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Farmacologia 2 - Insulinoterapia e Antidiabéticos

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Página: 1 
@pedrojorgeantunes 
Farmacologia 2: Insulinoterapia e Antidiabéticos 
Sumário 
Parte 1 – Diabetes e Insulina ........................................................................................................... 3 
Consequências do Diabetes Mellitus ....................................................................................................... 3 
Diagnóstico do Diabetes Mellitus ............................................................................................................ 3 
Tipos de Diabetes Mellitus ...................................................................................................................... 3 
Tipo 1 (DM1) ...............................................................................................................................................................3 
Tipo 2 (DM2) ...............................................................................................................................................................3 
Gestacional .................................................................................................................................................................3 
Outros Tipos ...............................................................................................................................................................3 
Diabetes e Covid-19 ................................................................................................................................ 3 
Secreção de Insulina ............................................................................................................................... 4 
Mecanismo de Secreção de Insulina ............................................................................................................................4 
Sinalização de Insulina ............................................................................................................................ 4 
Mecanismo de Sinalização de Insulina.........................................................................................................................4 
Estado Pós-prandial ....................................................................................................................................................4 
Parte 2 - Insulinoterapia .................................................................................................................. 5 
Análogos da Insulina ............................................................................................................................... 5 
Inulina Regular ............................................................................................................................................................5 
Insulinas de Ação Rápida .............................................................................................................................................5 
Insulinas de Ação Lenta ...............................................................................................................................................5 
Insulina NPH ...............................................................................................................................................................5 
Velocidade da Insulina ............................................................................................................................ 5 
Insulina Endógena................................................................................................................................... 6 
Insulinas Combinadas ............................................................................................................................. 6 
Vias de Administração ............................................................................................................................ 6 
Características da Insulinoterapia ............................................................................................................ 6 
Indicações Clínicas ......................................................................................................................................................6 
Efeitos Colaterais ........................................................................................................................................................6 
Parte 3 – Fármacos Secretagogos de Insulina .................................................................................. 7 
Defeitos Metabólicos .............................................................................................................................. 7 
DM2 e Obesidade ................................................................................................................................... 7 
Alvos dos Fármacos para DM2 ................................................................................................................. 7 
Fígado .........................................................................................................................................................................7 
Músculo esquelético ...................................................................................................................................................7 
Pâncreas .....................................................................................................................................................................7 
Intestino .....................................................................................................................................................................7 
Adipócito ....................................................................................................................................................................7 
Rins .............................................................................................................................................................................7 
Fármacos Antidiabéticos ......................................................................................................................... 7 
Secretagogos ..............................................................................................................................................................7 
Euglicemiantes (Sensibilizadores) ................................................................................................................................8 
Regulação da Secreção de Insulina .......................................................................................................... 8 
Sulfoniluréias .......................................................................................................................................... 8 
Página: 2 
@pedrojorgeantunes 
Fármacos ....................................................................................................................................................................9 
Efeitos Adversos .........................................................................................................................................................9 
Contraindicações ........................................................................................................................................................9 
Interações Medicamentosas .......................................................................................................................................9 
Meglitinidas............................................................................................................................................ 9 
