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A HISTORIA DO CANDOBLE

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Origem do candomblé
 O candomblé é fruto de uma resistência que já existia de escravos africanos vindo de Antinhas e Cuba principalmente, em direção ao territorial nacional brasileiro, ou seja, e conhecida por ser uma religião afro-brasileira, esses escravos vieram com o intuito de trabalhar nas lavouras e atender os desejos de senhores escravos, eles passaram por inúmeras dificuldades como condições de vida precária e preconceito religioso vindo a princípio de colonizadores brancos, eles trouxeram sua crença e nada além disso, nenhum bem material em mãos por serem escravos não possuíam muito bens. A princípio seu objetivo não era implantar uma nova religião e sim continua a sua mesma fé que já existia.
 Diferente de religiões como o cristianismo, onde a autoridade está concentrada nas mãos do padre, bispo e outros, de acordo com a hierarquia, no Candomblé a autoridade máxima é o pai ou a mãe de santo. São escolhidos de forma especial pelos próprios Orixás.
 É comum se dizer que as pessoas não escolhem o Candomblé, mas são escolhidas, uma vez que os Orixás exercem influência sobre elas, levando-as para esse caminho. Isso ocorre principalmente com o pai ou mãe de santo, que são selecionados pelos Orixás para representá-los na terra e comandar os rituais.
 O pai de santo é, normalmente, o proprietário da roça, local onde se realizam as cerimônias e manifestações de religiosidade. É nesse lugar que os Orixás são cultuados pelos membros da religião. Desde o começo da história do Candomblé, algumas definições, como a de barracão, foram dadas em homenagem aos negros. É no barracão que são realizadas as oferendas aos deuses.
 O Candomblé, é preciso levar em conta a hierarquia existente entre as autoridades. Além do pai e da mãe de santo, existem a figura do pai pequeno ou a mãe pequena, que representam o braço direito da autoridade central. Geralmente são os próprios filhos das autoridades do Candomblé, pela proximidade.
 Para entender melhor o candomblé e necessário falar sobre os orixás que tem um papel de grande importância nessa religião pois desde o começo da história os orixás sempre esteve muito presentes no candomblé, no Brasil o culto possui 16 orixás: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré Nàná Buruku Sàngo, Oya,Oba,Ewa, Osun,Yemanjá, Logun Ede,Osánguia e Osàlufan. Cada um deles é tratado como um deus específico, mostrando a pluralidade e complexidade dessa crença. Diferente das religiões cristãs, que são monoteístas, no Candomblé prevalece a crença em múltiplos deuses. Muitos criticam a religião Candomblé por acreditar que seja uma religião que venera entidades ruins. Essa preconcepção está muito longe da verdade e não se confirma com base na história do Candomblé. O Candomblé é uma vertente religiosa rica, dotada de várias características merecedoras de atenção.Parte superior do formulário Parte inferior do formulário
 Outro grande equívoco cometido pelo senso comum é acreditar que os praticantes do Candomblé atuam no sentido de causar danos. Todas as crenças existentes nessa religião são em favor da vida, da paz e da prosperidade. Os Orixás ajudam essas pessoas a alcançar seus objetivos de vida, guiando e orientando suas jornadas pela terra.
 A religião é rica em cultura, por estar associada a um período de muita luta, opressão e violação de direitos humanos básicos. Dar espaço para que o Candomblé seja praticado pelas pessoas é um ato de respeito para com a tradição negra.
 Os rituais não possuem dia certo para acontecer, elas são associadas aos dias dos santos católicos porém a data ainda sim pode variar de acordo com o terreiro de acordo com a disponibilidade da comunidade, a real importância é a comemoração e não a data dela.
