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Terceira Geração Moderna João Cabral de Melo Neto


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Terceira Geração Moderna: João Cabral de Melo Neto
1)
Tecendo a Manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
MELO NETO, João Cabral de. Tecendo a Manhã. Disponível em:< http://www.revistabula.com/449-os-10-melhores-poemas-de-joao-cabral-de-melo-neto/>. Acesso em: 13 set. 2014.
e)
a contribuição e a participação de todos são essenciais para que algo se concretize.
RESPOSTA CORRETA
A contribuição e a participação de todos são essenciais para que algo se concretize.
2)
Leia a seguir o diálogo entre Severino e Mestre Carpina, retirado de Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto.
— Seu José, mestre carpina,
que lhe pergunte permita:
há muito no lamaçal
apodrece a sua vida?
e a vida que tem vivido
foi sempre comprada à vista?
— Severino, retirante,
sou de Nazaré da Mata,
mas tanto lá como aqui
jamais me fiaram nada:
a vida de cada dia
cada dia hei de comprá-la.
— Seu José, mestre carpina,
e que interesse, me diga,
há nessa vida a retalho
que é cada dia adquirida?
espera poder um dia
comprá-la em grandes partidas?
— Severino, retirante,
não sei bem o que lhe diga:
não é que espere comprar
em grosso tais partidas,
mas o que compro a retalho
é, de qualquer forma, vida.
— Seu José, mestre carpina,
que diferença faria
se em vez de continuar
tomasse a melhor saída:
a de saltar, numa noite,
fora da ponte e da vida?
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações.
( ) Severino, retirante chegado ao Recife, questiona a vida miserável de Mestre Carpina.
( ) Mestre Carpina defende a necessidade de viver mesmo que em condição precária.
( ) Mestre Carpina nega-se a ouvir os infundados questionamentos de Severino.
( ) Severino, em sua última interrogação, aponta uma hesitação entre viver e morrer.
b)
V – F – F – F.
RESPOSTA CORRETA
Poeta pernambucano, João Cabral de Melo Neto alça o retirante nordestino à condição de protagonista de sua peça Morte e vida severina, obra escrita em versos. O conflito é deflagrado pela impiedosa aridez do sertão, razão pela qual Severino, a personagem principal, questiona o significado de sua existência em meio a tanta adversidade, revestindo-se de um caráter universal e arquetípico. Outro elemento recorrente na obra do escritor é a cidade de Sevilha, tema do livro Sevilha andando (1989), no qual explora as manifestações culturais ibéricas em uma série de poemas. Já o rio Capibaribe, denominado “o cão desemplumado” por João Cabral e situado no Polígono das Secas, constitui outra força motriz da obra do poeta, assim como a população miserável que habita suas margens. As águas lamacentas e insalubres do rio são evocadas em imagens sombrias, por meio das quais o poeta desvela seu discurso social.
3)
“– Severino retirante,
deixa agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
(…)
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,”
Em relação a esse mesmo fragmento, pode-se ainda afirmar que
d)
trata da temática que descarta a morte como solução para os problemas.
RESPOSTA CORRETA
trata da temática que descarta a morte como solução para os problemas.
4)
TEXTO:
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande,
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte Severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte Severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
MELLO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina. Disponível em:< http://www.portugues.seed.pr.gov.br/arquivos/File/ leit_online/ joao_cabral.pdf>. Acesso em: 23 out. 2016.
Os versos de João Cabral de Mello Neto evidenciam
b)
uma denúncia relacionada com as injustiças sociais e com a hostilidade do próprio sertão.
RESPOSTA CORRETA
5)
Declaração de amor
Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é fácil. Não é maleável. [... ] A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo.
Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase. Eu gosto de manejá-la – como gostava de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes a galope. Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo em minhas mãos. E este desejo todos os que escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança de língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.
Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada. O que recebi de herança não me chega.
Se eu fosse muda e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas, como não nasci muda e pude escrever, tomou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida.
LISPECTOR, C. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999 (Adaptação).
O trecho em que Clarice Lispector declara seu amor pela Língua Portuguesa, acentuando seu caráter patrimonial e sua capacidade de renovação, é:
b)
 “Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança de língua já feita.”
RESPOSTA CORRETA
 Apesar de Camões e seus pares representarem a tradição e a herança, eles não foram suficientes para que a língua permanecesse inalterada ou imutável. Portanto, há uma renovação, como se comprova no texto em: “O que recebi de herança não me chega.”

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