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DEDICAÇÃO DELTA - DELEGADO RJ - SEMANA 01 - GRATUITA

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Prévia do material em texto

SEMANA 01 
Gratuita 
 
 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
DELEGADO – RIO DE JANEIRO 
 
SEMANA 01/14 
 
 
AVISO IMPORTANTE 
O material será disponibilizado com os dados pessoais do participante, em área de acesso 
restrita. O compartilhamento indevido de materiais da PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL – 
DELEGADO RIO DE JANEIRO ensejará a interrupção imediata do serviço, bem como 
adoção das medidas cabíveis. 
 
Qual a duração da PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL – DELEGADO RIO DE JANEIRO? 
 
A PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL – DELEGADO RIO DE JANEIRO é dividida em 14 
semanas. 
 
Qual o principal material da preparação e quando ele é enviado? 
 
O principal material da nossa preparação são os e-books divididos em metas com resumo 
da doutrina, questões sobre o tema, lei seca destacada, informativos e súmulas. Este material será 
disponibilizado na nossa plataforma sempre aos finais de semana para que vocês possam utilizá-lo ao 
longo da semana. 
 
Quais materiais serão disponibilizados na PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL – DELEGADO RIO 
DE JANEIRO? 
 
1- Caderno de resumo da doutrina e questões - Este caderno é dividido em metas, que 
correspondem aos dias da semana em que o aluno deve cumprir. Ao final de cada meta, 
disponibilizamos os artigos relacionados ao tema bem como questões de concursos anteriores para 
treinamento (disponibilizado semanalmente); 
2- Caderno de Súmulas por assunto - Este caderno visa orientar nosso aluno, a partir de 
um cronograma, a realizar uma leitura das principais súmulas dos Tribunais Superiores (disponibilizado 
integralmente no início do curso); 
3- Caderno de Lei Seca - Compilamos as principais leis, que possuem grande incidência 
em concursos de Delegado de Polícia. Esse caderno visa, através de um cronograma elaborado por 
nossa equipe, organizar o estudo tão importante da lei seca (disponibilizados semanalmente). 
4- Caderno de Jurisprudência - Selecionamos os principais julgados mais recentes para 
facilitar o seu estudo. Com o cronograma criado pela nossa equipe, você estudará os principais 
informativos de uma maneira constante e leve (disponibilizados semanalmente).. 
 
 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
DELEGADO – RIO DE JANEIRO 
 
SEMANA 01/14 
 
 
Como eu devo me guiar com este material? 
 
Isto é bem intuitivo. Cada meta se refere a um dia da semana (Meta 1, Segunda-feira; Meta 
2, terça-feira, etc). A meta 6 da semana (sábado) é reservada para a revisão da semana, através da leitura 
das assertivas corretas das questões da semana, bem como dos principais artigos trabalhados na 
semana. 
Acreditamos que o melhor método de estudo pré-edital é a partir da edificação de uma 
base de conhecimento pautada no tripé doutrina – lei seca – jurisprudência, aliada à constante resolução 
de questões objetivas. 
Por isso, aconselhamos que se inicie o dia estudando o resumo do dia. No momento do 
estudo não tente resumir a matéria, pois nossos resumos diários já suprirão esta necessidade. O ideal é 
que tome notas inteligentes em post-its e façam grifos para a semana de revisão. Notas 
inteligente são aquelas que sem precisar esgotar o tema faz com que você relembre os principais 
pontos. A organização das suas anotações é crucial para sua aprovação. 
Atendendo sugestões, explicaremos melhor como vocês devem se guiar com esse 
material: 
Passamos a indicar no Caderno de Doutrina, antes de iniciar a meta, os artigos 
correspondentes, além dos dispositivos que reputamos mais relevantes e com maior probabilidade de 
estar na sua prova. 
A leitura desses dispositivos fará parte do ciclo de revisão semanal proposto pelo curso 
(leitura realizada aos sábados). 
Encerrado o estudo da doutrina passe para a resolução dos exercícios e súmulas 
selecionadas. Até aqui foi feito o mais importante. 
Após tudo isso, se sobrar tempo, é hora de ler a lei seca do caderno de leis. Essa tarefa de 
repetição de leitura de artigos não demandará muito tempo por dia e é essencial para a sua aprovação. 
Lembramos que os artigos indicados nos cadernos de Lei seca não correspondem à 
meta justamente para que vocês sempre leiam mais vezes a letra da lei, independentemente de 
ter estudado o tema ou não. 
Estamos abertos a críticas e sugestões. Este é um processo coletivo no qual a 
participação de vocês é fundamental para que a preparação para a prova seja potencializada. 
Evite a possibilidade de ter a sua posse impedida em razão compartilhamento ilegal e indevido 
do material da PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL - DELEGADO RIO DE JANEIRO sem 
autorização. 
Vamos Juntos! 
Equipe Dedicação Delta. 
 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
DELEGADO – RIO DE JANEIRO 
 
