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Atlas do Cabelo


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Atlas do Cabelo 
by L'oréal Techinique Professionnelle 
 
 
 
A pele constitui-se de 3 camadas. 
A EPIDERME, verdadeiro escudo protege a pele das agressões externas. Muito delgada, sua espessura varia, 
segundo a localização, entre 0,04 mm e 1,6 mm. 
A DERME, tecido conjuntivo fibroso, com espessura variando de 1 a 2 mm, segundo as zonas, constitui o 
arcabouço da pele. Suas células, fibroblastos, fabricam fibras de colágeno que dão resistência e firmeza à pele, além 
de fibras de elastina, que lhe conferem flexibilidade e elasticidade. A Derme desempenha, portanto, uma função de 
coesão. Ela é responsável pela nutrição da Epiderme, graças a uma intensa vascularização. E essas funções, 
acrescentam-se as seguintes: 
- Reserva de água (alimentação das células da Epiderme) 
- Regulação térmica (micro circulação) 
- Sensações tácteis (rede nervosa) 
- Permeabilidade e filtração 
A HIPODERME é o tecido de reserva e de sustentação. É a camada mais espessa: de 0,5 á 3 cm segundo as 
zonas. Esse tecido isola dos choques e das variações de temperatura. É a camada gordurosa. 
 
OS CAPILARES SANGUÍNEOS 
 
São muito finos e se organizam em redes complexas, entre as arteríolas e as 
vênulas. É no interior desses capilares sanguíneos que se efetuam as trocas 
gasosas e nutritivas. Eles trazem os elementos nutritivos e levam os rejeitos 
celulares. 
 
 
OS NERVOS 
Eles nos possibilitam perceber sensações. A invervação do folículo piloso é 
bastante complexa. Ela se constitui dos seguintes elementos. 
- A inervação motora do músculo eretor. 
- A invervação da papila. 
- A inervação sensitiva do cabelo. 
O folículo piloso apresenta uma intensa inervação sensitiva, o que se explica 
as dores à tração e as sensações dolorosas do couro cabeludo. 
 
OS MÚSCULOS ERETORES 
 
A semelhança de todos os músculos de nosso corpo, eles se contraem quando 
o sistema nervoso lhes dá uma ordem nesse sentido. Então, eles se acumulam sobre 
si mesmos, encolhem e repuxam as bases dos folículos, colocando, assim, o fio de 
cabelo em posição vertical. As influências psíquicas (o medo, em particular) muitas 
vezes são responsáveis por esse formato. 
 
AS GLÂNDULAS SEBÁCEAS 
São sacos repletos de células claras e volumosas, com um pequeno núcleo 
central. São anexa a um pêlo e secretam sebo. 
O SEBO 
É o resultado de uma excreção, provocada pelo rompimento dessas células 
carregadas de gordura. O sebo desempenha uma função protetora contra a agressão 
cutânea. Os principais componentes do sebo são os seguintes: 
- Glicerídios 43% 
- Ácidos graxos livres 16% 
- Ceras esterificadas 25% 
- Esqualano 12% 
- Colesterol 4% 
- Hidrocarbonetos saturados vestígios 
O escoamento normal do sebo possibilita a flexibilidade e a boa resistência da camada córnea e do cabelo. 
 
