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custos e receitas contabilidade rural

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CONTABILIDADE 
SETORIAL 
Luciana Paim Pieniz 
Custos e receitas da 
exploração das atividades 
agrícola, pecuária 
e agroindustrial na 
contabilidade rural
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer os conceitos de custos aplicados na gestão das proprie-
dades rurais.
  Descrever a composição de receitas e custos de produção na con-
tabilidade rural.
  Relacionar custos e despesas fixas e variáveis em atividades agrope-
cuárias e agroindustriais.
Introdução
Na atualidade, o agronegócio tem ganhado destaque no cenário mun-
dial por tratar-se de um ramo de negócio que movimenta a demanda 
por alimentos de mais de 7 bilhões de pessoas, o que justifica sua 
importância não só no cenário nacional, mas também no internacional. 
Empresas com essas características exigem habilidades específicas por 
parte dos gestores no momento das decisões, de modo que requerem 
informações precisas e oportunas, capazes de direcionar a decisão sem 
margens de erro. Portanto, os custos relacionados aos processos de 
produção são determinantes de competitividade para essas empresas. 
Nesse sentido, conhecer as particularidades e aplicações da empresa 
ou da atividade torna-se fundamental na busca por resultados, eficácia 
e eficiência.
Neste capítulo, você conhecerá a dinâmica de aplicação da conta-
bilidade de custos nas empresas rurais. Além disso, conhecerá os prin-
cipais fundamentos relacionados à classificação, ao reconhecimento de 
despesas e receitas e ao uso das informações para a tomada de decisão.
1 A classificação dos custos aplicados 
às empresas rurais
Conforme Crepaldi (2016, p. 63): 
[...] a informação gerencial é a resultante do que na realidade ocorre no empre-
endimento. Por meio da classificação e organização dos dados referentes ao 
movimento econômico-financeiro diário da propriedade, é possível gerar essas 
informações. Elas vão indicar o volume de receitas por atividade, os níveis 
do investimento por setor e as quantias desembolsadas por tipo de despesas.
Nesse sentido, a contabilidade de custos oferece todos os subsídios necessá-
rios para a implementação dos sistemas de controle gerencial, dos mais simples 
aos mais sofisticados, por meio dos dados e informações por ela gerados.
A estrutura básica da contabilidade de custos está dividida, incialmente, 
em conceitos fundamentais. Nessa etapa inicial, é muito importante discernir 
algumas diferenças conceituais antes de partir para as especificidades das 
atividades rural e agroindustrial, pois as bases de entendimento são as mesmas 
para o efeito contábil.
O Quadro 1, a seguir, apresenta a principal estrutura de classificação da 
contabilidade de custos, ou seja, a compreensão da diferença que existe entre 
um gasto que se transforma em custo e de um gasto que se transforma em 
despesa, os quais podem ser fixos ou variáveis, conforme detalhado a seguir.
Fonte: Adaptado de Martins (2009).
Custos Despesas
  Fixos
  Variáveis
  Fixas
  Variáveis
Quadro 1. Classificação dos gastos em uma empresa
Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural2
Essa diferença reside no fato de que os gastos identificados como custo são 
aqueles empregados no processo produtivo da principal atividade operacional da 
empresa, podendo ser, ainda, custos fixos ou variáveis. Os gastos classificados como 
despesa correspondem aos valores empregados após o produto estar pronto, ou 
seja, após ter sido completamente terminado em relação ao processo de produção. 
Conforme Martins (2009), a regra é simples: basta definir-se o momento 
em que o produto está pronto para a venda. Até aí, todos os gastos são custos; 
a partir desse momento, tornam-se despesas. As despesas variáveis têm sua 
ocorrência relacionada ao volume de vendas da empresa, ao passo que as 
despesas fixas têm relação com a manutenção da estrutura administrativa da 
empresa, não relacionada ao processo produtivo. 
Outra classificação possível, a partir da definição de se um gasto é custo ou 
despesa, é em relação ao valor total de um custo ou despesa e sua relação com o 
volume de atividade em uma unidade de tempo, chamado de custo fixo ou variável.
