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04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 1/31 (https://www.tecconcursos.com.br) MENU Administração Geral (https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708) Liderança Introdução Para iniciarmos nossos estudos, vamos apresentar os principais pontos divergentes entre os conceitos de "liderança" e "poder". Analisando alguns autores e o retrospecto de algumas questões, vejamos o que se entende por LIDERANÇA: Liderança é o exercício da autoridade e da tomada de decisões. Liderança é dar início a atos que resultam em um padrão consistente de interpretação global voltada à solução de problemas que são mútuos. Liderança é fazer com que os funcionários tenham vontade de fazer algo que você está convencido que deva ser feito. Liderança é a capacidade de influência interpessoal exercida por meio da comunicação, visando a um objetivo específico. Liderança é uma habilidade de persuadir ou dirigir as pessoas sem o uso do prestígio ou da força de uma autoridade formal, ou de circunstâncias externas. Liderança é o processo de influenciar as atividades do grupo através da colocação e da chegada a objetivos. O líder é uma pessoa que mais de perto atende às normas e aos valores do grupo; essa conformidade dá a ela a mais alta posição, que atrai as pessoas e implica o direito de assumir o controle do grupo. O líder é a pessoa que consegue as mudanças mais efetivas no desempenho do grupo. O líder é aquele que inicia e facilita a interação entre os membros do grupo. O líder é aquela pessoa identificada e aceita como tal pelos seus seguidores. Para melhor entendermos o processo da liderança, é importante distingui-la da autoridade formal, que é uma das bases das organizações e um atributo dos cargos gerenciais. Cada gerente ocupa uma posição (um cargo) dentro de uma hierarquia regida por normas impessoais, que dá ao seu ocupante o direito de tomar decisões e de comandar uma equipe durante certo período de tempo. Os funcionários obedecem ao gerente porque tem a obrigação legal de fazê-lo. As normas impessoais transformam o ocupante do cargo numa figura de autoridade, com poderes formais para influenciar o comportamento dos seus subordinados. Observe o quadro abaixo, distinguindo aspectos da autoridade formal e da liderança: AUTORIDADE FORMAL LIDERANÇA (1817199?exercicio=1) (1817179) (1817166) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817179 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817166 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 2/31 Seu fundamento está em normas aceitas e de comum acordo, que criam figuras de autoridade dotadas de poder de comando. Seu fundamento está na crença dos seguidores a respeito das qualidades do líder e de seu interesse em segui-lo. O seguidor obedece à norma incorporada na figura da autoridade, não à pessoa que ocupa o cargo. O seguidor obedece ao líder (pessoa) e à missão que ele representa. A norma é o instrumento para possibilitar a convivência social. O líder é o instrumento para resolver problemas do grupo. É limitada no tempo e no espaço geográfico, social ou organizacional. Os limites definem a jurisdição da autoridade. Tem a duração da utilidade do líder para o grupo. Inclui o poder de forçar a obediência das regras aceitas para a convivência. O líder tem o poder representado pela massa que o segue. É atributo singular. É produto de inúmeros fatores. Não é qualidade pessoal singular. Outro destaque que merece ser apresentado é o da diferença entre o LÍDER e o GERENTE. O autor Warren Bennis, citado por Idalberto Chiavenato em suas obras, tem um posicionamento muito interessante sobre a diferença entre gerentes e líderes: O gerente administra, o líder inova. O gerente é uma cópia, o líder um original. O gerente mantém, o líder desenvolve. O gerente prioriza sistemas e estruturas, o líder prioriza pessoas. O gerente depende de controle, o líder inspira confiança. O gerente tem uma visão de curto prazo, o líder perspectiva de futuro. O gerente pergunta como e quando, o líder o que e por quê. O gerente vive com os olhos voltados para o possível, o líder com os olhos no horizonte. O gerente imita, o líder inventa. O gerente aceita o status quo,o líder o desafia. O gerente é o bom soldado clássico, o líder é seu próprio comandante. O gerente faz as coisas direito (de maneira certa), o líder faz a coisa certa. Douglas McGregor, citado por Maximiano (2010), ressalta que a liderança não é um atributo da pessoa, mas uma combinação complexa de quatro variáveis: (1) as características do líder; (2) as atitudes, necessidades e outras características pessoais dos liderados; (3) as características da organização, em especial a tarefa a ser realizada; e (4) a conjuntura social, econômica e política. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817179 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817166 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817179 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817166 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 3/31 Passemos, agora, ao conceito de PODER. O poder significa o potencial de influência de uma pessoa sobre uma ou outras. Poder é a capacidade de exercer influência, embora isso não signifique que essa influência realmente seja exercida. Em outras palavras, o poder é o potencial influenciador que pode ou não ser efetivamente realizado. Assim, o poder é concebido como coerção, repressão, manipulação e dominação, muitas vezes utilizando um discurso que legitima práticas sociais eivadas de ilegalidade. Por outro lado, a autoridade é o poder legítimo, ou seja, o poder que tem uma pessoa em virtude do papel que exerce, de sua posição em uma estrutura organizacional. Portanto, o poder legal é socialmente aceito. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 4/31 As fontes de poder são identificadas como cinco pelos autores French e Ravem (1959): O Poder de Recompensa baseia-se numa pessoa (o influenciador) que tenha a capacidade de recompensar outra (o influenciado) pelo cumprimento de ordens ou pela realização de outras exigências. Onde as recompensas são melhores usadas para reforçar as ações desejáveis dos subordinados, e não como "suborno" para realizar tarefas; O Poder Coercitivo é o lado negativo do poder de recompensa, onde a punição pode ir desde pequenos privilégios até a perda do emprego. Este poder geralmente é usado para manter um padrão mínimo de desempenho ou de conformidade entre os subordinados; O Poder Legítimo, que pode ser de cima para baixo ou de baixo para cima, ou seja, o encarregado de um setor exige que se cumpra certo horário e concomitantemente, o vigia exige que o gerente use o crachá para entrar na empresa. É decorrente da posição hierárquica detida, ou seja, da posse de autoridade formal; O Poder de Competência, Especialização ou Perito é o que podemos chamar de conhecedor do assunto, pois nele temos total confiança ao que ele nos recomenda; O Poder de Referência existe no colega de trabalho que nos atrai ao seu lado na hora das reuniões de departamento pelo seu carisma e pelo seu nível de prestígio e admiração. Já os instrumentos depoder são identificados como três pelo autor Galbraith: Poder condigno - Destaca-se pela capacidade de impor ao indivíduo ou a um grupo uma alternativa desagradável e penosa o suficiente para fazê-lo desistir de suas preferências pessoais, usando-se até mesmo punições físicas para tal finalidade (desconforto, dores e até torturas). É um instrumento relacionado à personalidade como fonte de poder. Poder compensatório - Ocorre pela conquista por meio de submissão em troca de favorecimentos, como aumentos salariais, promoções e outras recompensas, nem sempre legais. Tanto neste caso como no poder condigno, o funcionário está consciente de sua submissão. O poder compensatório é um instrumento cuja fonte de poder é a propriedade. