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Brasília-DF. 
Peelings Químicos, enzimáticos 
e mecânicos aPlicados à estética
Elaboração
Taís Amadio Menegat
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
REVENDO A PELE ................................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE ............................................................................................. 9
CAPÍTULO 2
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE PELE ...................................................................................... 20
CAPÍTULO 3
RADIAÇÃO SOLAR ................................................................................................................. 25
UNIDADE II
COSMETOLOGIA ................................................................................................................................. 35
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À COSMETOLOGIA ........................................................................................... 35
CAPÍTULO 2
NUTRACÊUTICOS .................................................................................................................... 60
CAPÍTULO 3
CLASSIFICAÇÃO DOS COSMÉTICOS DE ACORDO COM SUA FUNÇÃO ................................... 63
CAPÍTULO 4
PROTETOR SOLAR ................................................................................................................... 85
UNIDADE III
COSMETOLOGIA E DOS DISTÚRBIOS E ESTÉTICOS ................................................................................. 94
CAPÍTULO 1
COSMETOLOGIA HLDG .......................................................................................................... 94
CAPÍTULO 2
COSMÉTICOS NO TRATAMENTO DE ESTRIAS E ANTI-AGING ..................................................... 98
CAPÍTULO 3
ATIVOS PARA CONTROLE PIGMENTAR ................................................................................... 104
4
CAPÍTULO 4
COSMÉTICOS PARA ACNE .................................................................................................... 113
CAPÍTULO 5
ÁREA DOS OLHOS ................................................................................................................ 118
CAPÍTULO 6
FATORES DE CRESCIMENTO .................................................................................................. 124
UNIDADE IV
PEELING QUÍMICO E FÍSICO .............................................................................................................. 131
CAPÍTULO 1
PEELINGS ............................................................................................................................. 131
CAPÍTULO 2
OS ÁCIDOS .......................................................................................................................... 135
CAPÍTULO 3
PELE COM GLICAÇÃO E O PEELING ..................................................................................... 176
PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................... 184
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 185
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como 
pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia 
da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da 
pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar 
conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, 
como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os 
desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de 
modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal 
quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização 
dos Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e 
reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
Convido-os a mergulhar no mundo mágico da Cosmetologia. Nas próximas páginas 
você poderá aprender como agregar todos os benefícios dos cosméticos e dos peelings 
químicos e mecânico em distúrbios como anti-aging, estrias, olheiras, hipercrômia, 
entre outras disfunções. 
A técnica aplicada nesta apostila é o modelo mais atual do mercado. 
Objetivos
 » Promover o conhecimento fisiológico, farmacológico e terapêutico dos 
cosméticos. 
 » Compreender o mecanismo de ação dos peelings.
 » Compreender o método de aplicação dos cosméticos e ácidos na estética.
9
UNIDADE IREVENDO A PELE
CAPÍTULO 1
Anatomia e Fisiologia da Pele
O sistema tegumentar, composto pela pele e seus anexos, glândulas sudoríparas, 
glândulas sebáceas, pelos e unhas é o maior órgão do corpo humano e constitui 16% 
do peso corporal. Ele reveste todo o corpo, continuando-se nos lábios e no ânus com as 
membranas mucosas do sistema digestivo, no nariz com o sistema respiratório, e com 
os sistemas urogenitais, nos locais em que chegam à superfície. Além disso, a pele das 
pálpebras se continua com o revestimento conjuntival da porção anterior dos olhos 
(ALTCHEK et al., 2006).
As principais funções incluem: proteção contra lesões, contra invasão bacteriana e 
dessecação; regulação da temperatura do corpo; recepção de sensações contínuas do 
meio ambiente (p.ex.: tato, temperatura e dor); excreçãopelas glândulas sudoríparas; 
e absorção de radiação ultravioleta (UV) solar para a síntese de vitamina D (GUIRRO; 
GUIRRO, 2002).
Sua composição é feita por duas camadas: epiderme e derme. O epitélio estratificado 
pavimentoso queratinizado da pele é constituído por quatro populações de células: 
Queratinócitos, Melanócitos, Células de Langerhans, Células de Merkel (Figura 1). 
Logo abaixo da derme encontra-se o tecido conjuntivo frouxo, antigamente 
conhecido como hipoderme, não faz parte da pele, mas constitui a fáscia 
superficial da dissecção anatômica que cobre todo o corpo, imediatamente 
abaixo da pele. Os indivíduos excessivamente nutridos, ou que vivem em 
clima frio, possuem uma grande quantidade de gordura depositada na fáscia 
superficial (hipoderme), chamada de panículo adiposo (BORGES, 2006).
A textura e a espessura da pele variam nas diferentes regiões do corpo. Por exemplo, 
a pele da pálpebra é macia, delicada com pelos delicados, enquanto, a uma pequena 
distância, nas sobrancelhas, a pele é mais espessa e possui pelos grosseiros. 
10
UNIDADE I │ REVENDO A PELE
A pele da testa produz secreções oleosas; a pele do queixo não produz secreções 
oleosas, mas forma muitos pelos. As palmas das mãos e as solas dos pés são espessas e 
não possuem pelos, mas contêm muitas glândulas sudoríparas. Além disso, a superfície 
das polpas dos dedos e dos artelhos tem cristas e sulcos alternados que formam alças, 
curvas e vórtices com determinados padrões chamados dermatóglifos, popularmente 
chamados de impressões digitais, que se formam ainda no feto e permanecem sem 
modificações durante toda a vida (ALTCHEK et al., 2006).
Figura 1. Camadas da pele.
Fonte: Apostila Teórica de Cosmetologia - Prof. Herbert Cristian de Souza.
Epiderme
A epiderme origina-se do ectoderma e é constituída por epitélio estratificado 
pavimentoso queratinizado. Na maior parte do corpo, a espessura da epiderme varia 
de 0,07 a 0,12 mm, com espessamentos localizados nas palmas das mãos e solas dos 
pés (onde sua espessura pode variar de 0,8 mm a 1,4 mm, respectivamente) (BORGES, 
2006). 
Os queratinócitos, que formam a maior população de células, estão dispostos 
em cinco camadas distintas; os três tipos celulares restantes estão dispostos 
entre os queratinócitos em locais específicos. Como os queratinócitos descarnam 
continuamente da superfície da epiderme, essa população de células precisa ser 
continuamente renovada. Essa renovação se dá por meio da atividade mitótica 
11
REVENDO A PELE │ UNIDADE I
dos queratinócitos das camadas basais da epiderme. Os queratinócitos entram 
em mitose durante a noite, e com a formação de novas células, as células acima são 
continuamente empurradas para a superfície. Ao longo de seu trajeto em direção da 
superfície, essas células se diferenciam e começam a acumular filamentos de queratina 
no citoplasma. Eventualmente, ao se aproximarem da superfície, as células morrem e 
são descarnadas, um processo que leva de 20 a 30 dias (GUIRRO;GUIRRO, 2002).
Por causa da citomorfose dos queratinócitos, durante sua migração da camada basal 
para a superfície da epiderme, podem ser identificadas na epiderme cinco zonas 
morfologicamente distintas. Indo da camada mais interna para a mais externa, essas 
zonas são o estrato basal (germinativo), estrato espinhoso, estrato granuloso, estrato 
lúcido, e estrato córneo (Figura 2) (BORGES, 2006). 
De acordo com a espessura da epiderme, a pele é classificada em espessa e fina. 
Entretanto, esses dois tipos também diferem pela presença ou ausência de algumas 
camadas da epiderme e pela presença ou ausência de pelos (Quadro 1) (ALTCHEK et 
al., 2006).
Figura 2. Camadas da epiderme.
 
Fonte: http://www.todamateria.com.br/pele-humana/ acesso: 03/03/2016.
Quadro 1. Camadas e características histológicas da epiderme.
CAMADA CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS
Estrato córneo
Numerosas camadas de células queratinizadas mortas, queratinócitos, sem núcleo 
e sem organelas (escamas-células córneas) que serão descarnadas.
Estrato lúcido*
Camada delgada corada fracamente de queratinócitos sem núcleos e sem 
organelas; as células contêm eleidina e filamentos de queratina densamente 
compactados.
Estrato granuloso
A camada mais superficial da epiderme (três a cinco camadas de células de 
espessura) na qual os queratinócitos ainda mantêm seus núcleos; as células 
contêm grandes grânulos grosseiros de queratoialina, assim como grânulos 
revestidos por membrana.
12
UNIDADE I │ REVENDO A PELE
CAMADA CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS
Estrato espinhoso
A camada mais espessa da epiderme cujos queratinócitos, denominados células 
espinhosas, se entrelaçam uns com os outros formando pontes intercelulares 
e um grande número de desmossomos; as células espinhosas têm numerosos 
tonofilamentos e grânulos revestidos por membrana, e são ativas mitoticamente; 
essa camada também contém células de Langerhans.
Estrato basal 
(germinativo)
Esta camada simples de células cuboides a colunares baixas, mitoticamente 
ativas, está separada da camada papilar da derme por uma membrana basal bem 
desenvolvida. 
Fonte: (GARTNER; HIATT, 2003).
Estrato basal (estrato germinativo)
O estrato basal, a camada germinativa na qual ocorrem as mitoses, forma 
entrelaçamentos com a derme e está separado desta por uma membrana basal 
(ALTCHEK et al., 2006).
A camada mais profunda da epiderme, o estrato basal, apoia-se sobre uma membrana 
basal e assenta-se sobre a derme, formando uma interface irregular. O estrato 
basal é constituído por uma única camada de células cuboides a colunares baixas, 
mitoticamente ativas, contendo um citoplasma basófilo e um núcleo grande. Há muitos 
desmossomos localizados na membrana lateral das células, prendendo as células do 
estrato basal umas às outras e às células do estrato espinhoso. Hemidesmossomos, 
localizados basalmente, prendem as células da camada basal à lâmina basal. Na 
microscopia eletrônica elas apresentam alguns mitocôndrios, um pequeno complexo 
de Golgi, alguns perfis do retículo endoplasmático granular (REG) e abundantes 
ribossomos livres. Numerosos feixes e filamentos intermediários (tonofibrilas de 
10 nm) passam pelas placas dos desmossomos laterais e terminam nas placas dos 
hemidesmossomos (BORGES, 2006).