AS GLÂNDULAS SUDORÍPARAS 
Regulam a temperatura do organismo através da secreção do suor. 
O SUOR 
Produzido pelas glândulas sudoríparas, regula a temperatura do organismo. A 
evaporação é o único meio de eliminar o calor quando a temperatura externa é elevada. 
O suor é ácido (pH entre 4 e 6,8) e contém 99% de água, uréia, amônia, ácidos lático 
e pirúvico. Esse pH lhe confere propriedades antisséticas e antifúngicas. 
A PAPILA DÉRMICA E O FOLÍCULO PILOSO 
A papila dérmica encontra-se na base de um saco alongado, 
derivado da Epiderme, que é o folículo piloso. Ela tem uma rica 
vascularização e constitui-se de uma multidão de células específicas: 
os queratinócitos. A parte inferior do bulbo piloso, que é a matriz do 
cabelo, encerra a zona de divisão celular. 
Cada célula se divide e cria uma célula-filha, que é 
impulsionada para o alto e pelo nascimento de outras células. Elas se 
queratinizam progressivamente na parte superior do bulbo piloso, para 
dar origem aos fios de cabelo. Na Epiderme, as células basais se 
multiplicam a cada período de 457 horas. A taxa de multiplicação das 
células da papila dérmica, a cada período de 39 horas, é uma das 
mais elevadas que se conhece. Isso explica a sensibilidade do cabelo 
aos diferentes agentes que bloqueiam a multiplicação celular. O bulbo 
piloso atinge sua largura máxima a meia altura da papila. Uma linha transversal nesse nível (>linha de Auber<) 
constitui o limite superior do território onde se expandem e se multiplicam os queratinócitos e os melancócitos. 
Um fenômeno importante ocorre na zona queratógena , que é a parte superior do bulbo. 
As células vão sofrer mutações: degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda do núcleo e endurecer, 
produzindo uma proteína rica em enxofre - a queratina. Ela formará o esqueleto do cabelo. No nível da zona 
queratógena se individualiza a bainha epitelial interna. Constituída de diversas camadas celulares concêntricas, ela 
acompanha o cabelo no seu crescimento até o ponto onde desemboca o canal sebáceo: o colo. A haste pilar torna-
se, então, livre. A bainha epitelial externa é um invaginação da epiderme. Suas células não passam pelo processo de 
queratinização. 
 
 
 
A CUTÍCULA 
Outras células da matriz do cabelo se achatam e se alongam para formar 
a cutícula. A cutícula, superfície protetora do cabelo, é formada de uma 
camada única de células que se recobrem parcialmente, como escamas de 
peixe, com a borda livre direcionada para a extremidade do fio de cabelo. Como 
as escamas se recobrem diversas vezes umas às outras, um corte transversal 
da cutícula da à impressão de uma estrutura de camadas múltiplas de 3 a 10 
espessuras. Essas células cuticulares, muito achatadas (0,5 micrometros) e 
muito alongadas (45 micrometros) são constituídas de três partes: 
- A epicutícula 
- A exocutícula 
- A endocutícula 
 
Esses diferentes elementos são constituídos, principalmente, de material protéico que será tanto mais rico em 
enxofre (e portanto, em cistina) quanto mais nos aproximamos da superfície que esta em contato com o mundo 
exterior. A cutícula desempenha um papel muito importante. Ela contribui para a coesão do cabelo, mantendo as 
fibras de queratina do córtex em uma "bainha" particularmente resistente. 
 
Ela é muito estável do ponto de vista bioquímico e resiste a forças físicas e químicas potente. 
Quando a cutícula se degrada, perde seu poder protetor e a coesão interna do cabelo fica reduzida. O cabelo 
torna-se, então, extremamente fragilizado. 
Na parte central do cabelo, a medula (canal medular) é constituída por pilhas de células mortas, que se 
esvaziaram de sua substância e estão separadas por bolhas de ar. A medula muitas vezes é intermitente e, por 
vezes, chega a estar até mesmo totalmente ausente, o que faz supor que ela não tenha uma real importância 
funcional. 
Em muitos animais a medula representa 2/3 do pêlo. São células vazias, cheias de ar, que fazem às vezes de 
isolante térmico. Esse papel é inútil par ao homem, o que explica seu desaparecimento. 
 