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 5/31 Poder condicionado - É exercido pela mudança de uma convicção. Estão inseridos nele a persuasão, a educação e o compromisso social com o que quer que nos pareça certo. É altamente subjetivo e se manifesta por meio da família, da escola, dos meios de comunicação, etc., ou seja, sua fonte de poder é a organização. O poder condicionado nem sempre é percebido pelos que o exercem ou os que a ele se submetem. Isto acontece porque o condicionamento pode ser implícito ou explícito. É implícito quando determinado pela própria cultura à qual pertencemos e explícito ao ser efetuado, por exemplo, pela mídia - principalmente através de publicidade. O autor Mintzberg (1983) propôs a Teoria do Poder Organizacional, que parte do pressuposto de que o comportamento organizacional é um jogo de poder, sendo definido como a capacidade de afetar o comportamento organizacional. As seis configurações de poder organizacional são: instrumento, sistema autônomo, meritocracia, missionária, autocracia e arena política, que serão detalhadas a seguir. Configuração instrumento Na configuração instrumento, a burocracia é muito forte. Os influenciadores estão fora da organização, por isso um forte sistema de regras é assegurado, sendo essa a forma de exercício de poder que possibilita ao trabalhador se comportar conforme os interesses do influenciador externo. Nesse tipo de configuração, as mudanças não ocorrem facilmente, pois se trata de uma configuração fortalecida por valores de hierarquia e conservadorismo. Embora os administradores sejam os principais mentores do cotidiano organizacional, eles sabem que precisam negociar com os demais membros e que seus poderes de influenciar são apenas relativos. Configuração sistema autônomo As organizações têm o poder concentrado na coalizão interna, os próprios membros organizacionais, especialmente os seus administradores, que usam a burocracia e estabelecem um sistema de metas claramente operacionalizado. Nessa configuração, embora os administradores sejam os principais mentores do cotidiano organizacional, eles sabem que precisam negociar com os demais membros e que seus poderes de influenciar são apenas relativos. Essa organização possibilita a participação de todos no desenvolvimento da prosperidade e do bem comum, mas enfatiza a clareza dos limites “eu-outro”. Configuração meritocrática Típica de organizações constituídas por especialistas, que exercem o poder por meio de habilidades e domínio de conhecimentos diferenciados. Eles são os mais fortes influenciadores. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 6/31 Nessa configuração, os objetivos organizacionais são facilmente deslocados para objetivos pessoais dos especialistas, que quanto mais estiverem distribuídos em diferentes níveis e áreas, tanto mais tornarão o poder fluido e difuso. Nessa forma de organização, os especialistas detêm o poder e o domínio das tarefas, que torna difícil seu controle pessoal pelos administradores ou seu controle burocrático pelos padrões da rotina organizacional. Configuração missionária O grande poder é o da ideologia. A organização é voltada para uma missão que domina todas as atividades, subsidiando uma forte identificação dos seus membros com as metas e com os objetivos ideológicos. Nessa configuração, os membros atuam de forma participativa, sem necessidade de controle e supervisão, e desenvolvem na organização um comprometimento afetivo. Configuração autocrática A principal característica é o poder centrado no mais alto chefe da organização, que a desenha, definindo e priorizando metas a serem alcançadas. Nessa configuração, as relações se dão num nível pessoal e a hierarquia, embora não muito verticalizada, é muito valorizada, favorecendo a existência do grande chefe como um líder poderoso. Configuração arena política Está presente quando a organização está em crise. Os sistemas de autoridade e ideológico são fracos. O conflito predomina, originando-se tanto na coalizão interna como na externa. Nessa configuração, a atividade política é significativamente aumentada, uma vez que há uma diminuição das forças de integração. Os sistemas de autoridade e ideológicos são fracos, e o conflito predomina porque todos os influenciadores perseguem seus objetivos individuais. Em resumo, temos: CONFIGURAÇÕES PALAVRAS-CHAVES Instrumento - burocracia; - influência externa; - sistema de regras. Sistema autônomo - coalizão interna; - administradores-mentores; e - participação de todos. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 7/31 Meritocrática - especialistas influenciadores; - objetivos pessoais; e - difícil controle. Missionária - ideologia; - identificação de membros; e - forma participativa. Autocrática - poder concentrado; - chefia única; e - hierarquia. Arena política - crise; - atividade política; e - objetivos individuais. Já Amitai Etzioni, em sua obra com a tradução brasileira "Análise comparativa de organizações complexas", de 1974, classificou as organizações com base no uso do poder e no significado da obediência em: 1. Organizações coercitivas; 2. Organizações utilitárias; e 3. Organizações normativas. Em síntese, a tipologia de Etzioni (1974) pode ser evidenciada da seguinte forma: Tipos de organizações Tipos de poder Controle utilizado Ingresso e permanência dos participantes Envolvimento pessoal dos participantes Exemplos Coercitivas Coercitivo Prêmios e punições Coação, imposição, forma, medo Alienativo, com base no temor Prisões e exércitos Normativas Normativo Moral e ético Convicção, fé, crença Moral e motivacional Igrejas, hospitais e universidades Utilitárias Remunerativo Incentivos econômicos Interesse, vantagem Calculativo e busca de vantagem Empresas em geral 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 8/31 Por fim, sempre presente em provas