 Suas principais festas são: a feijoada de Orgun associada a São Sebastião no mês de abril, fogueira de Xangô associada a São João e São Pedro em junho, festa para Obaluiê associado a São Lázaro e São Roque em agosto, em setembro começa o ciclo de festas chamado águas de Oxalá q pode continuar até o fim do ano em dezembro, festa do Erê em homenagem aos espíritos infantis associados a São Cosme e Damião?, festa das Iabas que no caso e às esposas dos orixás entre outras festas como festa de oxalá, festa iabás lansã e o encerramento litúrgico que acontece na quaresma também conhecida como Páscoa homenageando Oxalá.
 Os rituais acontece sob a batida de três atabaques que fazem soar o toque durante o ritual também são responsáveis pela convocação dos deuses. O rum funciona como solista, marcando os passos da dança. Os outros dois, o rumpi e o lé, reforçam a marcação, reproduzindo as modulações da língua africana iorubá — uma língua cantada, como o sotaque baiano. Além dos atabaques, usam-se também o agogô e o xequerê.
 São, ao todo, mais de quinze ritmos diferentes. Cada casa-de-santo tem até 500 cânticos. Segundo a fé dos praticantes, os versos e as frases rítmicas, repetidos incansavelmente, têm o poder de “captar” o mundo sobrenatural. Essa música sagrada só sai dos terreiros na época do carnaval, levada por grupos e blocos de rua, principalmente em Salvador, como Olodum ou Filhos de Gandhi.
 Em qualquer terreiro, a entrada dos orixás na festa segue sempre a mesma seqüência da ordem do xirê. Depois de despachar Exu, o primeiro a entrar na roda é Ogum, seguido de Oxóssi, Oba- luaiê, Ossaim, Oxumaré, Xangô, Oxum, Iansã, Nanã, Iemanjá e Oxalá.
 Segundo a tradição, os deuses do candomblé têm origem nos ancestrais dos clãs africanos, divinizados há mais de 5 000 anos. Acredita-se que tenham sido homens e mulheres capazes de manipular as forças da natureza, ou que trouxeram para o grupo os conhecimentos básicos para a sobrevivência, como a caça, o plantio, o uso de ervas na cura de doenças e a fabricação de ferramentas.
 Os orixás estão longe de se parecer com os santos cristãos. Ao contrário, as divindades do candomblé têm características muito humanas: são vaidosos, temperamentais, briguentos, fortes, maternais ou ciumentos. Enfim, têm personalidade própria. Cada traço da personalidade é associado a um elemento da natureza e da sua cultura: o fogo, o ar, a água, a terra, as florestas e os instrumentos de ferro.
 Na África Ocidental, existem mais de 200 orixás. Mas, na vinda dos escravos para o Brasil, grande parte dessa tradição se perdeu. Hoje, o número de orixás conhecidos no país está reduzido a dezesseis. E, mesmo desse pequeno grupo, apenas doze são ainda cultuados: os outros quatro — Obá, Logunedé, Ewa e Irôco — raramente se “manifestam” nas festas e rituais.
 O terreiro, ou casa-de-santo, é simultaneamente templo e morada. A vida cotidiana dos mortais mistura-se com os rituais dos orixás. A família-de-santo (a mãe ou o pai e os filhos-de-santo, não necessariamente parentes de sangue) divide os cômodos com os deuses.
 A divisão do espaço, na Casa Branca, em Salvador, lembra os “compounds” africanos, ou egbes — antigas habitações coletivas dos clãs, usadas principalmente pelos povos de língua iorubá. O cômodo principal é o barracão, o salão onde humanos e santos se encontram nas festas.
 Por trás do barracão, há várias instalações comuns a uma residência: salas de jantar e de estar, cozinha e quartos — nem todos destinados aos mortais. Há os quartos-de-santo, onde ficam os pejis (altares) e os assentamentos (objetos e símbolos) dos orixás. Aí são feitas as oferendas. Na Casa Branca, os dois únicos orixás que têm quartos dentro da casa são Xangô e Oxalá.
 O roncó é um quarto especial onde os abiãs (noviços) ficam recolhidos durante o processo de iniciação. Essa proximidade dos abiãs com os outros membros do terreiro é fundamental: é assim que os iniciados entram em contato com os procedimentos rituais da casa. O fiel do candomblé aprende com os olhos e os ouvidos. Ele deve prestar atenção a tudo e não perguntar nada.