O CÓRTEX 
As células queratinizadas, situadas no centro do folículo, tornam uma 
forma de fuso, muito alongada. Elas constituem o coração do cabelo: o 
córtex. Trata-se da parte mais importante do cabelo. O córtex contribui, em 
grande parte, para as propriedades mecânicas do cabelo: 
- Solidez: a carga necessária para que se obtenha a ruptura de um fio 
de cabelo natural sadio, varia entre 50 a 100 gramas. 
- Elasticidade: se esticarmos moderadamente um fio de cabelo seco 
ou úmido, ele se recuperará bastante rapidamente seu comprimento inicial. 
Entretanto, é preciso que esse alongamento não ultrapasse 3% 
aproximadamente. 
- Permeabilidade: o cabelo pode absorver até 35% de seu peso em 
água. Seu diâmetro pode aumentar em 15 a 20%, seu comprimento, de 
somente 0,5 a 2%. A absorção da água vem acompanhada de uma 
dilatação, da qual depende a maior ou menor facilidade de penetração de 
certas moléculas orgânicas. 
As células corticais são coladas umas às outras e orientadas no sentido da haste do fio de cabelo. 
 
A CÉLULA CORTICAL 
 
Fusiforme, com uma largura de 2 a 5 micrometros e comprimento de aproximadamente 100 micrometros, 
constitui-se de fibras:as macrofibrilas. 
 
 
 
 
AS MACROFIBRILAS 
 
Constituem-se de microfibilas, envoltas em uma matéria amorfa, rica em enxofre. É aí que se encontram os 
grãos de melanina, responsáveis pela cor dos cabelos. 
 
AS MICROFIBRILAS 
 
São fibras menores, formadas pela reunião de 5 a 11 protofibrilas. 
 
 
AS PROTOFIBRILAS 
 
Têm a forma de uma corda trançada, com 2 ou 3 fios. Cada fio é uma cadeia de queratina com baixo teor de 
enxofre, enrolada sobre si mesma, em forma de hélice. 
 
AS CADEIAS DE QUERATINAS 
 
Ligam-se entre si por diferentes ligações químicas: As pontes de dissulfeto, as ligaçõeshi drógenas e as 
ligações salinas. Essas ligações proporcionam a coesão desse edifício complexo. 
 
O CICLO DE VIDA DO CABELO 
O cabelo cresce, em média, de 1cm a 1,5 cm por mês. Cada fio de cabelo tem um ciclo de vida de 4 anos, 
aproximadamente. Cada folículo piloso está programado para ter, em média, 25 ciclos de vida. Na papila dérmica se 
desenvolvem as três fases de um ciclo. 
Fase Anagenética 
A divisão celular é contínua, as novas células empurram as velhas para o exterior. 3 a 5 anos. 
Fase Catagenética 
A produção de células fica muito mais lenta e, em seguida, cessa completamente. 3 a 4 semanas. 
Fase Telogenética 
O folículo piloso se retrai e sua base se aproxima da superfície da pele. 3 a 4 meses. 
 
 
 
Fase Anagenética 
1º Um novo fio de cabelo nasce dentro da papila dérmica. 
2º Ele empurra o fio de cabelo em fase telogenética. 
3º Assim, o novo fio de cabelo cresce regularmente e expulsa o fio antigo. 
4º A divisão celular é contínua. As novas células empurram as velhas para o exterior. 
 
 
A QUEDA DOS CABELOS 
Como certos folículos pilosos têm ciclos de vida mais curtos do que outros, aproximadamente 60 fios de 
cabelos caem naturalmente a cada dia, enquanto que outros fios surgem. Se a duração da fase telogenética 
aumentar em relação à fase anagenética, o equilíbrio rompe-se e os fios de cabelo caem em maior quantidade do 
que aquela que 
seria normal. A atividade pode cessar completamente, os cabelos podem não voltar a crescer. As causas 
desse fenômeno são complexas e múltiplas. É preciso distinguir os fatores que desencadeiam as quedas 
passageiras ou as quedas definitivas. 
 
