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Página: 1 @pedrojorgeantunes Farmacologia 2: Anti-inflamatórios Sumário Parte 1 – Anti-inflamatórios Esteroidais (Glicocorticoides) .............................................................. 2 Cortisol ................................................................................................................................................... 2 Produção do Hormônio ...............................................................................................................................................2 Funções Fisiológicas ....................................................................................................................................................2 Distúrbios de secreção ................................................................................................................................................2 Anti-inflamatório .................................................................................................................................... 2 Inflamação ..................................................................................................................................................................2 Dor..............................................................................................................................................................................3 Cascata de Ácido Araquidônico ...................................................................................................................................3 Parte 2 – Ação dos Glicocorticoides ................................................................................................. 3 Sinalização Celular dos Glicocorticoides ................................................................................................... 3 Mecanismo de Sinalização ..........................................................................................................................................3 Consequências da Sinalização .....................................................................................................................................4 Resposta Imunológica ............................................................................................................................. 4 Imunidade Inata ..........................................................................................................................................................4 Imunidade Adaptativa .................................................................................................................................................4 Glicocorticoides ..........................................................................................................................................................4 Glicocorticoides e Covid-19 .........................................................................................................................................4 Propriedades Negativas dos Glicocorticoides ........................................................................................... 4 Parte 3 – Fármacos Glicocorticoides ................................................................................................ 5 Fármacos ................................................................................................................................................ 5 Cortisol (Hidrocortisona) .............................................................................................................................................5 Dexametasona ............................................................................................................................................................5 Metilprednisolona.......................................................................................................................................................5 Outros Fármacos .........................................................................................................................................................5 Características do Grupo ......................................................................................................................... 6 Vias de Administração .................................................................................................................................................6 Usos Clínicos ...............................................................................................................................................................6 Efeitos Adversos .........................................................................................................................................................6 Contraindicações ........................................................................................................................................................6 Parte 4 – Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINES) ...................................................................... 