é a tipologia de dominação de Max Weber. O autor defende um referencial teórico ancorado em seu esquema conceitual de tipos de dominação: tradicional, carismática e racional-legal. A dominação é definida como a probabilidade de encontrar obediência a uma norma de determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis. A dominação tradicional (sociedade tradicional) ocorre na situação em que a obediência se dá por motivos de hábito, onde tal comportamento já faz parte dos costumes e está enraizada na cultura da sociedade. Para Weber, toda dominação tradicional tende ao patrimonialismo. Exemplo: os filhos obedecem aos pais por uma relação de fidelidade há muito estabelecida e respeitada. A dominação carismática (sociedade carismática) sustenta-se pela crença dos subordinados nas qualidades extraordinárias dos superiores. Essas qualidades podem ser naturais ou sobrenaturais. Exemplo: liderança destacadade membro de uma equipe por suas capacidades técnicas e conceituais ou uma liderança religiosa que arrebata multidões. A dominação legal (sociedade legal) refere-se à submissão coletiva a um conjunto de regras formalmente definidas e aceitas por todos os integrantes. Essas regras determinam a que e a quem se deve obedecer. Essa opção é a que descreve corretamente a concepção weberiana de autoridade burocrática. Exemplo: empregado que recebe ordens de um superior, de acordo com cláusulas de contrato assinado. Bem, meus amigos e minhas amigas, vistos esses conceitos iniciais, vamos partir para o tema que é mais incidente em provas sobre o assunto: as abordagens da liderança. De acordo com Idalberto Chiavenato, as teorias sobre a liderança que foram apresentadas por autores humanistas podem ser classificadas em três grupos: As teorias sobre os traços de personalidade do indivíduo são as mais antigas a respeito da liderança. Um traço é uma qualidade ou característica distintiva da personalidade. Segundo essas teorias, o líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguem das demais pessoas. As teorias sobre estilos de liderança (teorias comportamentais) estudam a liderança em termos de comportamento do líder em relação aos seus subordinados. Enquanto a abordagem dos traços se refere àquilo que o líder é, a abordagem dos estilos de liderança se refere àquilo quo o líder faz, isto é, o seu estilo de comportamento para liderar. As teorias contingenciais e situacionais explicam a liderança dentro de um contexto mais amplo e partem do princípio de que não existe um único estilo de liderança válido para toda e qualquer situação. A reciproca é verdadeira: cada situação requer um tipo de liderança para alcançar eficácia dos subordinados. Teoria dos Traços da Personalidade A teoria dos traços da personalidade foi a teoria que apresentou as primeiras pesquisas sobre liderança, na década de 1920. Nessa abordagem, os líderes são concebidos como possuidores de características pessoais inatas, ou seja, o indivíduo nasce líder ou liderado. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 9/31 O líder apresenta características marcantes de personalidade por meio das quais pode influenciar o comportamento das demais pessoas. Cada autor especifica alguns traços característicos de personalidade que definem o líder, como: traços físicos - energia, aparência pessoal, estatura e peso; traços intelectuais - adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e autoconfiança; traços sociais - cooperação, habilidades interpessoais e habilidade administrativa; traços relacionados com a tarefa - impulso de realização, persistência e iniciativa. Teorias Comportamentais As teorias comportamentais procuram enfatizar os comportamentos que diferenciam os líderes ons dos outros. Um dos primeiros estudos sobre a liderança foi idealizado por Kurt Lewin e desenvolvido por Ralph K. White e Ronald Lippitt na Universidade de Iowa, que apresentou três diferentes estilos básicos de liderança: o autocrático, o liberal (laissez-faire) e o democrático. O autor Idalberto Chiavenato apresenta as principais características de cada estilo de liderança: Características LIDERANÇA AUTOCRÁTICA LIDERANÇA LIBERAL (permissiva ou laissez–faire) LIDERANÇA DEMOCRÁTICA Tomada de decisões Apenas o líder decide e fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo. Total liberdade para a tomada de decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder. As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo que é estimulado e assistido pelo líder. Programação dos trabalhos O líder determina providências para a execução das tarefas, uma por vez, na medida em que são necessárias e de modo imprevisível para o grupo. A participação do líder no debate é limitada, apresentando apenas alternativas ao grupo, esclarecendo que poderia fornecer informações, desde que solicitadas. O próprio grupo esboça providências e técnicas para atingir o alvo com o aconselhamento técnico do líder. As tarefes ganham novos contornos com os debates. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 10/31 Divisão do trabalho O líder determina qual a tarefa que cada um deverá executar e qual seu companheiro de trabalho. Tanto a divisão das tarefas como a escolha dos colegas ficam por conta do grupo. Absoluta falta de participação do líder. A divisão das tarefas fica a critério do grupo e cada membro tem liberdade de escolher seus próprios colegas. Participação do líder O líder é pessoal e dominador nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada um. O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou regular o curso das coisas. Faz apenas comentários quando perguntado. O líder procura ser um membro normal do grupo. É objetivo e estimula com fatos, elogios ou críticas. Na liderança autocrática o líder centraliza totalmente a autoridade e as decisões. Os subordinados não têm nenhuma liberdade de escolha. O líder autocrático é dominador, emite ordens e espera obediência cega dos subordinados. Os grupos submetidos à liderança autocrática apresentam maior volume de trabalho produzido, com evidentes sinais de tensão, frustração e agressividade. O líder é temido pelo grupo, que só trabalha quando ele está presente. A liderança autocrática enfatiza somente o líder. Já em uma liderança liberal, o líder permite total liberdade para a tomada de decisões individuais ou em grupos, participando delas apenas quando solicitado pelo grupo. O comportamento do líder é evasivo e sem firmeza. Os grupos submetidos à liderança liberal não se saíram bem quanto à qualidade do trabalho, com fortes sinais de individualismo, desagregação do grupo, insatisfação, agressividade e pouco respeito ao líder. O líder é ignorado pelo grupo. A liderança liberal enfatiza somente o grupo. Por fim, na liderança democrática, o líder é extremamente comunicativo, encoraja a participação das pessoas e se preocupa igualmente com o trabalho e com o grupo. O líder atua como um facilitador para orientar o grupo, ajudando nas definições dos problemas e nas soluções, coordenando as atividades e sugerindo ideias. Os grupo submetidos à liderança democrática apresentam boa quantidade de trabalho e qualidade surpreendentemente melhor, acompanhadas de um clima de satisfação, integração grupal, responsabilidade e comprometimento das pessoas. Na mesma época, outra universidade americana desenvolveu uma pesquisa muito semelhante a da Universidade de Iowa. Esses estudos desenvolveram-se na Universidade de Michigan e foram dirigidos por Rensis Likert. Originou-se dessa pesquisa a classificação do comportamento dos líderes em: líder orientado para as tarefas (trabalho) e líder orientado para as pessoas (empregado). 