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Aula 7 - O texto poético - uma introdução

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1 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 � Distinguir os conceitos de poesia, prosa e poema;
 � Compreender o que é lirismo e como ele se manifesta no texto 
literário.
O texto poético: 
uma introdução
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS
INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PARAÍBA
UNIDADE 03 AULA 07
2
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS - O Texto Poético: uma introdução 
2 COMEÇANDO A HISTÓRIA
Caro aluno, na aula anterior, você ficou sabendo sobre a teoria dos gêneros 
literários, cujo início da discussão foi com Platão e Aristóteles. As bases teóricas 
foram, portanto, lançadas na Antiguidade, mas, ainda hoje, se sustentam, 
naturalmente com mudanças e vários desdobramentos.
Você deve lembrar que são três os gêneros literários basilares: o lírico, o 
épico/narrativo e o dramático. Nesta aula, especificamente, vamos fazer uma 
introdução ao estudo do texto poético ou, em outros termos, uma introdução 
ao gênero lírico. Isso significa que vamos ler e discutir sobre poesia, algo 
extremamente interessante, você não acha?
Mais adiante, no nosso curso, você vai aprofundar esse estudo numa 
disciplina chamada Teoria da Literatura I. Por enquanto, vamos dar o pontapé 
da discussão.
Muito provavelmente, você já ouviu as seguintes falas:
– Vamos bater dois dedos de prosa?
– Aquele professor lê poema muito bem.
– Gosto muito de ouvir poesia.
Bem, você já se deu conta do significado destes termos: prosa, poema 
e poesia? A palavra prosa significa apenas conversa? Poema e poesia são 
sinônimos?
Essas e outras questões serão objeto de nosso estudo a partir de agora.
3 TECENDO CONHECIMENTO
Para começar nossa conversa sobre o texto poético, é importante falarmos 
sobre gênero lírico e lirismo. Qual a origem desses termos? O que eles significam? 
Após responder a essas questões, trataremos, como já foi adiantado, das 
diferenças entre poesia, prosa e poema, e, em seguida, de alguns comentários 
a respeito do discurso poético como algo inato ao ser humano. Por fim, 
discutiremos sobre o que são imagens poéticas. Tudo isso com alguns textos 
poéticos interessantíssimos.
3
3.1 O gênero lírico e o lirismo
As palavras “lírico” e “lirismo” derivam de “lira”. A lira foi um instrumento de 
cordas, como se fosse uma harpa pequena, bastante utilizado na Antiguidade 
para acompanhar a recitação de versos.
A significação do vocábulo “lírica” articula-se estreitamente 
à sua etimologia: no início, designava uma canção que 
se entoava ao som da lira. Assinala, pois, a aliança entre 
a música e o poema, ou entre a melodia e as palavras. 
Inaugurada pelos gregos, no século VII a.C., essa modalidade 
poética permaneceu até a Renascença, quando o primitivo 
significado – poesia cantada – entrou em desuso. [...]
De modo geral, o histórico da lírica apresenta dois grandes 
lapsos de tempo, limitados pela Renascença: no primeiro, 
consistia na atividade poética destinada ao canto, e 
acompanhada pela lira ou, durante a Idade Média, por 
outros instrumentos de corda, como a viola, o alaúde, o 
saltério, a guitarra; no segundo, instaurado o divórcio entre 
a letra e a pauta musical, o poema lírico endereçava-se não 
mais aos ouvidos, e sim aos olhos, pois visava a ser lido. 
(MOISÉS, 2004, p. 260)
Desde os gregos, o que hoje chamamos de poesia lírica já designava uma 
construção poética individual, ou seja, criada e executada por uma só pessoa, 
em oposição à poesia córica (cantada por um coro). Lançava-se a base da 
noção de um “eu” poético. Sobretudo a partir do Romantismo, o gênero lírico se 
Figura 1
UNIDADE 03 AULA 07 
4
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS - O Texto Poético: uma introdução 
definiu como sendo “a poesia do ‘eu’, poesia da confissão ou poesia da emoção” 
(MOISÉS, 2004, p. 262).