Figuras mitóticas deveriam ser observadas com frequência no estrato basal, pois essa 
camada é parcialmente responsável pela renovação celular desse epitélio. Entretanto, 
as mitoses ocorrem principalmente durante a noite e os espécimes histológico são 
colhidos durante o dia; por isso, figuras mitóticas são vistas raramente em cortes 
histológicos de pele. Quando novas células são formadas, a camada anterior é 
empurrada para a superfície e une-se à próxima camada da epiderme, cestrato 
espinhoso (Figura 3) (BORGES, 2006).
13
REVENDO A PELE │ UNIDADE I
Figura 3. Mitose células epiderme.
1) Camada basal 2) Camada espinhosa ou de Malpighi 3) Camada granulosa 4) Camada córnea
Fonte: www.scf-online.com. Acesso em: 3 março 2016.
Estrato espinhoso
Constituído por várias camadas de células polimorfas, mitoticamente ativas, cujos 
numerosos prolongamentos citoplasmáticos dão a essa camada um aspecto espinhoso. 
A camada mais espessa da epiderme é o estrato espinhoso, composto por células de 
poliédricas a achatadas. Os queratinócitos mais basais do estrato espinhoso também 
são mitoticamente ativos, e, juntas, essas duas camadas, frequentemente denominadas 
camadas de Malpighi, são responsáveis pela renovação dos queratinócitos da 
epiderme. As células do estrato espinhoso são mais ricas em feixes de filamentos 
intermediários (tonofilamentos) representando a citoqueratina do que as células do 
estrato basal (ALTCHEK et al., 2006).
Nas células do estrato espinhoso esses feixes irradiam-se da região perinuclear para a 
periferia em direção dos prolongamentos celulares que, altamente entrelaçados ligam 
células adjacentes umas às outras por meio de desmossomos. Esses prolongamentos, 
denominados “pontes intercelulares”pelos antigos histologistas, dão às células 
do estrato espinhoso um aspecto de uma “célula com espinhos” (Figura 4). Ao se 
deslocarem por meio do estrato espinhoso em direção da superfície, os queratinócitos 
continuam a produzir tonofilamentos, que se agrupam em feixes, denominados 
tonofibrilas, e tornam o citoplasma eosinófilo (BORGES, 2006).
http://www.scf-online.com
14
UNIDADE I │ REVENDO A PELE
Figura 4. Estrato espinhoso.
Fonte: http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/tec-ep-rev-estr-pav-quer5.htm Acesso em: 7 março 2016.
Estrato granuloso
O estrato granuloso é constituído por três a cinco camadas de células contendo 
grânulos de querato-hialina (BORGES, 2006).
Constituído por três a cinco camadas de queratinócitos achatados, é a camada mais 
superficial da epiderme cujas células ainda possuem núcleo. O citoplasma desses 
queratinócitos contém grânulos de querato-hialina grandes, de formato irregular, 
grosseiros, basófilos, não envolvidos por uma membrana. Feixes de filamentos de 
queratina passam por esses grânulos (GUIRRO;GUIRRO, 2002).
As células do estrato granuloso também contêm grânulos revestidos por membrana. 
O conteúdo desses grânulos é liberado por exocitose no espaço extracelular, 
formando lâminas de uma substância rica em lipídios, que age como uma barreira 
impermeabilizante, uma das funções da pele. Essa camada impermeável impede que 
as células superficiais a essa região sejam banhadas pelo fluido extracelular rico em 
nutrientes, acelerando, desta maneira, sua morte (Figura 5) (ALTCHEK et al., 2006).
Figura 5. Estrato granuloso.
 
Fonte: https://www.haikudeck.com/la-epidermis-uncategorized-presentation-2QX5CIGTyi Acesso em: 7 março 2016.
15
REVENDO A PELE │ UNIDADE I
Estrato córneo
Constituído por várias camadas de células achatadas, mortas, contendo queratina 
e denominadas escamas. A camada mais superficial da pele, o estrato córneo, é 
constituída por numerosas camadas de células achatadas, queratinizadas, com uma 
membrana plasmática espessada. Essas células não possuem núcleo nem organelas, 
mas estão preenchidas com filamentos de queratina contidos dentro de uma matriz 
amorfa. As células mais distantes da superfície da pele apresentam desmossomos, 
enquanto as células perto da superfície da pele, denominadas escamas ou células 
córneas, perdem os desmossomos e são descarnadas (Figura 6) (BORGES, 2006).
Figura 6. Camada córnea.
 
Fonte: https://www.haikudeck.com/la-epidermis-uncategorized-presentation-2QX5CIGTyi Acesso em: 7 março 2016.
.
Células de Langerhans 
As células de Langerhans são células apresentadoras de antígenos situadas entre 
as células do estrato espinhoso. Apesar de estarem dispersas por toda a epiderme, 
normalmente representam de 2 a 4% da população de células epidérmicas, as células 
de Langerhans, algumas vezes denominadas células dendríticas por causa de seus 
numerosos e longos prolongamentos citoplasmáticos, estão primariamente localizadas 
no estrato espinhoso. Essas células também podem ser encontradas na derme assim 
como no epitélio estratificado pavimentoso da cavidade oral, esôfago e vagina. 
Observadas ao microscópio óptico, as células de Langerhans mostram um núcleo 
denso, citoplasma claro e prolongamentos citoplasmáticos longos que se irradiam do 
corpo celular para o espaço intercelular entre os queratinócitos. Apesar de o núcleo 
de contorno irregular e de a ausência de tonofilamentos diferenciarem as células de 
Langerhans dos queratinócitos que os circundam, a característica mais típica das 
células de Langerhans são os grânulos de Birbeck (grânulos vermiformes) envolvidos 
por membrana, que, quando cortados, assemelham-se a uma raquete de pingue-
pongue (15 a 50 mm de comprimento, 4 mm de espessura). Não se conhece a função 
16
UNIDADE I │ REVENDO A PELE
desses grânulos; entretanto, eles se formam em consequência de endocitose auxiliada 
por clatrina (Figura 7) (ALTCHEK et al., 2006).
As células de Langerhans participam da resposta imune. Essas células têm receptores 
FC (Fatores de crescimento) da superfície celular (anticorpo) e C3 (complemento), 
assim como outros receptores, e fagocitam e processam antígenos estranhos 
(BORGES, 2006). 
Figura 7. Células de Langerhans.
Fonte: http://static.examenblad.nl/9336111/d/ex2011/vw-1018-a-11-1-c.pdf Acesso em: 7 março 2016.
Células de Merkel 
As células de Merkel estão dispersas entre as células do estrato basal e podem atuar 
como mecano-receptores (ALTCHEK et al., 2006).
As células de Merkel, dispersas entre os queratinócitos do estrato basal da epiderme, 
são especialmente abundantes na ponta dos dedos, na mucosa oral e na base dos 
folículos pilosos. Essas células se diferenciam de células epiteliais da epiderme 
fetal inicial. Apesar de, geralmente, as células de Merkel serem encontradas como 
células isoladas orientadas paralelamente à lâmina basal, elas podem estender seus 
prolongamentos entre os queratinócitos, aos quais estão presas por desmossomos. 
As células de Merkel possuem um núcleo com uma grande endentação. Três tipos de 
citoqueratina no citoplasma constituem filamentos do citoesqueleto. Grânulos com um 
centro denso, localizados na zona perinuclear e nos prolongamentos citoplasmáticos, 
cuja função é desconhecida, são características típicas das células de Merkel 
(ALTCHEK et al., 2006).
Derme
A região da pele que fica diretamente abaixo da epiderme, denominada derme, origina-
se do mesoderma e está dividida em duas camadas: a camada papilar, superficial, 
17
REVENDO A PELE │ UNIDADE I
frouxa, e a camada reticular, mais profunda e muito mais densa. A derme é constituída 
por tecido conjuntivo denso não modelado contendo principalmente fibras de colágeno 
do tipo I e redes de fibras elásticas, que dão sustentação à epiderme e prendem a pele à 
hipoderme (fáscia superficial) mais profunda (ALTCHEK et al., 2006). 
A espessura da derme varia de 0,6 mm, nas pálpebras, a 3 mm, na palma da mão e na 
sola do pé. Entretanto, não há uma linha nítida demarcando a interface da derme com 
o tecido conjuntivo da fáscia superficial. Normalmente, a derme é mais espessa nos 
homens do que nas mulheres, e nas superfícies dorsais do que nas ventrais do corpo 
(GUIRRO;GUIRRO, 2002).
Camada papilar da derme
A camada mais superficial da derme, a camada papilar, se entrelaça diretamente com a 
epiderme, mas está separada desta pela membrana basal (GUIRRO;GUIRRO, 2002). 
A camada papilar superficial da derme é irregular na face de contato com a epiderme, 
formando as cristas (papilas) dérmicas. Ela é constituída por tecido conjuntivo frouxo 
cujas delgadas fibras de colágeno tipo III (fibras reticulares) e fibras elásticas estão 
dispostas em redes frouxas. Fibras de ancoragem, constituídas por colágeno do tipo 
VII, estendem-se da lâmina basal para a camada papilar ligando a epiderme à derme. 
A camada papilar contém fibroblastos, macrófagos, plasmócitos, mastócitos e outras 
células comuns ao tecido conjuntivo (Figura 9) (GUIRRO;GUIRRO, 2002). 
A camada papilar também possui muitas alças capilares, que se estendem até a 
interface epiderme-derme. Esses capilares regulam a temperatura do corpo e nutrem 
as células da epiderme, avascular. Localizados em algumas papilas dérmicas ficam 
os corpúsculos de Meissner, periformes encapsulados, que são mecano receptores 
especializados para responder a pequenas deformações da epiderme. Esses receptores 
são mais comuns nas áreas da pele especialmente sensíveis aos estímulos táteis (p.ex.: 
lábios, genitália externa e mamilos). Outro mecano receptor encapsulado presente 
na camada papilar é o bulbo terminal de Krause. Já se acreditou que esse receptor 
respondia ao frio, mas não se conhece sua função (GARTNER;HIATT, 2003).