SEMANA 01/14 
 
 
Sumário 
META 1 .................................................................................................................................................................. 13 
DIREITO PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS ........................................................................ 13 
1. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, OBJETO, FUNÇÕES E DIVISÕES DO DIREITO PENAL
 .................................................................................................................................................................................. 15 
2. ENCICLOPÉDIA DAS CIÊNCIAS PENAIS ........................................................................................... 30 
2.1Direito Penal X Criminologia X Política Criminal ................................................................................. 31 
2.2 Seletividade - Criminalização Primária e Secundária (Zaffaroni) ........................................................ 32 
3. DIREITO PENAL DO AUTOR E DIREITO PENAL DO FATO .................................................... 34 
4. GARANTISMO PENAL (FERRAJOLI) .................................................................................................... 35 
4.1 Conceito ....................................................................................................................................................... 35 
4.2. Garantias primárias e secundárias ........................................................................................................... 36 
4.3 Máximas do garantismo ............................................................................................................................. 37 
5. DIREITO PENAL DO INIMIGO .............................................................................................................. 40 
5.1 Velocidades do Direito Penal (Jesús-Maria Silva Sánchez) .................................................................. 43 
6. FONTES DO DIREITO PENAL ............................................................................................................... 45 
7. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL: ....................................................................................................... 54 
7.1 Princípios Relacionados com a Missão Fundamental do Direito Penal ............................................. 55 
7.1.1 Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos ........................................................................ 55 
7.1.2 Princípio da Intervenção Mínima ..................................................................................................... 60 
7.1.3 Princípio da Insignificância ou da Bagatela ..................................................................................... 64 
7.2 Princípios Relacionados com o Fato do Agente .................................................................................... 91 
7.2.1 Princípio da Ofensividade/Lesividade ............................................................................................. 91 
7.2.2 Princípio da Alteridade ....................................................................................................................... 94 
7.2.3 Princípio da Exteriorização ou Materialização do Fato ................................................................. 94 
7.2.4 Princípio Da LegalidadeEstrita Ou Reserva Legal ........................................................................ 94 
7.2.5Princípio da Anterioridade ................................................................................................................ 100 
7.2.6 Princípio da Vedação ao Bis In Idem ............................................................................................. 100 
7.2.7 Princípio da Adequação Social ........................................................................................................ 101 
7.3 Princípios Relacionados com o Agente do Fato .................................................................................. 103 
7.3.1Princípio da Responsabilidade Pessoal / Da Pessoalidade / Da Intranscendência Da Pena . 103 
7.3.2Princípio da Responsabilidade Subjetiva ......................................................................................... 104 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
DELEGADO – RIO DE JANEIRO 
 
SEMANA 01/14 
 
 
7.3.3Princípio da Culpabilidade ................................................................................................................ 105 
7.3.4Princípio da Proporcionalidade ........................................................................................................ 105 
7.3.5 Princípio da Limitação das Penas ou da Humanidade ................................................................. 107 
7.2.6 Princípio da Confiança ..................................................................................................................... 108 
QUESTÕES PROPOSTAS .............................................................................................................................. 110 
 
META 2 ................................................................................................................................................................ 125 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS ......................................... 125 
1. PROCESSO PENAL CONSTITUCIONAL ............................................................................................ 127 
2. PRETENSÃO PUNITIVA .......................................................................................................................... 131 
3. SISTEMAS DO PROCESSO PENAL ....................................................................................................... 132 
4. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL ............................................................. 143 
4.1 Princípios Constitucionais Explícitos .................................................................................................... 143 
4.1.1 Princípio da Presunção da Inocência ............................................................................................. 143 
4.1.2 Princípio da Igualdade Processual ou Paridade de Armas .......................................................... 154 
4.1.3 Princípio da Ampla Defesa .............................................................................................................. 154 
4.1.4 Princípio da Plenitude da Defesa .................................................................................................... 160 
4.1.5 Princípio Do In Dubio Pro Reo: .......................................................................................................... 161 
4.1.6 Princípio do Contraditório ou Bilateralidade da Audiência ........................................................ 162 
4.1.7 Princípio da Publicidade ................................................................................................................... 165 
4.1.8 Princípio da Vedação das Provas Ilícitas ....................................................................................... 168 
4.1.9 Princípio da Economia Processual, Celeridade Processual e Duração Razoável Do Processo
 ........................................................................................................................................................................ 170 
4.1.10 Princípio do Devido Processo Legal ............................................................................................ 171 
4.1.11 Juiz Imparcial/Natural .................................................................................................................... 172 
4.2 Princípios Constitucionais Implícitos .................................................................................................... 176 
4.2.1 Princípio do Nemo Tenetur Se Detegere = Princípio De Que Ninguém Está Obrigado A 
Produzir Prova Contra Si Mesmo. ........................................................................................................... 176 
4.2.2 Princípio da Iniciativa das Partes .................................................................................................... 186 
4.2.3 Duplo Grau de Jurisdição ................................................................................................................ 187 
4.2.4 Indisponibilidade da Ação Penal Pública ..................................................................................... 187 
4.2.5 Princípio da Oficialidade .................................................................................................................. 187 
4.2.6 Princípio da Oficiosidade ................................................................................................................. 187 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
DELEGADO – RIO DE JANEIRO 
 