6 Cicloxigenases ........................................................................................................................................ 6 COX-1 ..........................................................................................................................................................................6 COX-2 ..........................................................................................................................................................................7 Cascata do Ácido Araquidônico ............................................................................................................... 7 AINES Não-seletivos (Salicilatos) ............................................................................................................. 7 Fármacos ....................................................................................................................................................................7 Outros AINES Não-seletivos .................................................................................................................... 7 Fármacos derivados do ácido fenil-propanoico ...........................................................................................................7 Fármacos derivados do ácido fenilacético ...................................................................................................................7 Fármacos com maior afinidade pela COX-2 .............................................................................................. 8 Fármacos ....................................................................................................................................................................8 Analgésicos e Antitérmicos ..................................................................................................................... 8 Fármacos ....................................................................................................................................................................8 Página: 2 @pedrojorgeantunes Parte 5 – Características dos AINES ................................................................................................. 8 Farmacocinética...................................................................................................................................... 8 Vias de Administração .................................................................................................................................................8 Características Farmacocinéticas.................................................................................................................................8 Usos Clínicos ........................................................................................................................................... 9 Efeitos Adversos .....................................................................................................................................9 Contraindicações .................................................................................................................................... 9 Interações Medicamentosas.................................................................................................................... 9 Parte 1 – Anti-inflamatórios Esteroidais (Glicocorticoides) Cortisol Hormônio produzido pelo córtex da adrenal (suprarrenal), que é a base para os anti-inflamatórios esteroidais. Produção do Hormônio (Estresse, medo dor, hipoglicemia, hemorragia ou infecção) -> Hipotálamo (Produz: CRH) -> Hipófise (Produz: ACTH) -> Córtex da Adrenal (Produz: Cortisol) O cortisol, assim como vários outros hormônios, é capaz de se autoregular, gerando um feedback negativo de alça curta, agindo na hipófise, e de alça longa, agindo no hipotálamo. O cortisol é um hormônio que segue o chamado ritmo circadiano, ou seja, suas taxas variam durante o dia, sendo mais altas durante a manhã, devido ao estímulo pela luz ao acordar. Funções Fisiológicas • Aumento da glicemia (dessensibilização dos receptores de insulina); • Retenção de sódio (Na+) (atuação sobre os receptores de aldosterona, como agonista); • Anti-inflamatório e imunossupressor. Distúrbios de secreção • Síndrome de Addison (Cortisol ↓) • Síndrome de Cushing (Cortisol ↑) Anti-inflamatório Inflamação Os sintomas de uma inflamação incluem: • Calor (febre) • Rubor (vermelhidão) • Inchaço (edema) • Dor • Perda da função local A inflamação é uma situação onde o organismo reage a algum fator estranho, como: • Infecções • Doenças autoimunes • Lesões Processos inflamatórios são sempre mais evidentes na parte venosa do que na arterial, uma vez que o fluxo sanguíneo nas veias é mais lento, facilitando a aderência de leucócitos secretores de histamina no local. Página: 3 @pedrojorgeantunes