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Anti-inflamatórios não esteroidais Processo inflamatório Uma agressão permite a iniciação da reação inflamatória do organismo ao tecido lesado pela liberação de mediadores químicos, os quais provocam fenômenos vasculares ligados aos vasos sanguíneos e fenômenos tissulares ligados ao extravasamento de células de defesa. Os fenômenos vasculares englobam a vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular ocasionando o edema (extravasamento de líquido), rubor (aumento da atividade vascular-dilatação) e calor (aumento da atividade vascular) O fenômeno celular é resumido pela migração de leucócitos. ➔ Fenômenos vasculares A presença de uma agressão ativa os receptores padrões das células sentinelas, as quais liberam seus mediadores químicos para iniciar a inflamação acionando os fenômenos vasculares. Os fenômenos vasculares são acionados pela agressão percebida pelas células do tecido, as quais liberam mediadores químicos que agirão sobre as células endoteliais do vaso sanguíneo gerando dilatação (aumento do calibre), sendo assim, há um aumento de volume de sangue na região dilatada, além de haver a liberação de outros mediadores químicos que irão aumentar a permeabilidade da parede do vaso pela contração dos citoesqueletos das células endoteliais gerando espaços permitindo que o líquido sanguíneo saia dos vasos em direção o interstício. A vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular apresentam como consequência um fluxo sanguíneo mais lento apresentando as alterações hemodinâmicas, as quais permitem com que as hemácias fiquem no meio do vaso sanguíneo e os leucócitos fiquem na periferia durante a diminuição do fluxo sanguíneo. A vasodilatação permitem uma passagem de sangue maior na região agredida gerando o calor e rubor da inflamação. O aumento da permeabilidade vascular permite o extravasamento do líquido plasmático do sangue pelos espaços gerado formando o exsudato inflamatório tendo o edema da inflamação. A alteração da hemodinâmica favorece a marginalização dos leucócitos no vaso durante o processo de diapedese. A prostaglandina gera uma vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos estando evolvidos nos eventos vasculares. ➔ Fenômenos celulares Os leucócitos durante a vasodilatação e redução do fluxo sanguíneo sofrem migração para periferia dos vasos (marginalização). A vasodilatação permitem com que o fluxo sanguíneo seja mais lento proporcionado a marginalização dos leucócitos, ou seja, os leucócitos seguem em direção a parede endotelial do vaso No endotélio vascular, ocorre mudança nos fatores de transcrição gerando a expressão de proteínas pela ação de citocinas (mediadores químicos).A expressão de proteína na membrana do vaso sanguíneo promove a ligação fraca com as proteínas expressas na membrana do leucócito (selectina) gerando a fase de rolamento, a qual o leucócito expressa a integrina que se ligará nas proteínas do endotélio de maneira efetiva desencadeando a saída do leucócito do interior vascular para o interstício. Os mediadores químicos ativam as células endoteliais para liberação das moléculas de adesão, as quais permitem o rolamento dos leucócitos. Primeiramente, os leucócito fazem rolamento se ligando as selectinas de maneira instável, então posteriormente ocorre a adesão estável com as integrinas ativadas para que os leucócitos se aderem concretamente a parede do vaso para conseguirem saírem pelos espaços endoteliais gerados pelo aumento permeabilidade. Quando os leucócitos conseguem sair do vaso pelos espaços gerados pelo aumento da permeabilidade ocorre a migração definitiva para o local agredido. Logo, os leucócitos são atraídos para o local da inflamação pela quimiotaxia gerada pelos mediadores químicos liberados pelas células sentinelas. Os leucócitos marginalizados apresentam receptores de selectina e integrinas (moléculas de adesão expressadas pelas citocinas), então na parede do vasos os leucócitos rolam na parede se ligando nas selectinas permitindo a junção dos leucócitos (fase de rolamento), e os mediadores químicos ou as próprias células endoteliais ativam a ligação dos leucócitos com a integrinas (uma ligação mais forte). ➔ Mediadores químicos da inflamação O fígado produz mediadores químicos, os quais são liberados no plasma da circulação de maneira inativada, portanto quando esses mediadores químicos sintetizados pelo fígado passam pela região de inflamação, eles são ativados. Os mediadores químicos derivados de células podem ser de duas classes: mediadores pré-formados e mediadores recentemente sintetizados.Os mediadores pré-formados são aqueles armazenados nos grânulos das células de defesa ou no plasma, e já estão preparados para serem ativados durante uma inflamação; já os mediadores recentemente sintetizados são recém-produzidos no local da inflamação pelas células de defesa. Principais mediadores quimícos dereviados das células Mediador Fonte(s) Principais ações Histamina Mastócitos, basófilos, plaquetas Vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e ativação endotelial Serotonina Plaquetas Vasoconstrição Prostaglandinas Mastócitos, leucócitos Vasodilatação, dor e febre Leucotrienos Mastócitos, leucócitos Aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia, adesão e ativação de leucócitos Fator ativador plaquetário Leucócitos, mastócitos Vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, aderência de leucócitos, quimiotaxia, desgranulação e explosão oxidativa Espécies reativas de oxigênio Leucócitos Destruição do agente agressor e lesão tecidual Óxido nítrico Endotélio, macrófagos Relaxamento do músculo liso vascular e morte do agente agressor Citocinas (TNF, IL-1, IL-6) Macrófagos, células endoteliais, mastócitos Local: ativação endotelial (expressão de moléculas de adesão) Sistêmica: febre, anormalidades metabólicas e hipotensão (choque) Quimiocinas Leucócitos, macrófagos ativados Quimiotaxia e ativação de leucócitos Principais mediadores quimícos deriviados do fígado Mediador Fonte(s) Principais ação Complemento Plasma (produzido no fígado) Ativação e quimiotaxia de leucócitos, opsonização na matriz extracelular e vasodilatação pela estimulação de mastócitos Cininas Plasma (produzido no fígado) Aumento da permeabilidade vascular, contração do músculo liso, vasodilatação e dor Proteases ativadas durante a coagulação Plasma (produzido no fígado) Ativação endotelial e recrutamento de leucócitos - Há alguns mediadores químicos, como a interleucina-1, interleucina-6 e fator de necrose tumoral, produzidos localmente pelas células de defesa, porém apresentam atuação sistêmica (em outras regiões do corpo além da área inflamada) e duram horas no organismos na circulação. Suas atuações em outros sistemas do organismos causam inflamações sistêmicas, além de estimularem outras células de determinada região a produzirem