Em linhas gerais, tradicionalmente, pertence ao gênero lírico os poemas, 
em geral curtos, escritos em 1ª pessoa e com certo grau de musicalidade, 
carregados de emoção (subjetividade), expressando algum estado de alma 
sentimental.
Por outro lado, não dá para confinar os sentimentos na estrutura de um 
poema. As emoções estão em toda parte e podem aparecer em qualquer 
tipo de texto. É óbvio que há lirismo no poema lírico, mas também é possível 
encontrá-lo em narrativas, por exemplo. No geral, portanto, o termo lirismo 
designa emoção, expressão de sentimentos.
Vejamos as colocações feitas pelo crítico Afrânio Coutinho a respeito da 
matéria lírica:
A vida são as paixões. A literatura inexistiria não fossem 
elas. Está nos movimentos do coração, portanto, a matéria 
lírica, e são eles que constituem os temas líricos, isto é, 
são os sentimentos humanos: amor, ódio, alegria, tristeza, 
morte, melancolia, entusiasmo, admiração, piedade, 
contemplação, saudade, adoração da beleza (natureza, 
mulher)... Amor, morte e natureza são os principais.
[...]
O lirismo é essencialmente emocional. Apresenta, como 
vimos, as emoções do poeta despertadas pelo contato 
com cenas de beleza (humana ou paisagística), alguma 
experiência (elemento da confidência que o poeta 
transmite), ou algum efeito criado na sua imaginação por 
qualquer coisa, ser, episódio, ou ainda um sentimento forte 
(busca ou negação da felicidade, etc.). (COUTINHO, 2008, p. 
82 e 84) (grifos nossos)
Para fecharmos esse tópico com um exemplo e uma atividade, leiamos um 
poema lírico do poeta paraibano Augusto dos Anjos:
5
Solitário
Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!
Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
— Velho caixão a carregar destroços —
Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
(ANJOS, 2001, p. 56)
EXERCITANDO
Aproveitando o poema “Solitário”, transcrito acima, responda aos seguintes 
questionamentos:
a) Que sentimentos são retratados no texto?
b) Como o eu-lírico foi caracterizado?
c) De que forma o ambiente descrito contribui para o lirismo do texto?
UNIDADE 03 AULA 07 
6
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS - O Texto Poético: uma introdução 
3.2 Poesia, poema, prosa
Após a noção inicial do que é lirismo, bem como do que caracteriza um 
poema lírico, façamos agora alguns esclarecimentos conceituais a respeito de 
três termos bastante utilizados nos estudos da literatura: poesia, prosa e poema.
Não vamos aqui esgotar toda uma discussão teórica a respeito do assunto, mas 
podemos apontar algumas possibilidades de diferenciação.
Podemos, para sermos didáticos, dizer, primeiramente, que o conceito 
de poesia é amplo e abrangente, referindo-se à beleza, ao encantamento, à 
suscitação de emoções, à sensibilidade. Já os conceitos de poema e prosa 
podem ser associados à questão da forma do texto.
O poema seria o texto escrito em versos, com uma ou mais estrofes, 
apresentando um ritmo de leitura mais cadenciado, certa musicalidade, com 
ou sem rimas. A prosa seria o texto escrito com linhas contínuas, frases, orações 
e parágrafos. Seria, popularmente, o texto “normal”. Veja os exemplos abaixo e 
como é fácil distinguir o poema da prosa. Aproveite a leitura dos textos!