SEMANA 01/14 
 
 
4.2.7 Princípio da Intranscendência ou Pessoalidade das Penas .......................................................... 187 
5. OUTROS PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL ............................................................................... 187 
5.1. Princípio da busca da verdade real ou material ................................................................................... 187 
5.2 Princípio da oralidade ............................................................................................................................... 189 
5.3 Indivisibilidade da Ação Penal Privada ................................................................................................. 189 
5.4 Comunhão da Prova ................................................................................................................................. 189 
5.5 Impulso Oficial ......................................................................................................................................... 190 
6. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO, NO ESPAÇO E EM RELAÇÃO ÀS 
PESSOAS ............................................................................................................................................................. 190 
6.1 Lei Processual no Tempo ........................................................................................................................ 190 
6.2 Lei Processual no Espaço: ....................................................................................................................... 193 
6.3 Lei Processual em Relação às Pessoas ................................................................................................... 194 
7. INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL ........................................................................ 200 
QUESTÕES PROPOSTAS .............................................................................................................................. 204 
 
META 3 ................................................................................................................................................................ 218 
DIREITO CONSTITUCIONAL: TEORIA DA CONSTITUIÇÃO ...................................................... 218 
1. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO ......................................................................................................... 218 
1.1 Concepções do Conceito de Constituição............................................................................................ 219 
2. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES .......................................................................................... 227 
3. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO ..................................................................................................... 232 
4. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO E 
NEOCONSTITUCIONALISMO ................................................................................................................... 233 
4.1. Constitucionalismo .................................................................................................................................. 233 
4.2 Neoconstitucionalismo ............................................................................................................................ 235 
4.3 O papel da Constituição em um Estado Democrático de Direito .................................................... 239 
5. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ............................................................. 244 
6. INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ............................................................. 245 
6.1. Hermenêutica x Interpretação Jurídica ................................................................................................. 246 
6.2 Interpretação Jurídica x Interpretação Constitucional ........................................................................ 246 
6.3 Correntes Norte-americanas ................................................................................................................... 247 
6.4 Métodos de interpretação ........................................................................................................................ 247 
6.5 Regras, princípios e postulados normativos ......................................................................................... 252 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
DELEGADO – RIO DE JANEIRO 
 
SEMANA 01/14 
 
 
6.6 Princípios de interpretação Constitucional ........................................................................................... 253 
6.7 Técnicas de interpretação Constitucional ............................................................................................. 256 
7. PODER CONSTITUINTE ......................................................................................................................... 258 
7.1 Espécies de Poder Constituinte Originário .......................................................................................... 259 
7.2 Limitações Materiais ................................................................................................................................. 261 
7.3 Titularidade do Poder Constituinte Originário .................................................................................... 263 
7.4 Legitimidade .............................................................................................................................................. 263 
7.5 Poder Constituinte Derivado .................................................................................................................. 264 
7.5.1 Reformador ........................................................................................................................................ 264 
7.5.2 Poder Constituinte Derivado Decorrente ..................................................................................... 266 
7.5.3 Poder Constituinte Derivado Revisor ............................................................................................ 267 
7.6 Poder Constituinte Difuso ...................................................................................................................... 268 
7.7 Poder Constituinte Supranacional .......................................................................................................... 269 
QUESTÕES PROPOSTAS .............................................................................................................................. 274 
 
META 4 ................................................................................................................................................................ 288 
DIREITO ADMINISTRATIVO: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS E PRINCÍPIOS ........................... 288 
1. ORIGEM, NATUREZA JURÍDICA E OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO .............. 288 
2. EVOLUÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO .............................................................................. 290 
3. CRITÉRIOS DA ADMINISTRAÇÃO: ..................................................................................................... 291 
4. SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO ....................................................................................................... 296 
4.1 Administração Pública Extroversa e Introversa .................................................................................. 297 
4.2 Tendências atuais do Direito Administrativo ....................................................................................... 298 
4.3 Transadministrativismo ............................................................................................................................ 298 
5. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO ..................................................................................... 299 
5. INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................................. 302 
6. SISTEMAS DE CONTROLE DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA .............................................. 303 
7. REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO ........................................................................................... 303 
7.1 Princípios x Regras ................................................................................................................................... 306 
7.2 Princípios Explícitos do Direito Administrativo ................................................................................. 308 
8. PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO .............................................................................. 309 
8.1 Legalidade (Juridicidade) .......................................................................................................................... 309 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
DELEGADO – RIO DE JANEIRO 
 