Os monócitos e linfócito se ligam às paredes do endotélio vascular através de moléculas de adesão (ex: selectina e ICAM-1), que são expressas pelo endotélio em resposta à estímulos pró-inflamatórios. Após se aderirem ao endotélio, as células do sistema imune se desprendem e rolam pelo vaso, até achar uma brecha para que saiam. Ao sair do vaso, os monócitos se tornam macrófagos, e passam a agir nos tecidos vizinhos ao vaso, liberando citocinas pró-inflamatórias, como: IL-1Β , IL-6 e TNF-α. (IL = Interleucina) Dor Segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), a dor se caracteriza como “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano real ou potencial dos tecidos”. A dor é subjetiva, então não dá para medir a dor de um indivíduo com precisão, até poque ela depende muito de fatores emocionais e fisiológicos próprios de cada um. Existem dois tipos de dor física: a dor neurogênica, gerada a partir de uma lesão nas vias de transmissão da dor, e a dor nociceptiva, gerada a partir da ativação dos receptores nociceptivos. O tratamento farmacológico foca principalmente na dor nociceptiva, gerando efeito analgésico. (Perturbação física, química ou térmica) -> Neurônios Nociceptivos (Neurônio de 1ª ordem) -> Neurônio da medula espinhal (Neurônio de 2ª ordem) -> Córtex somatossensorial (SNC) Os neurônios nociceptivos possuem fibras nervosas mielinizadas (fibras ...), que enviam a sensação de dor rápida, além de possuir fibras nervosas não mielinizadas (fibras ...), responsáveis pela sensação de dor lenta duradouras. Alguns dos ligantes endógenos responsáveis por mediar a sensação de dor são: • Ácidos graxos • Bradicinina • Histamina • Prostaglandinas • Potássio (K+) • Prótons (H+) Cascata de Ácido Araquidônico Em resposta a alguma injúria ao organismo, a enzima fosfolipase A2 (PLA2) é ativada, clivando da membrana celular o ácido graxo de 20 carbonos conhecido como ácido araquidônico (AA). Dependendo do tipo celular, o AA irá entrar em diferentes vias, podendo ser convertido pelas lipoxigenases (LOX), gerando leucotrienos, ou pelas cicloxigenases (COX), gerando prostaglandinas e prostaciclinas. Fosfolipase A2 (Produz: AA) -> COX-2 (Produz: PGE2, uma prostaglandina) -> Neurônio Nociceptivo (Sensibilização do neurônio) O mecanismo de ação de diversos fármacos analgésicos foca em inibir a produção de prostaglandinas, evitando assim a cascata de sinalização da dor. Obs: A via das LOX também possui efeito pró-inflamatório, uma vez que os leucotrienos: LTA1, LTcys, LTC4, LTD4 e LTE4 são moléculas pró-inflamatórias, responsáveis, principalmente, por causar broncoconstricção. Parte 2 – Ação dos Glicocorticoides Sinalização Celular dos Glicocorticoides Mecanismo de Sinalização 1. O glicocorticoide é carreado para o interior da célula através de proteínas transportadoras (CBG); 2. Dentro da célula, o hormônio se liga ao receptor intracelular de glicocorticoides (GR); 3. Esse receptor então se transloca para o núcleo, onde se dimeriza, tornando possível sua interação com os elementos responsivos aos glicocorticoides (GRE); 4. Por fim, os GRE modulam a transcrição gênica, modificando o funcionamento celular. Página: 4 @pedrojorgeantunes Consequências da Sinalização ↑ Expressão de proteínas anti-inflamatórias (ex: IK-B e anexina-1) ↓ Expressão de citocinas pró-inflamatórias (ex: IL-1Β e TNF-α) ↓ Expressão de ciclo-oxigenases (ex: COX-2) ↓ Expressão de moléculas de adesão endotelial ↓ Expressão de CRH e ACTH, responsáveis por estimular a secreção de cortisol Resposta Imunológica Imunidade Inata Fatores moleculares associados a patógenos (PAMPs) -> Macrófagos (Produz: IL-1, IL6 e TNF) -> COX-2 (Produz: PGE2) -> Vasodilatação, dor e febre (Imunidade inata) Imunidade Adaptativa PAMPs -> Macrófagos (Produz: IL-1, IL6 e TNF) -> Células T (Produz: Th1 e Th2) -> Proliferação de Células B (Produz: Anticorpos) -> Neutralização do antígeno (Imunidade adaptativa) Glicocorticoides Os glicocorticoides inibem tanto a resposta imunológica inata, quanto a adaptativa, uma vez que seu efeito imunossupressor interrompe os seguintes processos: • Produção de citocinas pró-inflamatórias pelos macrófagos • Formação de PGE2, pela enzima COX-2 • Produção de Th1 e Th2 pelas células T Obs: Os glicocorticoides diminuem a ação e a quantidade de várias células do sistema imunológico, o que inclui: • Linfócitos (↓ Produção de Th1) • Basófilos (↓ Produção de histamina) • Monócitos (↓ Produção de citocinas) Glicocorticoides e Covid-19 Os principais problemas fatais da covid-19 são danos pulmonares e renais, em decorrência da reação imunológica exacerbada em resposta ao SARS-Cov2. Essa resposta imunológica indesejada ocorre devida a tempestade de citocinas pró-inflamatórias produzidas pelo organismo, sendo a IL-6 uma das principais dentre elas. É a partir desse raciocínio que estão utilizando atualmente glicocorticoides para o tratamento de pacientes graves com a covid-19, uma vez que a imunossupressão promovida por esses fármacos