POEMA
versos
estrofes
ritmo
rimas
Soneto de fidelidade
Vinícius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(MORAES, 1991, p. 55)
7
O pavão
Rubem Braga
E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor 
de suas cores; é um luxo imperial.Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas 
não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há 
são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, 
como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o 
máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e 
luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha 
amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e 
delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz 
de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
(BRAGA, 2009, p. 139)
É claro que essa distinção que estamos fazendo tem um caráter didático, 
como mencionamos antes, e atende à noção “moderna” de poema. Esses 
são apenas os primeiros passos de uma discussão que pode ser ampliada e 
aprofundada. Veja, por exemplo, o que diz o professor e crítico literário Alcir 
Pécora:
o que se tem chamado genericamente de “poema” não se 
reconhece, numa preceptiva de tradição clássica, como 
“poema” – termo cômodo pela totalização de objetos 
de tradições letradas muito distintas e, muitas vezes, 
impossíveis de justapor ou englobar –, mas, digamos, 
como soneto, como madrigal, como romance pastoril, 
como epístola satírica, formas poéticas precisas, com teoria, 
história e efeitos particulares. (PÉCORA, 2001, p. 12)
O que Pécora afirma é que o termo poema, entendido apenas a partir do 
aspecto formal, ou seja, como um texto escrito em versos, foi uma construção 
histórica que se sobrepôs aos nomes das formas poéticas (ou o que hoje 
chamamos de tipos de poemas). Os poetas dos séculos XVI ou XVII, por 
exemplo, “não faziam poemas”; faziam “soneto”, “madrigal”, “epigrama”, “elegia”, 
“écloga”, “ode” etc. Como vimos, hoje, o termo poema engloba todas essas 
PROSA
frases
orações
parágrafos
UNIDADE 03 AULA 07 
8
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS - O Texto Poético: uma introdução 
formas poéticas – a noção totalizadora, mencionada pelo crítico.
Ainda no que diz respeito à distinção entre poema e prosa, afirma o poeta e 
ensaísta mexicano Octavio Paz, Prêmio Nobel de Literatura de 1990, que o ritmo 
é o elemento diferenciador: “o ritmo se dá espontaneamente em toda forma 
verbal, mas só no poema se manifesta plenamente. Sem ritmo, não há poema; 
só com o mesmo, não há prosa. O ritmo é condição do poema, enquanto que é 
inessencial para a prosa” (PAZ, 2009, p. 11).
Outra discussão é a que se refere ao conceito de poesia. Vamos voltar a falar 
sobre isso?
Poesia não é algo que se restringe ao poema, nem mesmo ao texto 
literário. É possível encontrar poesia nos mais diversos lugares e situações. Um 
desenho de uma criança, um quadro, uma fotografia, a imagem de um casal 
de namorados, um casal de idosos de mãos dadas na praça, tudo isso pode 
ser considerado poético. Diz-se que poesia está associada àquilo que provoca 
reações sentimentais, deslumbramento, enlevo.
Observe que a noção de poesia está fortemente associada ao lirismo, às 
emoções. Lembremos, ainda, que, muitas vezes, a palavra poesia é empregada 
como sinônimo de obra literária de um autor. Por exemplo, a expressão “poesia 
de Jorge Amado” refere-se ao conjunto de livros literários do escritor baiano.
Pode haver poesia, portanto, num quadro, no poema, na prosa, num gesto...
Por outro lado, para o poeta Octavio Paz, “só no poema a poesia se recolhe e 
se revela plenamente”. Vejamos as palavras do autor que ora coincidem com o 
que já afirmamos, ora ampliam nossa discussão:
Perguntando ao poema pelo ser da poesia, não confundi-
mos arbitrariamente poesia e poema? Já Aristóteles dizia 
que “nada há de comum, exceto a métrica, entre Homero 
e Empédocles; e por isso com justiça se chama de poeta 
o primeiro e de filósofo o segundo”. E assim é: nem todo 
poema – ou, para sermos exatos, nem toda obra construí-
Figura 1: Octavio Paz Lozano 
(1914-1998), poeta, ensaísta 
e diplomata mexicano, rece-
bedor do Prêmio Nobel de 
Literatura de 1990.
Figura 2
9
da sob as leis da métrica – contém poesia. Um soneto não 
é um poema mas uma forma literária, exceto quando esse 
mecanismo retórico – estrofes, metros e rimas – foi tocado 
pela poesia. Há máquinas de rimar, mas não de poetizar. 