Fármacos ....................................................................................................................................................................9 
Efeitos Adversos .........................................................................................................................................................9Contraindicações ........................................................................................................................................................9 
Incretinas ............................................................................................................................................... 9 
Análogos de GLP-1 ......................................................................................................................................................9 
Inibidores da DPP-4 ...................................................................................................................................................10 
Contraindicações ......................................................................................................................................................10 
Efeitos Adversos .......................................................................................................................................................10 
Interações Medicamentosas .....................................................................................................................................10 
Parte 4 – Fármacos Euglicemiantes (Sensibilizadores) ................................................................... 10 
Biguanidas ............................................................................................................................................ 10 
Fármacos ..................................................................................................................................................................10 
Efeitos Farmacológicos .............................................................................................................................................11 
Farmacocinética ........................................................................................................................................................11 
Efeitos Adversos .......................................................................................................................................................11 
Contraindicações ......................................................................................................................................................11 
Tiazolidinedionas (TZD) ......................................................................................................................... 11 
Fármacos ..................................................................................................................................................................11 
Efeitos Farmacológicos .............................................................................................................................................12 
Efeitos Adversos .......................................................................................................................................................12 
Contraindicações ......................................................................................................................................................12 
Inibidores da α-glicosidase .................................................................................................................... 12 
Fármacos ..................................................................................................................................................................12 
Efeitos Adversos .......................................................................................................................................................12 
Inibidores de SGLT2 .............................................................................................................................. 12 
Fármacos ..................................................................................................................................................................12 
Efeitos Adversos .......................................................................................................................................................13 
Contraindicações ......................................................................................................................................................13 
Fármacos Disponíveis no SUS ................................................................................................................ 13 
 
Página: 3 
@pedrojorgeantunes 
Parte 1 – Diabetes e Insulina 
Consequências do Diabetes Mellitus 
O diabetes mellitus é uma doença caracterizada pela hiperglicemia, que pode ser causada, tanto pela falta de 
secreção do hormônio insulina, quanto por problemas na ação do mesmo. As principais consequências dessa doença 
estão relacionadas a lesões em órgãos alvo, podendo provocar: 
• Neuropatia 
• Nefropatia 
• Retinopatia 
• Úlceras no pé (pé diabético) 
• Problemas cardiovasculares 
Diagnóstico do Diabetes Mellitus 
• Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl 
• Glicemia pós-prandial de 2h ≥ 200 mg/dl 
• Hemoglobina glicada ≥ 6,5% 
Lembrando que são necessários pelo menos dois testes repetidos para dar o diagnóstico de diabetes. 
Tipos de Diabetes Mellitus 
Tipo 1 (DM1) 
Doença autoimune secundária a uma inflamação viral, que acaba por destruir as células beta pancreáticas. O 
paciente com esse tipo de diabetes não produz insulina, sendo necessária insulinoterapia. Ela costuma se manifestar 
na infância, ou adolescência, e representa de 5-10% dos casos de diabetes. 
Tipo 2 (DM2) 
Doença caracterizada pela resistência insulínica, levando a um quadro de hiperglicemia. Ela se manifesta 
normalmente em pessoas com mais de 30 anos, e representa cerca de 90% dos casos de diabetes. 
Gestacional 
Diabetes desenvolvida durante a gestação, em mulheres que não eram previamente diabéticas. Acredita-se que 
esse tipo da doença ocorra devido a hormônios placentários que provocam resistência à insulina. O tratamento para 
esse tipo de diabetes pode, ou não, ser feito através de insulinoterapia. 
Outros Tipos 
Dentre os outros tipos possíveis de diabetes, que representam cerca de 1% dos casos, destacam-se: 
• Diabetes medicamentosa (ex: glicocorticoides) 
• Diabetes por lesão pancreática (pancreatite ou trauma na região) 
Diabetes e Covid-19 
O paciente diabético apresenta as seguintes condições fisiológicas que favorecem efeitos colaterais mais 
severos pelo SARS-Cov2: 
↑ Enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) – Serve como receptor para o coronavírus, facilitando a infecção; 
↓ Imunidade – Uma menor imunidade torna a infecção mais grave, uma vez que o corpo não é capaz de lidar 
com o vírus. 
Página: 4 
@pedrojorgeantunes 
Secreção de Insulina 
A secreção de insulina, em pessoas 
saudáveis, apresenta perfil bifásico, com um pico 
de insulina maior e quase instantâneo, assim que 
os níveis de glicose começam a subir, e outro pico 
mais brando, mas também bem mais duradouro, 
que dura alguns minutos, ou horas. 
Pacientes com DM2 apresentam um nível 
basal de insulina mais alto que o normal, devido à 
resistência à insulina, além de não apresentarem 
o pico de insulina rápido após a refeição, somente 
o demorado que vêm na sequência. Pacientes 
com DM1 apresentam secreção basal baixa, ou 
nula, e nenhum pico de insulina. 
Obs: Entende-se como período pós-
prandial o momento de até duas horas após uma 
refeição. 