irá diminuir a tempestade de citocinas, retardando os danos pulmonares e renais. É importante se atentar ao fato de que glicocorticoides só devem ser utilizados em casos graves da doença, pois seu uso no começo da infecção pelo vírus só piorará a situação, já que irá impedir o organismo de lutar contra o vírus, facilitando sua proliferação. Propriedades Negativas dos Glicocorticoides • Aumento da glicemia e de ácidos graxos livres (efeito diabetogênico) • Obesidade visceral • Osteopenia e osteoporose • Atrofia muscular • Hipertensão • Redução na produção de hormônios sexuais e do crescimento • Redução da produção de cortisol (glicocorticoide endógeno) Página: 5 @pedrojorgeantunes Parte 3 – Fármacos Glicocorticoides Fármacos Todos os fármacos glicocorticoides têm estrutura bem similar, contendo sempre os quatro anéis característicos do núcleo esteroidal. Cortisol (Hidrocortisona) Ação anti-inflamatória: 1 Capacidade de gerar efeitos adversos: 1 Retençãode sódio: 1 T ½ vida biológica: 8-12 horas Conclusão: Efeito anti-inflamatório muito baixo, sendo necessárias doses muito altas para ter o efeito desejado, além de ser o que mais gera retenção de sódio do grupo, o que não é desejado em uma inflamação. Por esses motivos, não costuma ter uso clínico como anti-inflamatório. Dexametasona Ação anti-inflamatória: 26 Capacidade de gerar efeitos adversos: 17 Retenção de sódio: 0 T ½ vida biológica: 24-72 horas Conclusão: Efeito anti-inflamatório bem acentuado, sendo útil em situações agudas. Seus efeitos adversos também são acentuados, caso o fármaco seja utilizado com frequência, por isso seu uso não deve ser constante. Esse fármaco vem sendo utilizado em pacientes graves com covid- 19, devido a seu forte efeito imunossupressor. Por ser consideravelmente tóxica se utilizada de forma sistêmica, a dexametasona é comumente comercializada em formulações de uso tópico, como pomadas ou colírios. Metilprednisolona Ação anti-inflamatória: 6,2 Capacidade de gerar efeitos adversos: 4 Retenção de sódio: 0,5 T ½ vida biológica: 12-36 horas Conclusão: A metilpredinosolona, e os outro glicocorticoides de potência média, são a principal escolha para tratamentos de imunossupressão de longo prazo, uma vez que sua ação terapêutica é considerável, enquanto seus efeitos adversos não sejam tão intensos, como o da dexametasona, embora ainda existam efeitos adversos evidentes. Outros Fármacos • Cortisona (fora do mercado, devido a seus efeitos colaterais) • Prednisolona (potência média – uso oral) • Triamcinolona (potência média – uso tópico e inalatório) • Budesonida (potência média – uso inalatório) Figura 1: Molécula de cortisol. Figura 2: Molécula de dexametasona. Figura 3: Molécula de metilpredinosolona. Página: 6 @pedrojorgeantunes Características do Grupo Vias de Administração • Oral • Parenteral (IM ou IV) • Tópica (pomadas, colírios e descongestionantes) • Inalatória - Asma • Intra-articular – Inflamações na articulação Usos Clínicos • Reposição hormonal (Cortisol natural) • Reações alérgicas – Dermatite de contato, rinite, urticária, conjuntivite alérgica e asma. • Distúrbios otológicos – Otite • Distúrbios autoimunes – Anemia hemolítica e lúpus • Distúrbios reumáticos – Artrite reumatoide e bursite • Transplante de órgãos – Prevenção de choque anafilático • Recém nascidos – Ação surfactante • Neoplasias – Ação antiemética (ex: Dexametasona) Efeitos Adversos • Distúrbios eletrolíticos • Hiperglicemia e glicosúria • Risco de infecções oportunistas • Osteoporose ou necrose da cabeça do fêmur • Miopatia esteroidal (atrofia muscular) • Catarata • Redução do crescimento • Deficiência de cortisol aguda (caso o tratamento com corticoides pare de forma abrupta) • Síndrome de budeing iatrogênica Contraindicações • Hipertensão arterial • Diabetes mellitus • Osteoporose • Hipocalemia • Infecções em estado inicial • Catarata • Glaucoma • Cirurgia eletiva Parte 4 – Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINES) Cicloxigenases OS AINES são anti-inflamatórios menos potentes, mas que trazem bem menos efeitos adversos, sendo utilizados na maioria das inflamações leves. Seu mecanismo de ação consiste na inibição das enzimas cicloxigenases, impedindo a cascata de sinalização da inflamação, dor e febre. COX-1 É considerada a cicloxigenase constitutiva, por ser responsável pela produção basal de prostanoides. Essa enzima é expressa na maioria dos tecidos, mas principalmente pelas plaquetas e pela mucosa gástrica. Sua ação inclui induzir processos como: Página: 7 @pedrojorgeantunes ↑ Agregação plaquetária (tromboxano A2 plaquetário – TXA2) ↑ Vasoconstricção (tromboxano A2 plaquetário – TXA2) ↓ Secreção de ácido gástrico ↑ Secreção de muco protetor gástrico COX-2 É considerada a cicloxigenase induzida, por ser ativada apenas durante processos inflamatórios. Essa enzima é responsável pela produção das principais citocinas pró-inflamatórias do organismo, como: LPS, IL-1 e IL-6. Sua ação no organismo gera os seguintes efeitos: ↓ Agregação plaquetária (prostaciclinas endoteliais – PGI2) ↑ Vasodilatação (prostaciclinas endoteliais – PGI2) ↑ Retenção de sódio e líquido ↑ Contração muscular uterina Cascata do Ácido Araquidônico O ácido araquidônico, após ser convertido em prostaglandinas pelas cicloxigenases (COX), é convertido em outras moléculas através de enzimas isomerases, dependendo do tecido em que a reação esteja ocorrendo e do tipo de isomerase envolvida. Essas moléculas finais da cascata podem se: • TXA2 – Vasoconstricção e agregação plaquetária • PGE2 – Vasodilatação, edema, dor e febre • PGD2 – Produzida pelos mastócitos em processos alérgicos • PGI2 – Vasodilatação e redução da agregação plaquetária • PGF2α – Contração uterina (cólica menstrual e trabalho de parto) AINES Não-seletivos (Salicilatos) Fármacos • Ácido salicílico • Ácido acetilsalicílico (AAS) • Metil salicilato Obs: O AAS possui maior afinidade pela inibição da COX-1, o que, em doses baixas, provoca efeito anticoagulante, devido a inibição da agregação plaquetária. Por esse motivo, a aspirina de até 100mg é utilizada como anticoagulante, enquanto que a de 500mg ou mais é utilizada como analgésico/anti-inflamatório. Obs: A ação do AAS é de caráter irreversível, o que inibe fortemente a produção de PGE2, caso o fármaco seja administrado em doses altas. Além disso, essa inibição da produção de PGE2 aumenta a síntese de lipoxina-A4, que possui ação anti-inflamatória. Outros AINES Não-seletivos Fármacos derivados do ácido fenil-propanoico • Ibuprofeno • Cetoprofeno • Flurbiprofeno Fármacos derivados do ácido fenilacético • Diclofenaco • Aceclofenaco Página: 8 @pedrojorgeantunes Fármacos com maior afinidade pela COX-2 A inibição da enzima COX-2, que é responsável por diminuir a agregação plaquetária, provoca risco de tromboembolismo, o que é um efeito colateral bem grave. Por outro lado, o dano gástrico dos AINES com afinidade pela COX-2 é menor. Fármacos • Nimesulida • Celecoxibe (deve ser utilizado com retenção de receita) • Etoricoxibe (deve ser utilizado com retenção de receita) • Rofecoxibe (foi tirado do mercado, por problemas vasculares graves) Analgésicos e Antitérmicos Fármacos que possuem efeito analgésico e antipirético, mas sem efeito anti-inflamatório, uma vez que não inibem a enzima COX-2. Fármacos • Paracetamol (acetaminofeno) • Dipirona Obs: A dipirona e outros fármacos similares a ela podem provocar agranulocitose (ou granulocitopenia), que é uma redução dos níveis séricos de leucócitos, basófilos e eosinófilos. Obs: Os mecanismos de ação do paracetamol e da dipirona ainda não são claros, mas sabe-se que o paracetamol inibe os canais de sódio TRPV1, enquanto a dipirona ativa canais de potássio nas fibras nociceptivas. Obs: O paracetamol pode ser metabolizado por conjugação ou oxidação. Por conjugação, que é a forma majoritária, não há problema algum. No entanto, na oxidação, o metabólito formado é tóxico, por ter tendência a se ligar com macromoléculas, gerando dano celular. Esse metabólito do paracetamol pode ser hepatotóxico em caso de overdose. Caso haja uma overdose do medicamento, o paciente deve ser tratado com acetilcisteína, para gerar a molécula de glutationa, que é capaz de se conjugar com a molécula tóxica, evitando lesão hepática. Parte 5 – Características dos AINES Farmacocinética Vias de Administração • Oral (comprimido, cápsula, granulado, xarope e solução) • Retal • Sublingual • Tópica • Parenteral (intramuscular e intravenosa) Características Farmacocinéticas • Boa absorção oral • Alta ligação às proteínas plasmáticas • Metabolização hepática • Excreção na urina, bile e fezes • Tempo de meia vida variável • São encontrados no fluído sinovial, após doses repetidas Página: 9 @pedrojorgeantunesUsos Clínicos • Antipirético • Anti-inflamatório • Analgésico • Antiplaquetário (AAS em doses baixas) • Relaxante muscular (em associação com analgésicos opioides) • Tratamento para artrite reumatoide e osteoartrite Efeitos Adversos • Distúrbios gastrointestinais (náusea, vômito, diarreia e úlcera) • Hipersensibilidade (se a pessoa for alérgica a algum AINE, será a todos da classe) • Sangramento (inibição da COX-1) • Tromboembolismo (inibição da COX-2) • Hepatotoxicidade (paracetamol) • Nefrotoxicidade (AINES e paracetamol) Contraindicações • Insuficiência renal • Úlcera gástrica • Hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares • Distúrbios de coagulação • Febre viral (ex: dengue) • Alérgicos a AINES • Crianças (não devem tomar AAS) • Grávidas e lactantes Interações Medicamentosas Dipirona não deve ser administrada em associação com agentes que causem alterações hematológicas, para não piorar o quadro de agranulocitose. (ex: quimioterapia citotóxica) • Anti-hipertensivos e diuréticos – Redução da eficácia anti-hipertensiva • Anticoagulantes – Aumento do risco de sangramento • Álcool – Risco de hepatotoxicidade • Inibidores da CYP450 – Aumento da meia vida dos AINES
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