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 11/31 O comportamento do líder orientado para as tarefas ou produção está focado na atividade rotineira do trabalho, enfatizando seus aspectos técnicos, metódicos e práticos, caracterizada por forte pressão e supervisão da produção, tudo isso para a obtenção do objetivo maior que é a execução das tarefas organizacionais. Por sua vez, o comportamento do líder orientado para as pessoas volta-se para os aspectos humanos do trabalho, com foco no relacionamento interpessoal e em um ambiente de trabalho propício ao desenvolvimento eficaz da equipe. Rensis Likert, tomando por base essa pesquisa, em estudos posteriores identificou um sistema de estilo de liderança composto por quatro tipos básicos: autoritário coercitivo, autoritário benevolente, consultivo e participativo. No sistema autoritário coercitivo1, o processo de decisão compete somente ao topo da organização, com um ambiente dotado de punição, pouca comunicação e nenhuma confiança nos subordinados, havendo recompensas ocasionais. No sistema autoritário benevolente 2, o processo de decisão ainda é centralizado, já com um pouco de interação dos subordinados de forma controlada e certa flexibilidade no desempenho das tarefas. A motivação dos funcionários continua baseada em algum medo ou punição e algumas recompensas. No sistema consultivo 3, o líder procura descentralizar mais as decisões organizacionais solicitando algumas ideias e opiniões dos funcionários, continua a usar as recompensas materiais como forma de motivação para execução das tarefas e utiliza-se ocasionalmente das sanções. No sistema participativo 4, o líder propicia um ambiente de envolvimento, confiança e participação dos funcionários, utilizando das ideias e sugestões de uma forma construtiva em todo o processo de tomada de decisão, fornecendo mais liberdade para a equipe organizacional agir, de maneira a não aplicar mais punições e as recompensas são de cunho social. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 12/31 Sabemos que, pelas teorias contingenciais, não há uma única e melhor forma de liderar. No entanto, em muitas situações, as ações do líder podem não ser relevantes devido a certas variáveis individuais, de trabalho e organizacionais - variáveis chamadas pelos autores Sobral e Peci de características dos seguidores, tarefa e organização, respectivamente). Pois bem! Essas variáveis podem, por um lado, servir como substitutos da liderança, ou seja, tornando-a tão desnecessária quanto redundante. Outras variáveis podem neutralizar o impacto do líder sobre os subordinados, ou seja, são variáveis que evitam que o líder se comporte de uma certa maneira, ou anulam os efeitos de suas ações. Observe o quadro abaixo: Variáveis Situacionais Liderança orientada para as pessoas Liderança orientada para a tarefa Características dos seguidores Profissionalismo Substitui Substitui Experiência Nenhum efeito Substitui Competência Nenhum efeito Substitui Tarefa Estruturação da tarefa Nenhum efeito Substitui Feedback automático Nenhum efeito Substitui Satisfaçãointrínseca Nenhum efeito Nenhum efeito Organização Coesão do grupo Substitui Substitui Formalização Nenhum efeito Substitui 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 13/31 Separação física Neutraliza Neutraliza Para compreendermos melhor o quadro acima, vejamos um rápido exemplo que traduz uma das variáveis apontadas, o profissionalismo. Uma determinada empresa é caracterizada por ter metas explícitas e formalizadas, regras e procedimentos rígidos para todas as áreas e níveis hierárquicos, além de funcionários bastante experientes. A direção da empresa vem percebendo uma piora na produtividade das equipes e atribui essa situação à predominância, nos níveis gerenciais, do estilo de liderança orientado para a tarefa. Como forma de testar uma mudança gradual no estilo de liderança, a direção da empresa optou por substituir o gerente de uma de suas áreas, para observar o impacto dessa iniciativa. O novo gerente, com estilo de liderança claramente orientado para as pessoas, foi bem recebido e apoiado pela equipe. No entanto, ao fim de um determinado período, não houve alteração na produtividade da equipe, embora os membros estivessem satisfeitos com o novo gerente. Esse é um exemplo do que afirmam os autores Sobral e Peci (2008), ao sinalizarem que o profissionalismo é uma das variáveis que substitui a liderança orientada para pessoas. Ou seja, a produtividade se manteve inalterada, pois a característica do profissionalismo já substitui o estilo de gerência que a empresa quer adotar. Em suma, tanto a liderança no estilo voltado para as pessoas como no estilo voltado para as tarefas não teríamos resultados expressivos sob a característica "profissionalismo" dos seguidores. Por fim, apresentamos o Grid de Liderança ou Grid Gerencial de Robert R. Blake e Jane S. Mouton. Das teorias comportamentais, é certamente a mais cobrada em provas. Então, atenção aos detalhes! Segundo Maximiano (2000), as pesquisas realizadas pelas Universidades de Ohio e Michigan apresentavam duas dimensões do comportamento do líder que eram considerados estilos opostos, ficando cada uma em um extremo de uma direção. Os pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio buscaram identificar dimensões independentes do comportamento do líder. Chegaram a duas dimensões que chamaram: Estrutura de Iniciação: grau em que um líder consegue estruturar o próprio papel e dos funcionários na busca do alcance de objetivos. Inclui a organização do trabalho, das relações de trabalho e a definição de metas. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 14/31 Estrutura de Consideração: grau em que uma pessoa é capaz de manter relacionamentos de trabalho caracterizados por confiança mútua, respeito às ideias do funcionário e cuidado com seus sentimentos. Os pesquisadores da Universidade de Michigan possuíam objetivos semelhantes e identificaram características comportamentais de líderes que pudessem estar relacionadas com um desempenho eficaz. Também chegaram a duas dimensões: Líder orientado para as pessoas: enfatiza as relações interpessoais por meio do interesse pessoal pelas necessidades do funcionário e aceitação das diferenças pessoais entre os membros do grupo. Líder orientado para a produção ou tarefas: enfatiza os aspectos técnicos e práticos do trabalho. Todavia, com a continuação dos estudos sobre liderança, surgiu a ideia da visão bidimensional da liderança, que serviu de apoio também para os trabalhos de Blake e Mouton: o líder pode combinar os dois estilos em seu comportamento ou enfatizá-los simultaneamente. O grid é constituído por um diagrama que apresenta uma variável relacionada à produção (no eixo de “x”) e outra variável relacionada às pessoas (no eixo de “y”), com intervalos ordenados de 1 a 9 formando uma matriz bidimensional (nove por nove), tendo: o número 1 como a grandeza de menor intensidade; o número 9 a de maior intensidade; e o número 5 representando um grau intermediário. A matriz comporta 81 posições ao longo da qual estão distribuídos os tipos de gerenciamento identificados pelos pesquisadores, e dessa forma, estas dimensões combinadas resultam em estilos de liderança diferentes. Vejamos a disposição dessa grade: Da análise desta matriz bidimensional, é possível identificar cinco estilos de liderança diferentes: 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 15/31 1. O líder laissez-faire ou gerência empobrecida (1,1): caracterizado por ser pouco sociável, por abdicar da tomada de decisão e por não comunicar muito com a equipe, aplicando o mínimo esforço na realização da tarefa; 2. O líder simpático ou gerência de clube de campo (1,9): caracterizado por ser um líder sociável, menos formal e que evita o conflito. Coloca a produção e as tarefas em segundo plano, concentrando-se nas necessidades das pessoas; 3. O líder diretivo/autocrático ou gerência de tarefas (9,1): dá prioridade à produção e à tarefa, possui um estilo mais diretivo ao nível da tomada de decisão e é pouco sociável; 4. O líder intermédio ou gerência de meio termo (5,5): tem as suas prioridades equiparadas entre a produção e as pessoas. É moderado socialmente e a tomada de decisão é uma mistura do estilo diretivo com o consultivo; 5. O líder integrador ou gerência em equipe (9,9): com uma forte preocupação quer com a produção quer comas pessoas, reconhece a importância de cada um dos elementos da equipe para a realização das tarefas, é sociável e adota um estilo mais participativo. Teorias Contingenciais e Situacionais As abordagens contingenciais e situacionais enfatizam que o estilo de liderança deve se ajustar à situação, tendo como premissas que assim como a situação varia, também variam os requisitos de liderança. Em síntese, não há nada de absoluto nas organizações. Tudo é relativo. Tudo depende das variáveis que influenciam e das características de mudança constante, demonstrando que a realidade de ontem pode ser a incerteza de hoje. Teoria Contingencial de Fiedler O modelo de contingência de Fred Fiedler propõe que a eficácia do desempenho do grupo depende da adequação entre o estilo do líder e o grau de controle que a situação lhe proporciona. Nesse sentido, Fiedler identifica três dimensões contingenciais ou situacionais que determinam a eficácia de liderança: 1. As relações entre líder e liderado - o grau de confiança, credibilidade e respeito que os membros do grupo têm em seu líder. 2. A estrutura da tarefa - o grau de procedimentos estabelecidos no trabalho (tarefas estruturadas ou não estruturadas). Tarefas muito bem definidas, com alto grau de organização e certeza (estruturadas) são favoráveis para o líder, enquanto tarefas desorganizadas e imprevisíveis (não estruturadas) são desfavoráveis ao líder. 3. O poder de posição - o grau de influência que um líder tem sobre as variáveis de poder, tais como: poder de contratar, demitir, conceder promoções e aumentos salariais. Teoria Contingencial de Tannenbaun e Schmidt A teoria desenvolvida por Robert Tannenbaum e Warren Schmidt apresentam três critérios para avaliar a situação que envolve o contexto da liderança: 1. O próprio gerente - o comportamento do líder é influenciado pelos seus valores, seu conhecimento, sua experiência e sua formação. Um líder que reconhece a democracia como uma prática necessária, 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 16/31 tenderá a adotar uma liderança democrática com os seus subordinados. Assim, a maneira como o líder vê e sente o mundo influenciará diretamente na maneira como se comporta nas relações com os indivíduos sob sua liderança. 2. Os funcionários - as características (personalidade, comportamento, relacionamento, vínculos) dos subordinados influenciam diretamente a escolha e a eficácia do estilo de liderança. Os autores afirmam que o líder deve estar atento para proporcionar situações para que os liderados possam desenvolver sentimentos como comprometimento com os objetivos da organização, capacidade de identificar situações desfavoráveis para a realização das tarefas e senso de responsabilidade ante a necessidade de tomada de decisões. 3. A situação - o ambiente da organização, a natureza da tarefa, as pressões para as realizações dos objetivos apresentados pela organização e o grupo de trabalho caracterizam a situação. A partir destas variáveis, os melhores estilos de liderança devem ser escolhidos e aplicados para se obter maior eficácia. Teoria Contingencial de House e Miltchell - Teoria Caminho-Meta ou Caminho-Objetivo Robert J. House e Terence R. Mitchell desenvolveram a teoria caminho-meta ou caminho-objetivo, pela qual o líder deve atuar por meio do exercício de quatro estilos de comportamento: 1. Estilo de liderança diretiva - é caracterizada por um líder que deixa claro aos subordinados o que é esperado deles, proporciona orientação específica sobre o que deve ser feito e como isto deve ser realizado. Esclarece o posicionamento de cada um, programa as atividades a serem realizadas, mantém padrões de desempenho definidos e orienta os subordinados para o cumprimento das regras e regulamentos definidos. Portanto, é ideal para situações de conflitos, onde o líder dá as orientações específicas sobre o que se espera de cada um subordinado; 2. Estilo de liderança de suporte ou apoiadora - é caracterizada por um líder amigável e acessível, que demonstra preocupação com a condição, bem-estar e necessidades dos subordinados. Esse líder faz pequenas coisas para deixar o trabalho mais prazeroso, trata os membros como iguais e se coloca como amigável e acessível; 3. Estilo de liderança participativa - é caracterizada por um líder que consulta seus subordinados, solicita suas sugestões e leva em consideração essas sugestões antes de tomar decisões; 4. Estilo de liderança orientado para a conquista ou resultados - é caracterizada por um líder que determina metas desafiadoras, espera de seus subordinados o mais alto desempenho, continuamente busca