AS QUEDAS PASSAGEIRAS 
São definidas como uma perda de cabelo anormal, porém momentânea. 
Podem ser atribuídas aos seguintes fatores: 
- estresse psíquico: secreção hormonal alterada; 
- estresse físico: intervenção cirúrgica, hemorragia, febre elevada; 
- origem medicamentosa: anticoagulantes, medicamentos antitiróideos, 
anti-reumáticos e antimicóticos; 
- carência de oligoelementos: cálcio, manganês, zinco e ferro. 
Em caso de gravidez, as modificações mais menos intensas das taxas de 
hormônios femininos induzem um estado de repouso nos folículos. Alopecias 
passageiras, localizadas, como a pelada, podem explicar-se pela constituição genética, por perturbações imunitárias 
ou por antecedentes familiares. 
 
AS QUEDAS DEFINITIVAS 
Explicam-se por uma atrofia da papila dérmica. Suas causas podem ser múltiplas: 
- infecções bacterianas ou micóticas do couro cabeludo; 
- afecções dermatológicas: a psoríase; 
- um distúrbio imunológico causado pela alopecia areada. 
A calvície mais comum é a alopecia androgenética. Os hormônios masculinos ou androgenéticos constituem 
um dos fatores essenciais da queda definitiva dos cabelos, especialmente a testosterona. Esse hormônio passa dos 
testículos para o sangue e, em seguida, do sangue para o bulbo piloso. Nesse momento, a testosterona inativa se 
transforma sob a influência de uma enzima, a 5-alfa-redutase ou diidro-testosterona ativa, que intensifica a 
atividade dos folículos pilosos. O fio de cabelo, que tem um ciclo de vida de aproximadamente quatro anos, 
reproduzindo-se, em média, 25 vezes, pela ação da diidrotestosterona, tem esse ciclo reduzido para alguns meses e 
então ocorre uma calvície precoce. 
 
CABELOS OLEOSOS E CABELOS SECOS 
A beleza do cabelo depende, em grande parte, da glândula sebácea. Essa glândula produz e descarrega, no 
colo, uma substância graxa, o sebo. O suor secretado pelas glândulas sudoríparas se mistura ao sebo para proteger 
e lubrificar o couro cabeludo e o cabelo. 
Esse filme protetor desempenha um papel importante, qualquer que seja sua quantidade. 
O sebo e o suor recobrem o couro cabeludo, mantém sua elasticidade e sua resistência, lubrificam o cabelo, 
que ficará mais flexível e brilhante. Essa proteção essencial se renova continuamente. Entretanto, esse filme 
hidrolipídio pode tornar-se excessivamente abundante. Basta uma simples variação de 10%, para que os cabelos 
fiquem oleosos. O afluxo hormonal age sobre as glândulas sebáceas que produzem, então, o sebo, em quantidade 
excessiva. O sebo migra por capilaridade entre dois ou diversos fios de cabelos vizinhos, à razão de 2 a 3,5 
mm/minuto e até 16 cm do couro cabeludo, aproximadamente. 
O excesso de sebo também se deposita do couro cabeludo e provoca irritações. Na situação inversa, as 
glândulas sebáceas podem fabricar muito pouco sebo. O couro cabeludo e os fios de cabelo não ficam 
suficientemente protegidos e nem recebem lubrificação. O couro cabeludo resseca e pode ficar irritado. As escamas 
que formam a cutícula se deterioram, seus bordos livres se encurvam. Os cabelos ficam secos e foscos. As portas se 
rompem mais facilmente e se abrem em forquilha. Os fios de cabelo se prendem uns aos outros e ficam 
embaraçados. 
 
 
A CASPA 
As células da epiderme levam de 30 a 45 dias para se renovarem totalmente, ou seja, para que um 
queratinócito basal se divida, migre dentro da epiderme até a sua superfície. Lá, as células descamam diariamente, 
sob a forma de uma fina poeira invisível. Nos casos de caspa, esse processo fica extremamente modificado e 
exagerado: as células epidérmicas caem, aglomeradas uma às outras sob a forma de escamas visíveis. Essas 
alterações resultam de uma descamação excessivamente rápida, devido a uma maior produção de células 
epidérmicas. 
Existem dois tipos de caspa: 
- A pitríase simplex ou "caspa seca", caracterizada por escamas secas, finas, acinzentas ou acastanhadas. 
- A pitiríase esteatóide ou "caspa oleosa", associada, geralmente, a uma seborreia caracteriza-se pelas 
escamas oleosas e espessas, que aderem ao couro cabeludo formando uma espécie de camada untuosa. 
A caspa, muitas vezes, se faz acompanhar de coceira mais ou menos intensa. As causas da caspa, 
controversas durante longos anos são atualmente mais conhecidas. 
 
