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INTRODUÇÃO A PARASITOLOGIA VETERINÁRIA – CONCEITOS GERAIS PROFA. DRA. BRENDA CARLA LUQUETTI Fevereiro/2018 1ª Unidade Introdução à Parasitologia: Conceitos gerais e Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica. Helmintologia Geral –Filo Nemathelminthes – Classe Nematoda- Ordem Ascarididea – Familias Ascarididae Toxocaridae Heterakidae. Ordem Oxyuridea - Familia Oxyuridae. Filo Nemathelminthes – Classe Nematoda – Ordem Rhabditida – Familias Strongyloididae Ancylostomatidae Metastrongylidae Molineidae Chabertiidae, Strongylidae Cooperiidae Dictyocaulidae 2ª Unidade Filo Nemathelminthes – Classe Nematoda – Ordem Rhabditida – Familias Dictyocaulidae, Haemonchidae Trichostrongylidae. Filo Nemathelminthes – Classe Nematoda – Ordem Spirurida - Onchocercidae Habronematidae. Ordem Enoplida. Familia. Dioctophymatidae. Ordem Trichocephalida. Familia Thichuridae Filo Platyhelminthes - Classe Trematoda – Familia Fasciolidae Filo Platyhelminthes – Classe Cestoda – Anoplocephalidae, Taeniidae, Dilepitida Primeira Etapa: 50,0 pontos: TDE 01: Atividade no portal blackboard. Resenha de artigo cumprindo carga-horária de 3 horas, no valor 6,00. No dia 22/02 e entrega dia 22/03 TDE 04: Atividade no portal Blackboard. Seminários cumprindo carga-horária de 4 horas, no valor 6,00. Sorteados no dia 26/04, a serem realizados nos dias 07 e 14/06. Bibliografia Básica BOWMAN, D.D. Parasitologia Veterinária de Georgis. 8. ed. Barueri, SP: Manole, 2006. 422 p FORTES, E. Parasitologia Veterinária. 4.ed. São Paulo: Icone, 2004. 608p. .MONTEIRO, S.G. Parasitologia na Medicina Veterinária. 1 .ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 368 p. URQUART/ TAYLOR, M.A., COOP, R.L, WALL, R.L. Parasitologia Veterinária. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 768 p Bibliografia Complementar TAYLOR, M.A.; COOP, R.L.; WALL, R.L. Parasitologia Veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017 FOREYT, W.J. Parasitologia Veterinária - Manual de Referência. 5. ed. São Paulo: Roca, 2005. 240 p. SERRA-FREIRE, N.M.; DE MELLO, R.P. Entomologia & Acarologia na Medicina Veterinária. Rio de Janeiro: L.F. Livros, 2006. 199 p Principais parasitos (Nematódeos, cestodeos, trematódeos, ) Helmintologia veterinária PARASITO É todo ser vivo, animal ou vegetal, que implantado na superfície externa ou interna de um outro ser vivo, retira deste, alimento para sua subsistência e reprodução. HOSPEDEIRO Animal ou planta pelo qual vive o parasito. Parasitismo Prejuízos das parasitoses animais Queda de produção de carne, leite e ovos Danificação do couro Gasto com medicamentos Assistência médico veterinária Perda de crias Morte do animal Relação parasito-hospedeiro Relações entre os indivíduos Parasitismo Especificidade Ciclos Hospedeiros Morfologia, identificação, taxonomia e biologia dos principais endoparasitas e ectoparasitas Hospedeiro é indispensável ao parasita, que vive às suas custas Parasita retira do hospedeiro o que necessita para sua sobrevivência O parasita tem um enorme grau de dependência metabólica (metabolismo do parasita vinculado ao hospedeiro) FATORES QUE FAVORECEM O PARASITISMO Má alimentação Falta de mineralização Falta de higiene Umidade, chuvas e calor Alta concentração de animais HABITAT DOS PARASITOS É necessário que o parasito se instale no seu habitat para poder sobreviver, crescer e multiplicar Tubo digestivo Mucosa e epitélio Órgãos internos Sistema fagocítico mononuclear Sangue, linfa O estabelecimento do parasitismo se dá por ingestão, injeção ou penetração Conceitos Epidemiológicos Fonte de infecção: Organismo vertebrado onde o agente pode sobreviver e multiplicar-se, tendo acesso ao meio exterior. Via de eliminação: Meio ou veículo pelo qual o parasita é eliminado da fonte de infecção (secreções, excreções, sangue, exsudatos/descargas purulentas, descamações de pele, leite, placenta) Via