melhorias de desempenho e demonstra alto grau de confiança de que os subordinados assumirão as responsabilidades, dedicarão maiores esforços e cumprirão as metas desafiadoras. Este tipo de líder constantemente enfatiza a excelência no desempenho e simultaneamente demonstra confiança de que os subordinados atingirão altos padrões de excelência. Teoria 3D de Desenvolvimento de Eficácia de Reddin A ideia central da Teoria 3-D, de William J. Reddin, consiste no líder desenvolver três habilidades gerenciais básicas: 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 17/31 Sensitividade situacional: a habilidade para diagnosticar situações; Flexibilidade de estilo: a habilidade de se adaptar às demandas do contexto; Destreza de gerência situacional: a habilidade de transformar uma dada realidade. Para a teoria 3-D, a eficácia do gerente é mensurada proporcionalmente ao quanto ele é capaz de adequar o próprio estilo às situações de mudança. Essa teoria baseou-se nas pesquisas da Universidade de Michigan, que consideravam a classificação do líder orientado para as tarefas (trabalho) e do líder orientado para as pessoas (empregado). Para a teoria 3-D, existem quatro estilos gerenciais básicos: 1. Estilo relacionado - que se orienta exclusivamente para as relações que estabelece entre as pessoas; 2. Estilo dedicado - que, na sua atuação, dá ênfase às tarefas a serem realizadas; 3. Estilo separado - tem uma atuação deficitária tanto no que diz respeito às inter-relações, quanto à realização das tarefas; 4. Estilo integrado - que consegue conjugar, de forma concomitante, uma atuação eficaz tanto voltada para a relação entre as pessoas quanto para a realização das tarefas. Desses estilos, podemos estabelecer os quadrantes que enfatizam a orientação para as pessoas (relações) e a orientação para as tarefas: Teoria Situacional de Hersey e Blanchard A teoria situacional de Paul Hersey e Ken Blanchard identifica quatro comportamentos ou estilos de liderança: diretivo, persuasivo, compartilhador e delegador. É uma teoria que também considera as abordagens de liderança voltada para pessoas e liderança voltada para tarefas. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 18/31 Assim, cada estilo é uma combinação de direcionamento para a tarefa - a medida com que o líder dirige os liderados, dizendo o que, onde e como fazer - e para as pessoas - a medida com que o líder se empenha em comunicar, apoiar e encorajar os seus liderados. Nessa teoria temos outro fundamento importante: a maturidade dos liderados. Dois termos envolvem o conceito de maturidade: capacidade (maturidade de trabalho) e disposição (maturidade psicológica). Portanto, a maturidade é definida como a capacidade e a disposição das pessoas em assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento. A capacidade está relacionada com o conhecimento e a capacidade técnica. A disposição está relacionada com o interesse ou motivação para realizar alguma coisa. O modelo de liderança situacional proposto por Hersey e Blanchard considera nãosó o estilo do líder, mas inclui o conceito de maturidade do colaborador que é avaliada em termos do grau de capacidade e interesse para fazer um bom trabalho. A maturidade do liderado deve ser considerada somente em relação a uma tarefa específica a ser realizada, não podendo dizer que um liderado ou grupo é maduro ou imaturo num sentido total. Pois bem! Vamos agora analisar os quatro comportamentos ou estilos de liderança propostos pela teoria: 1. Estilo diretivo (determinar ou comandar) - maturidade baixa - M1 ou E1: quando pessoas que não têm motivação e nem capacidade de assumir responsabilidades por determinada tarefa. Nesse contexto, cabe o estilo que dá ordens, orientações e supervisão claras e específicas, onde o líder define e especifica o que os liderados devem fazer, como, quando e onde fazer. Aqui o foco é nas tarefas. Assim, temos alto grau de ênfase nas tarefas e baixo grau de ênfase no relacionamento. 2. Estilo persuasivo (persuadir ou negociar) - maturidade entre baixa e moderada - M2 ou E2: quando pessoas que não têm capacidade, mas têm disposição para assumir responsabilidades por determinada tarefa. Nesse contexto, a maior parte da direção para as tarefas é fornecida pelo líder, mas o líder procura com que os liderados se sintam psicologicamente convencidos a adotarem os comportamentos desejados. Assim, temos ênfase tanto nas tarefas como no relacionamento. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 19/31 3. Estilo compartilhador (compartilhar ou participar) - maturidade entre moderada e alta - M3 ou E3: quando pessoas que têm capacidade, mas não estão dispostas a assumir responsabilidades por determinada tarefa. Nesse contexto, o líder precisa apoiar o lado psicológico dos liderados, para que utilizem a capacidade que já possuem. Líder e liderados compartilham decisões. Assim, temos alto grau de ênfase no relacionamento e baixo grau de ênfase nas tarefas. 4. Estilo delegador (delegar) - maturidade alta - M4 ou E4: quando as pessoas que têm capacidade e estão dispostas a assumir responsabilidades por determinada tarefa. Nesse contexto, o líder pode delegar as tarefas na confiança de que os liderados as executarão sem maiores problemas. Assim, temos baixo grau de ênfase no relacionamento e baixo grau de ênfase nas tarefas. M1 ou E1: alto grau de ênfase nas tarefas e baixo grau de ênfase no relacionamento (determinação); M2 ou E2: alto grau de ênfase nas tarefas e alto grau de ênfase no relacionamento (persuasão); M3 ou E3: baixo grau de ênfase nas tarefas e alto grau de ênfase no relacionamento (compartilhamento); M4 ou E4: baixo grau de ênfase nas tarefas e baixo grau de ênfase no relacionamento (delegação). Uma das críticas à Teoria de Liderança Situacional de Hersey e Blanchard refere-se à ideia de que os subordinados "imaturos" devem ser tratados com o "pulso forte", pois esse tipo de comportamento por parte da liderança não estimularia o desenvolvimento dos subordinados. Novas abordagens sobre liderança As novas abordagens da liderança traçam estilos contemporâneos de liderança segundo alguns padrões, tais quais: Líder carismático - aquele que inspira em seus liderados a confiança, aceitação incondicional, obediência espontânea e envolvimento emocional. O líder carismático é visto por seus liderados como alguém que possui qualidades excepcionais. Um exemplo deste tipo de líder são os líderes religiosos como Jesus Cristo 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 20/31 ou Gandhi. Líder executivo - aquele que surgiu por causa da busca das organizações pela obtenção da ordem; costuma possuir muitas habilidades técnicas e competência. Líder coercitivo - aquele que exerce a liderança através da coerção, violência, que pode ser verbal ou física. Nesse estilo de liderança, a relação entre líder e liderado é instável. Líder distributivo - aquele