Mecanismo de Secreção de Insulina 
1. Entrada de glicose na célula β através do transportador GLUT 2; 
2. Metabolismo da glicose pela via glicolítica, gerando ATP; 
3. Aumento na proporção ATP / ADP da célula; 
4. Fechamento dos canais de potássio (K+) ATP-dependentes; 
5. Despolarização da célula, pois a saída de potássio foi bloqueada; 
6. Abertura dos canais de cálcio (Ca+) voltagem-dependentes; 
7. Aumento da concentração de cálcio intracelular; 
8. Formação e liberação de vesículas contendo insulina, desencadeadas pelos íons de cálcio. 
Sinalização de Insulina 
Mecanismo de Sinalizaçãode Insulina 
1. Ligação da insulina ao receptor de insulina, presente na membrana celular; 
2. Fosforilação do receptor pela enzima tirosina-quinase, ativando-o; 
3. Ativação do substrato do receptor de insulina (IRS-1), também por fosforilação; 
4. Ativação da fosfatidilinositol-3-cinase (PI3K), ligada a expressão gênica; 
5. Fosforilação do PIP2 em PIP3, ativando o complexo AKT (segundo mensageiro); 
6. Ativação de proteínas citoplasmáticas transportadoras de vesículas; 
7. Transporte de vesículas ricas em transportadores de glicose para a membrana; 
8. Fusão das vesículas na membrana, expondo os transportadores de glicose, principalmente GLUT 4; 
9. Aumento da absorção de glicose na célula. 
Estado Pós-prandial 
Nas condições de estado pós-prandial, momento em que há o maior pico de insulina no organismo, observam-
se os seguintes processos metabólicos relacionados à glicose: 
1. Trato Gastrointestinal (TGI) – Absorção de glicose e outros nutrientes, que vão para o sangue. 
2. Ilhotas Pancreáticas – Secreção de insulina, que age em diversos tecidos. 
3. Cérebro – Absorção de glicose (acontece sem parar). 
4. Fígado – Absorção de glicose e formação de glicogênio. 
5. Tecido adiposo – Absorção de glicose e estocagem de lipídios. 
6. Músculo – Absorção de glicose. 
Figura 1: Gráfico da secreção de insulina em 
pacientes saudáveis e diabéticos. 
Página: 5 
@pedrojorgeantunes 
Parte 2 - Insulinoterapia 
Análogos da Insulina 
A insulina é um hormônio peptídico composto por duas cadeias (A e B). Através de alterações na cadeia 
peptídica da insulina humana, foram criados novos tipos de insulina, que podem apresentar ação mais rápida, ou mais 
lenta. 
Inulina Regular 
A insulina humana regular é produzida endogenamente, ou através de bactérias, utilizando a técnica de 
recombinação genética. Ela é administrada pela via parenteral subcutânea, sendo absorvida após cerca de 40 minutos 
e mantendo o nível plasmático de insulina durante algumas horas. 
A refeição deve ser feita no momento de absorção da insulina, ou seja, cerca de 40 minutos após sua 
administração, o que torna a adesão do paciente mais difícil. 
Insulinas de Ação Rápida 
• Insulina lispro 
• Insulina glulisina 
• Insulina aspart 
Insulinas de ação rápida são absorvidas em cerca de 15 minutos, o que torna mais fácil a adesão do paciente, já 
que ele não precisará esperar tanto para fazer sua refeição. O intuito das insulinas de ação rápida é de substituir o 
pico de insulina natural gerado após uma refeição, o que dura alguns minutos. 
Insulinas de Ação Lenta 
• Insulina detemir 
• Insulina glargina 
• Insulina degludec 
As insulinas de ação lenta são absorvidas bem mais devagar que a insulina normal, e por isso elas são utilizadas 
para manter um nível basal de insulina no organismo. 
Insulina NPH 
A insulina NPH é uma insulina de absorção lenta que consiste na insulina regular, associada com uma proteína 
animal. Seu uso não é muito favorável, pois apresenta risco antigênico, além de gerar um pico de insulina tardio, cerca 
de 6-10 horas após sua administração, enquanto as outras insulinas de absorção lenta não geram pico algum. 
Um pico de insulina tardio é uma desvantagem pois, caso o paciente não se alimente durante o pico, irá sofrer 
uma hipoglicemia, situação que acontece principalmente durante a noite, já que o paciente não vai comer dormindo, 
então acaba tendo uma hipoglicemia noturna, que pode matar. 