Os custos variáveis são aqueles que, em relação à linha de tempo ou ao ciclo 
operacional, variam conforme o volume de unidades produzidas, ou seja, quanto 
mais a empresa produzir, mais custos variáveis ela incorrerá. Já os custos fixos são 
aqueles que, em relação ao ciclo operacional ou a uma linha de tempo, não variam 
conforme o volume de unidades produzidas, mantendo-se constantes, caso sejam 
mantidas todas as demais condições de uso dos ativos fixos. A Figura 1, a seguir, 
apresenta os custos fixos e variáveis em relação à quantidade de unidades produzidas.
Figura 1. Custos fixos e variáveis em relação à quantidade de unidades produzidas.
Fonte: Adaptada de Bruni e Famá (2009)
3Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural
Ou seja, se a estrutura fixa da empresa for alterada, há possibilidade de 
que os custos fixos também sejam alterados.
Custos fixos e variáveis nas empresas rurais
Nas empresas rurais, a classifi cação dos custos assume algumas características 
específi cas, dadas as especifi cidades da atividade rural, tanto agrícola como 
pecuária. Conforme Crepaldi (2016), os custos variáveis na empresa rural 
podem ser reconhecidos por meio dos gastos associados à produção dos cul-
tivos, tais como combustível, lubrifi cantes, manutenção e consertos. O autor 
ressalta, ainda, que o custo variável corresponde aos recursos aplicados na 
produção, que deverão ser totalmente incorporados a ela. 
Os custos variáveis resultam da soma dos gastos com insumos (sementes, 
defensivos, fertilizantes e medicamentos), serviços em geral, prestados por 
mão de obra braçal, técnica e administrativa, serviços de máquinas e equi-
pamentos, conservação dos bens empresariais e juros. O custo variável total, 
quando dividido pela metade, resulta no custo variável médio (CVMe), que 
representa o custo variável de uma unidade produzida:
CVMe/un = soma dos custos variáveis empregados na produção/
produção total
Essa fórmula permite ao produtor saber qual é o seu CVMe por unidade 
produzida, de acordo com a atividade desenvolvida.
Os custos fixos, por sua vez, originam-se da infraestrutura, dos recursos 
com duração superior ao ciclo operacional, e não serão incorporados total-
mente aos produtos no curto prazo, podendo ser utilizados tantas vezes quanto 
permitir sua vida útil. Conforme Crepaldi (2016), é o resultado da soma dos 
custos de terra, benfeitorias, máquinas e equipamentos, lavouras permanentes, 
animais produtivos e de trabalho, impostos e taxas fixas. 
Quando se divide o custo fixo total pela quantidade produzida, obtém-se 
o custo fixo médio (CFMe), que representa o custo fixo de uma unidade do 
produto. Alguns recursos de produção, geralmente os fixos, são utilizados 
em mais de uma atividade. A esses recursos são atribuídos custos indiretos, 
proporcionalmente à sua utilização pelas atividades; isto é, são rateados e 
Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural4
distribuídos entre as atividades proporcionalmente ao tempo de utilização, 
à área ocupada pela atividade dentro da propriedade ou mesmo às receitas 
obtidas em cada cultivo ou atividade, sejam elas agrícolas ou pecuárias.
CFMe/un = soma dos custos fixos do período/produção total
A partir dessa fórmula, é possível encontrar o CFMe por unidade produzida, 
que pode ser, por exemplo, uma saca de grão, um quilo de carcaça bovina, 
uma caixa de laranja, dependendo da unidade de produção que o produtor 
utiliza convencionalmente em sua propriedade. 
As empresas rurais possuem inúmeras particularidades relacionadas à sua gestão, e uma 
delas está diretamente relacionada à gestão de custos e preços. Os preços damaioria 
dos produtos agrícolas, conhecidos como commodities, são definidos pelo mercado, e 
não pelo produtor. Como consequência, o produtor rural não exerce nenhum tipo de 
influência sobre o preço de seu produto, ele é um tomador de preços. Isso acarreta uma 
responsabilidade muito maior aos gestores e contadores das empresas rurais, pois estes, 
cada vez mais, devem subsidiar a tomada de decisão com informações precisas e oportunas, 
a fim de minimizar os prejuízos causados pelas flutuações de preço no mercado externo. 