de transmissão: Meio ou veículo pelo qual o parasita alcança o novo hospedeiro (água, ar, poeiras, solo, fômites, alimentos, vetores) Porta de entrada: Via pela qual o parasita penetra no novo hospedeiro (pele, mucosas, via oral) Suscetível: Hospedeiro passível de sofrer a infestação/infecção Períodos Clínicos Período de Incubação: Período que se interpõe entre o espaço de tempo de invasão do parasita no hospedeiro e o aparecimento dos primeiros sinais clínicos Período Agudo: Espaço de tempo, após a invasão do parasita, onde os sinais clínicos são mais acentuados. O hospedeiro pode se restabelecer, entrar no período crônico ou morrer Período Crônico: Após o período agudo. Os sinais clínicos diminuem, mas os parasitas permanecem nos hospedeiros Períodos Parasitológicos Período Pré-Patente (PPP) Tempo que decorre a partir da penetração/ingestão do estágio infectante do parasita no hospedeiro até o aparecimento de ovos, larvas ou oocistos (formas jovens iniciais) da geração seguinte, evidenciados por processos laboratoriais específicos Período Patente (PP) Período de tempo pelo qual os parasitas podem ser demonstrados, por diversas técnicas. Termina quando os ovos, larvas ou oocistos não podem mais ser revelados Período Sub-Patente Aquele em que não é possível revelar a presença do parasita através de seus ovos, larvas ou oocistos. A este período segue-se um novo período patente CLASSIFICAÇÃO DOS PARASITAS Segundo o local do parasitismo: Endoparasitas - permanecem no interior do organismo hospedeiro: INFECÇÃO Ectoparasitas - permanecem na superfície corpórea do hospedeiro, na pele, pêlos e cavidades naturais.: INFESTAÇÃO Segundo o tempo de permanência no hospedeiro: Periódicos ou provisórios - somente são parasitos em uma fase do desenvolvimento. Ex.: Berne (larva da mosca) Permanentes - passam a vida, em todos os seus estágios, espoliando o hospedeiro. Ex.: ácaros do gênero Demodex, Temporários – procura o hospedeiro apenas para se alimentar: Intermitente – Abandona o hospedeiro após se alimentar. Ex.: mosquito Remitente – Permanece no hospedeiro após se alimentar. Ex.: pulga, piolho Quanto à especificidade parasitária: Estenoxênicos - afetam somente uma espécie hospedeira. Ex.: Taenia saginata Eurixênicos - apresentam ampla variedade de hospedeiros, parasitando grupos zoológicos distintos. Ex.: Toxoplasma gondii parasita desde mamíferos a aves Oligoxênicos - apresentam especificidade restrita, parasitando hospedeiros da mesma família ou gêneros próximos. Ex.: Echinococcus granulosus em cão e raposa CICLO O desenvolvimento de um parasito se dá pela instalação no hospedeiro Ciclo biológico → é a passagem de fases de um hospedeiro para outro, ou no mesmo, durante o desenvolvimento do parasito que obedece um programa regular de acontecimentos O conhecimento do ciclo permite que se entenda a biologia do parasito e relações com os hospedeiros, e a sua patogenicidade, fornecendo uma visão de pontos de prevenção, tratamento e controle das parasitoses Quanto ao nº de hospedeiros para realização do ciclo de vida: Monoxênicos – Apenas um único hospedeiro para completar seu ciclo de vida (Ascaris spp). Heteroxênicos – Mais de um hospedeiro para completar seu ciclo de vida. Fase larval/ fase adulta (Schistosoma spp). Quanto ao habitat: Errático – parasita que não consegue atingir o órgão de eleição em seu hospedeiro habitual, localizando-se em outro lugar. Ex.: O Ascaris suun parasita ID do suino, podendo introduzir-se no canal colédoco, causando hepatite obstrutiva Extraviado - pode ocorrer em outro hospedeiro e fora do seu habitat natural. Ex.: Ancylostoma braziliense, parasita do ID de cães e gatos, parasita o homem como larva migrans cutânea. O Toxocara canis, também parasita do ID de cães, parasita o homem como larva migrans visceral AÇÃO DOS PARASITOS AÇÃO MECÂNICA Quando há lesão diretamente no órgão, se manifestando por