Por outro lado, há poesia sem poemas; paisagens, pessoas 
e fatos podem ser poéticos: são poesia sem poemas. Pois 
bem, quando a poesia acontece como uma condensação 
do acaso ou é uma cristalização de poderes e circunstâncias 
alheios à vontade criadora do poeta, estamos diante do po-
ético. Quando – passivo ou ativo, acordado ou sonâmbulo 
– o poeta é o fio condutor e transformador da corrente po-
ética, estamos na presença de algo radicalmente distinto: 
uma obra. Um poema é uma obra. A poesia se polariza, se 
congrega e se isola num produto humano: quadro, canção, 
tragédia. O poético é poesia em estado amorfo; o poema é 
criação, poesia que se ergue. Só no poema a poesia se re-
colhe e se revela plenamente. É lícito perguntar ao poema 
pelo ser da poesia, se deixamos de concebê-lo como uma 
forma capaz de se encher com qualquer conteúdo. O poe-
ma não é uma forma literária, mas o lugar de encontro en-
tre a poesia e o homem. O poema é um organismo verbal 
que contém, suscita ou emite poesia. Forma e substância 
são a mesma coisa. (PAZ, 1982, p. 16-7) (grifos nossos)
Para fecharmos essa discussão, saibamos a origem dos dois termos: poema 
e poesia, segundo o Dicionário de termos literários, de Massaud Moisés (2004):
POEMA – do grego poíema, o que se faz, criação; invenção, trabalho.
POESIA – do grego poíesis, fazer, criar, alguma coisa, pelo latim poesis.
3.3 Prosa poética ou poema em prosa
No tópico anterior, acabamos de estudar que a poesia não se restringe 
ao poema. Ela também pode ser achada na prosa. Há exemplos clássicos na 
literatura brasileira que confirmam essa tese, indicando a existência de prosas 
poéticas ou poemas em prosa. Em outras palavras, narrativas escritas em prosa, 
mas com uma linguagem altamente lírica (poética). Indicamos quatro exemplos.
Primeiro, você já deve ter notado que a crônica O pavão, de Rubem Braga, 
transcrita acima para exemplificar a estrutura da prosa, é um belo exemplar de 
UNIDADE 03 AULA 07 
10
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS - O Texto Poético: uma introdução 
prosa poética. Releia o texto, agora com esse novo olhar. O último parágrafo é 
de uma beleza poética extraordinária!
Os outros três exemplos são de Clarice Lispector, Guimarães Rosa e José de 
Alencar. Veja os fragmentos dos textos abaixo. Depois, aproveite para lê-los 
integralmente. Estão disponíveis na internet:
Texto I
Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, 
tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. 
A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era 
forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo 
nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e 
enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as 
sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. E cresciam árvores. 
Crescia sua rápida conversa com o cobrador de luz, crescia a água enchendo o 
tanque, cresciam seus filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com 
os jornais e sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas do edifício. Ana 
dava a tudo, tranqüilamente, sua mão pequena e forte, sua corrente de vida.
Certa hora da tarde era mais perigosa. Certa hora da tarde as árvores que plantara 
riam dela. Quando nada mais precisava de sua força, inquietava-se. No entanto 
sentia-se mais sólida do que nunca, seu corpo engrossara um pouco e era de 
se ver o modo como cortava blusas para os meninos, a grande tesoura dando 
estalidos na fazenda. Todo o seu desejo vagamente artístico encaminhara-se há 
muito no sentido de tornar os dias realizados e belos; com o tempo, seu gosto 
pelo decorativo se desenvolverae suplantara a íntima desordem. Parecia ter 
descoberto que tudo era passível de aperfeiçoamento, a cada coisa se emprestaria 
uma aparência harmoniosa; a vida podia ser feita pela mão do homem.
(Fragmento do conto “Amor”, do livro Laços de Família, de Clarice Lispector)
Texto II
Sou homem de tristes palavras. De que era que eu tinha tanta, tanta culpa? Se 
o meu pai, sempre fazendo ausência: e o rio-rio-rio, o rio — pondo perpétuo. Eu 
sofria já o começo de velhice — esta vida era só o demoramento. Eu mesmo tinha 
achaques, ânsias, cá de baixo, cansaços, perrenguice de reumatismo. E ele? Por 
quê? Devia de padecer demais. De tão idoso, não ia, mais dia menos dia, fraquejar 
do vigor, deixar que a canoa emborcasse, ou que bubuiasse sem pulso, na levada 
do rio, para se despenhar horas abaixo, em tororoma e no tombo da cachoeira, 
brava, com o fervimento e morte. Apertava o coração. Ele estava lá, sem a minha 
tranqüilidade. Sou o culpado do que nem sei, de dor em aberto, no meu foro. 