2 A formação do resultado na empresa rural
A composição do resultado em uma empresa rural é baseada em três fatores 
principais: os custos, as despesas e as receitas. Os custos, como visto, dividem-
-se em dois grandes grupos, fi xos e variáveis. As receitas, na atividade rural, 
possuem duas classifi cações: as receitas operacionais, referentes às principais 
atividades desenvolvidas pela empresa (p. ex., aquelas relacionadas às vendas 
de grãos, gado de corte, leite); e as receitas extraoperacionais (p. ex., arrenda-
mentos, aluguel de máquinas agrícolas, prestação de serviços).
Os custos, de modo geral, são segmentados em varáveis e fixos como forma de 
facilitar o gerenciamento, pois, devido à sua natureza, são elementos que exigem 
uma abordagem de gestão diferenciada. Os custos variáveis são aqueles que possuem 
5Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural
relação direta com a quantidade de unidades a ser produzida, portanto, qualquer 
alteração no planejamento da produção em termos de área plantada, por exemplo, 
afetará no valor final dos custos variáveis. As despesas variáveis são tratadas dessa 
forma porque são gastos relacionados ao período de “pós-produção”, ou seja, o pro-
duto já está acabado. Portanto, despesa seria todo o esforço para se obter uma receita.
Já os custos fixos totais, relacionados à estrutura das operações da empresa, 
não se movimentam de forma proporcional à quantidade de unidades produzida, 
visto que estes são periódicos e lineares e independem da área plantada ou da 
quantidade a ser produzida. Eles estão relacionados ao uso da infraestrutura 
instalada, o que requer atenção redobrada em relação aos investimentos e ao 
custo-benefício do empreendimento. 
O Quadro 2, a seguir, apresenta alguns exemplos de custos e despesas 
variáveis e custos e despesas fixos relacionados a uma empresa rural.
Fonte: Adaptado de Crepaldi (2016).
Custos variáveis Despesas variáveis Custos fixos Despesas fixas
Mão de obra 
para manejo do 
rebanho
Transporte de leite Depreciação Aluguel de 
galpões e 
benfeitorias
Minerais Energia e combustível Impostos e 
taxas
Aluguel de arma-
zéns para grãos e 
sementes
Forragens verdes Contribuição para a 
seguridade social
Arrendamento Comissão sobre 
vendas
Silagem Reparos de benfeitorias
Medicamentos Reparos de máquinas, 
motores e equipamentos
Inseminação 
artificial
Concentrados
Quadro 2. Exemplos de custos variáveis e fixos, despesas variáveis e fixas
Ao segregar os gastos em fixos e variáveis, é possível compreender a di-
nâmica de sua movimentação dentro da empresa, ou seja, quais são os fatores 
que contribuem para que esses gastos ocorram. No caso dos custos e despesas 
Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural6
variáveis, deve-se planejar a produção: o que, quanto, quando produzir, quanto 
vender — fatores decisivos para a decisão de quanto será gasto. Essa decisão 
impactará diretamente no fluxo de caixa do proprietário da empresa, de modo 
que não deve ser uma decisão isolada ou sem o embasamento em uma infor-
mação segura e devidamente qualificada, emanada da contabilidade de custos.
Os custos e despesas fixas, por sua vez, refletem ao proprietário a eficiência 
de sua estrutura de capital: ao investir na propriedade, havia expectativa de 
geração de fluxos de caixa futuros e da remuneração do capital investido. Se 
a produção estiver no nível de eficiência, esses custos são absorvidos pelos 
produtos em nível satisfatório; se não estiver no nível de eficiência desejado/
esperado, os custos fixos por unidade serão ineficientes (p. ex., quando uma 
estrutura está trabalhando abaixo de sua capacidade produtiva). 
Em relação às receitas, na atividade rural, seu reconhecimento se dá por 
meio do regime de caixa (regulamentado pela Receita Federal). O regime de 
caixa registra o pagamento ou o recebimento apenas quando ele se efetiva de 
fato. O empresário rural “pessoa física” utiliza o livro-caixa (regime de caixa) 
para registrar suas receitas, custos e despesas (fixos e variáveis) ao longo do 
ano, prestando contas ao fisco acerca do resultado de sua atividade, se obteve 
lucro ou prejuízo. Às empresas rurais “pessoa jurídica” recaem as mesmas 
regras das empresas comerciais, ou seja, é utilizado o regime de competência 
para a apuração do resultado e a aferição do lucro ou prejuízo do exercício.
