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VISITA ESCOLAR > O psicodiagnóstico interventivo tem como pressuposto compreender a criança no seu contexto, do qual faz parte a escola. Propomos a inclusão desse contexto não só como parte do processo de avaliação, mas também como objeto de nossa intervenção, através de devolutivas e orientações em relação à queixa apresentada. > Abre novas possibilidades para a compreensão de como a criança está relacionada à queixa, quais significados atribui processo de aprendizagem e como se relaciona com o contexto escolar. > Reduz os riscos de toda a problemática infantil ser atribuída apenas a problemas intrapsíquicos, culpabilizando a criança por suas dificuldades. > Ela deve ser marcada após o primeiro contato com a criança, e tanto ela como seus pais e a escola precisam ser esclarecidos quanto aos seus objetivos, além de concordarem com a sua realização. > Observem-se os seguintes aspectos: - Espaço físico: considerando o espaço por onde as crianças transitam; como está organizado para recebê-las; quais os brinquedos/equipamentos disponíveis; orientações se há presença de inspetores etc. - Higiene ambiental. - A disposição do espaço e do mobiliário, avaliando se favorece atividades em grupo, contato com os professores fora da sala de aula, acesso à direção etc. - A merenda, a qualidade dos materiais pedagógicos, os livros e recursos audiovisuais disponíveis. - Relações sociais que a criança estabelece com os colegas e professores e como é percebida por eles. > Entrevista com a professora: - para saber como a criança se comporta na sala de aula e como é o seu relacionamento com ela e com os colegas. - procurar compreender, na perspectiva da professora, como os pais acompanham a escolaridade do filho, se e como participam de festividades e reuniões pedagógicas. - saber como a professora se conduz diante das dificuldades apresentadas pela criança. > É necessário que ouça a versão da escola a respeito da queixa, que levante questões, apresente informações pertinentes e, ao mesmo tempo, reconheça e valorize os esforços e recursos da escola quanto às dificuldades da criança. > O caderno escolar, como instrumento utilizado no cotidiano e como material da criança, oferece o registro de fragmentos do dia a dia escolar e permite apreender as relações que se estabelecem nesse contexto, no que tange às questões de ensino-aprendizagem. - No exame dos cadernos, devemos estar atentos a: tamanho e legibilidade da letra; uso da borracha; organização; atenção aos erros cometidos; correções feitas pelos professores; identificar de que modo uma produção foi realizada (cópia da lousa, produção individual, em grupo, qual o auxílio dado pelo professor); observar a diferença de desempenho nestas situações, além do cuidado com o material escolar. VISITA DOMICILIAR > o ambiente revela nosso modo de estar no mundo. A forma como organizamos nosso espaço externo está intimamente ligada com a nossa subjetividade. Mundo interno e externo se comunicam por todo o tempo, diluindo a fronteira que separaria um do outro; a casa é o primeiro nicho da identidade, e o espaço residencial da família reflete, através de suas configurações, disposição, orientações, divisões e organização, um psiquismo grupal. > Uma crítica comum se refere à alteração dos comportamentos habituais da família em razão da presença de um estranho, mascarando informações que seriam importantes para a compreensão da dinâmica. A ela, Ackerman (1986, p. 137) responde que as mudanças se dão apenas em grau, e não na qualidade. > A função da visita é basicamente observar os padrões de interação familiar e a adaptação ao papel familiar. Tem ainda um interesse especial no clima emocional da casa, na identidade psicossocial da família e na sua expressão em um ambiente definido. Ela “é apenas um meio de avaliar a família e deve ser integrada a outros achados” > A visita a casa deve ser informal e pode durar de duas a três horas. O profissional que realiza tal visita deve fazer seu relatório de memória, uma vez que fazer anotações na hora poderia prejudicar a espontaneidade da experiência; porém, ela deve ter em mente os dados que compõem um roteiro com direcionamentos para as observações a serem realizadas, o que, neste caso, configuraria uma visita semiestruturada. > Deve-se observar cada membro da família e as suas interações; observar os aspectos da casa que mais chamavam a atenção; deixar que a visita ocorresse na parte da casa escolhida pelos familiares.
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