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DUREZA MECÂNICA DOS SÓLIDOS II Andre Duarte, Arthur Alves, Júlio Vinícius, Hildebrando Rocha, Rafael Matos, Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologia Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – Natal/RN – Brasil andre.duarte90@hotmail.com, arthur_felix1@hotmail.com, julio227@ufrn.edu.br, hildebrandofer@yahoo.com.br r.matosdesouzamecanico@gmail.com Resumo A propriedade mecânica denominada dureza é largamente utilizada na especificação de materiais, nos estudos, pesquisas mecânicas, metalúrgicas e na comparação de materiais [2]. Posteriormente será abordado neste presente trabalho os tipos de ensaios, os quais possuem três tipos principais, são eles: por penetração, choque e risco. Palavras-chave: Dureza, Ensaios, Propriedade Mecânica. Abstract The mechanical property known as hardness is widely used in the specification of materials, in studies, mechanical research, metallurgy and in the comparison of materials. Later on, the types of tests, which have three main types, will be addressed in this work: penetration, shock and risk. Keywords: hardness, test, mechanical property. 1) INTRODUÇÃO Dureza é uma propriedade mecânica de um material para determinar quanta resistência esse material tem a uma deformação plástica. Outra forma simples de comentar a dureza é a capacidade que um material tem de riscar um outro material. O material que risca é mais “duro” que o material que é riscado. De modo geral, a definição de dureza é, de certa forma, variada, uma vez que irá depender de qual parâmetro está sendo levado para essa caracterização. Os parâmetros podem ser: resistência à deformação plástica, resistência à penetração, resistência e tratamento térmico, resistência ao desgaste. Baseado no exposto mais acima, a dificuldade na determinação de dureza, criou-se a necessidade de testes de dureza que abrangessem, englobassem, as características de dureza buscada. Assim, os testes de dureza foram divididos em três grupos: 1) dureza por penetração, 2) dureza por choque e 3) dureza por risco. Cada um sendo melhor explicado no decorrer do trabalho aqui apresentado. 2) ENSAIOS POR PENETRAÇÃO 2.1) ENSAIO DUREZA ROCKWELL Ensaios de dureza por penetração são os mais comumentes utilizado e citado nas especificações técnicas. A norma internacional ASTM E18, “standard test methods for Rockwell Hardness of Metallic materials” prove os requerimentos para os testes de ensaio Rockwell. O ensaio Rockwell é bem simples de executar e não requer habilidades especiais para tal. O resultado é lido diretamente na máquina. “A dureza Rockwell pode ser realizada em dois tipos de máquinas, que só se diferenciam pela precisão de seus componentes, tendo ambas a mesma técnica de operação: a máquina-padrão mede a dureza Rockwell comum e a máquina mais precisa mede a dureza Rockwell superficial” [2]. Esse ensaio permite avaliar a dureza de variados metais, dos mais moles aos mais duros [5]. O ensaio se baseia numa impressão penetrante provocada por um indentador do tipo esfera ou cônico. O do tipo esfera sendo de aço temperado e o cônico de cone diamante com 120 graus de conicidade [6]. mailto:andre.duarte90@hotmail.com mailto:arthur_felix1@hotmail.com mailto:julio227@ufrn.edu.br mailto:hildebrandofer@yahoo.com.br Com qualquer um dos dois indentadores, uma carga menor é aplicada para marcar uma posição de contato no corpo de prova. Logo após é aplicada uma carga maior. Depois de aplicada a carga maior, a profundidade de impressão é indicada em forma de um número de dureza direto na máquina [2]. A especificação da dureza Rockwell é realizada pelo símbolo HR (hardness rockwell) seguido pela letra de identificação de uma escala específica. A dureza também utiliza