mais mediadores químicos(sua atuação no sistema nervoso central estimulam a liberação de mediadores químicos intensificando a inflamação). - Os mediadores químicos sistêmicos (especialmente a interleucina-6) atuam no sistema nervoso central estimulando a produção de prostaglandinas, as quais são capazes de transpor as barreiras hemaencefálicas interferindo no centro termo hipotalâmico, mais especificamente na função das células desse centro afetando a manutenção da temperatura, tendo assim o mecanismos da febre. - A prostaglandina e o óxido nítrico são mediadores químicos destacados pela sua atuação na vasodilatação. - Os leucotrienos, as histaminas, a 5-HT, a bradicinina, a C3a e a C5a são mediadores químicos destacados pelas suas ações no aumento da permeabilidade vascular. - A C5a, a IL-8 (interleucina-8)e as proteínas bacterianas são destacadas como mediadores químicos que estimulam a quimiotaxia. - A IL-1 (interleucina-1), a IL-6 (interleucina-6) e o TNF (fator de necrose tumoral) são mediadores químicos destacados pela sua atuação sistêmica e pelo mecanismos da febre. - A prostaglandina E2 e a bradicinina são mediadores químicos destacados pela suaparticipação na dor. ➔ Cascata do ácido araquidônico Os fosfolipídios de membrana celular guardam a enzima fosfolipase A2 e durante a ativação dos leucócitos ocorre a extração do ácido araquidônico de sua membrana pela ativação da enzima fosfolipase A2. Dentro do citoplasma, o ácido araquidônico é quebrado pelas enzimas ciclooxigenase (coxs) e pelas enzimas 5-lipoxigenase dando origens aos eicosanóides (frutos da cascata do ácido araquidônico). As enzimas cicloxigenases (COXs) quebram o ácido araquidônico em prostaciclinas, prostaglandinas e tromboxano A2. As prostaciclinas geram uma vasodilatação e menor agregação plaquetária; as prostaglandinas geram uma vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, dor e febre; já o tromboxano A2 gera uma vasoconstrição e maior agregação plaquetária. A enzima COX2 é acionada pela inflamação promovendo uma alta quantidade de produção de prostaciclinas e prostaglandinas. As enzimas 5-Lipoxigenases quebra o ácido araquidônico em leucotrienos e lipoxinas. Os leucotrienos C4, D4 e E4 fazem broncoespasmos, vasoconstrição e aumento da permeabilidade; o leucotrieno B4 realizam a quimiotaxia; e as ipoxinas fazem vasodilatação, inibição da quimiotaxia dos neutrófilos e estimulam a adesão dos monócitos. Durante uma inflamação, o ácido araquidônico é quebrado por um isotipo específico da enzima lipoxigenase para produção de alta quantidade de leucotrienos B4 e lipoxinas. Resumindo, as fosfolipases ativadas promovem a degradação dos fosfolipideos da membrana celular liberando o ácido araquidônico, o qual sofrerá ação das ciclooxigenases e 5-lipoxigenases. Ao reagir com a cicloxigenases promove a formação de prostaglandinas que auxilia no eventos vasculares. Já ao reagir com as 5-lipoxigenases desencadeia a formação dos leucotrienos que são responsáveis pelos eventos celulares. Os anti-inflamatórios não esteróides inibem as cicloxigenases (COX1 e COX2) cortando a formação de certos mediadores químicos impedindo os sintomas da inflamação, porém não acabam com a inflamação. O uso constante de anti-inflamatórios não esteróides causam problemas gastrointestinais, pois cortam a ação da COX1, a qual é uma enzima constitutiva (presente em todos os tecidos). O anti-inflamatórios esteróides atuam inibindo a ação da enzima fosfolipase A2 tendo uma maior eficiência. O cortisol age como um anti-inflamatório inibindo a ação das enzimas fosfolipases A2. Os picos de cortisol dão uma sensação de melhora, esses picos são de maneira redutivas, ou seja, de manhã há um grande pico , no meio da tarde há um pico mediano e a noite o pico é quase inexistente tendo a aparição dos sinais e sintomas . Mecanismo de ação de um anti-inflamatórios não esteroidal: inibir a atividade enzimática das cicloxigenases impedindo a formação de prostaglandina. A inibição dos anti-inflamatórios não esteroidais é reversível, mas a ligação da aspirina com a cicloxigenase é irreversível. Mecanismo de ação dos anti-inflamatórios esteroidais: bloquear as cascata do acido araquidônico pela inibição das fosfolipase A2 pela combinação da anexina (produção estimulada pela presença dos AIEs) com os anti-inflamatórios esteroidais impedindo a liberação do ácido araquidônico. ➔ cicloxigenases A COX-1 é uma enzima constitutiva expressa na maioria dos tecidos, inclusive nas plaquetas do sangue. Ela desempenha funções de “manutenção” no organismo, estando envolvida em especial na homeostase dos tecidos, e é responsável, por exemplo, pela produção de prostaglandinas com funções em citoproteção gástrica , agregação plaquetária, autorregulação do fluxo sanguíneo renal e no início do parto. Resumindo, a cicloxigenase-1 é responsável pela produção da protaglandina que auxilia na produção de muco do estômago impedindo a ação maléfica do acido clorídrico na membrana estomacal. A utilização dos AINEs promove uma inibição da cox-1 gerando uma redução na produção do muco estomacal promovendo a agressão ao estômago podendo gerar ulceras peptícas. A produção de COX-2 é induzida nas células inflamatórias quando ativadas, por exemplo, pelas citocinas inflamatórias( interleucina-1 e fator de necrose tumoral). Ou seja, a isoforma COX-2 é a principal responsável pela produção dos mediadores prostanoides (prostaglandina) da inflamação . entretanto, a COX-2 é expressa constitutivamente no rim, gerando prostaciclina, que tem um papel na homeostase renal e no sistema nervoso central, em que a sua função ainda não está clara. Resumindo, a cicloxigenase-2 é induzida por sinais inflamatórios, como a liberação de citocinas pirógenas, aumentando sua expressão em cerca de 20 vezes ou mais. Entretanto, a COX-2 também é detectada, em menores quantidades, constitutivamente em tecidos como: endotélio vascular, cérebro, intestinos, rins, testículos, glândula tireoide, pâncreas. A COX-3 é uma isoforma da COX-1 encontrada no cérebro, na medula espinhal e no coração. A dipirona é o uníco medicamento com possível ação na cox-3. Cicloxigenase Característica Ação Expressão COX-1 Constitutiva Promove a produção de prostaglandinas para manutenção de funções fisiológicas. Maioria dos tecidos, inclusive plaquetas. COX-2 Induzida Tem sua formação induzida pelos estímulos inflamatórios de citocinas, para produção de prostaglandinas que medeiam a inflamação, dor, febre. Células endoteliais, cérebro, intestinos, rins, testículos, tireóide e pâncreas. - Acredita-se que a COX-1 constitutivamente expressa atue em atividades fisiológicas ou de “manutenção”, como homeostasia vascular, manutenção do fluxo sanguíneo renal e gastrintestinal, função renal, proliferação da mucosa intestinal, função plaquetária e antitrombogênese. - Acredita-se que as prostaglandinas produzidas pela COX-2 