que apenas delega tarefas, sempre controlando, acompanhando de perto e cobrando resultados. É o líder que não constrói nem destrói, mantendo um posicionamento de “posições e papéis". Líder educativo - aquele que costuma dar o exemplo; seus liderados têm uma relação de responsabilidade com o trabalho. É onde existe abertura para troca de conhecimentos não apenas técnicos, mas também humanos. Líder inspirador - aquele que raramente precisa dar ordens a seus liderados, pois eles se sentem atraídos pela figura do líder e estão dispostos a fazer o que é necessário. Liderança Transformacional A liderança transformacional está associada ao carisma ou inspiração e tem como essência a premiação por parte do líder à realização da própria tarefa; os liderados recebem recompensas de conteúdo moral e o líder empenha-se em fazer com que os seus liderados atinjam suas metas, superando os seus interesses individuais com o máximo de comprometimento. Assim, os liderados tornam-se fiéis seguidores. Liderança Transacional Na liderança transacional, para atingir os objetivos propostos, o líder utiliza os interesses dos liderados, recompensando-os, materialmente ou emocionalmente, pelo alcance das metas. O líder transacional possui autoridade burocrática e na legitimidade do cargo dentro da organização. O quadro abaixo aponta as principais características das lideranças carismáticas ou transformacionais e as lideranças transacionais: LIDERANÇA TRANSFORMACIONAL LIDERANÇA TRANSACIONAL Líder inspirador Líder negociador Liderança transformadora (líder é agente de mudanças) Liderança baseada na promessa de recompensas Liderança revolucionária (líder é renovador) Liderança manipulativa 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 21/31 O sistema de objetivos ou missão é moral: a obediência dos seguidores é fruto da crença ou fé na pessoa do líder ou no que ele representa. O sistema de objetivos ou missão é calculista: a obediência é conseguida por meio da expectativa ou oferecimento de recompensa. Teoria do Recurso Cognitivo Lembram-se de Fred Fiedler, da Teoria Contingencial de Fiedler? Pois é! Esse autor, no final da década de 1980, atualizou sua teoria e especificou o estresse como forma de desvantagem situacional e como a inteligência e a experiência de um líder influenciam sua reação ao estresse. A base dessa teoria reside na dificuldade de o líder pensar logicamente perante forte tensão, e que a sua inteligência e experiência são diferenciais nas situações de alta ou baixa tensão. Teoria da Inteligência Emocional - Daniel Goleman Em seu livro "Inteligência Emocional: A teoria revolucionaria que redefine o que é ser Inteligente", Daniel Goleman destaca quatro tipos de lideranças positivas: visionária, formativa, afetiva e democrática. Visionário: conduz as pessoas para um sonho compartilhado. Oferece liberdade para as pessoas. Importante quando uma organização precisa de uma nova direção. O seu risco é que muitas vezes, define um objetivo, mas não um caminho. Formativo: foca no desenvolvimento do indivíduo, mostrando-lhe como melhorar o seu desempenho, conectando-os com os objetivos da organização. Ideal para quando os funcionários demonstram iniciativa, querendo um crescimento profissional. Possui como risco uma atenção exagerada aos detalhes, perdendo atenção nos objetivos principais. Afetivo: enfatiza a importância do trabalho em equipe, criando a harmonia de um grupo de pessoas. Importante para reparar a confiança quebrada em uma organização. Como risco, a sua ênfase exagerada no grupo pode permitir que o mau desempenho individual siga sem correção. Os funcionários podem perceber que a mediocridade é tolerada. Democrático: estilo que se baseia no conhecimento das pessoas, nas suas competências e nos seus compromissos com os objetivos do grupo.Funciona melhor quando os objetivos da organização estão perfeitamente claros. Apresenta-se como risco em épocas de crise, quando as decisões precisam ser rápidas, o modelo pode não ser aplicado. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 22/31 Daniel Goleman, em posterior atualização dessa classificação, redefine as quatro lideranças positivas para seis estilos de liderança. Cuidado! Ambas as classificações já foram cobradas em provas pela banca FCC. ESTILO COERCIVO Estilo que se mostrou com menor eficiência na maioria das situações levando-se em consideração o clima da organização. A decisão extrema, de cima para baixo, retira a flexibilidade do processo decisório, inibe a iniciativa e a criatividade e isenta os liderados de responsabilidades nas decisões, desmotivando-os. É um estilo possível para estágios iniciais de crises. ESTILO CONFIÁVEL O estilo confiável mostrou-se o mais eficaz na condução positiva do clima organizacional. O líder confiável motiva as pessoas por meio de esclarecimentos a elas de como seus trabalhos se encaixam dentro de uma grande visão para a organização. As pessoas que trabalham para tais líderes entendem que o que elas fazem importa e por que importa. A liderança confiável também maximiza o compromisso com os objetivos e a estratégia da organização. Ao enquadrar a tarefa individual dentro de uma grande visão, o líder confiável define padrões que giram em torno dessa visão. Quando ele dá feedback de desempenho, seja positivo ou negativo, o único critério é se esses desempenhos favorecem a visão ou não. Os padrões para o sucesso são claros para todos, assim como as recompensas. Um líder confiável determina o final, mas, geralmente, dá às pessoas suficiente espaço de ação para desenvolverem seus próprios meios. Os líderes confiáveis dão às pessoas a liberdade para inovar, experimentar e assumir riscos calculados. ESTILO AGREGADOR Se o líder coercivo ordena ("Faça o que digo") e o confiável encoraja ("Venha comigo"), o líder agregador diz: "As pessoas vêm em primeiro lugar”. Esse estilo de liderança gira em torno das pessoas – ele propõe valores individuais e suas emoções mais do que tarefas e objetivos. O líder agregador aspira por manter os funcionários felizes e criar harmonia entre eles. Ele controla através da construção de 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 23/31 fortes laços emocionais e, então, colhe os benefícios dessa abordagem denominada intensa lealdade. O estilo também tem um efeito acentuadamente positivo na comunicação. As pessoas que gostam muito uma das outras falam muito. Elas partilham ideias, partilham inspiração. E o estilo conduz para cima a flexibilidade; amigos confiam um no outro, permitindo inovações. A flexibilidade também se eleva porque o líder agregador, como um pai que se ajusta às regras de um chefe de família para um adolescente em amadurecimento, não impõe desnecessárias censuras de como o funcionário consegue fazer o seu trabalho. O líder agregador dá às pessoas a liberdade de fazer seu trabalho na forma que elas pensam ser a mais eficaz. ESTILO