Nas empresas rurais, as receitas sofrem influência de dois fatores: o preço de 
mercado e a produtividade. O preço de mercado é o fator determinante para as 
empresas rurais que produzem a maioria das commodities. Segundo Batalha (2001), 
para que uma mercadoria possa receber o nome de commodity, é necessário que 
ela atenda a pelo menos trê s requisitos mí nimos: padronizaç ã o de um contexto no 
comé rcio internacional, possibilidade de entrega nas datas acordadas entre comprador 
e vendedor e possibilidade de armazenagem ou de venda de unidades padronizadas. 
Por possuírem essas características e terem seus produtos negociados na 
bolsa de mercadorias e futuros, a maioria dos produtores rurais têm o preço 
de seus produtos definido pela Bolsa de Chicago, com base na demanda e na 
oferta de produto no restante do mundo. Esse fator condiciona a formação 
da receita do produtor ao comportamento do mercado, de modo que ele não 
tem nenhum tipo de controle sobre o preço de seu produto. Isso afeta não só 
os produtores de soja, trigo, milho, arroz, açúcar, café, carne, leite, algodão, 
mas também os demais participantes da cadeia.
A formação da receita nas propriedades rurais também está atrelada ao 
fator produtividade. Para Crepaldi (2016), a medida de produtividade do pro-
duto agropecuá rio analisado pode ser obtida com base nos valores mé dios 
7Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural
das propriedades rurais localizadas em uma determinada regiã o, para fins 
de comparação e análise de benchmarking.
Essas informaç õ es podem ser obtidas com entidades de pesquisa e 
assistê ncia té cnica, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuá ria 
(Embrapa) ou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatí stica (IBGE), entre 
outras. No entanto, o fator determinante de produtividade da empresa rural será 
dado pela eficiência de trabalho da empresa e o bom uso dos equipamentos e 
das tecnologias empregadas, dos insumos e da mão de obra no processo produ-
tivo, do início ao fim. Ao longo dos últimos anos, um movimento importante 
tem sido observado no Brasil: a redução das áreas plantadas e o aumento da 
quantidade colhida. Quando isso ocorre, diz-se que a produtividade aumentou. 
A produtividade nada mais é do que fazer mais com menos. Portanto, ela está 
diretamente relacionada com o grau de eficiência da propriedade rural.
Desse modo, para definir a formação de seu resultado, o produtor rural 
dependerá do nível de seus custos de produção, do nível das despesas e das 
suas receitas, que, por sua vez, dependem dos fatores de mercado e dos fatores 
internos relacionados ao bom funcionamento operacional da propriedade.
O Quadro 3, a seguir, apresenta um exemplo de contas para a formação 
de resultado, com duas fontes de receitas, os custos e o resultado operacional.
Receitas
Venda de leite R$ 50.000,00
Venda de gado de corte R$ 5.900,00
Custos
Alimentação R$ 18.650,00
Silagem R$ 5.120,00
Mãode obra contratada R$ 6.810,00
Medicamentos R$ 3.200,00
Gastos com ordenha R$ 1.040,00
Energia elétrica R$ 1.010,00
Manutenção R$ 550,00
Máquinas R$ 2.000,00
Quadro 3. Resultado operacional de uma empresa rural fictícia
(Continua)
Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural8
O Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR) é um instrumento utilizado pelos 
produtores rurais pessoa física para manterem seus registros de escrituração contábil. 
O objetivo é apurar os resultados da atividade no campo, incluindo investimentos, 
receitas, despesas de custeio, entre outros.
Para saber mais sobre essa novidade, acesse o link a seguir e faça o download do pro-
grama para aprender na prática as facilidades oferecidas pela Receita Federal do Brasil.
https://qrgo.page.link/z8diW
3 Custos para tomada de decisão
A utilidade das informações de custos nas empresas rurais dependerá da ne-
cessidade dos usuários da informação ou do tomador de decisão. Em geral, no 
dia a dia da empresa, são necessários subsídios para tarefas cotidianas, desde 
as mais simples — como saber o custo de uma matéria-prima comprada há 
30 dias ou o custo-hora de um funcionário — até as mais complexas — como 
saber o valor atualizado de produção de uma tonelada de ração. 
O campo de aplicação é bastante vasto, não se restringindo apenas às 
propriedades rurais tradicionais, como as produtoras de grãos, carne ou leite, 
abrangendo também agroindústrias, importantes participantes da cadeia do 
agronegócio. A seguir, será apresentado um exemplo de uma pequena agroin-
dústria de conservas de pepino, objeto de um estudo prático, onde serão 
demonstrados os dados coletados, sua sistematização e a forma como eles 
podem gerar informações simples e úteis para a tomada de decisão.