 Os terreiros têm também uma área externa, onde estão as casas dos outros orixás. A de Exu, por exemplo, fica perto da porta de entrada.
 De forma muito diversa, a religiosidadeafricana se manifestava em cantos, danças, instrumentos percussivos, curas, magias e adivinhações.
 Segundo a indicação de alguns pesquisadores, o desenvolvimento dos terreiros de candomblé passou a se manifestar a partir do século XVIII. Nessa época, o crescimento dos centros urbanos se tornava um ambiente propício para que vários negros se reunissem e organizassem experiências religiosas mais estáveis e regulares. Foi nesse contexto que o candomblé deu seus primeiros passos rumo à consolidação de uma experiência religiosa identificável.
 A relação do candomblé com a cidade pode ser explicada através da situação dos escravos que ali viviam. Nos centros urbanos havia negros alforriados, escravos de ganho e domésticos que circulavam com maior frequência e, dessa forma, estreitavam seus laços com maior facilidade. Em contrapartida, as condições de trabalho mais rígidas e a própria dificuldade de locomoção determinavam maiores empecilhos para que algo semelhante ocorresse no meio rural.
 Já no século XIX, era possível pontuar a existência de alguns sobrados antigos e casarões coletivos em que negros livres organizavam pontos de encontro para a realização de seus cultos. Apesar da existência da repressão imposta pelas autoridades oficiais, o candomblé dava seus primeiros passos formativos. No ano de 1889, a proclamação da República, precedida pela Abolição da Escravatura, também contribuiu para que as crenças afro-brasileiras se expandissem.
 Nesta conjuntura inédita, os terreiros de candomblé foram sendo criados e dando forma aos rituais e crenças que o definiriam. Mais do que isso, também funcionaram como meio de confraternização e socialização de vários negros que saíam do meio rural visando outras oportunidades de emprego. Com isso, os terreiros também serviam como lugar de lazer, solidariedade e manutenção de uma memória coletiva que se mostrou essencial no surgimento desta rica prática religiosa.
CRENÇAS
 Conta a mitologia iorubana que o universo foi criado por Olodumare, mas, terminada a criação, ele se afastou e deixou que os orixás dessem forma ao mundo e o governassem. Por conta disso, embora os devotos do candomblé reconheçam a existência de um deus supremo da criação, não é a ele que prestam homenagem em seus cultos de grande complexidade, sutileza teológica e beleza, mas justamente a essas outras divindades mais próximas, participantes ativos do dia-a-dia das atividades mundanas.
Diversidade regional e étnica
 O candomblé não é um único culto religioso, mas antes uma série de cultos estreitamente aparentados, à semelhança de outras religiões que possuem diversas denominações, com algumas diferenças nos preceitos teológicos e no ritual. Os vários templos e vertentes do candomblé são normalmente agrupados em "nações", sendo a mais conhecida e disseminada nos meios de comunicação a chamada nação queto. Juntamente com outras nações como efã, ijexá, nagô e mina-nagô, ela pertence ao tronco conhecido como iorubá, com origens africanas localizadas em partes da Nigéria e do Benim. Existem ainda candomblés de nações angola e jeje, entre outras menos conhecidas. O nome candomblé está historicamente associado aos cultos da Bahia, mas religiões semelhantes recebem outras denominações regionais, como xangô em Pernambuco, tambor de mina no Maranhão e batuque no Rio Grande do Sul. O termo candomblé, contudo, tem se disseminado para outras regiões do Brasil e para outros países à medida que a religião ganha mais adeptos. Até por conta dessas variações, algumas pessoas preferem simplesmente denominar esse conjunto de cultos com o nome de religião dos orixás, deixando de lado as diferenças entre eles.
