sob a coordenação de um 
orientador (doutor), visando à obtenção do título de MESTRE. 
 
 
Elaboração de Trabalhos Acadêmicos 
53 Metodologia científica 
 
c) TRABALHOS ACADÊMICOS e/ou similares (Trabalho de 
conclusão de curso (TCC), Trabalho de Graduação Interdisciplinar 
(TGI) e outros): Documentoque representa o resultado de estudo, 
devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser 
obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo, estudo 
independente, curso, programa e outros ministrados. Deve ser feito 
sob a coordenação de um orientador. 
 
d) PROJETO DE PESQUISA – Documento que apresenta o plano 
previamente traçado para o desenvolvimento do trabalho final. A 
ABNT define projeto como 'descrição da estrutura de um 
empreendimento a ser executado' e projeto de pesquisa como 
sendo 'uma das fases da pesquisa. É a descrição da sua estrutura.' 
 
e) RELATÓRIO DE ESTÁGIO – Documento que contém relato 
completo e objetivo do cumprimento de estágio exigido 
regimentalmente por algumas instituições, contendo experiências 
vividas, programas desenvolvidos, objetivos propostos e alcançados e 
observações técnicas realizadas, além de outras informações exigidas. 
 
f) ARTIGO CIENTÍFICO – É parte de uma publicação com autoria 
declarada que apresenta e discute idéias, métodos, técnicas, processos 
e resultados nas mais diversas áreas do conhecimento. 
 
g) TRABALHO ESCOLAR – Trabalho, normalmente, exigido sem 
qualquer compromisso com normas científicas. São resumos, sínteses, 
análises, recensões, questionários e tarefas de aula. 
 
 
Elaboração de Trabalhos Acadêmicos 
54 Metodologia científica 
 
h) MONOGRAFIA – Documento constituído de uma só parte ou de 
um número preestabelecido de partes que se complementam. 
3.2 Partes que compõem o trabalho 
A estrutura dos trabalhos científicos é constituída de três partes: 
elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais. Nessas 
partes há elementos obrigatórios e opcionais: 
Vejamos o detalhamento desses elementos, conforme Furasté (2008, p. 
76): 
 
 
PARTES QUE COMPÕEM UM TRABALHO ACADÊMICO 
 
Elementos pré-textuais: 
 
• Capa (obrigatório) 
• Folha de rosto (obrigatório) 
• Folha de Aprovação (obrigatório) 
• Dedicatória 
• Agradecimentos (opcional) 
• Epígrafe (opcional) 
• Resumo na língua vernácula (obrigatório) 
• Resumo em língua estrangeira (obrigatório) 
• Listas de ilustrações 
• Listas de abreviaturas e siglas (opcional) 
• Sumário (obrigatório) 
 
Elementos textuais: 
 
• Introdução 
• Desenvolvimento 
• Conclusão 
 
 
Elaboração de Trabalhos Acadêmicos 
55 Metodologia científica 
 
Elementos pós-textuais: 
 
• Referências e/ou Obras consultadas 5(obrigatório) 
• Glossário (opcional) 
• Apêndice (opcional) 
• Anexo (opcional) 
 
 
3.2.1 Elementos pré-textuais - são elementos que antecedem o corpo do 
trabalho, com informações sobre o autor, instituição e tema; 
a) Capa – elemento obrigatório, contendo as principais informações 
para identificação do trabalho. Exemplo de capa, segundo Furasté 
(2008, p. 80): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome da 
Instituição a 
3cm e do autor 
a 5cm da borda 
superior, 
centrado, em 
negrito, fontes 
12 a 14. 
Título principal 
a 11cm da 
borda superior, 
centrado, em 
negrito, fontes 
12 a 14. 
Local a 25,5cm 
e ano a 26,5cm 
da borda 
superior, em 
minúsculas, 
sem negrito, 
fonte 12. 
 
FACULDADES RIO-GRANDENSES 
AUGUSTO CARVALHO DA SILVA 
 
 
 
 
 
O TEMPO E O LUGAR NO ROMANCE DE 1930 
LENDAS E HISTÓRIAS 
VOLUME 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre 
2004 
 
 
Elaboração de Trabalhos Acadêmicos 
56 Metodologia científica 
b) Folha de rosto – elemento obrigatório, contendo as mesmas 
informações da capa e inclusão de texto especificando o trabalho. 
Exemplo de folha de rosto, segundo Furasté (2008, p. 84): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome do autor a 
5cm da borda 
superior, centrado, 
em negrito, fontes 12 
a 14. 
Título principal a 
11cm da borda 
superior, centrado, 
em negrito, fontes 
12 a 14. 
Texto a 17cm da 
borda superior, letras 
minúsculas, sem 
negrito fonte 12. 
Local a 25,5cm da 
borda superior, 
centrado, em 
minúsculas, sem 
 