realizam a transdução de estímulos dolorosos na medula espinal, mitogênese (particularmente no epitélio gastrintestinal), adaptação renal a estresses, ovulação, placentação e contrações uterinas no trabalho de parto. Anti-inflamatórios não esteroidais Os anti-inflamatórios não esteroidais são fármacos que apresentam propriedades analgésicas, antipiréticas e anti-inflamatórias usados no tratamento dos sintomas da inflamação. Os AINEs são particularmente eficazes no tratamento da dor associada à inflamação e à lesão tecidual. Os anti-inflamatórios não esteroidais representam uma família de fármacos que, em sua fórmula química, apresentam um grupo ácido ligado a um anel aromático e que têm, como mecanismo de ação, a inibição das enzimas cicloxigenases. Os anti-inflamatórios não esteroidais são fármacos que apresentam efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e antipiréticos. Em função disso, são utilizados no tratamento sintomático de diferentes quadros clínicos, como dismenorreia, doenças musculoesqueléticas, cefaleia e dores causadas por entorses musculares. Além disso, alguns representantes dessa classe farmacológica, como, por exemplo, o ácido acetilsalicílico (AAS), também apresentam efeitos sobre a agregação plaquetária, sendo utilizados na prevenção de algumas doenças tromboembólicas. - O efeito anti-inflamatório está associado a modificação da formação de edema. - O efeito analgésico está associado a redução de certos tipos de dores. - O efeito antipirético está associado com a diminuição da resposta febril. ➔ Ação analgésica A prostaglandina E2 (PGE2 ) e a prostaciclina (PGI2 ) são um dos principais prostanoides mediadores da inflamação produzidos pela COX-2, os quais aumentam a sensibilidade dos nociceptores gerando mecanismo da dor. O que são os nociceptores? O nociceptores são neurônios sensoriais encontrados por todo o corpo humano capazes de enviar sinais que causam a percepção da dor por meio de axônios; eles estão presentes na via aferente nociceptiva representada pelas fibras c não mielinizadas (nociceptores polimodais C) e pelas fibras mielinizadas A-δ, as quais penetram na medula espinhal através das raízes dorsais e terminam na substância cinzenta do corno dorsal, onde transmitem o estímulo nociceptivo para interneurônioslocais e vias ascendentes da dor que se dirigem para o tálamo e córtex cerebral. Os nociceptores são receptores de dores, os quais recebem uma estímulo de dor gerando a despolarização, a qual leva a informação de dor ao cortéx. A prostaglandina facilita a despolarização dos nociceptores pela liberação de um segundo mensageiro, o qual estimula as quinases (PKA) que sensibilizaram os canais de sódio, que permaneceram abertos para entrada abrupta de sódio; além disso, a quinase (PKA) promove o fechamento dos canais de potássio impedindo a saída de potássio (carga positiva) auxiliando na fácil despolarização. Os mediadores inflamatórios, uma vez liberados, promovem de forma sinérgica uma alteração no mecanismo de transdução periférica do estímulo nociceptivo, aumentando a sensibilidade de transdução dos nociceptores polimodais de elevado limiar, com consequente redução no limiar de percepção do estímulo doloroso e exagerada resposta a estímulos nociceptivos supralimiares (hiperalgesia) e dor espontânea (alodinia). A hiperalgesia é estimulada pela ação da prostaglandina E e prostaglandina I, as quais sensibilizam as terminações nervosas periféricas á estímulos dolorosos, diminuindo o limiar dos nociceptores, além disso, potencializam efeitos da bradicinina. Resumindo, a dor nociceptiva é somática (que se origina da pele, dos ossos, das articulações, dos músculos ou do tecido conectivo) ou visceral (que surge a partir de órgãos internos, como intestino grosso). O tálamo pode atuar como estação de retransmissão e transmitir os impulsos para estruturas centrais, em que o processamento da dor continua. Para alívio da dor numa inflamação, é preciso que o analgésico atue na instalação do processo inflamatório impedindo a liberação dos primeiros mediadores inflamatórios representados pelas citocinas, prostaglandinas, cininas e neurocininas, responsáveis pela sensibilização dos nociceptores dos aferentes primários da dor. Logo, seria necessário atuar na inibição da cascata de formação dos mediadores no sítio inflamatório. Os anti-inflamatórios não esteroidais têm como mecanismo de ação o bloqueio da síntese de prostaglandinas, as quais são obtidas pela metabolização do ácido araquidônico sobre ação enzimática das cicloxigenases. A prostaglandina E (PGE) e a prostaglandina I2 (PGI2) hipersensibilizam os nociceptores polimodais das fibras C a estímulos mecânicos e químicos. Logo, a atividade analgésica dos AINEs decorre da inibição da síntese de prostaglandinas com consequente redução da hiperalgesia e da sensibilização dos nociceptores à ação da bradicinina e de outros mediadores inflamatórios algógenos. ➔ Ação antipirética A prostaglandina E2 (PGE2 ) e a prostaciclina (PGI2 ) são um dos principais prostanoides mediadores da inflamação produzidos pela COX-2, os quais atuam no hipotálamo como pirogênios endógenos, causando o aumento da temperatura corporal. A presença de microorganismos promove a expressão de proteínas (mediadores químicos) piogênicas que se direcionam ao sistema nervoso central gerando a formação de cox-2, a qual produz a prostaglandina E2 (PGE2) que facilita a despolarização dos neurônios aumentando a taxa de disparos elétricos alterando a termorregulação. A interleucina-1 (IL-1), interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral (TNF-α) no hipotálamo induzem a produção de prostaglandina E2, a qual promove um aumento na taxa de disparos dos neurônios alterando a termorregulação. A IL-1, o TNF e a IL-6 são citocinas pirogênicas que atuam diretamente no hipotálamo, afetando a resposta febril. Os pirógenos exógenos, como componentes da superfície microbiana, provocam pirexia usualmente pela estimulação da produção destas citocinas. Na sequência, ocorre a liberação de outros mediadores envolvidos no processo febril, principalmente a prostaglandina E2 (PGE2) na região pré-óptica do hipotálamo anterior, que promove o aumento da taxa de disparo dos neurônios dessa área, alterando a termorregulação por meio da elevação da temperatura-alvo. Durante a reação inflamatória, as endotoxinas causam a liberação de interleucina-1B pelos macrófagos, que passam a atuar como estímulo pirogênico, promovendo a síntese central de PGE2, e esta, por sua vez, através da elevação do AMP cíclico, ativa o centro termorregulador situado na área pré-óptica do hipotálamo anterior, desencadeando a febre. A ação antipirética dos anti-inflamatórios não esteroidas deve-se, em parte, ao bloqueio da síntese de prostaglandinas, especialmente da PGE2, provocada por agentes que potencializam a liberação de citocinas sobre o hipotálamo