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Introdução Impossível falar em monarquias absolutistas no Reino Unido sem lembrar da Dinastia Stuart, que abalou os ânimos políticos e religiosos na Inglaterra. Se a última descendente dos Tudors, Elizabeth I, foi capaz de elevar o país ao nível de uma potência mundial em termos econômicos e culturais, a ascensão dos Stuarts instalou novamente a desordem. O reinado dos Stuarts começou em 1603, após a morte da Rainha Elizabeth I. Foi quando o então Rei da Escócia, James I, assumiu a Coroa – e uniu, assim, ambos os tronos em uma só monarquia pela primeira vez. Era o início de uma dinastia que permaneceria por 111 anos no poder, transformando o século 17 em um período de instabilidade civil interna e conflitos. Mas qual foi, exatamente, a relação da Dinastia Stuart com as guerras que transformaram os rumos da Inglaterra? É sobre isso que vamos falar a seguir. Ascensão e declínio da Dinastia Stuart Logo que assumiu o mandato, o Rei James deixou claro seu propósito de manter o regime de uma monarquia absolutista na Inglaterra. O argumento era o de que, por direito divino, todo o poder das decisões políticas do país deveria recair sobre ele. O monarca acreditava que os católicos e outras seitas menores queriam eliminá-lo, por isso iniciou algumas perseguições religiosas, que culminaram na Conspiração da Pólvora. Para garantir sua permanência no poder, James travou embates com o próprio Parlamento inglês. Em 1625, porém, ele faleceu antes de um conflito maior. Seu filho e sucessor, no entanto, provou ser ainda mais incisivo na tentativa de manter o regime de uma monarquia absolutista. Carlos I, ao assumir o poder, dissolveu o Parlamento e passou a impor a religião anglicana aos presbiterianos escoceses. A receita pro desastre. O conflito de poderes e interesses entre Monarquia e Parlamento foi uma das principais causas da Guerra Civil da Inglaterra, que perdurou entre os anos de 1641 e 1649. De um lado, estava o exército real; do outro, o exército do Parlamento, liderado por Oliver Cromwell. Nesse conflito, os opositores do rei saíram vencedores. Carlos I foi decapitado em 1649. A partir daí, instalou-se o regime republicano, ou Commonwealth, na Inglaterra – e os conflitos terminaram. Só que não. Ainda tinha muita história para se desenrolar. O líder da Revolução, Oliver Cromwell, foi quem assumiu o governo no sistema republicano, mas ele se provou um tirano incapaz de lidar com o Parlamento e o exército. Depois de falecer, em 1658, seu filho o substituiu – mas foi rapidamente deposto, permanecendo no poder por apenas um ano. E adivinhem quem voltou para assumir o trono da Inglaterra? Carlos II, o filho do rei decapitado. Em 1660, Carlos II voltou a instaurar a monarquia da Inglaterra. Seu sucessor, Jaime II, um católico ferrenho, usou e abusou do poder: efetuou prisões arbitrárias, perseguiu seus opositores e oprimiu os anglicanos. Temendo os desdobramentos da forte inclinação religiosa do rei, o Parlamento decidiu entregar o reino para a filha de Jaime, Maria II – da Igreja Anglicana – e seu marido, William de Orange, chefe de Estado da Holanda. Foi assim que, em 1688, William e Maria reuniram um exército, invadiram a Inglaterra, derrotaram James II e assumiram o poder, no evento que ficou conhecido como Revolução Gloriosa. Os dois mantiveram-se no poder até 1714, quando entrou em cena a dinastia Hannover, que posteriormente se tornaria a Casa de Windsor. Conclusão Se não fossem esses movimentos, o sistema de monarquia absolutista poderia ter perdurado por mais tempo no Reino Unido e reis e rainhas deteriam o poder total – concentrando todas as decisões legislativas, executivas e judiciais. Pouco democrático, não é? De certa forma, então, foram as revoluções ocorridas no reinado dos Stuarts que estabeleceram as bases da monarquia parlamentarista hoje em vigor. Referência https://mapadelondres.org/dinastia-stuart/