Camada reticular da derme 
A camada reticular da derme também contém estruturas derivadas da epiderme, 
incluindo as glândulas sudoríparas, folículos pilosos e glândulas sebáceas 
(GUIRRO;GUIRRO, 2002). 
18
UNIDADE I │ REVENDO A PELE
Não é possíveldistinguir a interface entre a camada papilar e a camada reticular da 
derme, pois essas duas camadas são contínuas. A camada reticular é constituída por 
tecido conjuntivo denso não modelado, com grossas fibras de colágeno do tipo I, 
intimamente reunidas em grandes feixes dispostos principalmente em posição 
paralela à superfície da pele. Redes de grossas fibras elásticas estão enredadas 
com as fibras de colágeno, sendo especialmente abundantes perto das glândulas 
sebáceas e sudoríparas. Proteoglicanos, ricos em dermatan sulfato, preenchem 
os interstícios da camada reticular (ALTCHEK et al., 2006). 
Nessa camada as células são mais escassas do que na camada papilar. Elas incluem 
fibroblastos, mastócitos, linfócitos, macrófagos e, com frequência, células adiposas na 
parte mais profunda da camada reticular (GARTNER;HIATT, 2003). 
Durante a embriogênese, glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas e folículos pilosos, 
todos originários da epiderme, invadem a derme e a hipoderme, ficam situados de 
modo permanente. Grupos de células musculares lisas estão localizados nas regiões 
mais profundas da camada reticular, em determinados lugares como a pele do pênis 
e escroto e na aréola em torno dos mamilos; a contração desses grupos de músculos 
enruga a pele dessas regiões (GARTNER; HIATT, 2003). 
Outras fibras musculares lisas, denominadas músculos eretores do pelo, estão 
inseridas nos folículos pilosos; a contração desses músculos levantam os pelos quando 
o corpo está frio ou é exposto, repentinamente, a um ambiente frio, dando à pele um 
aspecto arrepiado (GUIRRO;GUIRRO, 2002). 
Além disso, um grupo especial de músculos estriados localizados na face, na parte 
anterior do pescoço e no couro cabeludo (os músculos da expressão facial) origina-se 
da fáscia superficial e insere-se na derme (Figura 10) (ALTCHEK et al., 2006).
Figura 10. Derme papilar e derme reticular.
 
Derme Papilar 
Derme Reticular 
Fonte: http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?pid=s0101-59072008000100009&script=sci_arttext Acesso em: 7 março 2016.
19
REVENDO A PELE │ UNIDADE I
Fibras de colágeno
As fibras de colágeno conferem resistência à tração, extensibilidade e estabilidade 
estrutural. São fibras finas na derme papilar e agrupamentos na derme reticular; 
formadas por três cadeias polipeptídicas, cada uma helicoidal e entrelaçadas entre 
si (super-helicoidal). Contém caracteristicamente os aminoácidos hidroxiprolinas 
e hidroxilisinas e são produzidos pelos fibroblastos (Figura 10) (GUIRRO;GUIRRO, 
2002).
Fibras de elastina
Estão intimamente ligadas ao colágeno. Na derme papilar, fibras finas que tendem 
a correr perpendiculares à superfície da pele. Na derme reticular as fibras são mais 
grossas e tendem a permanecer paralelas à superfície da pele. São produzidas pelos 
fibrobastos. É constituído pela elastina que conferem as propriedades de estiramento 
e retração elástica. A elastina é sintetizada por fibroblastos em uma forma precursora 
conhecida como tropoelastina, que sofre polimerização no ambiente extracelular. 
A deposição de elastina na forma de fibras requer a presença de microfibrilas da 
glicoproteína estrutural fibrilina, que são incorporadas à estrutura (Figura 10) 
(GUIRROGUIRRO, 2002).
Glicosaminaglicana
A substância fundamental amorfa ocupa os espaços entre as fibras elásticas e colágenas, 
funcionando como lubrificante para essa microarquitetura móvel. É formada pelo 
fluido intersticial e complexos de glicosaminoglicanas e proteínas, denominados 
proteoglicanas e glicoproteínas. Quanto mais polimerizadas as glicosaminoglicanas, 
maior a viscosidade da substância amorfa (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Figura 11. Fibras de colágeno.
Fonte: Junqueira; Carneiro.
20
CAPÍTULO 2
Classificação dos tipos de pele
Cucé (2001) esclarece que a emulsão epicutânea, formada pelo conjunto do sebo 
com o suor excretado em conjunto, e os agentes emulsionantes representados pelos 
eletrólitos do suor, ácidos graxos e suas combinações, irão determinar o pH cutâneo 
da pele (GARTNER; HIATT, 2003). 
Observa-se variações desses valores de pH de acordo com as regiões anatômicas, por 
ação dos componentes hidrossolúveis da camada córnea, da secreção sebácea, das 
soluções tampão (ácido láctico/lactato ou bicarbonato do suor) dos radicais do ácido 
carbônico e dos aminoácidos livres, assim pode-se encontrar regiões com pH ácido ou 
básico (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Segundo Barata (2002), para uma pele ser sadia e com aparência estética agradável é 
necessário um equilíbrio ácido básico, numa condição normal, o ideal é o pH tender 
à acidez, pois é necessário como barreira a micro-organismos e fungos sensíveis ao 
ácido (GARTNER; HIATT, 2003).
Figura 12. pH da pele.
Fonte: autor.
O pH da pele é levemente ácido e varia de 4,50 a 6,00 e contribui decisivamente 
para a proteção da pele.
A superfície cutânea tem uma reação ácida, que vai se alcalinizando à medida que 
atingimos a profundidade da pele. O pH ácido possibilita o desenvolvimento da 
flora saprófita, fundamental para um grau ótimo de acidez na superfície cutânea, 
constituindo o manto ácido, que protege a pele contra a permanência e o ataque de 
micro-organismos patogênicos (GARTNER; HIATT, 2003).
21
REVENDO A PELE │ UNIDADE I
Esse grau de acidez varia conforme a idade, sexo e o indivíduo, assim como varia 
de acordo com cada região do corpo. A produção de sebo, o grau de hidratação, a 
espessura e o grau de produção da melanina permitem classificar a pele de diferentes 
maneiras (BORGES, 2006). 
Cada pessoa tem um tipo de pele, resultante da combinação de três fatores:
 » Quantidade de água – interfere na elasticidade da pele.
 » Quantidade de lipídios – interfere na nutrição e suavidade.
 » Nível de sensibilidade – determina a resistência da pele.
Quanto à produção de sebo, a pele pode ser:
 » Normal ou eudérmica: considerada a pele ideal, apresenta espessura 
mediana, secreção equilibrada, formando uma eficiente película 
hidrolipídica, cor tendendo para o róseo, tônus e elasticidade uniformes, 
superfície lisa e aveludada, brilho normal e óstios imperceptíveis 
(BORGES, 2006). 
 » Oleosa ou lipídica: a espessura da camada córnea é aumentada. 
Tende à palidez, tem sulcos de expressão acentuados. Caracteriza-se 
pela produção exagerada de óleo, que lhe confere um brilho excessivo 
e provoca a abertura dos óstios, principalmente na zona central 
(testa, nariz e queixo). A produção sudoral também é aumentada. Em 
geral, a pele oleosa é mais resistente, tolerando melhor as agressões 
e envelhecendo mais lentamente. Em alguns casos, é desidratada, 
repuxando com facilidade. É mais susceptível à dermatite seborreica 
(eritema e descamação) (BORGES, 2006). 
 » Seca ou alipídica: apresenta pouca produção sebácea, sendo opaca, 
sem brilho e desidratada. A desidratação é intensificada pela falta de 
óleo, que evita a evaporação da água. A espessura é bem fina e óstios são 
diminutos; pouco elástica, tem aspecto farináceo, finas rugas e tendência 
à formação de telangiectasias e ao envelhecimento precoce (BORGES, 
2006). 
 » Mista: pele muito frequente. Sua zona central tem características de 
pele lipídica e as partes laterais têm características mais próximas à pele 
alipídica ou normal (BORGES, 2006). 
22
UNIDADE I │ REVENDO A PELE
Veja o quadro abaixo onde colocamos as principais características dos tipos de pele 
(quadro 2).
Quadro 2. Principais características do tipo de peles.
TIPO DE PELE PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
NORMAL OU EUDÉRMICA » Tida como a ideal.
 » As concentrações lipídicas e hídricas estão em perfeito estado.
 » Aspecto e textura lisos, uniformes, com bom tônus e elasticidade.
 » Suave ao toque.
 » Os orifícios pilossebáceos são pouco visíveis.
 » Característica da pele infantil.
Necessita de cuidados que visem à manutenção desse estado de equilíbrio.
SECA, ALÍPICA OU XERODÉRMICA
Pode ser por falta de hidratação ou insuficiência de gordura. 
 » Seca por desidratação.
 » Não possui rigidez dos tecidos.
 »Pele sensível.
 » Pré-disposta a fissuras e de aspecto áspero.
 » Lâminas córneas escamam-se facilmente.
 » Apresenta encrespaduras típicas do envelhecimento.
 » Tendência à presença de rugas e marcas de expressão.
 » Normaliza-se com produtos não gordurosos, e sim emolientes, umectantes e reidratantes.
 » Seca por falta de produção sebácea
 » Falta o extrato lipídico normal.
 » Emulsão epicutânea em quantidade insuficiente.
 » Racha-se e escama-se mais do que a desidratada.
 » É opaca frágil, de fácil irritação e vermelhidão.
Recupera-se com tratamentos lipídicos restituitivos com leites emolientes e cremes nutritivos ricos 
em gorduras assimiláveis.
OLEOSA, OU LIPÍDICA
 » Aspecto brilhante, untuoso. Devido ao aumento da produção das secreções sebáceas e 
sudoríparas.
 » Textura um pouco grosseira e mais espessa, granulosa.
 » Poros dilatados, orifícios pilossebáceos aumentados e há tendência para a presença de 
comedões e muitas vezes acne.
 » Pode apresentar dermatite seborreica.
 » Pode-se observar associação à desidratação.
 » Emulsão epicutânea é formada em grande quantidade com excesso de secreção sebácea.
 » Necessita de cuidados diários para regular o funcionamento das glândulas sebáceas, corrigir o 
pH, eliminar células mortas, impurezas e oleosidade excessiva que dão aparência suja e pesada 
à pele.