Além disso, essa insulina precisa de duas administrações diárias, enquanto a maioria das insulinas de ação lenta 
necessitam de uma só. 
Velocidade da Insulina 
A insulina regular se apresenta na forma de hexâmeros, ou seja, seis moléculas de insulina ligadas formando um 
complexo. Esse complexo não é capaz de atravessar a barreira dos capilares, e por isso ele se dissocia, primeiro em 
dímeros e depois em monômeros, possibilitando sua absorção. Apenas a forma monomérica (uma molécula de 
insulina) é capaz de atravessar a barreira dos capilares e interagir com os receptores de insulina. 
As insulinas de ação rápida, como a insulina lispro, possuem menos tendência em se associar, já se apresentando 
na forma monomérica, o que acelera sua absorção. 
Página: 6 
@pedrojorgeantunes 
Insulina Endógena 
Secreção na veia porta = 50-100 uU/ml 
Concentração na circulação = 12 uU/ml 
Tempo de meia-vida = 5 minutos 
Metabolismo: Hepático, renal e muscular (muscular em menor quantidade) 
Formulação farmacêutica = 100 ul/ml –via intramuscular 
Insulinas Combinadas 
Os análogos de insulina podem ser administrados de forma combinada, o que substitui os dois momentos 
necessários de insulina durante o dia: o pico após a refeição (insulina rápida) e o nível basal (insulina lenta). A 
formulação das insulinas combinadas é de 25-50% de insulina rápida, com 50-75% de insulina lenta. 
Obs: Existe um tipo de insulina inalatória, chamada de insulina afrezza, que pode ser administrada após a 
refeição, substituindo uma dose de insulina rápida, já que a absorção pela via inalatória também é rápida. 
Obs: Em caso de emergência, a insulina preferencial é a regular, através da via intravenosa. 
Obs: A insulina glargina não deve ser administrada junto com outras insulinas, pois ela é estável em pH ácido, 
enquanto que as outras insulinas devem ficar em solução tampão neutro. 
Vias de Administração 
A insulina pode ser administrada através de: 
Seringa – Modo tradicional, injetando o hormônio na barriga, pela via subcutânea. 
Caneta – Similar a seringa, mas com administração mais fácil. 
Bomba de infusão – Dispositivo automático de liberação de 
insulina. É a opção mais moderna, mas também a mais cara. 
Inalação – Controla apenas a glicemia pós-prandial, não 
substituindo insulinas de longa duração. Não é recomendada para 
pacientes fumantes, ou com menos de 18 anos. 
Obs: Além da insulinoterapia, é importante o monitoramento da 
glicemia, principalmente antes de administrar a insulina. Estudos afirmam 
que mais da metade dos diabéticos não checa a glicemia., o que é um 
grande problema, facilitando casos de hiper, ou hipoglicemia, 
Características da Insulinoterapia 
Indicações Clínicas 
• DM1 
• DM gestacional 
• DM2, em pacientes que possuem a doença há muito tempo 
• Coma diabético (pela via IV) 
• Cirurgia em diabéticos 
Efeitos Colaterais 
• Hipoglicemia (neuroglicopenia = falta de açúcar no cérebro) 
• Lipodistrofia insulínica (atrofia ou hipertrofia do tecido adiposo no local de aplicação) 
Figura 2: Gráfico de liberação de insulina 
pela bomba de infusão automática. 
Página: 7 
@pedrojorgeantunes 
Parte 3 – Fármacos Secretagogos de Insulina 
Defeitos Metabólicos 
A DM2 trás defeitos metabólicos em diferentes órgãos, como: 
• Pâncreas – Secreção de insulina alterada, maior inicialmente, mas menor posteriormente. 
• Fígado – Produção hepática de glicose aumentada 
• Tecido muscular e adiposo – Captação de glicose diminuída 
DM2 e Obesidade 
A obesidade está relacionada com o diabetes pelo aumento do tamanho dos adipócitos. O tecido adiposo 
pequeno, ou normal, tem uma maior concentração de macrófagos residentes de característica anti-inflamatória (M1), 
enquanto que o tecido adiposo grande, característico da obesidade crônica, possui mais macrófagos com característica 
pró-inflamatória (M2). 