SEMANA 01/14 
 
 
8.2 Princípio Da Impessoalidade .................................................................................................................. 312 
8.3 Princípio da Moralidade ........................................................................................................................... 313 
8.4 Princípio da Publicidade .......................................................................................................................... 316 
8.5 Princípio da Eficiência ............................................................................................................................. 318 
9. OUTROS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS ..................................................................................... 319 
9.1 Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade ................................................................................. 319 
9.2 Princípio da Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado (Princípio da Finalidade Pública)
 ............................................................................................................................................................................ 321 
9.3 Princípio da Autotutela ou Sindicabilidade ........................................................................................... 321 
9.4 Princípio Da Continuidade Do Serviço Público .................................................................................. 325 
9.5 Princípio da Motivação ............................................................................................................................330 
9.6 Princípio da Ampla Defesa e Contraditório ......................................................................................... 333 
9.7 Princípio da Segurança Jurídica e Legítima Confiança ........................................................................ 334 
9.8 Princípio da Intranscendência Subjetiva das Sanções ......................................................................... 336 
QUESTÕES PROPOSTAS .............................................................................................................................. 340 
 
MEDICINA LEGAL: PERÍCIAS E PERITOS E DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS ................ 361 
1. CONCEITO DE MEDICINA LEGAL .................................................................................................... 361 
2. SUBDIVISÕES DA MEDICINA LEGAL ............................................................................................... 362 
3. PERÍCIAS E PERITOS ................................................................................................................................ 363 
3.1 Perícia ......................................................................................................................................................... 363 
3.2 Peritos ......................................................................................................................................................... 368 
3.2.1 Crime De Falsa Perícia ..................................................................................................................... 373 
3.3 TIPOS DE PERÍCIA .............................................................................................................................. 374 
4. DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS ....................................................................................................... 378 
4.1 Documentos Médico Legais Em Espécie ............................................................................................. 379 
4.4.1 Preâmbulo ........................................................................................................................................... 380 
4.4.2 Quesitos .............................................................................................................................................. 381 
4.4.3 Histórico ............................................................................................................................................. 381 
4.4.4 Descrição ............................................................................................................................................ 381 
4.4.5 Discussão ............................................................................................................................................ 382 
4.4.6 Conclusão ........................................................................................................................................... 382 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
DELEGADO – RIO DE JANEIRO 
 
SEMANA 01/14 
 
 
4.4.7 Resposta Aos Quesitos ..................................................................................................................... 382 
4.2 PARECER MÉDICO-LEGAL ............................................................................................................. 384 
4.3 Atestado ...................................................................................................................................................... 385 
4.3.1 Classificação quanto ao modo de fazer ou conteúdo .................................................................. 387 
4.3.2 Atestado de óbito .............................................................................................................................. 388 
4.4 Notificação Compulsória ......................................................................................................................... 393 
4.5 Depoimentos Orais .................................................................................................................................. 394 
QUESTÕES PROPOSTAS .............................................................................................................................. 395 
 
META 5 ................................................................................................................................................................ 404 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ............................... 404 
1. CONTEXTO HISTÓRICO ......................................................................................................................... 405 
2. CRIME DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA: CRIME ORGANIZADO POR NATUREZA x 
CRIME ORGANIZADO POR EXTENSÃO .............................................................................................. 409 
3. DOS DELITOS DA LEI 12.850 ................................................................................................................. 410 
3.1. Art. 2º, cáput ............................................................................................................................................. 410 
3.2. Art. 2º, §1º (figura equiparada) ............................................................................................................... 414 
3.3. Causas de Aumento de Pena .................................................................................................................. 416 
3.4. Circunstância Agravante ......................................................................................................................... 418 
3.5. Participação do Funcionário Público na OCRIM .............................................................................. 418 
4. ASPECTOS PROCESSUAIS DA LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA .................................. 425 
4.1 Colaboração Premiada ............................................................................................................................. 427 
4.2. Ação Controlada ...................................................................................................................................... 456 
4.3. Infiltração De Agentes ............................................................................................................................ 457 
4.4. Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações ....................................... 463 
5. DOS CRIMES OCORRIDOS NA INVESTIGAÇÃO E NA OBTENÇÃO DA PROVA ............ 465 
5.1. Revelação da Identidade Do Colaborador ........................................................................................... 465 
5.2. Crime de Colaboração Caluniosa ou Fraudulenta .............................................................................. 466 
5.3 Quebra de Sigilo das Investigações ........................................................................................................ 468 
5.4. Sonegação de Informações Requisitas .................................................................................................. 470 
6. PROCEDIMENTO PARA OS CRIMES PREVISTOS NA LEI. ........................................................ 471 
QUESTÕES PROPOSTAS .............................................................................................................................. 475 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
DELEGADO – RIO DE JANEIRO 
 
SEMANA 01/14 
 
 
 