(Trecho extraído do conto “A terceira margem do rio”, do livro Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa)
11
Texto III
Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da 
carnaúba;
Serenai verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa, para que o barco 
aventureiro manso resvale à flor das águas.
[...]
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da 
graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque 
como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, 
onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal 
roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
(Fragmentos iniciais dos capítulos 1 e 2 do romance Iracema, de José de Alencar)
Você deve ter percebido que, nos três textos, escritos em prosa, há elementos 
típicos do gênero lírico: subjetividade, linguagem carregada de poeticidade e 
até certa sonoridade e ritmo. Em suma, as narrativas em questão não se limitam 
a contar uma história. Elas vão além desse aspecto. Em Iracema, por exemplo, 
há um ritmo típico de poema. No texto de Clarice Lispector, repetições que 
são muito mais comuns no texto em versos. Ainda em Clarice e também em 
Guimarães Rosa, uma profunda interiorização das personagens.
Comprovada, então, a tese de que há poesia além do poema e que existem 
textos em prosa profundamente poéticos. Finalizado este tópico, agora, vamos 
saltar para outra tese: “o poético é inerente ao ser humano”. Será?
3.4 O homem é um ser poético!?
É muito comum ouvirmos na televisão, em jornais ou entrevistas, que 
o homem é um ser político e um ser social. São expressões que se tornaram 
clichês e que dizem respeito à necessidade do ser humano de viver em 
sociedade e também de organizá-la. Agora, vamos ousar e acrescentar que 
o homem é também um ser poético, ou seja, a poesia é indispensável e está 
intrinsecamente ligada à própria existência. Você já se deu conta disso? Ou 
UNIDADE 03 AULA 07 
12
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS - O Texto Poético: uma introdução 
melhor, você concorda com essa afirmativa? Vejamos, então, o que diz o filósofo, 
antropólogo e sociólogo francês Edgar Morin:
Inicialmente, é preciso reconhecer que, qualquer que seja 
a cultura, o ser humano produz duas linguagens a partir 
de sua língua: uma racional, empírica, prática, técnica; 
outra, simbólica, mítica, mágica. A primeira tende a 
precisar, denotar, definir, apóia-se sobre a lógica e ensaia 
objetivar o que ela mesma expressa. A segunda utiliza mais 
a conotação, a analogia, a metáfora, ou seja, esse halo de 
significações que circunda cada palavra, cada enunciado e 
que ensaia traduzir a verdade da subjetividade. Essas duas 
linguagens podem ser justapostas ou misturadas, podem 
ser separadas, opostas, e a cada uma delas correspondem 
dois estados. O primeiro, também chamado de prosaico, 
no qual nos esforçamos por perceber, raciocinar, e que 
é o estado que cobre uma grande parte de nossa vida 
cotidiana. O segundo estado, que se pode justamente 
chamar de “estado segundo”, é o estado poético.
O estado poético pode ser produzido pela dança, pelo 
canto, pelo culto, pelas cerimônias e, evidentemente, pelo 
poema.
[...]
O objetivo que permanece fundamental na poesia é o de 
nos colocar num estado segundo, ou, mais precisamente, 
fazer com que esse estado segundo converta-se num 
estado primeiro. O fim da poesia é o de nos colocar em 
estado poético. (MORIN, p. 35-6 e 43)
Você percebeu, caro aluno, a tese defendida por Morin? Para ele, existem 
duas linguagens a partir de nossa própria língua: uma associada ao mundo 
do trabalho, das informações, da burocracia e dos documentos; outra, ligada 
à imaginação, à arte, à música, à poesia. As duas podem se misturar ou andar 
separadas. Mas, ambas existem sempre.