As citocinas liberadas pelos macrófagos pró-inflamatórios (TNF-α), junto com a maior quantidade de lipídeos no 
sangue, devido ao acúmulo de gordura, provocam uma inativação da cascata de sinalização da insulina e, 
consequentemente, a resistência insulínica. 
Alvos dos Fármacos para DM2 
Fígado 
Biguanidas (Metformina) – Inibem a produção de glicose, além de diminuir o acúmulo de VLDL no fígado. 
Músculo esquelético 
Glitazonas – Aumenta a captação de glicose nos músculos. 
Pâncreas 
Fármacos secretagogos (Sulfoniluréias, Meglitinidas e Incretinas) – Aumentam a produção de insulina. 
Intestino 
Inibidores da alfa-glicosidase (Acarbose) – Inibem a absorção de glicose pelo TGI.Adipócito 
Glitazonas – Aumenta a sensibilidade à insulina nos adipócitos. 
Rins 
SGLT2 – Diminui a reabsorção renal de glicose. 
Fármacos Antidiabéticos 
Secretagogos 
Fármacos que aumentam a secreção se insulina pelo pâncreas. Alguns exemplos são: 
• Sulfoniluréias 
• Meglitinidas 
• Incretinas 
Todos os secretagogos de insulina são normalmente administrados por via oral, com as incretinas podendo ser 
administradas pela via intravenosa também. Todos eles são contraindicados em mulheres grávidas. 
Página: 8 
@pedrojorgeantunes 
Euglicemiantes (Sensibilizadores) 
Fármacos que atuam em outros tecidos fora do pâncreas, no intuito de normalizar a glicemia. Esse grupo inclui: 
• Biguanidas 
• Tiazolidinedionas 
• Inibidores da alfa-glicosidase 
• Análogo da amilina 
Assim como os fármacos secretagogos de insulina, os euglicemiantes são administrados todos pela via oral e 
não devem ser utilizados em grávidas. 
Regulação da Secreção de Insulina 
As sulfoniluréias e as meglitinidas atuam nos canais de potássio das células beta pancreáticas, fechando os 
canais e gerando uma despolarização na célula, o que induz a secreção de insulina. Enquanto isso, as incretinas agem 
sobre os receptores de incretina, aumentando a produção de AMPc, o que ativa a proteína cinase A (PKA), aumentando 
a ligação das vesículas de insulina na parede celular, o que aumenta a secreção de insulina. 
Sulfoniluréias e meglitinidas têm mais chance de causar hipoglicemia do que as incretinas, pois induzem a 
liberação de insulina de forma independente da concentração de glicose nas células beta. As incretinas, por outro 
lado, só amplificam a sinalização da glicose, aumentando a liberação de vesículas de insulina. Desse modo, as incretinas 
são a opção mais segura dentre os fármacos secretagogos de insulina. 
 
Sulfoniluréias 
Principal classe de fármacos inibidores dos canais de potássio das células beta pancreáticas. 
Figura 3: Locais de ação dos fármacos secretagogos de insulina. 
Página: 9 
@pedrojorgeantunes 
Fármacos 
• Clorpropamida (1ª geração) 
• Glibenclamida/Gliburida (2ª geração) 
• Glimepirida 
• Glipizida 
Os sulfoniluréias de segunda geração são mais potentes, então são preferíveis por necessitar de uma dose mais 
baixa para gerar efeito farmacológico, além de possuir um tempo de duração de efeito maior, sendo necessária 
somente uma dose diária do medicamento. 
Efeitos Adversos 
• Hipoglicemia – overdose por sulfoniluréias 
• Alergia – grupo sulfonil tem costume de causar alergia 
Contraindicações 
• Obesidade – sulfoniluréias aumentam o apetite 
• Doenças cardiovasculares (2ª geração) – presença de canais de potássio ATP dependentes no coração 
• Idosos (1ª geração) 
• Grávidas e lactantes 
• Insuficiência renal 
Interações Medicamentosas 
Fármacos que potencializam a hipoglicemia – Ex: bloqueadores β-adrenérgicos ou álcool 
Meglitinidas 
Classe de fármacos conhecidos também como “não sulfoniluréias”, que também inibem os canais de potássio 
das células beta pancreáticas. 