META 6 – REVISÃO DA SEMANA ............................................................................................................ 486 
DIREITO PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS ...................................................................... 486 
Principais Artigos ................................................................................................................................................ 486 
Assertivas Corretas ..............................................................................................................................................493 
DIREITO PROCESSUAL PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS ......................................... 502 
Principais Artigos ................................................................................................................................................ 502 
Assertivas Corretas .............................................................................................................................................. 514 
DIREITO CONSTITUCIONAL: TEORIA DA CONSTITUIÇÃO ...................................................... 521 
Principais Artigos ................................................................................................................................................ 521 
Assertivas Corretas .............................................................................................................................................. 528 
DIREITO ADMINISTRATIVO: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS E PRINCÍPIOS ........................... 535 
Principais Artigos ................................................................................................................................................ 535 
Assertivas Corretas .............................................................................................................................................. 549 
MEDICINA LEGAL: PERÍCIAS E PERITOS E DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS ................ 561 
Principais Artigos ................................................................................................................................................ 561 
Assertivas Corretas .............................................................................................................................................. 577 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL: LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ............................... 582 
Principais Artigos ................................................................................................................................................ 582 
Assertivas Corretas .............................................................................................................................................. 608 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
DELEGADO – RIO DE JANEIRO 
 
SEMANA 01/14 
 
 
 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA SEMANA 01 
META DATA DIA ASSUNTO 
1 05/10 SEG DIREITO PENAL: Noções Iniciais e Princípios 
2 06/10 TER DIREIT PROCESSUAL PENAL: Noções Iniciais e Princípios 
3 07/10 QUA DIREITO CONSTITUCIONAL: Teoria da Constituição 
4 08/10 QUI 
DIREITO ADMINISTRATIVO: Noções Introdutória e Princípios 
MEDICINA LEGAL: Perícias e Peritos e Documentos Médico-Legais 
5 09/10 SEX LEGISLAÇAO PENAL ESPECIAL: Lei de Organização Criminosa 
6 10,11/10 SÁB/DOM [REVISÃO SEMANAL – Artigos e Assertivas Corretas] 
 
 
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Vamos Juntos! 
 
 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
DELEGADO – RIO DE JANEIRO 
 
SEMANA 01/14 
13 
 
META 1 
 
DIREITO PENAL: NOÇÕES INICIAIS E PRINCÍPIOS 
 
E aí, pessoal! Vamos começar os estudos da melhor matéria do direito e que ainda 
é “carro chefe” em concurso para Delegado de Polícia? 
Para ajudá-los, a Equipe Dedicação Delta fez um raio X minucioso dos assuntos 
mais cobrados pelas bancas em geral, para que vocês fiquem de sirene ligada quando 
forem estudá-los. 
São eles: 
 
TEMAS Nº de questões e % de incidência 
Teoria do Crime 167 (21.92%) 
Crimes Contra o Patrimônio 119 (15.62%) 
Crimes contra a Pessoa 106 (13.91%) 
Crimes contra a Administração Pública 74 (9.71%) 
Das Penas 73 (9.58%) 
Lei Penal 62 (8.14%) 
Crimes contra a Dignidade Sexual 39 (5.12%) 
Extinção da Punibilidade 33 (4.33%) 
Conceitos, Objeto, Teorias e Evolução do 
Direito Penal 
21 (2.76%) 
Princípios de Direito Penal 20 (2.62%) 
Crimes contra a Fé Pública 16 (2.10%) 
Ação Penal 11 (1.44%) 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
DELEGADO – RIO DE JANEIRO 
 
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Crimes contra a Paz Pública 9 (1.18%) 
Outros 12 (1,57%) 
- 
Total de questões analisadas: 762 
(100%) 
 
Isso NÃO quer dizer que os demais temas podem ser ignorados, vez que as bancas 
inovam mais a cada dia! Representa apenas que tais assuntos merecem uma atenção 
especial, combinado? LET’S GO! 
 
FOCO NA LEI SECA 
 
TODOS OS ARTIGOS RELACIONADOS AO TEMA 
CF/88 
⦁ Art. 5º, II 
⦁ Art. 5º, XLI, XLII, XLIII, XLIV, XLV e XLVII 
⦁ Art. 5º, XXXIX 
⦁ Art. 5º, §3º 
⦁ art. 7º, X 
⦁ Art. 22, I e §único 
⦁ art. 227, § 4º 
 
CP 
⦁ Art. 1º 
⦁ Art. 59 
⦁ Art. 71 
 
OUTROS DIPLOMAS LEGAIS 
⦁ Art. 8°, itens 2 e 5, CADH 
⦁ Art. 8º, item 4 do Pacto de São José da Costa Rica 
 
ARTIGOS MAIS IMPORTANTES – NÃO DEIXE DE LER! 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
DELEGADO – RIO DE JANEIRO 
 
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⦁ Art. 5º, XLI, XLII, XLIII, XLIV, XLV e XLVII, CF/88 
⦁ Art. 5º, XXXIX, CF/88 
⦁ Art. 22, I e §único, CF/88 
⦁ Art. 1º, CP 
 
1. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, OBJETO, FUNÇÕES E DIVISÕES DO 
DIREITO PENAL 
 
A) CONCEITO: 
 
Conjunto de normas que objetiva definir os crimes, proibindo ou impondo 
condutas, sob a ameaça de imposição de pena ou medida de segurança, e também a criar 
normas de aplicação geral. 
Segundo Cleber Masson (2017, p. 3) é “o conjunto de princípios e regras 
destinados a combater o crime e a contravenção penal, mediante a imposição de 
sanção penal”. 
 