Fonte: Adaptado de Crepaldi (2016).
Despesas
Despesas de administração R$ 1.890,00
Despesas com vendas R$ 100,00
Resultado operacional R$ 15.530,00
Quadro 3. Resultado operacional de uma empresa rural fictícia
(Continuação)
9Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural
A agroindústria em questão é uma empresa familiar, de pequeno porte, 
que se utiliza de um sistema de informação simples, que coleta e sistematiza 
informações conforme suas necessidades diárias. O Quadro 4, a seguir, apre-
senta os dados relativos aos custos variáveis de produção das conservas de 
pepino, principal produto da empresa.
Fonte: Adaptado de Colvero e Pieniz (2017).
Matéria-prima Unidade Quantidade
Valor 
unitário (R$)
Total (R$) para 
uma conversa 
de 300 gramas
Pepino g 300,00 0,0019 0,561
Açúcar g 3,00 0,0026 0,0078
Coentro g 0,25 0,22 0,055
Pimenta g 0,25 0,22 0,055
Rótulo Un 1,00 0,1 0,1
Sal g 5,00 0,001 0,0048
Tampa Un 1,00 0,28 0,28
Vidro Un 1,00 0,84 0,84
Ácido acético mL 7,00 0,0029 0,0203
Água mL 330,00 0,0001 0,033
Gás g 15 0,005 0,07
Mão de obra em 
minutos
Min 3,00 0,138 0,27
Total - R$ 2,30
Produção men-
sal em unidades 
de 300 gramas
- 2,400 2,30 (2.400 unida-
des × R$ 2,30)
R$ 5.520
Produção semes-
tral em unidades 
de 300 gramas
- 14.400 2,30 R$ 33.120,00
Legenda: g: gramas; Un: unidade; mL: mililitro; Min: minutos.
Quadro 4. Relação de custos variáveis de produção para uma conserva de pepino de 
300 gramas
Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural10
Os dados relacionados à produção são coletados e registrados em planilhas 
de Excel. Para o proprietário da agroindústria, os custos variáveis representam 
o principal desembolso e, consequentemente, a principal rubrica de seu fluxo 
de caixa. Ao utilizar essa simples ferramenta, o proprietário obtém uma valiosa 
informação sobre seu ciclo financeiro, podendo alinhar o desembolso e as 
vendas de forma mais equilibrada ao longo do ano.
As despesas da empresa também são objeto de registro e recebem o acom-
panhamento da contabilidade de custos, pois são parte essencial do funcio-
namento da empresa. O Quadro 5, a seguir, apresenta a relação das despesas 
fixas e variáveis da empresa.
Fonte: Adaptado de Colvero e Pieniz (2017).
Tipo de despesa
Valor total do 
mês (em R$)
Valor total do 
semestre (em R$)
Água 100,00 600,00
Energia elétrica 150,00 900,00
Telefone 100,00 600,00
Material de limpeza 50,00 300,00
Combustível 300,00 1.800,00
Depreciação do veículo 250,00 1.500,00
Gás 124,00 744,00
Pró-labore – entrega 500,00 3.000,00
Total 1.574,00 9.444,00
Quadro 5. Relação das despesas fixas e variáveis da empresa
Custos fixos da empresa
A empresa possui custos fi xos relacionados à sua infraestrutura, que totaliza 
um investimento de R$ 150.000,00 em máquinas e equipamentos específi cos 
para a produção dos pepinos, mais a depreciação do galpão onde a agroindústria 
está instalada. O custo de oportunidade do negócio foi estimado em 2% ao ano. 
O valor a ser considerado como custo fi xo, semestralmente, na propriedade, 
11Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural
considerando-se os gastos relacionados, é de R$ 6.000,00 semestrais, sendo 
composto por gastos relacionados à mão de obra fi xa contratada de uma 
engenheira de alimentos que supervisiona o processo produtivo.
Receitas
As receitas visam a incrementar o patrimônio líquido de uma empresa e 
auxiliam a atingir os objetivos iniciais de sua implantação, gerando fl uxos de 
caixa positivos ao longo de sua vida útil. O Quadro 6 apresenta a informação 
sobre as receitas geradas pelo produto fabricado pela empresa. O preço de 
venda constante foi defi nido com base em preços de mercado de produtos 
similares, após uma pesquisa no mercado regional.