mas que não são capazes de inibir a febre quando a PGE2 é diretamente injetada no hipotálamo. Há evidências de que as prostaglandinas não constituem os únicos mediadores da febre, e desse modo a inibição da COX não explica completamente a ação antipirética dos AINEs. No início do covid, a utilização de corticoides promove uma inibição das células de defesa reduzindo a atividade do sistema imunológico aumentando a carga viral. ➔ Efeito anti-inflamatório A diminuição da prostaglandina E2 e da prostaciclina reduz a vasodilatação e, indiretamente, o edema, pois a ditalação dos vasos sanguíneos facilita e potencializa a ação dos mediadores que aumentam a permeabilidade das vênulas pós-capilares, como a histamina. ➔ Ação dos anti-inflamatórios não esteroidais Os anti-inflamatórios não esteroidais podem apresentar diferentes graus de seletividade em relação às isoformas COX-1 e COX-2. Em função disso, são divididos em AINEs tradicionais (AINETs), que atuam sobre as duas isoformas enzimáticas, e AINEs seletivos para a COX-2, chamados de Coxibes. O uso prolongado dos anti-inflamatórios não esteroidais, sem indicação médica, pode ocasionar lesões estomacais e/ou duodenais, além de causar danos renais, incluindo falência renal aguda, bem como aumento de pressão arterial e problemas cardíacos. ➔ Classificação dos anti-inflamatórios não esteroidais - Anti-inflamatórios não esteroidais atípicos - Anti-inflamatórios não esteroidais típicos não seletivos - Anti-inflamatórios não esteroidais típicos seletivos Os anti-inflamatórios não esteroidais importantes são ácido acetilsalicílico, ibuprofeno, naproxeno, indometacina, piroxicam e paracetamol. Agentes mais modernos com inibição mais seletiva de COX-2 (e, desse modo, com menos efeitos adversos sobre o trato gastrintestinal) incluem celecoxibe e etoricoxibe. A maioria dos anti-inflamatórios não esteroidais tradicionais inibe tanto a COX-1 como a COX-2, embora a sua potência relativa para cada isoforma seja diferente. Acredita-se que a ação anti-inflamatória (e provavelmente a maioria das ações analgésicas e antipiréticas) dos AINEs esteja relacionada à inibição de COX-2, enquanto seus efeitos indesejáveis – particularmente os que afetam o trato gastrintestinal – resultem sobretudo de sua inibição de COX-1. Apesar de eliminarem os sinais e sintomas da inflamação, os AINE apresentam pouca ou nenhuma atividade sobre a doença crônica de base propriamente dita. Como uma classe, eles geralmente não apresentam efeito direto sobre outros aspectos da inflamação, como liberação de citocinas/quimiocinas, migração de leucócitos, liberação de enzimas lisossômicas e produção de radicais tóxicos de oxigênio, todos contribuindo para o dano tecidual de condições inflamatórias crônicas como artrite reumatoide, vasculite e nefrite. Anti-inflamatórios não esteroidais atípicos ➔ Ácido acetilsalicílico AAS O ácido acetilsalicílico foi um dos primeiros fármacos sintetizados e ainda é um dos mais consumidos em todo o mundo. O ácido salicílico é um composto orgânico extremamente simples, de atividade farmacológica comprovada, porém excessivamente irritante para uso sistêmico. O ácido acetilsalicílico apresenta um bloqueio da cascata do ácido araquidônico pela inibição enzimática das cicloxigenase; além disso, é o único anti-inflamatório não esteroidal com uma ligação irreversível com a Cox-1, tendo uma papel de modificação enzimática.Entretanto, as células fazem a renovação das cicloxigenases constitutivas. Os AINEs penetram no canal hidrofóbico, formando pontes de hidrogênio com um resíduo de arginina na posição 120, impedindo, desse modo, que os substratos (ácidos graxos) entrem no domínio catalítico. No entanto, a alteração de um único aminoácido (isoleucina por valina na posição 523) na estrutura da entrada desse canal na COX-2 forma uma “protuberância” no canal que não é encontrada na COX-1. O ácido acetilsalicílico entra no local ativo, acetila uma serina na posição 530 e inativa a COX irreversivelmente. Esta é a base dos efeitos prolongados do ácido acetilsalicílico sobre plaquetas. Curiosamente, a COX inativada pelo ácido acetilsalicílico pode ainda produzir alguns hidroxiácidos, mas não consegue produzir o intermediário endoperoxidase necessário para a síntese de prostanoides. Como um ponto negativo, o ácido acetilsalicílico é seletivo e irreversível para cicloxigenase-1 inibindo a inflamação inicial causada pelas prostaglandinas , porém as citocinas vão estimular as células inflamatórias a estimularem as cicloxigenases-2; por esse motivo, a aspirina não é muito eficiente como anti-inflamatório. Uso terapeutico: - Dor leve a moderada - Cefaléia - Mialgia - Artralgia - Anti-agregante plaquetário Efeito anti-inflamatório O ácido acetilsalicilico em doses altas (1g,4-6h) apresenta uma interferência na biossíntese das prostaglandinas impedindo a vasodilatação aliviando o edema; além disso, age sobre os receptores específicos em neutrofilos, inobindo a liberação do LTB4 e suprimindo o que seria chamado de sinais de parada da inflamação. A aspirina pode estimular a síntese de lipoxinas,contribuindo para os efeitos anti-inflamatorios deste farmaco. Efeito analgésico O ácido acetilsalicilico apresenta uma redução de dor de baixa e média intensidade (350-650 mg, 4-6h). Efeito antipirética O ácido acetilsalicilico tem uma redução rápida e eficaz da febre. Efeito anti-agregante O ácido acetilsalicílico apresenta uma ação anti-agregante plaquetária impedindo a agregação plaquetária (junção de uma plaqueta na outra) no vaso lesionado. O ácido acetilsalicílico é muito usado como anti-agregante plaquetátio (baixas doses- até 325 mg). Alguns anti-inflamatórios não esteroidais, como o ácido acetilsalicílico, ocasionam a inibição da agregação plaquetária. Em função disso, podem ser utilizados como cardioprotetores em pacientes que apresentam certos tipos de patologias cardiovasculares, como, por exemplo, infarto agudo do miocárdio (IAM) prévio. Pacientes que fazer uso do ácido acetilsalicílico: - Pessoas que sofreram eventos trombótico (infarto agudo do miocardio, acidente vascular encefálico e tromboembolia pulmonar) - Pacientes com alto risco de trombos (pacientes com fibrilação atrial-comum em idosos e pacientes com ataque isquêmico transitório) O ácido acetilsalicílico acetila de forma irreversível as enzimas COX, e enquanto essas proteínas podem ser substituídas em quase todas as células, as plaquetas, como não têm núcleo (e logo, sem a maquinaria celular para fazer novas proteínas), não são capazes de fazê-lo, permanecendo inativadas pelo seu tempo de vida (cerca de 10 dias). À medida que uma fração de plaquetas é substituída dia a dia na medula óssea, sua inibição gradualmente diminui. Todavia, é necessária apenas uma pequena dose diária de ácido acetilsalicílico (p. ex., 75 mg/dia) para suprimir a função plaquetária para níveis benéficos em paciente