Neste material, importante menção aos entendimentos do autor Paulo César 
Busato que é muito indicado e mencionado pelo Examinador da Banca de 
Direito Penal Bruno Gilaberte. 
 
Para Busato, conquanto seja sabido que o Direito penal é certamente a parte mais 
política do Direito e, portanto, seja exigível uma postura e uma consciência política a seu 
respeito e a respeito de suas consequências, uma eventual subordinação ideológica 
completa, como parecem adotar as duas posturas criticadas, põe a perder por completo 
o interesse de estudo a respeito do objeto do Direito penal, eis que fere de morte a 
pretensão de que este obedeça a alguma lógica, pg. 3 – 2ª Edição do Manual de Direito 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
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Penal, parte geral. 
 
Importa salientar que “sanção penal” é gênero, do qual são espécies as penas e as 
medidas de segurança. 
 
#CAIEMPROVA: Diz-se que a pena é a 1ª via do direito penal, a medida de segurança 
é a 2ª e a reparação do dano é a 3ª. 
 
É um ramo do Direito Público, vez que suas normas são indisponíveis, impostas 
e dirigidas a todas as pessoas. 
Além disso, o Estado é o titular do direito de punir e por isso sempre figura como 
sujeito passivo das infrações penais, ainda que de forma mediata. 
 
Conforme o autor Paulo César Busato não existe um direito de punir, posto 
que não é o Estado quem exige nada para si. São os demais indivíduos que 
exigem como direito seu que o Estado empregue o mecanismo de controle social do 
Direito penal. Assim, para o Estado remanesce somente um DEVER de punir e 
jamais um direito – 2a Edição do Manual de Direito Penal, parte geral, pg. 19. Além 
disso, Busato afirma que a efetivação de qualquer sistema jurídico estará sempre 
condicionada a um consenso dos cidadãos. Assim, é possível dizer que o Direito penal 
como exercício de violência é justamente a contraposição complementar do Direito 
penal como exercício de poder. Ou seja, somente se reconhece como uso legítimo do 
Direito penal aquela fórmula de poder que não se converte em violência, pg. 4 – 2a 
Edição do Manual de Direito Penal, parte geral. 
 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
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Ainda sobre o conceito de direito penal: 
 
• Aspecto Formal: O direito penal é um conjunto de normas que qualifica certos 
comportamentos humanos como infrações penais, define os seus agentes e 
fixa as sanções as lhe serem aplicadas. 
• Aspecto Material: O Direito Penal refere-se a comportamentos considerados 
altamente reprováveis ou danosos ao organismosocial, afetando bens jurídicos 
indispensáveis à própria conservação e progresso da sociedade. 
 
• Aspecto Sociológico: O direito penal é mais um instrumento do controle social 
de comportamentos desviados, visando a assegurar a necessária disciplina 
social. Em suma, sob aspecto dinâmico, o Direito Penal é mais um instrumento 
de controle social visando assegurar a necessária disciplina para a harmônica 
convivência dos membros da sociedade (TJ/PR). 
 
 Direito penal atua como o instrumento mais contundente de que dispõe o 
Estado para levar a cabo o controle social. É necessário reconhecer que sua 
intervenção constitui, por si só, uma violência. Resumidamente, o Direito penal ocupa 
um lugar de controle social de emergência, a ser usado em situações de intolerabilidade 
pelo grupo social, na forma de último recurso, de ultima ratio, pg. 4 – Paulo César 
Busato, 2a Edição do Manual de Direito Penal, parte geral. 
 
Aprofundando o enfoque sociológico 
 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
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⋅ A manutenção da paz social demanda a existência de normas destinadas a 
estabelecer diretrizes (regras). 
⋅ Quando violadas as regras de conduta, surge para o Estado o dever de aplicar 
sanções civis ou penais (infrações). 
⋅ Nessa tarefa de controle social atuam vários ramos do Direito. 
⋅ Quando a conduta atenta contra bens jurídicos especialmente tutelados, merece 
reação mais severa por parte do Estado, valendo-se do Direito Penal (soldado de 
reserva). 
⋅ O que diferencia a norma penal das demais é a espécie de consequência jurídica 
(pena privativa de liberdade). 
 
B) CARACTERÍSTICAS: 
 
De acordo com Cleber Masson (2017, p. 5), o Direito Penal é uma ciência 
cultural, normativa, valorativa, finalista, de natureza predominantemente sancionatória, e 
fragmentária. 
 