ACNEICA
 » Maior produção de sebo.
 » Maior produção de queratina.
 » Maior quantidade de triglicérides.
 » Às vezes presença de bactérias.
MISTA
 » Fisiologicamente é normal que a pele seja mista, porque a distribuição das glândulas sebáceas 
e sudoríparas faz com que haja zonas cutâneas que sejam mais hidratadas ou mais oleosas que 
outras.
 » Mais oleosa na zona T da face (nariz, queixo e testa).
 » Deve ser dada uma atenção especial para não se utilizar hidratantes ou nutritivos para pele seca 
ou normal em áreas muito oleosas.
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2016.
23
REVENDO A PELE │ UNIDADE I
A pele de acordo com a idade
Na primeira infância
A pele de um bebê é naturalmente suave e brilhante, mas também pálida e vulnerável. 
Como o colágeno ainda não engrossou, nessa idade a pele é macia e sem rigidez; 
tampouco apresenta mancha ou pintas, porque as células pigmentadas produzem 
pouca melanina e a própria pele ainda foi pouco exposta aos raios ultravioleta. Com 
o passar dos primeiros anos, porém, os vasos sanguíneos crescem para melhor nutrir 
a pele enquanto o colágeno começa a se condensar, dando-lhe um aspecto mais firme 
(BORGES, 2006). 
Na adolescência
A grande alteração desse período é causada pelas transformações hormonais que 
provocam uma verdadeira rebelião das glândulas sebáceas e dos folículos pilosos. Com 
o aumento da produção dos hormônios andrógenos (masculinos) nessa fase da vida, é 
comum que ocorram seborreias (oleosidade da pele e do couro cabeludo) e dilatação 
dos poros, fatores que levam ao surgimento e proliferação da acne (BORGES, 2006). 
Aos 20 anos
Essa é a idade em que a pele atinge sua maturidade plena. Firme, macia e sem 
manchas, as células cutâneas produzem grande quantidade das fibras colágenas e 
elastina, garantindo sustentação e firmeza da pele. As glândulas sebáceas e sudoríparas 
também funcionam bem nessa idade, produzindo sebo e suor, os quais hidratam e 
proporcionam textura mais macia. Passada a adolescência e os excessos hormonais 
instala-se aí o equilíbrio hormonal que torna a pele mais estável (BORGES, 2006). 
Aos 30 anos
Nessa idade, a pele mostra os primeiros sinais de envelhecimento, já que cerca de 
10% do mecanismo de defesa da pele fica enfraquecido, deixando os radicais livres 
atuarem com maior intensidade. A renovação celular se torna cerca de 20% mais lenta, 
deixando a pele menos viçosa. Resultado das agressões externas e internas, de maus 
hábitos e do acúmulo de sol guardado na memória celular, é quando as pequenas 
rugas surgem na região dos olhos, formando os conhecidos pés-de-galinha. Alterações 
nas fibras de sustentação da pele (colágeno e elastina), que também começam a se 
degenerar, provocam flacidez e pequenas rugas ao redor da boca e testa, e sulcos entre 
24
UNIDADE I │ REVENDO A PELE
o nariz e os lábios (“bigode-chinês”). Agora menos eficientes na produção de melanina, 
as células pigmentadas provocam mudanças na cor da pele e fazem surgir pintas e 
manchas. A mesma razão faz os cabelos ganharem mechas grisalhas e podem surgir 
algumas entradas, por causa do afinamento dos fios. Também as glândulas sebáceas 
se alteram, produzindo menos sebo, o que termina por desidratar as células cutâneas 
(BORGES, 2006). 
Aos 40 anos
Momento em que o envelhecimento é mais evidente, já que as alterações iniciadas 
aos 30 anos se intensificam. A espessura da pele, por exemplo, já é 50% menor do 
que aos 20 anos; as alterações hormonais (mais intensas nas mulheres por causa da 
proximidade do climatério) deixam a pele ainda mais desidratada com menos viço 
e elasticidade, intensificando o ressecamento e a flacidez, aprofundando as rugas 
ao redor dos olhos e dos lábios, entre as sobrancelhas e a testa. Para esse efeito, 
concorrem também os movimentos musculares contínuos que formam as conhecidas 
“marcas de expressão”. O tônus muscular já dá sinais de cansaço, diminuindo em cerca 
de 30% a capacidade de rigidez, gerando flacidez facial, em especial nas extremidades 
inferiores das bochechas. A capacidade de retenção de água nas células também 
diminui, ressecando e desnutrindo o rosto. A pele necessita de maior hidratação 
também porque a atividade das glândulas sebáceas diminui. Há diminuição inclusive 
da lubrificação das mucosas dos órgãos sexuais, olhos e boca. Mais vulnerável aos 
efeitos do estresse são também álcool e cansaço, porque o sistema circulatório já 
não é mais tão eficiente e a recuperação da pele é mais lenta. Podem surgir ainda as 
chamadas melanoses solares (também conhecidas por melanoses senis), as manchas 
amarronzadas provocadas pela ação do sol. Tornam-se visíveis ainda as linhas do 
pescoço, e as olheiras correm o risco de virar bolsas de gordura; os cabelos também 
estão bem mais finos (BORGES, 2006). 
Dos 50 anos em diante
A partir dessa idade, o envelhecimento é cada vez mais evidente. Todas as 
transformações iniciadas aos 40 anos se tornam mais intensas e já é mais 
difícil ocultar naturalmente a flacidez da pele e a ação da gravidade, que 
nessa idade chegam associadas aos processos degenerativos do corpo: vincos 
e rugas de expressão ficam mais acentuados, as bochechas caem, os lábios 
se tornam mais finos por causa da perda de gordura e surgem “papadas” na 
região do pescoço. Com a menopausa, a pele das mulheres se torna ainda 
mais fina e ressecada, porque se acentua a diminuição da produção de fibras 
de colágeno e elastina, assim como a vascularização (BORGES, 2006). 
25
CAPÍTULO 3
Radiação solar
A Terra é constantemente irradiada por fótons (partículas de energia) de luz vinda 
do sol; 56% são fótons de luz infravermelha (comprimento de onda de 780-5000 
nanômetros, nm), 39% de luz visível (400- 780nm) e 5% de UVR (200-400nm) 
(Figura 13). Assim, a UVR é parte de um espectro de radiação eletromagnética 
emitido pelo Sol. A UVR é arbitrariamente dividida em três faixas de diferentes 
comprimentos de onda, embora os comprimentos de onda exatos nos quais se dividem 
essas faixas possam diferir de acordo com algumas áreas do conhecimento científico. 
A classificação proposta pelo segundo congresso Internacional de Luz, em 1932, 
estabeleceu os seguintes comprimentos de onda: UVA (400-320nm), UVB (320-290 
nm) e UVC (290-200nm) (FLOR, et al., 2007).
Figura 13. Espectro da radiação de fótons de luz vindos do Sol.
 
Luz 
visível UVA UVB UVC IVL 
Fonte: www.sbd-sp.org.br acesso Acesso em: 9 março 2016. 
Assim, os 5% da energia irradiada do Sol emitida na faixa da UVR chega à Terra. A 
UVC é quase completamente absorvida pelo ozônio da estratosfera; 90% da UVB 
são absorvidos pelo ozônio da estratosfera, e a UVA passa à atmosfera sem quase ser 
absorvida.Ao atingir a superfície terrestre, a UVA é ainda subdivida em UVA1 (340-
400nm) e UVA2 (315- 340nm). A porção mais danosa e citotóxica da luz solar (100-
295nm) é absorvida pela camada de ozônio na estratosfera, distante cerca de 40 km da 
superfície da Terra (SCHALKA; REIS, 2011).
A quantidade de raios ultravioleta que alcança o solo e a relação UVA/UVB 
dependem de vários fatores como latitude, estação do ano, presença de nuvens e 
horário do dia. 
26
UNIDADE I │ REVENDO A PELE
Entretanto, o Sol é uma fonte primária de UVA, com um conteúdo de UVB 
de aproximadamente apenas 5% que alcança a superfície terrestre. A UVA 
atravessa a camada de ozônio e virtualmente todo seu conteúdo, alcançando 
a superfície da Terra. A depleção da camada de ozônio por substâncias como os 
clorofluorcarbonetos (CFC) têm levado a um substancial aumento da transmissão 
de UV à superfície da Terra (SCHALKA; REIS, 2011).
Os efeitos em curto prazo do foto envelhecimento da pele: inflamação das 
estruturas subdérmicas (podem ser observadas na microscopia), eritema, manchas 
hiperpigmentadas, alterações vasculares (podem ser observados no exame físico) 
(FLOR, et al., 2007).
Além dos riscos de câncer de pele, a radiação solar é responsável pelo envelhecimento 
extrínseco da pele, ao qual denominamos fotoenvelhecimento. O uso do filtro solar 
deve ser concomitante a qualquer protocolo de tratamento anti-aging. E mesmo com o 
uso constante do FPS, a exposição solar deve ser moderada (FLOR, et al., 2007).
Os efeitos em longo prazo do fotoenvelhecimento da pele são:
 » alteração do DNA, quebra de colágeno e outras estruturas da matriz 
extracelular (podem ser observados na microscopia) (FLOR, et al., 
2007);
 » telangectasias, rugas, elastose flacidez, tumores benignos e malignos 
(podem ser observados no exame físico) (FLOR, et al., 2007).
A primeira coisa que aparece após a exposição solar é o eritema, seguido do 
espessamento da camada córnea, da queimadura solar e das lesões pré-cancerosas 
(SCHALKA; REIS, 2011).
A principal radiação causadora de eritema, bronzeado, envelhecimento da pele e 
certos tipos de câncer é a luz ultravioleta, de comprimento de onda entre 290 e 400 
nm. Abaixo desses limites quase não há passagem de luz ultravioleta, pois ela não 
atravessa a camada de ozônio da atmosfera. Os raios infravermelhos estão na faixa de 
700 a 1500 nm e são responsáveis pela elevação da temperatura corporal (sensação 
de calor) e estimulação da sudorese. A luz visível está na faixa de 400 a 700 nm. 
(SCHALKA; REIS, 2011). 