Divindades
 Sabe-se que, na Nigéria e no Benim, mais de quatrocentas divindades eram cultuadas no total. No Brasil, contudo, a maior parte dos templos de candomblé reconhece em torno de 20 orixás diferentes, cada qual associado a um aspecto do mundo natural ou humano. Por exemplo, no rito queto, enquanto Ogum é o orixá da metalurgia, da guerra e da agricultura, Oxum é uma divindade feminina ligada à água doce, à beleza e à vaidade. Nenhum orixá é completamente "bom" ou "mau". Como os homens, com os quais se assemelham, eles são capazes do melhor e do pior, têm defeitos e qualidades e exibem características que podem ser produtivas em alguns contextos e destrutivas em outros. Cada orixá pode se subdividir em algumas "qualidades" ou "manifestações" particulares, cada qual associada a uma passagem ou episódio de sua mitologia: assim, enquanto Oxaguiã é o Oxalá jovem e está associado à cultura material, Oxalufã é o Oxalá velho e se associa à criação do homem. Em muitos templos, cada orixá tem um correspondente entre os santos católicos: assim, é comum que Iansã, orixá que comanda as tempestades, seja associada a Santa Bárbara. Enquanto na África cada templo é dedicado a apenas uma divindade, os templos ou terreiros do candomblé, ainda que tenham um orixá patrono, dedicam-se ao conjunto total das divindades.
 Os nomes das divindades, bem como sua importância relativa na mitologia, podem variar de acordo com as nações. Nos candomblés angola, por exemplo, elas são chamadas inquices, enquanto o candomblé jeje as denomina voduns. Utilizamos aqui a terminologia iorubana porque é a mais conhecida e disseminada. Outras divindades também são cultuadas nos terreiros de algumas nações. Assim, alguns templos angola incluem entre suas entidades, além dos inquices, também os caboclos, ou entidades às quais se atribui origem indígena. No tambor de mina, além dos voduns, os fiéis também cultuam entidades femininas infantis conhecidas como tobossas.
Fiéis e iniciados
 Os participantes de cada terreiro se dividem em uma hierarquia organizada de acordo com o grau de proximidade do fiel com as divindades. Segundo o candomblé, toda pessoa tem seu espírito ligado a um orixá específico – ou a um conjunto de orixás, em alguns casos. Atribui-se ao indivíduo características de personalidade condizentes com seu orixá patrono. Essa ligação pode ser estreitada por meio de uma complexa série de rituais de iniciação, os mais simples dos quais são a lavagem do colar de contas e o bori, cerimônia destinada a fortalecer o espírito do fiel e prepará-lo para o contato direto com o orixá. Esses estágios iniciais podem ou não se desdobrar na iniciação completa, por meio da qual o fiel, então chamado iaô ou filho-de-santo, torna-se um veículo de seu orixá na terra. Durante as cerimônias e festas públicas do candomblé, os filhos-de-santo são possuídos pelos seus orixás: neste importante momento do transe divino, o iniciado entra em uma espécie de estado de inconsciência enquanto o orixá "baixa" e toma o controle de seu corpo para dançar e encenar cenas míticas. Um filho-de-santo que tenha se iniciado há sete anos pode ganhar o título de ebômi e então ocupar diversos cargos especializados no terreiro, culminando nos títulos de babalorixá ("pai-de-santo") ou ialorixá ("mãe-de-santo"), autoridades espirituais máximas de cada templo. Em cada um desses estágios, o fiel fortalece sua força espiritual - o axé - e seus laços com o orixá, entrando em contato com saberes rituais e mitológicos cada vez mais restritos. Contudo, também se sujeita a restrições e tabus progressivamente maiores.
 Além dos iniciados propriamente ditos, todo terreiro possui um número de fiéis que não completaram sua iniciação (alguns dos quais jamais chegam a completá-la) e que não são possuídos pelos orixás. Trata-se dos ogãs e das equedes, que executam tarefas fundamentais do rito, como tocar os tambores ou paramentar e auxiliar os filhos-de-santo enquanto estes se encontram no transe divino. Por fim, nem todas as pessoas que frequentam um terreiro ou recorrem à ajuda dos orixás participam ativamente do culto. Muitos comparecem apenas para presenciar a beleza das cerimônias, enquanto outros realizam consultas particulares com os babalorixás e ialorixás, nas quais estes normalmente consultam a vontade dos orixás por meio do jogo de búzios e orientamos clientes a respeito de como propiciar os deuses para obterem a solução para seus problemas.