⦁ I – Ciência: Suas regras estão contidas em normas e princípios, que por sua vez, 
formam a dogmática jurídico-penal. 
⦁ II – Cultural: o Direito Penal é uma ciência do “dever ser”, ao contrário das 
ciências naturais, que cultuam o “ser”; 
⦁ III – Normativa: o objeto principal é o estudo da lei penal (Direito positivo); 
⦁ IV – Valorativa: sua aplicação não está pautada em regras matemáticas de certo 
ou errado, mas sim em uma escala de valores que são sopesados a partir de 
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critérios e princípios próprios do Direito Penal. Dessa forma, esse ramo do direito 
valoriza hierarquicamente as suas normas; 
⦁ V – Finalista: o objetivo do direito penal é a proteção de bens jurídicos 
fundamentais, o que torna a sua missão prática, e não simplesmente teórica 
⦁ VI – Sancionatória: o Direito Penal é predominantemente sancionador porque 
não cria bens jurídicos, mas acrescenta proteção penal aos bens jurídicos 
disciplinados por outros ramos do Direito. No entanto, é possível que ele seja 
também constitutivo, quando protege interesses não regulados por outras áreas 
do Direito, como o uso indevido de drogas 
⦁ VII – Fragmentária: o Direito Penal não tutela todos os valores ou interesses, 
mas somente os mais importantes para a manutenção e o desenvolvimento dos 
indivíduos e da sociedade. 
 
C) OBJETO DE PROTEÇÃO DO DIREITO PENAL: 
 
Bens Jurídicos penais: “é a coisa, o valor, o atributo espiritual ou intelectual cujo 
usufruto e gozo são reconhecidos como significativamente relevantes. Primeiro, para o 
efetivo desenvolvimento pessoal de seu titular e, depois e em consequência, para todo o 
corpo social, de que é exemplo o meio ambiente ecologicamente equilibrado” 
(PACELLI, 2017, p. 61). O legislador seleciona os bens jurídicos a serem defendidos 
pelo Direito Penal. No entanto, NÃO se pode falar em discricionariedade ampla e 
irrestrita, pois os bens jurídicos mais importantes são tratados na Constituição. Logo, a 
Constituição possui a seguinte missão: 
⦁ Orienta o legislador, ao eleger valores considerados indispensáveis à manutenção 
da sociedade; 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
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⦁ Impede que o legislador viole direitos fundamentais atribuídos a toda pessoa 
humana (Visão Garantista Do Direito Penal). 
 
Para o Examinador Bruno Gilaberte, acerca da objetividade jurídica, o principal 
objetivo é traçar as funções da Teoria do Bem Jurídico. São 3: interpretativa, 
sistemática (estas dogmáticas) e limitadora (esta a principal/por política criminal). A 
função mais importante é a LIMITADORA por exercer a função crítica, ou seja, limita-
se a aplicação das normas penais (observada pelo legislador –elaboração das normas - e 
pelo juiz – aplicação das normas). Impe-se a livre criação de normas penais. O 
examinador ressalta crítica severa a termos genéricos, vagos, dúbios, ocos, 
imprecisos, como ordem pública, paz social, bons costumes, moralidade pública, 
sentimentos, moral sexual, expressões subjetivas e carregadas de preconceitos NÃO 
SERVEM COMO BEM JURÍDICO TUTELÁVEL. Deve o bem jurídico ser dotado de 
concretude. A atividade do legislador não é livre, deve respeitar a teoria do bem jurídico 
observando diversos princípios como ofensividade, lesividade, taxatividade, 
fragmentariedade, proporcionalidade (esta influencia também), etc, 
Novamente o examinador critica os bens jurídicos “ocos” (a paz pública, moral pública, 
etc) ofende a taxatividade, numa perspectiva de violação à teoria do bem jurídico. Como 
seria a taxatividade do legislador? Primeira função do legislador é seleção do bem 
jurídico que se quer proteger. A LEI EXISTE A PARTIR DO BEM JURÍDICO E 
NÃO AO CONTRÁRIO (Live acerca do tema “Bem Jurídico” disponível no IGVT do 
IG do professor Gabriel Habib - Teoria do Bem Jurídico com o amigo e grande Mestre 
@Brunogilaberte). 
 
D) FUNÇÕES DO DIREITO PENAL: 
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Na atualidade, a doutrina divide a missão do direito penal em duas, quais sejam: 
 
a) Missões mediatas: 
 
• Instrumento de Controle Social ou de preservação da paz pública (Papel 
intimidador) 
• Limitação ao poder de punir estatal ou Função de Garantia – garantia dos 
cidadãos contra o arbítrio estatal, vez que só podem ser punidos por atos 
previstos como infração penal e por pena também determinada em lei. 
F Para Franz Von Liszt “o Código Penal é a Magna Carta do delinquente”; 
 
Obs: Se, de um lado, o Estado controla o cidadão, impondo-lhe limites para a vida em 
sociedade, de outro lado, é necessário também limitar o seu próprio poder de controle, 
evitando a punição abusiva (evitando a hipertrofia da punição). 
 
b) Missão imediata: 
 