Você já imaginou um mundo sem a fantasia, o sonho, a imaginação, ou, 
em uma palavra, sem poesia? Já vimos que, de forma ampla, poesia se refere 
à beleza, ao encantamento. Um mundo sem poesia, nesse sentido macro, seria 
muito mais obscuro e triste, pois se reduziria apenas a atividades utilitárias, sem 
espaço para a contemplação, a beleza, as cores, os sons, os ritmos, as canções, 
as imagens e assim por diante.
Para Octavio Paz (2009, p. 12), “a poesia pertence a todas as épocas: é a forma 
natural de expressão dos homens. Não há povos sem poesia, mas existem os 
que não têm prosa. [...] é inconcebível a existência de uma sociedade sem 
13
canções, mitos ou outras expressões poéticas”.
É nesse sentido que dizemos que o homem é um ser poético. É inerente 
à raça humana a necessidade de preencher vazios espirituais e emocionais. E 
como diria a música interpretada pelos Titãs:
Comida
Bebida é água! 
Comida é pasto! 
Você tem sede de quê? 
Você tem fome de quê?...
A gente não quer só comida 
A gente quer comida 
Diversão e arte 
A gente não quer só comida 
A gente quer saída 
Para qualquer parte...
A gente não quer só comida 
A gente quer bebida 
Diversão, balé 
[...]
A gente não quer só comer 
A gente quer prazer 
Pra aliviar a dor...
A gente não quer 
Só dinheiro 
A gente quer dinheiro 
E felicidade 
[...]
Figura 3
Agora, para fecharmos este tópico, vamos nos utilizar das palavras de um 
dos mais importantes críticos literários do nosso país: Antonio Candido. Aliás, 
são observações que já foram iniciadas na aula 5 (sobre as funções da literatura) 
e que serão também mencionadas na aula 8 (sobre narrativa). Mas, valem à 
pena serem reforçadas.
Considerando literatura (ou poesia) em sentido amplo, ou seja, referindo-
se a “todas as criações de toque poético, ficcional ou dramático em todos os 
níveis de uma sociedade, em todos os tipos de cultura, desde o que chamamos 
folclore, lenda, chiste, até as formas mais complexas e difíceis da produção 
UNIDADE 03 AULA 07 
14
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS - O Texto Poético: uma introdução 
escrita das grandes civilizações” (CANDIDO, 2004, p. 174), afirma o autor:
Vista deste modo a literatura aparece claramente como 
manifestação universal de todos os homens em todos os 
tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem 
ela, isto é, sem a possibilidade de entrar em contacto com 
alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham 
todas as noites, ninguém é capaz de passar vinte e quatro 
horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo 
fabulado. O sonho assegura durante o sono a presença 
indispensável deste universo, independentemente da 
nossa vontade. E durante a vigília a criação ficcional e 
poética, que é a mola da literatura em todos os seus níveis e 
modalidades, está presente em cada um de nós, analfabeto 
ou erudito, como anedota, causo, história em quadrinhos, 
noticiário policial, canção popular,moda de viola, samba 
carnavalesco. Ela se manifesta desde o devaneio amoroso 
ou econômico no ônibus até a atenção fixada na novela de 
televisão ou na leitura seguida de um romance.
Ora, se ninguém pode passar vinte e quatro horas sem 
mergulhar no universo da ficção e da poesia, a literatura 
concebida no sentido amplo a que me referi parece 
corresponder a uma necessidade universal, que precisa ser 
satisfeita e cuja satisfação constitui um direito. 
[...] Portanto, assim como não é possível haver equilíbrio 
psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja 
equilíbrio social sem a literatura. Deste modo, ela é fator 
indispensável de humanização e, sendo assim, confirma 
o homem na sua humanidade, inclusive porque atua 
em grande parte no subconsciente e no inconsciente. 
(CANDIDO, 2004, p. 174-175)
15
Antonio Candido, um dos mais 
respeitados críticos brasileiros. 
Autor de inúmeros livros e de en-
saios clássicos, como: “Dialética da 
malandragem” (sobre o romance 
Memórias de um sargento de milí-
cias) e “De cortiço a cortiço” (sobre 
a obra de Aluísio Azevedo), ambos 
disponíveis na internet.