Os toques e festas
 A parte mais pública e conhecida do candomblé são os toques, como são chamadas as cerimônias e festas públicas da religião. Cada terreiro possui um calendário litúrgico com diversas festas em homenagem aos diferentes orixás. Destacam-se as cerimônias que iniciam o ano-novo do calendário do candomblé, entre agosto e setembro, como as do “Inhame Novo” ou as “Águas de Oxalá”, bem como o ciclo de festas que se estende entre setembro e dezembro, homenageando várias divindades na sequência. Além disso, os orixás podem ser cultuados em várias outras circunstâncias.
 A estrutura básica do toque se repete: ele se inicia pela manhã com o sacrifício ritual dos animais cujo sangue – veículo máximo do axé ou da força espiritual – é ofertado aos orixás, enquanto a carne é preparada para ser consumida pelos fiéis durante a festa. A festa se inicia com uma oferenda a Exu, divindade que abre os caminhos, e depois seguem-se os cantos e danças com os quais os orixás são homenageados em uma sequência conhecida como xirê. É neste momento de celebração que, ao som dos atabaques e dos cantos dedicados a cada divindade, os orixás descem à terra e dançam através dos corpos de seus filhos. É comum que uma primeira possessão seja seguida de um recolhimento do filho-de-santo, que depois retorna paramentado com as roupas e acessórios de seu orixá para a dança dos deuses. Os cultos do candomblé são conhecidos por sua rica iconografia, que fascina e encanta aqueles que assistem às cerimônias.
Uma "metafísica sutil"
 Muitas vezes se dá demasiada atenção às festas do candomblé, que são seu aspecto mais público e visível, deixando de considerar que a religião dos candomblés também corresponde a toda uma visão de mundo. O candomblé propõe uma relação bastante individualizada entre o fiel e o orixá que é seu patrono. Com isso, sua diversificada mitologia fornece um instrumento a partir do qual organizar e compreender melhor a diversidade dos homens e de suas ações no mundo e orientar o comportamento das pessoas. Embora reconheça divisões e às vezes até conflitos entre os orixás e seus filhos, também afirma que o universo só se sustenta a partir de uma trama de comunicações, interações e complementaridades entre as partes. Cada fiel deve render homenagem a seu orixá, mas é toda a comunidade que se beneficia das bênçãos coletivas do conjunto dos orixás. O que seria de uma comunidade que preza pela guerra de Ogum, mas é incapaz de promover o amor de Iemanjá? Assim, o candomblé ensina a seus fiéis que diferentes tipos de ação ou personalidade, diferentes fenômenos da vida cotidiana, antes de serem intrinsecamente bons ou ruins, são necessários à continuidade saudável vida desde que se exerçam com harmonia. Além disso, o candomblé está longe de oferecer apenas força espiritual para os filhos-de-santo, pois esta vem sempre acompanhada de restrições e obrigações que correspondem também às suas responsabilidades perante os deuses e as comunidades das quais são apenas uma parte.