27
REVENDO A PELE │ UNIDADE I
Radiação ultravioleta
A radiação ultravioleta representa o componente com maior poder energético do 
espectro solar. Classifica-se em UVA, UVB e UVC, como detalhado a seguir:
UVA (320 nm - 400 nm)
 » Representa aproximadamente 5,5% da radiação solar total que atinge a 
Terra.
 » Responsável pelo bronzeamento direto (pigmentação dourada), devido 
à foto-oxidação da forma leuco da melanina (bronzeamento mais 
duradouro).
 » Atua na camada superior da pele.
 » Ação eritematosa fraca.
 » Maior efeito bronzeador situa-se em 340 nm.
 » Penetra até a derme.
 » Responsável pelo envelhecimento precoce.
UVB (290 - 320 nm) 
 » Representa somente 0,5% da radiação solar que atinge a Terra.
 » Penetra apenas na epiderme.
 » Responsável pelo eritema (queimadura) que se maximiza de 6 a 20 
horas após a exposição. 
 » Responsável pelo bronzeamento indireto e tardio. 
 » Causa câncer de pele.
 » Antirraquitismo.
 » Melhora o aspecto emocional.
UVC (200 - 290 nm) 
 » Filtrada pela camada de ozônio da atmosfera.
 » Denominada radiação germicida. 
 » Altamente eritematogênica e prejudicial aos tecidos vivos.
 » Pode ser obtida artificialmente. (TOFETTI; OLIVEIRA, 2006)
28
UNIDADE I │ REVENDO A PELE
Figura 16. Radiação Ultravioleta na pele.
 
UVA UVA 
UVB EPIDERME 
DERME 
HIPODERME 
Fonte: www. https://images.app.goo.gl/hMsYsyQBcHLgE9z77 Acesso em: 9 março 2016.
Ângulo de incidência:
 » Radiação UVB: maior incidência das 10h - 15 h.
 » Radiação UVA: maior incidência 6h30-17h30.
 » 12h todas as radiações são potentes.
 (TOFETTI ; OLIVEIRA, 2006)
Reflexão do meio ambiente (segundo a superfície):
 » Neve: reflete 80% das radiações.
 » Areia: reflete 20% das radiações.
 » Água: reflete 10% das radiações.
 » Grama: reflete 3% das radiações.
 » Asfalto: reflete 2% das radiações.
 » O guarda-sol de algodão deixa passar 5% da radiação.
 » O guarda sol de poliéster: deixa passar 60% da radiação. 
(TOFETTI; OLIVEIRA, 2006)
29
REVENDO A PELE │ UNIDADE I
Aspectos relacionados à cor da pele
Melanogênese
Os melanócitos são células dendríticas responsáveis pela produção de melanina, 
pigmento que protege a pele contra os danos dos raios UV a nível do DNA (Figura 18) 
(SCHALKA; REIS, 2011).
A melanogênese ocorre em organelas celulares especializados dos melanócitos, os 
melanossomas. A melanina é sintetizada a partir do aminoácido fenilalanina, que é 
então convertido em tirosina por ação da fenilalanina hidroxilase. A tirosina por sua 
vez, após uma cascata de reações bioquímicas de oxidação, é convertida em melanina 
pela tirosinase. Existem dois tipos de melanina: 
 » Eumelanina: são os mais escuros (castanhos ou marrons). Encontram-
se na epiderme, nos cabelos e nos pelos. 
 » Feomelanina: são pigmentos mais claros (castanhos a louro, inclusive 
ruivos). Composição química da melanina. 
É a combinação desses dois tipos de pigmentos que define o fototipo do indivíduo. 
Disfunções nos genes responsáveis pela síntese dessas enzimas levam a patologias 
como o albinismo ou a fenilcetonúria. O melanossoma cheio de melanina é 
movimentado desde o corpo da célula até a extremidades dendríticas que penetram na 
camada espinhosa e estes são transferidos para os queratinócitos. É essa transferência 
que permite que a pele tenha pigmentação, constituindo a principal proteção do DNA 
celular contra a radiação ultravioleta. As melaninas são eliminadas através do sistema 
natural de descamação e renovação da pele (SCHALKA; REIS, 2011). 
A enzima responsável pela síntese de melanina é a tirosinase, que se armazena no 
interior dos melanócitos. Nos melanócitos (pré-melanossomas) se inicia a produção 
de melanina que, sob a ação da tirosinase, resulta no melanossoma, onde a melanina 
é armazenada após sua produção. Nesse estágio, o melanossomo passa a ser também 
denominado “grânulo de melanina”. No final dessa reação, os grânulos de melanina 
com pigmentos melânicos migram pelos prolongamentos dos melanócitos e são 
transferidos para os queratinócitos epiteliais. Na sequência, os grânulos de melanina 
são aí degradados e a melanina é eliminada na superfície cutânea ou nos pelos 
(SCHALKA e REIS, 2011).
A tirosinase catalisa as etapas A e B da reação da melanogênese (Figura 19). Essa 
enzima oxida a tirosina em 3,4-diidroxifenilalanina (DOPA) e esta em DOPA-quinona. 
30
UNIDADE I │ REVENDO A PELE
Após essa reação no interior dos melanossomas, a DOPA-quinona pode se combinar 
com o oxigênio, resultando em eumelanina, ou pode se combinar com enxofre, 
resultando em Feomelanina (SCHALKA; REIS, 2011).
A cor da pele está relacionada a uma série de fatores. Segundo o dermatologista 
Thomas B. Fitzpatrick, a cor natural da pele pode ser classificada de duas formas.
 » Constitutiva: nesse caso, os fatores genéticos determinam e atuam 
em todas as etapas da melanogênese, fornecendo as características 
específicas aos melanossomos pelos genes de pigmentação.
 » Facultativa: aqui, a cor natural da pele é dependente da exposição ao sol, 
dos hormônios e do processo de envelhecimento.
Assim, dois componentes de pigmentação constituem a cor da pele. A cor constitutiva 
da pele é a melanina básica herdada geneticamente e sem interferência da radiação 
solar – e, portanto, constante. A síntese desse tipo de pigmentação é controlada pela 
tirosinase (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
A cor facultativa da pele é reversível e pode ser induzida.Resulta da exposição 
solar, pode ser por bronzeamento imediato ou tardio e inclusive pode alterar a cor 
constitutiva da pele (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Discromia
Hipercromia 
Melasma ou cloasma – hiperpigmentação facial que afeta frequentemente 
mulheres grávidas ou que usam estrógenos (anticoncepcional). Elas aumentam 
de intensidade com a exposição solar, que é estimulante da formação da melanina 
(GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Sardas – são manchas castanho-claro que aparecem na infância, após a exposição 
solar (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Melanose solar (senil) – manchas marrons, variando de claras a escuras, que 
surgem no dorso das mãos e antebraços em pessoas com mais de 40 anos (GUIRRO; 
GUIRRO, 2002).
31
REVENDO A PELE │ UNIDADE I
Acromia
Vitiligo
É uma doença caracterizada pela despigmentação da pele, formando manchas 
acrômicas de bordas bem delimitadas e crescimento centrífugo. Também é possível 
que exista despigmentação do cabelo. É frequente em 1% da população e, em 
30% dos casos há ocorrência familiar. O diagnóstico em doentes com patologias 
oculares é significativamente maior que na população em geral. Eventualmente, o 
vitiligo surge após traumas ou queimaduras solares (KEDE; SABATOVICH, 2003).
A causa não está esclarecida, mas há três teorias para explicar a destruição dos 
melanócitos: 
Teoria Imunológica: admite que o vitiligo é uma doença autoimune pela formação 
de anticorpos antimelanócitos. É associada a doenças imunológicas, tais como 
diabetes, anemia perniciosa, lúpus, esclerose, síndrome de Down, tireoidite de 
Hashimoto, entre outras (KEDE; SABATOVICH, 2003).
Teoria Cititóxica: é possível que os metabólitos intermediários ─ dopaquinona 
e indois, formados durante a síntese da melanina, possam destruir as células 
melanocíticas (KEDE; SABATOVICH, 2003).
Teoria Neural: um mediador neuroquímico causaria destruição de melanócitos ou 
inibiria a produção de melanina (KEDE; SABATOVICH, 2003).
Albinismo
A palavra albinismo deriva do latim albus (branco) e se refere à incapacidade de um 
indivíduo ou animal em fabricar um pigmento denominado melanina (do grego melan, 
negro), que dá cor à pele e protege da radiação ultravioleta tanto do sol como de 
qualquer dispositivo artificial, como as câmaras de bronzeamento artificial (GUIRRO; 
GUIRRO, 2002).
Diferentes alterações dos genes podem causar albinismo. Por exemplo, a falta de 
alguma das enzimas sintetizadoras da melanina ou a incapacidade da enzima para 
entrar nas células responsáveis pela pigmentação e transformar o aminoácido tirosina, 
a base para construir o pigmento, em melanina (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Isto é, no caso do albinismo, o indivíduo ou animal possui melanócitos, que se gera 
a melanina, mas uma disfunção não permite que essas células fabriquem o pigmento 
(GUIRRO; GUIRRO, 2002).
32
UNIDADE I │ REVENDO A PELE
As pessoas ou animais com albinismo têm muito pouca ou nenhuma pigmentação em 
seus olhos, pele ou cabelo. Os cabelos, as sobrancelhas e as pestanas são totalmente 
brancas ou de um amarelo muito pálido, a tez é extremamente clara e os olhos podem 
chegar a ser rosados. A despigmentação com que as pessoas nascem não se modifica 
com a idade (GUIRRO; GUIRRO, 2002).
Os albinos têm dificuldade de enxergar em lugares muito claros e podem sofrer 
queimaduras por radiação solar muito facilmente, sendo muito provável que 
desenvolvam câncer de pele caso não se protejam adequadamente (GUIRRO; 
GUIRRO, 2002).
O albinismo pode se apresentar de forma total ou parcial, afetando respectivamente 
todo o corpo ou só determinadas zonas. A forma mais comum, no entanto, é a total 
(GUIRRO ; GUIRRO, 2002).
Fototipo de pele – classificação de Fitzpatrick
A mais famosa classificação dos Fototipos cutâneos é a escala Fitzpatrick, criada em 
1976, pelo dermatologista e diretor do departamento de Dermatologia da Escola de 
Medicina de Harvard, Thomas B. Fitzpatrick (KEDE; SABATOVICH, 2003).