Fármacos 
• Nateglinida 
• Repaglinida 
A farmacocinética das meglitinidas é bem diferente das sulfoniluréias, sendo a duração de seus efeitos ente 2 e 
4 horas. Por esse motivo, esse grupo de fármacos é utilizado principalmente no controle da glicemia pós-prandial, 
devendo ser administrados cerca de uma hora antes da refeição. 
Efeitos Adversos 
• Hipoglicemia 
Contraindicações 
• Insuficiência renal 
• Insuficiência hepática 
• Grávidas e lactantes 
Incretinas 
Análogos de GLP-1 
O GLP-1 é uma das principais incretinas naturais do organismo, sendo responsável por aumentar a produção de 
AMPc nas células beta, aumentando a secreção de insulina. Os análogos de GLP-1 são moléculas que simulam a ação 
dessa incretina. 
Fármacos: 
• Exenatida 
• Liraglutida 
Página: 10 
@pedrojorgeantunes 
• Lixisenatida 
• Albiglutida 
• Dulaglutida 
Efeitos metabólicos: 
• Aumento da secreção de insulina 
• Melhora no funcionamento e na sobrevida das células beta 
• Aumento na cardioproteção 
Vias de administração: 
Subcutânea, sendo necessária refrigeração do medicamento para armazenamento. 
Obs: Fármaco de alto custo. 
Inibidores da DPP-4 
DPP-4 é a principal enzima responsável pela degradação das incretinas endógenas, desse modo, se essa enzima 
for inibida, haverá uma maior concentração de incretinas ativas no organismo, aumentando a secreção de insulina. 
Fármacos: 
• Sitagliptina 
• Vidagliptina 
Vias de administração: 
Oral, sendo a mais aderida pelos pacientes. 
Contraindicações 
• Grávidas e lactantes 
• Doença renal 
Efeitos Adversos 
• Náusea 
• Dor abdominal 
• Redução da função renal 
Interações Medicamentosas 
Diversos fármacos orais, pois as incretinas causam lentificação do esvaziamento gástrico. 
Parte 4 – Fármacos Euglicemiantes (Sensibilizadores) 
Biguanidas 
Fármacos derivados da molécula de biguanida, que é extraída da planta Galega officinalis, cujo extrato é 
comumente utilizado na medicina popular. As biguanidas possuem efeito euglicemiante através da ativação da enzima 
AMPK, no fígado. 
Fármacos 
• Metformina (principal fármaco euglicemiante do mercado) 
• Fenformina (não é mais utilizado, por efeitos adversos) 
• Bufomina 
As biguanidas, mais especificamente a metformina, entra nos hepatócitos, inibindo a produção de ATP, o que 
aumenta a concentração de AMP intracelular, ativando a enzima AMPK. 
Os efeitos intracelulares da AMPK incluem: 
• Aumento na atividade dos receptores de insulina; 
Página: 11 
@pedrojorgeantunes 
• Aumento no transporte glicose; 
• Redução da síntese de ácidos graxos e glicose. 
Além disso, o aumento na concentração de AMP da célula leva a uma 
inibição dos receptores de glucagon, o que inibe o processo de gliconeogênese 
hepática, reduzindo a glicemia. 
Efeitos Farmacológicos 
• Redução da gliconeogênese hepática 
• Redução da lipogênese hepática 
• Redução da absorção intestinal de glicose 
• Estímulo da captação e da glicólise tecidual (GLUT4) 
• Inibição da sinalização de glucagon 
• Redução do apetite (em alguns casos) 
Farmacocinética 
Boa absorção oral, sendo utilizado por via oral mesmo. 
Eliminação pela via renal, o que exige uma alteração na dose para 
pacientes nefropatas. 
Efeitos Adversos 
• Náusea (reduz se o fármaco for administrado com alimento) 
• Acidose lática (acúmulo de ácido lático) 
Obs: A acidose lática é causada em casos de overdose de metformina, aumentando a produção de lactato pelos 
músculos e de corpos cetônicos pelo fígado e tecido adiposo. 