A caspa, provém da modificação intensa, qualitativa e quantitativa, da população microbiana que vive no couro 
cabeludo. Em particular, um fungo, o "pityrosporum ovale", que está presente, em condições normais, no couro 
cabeludo sadio, prolifera exageradamente até constituir 75% da microflora local. 
 
Foi provado que esse fungo pode desencadear uma inflamação no couro cabeludo por uma reação do tipo 
imunitário. Essa inflamação provoca, principalmente, uma aceleração tanto da renovação celular epidérmica quanto 
da descamação, provocando o aparecimento da caspa. 
A reação imunitária é individual. Assim sendo, em presença de colônias equivalentes de pityrosporum ovale, 
certas pessoas têm caspa e outras, não. Mas se, por um lado, a proliferação do pityrosporum ovale aparece como 
sendo uma causa preponderante nos casos de caspa, por outro lado ela é uma conseqüência em caráter secundário, 
já que o couro cabeludo com caspa oferece a esse fungo um habitat privilegiado: instaura-se, então, uma espécie de 
círculo vicioso. 
 
A DEFORMAÇÃO TEMPORÁRIA 
A estrutura particular da queratina do cabelo, é, de fato, uma estrutura elástica. Essa propriedade possibilita 
deformações de pouca amplitude, totalmente reversíveis. Entretanto, a velocidade com a qual cabelo volta à sua 
forma primitiva depende das condições em que se realiza essa deformação. 
"A mise-en-plis" e a escova deformam o cabelo de modo temporário. As quatro fases dessas duas técnicas: 
umidificação,enrolamento com rolos ou escova, secagem, para em seguida, soltar o cabelo desencadeiam as ações 
físico-químicas sobre as fibras de queratina. 
 
A água rompe as ligações hidrógenas e salinas e provoca o deslizamento das cadeias de queratina, umas em 
relação às outras. Essa ruptura torna possível a ação mecânica de um "rolinho" ou de uma escova, para criar a forma 
desejada. 
Secando o cabelo molhado, reconstituem-se novas ligaçõees salinas e hidrógenas, que mantém nessa forma, 
porém momentaneamente. 
A DEFORMAÇÃO PERMANENTE 
Ela é obtida pela ruptura das pontes de dissulfeto, das ligações salinas e hidrógenas, o que torna a fibra 
momentaneamente plástica, ou seja, deformável sem elasticidade. Em seguida, é preciso reconstituir as pontes de 
dissulfeto para fixá-las na forma desejada. É assim que as cadeias de queratina e o cabelo recuperam sua coesão. 
A REDUÇÃO 
Esquematicamente falando, trata-se de uma reação eletroquímica que provoca transferências de elétrons, de 
um átomo de uma molécula para um átomo de uma molécula. 
O redutor fornece os dois elétrons que se fixam aos átomos de enxofre e separam a ponte de dissulfeto em 
duas meias pontes. Ele reduz seletivamente as pontes de dissulfeto, sem agir sobre as demais espécies químicas 
constituintes do cabelo. 
 
O líquido redutor (solução de Thiols: ácido tioglicólico, tioglicolato de amônia, tioglicolato de glicerol, cisteína e 
sulfito) rompe as ligações entre dois átomos de enxofre das pontes de dissulfeto. O redutor prepara o cabelo para 
sua deformação. 
Porém, como se trata de um mecanismo físico-químico, é preciso prestar muita atenção à escolha do material, 
verdadeiro criador do enlace desejado, que será mantido em sua forma permanente pelo fixador. 
As cadeias de queratina deslizam umas em relação às outras. As duas metades de ponte se afastam. As 
meias pontes não estão mais face a face. O enrolamento efetuado antes ou após a aplicação do líquido redutor , 
confere ao cabelo a forma desejada. 
 