Fonte: Adaptado de Colvero e Pieniz (2017).
Produto
Quantidade 
mensal
Quantidade 
semestral
Preço/
venda
Vendas/
mês
Vendas/
semestre
Conserva 300 g 2.400 14.400 R$ 3,90 R$ 
9.360,00
R$ 56.150,00
Total de receitas 
por semestre
R$ 
9.360,00
R$ 56,160,00
Quadro 6. Receitas da empresa
Por fim, a demonstração de resultado do exercício possibilita reportar 
ao proprietário da empresa se sua atividade está cumprindo os padrões de 
eficiência por ele desejados. A lógica da contabilidade de custos é traduzir 
os resultados encontrados em informações úteis para a tomada de decisão, 
de modo que o proprietário possa planejar, antever ou até mesmo se res-
guardar de qualquer problema ou eventualidade. As informações de custos 
podem ser utilizadas com caráter preditivo, principalmente por oferecerem 
uma informação segregada, em que os custos são detalhados em cada 
etapa do processo.
O Quadro 7, a seguir, apresenta o resultado operacional da atividade re-
latada anteriormente.
Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural12
Fonte: Adaptado de Colvero e Pieniz (2017).
Receitas Em R$ Em R$
Venda de pepinos 56.160,00
Custos
Custos variáveis de 
produção semestral
33.120,00
Despesas
Despesas semestrais 9.444,00
Resultado operacional 
(= 1 – 2 – 3) 
13.596,00
Custos fixos 6.000,00
( = ) Lucro 7.596,00
Custo variável por unidade 2,30
Custo fixo por unidade (6.000/14.400 un) 0,4166
Resultado operacional por 
unidade produzida
 (13.596/14.400 un) 0,94
Lucro por unidade produzida (7.596/14.400 un) 0,5275
Quadro 7. Resultado operacional da atividade semestral
Como foi possível perceber no Quadro 7, após coletadas e sistematizadas, as 
informações de custos tornaram a realidade clara e elucidativa, possibilitando 
rapidez e agilidade no processo de tomada de decisão. 
Para conferir algumas dicas interessantes de como empreender no ramo das agroindústrias 
ou, ainda, atuar como consultor de negócios nessa área, acesse o link disponível a seguir.
https://qrgo.page.link/ZCieb
13Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural
Para aprofundar seus conhecimentos, acesse o link a seguire leia o artigo “Estruturação 
de um modelo de custeio para uma indústria de conservas”, que apresenta um exemplo 
de como desenvolver um sistema de custeio por absorç ã o para uma pequena indú stria 
de conservas de palmeira-real, situada no municí pio de Antô nio Carlos, na grande 
Florianópolis, com a finalidade de custear todos os produtos da empresa. 
https://qrgo.page.link/hkY1Q
BATALHA, M. O. Gestã o agroindustrial. 3. ed. Sã o Paulo: Atlas, 2001. v. 2.
BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na calcu-
ladora Hp 12c e Excel. 5. ed. São Paulo: Scipione, 2009.
COLVERO, D.; PIENIZ, L. P. Viabilidade econômica e financeira de uma agroindústria de 
conservas vegetais. 2017. Disponível em: https://home.unicruz.edu.br/wp-content/
uploads/2017/12/Viabilidade-Econ_mica-e-Financeira-de-uma-Agroind_stria-de-
-Conservas-Vegetais.pdf. Acesso em: 17 jan. 2020.
CREPALDI, S. A. Contabilidade rural: uma abordagem decisorial. 8. ed. São Paulo: Atlas, 
2016.
MARTINS, E. Contabilidade e custos. 9. ed. Sã o Paulo: Atlas, 2009.
Leituras recomendadas
BRASIL. Ministério da Economia, Receita Federal. Programa livro caixa da atividade rural 
2019 (versão Java). 2019. Disponível em: http://receita.economia.gov.br/orientacao/tri-
butaria/pagamentos-e-parcelamentos/pagamento-do-imposto-de-renda-de-pessoa-
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Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural14
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15Custos e receitas da exploração das atividades agrícola, pecuária e agroindustrial na contabilidade rural

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