com risco de IAM e outros problemas cardiovasculares. A agressão promove a liberação do ácido araquidônico, o qual sofrerá ação da cox-1 promovendo a formação da prostaglandina I que permitirá a vasodilatação para o início da inflamação. A aspirina (ácido acetilsalicílico) promove a inibição enzimática do cox-1 com uma ligação irreversível impedindo a formação de prostaglandina I, tendo como consequência a não ocorrência da vasoditação. Além disso, na lesão, as plaquetas utilizam o ácido araquidônico em reação enzimática com a cox-1 promove a liberação de tromboxano, o qual gera a agregação plaquetária e vasoconstrição. As prostaciclinas (prostaglandina I) inibem a função plaquetária, elevando os níveis de AMPc intracelular. O óxido nítrico, difundido dentro das plaquetas, estimula a produção de GMP, causando diminuição do fluxo de cálcio intracelular. Tal redução do cálcio modifica a conformação da glicoproteína IIb/IIIa, permitindo a formação de pontes de fibrinogênio e a agregação plaquetária. O ácido acetilsalicílico inibe preferencialmente a COX-1 das plaquetas, deixando estas de produzir TXA (agregante plaquetário). Como são anucleadas esta inibição da COX persiste por toda a vida da plaqueta, somente novas plaquetas iram formar TXA o que leva +/- 8 a 12 dias. Além dissso, a inibição da COX do endotélio é rapida, dura de 6-12 horas, ajudando o efeito desagregador da prostaglandina I que predomina sobre o efeito agregador do tromboxano A2. O ácido acetilsalicílico promove uma ligação irreversível com a cox-1 das plaquetas desencadeando uma redução na formação de tromboxano impedindo uma agregação plaquetária. Atualmente, além do seu uso disseminado como um medicamento de venda livre, seu uso clínico é sobretudo como um fármaco cardiovascular, dada sua capacidade de causar prolongada supressão da COX-1 plaquetária e, portanto, reduzir sua agregação. Administração de uma dose única de aspirina diminui por vários dias a quantidade de tromboxano passível de ser gerado, desviando o equilíbrio TxA2 -PGI2 vascular para uma vasodilatação mediada por PGI2, inibição plaquetária e antitrombogênese. O ácido acetilsalicílico é contraindicado em crianças que apresentam algum tipo de infecção viral, como, por exemplo, gripe, varicela ou sarampo. Em conjunto com alguns vírus, esse fármaco pode desencadear a Síndrome de Reye, uma doença é bastante grave e é caracterizada por hepatotoxicidade e encefalopatia. Ou seja, a síndrome de Reye é caracterizada pela disfunção mitocondrial associada a encefalopatia e esteatose hepática microvesicular. Devido à possível associação à síndrome de Reye, o ácido acetilsalicílico e outros salicilatos são contraindicados em crianças e adultos jovens com menos de 20 anos de idade com febre associada à doença viral. A síndrome de Reye, uma doença grave e muitas vezes fatal, é caracterizada pelo início agudo de encefalopatia, disfunção hepática e infiltração de gordura no fígado e em outras vísceras. O ácido acetilsalicílico, assim como outros fármacos AINEs, pode ocasionar sintomasrelacionados à hipersensibilidade, como urticária, asma brônquica, broncoconstrição, hipotensão e choque. Pacientes que exibem hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico devem evitar o uso de qualquer outro AINEs, pois pode ocorrer sensibilidade cruzada com esses fármacos. O ácido acetilsalicílico pode causar ainda: - Úlceras e hemorragias gástricas, nefrotoxicidade e lesão hepática - Exacerbação da asma (5-10%) - Alergias - Intoxicação (em altas doses – barreira hematoencefálica) O ácido acetilsalicílico não apresenta antídotos, então, em casos de intoxicação, o médico deve controlar as convulsões e realizar ressuscitação do paciente, se ocorrer parada cardiorrespiratória. ➔ Paracetamol O paracetamol é um dos analgésico-antipiréticos não narcóticos mais comumente usados e faz parte de muitas preparações patenteadas de venda livre. O paracetamol é um excelente analgésico e antipirético, sua ação anti-inflamatória é leve e parece estar restrita a alguns casos especiais. Além disso, ele está substancialmente livre dos efeitos gástricos e plaquetários colaterais dos outros anti-inflamatórios não esteroidais. O paracetamol é extremamente hepatotóxico, logo, não se deve exceder 4g/dia. A overdose de paracetamol acarreta na produção de metabólitos tóxicos (benzoquinona) e necrose hepática; o nosso organismo apresenta uma substância detoxicante, a glutaiona, a qual neutraliza o efeito tóxico da benzoquinona, mas doses altas da benzoquinonapodem sobrepujar as reservas de glutationa. Logo, o tratamento para intoxicação por paracetamol consiste na lavagem gástrica com carvão ativado e a N-acetil cisteina (anti-oxidante que dá substrato para formar mais glutationa). As atividades antipiréticas e analgésicas do paracetamol podem ser atribuídas à inibição da síntese de prostaglandinas no sistema nervoso central. Demonstrou-se que o paracetamol inibe a biossíntese de prostaglandinas em alguns ambientes experimentais (p. ex., no SNC durante a febre), mas não em outros . Várias soluções para esse quebra-cabeça foram sugeridas, incluindo a possibilidade de existir uma isoforma COX mais sensível ao paracetamol no sistema nervoso central. Uma explicação alternativa é que este atua como agente redutor, inibindo as enzimas COX. A inibição seria mais eficaz no meio oxidante particular do sistema nervoso central. O paracetamol é bem absorvido quando administrado por via oral, sendo alcançadas as concentrações plasmáticas máximas em 30 a 60 min. A meia-vida plasmática das doses terapêuticas é de 2 a 4 h, mas com doses tóxicas pode estender-se de 4 a 8 h. O paracetamol é inativado no fígado, sendo conjugado originando glicuronídio ou sulfato. 5% do paracetamol sofre uma bioativação no fígado pelo citocromo p450 gerando uma composto tóxico (NAPQI), o qual é neutralizado pelo glutation obtendo um compsoto atóxico. Porém, a concentração de glutation no organismo é ilimitada, então a ingestão de uma alta dose de paracetamol pode esgotar o estoque de glutation impedindo a conversão de NAPQI em um composto atóxico gerando efeitos nocivos para o fígado. Com doses terapêuticas, os efeitos colaterais são poucos e incomuns, embora algumas vezes ocorram reações alérgicas na pele. É possível que a ingestão regular de grandes doses por um longo período possa causar lesão renal. No entanto, doses tóxicas (10 a 15 g) causam hepatotoxicidade potencialmente fatal, e nefrotoxicidade. ➔ Dipirona O mecanismo de ação da dipirona é via inibição da síntese de prostaglandina. A dipirona tem demonstrado inibir a ciclooxigenase, síntese do tromboxano, a agregação plaquetária induzida pelo ácido araquidônico e a síntese total de prostaglandina E1 e E2. A ação da droga pode ser tanto central como periférica. Há evidências de que a ação central da dipirona no hipotálamo reduz a febre. A dipirona é