A FIXAÇÃO 
Para reconstituir as pontes de dissulfeto em uma configuração diferente, o fixador capta os dois elétrons 
fixados aos átomos de enxofre. 
 
O fixador (oxidante: solução de água oxigenada com pH ácido e bromato de sódio) reforma as ligações entre 
dois átomos de enxofre isolados. 
 
... E OS PIGMENTOS 
Os pigmentos de melanina podem ser classificadas esquematicamente em dois grupos: 
- os pigmentos granulosos ou eumelaninas, que variam do preto ao vermelho escuro, conferem ao cabelo as 
cores sombrias. 
- os pigmentos difusos ou faeomelaninas, que variam do vermelho brilhante ao amarelo pálido, conferem cores 
clara ao cabelo. 
É o grau de concentração dos pigmentos granulosos ou difusos que explica a variedade das cores naturais dos 
cabelos. PROTA e THOMSON, em 1976, isolaram um outro grupo de pigmentos faeomelanínicos, chamados 
tricocromas, antigamente designados sob o nome de tricossiderina, que seriam responsáveis pelas tonalidades 
ruivas. 
A cor dos cabelos se modifica. Em geral, a cor torna-se mais escura com a idade, e, em seguida os cabelos 
brancos aparecem progressivamente. Essa evolução parte do pressuposto de que o ritmo de produção de melanina 
não é constante. Com o passar dos anos, ocorre, primeiro, uma intensificação e, em seguida, uma diminuição do 
ritmo e, na maioria dos casos, interrupção da formação de pigmentos. Os cabelos brancos aparecem, geralmente 
entre 40 e 50 anos ou, em alguns casos, bem mais tarde. A interrupção da produção de melanina explica o 
desaparecimento da cor. É muito provável que a ausência, em certos melanócitos, do ácido aminado, a tirosina, que 
a deficiência ou a inibição da enzima, a tirosinase, sejam as causas do embranquecimento ou canície. Essa 
interrupção de produção de melanina tem, provavelmente, origem fisiológica e genética. 
A COR: OS MELANÓCITOS, A MELANINA... 
A epiderme, os pelos e os cabelos são coloridos. Os pigmentos melanócitos, que absorvem especificamente 
os raios luminosos, são responsáveis pelas variações de cor. 
Na papila dérmica, os melanócitos, células especiais, secretam grânulos de pigmentos absorvidos pelas 
células da vizinhança: os queratinócitos. 
Uma unidade de melanização constitui-se de um melanócito cercado de 30 queratinócitos, aproximadamente. 
Ela repousa sobre a membrana basal. 
A fabricação da melanina pelos melanócitos desencadeia uma série de reações químicas. 
A partir da tirosina, molécula presente nos melanócitos, desenvolve-se uma série de reações químicas sob a 
influência de uma enzima: a tirosinase. 
Após oxidações sucessivas, sendo que a primeira é a de tirosina pela tirosinase, chegamos ao 5-6 didroxi-
indol, precursor da melanina. Esse precursor vai, por sua vez, ser a origem de uma nova série de reações que 
resulta, por fim, na melanina. 
O 5-6 didroxi-inol pôde ser isolado e reproduzido. 
 
Os melanócitos se assemelham a estrelas-do-mar. Seus ramos, os dendritos, servem para injetar os grãos de 
melanina nos queratinócitos. Em seguida, esses grãos de melanina se distribuem no córtex. Quando maior for a 
atividade melanocitária, mais escuros serão os cabelos. 
 
 
 
O CLAREAMENTO 
A água, o ar e o sol clareiam ligeiramente os cabelos e lhes conferem reflexos quentes. A água aumenta o 
volume dos cabelos. As moléculas de oxigênio neles penetram e são ativadas pelo calor do ambiente. Trata-se de 
uma oxidação suave dos pigmentos granulosos, gradativamente destruídos na periferia do córtex. 
 