Na sala de aula: caderno de 
análise literária. Um conjunto 
de análises de poemas (de Ma-
nuel Bandeira, de Álvares de Aze-
vedo, de Murilo Mendes...). Um 
livro que ensina, por meio de vá-
rias análises de textos poéticos, 
como analisar um poema.
Formação da literatura bra-
sileira: momentos decisivos.Um 
clássico da história literária brasi-
leira, indispensável para qualquer 
aluno de Letras.
Figura 4
Figura 5
Figura 6
UNIDADE 03 AULA 07 
16
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS - O Texto Poético: uma introdução 
3.5 Imagens poéticas
Para fecharmos a discussão de nossa aula, terminaremos com a explicação do 
que são “imagens poéticas”. Para facilitar a compreensão, vamos, inicialmente, 
ler o seguinte soneto de Augusto dos Anjos:
Debaixo do Tamarindo
No tempo de meu Pai, sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a canseira
De inexorabilíssimos trabalhos!
Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos,
Guarda, como uma caixa derradeira
O passado da Flora Brasileira
E a paleontologia dos Carvalhos!
Quando pararem todos os relógios
De minha vida e a voz dos necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,
Voltando à pátria da homogeneidade,
Abraçada com a própria Eternidade
A minha sombra há de ficar aqui!
(ANJOS, 2001, p. 37)
De alguma forma, você conseguiu visualizar a árvore descrita no poema? 
Atentando bem, é possível projetar a seguinte imagem, de acordo com a 
primeira estrofe: alguém debaixo de uma tamarineira, esgotado com a fadiga 
de um dia árduo de trabalho. O eu-lírico projeta sua subjetividade a partir de 
uma lembrança da época do pai: a paisagem, a árvore, a sombra, os galhos e, 
sobretudo, a comparação com uma vela fúnebre expressam uma nostalgia, 
uma melancolia, aspectos que reforçam o caráter lírico do texto. Aliás, ao afirmar 
que “chorou bilhões de vezes”, derretendo-se “como uma vela fúnebre de cera”, 
certamente o eu-lírico faz o leitor imaginar alguém se “acabando de chorar”.
Essa capacidade que a linguagem figurada empregada pelo poeta tem de 
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produzir na mente do leitor uma série de imagens é o que podemos chamar 
de imagem poética. A linguagem carregada de significados simbólicos ou 
metafóricos povoa a nossa mente, projeta uma “imagem visual”.
A respeito do assunto, Octavio Paz afirma:
Designamos com a palavra imagem toda forma verbal, 
frase ou conjunto de frases, que o poeta diz e que unidas 
compõem um poema. Estas expressões verbais foram 
classificadas pela retórica e se chamam comparações, 
símiles, metáforas, jogos de palavras, paronomásias, 
símbolos, alegorias, mitos, fábulas, etc. Quaisquer que 
sejam as diferenças que as separam, todas têm em comum 
a preservação da pluralidade de significados da palavra 
sem quebrar a unidade sintática da frase ou do conjunto 
de frases. Cada imagem – ou cada poema composto de 
imagens – contém muitos significados contrários ou 
díspares, aos quais abarca ou reconcilia sem suprimi-los. 
(PAZ, 2009, p. 37-8)
EXERCITANDO
Releia os textos literários transcritos nesta aula (Solitário, Soneto de Fidelidade, 
O pavão, trechos do romance Iracema e dos contos Amor e A terceira margem do 
rio) e, a partir deles, comente as imagens poéticas suscitadas pela linguagem 
empregada por cada escritor.
UNIDADE 03 AULA 07 
18
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS - O Texto Poético: uma introdução 
4 APROFUNDANDO SEU CONHECIMENTO
Para aprofundar seu conhecimento, seguem algumas sugestões:
Livro: Estudo Analítico do Poema
Autor: Antonio Candido
Além do já mencionado Na sala 
de aula, livro em que Antonio Candi-
do empreende uma série de análises 
de poemas, indicamos também, do 
mesmo autor, O estudo analítico do 
poema. Nesta obra, Candido, como 
sempre fez com muito didatismo, 
ensina como analisar um poema. Ali-
ás, os dois livros aqui indicados são 
frutos das anotações do autor para a 
ministração de aulas e cursos.
