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resenha 2 roberto damatta

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No texto, Roberto Da Matta critica as rotinas de pesquisa já estabelecidas e aceita pelos antropólogos, no entanto reconhece como um mal necessário. Segundo o autor, o seu objetivo é apresentar uma nova perspectiva dessa prática, a qual o antropólogo deve vivenciar a experiência de modo menos cientifico. Logo, faz-se necessário incorporar no trabalho de campo mecanismos criativos e carismáticos como fator fundamental para a análise antropológica.
Ao discorrer sobre Etnologia, Da Matta afirma que, assim como nos ritos de passagem, existem três dimensões fundamentais para a realização do trabalho de campo vista pelo prisma do seu cotidiano. Primeiramente, encontra-se a fase teórico-intelectual, a qual é dita como preparatória, visto que não possuímos contato com o grupo objeto da investigação. Tem-se, apenas, um conhecimento prévio adquirido da teoria, algo ainda abstrato.
No que se refere à segunda fase, denominada período prático, é aquela que antecede a pesquisa, onde deve haver o planejamento da passagem das teorias universais para a problemática concreta, ou seja, é a preparação de campo. Já na terceira fase, a pessoal ou a existencial, ocorre a fusão entre a teoria e a experiência, é a visão de forma conjunta. É nesta dimensão que o pesquisador se encontra entre dois mundos distintos, desse modo, o autor sugere a inserção de aspectos anedóticos, os chamados tópicos “românticos” da disciplina a fim de atingir o Anthropological Blues, pois revela a carga subjetiva do trabalho de campo.
É ressaltado, também, que só existe a Antropologia Social quando tem o exótico, dependente da distância social e do sentimento de segregação, implicando no estranhamento e preconceito daquilo que é diferente. Sendo, assim, o papel do antropólogo transformar o que é exótico em familiar, e aquilo que nos é familiar em exótico. Desta forma, para Roberto Da Matta, ao se deparar com dois mundos, precisa se colocar como tradutor de um outro sistema para a linguagem do seu mundo, pois “o homem não se enxerga sozinho, ele precisa de outro individuo como guia e espelho”.
Conclui-se que a Antropologia deve confrontar a subjetividade e refletir sobre a visão do outro com o intuito de recuperar o lado extraordinário das relações pesquisador/informante por meio da empatia, permitindo, então, produzir uma boa etnografia.
REFERÊNCIAS
DA MATTA, Roberto. O ofício de etnólogo, ou como ter anthropological blues. Boletim do Museu Nacional: Antropologia, n. 27, maio de 1978. P.1-12.

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