rápida e totalmente absorvida no trato gastrintestinal. Atinge a concentração máxima em 1 a 2 horas. Tanto o fármaco matriz quanto seus metabólitos ligam-se fracamente às proteínas plasmáticas e difundem-se rápida e uniformemente nos tecidos. . A dipirona é metabolizada no trato intestinal a um metabólito ativo, 4-metilaminoantipirina. No fígado, o 4-metilaminoantipirina é metabolizado a vários outros metabólitos, incluindo o metabólito ativo, 4-aminoantipirina.A meia-vida de eliminação é de cerca de 7 horas. Os metabólitos são totalmente eliminados pelos rins. A dipirona apresenta uma chance remota de causar agranulocitose (redução de neutrófilos, basófilos, eosinófilos) e aplasia medular (deficiência medular). A dipirona é semelhante ao paracetamol, porém não apresenta risco elevado de leão hepática grava. A dipirona é o único anti-inflamatório com possível ação na cicloxigenase-3 tendo uma ação no sistema nervoso central, assim podendo proporcionar uma hipotermia. Anti-inflamatórios não esteroidais atípicos ➔ Derivados do ácido acético Principais representantes: Diclofenaco, etodolaco, indometacina e cetorolaco. Os medicamentos derivados do ácido acético não são utilizados como antipiréticos e, apesar de sua potência anti-inflamatória, a toxicidade limita seu uso. Diclofenaco - Absorvido rapidamente administração por via oral ou parenteral, sendo o pico de concentração máxima em 2 a 3 horas. - O diclofenaco apresenta uma importante afinidade com as proteínas plasmáticas. - Sua meia-vida é de 1 a 2 horas. - O fígado realiza a metabolização do diclofenaco, e seu metabolico é eliminado, principalmente, pela urina. - Possui metabolismo de primeira passagem, reduzindo sua biodisponibilidade em cerca de 50%, porém tem boa distribuição tecidual, se acumulando, principalmente, no líquido sinovial. - O diclofenaco é um pontente inibidor de cicloxigenase muito itilizado no tratamento de doenças reumáticas inflamatórias e degenerativas como artrite reumatoide, osteoartirte, espondiloartrite e espondilite anquilosante. É usado também em casos de dores da coluna vertebral, dor pós-traumática e pós-operatória. - O farmaco apresenta um efeito inibidor da cox-1 e cox-2, mas seu efeito na enzima constitutiva, cicloxigenase-1, promove uma diminuição das prostaglandinas auxiliares na formação do muco estomacal porporcinando um efeito prejudicial do ácido gastrico gerando úlceras gastricas. Além disso, apresenta perfuração da parede intestinal, hepatotoxicidade, irritabilidade, convulsões, diplopia e erupções cutâneas, como efeitos adversos. - Os pacientes portadores de úlcera péptica, reação de hipersensibilidade, hepatopata, criança, gestante e lactantes, não devem fazer o uso de diclofenaco. - O diclofenaco pode aumentar a concentração sérica de lítio, digoxina e metotrexato quando administrados juntos. O diclofenaco é mais potente que a indometacina e o naproxeno. Indometacina - Sofre rápida absorção gastrointestinal após administração oral e alcança o pico de concentração plasmática em cerca de 2 horas. - A indometacina apresenta uma importante afinidade com as proteínas plasmáticas. - Sua metabolização é hepática e a excreção pode ser através das fezes, urina ou bile. - Devido aos graves efeitos colaterais, a indometacina não é recomendada como analgésico ou antitérmico. - A indometacina é um dos fármacos mais potentes na inibição das cicloxigenases, porém apresenta uma certa seletividade para a cicloxigenase-1 indicando um efeito colateral gastrico. - A indometecina é utilizada mais comumente na artrite reumatoide, espondilite anquilosante, crise aguda de gota, osteoartrite de quadril e fechamento do ducto arterial patente em neonatos. - A indometacina antagoniza os efeitos natriuréticos e anti-hipertensivos da furosemida e dos diuréticos tiazídicos, além disso, reduz os efeitos anti-hipertensivos dos betabloqueadores e dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA). - Os principais efeitos adversos estão relacionados com o sistema nervoso e digestório (cefaleia frontal, vertigem, tontura, confusão mental, alucinações, dor epigástrica, anorexia, dispepsia, náuseas e vômitos, sangramento gastrointestinal, úlceras pépticas, diarreia delírio e outros). Além desses efeitos, pode surgir (incomum) neutropenia, trombocitopenia, anemia aplásica, reação de hipersensibilidade, prurido e crises agudas. - A indometacina é contraindicada para pacientes como comorbidades psiquiátricas, epilepsia, parkinsonismo, gestantes, lactentes, pacientes com doenças renais e lesões ulcerativas no estômago ou duodeno. O cetorolaco tem efeito anti-inflamatório moderado, mas é um potente analgésico, disponível via oral, intramuscular ou preparação oftálmica. DICLOFENACO INDOMETACINA AÇÃO COX-1 E COX-2 + SELETIVO COX-1 CINÉTICA Cp PICO 1 – 2 h ½ VIDA – 2 – 3 h Cp PICO 1 – 2 h ½ VIDA – 2:30 h DOSES MAX 150 mg/DIA MAX 100 mg/DIA INDICAÇÕES ARTRITE REUMATÓIDE OSTEOARTRITE BURSITE PÓS-OPERATÓRIO DISMENORREIA DOR – CÁLCULO RENAL ARTRITE REUMATÓIDE GOTA DOENÇA DE HODGKIN TOCOLÍTICO EFEITOS COLATERAIS SANGRAMENTO E ÚLCERAS TGI REAÇÕES ALÉRGICAS EDEMA DEPRESSÃO DA FUNÇÃO RENAL EVENTOS CARDIOVASCULARES CEFALÉIA NEUTROPENIA (inibe motilidade) TROMBOCITOPENIA OUTROS MAIS POTENTE QUE INDOMETACiNA E NAPROXENO ANTAGONIZA EFEITOS DOS DIURÉTICOS TIAZÍDICOS ➔ Derivados do ácido propiônico Principais representantes: ibuprofeno, naproxeno, oxaprozina, cetoprofeno e flurbiprofeno. Os medicamentos derivados do ácido propiônico apresentam absorção por via oral, a qual é reduzida se houver ingesta de alimentos concomitante.Além disso, esses farmacos apresentam uma afinidadecom as proteínas plasmáticas, sendo metabolizados no fígado e excretados, principalmente, pela via urinária. Esses medicamentos podem ser para o tratamento da artrite reumatoide, osteoartrite, espondilite anquilosante, artrite gotosa, sinovites, tenossinovites, tendinites, processos inflamatórios odontológicos e dismenorreia. O medicamentos derivados do ácido propiônico são eficazes como analgésicos em lesões traumáticas, musculoesqueléticas, lombalgia, dor pós-operatória e como antipiréticos. Apresentam efeitos adversos no trato gastrointestinal, como dispepsia ou sangramento, consequência da inibição enzimática da cicloxigenase-1 (enzima costitutiva), responsavel pela produção de prostaglandinas produtoras do muco protedor do estômago. Porém, também existem efeitos no sistema nervoso central, como cefaleia, zumbidos e tontura. Não recomendados para pacientes com doença gastrointestinal alta, história de úlcera péptica, insuficiência renal, gestantes, lactantes e pacientes tratados com cumarínicos, uma vez que aumenta o tempo de protrombina. Apresentam uma certa toxicidade ao trato gastrointestinal, gerando desconforto epigástrico, náuseas, vômitos, diarreia, azia, sensação de plenitude, constipação etc. CETOPROFENO NAPROXENO IBUPROFENO CINÉTICA