diversas escalas independentes, que são dependentes por sua vez da penetração. Um número alto de dureza corresponde a uma baixa penetração enquanto um número baixo de dureza corresponde a uma alta penetração [2]. Escala Cor Carga penetrador faixa A 60 Diamante 20 a 80 HRA C 150 Diamante 20 a 70 HRC D 100 Diamante 40 a 77 HRD B 100 Esf 1,58mm 20 a 100 HRB E 100 Esf 3,17mm 70 a 100 HRB F 60 Esf 1,58mm 60 a 100 HRF G 150 Esf 1,58mm 30 a 94 HRG H 60 Esf 3,17mm 80 a 100 HRH K 150 Esf 3,17mm 40 a 100 HRK Escala Utilização A Carbonetos, folhas de aço com fina camada C Aço titânio, aços com camada endurecida D Chapas finas de aço com média camada end B Ligas de cobre, aços brandos, aluminio E Ferro fundido, ligas de aluminio F Ligas de cobre recozidas, folhas finas metal G Ferro maleável, cobre-niquel-zinco H Aluminio, zinco, chumbo K Metais de mancais e outros muito moles A relação matemática da dureza Rockwell é uma equação do tipo: R 1 2ΔpH = C − C Onde C1 e C2 são constantes para cada escala e é a diferença em milímetros pΔ de profundidade [2]. 2.2) ENSAIO DUREZA BRINELL Dureza Brinell é outra dureza por penetração e é o tipo mais usado de ensaio até dias atuais. É denominado por HB (hardness brinell). No ensaio de dureza de Brinell uma esfera de aço é comprimida com uma carga Q lentamente sobre a superfície plana, limpa e polida de um metal por um determinado tempo [2]. A dureza Brinell (HB) é a relação entre a carga aplicada (F) e a área da calota esférica impressa no material ensaiado (Ac): BH = FAc πDpcA = iâmetro da esfera em mmD = d rofundidade da calotap = p BH = FπDp Como a profundidade p é muito menor que o diâmetro D, utiliza-se uma expressão matemática entre p e d para chegar a uma equação para o cálculo da dureza Brinell: BH = 2F πD(D−√D −d )2 2 HB = dureza Brinell F = carga aplicada sobre a esfera, em kgf D = diâmetro da esfera, em mm D = diâmetro da calota, em mm Para um bom resultado, a relação P/D² deve permanecer constante, além disso a medição do diâmetro da impressão deve ser realizada em pelo menos duas direções. 2.3) ENSAIO DUREZA KNOOP E VICKERS 2.3.1) ENSAIO DE DUREZA VICKERS Este método leva em conta a relação ideal entre o diâmetro da esfera do penetrador Brinell e o diâmetro da calota esférica obtida, e vai além porque utiliza outro tipo de penetrador, que possibilita medir qualquer valor de dureza, incluindo desde os materiais mais duros até os mais moles. A dureza Vickers se baseia na resistência que o material oferece à penetração de uma pirâmide de diamante de base quadrada e ângulo entre faces de 136º, sob uma determinada carga [11]. Imagem 4: pirâmide de base quadrada e área de impressão [11] A dureza Vickers se baseia na resistência que o material oferece à penetração de uma pirâmide de diamante de base quadrada e ângulo entre faces de 136º, sob uma determinada carga.O valor de dureza Vicker (HV) é o quociente da carga aplicada (F) pela área de impressão (A) deixada no corpo ensaiado.[11] A máquina que faz o ensaio Vickers não fornece o valor da área de impressão da pirâmide, mas permite obter, por meio de um microscópio acoplado, as medidas das diagonais (d1 e d2) formadas pelos vértices opostos da base da pirâmide [11]. Imagem 5: Imagem gerada através de um microscópioacoplado na máquina que faz o ensaio Vickers para determinar as medidas diagonais (d1 e d2) formados pelos vértices da pirâmide de impressão. [11] Conhecendo as medidas das diagonais, é possível calcular a área da pirâmide de base quadrada (A), utilizando a fórmula: Voltando à fórmula para cálculo da HV, e substituindo A pela fórmula acima, temos: Como “d” corresponde a diagonal média, temos que: 2.3.2) ENSAIO DE DUREZA KNOOP O método Knoop é utilizado para a medição de dureza sobre áreas muito pequenas, microdureza, na qual um penetrador de diamante, com formato piramidal, é pressionado contra uma superfície devidamente polida [12]. A dureza Knoop é dada pela fórmula: onde “P” é a carga aplicada em kgf, “A” é a área superficial de impressão em mm2, “L” é o comprimento da impressão (em mm) ao longo do maior eixo e “Cp” é um fator de correção relacionado ao formato do penetrador (idealmente 0,070279) [12]. A carga aplicada fica em torno de 1 e 1.000 g e a impressão é medida sob microscópio [12]. 