Site: www.jornaldepoesia.jor.br
O site Jornal de Poesia é de uma 
riqueza impressionante. Há textos 
de todos os autores que você possa 
imaginar. Há, ainda, artigos e estudos 
de algumas obras.
Na internet, também é possível 
encontrar sites de livrarias e sebos, 
por meio dos quais livros podem 
ser adquiridos. O site Estante Virtual, 
por exemplo, reúne quase todos os 
sebos do país. Aproveite as dicas de 
livros sugeridos ao longo das nossas 
aulas. Em outra direção, há também 
muitos livros disponíveis na rede.
Figura 7
Figura 8
19
5 TROCANDO EM MIÚDOS
Nesta aula, você se deparou com algumas observações sobre o texto poético. 
Esperamos que tenha compreendido o “estado poético”, o que é um texto lírico e 
quais elementos o caracterizam. Fizemos, ainda, a distinção entre poema, prosa 
e poesia, entendendo que os dois primeiros termos se diferenciam, entre outros 
aspectos, pela forma textual, pela estrutura (texto escrito em versos x texto 
“normal”) e que a palavra poesia está associada à beleza, ao encantamento, à 
linguagem geradora de imagens poéticas. Vimos, ainda, que a poesia é inerente 
ao ser humano e que é possível encontrar poesia em qualquer lugar e não 
somente no texto literário, apesar de que, para Octavio Paz, a manifestação do 
poético só se dá plenamente no poema.
6 AUTOAVALIANDO
Levando em consideração o que foi tratado nesta aula, você pode se fazer os 
seguintes questionamentos:
a) Sei explicar o que é lirismo e o que faz um texto ser classificado como 
pertencente ao gênero lírico?
b) Posso facilmente diferenciar um texto em prosa de um texto em verso?
c) Sou capaz de identificar imagens poéticas em um texto literário e quais 
mecanismos linguísticos o poeta empregou para suscitar tais imagens?
Se suas respostas foram todas positivas, é sinal que você compreendeu bem 
a proposta de nossa aula. Parabéns! Se ainda há dúvidas, releia a aula e exponha 
seus questionamentos nos fóruns de dúvida.
UNIDADE 03 AULA 07 
REFERÊNCIAS
ALENCAR, José de. Iracema: lenda do Ceará. São Paulo: Saraiva, 2006.
ANJOS, Augusto dos. Eu. 52. ed. João Pessoa: UFPB, 2001.
BRAGA, Rubem. O pavão. In: Ai de ti, Copacabana. 27. ed. Rio de Janeiro: Record, 
2009, p. 139.
CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. 4. ed. São Paulo; Rio de 
Janeiro: Duas Cidades; Ouro sobre Azul, 2004, p. 169-191
COUTINHO, Afrânio. Notas de teoria literária. Petrópolis: Vozes, 2008.
LISPECTOR, Clarice. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. 12. ed. São Paulo: Cultrix, 2004.
MORAES, Vinícius de. Soneto de Fidelidade. In: Livro de sonetos. São Paulo: 
Companhia das Letras, 1991, p. 55.
MORIN, Edgar. Amor, poesia, sabedoria. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
PAZ, Octavio. O arco e a lira. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
______. Signos em rotação. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2009 (Debates, 48).
PÉCORA, Alcir. Máquinade gêneros. São Paulo: Edusp, 2001.
ROSA, Guimarães. Primeiras estórias. 15. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
	O texto poético: uma introdução
	1  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
	2  COMEÇANDO A HISTÓRIA
	3  TECENDO CONHECIMENTO
	3.1  O gênero lírico e o lirismo
	3.2  Poesia, poema, prosa
	3.3  Prosa poética ou poema em prosa
	3.4  O homem é um ser poético!?
	3.5  Imagens poéticas
	4  APROFUNDANDO SEU CONHECIMENTO
	5  TROCANDO EM MIÚDOS
	6  AUTOAVALIANDO
	REFERÊNCIAS

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