Cp PICO 1 – 2 h ½ VIDA – 2 h Cp PICO 1 h ½ VIDA – 14 h Cp PICO 15 – 30 min ½ VIDA – 2 - 4 h DOSES 25 – 75 mg – 3 a 4x/DIA MAX 1g/DIA ( 2 a 4 x ) CRIANÇAS - 5mg/kg , 2x/DIA 200 – 800 mg/DOSE (3-4x) CRIANÇAS: FEBRE 5-10 mg/kg CADA 6 h. AA 20-40 mg/kg/dia (3-4) INDICAÇÕES ARTRITE REUMATÓIDE OSTEOARTRITE BURSITE ARTRITE REUMATÓIDE TENDINITE BURSITE GOTA DISMENORREIA CEFALÉIA FEBRE DOR BRANDA EFEITOS COLATERAIS DISPEPSIA DESCONFORTO GÁSTRICO* NÁUSEAS VÔMITOS DISPEPSIA DESCONFORTO GÁSTRICO NÁUSEAS VÔMITOS SONOLÊNCIA PIROSE DOR EPIGÁSTRICA NÁUSEAS; PIROSE EVENTOS CARDIOVASCULARE S OUTROS ANTAGONIZA EFEITOS DA BRADICININA ANTAGONIZA EFEITOS DOS DIURÉTICOS TIAZÍDICOS, . MENOS EFEITOS CARDIOVASCULARES ANTAGONIZA EFEITOS DOS DIURÉTICOS TIAZÍDICOS, ➔ Derivados do ácido enólico Principais representantes: Meloxicam e piroxicam O meloxicam é um farmaco antigo, porém foi descoberto uma certa seletividade para a COX-2. - Os medicamentos derivados do ácido enólico apresentam uma rápida absorção pela via oral, e quando atingem a corrente sanguínea têm uma grande afinidade com as proteínas plasmáticas. - Eles podem ser administrados mais de uma vez ao dia, pois apresentam uma meia-vida longa. - Eles são excretados, principalmente, pela urina e fezes. - O uso dos medicamentos derivados do ácido enólico é indicado para portadores de artrite reumatoide, osteoartrite, atrite reumatoide juvenil, espondilite anquilosante, dor pós-operatória, traumatismo, lombociatalgia e distensões ligamentares. - Os principais efeitos colaterais do uso dos medicamentos derivados do ácido enólico são os gastrointestinais, como a úlcera péptica, pois bloqueiam a ação da cicloxigenase-1 (constitutiva) afetando a homeostase gastrointestinal. - Além disso, os medicamentos derivados do ácido enólico apresentam cefaleia, mal-estar, zumbidos, rash, edema, prurido, insônia, depressão, parestesias, alucinações e aumento de creatinina como possíveis efeitos colaterais. - Eles são medicamenros contraindicados para pacientes com úlcera péptica ativa, história de hipersensibilidade, gestante, lactante e muita cautela quando o paciente for portador de alterações da coagulação. - Seus supositórios não devem ser usados por pacientes portadores de processos inflamatórios no reto ou ânus ou em pacientes com história recente de sangramento anal ou retal. CINÉTICA Cp PICO 3 – 5 h ½ VIDA – 45 – 50 h Cp PICO 5 – 10 h ½ VIDA – 15 - 20 h DOSES 20 mg/DIA 7,5 – 15 mg/dia INDICAÇÕES ARTRITE REUMATÓIDE OSTEOARTRITE ESPONDILITE DISMENORRÉIA PÓS-OPERATÓRIO GOTA OSTEOARTRITE EFEITOS COLATERAIS SANGRAMENTO E ÚLCERAS TGI LESÕES GÁSTRICAS OUTROS NÃO DEVE SER USADO COMO 1ª ESCOLHA 10 x MAIS SELETIVO PARA COX-2 Efeitos adversos dos anti-inflamatórios são esteroidais não seletivos ➔ Gastrointestinais Os anti-inflamatórios não esteroidais tem uma mecanismo de ação inibitório com a inibição, não intencional, da enzima cicloxigenase-1 resultando na não produção das prostaglandinas I2 com funções de citoproteção gástrica promovendo uma agressão ao estômago gerando úlceras pépticas. Logo, a principal limitaçãono uso dos AINES são os seus efeitos gastrointestinais que estão entre os mais graves. Os efeitos colaterais podem variar desde leve dispepsia até hemorragia maciça causada por úlcera gástrica perfurada, como resultado de inibição da produção de prostaglandina I2. Observação: os efeitos colaterais gastrintestinais não se resumem apenas ao estômago. As prostaglandinas I2 têm vários efeitos gástricos protetores, como a redução na quantidade de ácido estomacal produzido e a manutenção de uma camada de mucosa protetora, assim aumentando a produção de mucosa e melhorando o fluxo sanguíneo local. Observação: a irritação gástrica também pode ser causada por irritação direta dos próprios medicamentos. Embora os inibidores de COX-2 sejam mais específicos para a enzima COX-2, alguns ainda retêm certa inibição de COX-1, causando risco de sangramento gastrintestinal, embora menos que AINEs não-específicos. Ordem dos medicamentos com maiores incidência de ulceras pépticas Ibuprofeno < diclofenaco < naproxeno < indometacina < piroxicam ➔ Renais A prostaglandina promove a vasodilatação da arteríola aferente, o uso de AINEs não seletivo impede a formação de prostaglandina interferindo no processo hemodinâmico da filtração desencadeando uma insuficiência renal aguda. Observação: o uso crônico ou abusivo dos anti-inflamatório não esteroidais pode causar nefropatia analgésica. Em condições fisiológicas normais, as prostaglandinas I2 (prostaciclinas) e o óxido nítrico levam ao relaxamento do músculo liso no endotélio vascular e, portanto, à vasodilatação. Além disso, as prostaciclinas desempenham papel essencial na regulação do tônus arterial aferente e eferente no glomérulo, conhecido por desempenhar um papel vital na preservação da função renal em estados hipovolêmicos. A inibição de produção de prostaciclinas, pelo uso de AINEs, pode levar a uma taxa menor de filtração glomerular, retenção de sal e água, e lesão renal aguda. Esses mecanismos são particularmente importantes em pacientes com hipovolemia e insuficiência cardíaca crônica que sejam sensíveis a mudanças na pressão de perfusão renal. ➔ Respiratórios Os anti-inflamatórios não esteroidais apresentam uma inibição do metabolismo do ácido araquidônico pela anulação enzimática as cicloxigenases levando ao aumento da produção de leucotrienos, os quais tem ações brococonstritoras diretas. Até 10% dos pacientes com asma têm doença exacerbada pelos AINEs. ➔ Hematológicos Em condições fisiológicas normais, a enzima cicloxigenase metaboliza o ácido araquidônico em tromboxano A2 nas plaquetas, desencadeando uma maior adesividade de plaquetas e vasoconstrição. Em contrapartida, a enzima cicloxigenase metaboliza o ácido araquidônico em prostagladinas no músculo liso, promovendo vasodilatação e redução na agregação plaquetária. Esse contraste proporciona uma homostasia, uma equilíbrio delicado entre esses dois sistemas. O uso de anti-inflamatórios não esteroidais leva à redução da função e adesividade das plaquetas pela inibição da ação da cicloxigenase interferindo na produção de tromboxano A2 e prostaglandinas, e assim há um maior tempo de sangramento. Observação: a aspirina inibe irreversivelmente a cicloxigenase de plaquetas tornando-as ineficientes durante todo o seu ciclo de vida de 10 dias, pois as plaquetas não apresentam núcleo para repor as cicloxigenases bloqueadas irreversivelmente. Anti-inflamatórios não esteroidais seletivos Os anti-inflamatórios não esteroidaia não seletivos são compostos com ação inibitória seletiva sobre COX-2 e estão hoje em uso clínico; no entanto, apesar de esses fármacos apresentarem menos efeitosadversos no trato gastrointestinal, não estão nem perto de serem tão bem tolerados como esperado, pois apresentam sérios eventos cardiovasculares adversos. Ação Farmacológica