Tendências demográficas
 Pode-se dizer que, longe de ser um resquício do passado, o candomblé é hoje uma religião moderna e em plena expansão em diversas regiões do país e também do exterior, haja vista seu crescimento em países como a Argentina ou os EUA. Historicamente, a religião dos orixás, em suas várias denominações, sempre esteve mais atrelada a centros urbanos como Salvador, Recife, São Luís ou Porto Alegre, tendo se consolidado no século XIX. A partir dos terreiros baianos, ela se disseminou para o Rio de Janeiro no início do século XX e depois para São Paulo, onde teve uma grande expansão nos anos 1960. Pode-se dizer que o candomblé, desde suas origens, sempre teve um potencial universalizado, pela sua capacidade de unir culturas e divindades africanas de diversas procedências diferentes, e também pelo fato de sempre ter atraído pessoas de diversas origens étnico-raciais para seus ritos. Apesar disso, até os anos 1960, ele podia ser considerado uma religião que abrangia predominantemente as populações negras, histórica e culturalmente vinculadas ao culto dos orixás. Isso mudou muito na segunda metade do século XX, com um movimento crescente de diversificação étnico-racial dos fiéis e com uma tendência do candomblé de atrair cada vez mais as classes médias e escolarizadas. Alguns autores atribuem essa tendência a um desencanto crescente com outras religiões dominantes no Brasil, ao tipo de ligação pessoal e individualizada do fiel com os deuses promovida pelo candomblé e a uma rejeição crescente à cultura moderna secularizada.
 Segundo dados do censo de 2000 realizado pelo IBGE, mais de 127 mil brasileiros se declararam adeptos do candomblé. Esse número aumenta bastante se considerarmos todas as pessoas que frequentam os terreiros durante as festas públicas e consultas particulares, uma vez que muitas delas não podem se declarar fiéis por não terem passado pelos ritos de iniciação. Desse número, 23% se declararam negros, 38% pardos e 37% brancos. O candomblé está muito longe, portanto, de ser uma religião negra ou étnica, mostrando-se um culto capaz não apenas de encantar, mas de suprir as necessidades e aspirações espirituais de inúmeros e variados fiéis, que dedicam sua vida à beleza dos festejos e à honra de serem os filhos diletos dos orixás, os veículos do sagrado na terra.
Templos
 Os templos de candomblé são normalmente chamados de casas, roças, terreiros, barracão ou axé. Adotam ainda denominações natural de línguas africanas, de acordo com a nação ao qual pertencem: ilê, axé (nações ketu, efon e ijexá), kwe, abaçá ou humpame (nações jeje), nzo, mbazi, canzuá (nações bantu). Geralmente, os terreiros ficam localizados em lugares distantes, como sítios; alguns em locais mais centrais. Podem ser grandes ou pequenos, porém precisam ser bem planejados para comportar todos os segmentos necessários para o bom andamento das liturgias. Há mais de 30 anos, o IPHAN (Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional) reconhece os espaços sagrados dos terreiros como patrimônio cultural brasileiro. O terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, é um templo de candomblé do município de Salvador, no estado brasileiro da Bahia. Fundado na década de 1830, é o terreiro mais antigo, e possivelmente o mais antigo em funcionamento no Brasil.
Ordenação
 No Candomblé, há uma separação nos cultos: Egungun, Ifá, Orixá, Nkisi e Vodun são divididos por modelo de iniciação ao sacerdócio.
– No culto aos egunguns, fazem parte mulheres e homens, sendo um culto patriarcal que trabalha de forma direta com a ancestralidade, guiados pelos Ojé.
– No culto e ifá, fazem parte mulheres e homens, sendo um culto patriarcal guiado pelos babalaôs.
– No candomblé queto, fazem parte mulheres e homens, sendo guiados tanto por homens quanto por mulheres, entram em conflito com orixá.
– No candomblé banto, fazem parte mulheres e homens, sendo guiados tanto por homens como por mulheres começadas muzenzas: entram em conflito com nkisi.
– No candomblé jeje, fazem parte tanto mulheres como homens, sendo guiado tanto por homens como mulheres Vodunsis, entram em conflito com vodun.
Homossexualidade
 No candomblé, a homossexualidade é aceita e discutida nos dias atuais, mas já teve um período que homens heterossexuais e homossexuais não podiam ser iniciados como rodantes (termo usado para pessoas que entram em transe), não era permitido em festas que um homem dançasse na roda de candomblé mesmo que estivesse em transe.