obstrução, compressão e traumatismo AÇÃO TÓXICA Ocorre devidoà secreções e excreções produzidas pelo parasito, ou ainda, de substâncias constituintes de seu corpo, causando toxicidade. Dioctophyma renale → destruição de tecido renal causada pela ação histolítica AÇÃO ESPOLIATIVA Ocasionada pelos parasitos ao absorverem substâncias nutritivas do organismo do hospedeiro AÇÃO IRRITATIVA Provocada pela presença constante do parasito no órgão que se aloja no hospedeiro CLASSIFICAÇÃO DOS HOSPEDEIROS Hospedeiro Definitivo (HD) Animal no qual o parasito consegue terminar sua fase reprodutiva Hospedeiro Intermediário (HI) É quando o parasito necessita deste hospedeiro para atingir uma parte de seu desenvolvimento Hospedeiro Forético ou Transportador (HT) Quando o parasito é transportado por uma espécie qualquer Vetor – é um artrópode, molusco ou outro veículo qualquer que transmite o parasita entre 2 hospedeiros Vetor Biológico – É aquele no qual o parasita evolui de alguma forma. Lymnaea spp. para Fasciola hepatica ou carrapato Boophilus microplus para Babesia bovis Vetor Mecânico – É aquele no qual o parasita não evolui. Ex.: Stomoxys calcitrans para o Anaplasma marginale Fômite – É um objeto inanimado que esteve em contato íntimo com um portador ou com um indivíduo infectado para reter o agente e disseminá-lo. Paratênico (ou de transporte) - tipo de hospedeiro intermediário no qual o parasita permanece em estágio infectante, sem desenvolvimento essencial e sem crescimento, requerendo a ingestão pelo hospedeiro definitivo. Ex.: Minhocas, caramujos, lesmas e artrópodes para o Syngamus traquea Reservatório Natural – hospedeiro adaptado ao parasita e responsável por sua disseminação a espécies de valor econômico. Portador – é o indivíduo afetado que não apresenta sinais, mas que pode transmitir a doença a outro hospedeiro suscetível. Resposta do hospedeiro: citocinas, resposta de fase aguda, resposta inflamatória Fatores inespecíficos: idade do hospedeiro, sexo, genética, células fagocíticas, estado nutricional, agressividade do parasita Células efetoras imunes: linfócitos T, B e macrófagos, etc. Hospedeiro responde, mas o parasita persiste DOENÇA Hospedeiro responde, parasita eliminado SISTEMÁTICA E TAXONOMIA Categorias Zoológicas Gênero – grupo formado por várias espécies que possuem caracteres comuns Espécie – conjunto de indivíduos semelhantes tanto entre si como com seus ascendentes e descendentes. São férteis entre si em com prole fértil Sub-Espécie ou Raça – grupo de indivíduos que apresenta, dentro da espécie, alguma característica particular que se transmite às gerações seguintes Regras de Nomenclatura Gênero – sempre uninominal, sendo um substantivo latino ou latinizado, escrito com a primeira letra maiúscula, em tipo itálico ou sublinhado Espécie – nome latino ou latinizado, binominal, escrito em tipo itálico ou sublinhado. O primeiro nome corresponde ao gênero e o segundo à espécie Gênero Echinococcus Echinococcus granulosus granulosus ESPÉCIE Echinococcus granulosus Echinococcus granulosus • Uma espécie já mencionada, mas não denominada, é designada por “sp.” Toxocara sp. – refere-se a uma espécie desse parasita • Quando nos referimos a várias espécies, utilizamos “spp.” (amplo) Toxocara spp. – refere-se a mais de uma espécie desse parasita É considerado autor a pessoa que primeiro publicar o nome em uma revista científica, sendo o nome escrito logo após o nome científico sem qualquer pontuação, seguido da data separada do nome por vírgula Ex.: Trypanosoma cruzi Chagas, 1909 • Quando uma determinada espécie é redescrita por outro autor devido a qualquer tipo de incorreção, o nome do autor que a descreveu é colocado entre parênteses, seguido da data e, logo a seguir, sem qualquer interposição de sinal, o nome do autor que a redescreveu Ex.: Dipetalonema gracile (Rudolphi, 1809) Diesing, 1861
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