Nome do orientador a 
25,5cm da borda 
superior, centrado, 
letras minúsculas, 
sem negrito, fonte 12. 
AUGUSTO CARVALHO DA SILVA 
 
 
O TEMPO E O LUGAR NO ROMANCE DE 1930 
LENDAS E HISTÓRIAS 
VOLUME 4 
 
 
 
 
 
 
Dissertação de Mestrado em Literatura 
Brasileira 
 Para obtenção do título de Mestre em Literatura 
 Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
 Centro de Pós-Graduação e Pesquisa 
 Faculdade de Filosofia e Letras 
 Literatura Contemporânea 
 
 
 
 Orientadora: Clarissa de Borba Henn 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre 
2004 
 
 
 
Elaboração de Trabalhos Acadêmicos 
57 Metodologia científica 
c) Folha de aprovação – elemento obrigatório a partir da 
atualização da ABNT, de agosto de 2001. As orientações quanto à 
formatação não são rígidas, dependem da Instituição. Exemplo de 
folha de aprovação, segundo Timbó (2006, p. 10): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome do autor 
a 3cm da borda 
superior, 
centrado, em 
negrito, fontes 
12 a 14. 
Texto em 
espaço entre 
linhas simples, 
letras 
minúsculas, 
sem negrito 
fonte 12. 
Margem direita 
a 2cm. 
Margem 
esquerda a 
3cm. 
Espaço entre 
linhas 1,0. 
Margem 
inferior a 2cm. 
STELA SALES PEREIRA 
 
 
 
 EDUCAÇÃO E MÍDIA NO BRASIL: ENSINO 
 MÉDIO E FUNDAMENTAL 
 
 
 
Monografia apresentada no 
curso de graduação à 
Universidade Metodista de São 
Paulo, Faculdade de Educação e 
Letras, para conclusão do curso. 
 
 
 
 
 
Área de concentração: 
 
 
Data de defesa: 22 de novembro de 2006. 
Resultado: ________________________. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
Eduardo de Almeida Prof. Dr. _____________ 
Universidade Metodista de São Paulo. 
 
Regina dos Santos Prof. Dra. _____________ 
Universidade Metodista de São Paulo 
 
Geraldo Afonso Cunha Prof. Dr. _____________ 
Universidade de São Paulo 
 
 
 
Elaboração de Trabalhos Acadêmicos 
58 Metodologia científica 
d) Resumo em língua vernácula e língua estrangeira – tanto o 
resumo, em nosso caso, em português, como em língua estrangeira, 
são obrigatórios. Vejamos o exemplo em português, apresentado por 
Furasté (2008, p. 98): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Texto em 
espaço 
simples. Um 
parágrafo 
apenas. 
Recomenda-
se texto 
composto de 
150 a 500 
palavras, 
para 
trabalhos 
acadêmicos. 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
 
 Este trabalho apresenta os procedimentos técnicos 
empregados na tradução. Assim, temos a definição de 
tradução e seus diferentes tipos, exemplos e tentativa de 
tradução automática, através de máquina de traduzir. 
Depois, temos os procedimentos técnicos com definições e 
exemplos. Faz-se menção à qualidade das traduções e 
coloca-se sugestões para melhorá-las. É uma tentativa de 
dar uma ampla visão do assunto tradução, sem se 
enveredar apenas por um só caminho, mas mostra-se 
também as diferentes opções existentes. 
 
 
 
Palavras-chave: 
tradução – tradução automática - definições 
 
 
 
Elaboração de Trabalhos Acadêmicos 
59 Metodologia científica 
f) Sumário – elemento obrigatório que como finalidade dar uma 
visão do trabalho e indicar a localização dos conteúdos. É apenas 
informativo, diferentemente do índice que é explicativo. Exemplo de 
sumário, segundo Furasté (2008, p. 105): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Texto em 
espaço 
simples. 
Seções 
primárias e 
secundárias 
em versal e 
maiúsculo e 
as terciárias 
em 
minúsculo. 
Não são 
numerados 
esses títulos, 
nem a 
introdução. 
Centrado, 
versal, 
negrito. 
2cm, direito; 
3cm, 
esquerdo. 
 8cm da borda 
 
 
 SUMÁRIO 
 
 
 INTRODUÇÃO......................................................................11 
 
 1. ENTENDENDO O FRANCHISING...................................12 
 1.1 O FRANCHISING NO BRASIL......................................14