O mais famoso e revolucionário homossexual do candomblé foi sem dúvida Joãozinho da Goméia, que afrontou as matriarcas e ocupou seu espaço tornando-se conhecido internacionalmente. Tiveram muitos outros, mas nenhum conseguiu suplantá-lo em ousadia e popularidade.
Aborto
 Religiões tribais africanas, são contra o aborto: o africano vê o filho como a continuação da própria vida, filho é o bem mais precioso que o homem africano pode ter. Em consequênciadisso, foram trazidos para o Brasil alguns conceitos.
· No conceito social: amparam e orientam adolescentes e mulheres grávidas.
· No conceito religioso: Oxum é quem rege o processo de fecundidade, cuida do embrião, evita o aborto espontâneo, não aprova o aborto provocado, mantém a criança viva e sadia na barriga da mãe até o nascimento. Uma mulher quando não consegue engravidar, recorre à Oxum.
· No conceito jurídico: só aprova a interrupção da gravidez, nos casos previstos em lei.
O Papel Da Mulher 
 A mulher tem um papel tão importante quanto o dos homens na esfera religiosa, dentro da religião do candomblé a mulher tem uma importância de suma responsabilidade quanto o prover da casa. Em alguns terreiros da Bahia apenas as Ialorixás maceram as ervas, para que o homem possa se banhar, então dentro da religião de matriz africana a mulher tem uma maior importância, é percebido a importância veiculada em mídias, se sobressaem o nome da Ialorixa. O comunicador social durante a entrevista explanou que no Brasil essa importância veio através da necessidade, pois essas coisas não se veem em países africanos, pois na maior parte as mulheres são submissas, homens que fazem tudo e mandam em tudo. E no Brasil foi a falta de homens que se interessassem em seguir essa linha.
 A Presença De Santos Católicos
 Cada um dos 16 orixás – as entidades cultuadas no candomblé correspondem a um ou mais santos católicos. Dá para explicar essa ligação contando um pouco da história do período colonial no Brasil. Naquela época, chegaram ao país os primeiros africanos de origem iorubá, um povo que ocupava a região onde hoje ficam Nigéria, Benin e Togo. A religião dos iorubás era o candomblé, mas eles aportaram no Brasil como escravos e não podiam cultuar suas divindades livremente – você sabe, a religião oficial do país era (e é) o catolicismo. Por causa dessa proibição, os escravos começaram a associar suas divindades com os santos católicos para exercerem sua fé disfarçadamente. Como os santos católicos são bem numerosos, existem divindades que são identificadas com mais de um santo ao participar de algum ritual de Candomblé alguma vez, pode ser que veja algumas estátuas de alguns santos católicos. Não há qualquer ligação as religiões. Isso acontece porque na época da escravidão os escravos tinham que disfarçar as estátuas dos orixás para que os portugueses não desconfiassem e não ter punições severas ou até a morte pois naquela época a religião aceita era somente católica. 
BIBLIOGRAFIA:
 Livro:” O candomblé bem explicado, nações Bantu, Ioruba e Fon.”
 -AUTOR: Ode kiteuy e Vera oxaguiã 
06/10/2019 as 14:30 https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-a-ligacao-entre-os-santos-catolicos-e-os-orixas/
07/10/2019 as 16:30 https://super.abril.com.br/historia/candomble-no-brasil-orixas-tradicoes-festas-e-costumes/
08/10/2019 as 10:30 https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_do_candomblé
10/09/2019 as 20:00 https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-a-ligacao-entre-os-santos-catolicos-e-os-orixas/
10/10/2019 as 18:45 www.astrocentro.com
10/10/2019 as 19:25 www.superintenden.com
11/10/2019 as 22:30 https://www.todamateria.com.br/candomble
11/10/2019 as 20:13 https://www.pucsp.br/rever/rv1_2009/t_siqueira.pdf
11/10/2019 as 19:05 https://brasilescola.uol.com.br/religiao/a-origem-dos-terreiros-candomble.htm
11/10/2019 as 18:00 http://www.museuafrobrasil.org.br/pesquisa/indice-biografico/manifestacoes-culturais/candomble

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