Fitzpatrick classificou a pele em Fototipo a partir da capacidade de cada pessoa em se 
bronzear sob exposição solar e sua sensibilidade e tendência a ficar vermelha sob os 
raios solares (KEDE; SABATOVICH, 2003).
Fitzpatrick elaborou sua escala a partir de visualizações empíricas. Ele classificou a 
pele de cada um como sendo potencialmente de uma das seis classificações listadas 
a seguir (grupo, eritema, pigmentação e sensibilidade ao Sol) (KEDE; SABATOVICH, 
2003).
I. Branca – Sempre queima – Nunca bronzeia – Muito sensível ao sol.
II. Branca – Sempre queima – Bronzeia muito pouco – Sensível ao sol.
III. Morena clara – Queima (moderadamente) – Bronzeia (moderadamente) 
– Sensibilidade normal ao sol.
IV. Morena moderada – Queima (pouco) – Sempre bronzeia – Sensibilidade 
normal ao sol.
V. Morena escura – Queima (raramente) – Sempre bronzeia – Pouco 
sensível ao sol.
VI. Negra – Nunca queima – Totalmente pigmentada – Insensível ao sol.
33
REVENDO A PELE │ UNIDADE I
Veja a figura 20 para verificar os fototipos. 
Figura 20. Tabela Fototipo por Fitpatrick.
I
Pele:
Pele muito clara
Sardas:
Muitas
Cabelo:
Ruivo
Olhos:
Azuis, Avermelhados (Raramente)
Mamilos:
Muito claros
Denominação:
Tipo céltico
Aparecimento de queimadura solar:
Constante, acentuado, doloroso
Aparecimento de bronzeado:
Nunca, vermelhão que desaparece em 1 ou 
2 dias, muda a pele
Tempo de autoproteção ao sol:
5-10 minutos
II
Pele:
Pele clara mas um pouco mais escura que 
a do primeiro
Sardas:
Algumas
Cabelo:
Louro a louro escuro
Olhos:
Azuis, Avermelhados (Raramente)
Mamilos:
Muito claros
Denominação:
Europeu de pele clara
Aparecimento de queimadura solar:
Constante, acentuado, doloroso
Aparecimento de bronzeado:
Quase nunca muda a pele
Tempo de autoproteção ao sol:
5-10 minutos
III
Pele:
Morena clara
Sardas:
Nenhumas
Cabelo:
Louro escuro a castanho
Olhos:
Azuis, verdes e cinzentos
Mamilos:
Muito claros
Denominação:
Europeu de pele escura
Aparecimento de queimadura solar:
Raramente, Moderado
Aparecimento de bronzeado:
Médio
Tempo de autoproteção ao sol:
20-30 minutos
34
UNIDADE I │ REVENDO A PELE
IV
Pele:
Morena moderada
Sardas:
Nenhumas
Cabelo:
Castanho
Olhos:
Escuros
Mamilos:
Escuros
Denominação:
Tipo mediterrâneo
Aparecimento de queimadura solar:
Muito raramente
Aparecimento de bronzeado:
Rápido e profundo
Tempo de autoproteção ao sol:
40 minutos
V
Pele:
Morena escura (mulatas)
Sardas:
Nenhumas
Cabelo:
Castanho escuro
Olhos:
Escuros
Mamilos:
Escuros
Denominação:
Mulatos
Aparecimento de queimadura solar:
Muito raramente
Aparecimento de bronzeado:
Intenso
Tempo de autoproteção ao sol:
50-60 minutos
VI
Pele:
Negra
Sardas:
Nenhumas
Cabelo:
Negro
Olhos:
Escuros
Mamilos:
Escuros
Denominação:
Negros
Aparecimento de queimadura solar:
Nunca
Aparecimento de bronzeado:
Intenso
Tempo de autoproteção ao sol:
+60 minutos
Fonte: http://www.solariobodysun.pt/tipos-de-pele.html.
35
UNIDADE IICOSMETOLOGIA
CAPÍTULO 1
Introdução à Cosmetologia
a. É a ciência que serve de suporte à fabricação dos produtos de beleza e 
permite verificar as suas propriedades (BRANDÃO, 2000).
b. É a ciência e a arte que têm por objetivo o cuidado e a melhoria dos 
caracteres estéticos da pele e seus anexos, por meio de formulações de 
produtos naturais ou sintéticos, os cosméticos (BRANDÃO, 2000).
Um pouco da história da cosmetologia
Cosmético era o nome dado às substâncias naturais destinadas a suavizar o cabelo e 
dar-lhe brilho. Após a 1ª Guerra Mundial, o domínio dos produtos de beleza aumentou 
e o nome cosmético tomou sentido mais amplo, designando toda substância de origem 
animal, vegetal e mineral utilizada para embelezar a pele e seus anexos (cabelos, 
unhas, dedos etc.) (DRAELOS, 1999). 
A busca da beleza e da juventude gera exigências cada vez maiores dos pacientes no 
desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e de novos procedimentos estéticos, 
pois, com o avanço da idade, a pele começa a sofrer alterações como aparecimento 
de rugas, diminuiçãoda espessura da epiderme, ressecamento, que modificam seu 
aspecto, o qual é caracterizado pelo envelhecimento cutâneo (DRAELOS, 1999).
A natureza expressa sua perfeição por meio dos três reinos naturais: mineral, vegetal e 
animal. Em todos há manifestação do ciclo vital que envolve concepção, crescimento, 
maturidade, envelhecimento e colapso. A diferença entre os três reinos é o grau de 
complexidade de suas estruturas. Atualmente, o homem entendeu que deve atuar em 
harmonia com seus processos vitais e buscar nesses reinos os recursos naturais para a 
manutenção e aprimoramento da estética de seu corpo (DRAELOS, 1999).
36
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA
A cosmética e os bioativos têm como proposta atuar nas estruturas extremas do 
corpo humano (pele e cabelos) de forma idêntica aos processos vitais, auxiliando o 
metabolismo para que se possa prolongar a juventude, retardando o envelhecimento. 
Cosmetologia é a ciência que serve de suporte à fabricação dos produtos de beleza 
e permite verificar as suas propriedades. A utilização tópica de itens que tenham 
identidade com a pele e cabelos baseia-se em: 
 » Fornecimento de precursores biológicos. 
 » Catálise de reações vitais. 
 » Sequestro de radicais livres. 
 » Manutenção do teor de água. 
 » Formação de filmes protetores. 
 » Reestruturação de estruturas danificadas. 
 » Lubrificação adequada dos tecidos. 
 » Condicionamento e brilho. 
(DRAELOS, 1999).
O conhecimento das leis naturais e a correta utilização dos bioativos fazem da 
cosmética moderna uma opção no atendimento das necessidades dos homens. Ao 
atender tais expectativas, os cosméticos estão sendo transformados em verdadeiros 
agentes de tratamento, com propostas e sugestões que podem modificar a estrutura 
e a atividade da pele. Fato este que confronta a legislação vigente, a qual considera 
cosmético como preparações que justamente não modificam a estrutura e atividade da 
pele (RIBEIRO, 2010).
Foi nesse momento que o termo Cosmecêutico foi criado. Existem várias substâncias 
que já há tempos vem sendo utilizadas em cosméticos e que estão sendo investigadas, 
revelando ter alta bioatividade podendo, portanto, ser classificadas como substâncias 
médicas. Normalmente, produtos cosméticos que não necessitam de intervenção do 
governo podem ser produzidos muito mais rapidamente, sendo então, por esse motivo, 
uma desvantagem para a indústria cosmética se esses ingredientes forem classificados 
como substância ativa (RIBEIRO, 2010).
37
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II
Definições 
 » Cosmetologia: ciência que estuda os cosméticos, abrangendo desde 
a concepção de matérias-primas até a venda e aplicação dos produtos 
elaborados. É uma atividade multidisciplinar envolvendo conhecimentos 
de física, química, biologia e algumas áreas humanísticas (GALEMCK; 
CSORDA, 2015).
 » Cosméticos: substâncias, misturas ou formulações de aplicação 
local, fundamentadas em conceitos científicos, destinados ao cuidado 
e embelezamento da pele humana e seus anexos, sem prejudicar as 
funções vitais, causar irritações, sensibilizar ou provocar fenômenos 
secundários indesejáveis, atribuídos à sua absorção (GALEMCK, 
CSORDA, 2015).
 » Cosmecêutico: nos últimos anos surgiram produtos que têm funções 
mais complexas do que a limpeza ou o embelezamento. Estão sendo 
chamados pelos fabricantes de cosmecêutico, dermocosméticos, 
cosmético funcional ou ainda cosmético de desempenho. Tratam-
se de formulações de uso pessoal que atuam beneficamente sobre o 
organismo, causando modificações positivas e duráveis na saúde da 
pele, mucosas e couro cabeludo. São muitos produtos diferentes, que 
usam muitas substâncias químicas como matérias-primas: colágeno e 
elastina, cafeína, nano compósitos de ouro, retinóis, estrógenos e várias 
outras. Exemplos: minoxidil a 2%, ácido retinoico e α-hidroxiácidos 
(com finalidade antienvelhecimento) (GALEMCK; CSORDA, 2015).
Classificação de produtos cosméticos 
Cosméticos, produtos de higiene e perfumes são preparações constituídas por 
substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo 
humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e 
membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-
los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais e/ou protegê-los 
ou mantê-los em bom estado (RIBEIRO, 2010). 
Os grupos de produtos estão enquadrados em quatro categorias e classificados 
quanto ao grau de risco (Resolução RDC no 79, de 28 de agosto de 2000) que 
oferecem dada a sua finalidade de uso, para fins de análise técnica, quanto do seu 
pedido de registro, a saber: 
38
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA
A - Categorias: 
 » Produto de higiene. 
 » Cosmético. 
 » Perfume. 
 » Produto de uso infantil.
B - Grau de risco: 
 » Grau 1 ─ Produtos com risco mínimo, ou seja, são produtos de higiene 
pessoal, cosméticos e perfumes cuja formulação se caracteriza por 
possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não 
seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas 
quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às 
características intrínsecas do produto. 