4) ENSAIO POR RISCO Esse tipo de medida de dureza proporciona vários minerais e outros materiais quanto a possibilidade de um riscar o outro. A escala de dureza mais antiga para esse tipo é a escala de Mohs pela qual consiste em uma tabela de 10 minerais arranjados na ordem crescente de possibilidade de ser riscado pelo mineral seguinte [2]. Nesta figura observa-se as respectivas durezas dos principais minerais. Imagem 6: Escala de Mohs, acervo do autor Vale salientar que, para os metais, essa escala não é conveniente devido o fato de que pequenas diferenças diferenças de dureza não são precisamente acusadas por esse método [2]. 5) ENSAIO POR CHOQUE (DUREZA SHORE) O Ensaio por choque consiste em um teste de dureza dinâmica, no qual um êmbolo com uma ponta de diamante é solto em queda livre para impacto com o corpo de prova, o nível de dureza é medido de acordo com a altura do rebote após o impacto que varia entre 0 a 140, quanto maior a altura de rebote mais dureza o material terá, este tipo de ensaio é indicado para medição da dureza em peças usinadas ou já acabadas, principalmente em aços [2]. Imagem 7: Relação entre Dureza shore e limite de resistência de alguns aços [2]. 6) CONVERSÃO DA DUREZA É muito relevante converter a dureza medida em outra escala de dureza. Contudo, uma vez que a dureza não é uma propriedade bem definida dos materiais, e em razão dos diferentes métodos experimentais e técnicos utilizados, não foi desenvolvido um sistema de conversão abrangente. Os dados de conversão de dureza, foram feitos de forma experimental, e foi observado que depende do tipo e características relevantes deste material. Os dados de conversão existentes mais confiantes são para aplicações dos aços, para as escalas Brinell, Rockwell, Knoop e Mohs. É necessário ter cuidado ao utilizar a tabela de conversões para que não seja, extrapolados os valores de conversão de uma liga para outra. Imagem 8: Coeficientes para conversão de HR e HB [2] De acordo com a tabela acima (imagem - 7), verifica-se, por exemplo, para a escala Rockwell B, C1=130, ΔQ = 90 kgf, isto é, (100-10) e D = 1,588 mm. HRb = 130 - 9000/HB. A expressão utilizada pode não coincidir com os valores da tabela de conversão existentes, pois, os coeficientes C1 e C2 são experimentais e as medidas de dureza estão sujeitas a erros operacionais, em particular a dureza Brinell. 7) RELAÇÃO ENTRE DUREZA E RESISTÊNCIA À TRAÇÃO Devido dureza e resistência a tração terem propriedades semelhantes (dureza pelo apresentado anteriormente neste trabalho e resistência à tração sendo o ponto máximo do gráfico de tensão-deformação) pode-se dizer que essas duas características/propriedades são proporcionais. Ambos são indicadores de resistência de um metal à deformação plástica Imagem 9: Relação entre dureza e resistência a tração para aço, latão e ferro fundido [1] A dureza Brinell e a resistência à tração estão relacionados para a maioria dos aços pelas seguintes expressões: LRT (MP a) , 5 x HB = 3 4 LRT (psi) 00 x HB = 5 Equação 3: Relação entre dureza e resistência a tração [1] 8) CONCLUSÃO Dada a proficuidade do tema, conclui-se que os ensaios abordados neste presente artigo são de extrema relevância nos seguimentos da engenharia. Evidenciamos ainda que os tópicos mencionados foram enriquecedores à disciplina de Mecânica dos Sólidos , uma vez que esta possui correlação aos autores. 