 
... E A DESCOLORAÇÃO 
Pode-se provocar o clareamento do cabelo, indo do tom escuro ao mais claro, através de uma reação química 
que provoca uma oxidação mais intensa dos pigmentos. 
 
Os pigmentos granulosos desaparecem progressivamente. Em seguida, os pigmentos difusos são por sua vez, 
eliminados. Esse fenômeno explica o fato de que determinados cabelos se descoloram adquirindo ou uma cor 
vermelha ou uma cor amarelada. Aliás, todas as cores intermediárias são possíveis. Essas diferentes cores são 
fundos de clareamento. 
Se o cabelo clareia, ele também pode ser colorido por diferentes métodos... 
A COLORAÇÃO SEMI-PERMANENTE 
A COLORAÇÃO DIRETA 
Os corantes utilizados são moléculas de dimensão reduzida, cuja estrutura possui uma boa afinidade com a 
fibra capilar. Essas moléculas penetram até a periferia do córtex e são eliminados gradativamente, pela lavagem. 
Distinguem-se dois tipos de coloração direta. 
 
TOM SOBRE TOM 
Faz-se no mesmo tom ou em tom mais escuro. Ela camufla os cabelos brancos em nuances naturais, se não 
forem excessivamente numerosos, e se estiverem bem distribuídos. É feita com produtos prontos para o uso. Não 
contém nem amônia nem oxidante, e não clareia os cabelos. 
 
REFLEXOS 
Coloração no mesmo tom. Acrescentam reflexos à nuance natural dos cabelos. Aplicam-se a cabelos naturais, 
sem cabelos brancos. Fazem-se com produtos prontos para o uso. Não contém nem amônia nem oxidante e não 
clareiam os cabelos. 
A COLORAÇÃO PERMANENTE 
A COLORAÇÃO DE OXIDAÇÃO QUE CLAREIA 
Da colorido clareando, mas também no mesmo tom e em tom mais escuro. Recobre os cabelos brancos. Age 
clareando e colorindo simultaneamente o cabelo. Necessita que três elementos entrem em atividade: amônia, um 
oxidante e precursores de cor. 
A amônia tem duas funções importantes: 
- aumentar o volume da fibra capilar , ou seja, abrir as escamas do cabelo, para possibilitar a penetração dos 
precursores. 
- liberar o oxigênio contido no oxidante. 
O oxidante também desempenha duas funções: 
- agir sobre os pigmentos do cabelo para clareá-los, oxidando-os. 
- oxidar os precursores para revelar os corantes. 
Os precursores classificam-se em duas categorias: 
- as bases de oxidação (como o paradiaminoben-zeno), que são responsáveis pela intensidade da cor e pelo 
recobrimento dos cabelos brancos. 
- os acopladores (como a resorcina), que possibilitam que se variem os reflexos (dourados, acobreados, 
acinzentados, etc.) 
 
Esses dois grupos interagem para criar a cor. A cor obtida é, portanto,o resultado da superposição do 
clareamento provocado e da cor aplicada. 
 
A COLORAÇÃO DE OXIDAÇÃO TOM-SOBRE-TOM 
Essa coloração contém corantes que funcionam como os da coloração de 
oxidação de clareamento. Entretanto, ela não contém amônia e o agente alcalino 
utilizado tem uma potência muito fraca, o que explica o fato de ela não clarear. 
Ela dá colorido no mesmo tom, ou em tom mais escuro. Convém a todos os 
tipos de cabelo, e recobre os cabelos brancos em até 50%. Coloração suave de 
grande durabilidade, ela se mistura com seu revelador específico (oxidante extra-
suave). 
 
O ATLAS DO CABELO foi produzido pela Divisão Coiffure em colaboração com os laboratórios de pesquisa da L'ORÉAL 
As ilustrações foram extraídas do filme METAMORFOSE Concepção e produção CLAERHOUT s.a. - Gent – Bélgica 
Editor responsável - CPI