 » Grau 2 ─ Produtos com risco potencial, ou seja, são produtos de higiene 
pessoal, cosméticos e perfumes cuja formulação possui indicações 
específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou 
eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso. 
Os critérios para essa classificação foram definidos em função da finalidade de uso do 
produto, áreas do corpo abrangidas, modo de usar e cuidados a serem observados, 
quando de sua utilização. 
Observações importantes 
Os produtos classificados como Grau 1 que apresentarem os seguintes benefícios 
(ou assim entendidos), deverão anexar, no momento da petição de Notificação, a 
comprovação necessária: 
Comprovação de eficácia/segurança (finalidade e 
menções na rotulagem) 
 » Indicação de FPS. 
 » Dermatologicamente testado. 
 » Hipoalergênico. 
 » Não comedogênico. 
39
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II
 » Para pele sensível. 
 » Menções quanto às rugas, celulite, estrias, firmeza da pele, ação 
antisséptica.
Veja as tabelas abaixo como exemplo dos produtos e suas classificações:
Tabela 1. Produto.
Categoria: cosmético
Grupo Grau
Produtos para lábios:
 » Batom.
 » Brilho labial.
 » Lápis labial.
 » Protetor labial sem fotoprotetor.
 » Outros.
Produtos para áreas dos olhos (exceto globo ocular);
 » Sombra para as pálpebras.
 » Máscaras para cílios.
 » Lápis.
 » Kajal.
1
1
1
1
A definir
1
1
1
1
Categoria: produto de higiene
Grupo Grau
Sabonetes (líquidos, gel cremoso ou sólido):
 » Sabonete facial e/ou corporal.
 » Sabonete abrasivo/esfoliante.
 » Sabonete antisséptico.
 » Sabonete desodorante.
 » Outros.
Produtos para higiene dos cabelos e couro cabeludo (líquido, gel, creme, pós ou sólido):
 » Xampu.
 » Xampu condicionador.
 » Xampu para lavagem a seco.
 » Xampu anticaspa.
 » Creme rinse.
 » Enxaguatório capilar.
 » Condicionador.
 » Condicionador anticaspa.
 » Enxaguatório capilar anticaspa.
 » Outros produtos para higiene dos cabelos e couro cabeludo.
Produtos para higiene dental e bucal (líquidos, gel, cremoso, sólido ou aerossol).
 » Dentifrício.
 » Dentifrício antiplaca.
 » Dentifrício anticárie.
 » Dentifrício antitártaro.
1
1
2
1
A definir
1
1
1
2
1
1
1
2
2
A definir
1
2
2
2
40
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA
Categoria: perfume
Grupo Grau
Produtos para banho/imersão:
 » Sais.
 » Óleo.
 » Cápsula gelatinosa.
 » Banho d.e espuma.
 » Outros
1
1
1
1
A definir
Fonte: autor, 2018
Componentes básicos de uma formulação 
cosmética 
A grande dificuldade encontrada em classificar e estudar os diversos itens que 
compõem as preparações cosméticas sob variadas formas de apresentação nos 
impulsiona a agrupar as matérias-primas utilizadas e a partir desses grupos discutirem 
as diversas possibilidades de composição que essas preparaçõesestão sujeitas 
(RIBEIRO, 2010). 
As matérias-primas são utilizadas nas formulações de acordo com suas propriedades 
funcionais e físico-químicas. Essas propriedades são derivadas de suas respectivas 
estruturas químicas. As matérias-primas são classificadas:
Tabela 2. Origem.
Quanto à origem 
 » Inorgânicos.
 » Orgânicos. 
Quanto à constituição química
 » Ester.
 » Éter.
 » Aldeído. 
 » Cetona. 
 » Ácido carboxílico. 
 » Amina. 
 » Amida.
Quanto à função
Conservantes, Veículos/excipientes, Umectantes, Emolientes, Espessantes, Viscosantes, Neutralizantes, Detergentes, 
Emulsionantes, Espumantes, Sobreengordurantes, Antioxidantes, Sequestrantes, Fragrâncias, Colorantes.
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2016. 
Qualquer cosmético tem uma composição básica: 
I. Tensoativos.
41
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II
II. Adjuvantes. 
III. Quelantes e Sequestrantes.
IV. Excipientes. 
V. Veículo.
VI. Princípio Ativo.
(HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 1999)
Tensoativos
Substâncias naturais ou artificiais que podem reduzir a tensão superficial dos líquidos 
ou influenciam a superfície de contato entre dois líquidos. São feitos de moléculas nas 
quais uma das metades é solúvel em água (parte hidrofílica(H)) e a outra não (parte 
lipofílica(L)) (Figura 21). Também podemos classificar os cosméticos por sua função:
 » Conservadores e higiênicos: produtos para manter uma pele 
eudérmica como, por exemplo, desodorante (LEONARDI, 2008).
 » Decorativos: são aqueles destinados a produzir um efeito decorativo 
na pele, fazendo parte desse grupo os produtos de maquilagem, de 
um modo geral: bases de maquilagem, batom, blush, sombras etc. 
(LEONARDI, 2008).
 » Corretivos e dermatológicos: são os cosmecêuticos como, por 
exemplo, produtos para tratamento de linhas de expressão (LEONARDI, 
2008).
Figura 21. Molécula tensoativa.
 
Hidrofílica (H) Lipofílica (L) 
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2016.
42
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA
Mecanismo de ação dos tensoativos
Para entender a ação de um tensoativo vamos, primeiramente, analisar a distribuição 
do tensoativo em uma solução aquosa e o efeito na tensão superficial, por meio da 
seguinte representação esquemática: 
Figura 22. Tensoativo 2.
 
Óleo 
Água 
Grupo L - apolar 
Grupo H - polar 
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2016. 
Um tensoativo, devido à dupla característica de afinidade presente na molécula, tende 
a se concentrar na interface de um sistema. A molécula com a parte hidrófila orienta-se 
voltada para água, e a parte hidrófoba orienta-se voltada para o ar ou outra substância 
que tenha pouca afinidade com a água, como um pigmento. Essa característica de 
orientação da molécula é a principal diferença dos tensoativos em relação a outros 
solutos, como os sais inorgânicos que tendem a se distribuir igualmente por toda a 
solução. (BRANDÃO, 2000).
Tensão superficial
Tensão superficial é definida como a força necessária para romper uma 
superfície. Ela é determinada pelo grau de coesividade entre as moléculas que 
formam essa superfície. A água líquida forma uma extensa rede de pontes 
de hidrogênio que lhe confere uma grande tensão superficial. Quando um 
tensoativo é adicionado à água, as extremidades hidrofílicas que se espalham 
na superfície competem pelas pontes de hidrogênio que contribuem para a 
coesividade da superfície. Como resultado, a tensão superficial é diminuída.
43
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II
A adição de tensoativos à água tende a saturar todas as interfaces (situações B e C), 
de modo que a partir de uma concentração denominada Concentração Micelar Crítica 
(CMC) há a saturação do meio e a formação de micelas (situação D). A micela é a forma 
que o tensoativo assume para melhorar a estabilidade na solução colocando, voltadas 
para o mesmo lado, as cadeias hidrófobas, e voltadas para a água, as cadeias hidrófilas 
(BRANDÃO, 2000).
Os tensoativos apresentam a propriedade de reduzir a tensão superficial da água e 
de outros líquidos. Podem ser classificados em aniônicos, catiônicos, não iônicos e 
anfóteros. 
Classificação tensoativo
Tensoativos aniônicos
Os tensoativos aniônicos são os normalmente empregados nos shampoos. Sua 
família é grande, mas os que se acham mais frequentemente na base de lavagem 
dos shampoos são os sulfatos ou éter sulfato de álcool graxo. São limpadores 
excelentes e ensaboam bem. Mas sua ação deslipidante não deve ser levada ao 
extremo porque, se a queratina do cabelo suporta bem essa deslipidação, o mesmo 
não ocorre com o couro cabeludo (BRANDÃO, 2000). 
Os sabonetes entram nessa categoria, mas não representam um bom método de 
limpeza dos cabelos, danificando-os, pois são extremamente alcalinos em solução. 
Além disso, eles formam com o calcário da água, sais de cálcio insolúveis que se 
depositam nos cabelos, tornando-os sem brilho, ásperos e difíceis de desembaraçar. 
São exemplos de tensoativos aniônicos: lauril sulfato de sódio, lauril éter sulfato de 
sódio, lauril éter sulfato de trietanolamina (Figura 23) (BRANDÃO, 2000).
Figura 23. Tensoativos aniônicos.
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2016. 
Tensoativos catiônicos
Esses tensoativos têm uma grande afinidade com a queratina, à qual conferem maciez 
e brilho. Eles facilitam o desembaraçar dos cabelos e diminuem a eletricidade estática. 
44
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA
Mas essa afinidade os torna difíceis de separar do cabelo no enxágue, deixando-os 
mais pesados (BRANDÃO, 2000). 
Eles não são muito utilizados e são incompatíveis com os aniônicos. Na prática, os 
tensoativos catiônicos são formulados com os não iônicos (BRANDÃO, 2000).
Tensoativos anfóteros
Esses tensoativos apresentam um poder detergente e espumante menor que os 
aniônicos, mas, em geral, são muito bem tolerados. Devem ser associados a outros 
tensoativos para modular as propriedades de lavagem e espuma. Eles entram, de 
preferência, na composição dos shampoos para uso frequente e shampoos para bebês. 
A betaína (ácidos graxos clorados e trimetilamina), a cocoamidopropil betaína (Figura 
24) e a cocoamidopropil hidroxisultaína são exemplos de tensoativos anfóteros 
(BRANDÃO, 2000).
Figura 24. Tensoativo anfótero.
Fonte: Taís Amadio Menegat,2016.
Tensoativos não iônicos
São considerados bons emulsionantes, umectantes ou solubilizantes. Muitas 
vezes estão associados aos tensoativos anfóteros ou aniônicos pouco agressivos, 
para fazer deles shampoos leves. Eles são considerados como os mais leves dos 
tensoativos tendo, no entanto, um bom poder detergente, mas um fraco poder de 
espuma (BRANDÃO, 2000). 