DEMOCRÁTICO Por despender tempo, obtendo ideias das pessoas e abastecer-se, um líder constrói confiança, respeito e compromisso. Ao deixar os trabalhadores, por si só, ter uma palavra nas decisões que afetam seus objetivos e como fazer esse trabalho, o líder democrático conduz à elevação da flexibilidade e da responsabilidade. E ao ouvir as preocupações dos funcionários, o líder democrático aprende o que fazer para manter o moral alto. Finalmente, porque elas têm uma palavra no estabelecimento de seus objetivos e nos padrões para avaliar o sucesso, as pessoas que operam em um sistema democrático tendem a ser muito realistas a respeito do que pode e o que não pode ser executado. ESTILO AGRESSIVO Como o estilo coercivo, o estilo agressivo tem seu lugar no repertório do líder, mas deve ser usado de forma reduzida. O líder estabelece padrões de desempenho extremamente altos e exemplifica a si mesmo neles. Ele é obsessivo a respeito de como fazer as coisas melhor e mais rápidas, e pede o mesmo de todos em torno dele. Com rapidez e exatidão, ele aponta os desempenhos medíocres e exige mais dessas pessoas. Se eles não se elevarem com a oportunidade, o líder os substitui por pessoas que possam fazer. O autor Daniel Goleman diz que uma abordagem dessas não melhora os resultados. ESTILO CONSELHEIRO Os líderes conselheiros ajudam os funcionários a identificar suas forças e fraquezas exclusivas e atá-las às suas aspirações pessoais e de carreira. Eles encorajam os funcionários a estabelecer um desenvolvimento de objetivos de longo prazo e os 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 24/31 ajudam a idealizar um plano para alcançá-lo. Fazem acordos com seus funcionários a respeito de seus papéis e responsabilidades em desempenhar planos em desenvolvimento e dão suficiente instrução e feedback. Os líderes conselheiros sobressaem na delegação de poderes; eles dão aos funcionários tarefas desafiadoras, mesmo que isso signifique que as missões não serão executadas rapidamente. Em outras palavras, esses líderes concordam em erguer com falha em curto prazo se isso promover um aprendizado no longo prazo. Teoria da Liderança Autêntica A liderança autêntica é uma das mais recentes teoria sobre liderança, e é baseada na obra de Bill Georde: "Authentic leader-ship: Rediscovering the Secrets to Creating Lasting Value", de 2003. Na teoria da liderança autêntica, a concepção de autenticidade origina-se na psicologia positiva, que trata autenticidade como ser, ao mesmo tempo, dono dos seus próprios pensamentos e crenças, e agir de modo que seja correspondente ao próprio eu. A definição de liderança autêntica, apresentada por Walumbwa et al. (2008), enfatiza a relação que o líder autêntico tem com os seus seguidores, com base nos seus valores e atitudes, dando realce à importância de se manter relações com base na autenticidade, contribuindo para o desenvolvimento dos líderes e liderados e consequentemente para o sucesso organizacional. Em outras palavras, a liderança autêntica remete para a forma de como o líder se relaciona com os seus seguidores, ou seja, para as atitudes e comportamentos do líder perante os seus seguidores e a forma como os seus seguidores avaliam as suas competências e a moralidade das suas ações. Na liderança autêntica, um indivíduo é chefe e é consciente do ambiente onde atua. É confidente, esperançoso, otimista, resiliente e com elevado caráter. Ele age de acordo com seus profundos valores e convicções, com transparência e integridade moral. Encoraja diversos pontos de vista e cria uma relação de colaboração, credibilidade, respeito e confiança entre seus subordinados. Teoria de Yetton, Vroon e Jago O modelo de liderança de participação do líder de Yetton, Vroon e Jago, também chamada de teoria normativa de liderança, relaciona a análise da liderança à tomada de decisão. A teoria, que inicialmente foi proposta em 1973 por Victor Vroom e Philip Yetton, e posteriormente melhorada com a contribuição de Jago, dá um valor substancial para os liderados, uma vez que os mesmos podem participar do processo decisório que levará ao cumprimento de um objetivo de forma eficiente e eficaz. O modelo enfatiza que os líderes podem escolher um dos cinco processos de envolvimento dos seus liderados na tomada de decisão: AI (Autocrático I): O líder, sozinho, toma uma decisão e utiliza-se apenas da informação que tem disponível. 04/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/44708/capitulos/1817199 25/31 AII (Autocrático II): O líder solicita informaçãoadicional aos seus subordinados para depois, sozinho, tomar uma decisão. CI (Consultivo I): O líder partilha o problema com os subordinados individualmente, pede a eles informações e sugestões, mas a sua decisão é a final. CII (Consultivo II): O líder se reúne com os seus subordinados em grupo para discutir o problema, porém é ele quem toma a decisão final. GII (Grupo): O líder e os seus subordinados se reúnem em grupo para discutir o problema, e a decisão é conjunta. Em estudos mais recentes, Vroom e Arthur Jago fizeram uma revisão desta teoria e propuseram além dos cinco estilos alternativos de liderança, 12 variáveis contingenciais: Importância da decisão; Importância da obtenção do comportamento do subordinado à decisão; Se o líder tem a quantidade suficiente de informações para tomar uma boa decisão; Quão bem estruturado está o problema; Se uma decisão autocrática recebe o comprometimento dos subordinados; Se os subordinados “vestem a camisa” dos objetivos da organização; Se pode haver conflitos entre os subordinados em relação às soluções alternativas; Se os subordinados têm as informações suficientes para tomar boas decisões; As limitações de tempo do líder que podem restringir o envolvimento dos subordinados; Se os custos para reunir subordinados dispersos geograficamente são justificáveis; Importância para o líder da minimização do tempo requerido para a tomada de decisões; Importância do uso da participação como ferramenta para o desenvolvimento das habilidades decisórias dos subordinados. MAXIMIANO, A. C. A.. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 6. ed., 7. reimpr. São Paulo: Atlas, 2010. MAXIMIANO, A. C. A.. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 2000. CHIAVENATO, I.. Administração geral e pública. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. CHIAVENATO, I.. Administração: teoria, processo e prática. São Paulo: Makron Books, 2000. ETZIONI, A.. Análise comparativa de organizações complexas: sobre o poder, o engajamento e seus correlatos. Rio de Janeiro: Zahar; São Paulo: Edusp, 1974. FRENCH, J. R. P.; RAVEN, B. H.. The bases of social power. In Cartwright D (Ed), Studies in Social Power, University of Michigan Press, Ann Harbor, pp. 150-167, 1959. GALBRAITH, J. K.. Anatomia do poder. São Paulo: Pioneira, 1999.
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