Nome Genérico Inibidores não seletivos para a COX-2 Ibuprofeno, Cetoprofeno, Diclofenaco, Cetorolaco, Piroxicam, Tenoxicam. Inibidores seletivos para COX-2 (coxibes) Etoricoxibe, Celecoxibe, Nimesulide. Os inibidores seletivos da COX-2 possuem propriedades anti-inflamatórias, antipiréticas e analgésicas semelhantes aos AINEs tradicionais, porém não compartilham as ações antiplaquetárias dos inibidores da COX-1. ➔ Celecoxibe O celecoxibe é um inibidor altamente seletivo pela cicloxigenase-2 (de forma reversível), o que facilita o manejo das inflamações crônicas, além da redução na toxicidade gastroduodenal. O uso crônico dos coxibes pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares como infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico, hipertensão arterial e falência cardíaca. O celecoxibe é bem absorvido por via oral, com concentração máxima em torno de 3 horas.Além disso, é metabolizado no fígado através do citocromo P450, com excreção nas fezes e urina, e tem meia-vida de 11 horas, sendo normalmente administrado uma vez ao dia, mas pode ser administrado duas vezes ao dia. Ele é indicado para pacientes com artrite reumatoide, osteoartrite, atrite reumatoide juvenil, espondilite anquilosante, dismenorreia e outros processos inflamatórios articulares. O celecoxibe apresenta cefaleia, dispepsia, diarreia e dor abdominal como efeitos adversos. Além disso, alguns estudos demonstraram que seu uso pode estar relacionado com o desenvolvimento de eventos cardiovasculares trombóticos (infarto agudo do miocardio, angina instável, trombos cardíacos, AVC e ataque isquêmico transitório (AIT), além de possível lesão renal. O celecoxibe deve ser evitado em pacientes com doença hepática, cardíaca ou renal grave, hipovolemia e pacientes alérgicos a sulfonamidas. O celecoxibe apresenta algumas interações medicamentosas, assim pode elevar os níveis do propranolol, de alguns antidepressivos (amitriptilina) e de neurolépticos (risperidona); além disso, alguns fármacos como fluconazol e fluvastatina podem aumentar os níveis plasmáticos de celecoxibe. CELECOXIBE CINÉTICA Cp PICO 2 – 4 h ½ VIDA – 6 – 12 h DOSES 100 mg/ 1- 2x DIA INDICAÇÕES ARTRITE REUMATÓIDE OSTEOARTRITE PÓS-CIRURGICO EFEITOS COLATERAIS FORMAÇÃO DE TROMBOS HIPERTENSÃO INSUFICIÊNCIA RENAL E CARDÍACA ➔ Nimesulidade (derivado da sulfonilida) A nimesulida é um inibidor seletivo da cicloxigenase-2 e apresenta ações analgésicas, antiinflamatórias e antipiréticas. Além da inibição seletiva da COX-2, neutraliza a formação de radicais livres de oxigênio produzidos durante o processo inflamatório. Observação: a nimesulida é um inibidor fraco de prostaglandina E, porém promove uma inibição na função de leucocitos; além disso, ela é útil para paciente com hipersensibilidade alérgica a aspirina e outros AINEs. A nimesulida sofre rápida absorção gastrointestinal, alcançando o pico de concentração plasmática dentro de I a 2 horas. Além disso, ela sofre metabolização hepática, circulação êntero-hepática, e é eliminada pelas fezes (73%) e pela urina (24%). A nimesulida é indicada no tratamento de estados febris, processos inflamatórios relacionados com a liberação de prostaglandinas (osteoarticulares e musculoesqueléticas), e como analgésico em cefaleias, mialgias, e no alívio da dor pós-operatória. Em virtude da sua atividade seletiva sobre a COX-2, apresenta menor incidência de efeitos colaterais gastrointestinais.Mas pode causar cefaleia, sonolência, tontura, urticária, coceira, icterícia, perda de apetite, dor de estômago, enjoo, vômito, diarreia, diminuição do volume urinário, urina escura, diminuição da temperatura do corpo e asma. A nimesulida não deve ser usada por pacientes portadores de hemorragias gastrointestinais, úlcera duodenal ou gástrica, patologias hepáticas e com insuficiência renal. NIMESULIDA CINÉTICA Cp PICO 1 –2 h ½ VIDA – 2– 5 h DOSES 100 mg/ 2x DIA INDICAÇÕES TRATAMENTOS ORAIS DISMENORRÉIA INFLAMAÇÃO UROLÓGICAS INFLAMAÇÃO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR ARTRITE REUMATÓIDE OSTEOARTRITE EFEITOS COLATERAIS SANGRAMENTO E ÚLCERAS TGI OUTROS INIBIDOR FRACO DA PGE INIBE FUNÇÃO DE LEUCÓCITOS BOM PARA HIPERSENSIBILIDADE AAS E OUTROS AINEs Efeitos adversos dos anti-inflamatórios são esteroidais seletivos ➔ Cardiovasculares Os AINEs seletivos promovem uma inibição enzimática da cox-2 desencadeando uma diminuição da prostaglandina I2, porém as plaquetas apresentam cox-1, a qual não será inibida desencadeando um evento trombótico pela perda de equilíbrio entre os eventos inflamatórios. Os inibidores específicos de COX-2 foram introduzidos no mercado para evitar os efeitos colaterais comuns e graves sobre o trato gastrintestinal alto pela inibição da COX-1 por AINEs não-específicos. Contudo, as preocupações acerca de sua segurança cardiovascular limitaram seu uso disseminado. Há um aumento, dependente da dose, no risco de eventos trombóticos, tanto cardíacos quanto cerebrais. O rofecoxibe e o valdecoxibe foram retirados do mercado devido ao aumento do número de eventos cardiovasculares associados especificamente a essas 2 drogas. O risco é mais alto em pacientes com doença cardiovascular pré-existente, e, portanto, o uso de inibidores de COX-2 é contraindicado para pacientes com insuficiência cardíaca, doença cardíaca isquêmica, e doença vascular periférica e cerebrovascular. ➔ Cicatrização óssea Há um risco teórico de que os AINEs, em particular os inibidores de COX-2, causem redução da taxa de cicatrização óssea e aumento da incidência de não-consolidação de fraturas. Após uma fratura, há maior produção de prostaglandinas como parte da resposta inflamatória, o que aumenta o fluxo sanguíneo local. Acredita-se que o bloqueio desse mecanismo seja prejudicial à cicatrização dos ossos; contudo, atualmente, não há provas científicas de alta qualidade para confirmar isso. Resumo AINEs Atípicos O uso de AINES atípicos são indicados para dor leve a moderada, estes vão ter maior ação analgésica e não interferem tanto na inflamação. Típicos Não são recomendados para dor pós-cirurgica de forma intra-venosa, é melhor usar os opioides. Não são recomendados em casos de trauma e infecçoes, quando a inflamação é essencial. Muito cuidado com idosos por conta do risco de sangramento gástrico, e com gestantes pelos efeitos tetratrogenicos (o AAS em baixas doses é o mais indicado, porém suspender antes do parto pelo risco de trabalho de parto prolongado, sangramentos, e fechamento intrauterino do ducto arterioso). Não utilizar em pacientes com úlceras gástricas (deve-se evitar o uso ou associa-lo a protetores gástricos). Não utilizar em pacientes com disfunção renal e hepática. Seletivos Tem maior risco de complicações cardiovasculares e propensão trombótica. Não utilizar em pacientes com insuficiência cardíaca grave e cardiopatias isquêmicas.
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