De fato, o poder de espuma, que não é correlato ao poder detergente, o é no 
espírito do público: um shampoo que não espume muito tem poucas chances 
de sucesso. Por outro lado, é preciso reconhecer que a quantidade de espuma 
gerada por um shampoo permite dosar a quantidade necessária.
45
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II
Adjuvante
No século XXI, as funções e a funcionalidade dos adjuvantes devem ser interpretadas 
de acordo com as novas tendências do mercado farmacêutico. Existem diversas classes 
de substâncias que podemos chamar de adjuvantes (HERNANDEZ; MERCIER-
FRESNEL, 1999).
Com funções fisiológicas bem definidas, modificam o curso natural da penetração 
transcutânea, são umectantes, refrescantes, emolientes ou até mesmo agentes que 
reforçam a ação de outro ativo presente na formulação (HERNANDEZ; MERCIER-
FRESNEL, 1999). 
Os adjuvantes são divididos em dois grupos: 
Surfactantes: são substâncias que afetam as propriedades de superfície dos líquidos, 
proporcionando ajustamento mais íntimo de duas substâncias. Segundo Fleck (1993), 
os surfactantes podem afetar a eficiência dos cosméticos das seguintes formas:
 » Aumentam a retenção da aspersão onde as superfícies vegetais sejam de 
pronta molhabilidade.
 » Aumentam a retenção da aspersão em locais-chave favoráveis à 
penetração ou subsequente dano.
 » Aumentam a penetração por aumentar a área de contato com a pele, por 
meio de maior espalhamento.
 » Aumentam o período de penetração por atuarcomo umectante, 
mantendo as gotículas de aspersão indefinidamente úmidas.
 » Aumentam a entrada direta por diminuir a tensão superficial da solução 
de aspersão.
 » Facilitam o movimento ao longo das paredes celulares após a entrada 
para o interior da pele, por diminuir as tensões interfaciais.
 » Causam desnaturação e precipitação de proteínas e inativação de 
enzimas.
46
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA
Aditivos: óleo mineral ou vegetal, sulfato de amônio e ureia, entre outros, que afetam 
a absorção devido à sua ação direta sobre a cutícula (RIBEIRO, 2010). Os principais 
aditivos são:
 » Óleos: os óleos minerais ou vegetais agem dissolvendo a gordura, 
eliminando a barreira que diminui a absorção dos princípios ativos 
e provocam o extravasamento do conteúdo da célula. Dessa forma, 
constata-se que os óleos podem aumentar a absorção. Os óleos usados 
são originados do petróleo (óleo mineral) e de vegetais (óleo vegetal) 
(VARGAS; ROMAN, 2006).
 » Sulfato de amônio: é um composto nitrogenado que, quando dissociado, 
forma íons de sulfato e amônio. O íon sulfato reage com íons presentes 
na água, imobilizando-os e impedindo que eles reajam com a molécula 
do cosmético, e o íon amônio tem ação sobre a pele, rompendo ligações 
e abrindo caminho para absorção do princípio ativo (VARGAS; ROMAN, 
2006).
 » Ureia: é um composto nitrogenado com ação sobre a pele, rompendo 
ligações e abrindo caminho para absorção do princípio ativo 
(VARGAS;ROMAN, 2006).
Quelantes e sequestrantes
São compostos que têm a propriedade de sequestrar íons metálicos polivalentes 
(cálcio, ferro etc.), formando duas ou mais ligações coordenadas, ou uma combinação 
de ligações coordenada e iônica (BAUMANN, 2004). Esses íons são removidos da 
solução em que se encontram e ligados a uma estrutura cíclica cuja estabilidade é 
notável (Figura 25).
Figura 25. Sequestrar íons metálicos. 
Fonte: www.scykness.wordpress.com Acesso em: 11 março 2016.
47
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II
Por exemplo, esse tipo de substância é importante em formulações de 
shampoos, para evitar que o íon cálcio interfira na produção de espuma. 
Alguns quelantes são compostos importantes para a vida na Terra, como a 
hemoglobina e a clorofila (BAUMANN, 2004).
A clorofila, molécula que sustenta a vida na Terra, por ser responsável pela 
absorção dos fótons da luz solar nas plantas verdes, é um quelato de Mg (magnésio) 
(BAUMANN, 2004).
A hemoglobina, substância fundamental à nossa vida, por ser responsável pelo 
transporte de oxigênio (O2) e gás carbônico (CO²) em nosso corpo, é um quelato de Fe 
(ferro) (BAUMANN, 2004).
Excipientes
Substâncias geralmente inertes, adicionadas a uma prescrição, ou seja, que têm pouco 
ou nenhum valor terapêutico, mas são necessárias para garantir uma consistência 
satisfatória para a formulação. Essas incluem aglutinantes, matrizes, bases ou 
diluentes (DRAELOS, 2009). Exemplos: talco farmacêutico, amido, lactose.
Suas funções básicas são todos ingredientes ou conjuntos de ingredientes inertes 
da fórmula, que facilitam a dispersão do princípio ativo permitindo sua ação 
farmacológica (DRAELOS, 2009). 
O excipiente principal é a água, mas também pode ser de gordura ou a mistura dos 
dois. O excipiente fundamental mais abundante é a água, porque é capaz de dissolver 
muitas substâncias e é totalmente compatível com a pele e cabelo (DRAELOS, 2009). 
Veículo
É o componente que geralmente aparece em maior quantidade na fórmula e que tem 
a função de receber os outros componentes, isto é, nele são incorporadas essas outras 
substâncias (FONSECA; PRISTA, 1993). 
Deve ter grande capacidade de solubilização ou de dispersão, conforme o caso. 
A escolha do tipo de veículo deve se basear na compatibilidade com os outros 
componentes e no tipo de pele a que se destina o produto. As principais são: 
suspensões, soluções, emulsão, sérum, gel, gel-creme, creme, pomada, microesferas, 
lipossomas, entre outros (FONSECA; PRISTA, 1993).
48
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA
Solução: entre as quais se encontram as alcoólicas, mesmo não sendo as principais 
formulações utilizadas em cosméticos têm algumas vantagens, como de permanecerem 
fisicamente estáveis e serem de fácil preparo.
Substâncias solubilizadas se apresentam transparentes ou translúcidas. Podem ser 
solubilizadas em água, sistemas água/álcool, óleo ou em soluções de tensoativos. 
Exemplo são as soluções aquosas, tônicos. 
 » Solução aquosa ou hidro alcoólica: possui água como veículo e pode 
conter álcool etílico e outros glicóis, como propilenoglicol, glicerina 
e sorbitol. É a base das loções tônicas faciais e capilares, loções pós 
barbear (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 1999).
 » Soluções de tensoativos: são misturas de tensoativos com propriedades 
de limpeza, condicionamento, gerar espuma, conferir viscosidade 
e reduzir a irritação da pele. Exemplos são os shampoos, sabonetes 
líquidos, banhos de espuma, loções higienizantes, condicionadores 
transparentes para os cabelos (HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 
1999).
Suspensão: são formas farmacêuticas com um sistema bifásico, heterogêneo, no qual 
uma fase interna consiste em partículas sólidas insolúveis em água, e a fase externa 
é constituída pelo veículo compatível com a pele, geralmente água. Para não ocorrer 
separação de fases podem ser usados tensoativos ou hidrocoloides que estabilizam 
a suspensão. Agentes suspensores empregados normalmente são derivados da 
celulose, alginatos, líquidos viscosos, argilas etc. As suspensões devem ser agitadas 
antes do uso. São exemplos de suspensões: os géis obtidos com o uso de espessantes 
poliméricos, creme esfoliante e shampoos com bases perolizante, e ativos anticaspa 
(RIBEIRO, 2010).
Emulsão: sistema bifásico, onde um líquido está intimamente disperso no outro, no 
qual não seja miscível na forma de gotículas, como, por exemplo, água e óleo. A fase 
dispersa também pode ser denominada fase interna, e a fase dispersante, fase externa. 
Dependendo da sua consistência as emulsões são popularmente conhecidas como 
loções (mais fluidas) e cremes (mais consistentes) (RIBEIRO, 2010). Podem ser:
 » O/A: Óleo em Água: composta de muita água e um pouco de óleo. 
Essas fórmulas evaporam se expostas ao ar. São também chamadas de 
“evanescentes”, desaparecem ao serem passadas na pele (RIBEIRO, 
2010).
 » A/O – Água em Óleo: composta de muito óleo e pouca água. Essas 
substâncias são largamente empregadas pela indústria cosmética pelo 
49
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II
fato de serem o veículo ideal para introdução de substâncias ativas na 
pele, porque suas propriedades são semelhantes às da pele (RIBEIRO, 
2010).
Microemulsões: são constituídas por três fases: A/O/A ou O/A/O. São utilizadas 
para encapsulação de ativos para sistemas de liberação prolongada. Classificação das 
emulsões quanto à viscosidade:
a. Cremes: emulsões de alta viscosidade.
b. Loções cremosas: emulsões de média viscosidade (aspecto líquido 
cremoso).
c. Leites: emulsões de baixa viscosidade.
Classificação quanto ao caráter oleoso:
a. Cremes/géis: são emulsões O/A e outra aquosa previamente gelificada, 
ou possuem quantidades reduzidas de óleo e substâncias serosas. 
Possuem um alto teor de agente gelificante e baixo teor na fase oleosa, 
geralmente o suficiente para opacificar o meio. Podem veicular ativos 
lipo ou hidrossolúveis (DRAELOS, 2009). 
b. Emulsões oil free: são emulsões em que se retira o óleo mineral ou 
outros óleos comedogênicos. Muitas são desenvolvidas com silicones 
(RIBEIRO, 2010).
c. Emulsões evanescentes: são emulsões que deixam pouco resíduo 
graxo sobre a pele. São sempre O/A (RIBEIRO, 2010).
d. Emulsões oclusivas: são emulsões de caráter oleoso, geralmente são 
A/O (RIBEIRO, 2010).
e. Cremes: são emulsões O/A ou A/O de alta viscosidade e constituídas de 
uma fase aquosa e uma fase oleosa líquida, que foram homogeneizadas 
pela utilização de um terceiro componente que possui afinidade por 
ambas as fases (tensoativo) (RIBEIRO, 2010).
Sérum: faz uma alusão ao soro

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