Contraindicações 
• Insuficiência renal 
• Alcoolismo 
• Doença hepática (↑ risco de acidose lática) 
• Disfunção cardiopulmonar (↑ risco de acidose lática) 
• Grávidas e lactantes 
• Pacientes que irão fazer exames de imagem 
 Obs: Estudos clínicos vêm estudando a possibilidade do uso de metformina para mulheres grávidas, visto que 
o uso de insulina muitas vezes trás quadros graves de hipoglicemia. 
Obs: A metformina pode ser utilizada em pacientes obesos, em crianças e em mulheres com ovário policístico. 
Tiazolidinedionas (TZD) 
Também são chamadas de glitazonas. As TZD atuam como ligantes sintéticos dos receptores PPAR-γ, envolvidos 
na regulação de genes responsivos à insulina. 
Fármacos 
• Pioglitazona (único fármaco de destaque do grupo) 
As TZD agem nos receptores intracelulares PPAR-γ, envolvidos na transcrição de genes responsivos a insulina, 
que trazem como efeitos: 
• Aumento da captação de glicose (maior expressão de GLUT 4) 
• Diminuição dos ácidos graxos circulantes (maior expressão de lipoproteína lipase) 
Figura 4: Molécula de biguanida. 
Figura 5: Molécula de metformina. 
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@pedrojorgeantunes 
Efeitos Farmacológicos 
1. Tecido Adiposo 
• ↑ Captação de glicose 
• ↑ Captação de ácidos graxos 
• ↑ Lipogênese 
2. Músculo Esquelético 
• ↑ Captação de glicose 
• ↑ Glicólise 
• ↑ Glicogênese 
3. Fígado 
• ↓ Gliconeogênese 
• ↓ Glicogenólise 
• ↑ Captação deglicose 
• ↑ Lipogênese 
Efeitos Adversos 
• Ganho de peso 
• Edema 
• Fratura óssea 
• Hepatotoxicidade 
• Risco cardiovascular (Rosiglitazona – TZD que não está mais no mercado) 
Contraindicações 
• Crianças 
• Grávidas e lactantes 
• Insuficiência cardíaca 
Inibidores da α-glicosidase 
A alfa-glicosidase é responsável pela quebra de polissacarídeos em monossacarídeos, possibilitando a absorção 
de glicose. Sua inibição, portanto, inibe a absorção de glicose pelo trato gastrointestinal (TGI). 
Fármacos 
• Acarbose 
• Miglitol 
Obs: Os inibidores da alfa-glicosidase servem apenas para o controle da glicemia pós-prandial, devendo sempre 
estar associados com outros fármacos para o tratamento da diabetes em si. 
Efeitos Adversos 
• Flatulência 
• Diarreia osmótica 
• Hepatotoxicidade 
• Hipersensibilidade 
Inibidores de SGLT2 
O cotransportador de sódio e glicose SGLT2 é o principal mecanismo de reabsorção renal de glicose. Portanto, 
a inibição desse cotransportador aumenta a concentração de glicose na urina, diminuindo a glicemia sanguínea. 
Fármacos 
• Canagliflozina 
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@pedrojorgeantunes 
Efeitos Adversos 
• Infecções fúngicas genitais 
• Infecções do trato urinário 
• Desidratação 
• Aumento do LDL 
Contraindicações 
• Idosos 
• Insuficiência renal 
• Insuficiência hepática 
• Grávidas e lactantes 
Análogos de Amilina 
Amilina é um polipeptídio presente nos grânulos secretores de insulina, sendo liberada junto com o hormônio. 
As ações metabólicas da amilina incluem... e inibição da secreção de glucagon, sendo essa sua principal função. A 
pranlintida, que é o único representante desse grupo, é utilizado nos EUA, mas ainda não foi aprovado no Brasil. 
Fármacos 
• Pranlintida 
Efeitos Adversos 
Contraindicações 
Fármacos Disponíveis no SUS 
Glibenclamida – Comprimido de 5mg 
Insulina NPH – Suspensão injetável de 100 Ul/ml 
Insulina Regular – Solução injetável de 100 Ul/ml 
Cloridrato de metformina – Comprimido de 500mg e 850mg 
Obs: Todo fármaco de natureza peptídica deve ser mantido refrigerado, o que inclui todos os tipos de insulina.

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