8) REFERÊNCIAS [1] Callister, Jr William D.; Rethwisch, David G. Ciência e Engenharia de materiais. Uma introdução. 9ª edição. LTC. [2] Souza, Sérgio Augusto de. Ensaios mecânicos de materiais metálicos. 5ª edição. [3] Liggett, Walter S.; Low, Samuel R.; Pitchure, David J.; Song, John. Capability in Rockwell C Scale hardness. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article s/PMC4877153/. Acesso dia 18/10/2020. [4] Mendes, Vilson Berilli; Leta, Fabiana R. Automatic measurement of Brinell and Vickers hardness using computer vision techniques. XVII IMEKO Workd congress metrology in the 3rd Millennium. June 22-27, 2003. [5] Rijeza metalurgia. Conheça mais sobre dureza Rockwell. Disponível em: https://rijeza.com.br/blog/conheca-mais-s obre-dureza-rockwell/. Acesso dia 18/10/2020. [6] Bertoldi, Evandro. Análise de ensaios de dureza Brinel e Rockwell em corpo de prova. Disponível em: https://www.fahor.com.br/publicacoes/sie f/2014/Analise_de_ensaios_de_dureza.pdf . Acesso dia 18/10/2020. [7] Castanho, Manuel Antonio Pires et all. Ensaio de dureza: caracterização metrológica dimensional de penetrador Rockwell C. Disponível em: http://repositorio.bom.org.br:8080/jspui/bi tstream/2050011876/355/1/douglas-mamo ru-yamanaka(315).pdf. Acesso dia 18/10/2020. [8] Mundo da metrologia. Dureza Rockwell: Por que medir a dureza dos metais?. Disponível em: http://www.mundodametrologia.com.br/2 020/04/dureza-rockwell-por-que-medir-du reza.html. Acesso dia 18/10/2020. [9] Labteste. Ensaio de dureza brinell. Disponível em: https://www.labteste.com.br/ensaio-durez a-brinell. Acesso dia 18/10/2020. [10] Mitsubishi. Tabela de comparação de dureza. Disponível em: http://www.mitsubishicarbide.com/applica tion/files/8114/8185/3771/tec_hardness_c omparison_pt-br.pdf. Acesso dia 18/10/2020. [11] Dureza Vickers. Disponível em: http://fuvestibular.com.br/. Acesso dia 21/10/2020. [12] Dureza Knoop. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dureza_Kno op . Acesso dia 20/10/2020. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4877153/ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4877153/ https://rijeza.com.br/blog/conheca-mais-sobre-dureza-rockwell/ https://rijeza.com.br/blog/conheca-mais-sobre-dureza-rockwell/ https://www.fahor.com.br/publicacoes/sief/2014/Analise_de_ensaios_de_dureza.pdf https://www.fahor.com.br/publicacoes/sief/2014/Analise_de_ensaios_de_dureza.pdf http://repositorio.bom.org.br:8080/jspui/bitstream/2050011876/355/1/douglas-mamoru-yamanaka(315).pdf http://repositorio.bom.org.br:8080/jspui/bitstream/2050011876/355/1/douglas-mamoru-yamanaka(315).pdf http://repositorio.bom.org.br:8080/jspui/bitstream/2050011876/355/1/douglas-mamoru-yamanaka(315).pdfhttp://www.mundodametrologia.com.br/2020/04/dureza-rockwell-por-que-medir-dureza.html.%20Acesso%20dia%2018/10/2020 http://www.mundodametrologia.com.br/2020/04/dureza-rockwell-por-que-medir-dureza.html.%20Acesso%20dia%2018/10/2020 http://www.mundodametrologia.com.br/2020/04/dureza-rockwell-por-que-medir-dureza.html.%20Acesso%20dia%2018/10/2020 https://www.labteste.com.br/ensaio-dureza-brinell https://www.labteste.com.br/ensaio-dureza-brinell http://www.mitsubishicarbide.com/application/files/8114/8185/3771/tec_hardness_comparison_pt-br.pdf http://www.mitsubishicarbide.com/application/files/8114/8185/3771/tec_hardness_comparison_pt-br.pdf http://www.mitsubishicarbide.com/application/files/8114/8185/3771/tec_hardness_comparison_pt-br.pdf http://fuvestibular.com.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Dureza_Knoop https://pt.wikipedia.org/wiki/Dureza_Knoop
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