Aqui, é necessário lembrarmos do funcionalismo penal, que trará as duas 
correntes de mais destaque acerca do tema (anote esses nomes na testa): 
• Funcionalismo teleológico (moderado) – Claus Roxin (Predomina) 
⋅ A missão do Direito Penal é a proteção dos bens jurídicos mais relevantes; 
⋅ Se a proteção de determinado bem jurídico não é indispensável ao 
indivíduo e à manutenção da sociedade, não deve incidir o direito penal, 
mas outros ramos do direito; 
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⋅ Para Roxin, o Direito Penal não veio para trazer valores éticos, morais; 
⋅ Ele entende que essa seria a função exclusiva; 
⋅ É chamado teleológico porque busca a finalidade do direito penal. 
• Funcionalismo sistêmico (radical) – Günter Jakobs 
⋅ A missão do Direito Penal é assegurar a vigência do sistema, protegendo o 
império da norma. 
⋅ Ele discorda de Roxin por entender que, quando o indivíduo é punido pela 
infração penal praticada, o bem jurídico já foi violado, ou seja, não está 
protegido, não sendo esta, portanto, a função do direito penal. Sua função 
seria demonstrar que a norma continua vigorando e deve ser obedecida. 
⋅ Assim, “o bem não deve ser representado como um objeto físico ou algo 
do gênero, e sim, como norma,como expectativa garantida”. (Direito Penal 
e Funcionalismo, 2005, p.33-34) 
⋅ E ainda, entende ele que quem deliberada e reiteradamente viola a lei penal, 
de forma grave e duradoura, deve ser tratado como “não-cidadão”, como 
inimigo da sociedade, por não cumprir sua função no corpo social, não 
fazendo jus às garantias previstas pela norma a qual tal sujeito infringe. 
⋅ Ao delinquente-cidadão, seria aplicado o direito penal do cidadão, ao passo 
que ao delinquente inimigo, seria aplicado o Direito Penal do Inimigo 
(tópico específico mais à frente) 
 
 A ideia de que o Direito penal serve à proteção seletiva de bens jurídicos deriva 
claramente da concepção de crime como vilipêndio de bens concretos, de 
objetos transcendentes ao próprio direito que estão associados a um conceito material de 
delito. Por sua vez, o modelo que identifica a missão do Direito penal como promoção 
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da estabilização normativa outra coisa não representa, nas mais das vezes, que a 
concepção de delito meramente formal, associada à compreensão do bem jurídico como 
imanente à própria norma, pg. 10 – Paulo César Busato, 2a Edição do Manual de 
Direito Penal, parte geral. 
 
 #APROFUNDANDO: Vamos a uma tabelinha com mais características das 
duas vertentes do funcionalismo para fixarmos as diferenças? 
 
FUNCIONALISMO PENAL 
 
FUNCIONALISMO 
TELEOLÓGICO 
(Características: 
Moderado, dualista, 
de política criminal ou 
racional teleológico) 
ROXIN 
 
 
• Finalidade do Direito Penal: proteção 
de bens jurídicos indispensáveis. Não 
veio para trazer valores éticos, morais. 
• Moderado: o direito penal tem limites 
impostos pelo próprio direito penal e 
demais ramos do direito. 
• Dualista: convive em harmonia com os 
demais ramos do Direito. Reconhece o 
sistema jurídico em geral. 
• De política criminal: aplica a lei de 
acordo com os anseios da sociedade. Se 
adapta à sociedade em que ele se insere. 
• Racional teleológico: movido pela razão 
e em busca de sua finalidade. 
 
 
FUNCIONALISMO 
SISTÊMICO 
(Características: 
Radical, monista e 
sistêmico) 
JAKOBS 
 
• Finalidade do Direito Penal: é a 
proteção das normas penais, assegurar o 
império da norma. É punir. Aplicar a lei. 
• A sociedade que deve se ajustar ao Direito 
Penal. 
• Para ele, o Direito Penal é: 
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Direito Penal do 
Inimigo 
 
- Radical: só reconhece os limites 
impostos por ele mesmo; 
- Monista: é um sistema próprio de regras 
e de valores que independe dos demais. 
- Sistêmico: é autônomo (independe dos 
demais ramos), autorreferente (todas as 
referências e conceitos que precisa busca 
do próprio direito penal) e se autoproduz. 
• Quem viola reiterada e deliberadamente a 
norma = não-cidadão / inimigo = não 
tem direitos. 
 
Outras funções do Direito Penal (Masson): 
• Função criadora ou modificadora de costumes. Disseminação ético-social de 
valores. Efeito “moralizador”. Visa garantir o mínimo ético que deve existir em 
toda coletividade; 
⋅ É uma função educativa, que visa estimular os cidadãos a se 
conscientizarem e protegerem bens que ainda não foram tidos pela 
sociedade como fundamentais (ex: crimes contra o meio ambiente). 
⋅ Esta função é bastante discutida, pelo fato de a doutrina divergir se o 
estado deveria ou não se utilizar do direito penal como meio de educação. 
Há quem entenda que tal objetivo deve ser alcançado pela interação social e 
não por coação. 
 
• Simbólica – não produz efeitos externos, mas somente na mente dos cidadãos e 
governantes, sendo uma função inerente a todas as leis, não apenas ao Direito 
Penal; 
⋅ Enquanto os governados pensam que a contenção da criminalidade e as 
medidas necessárias para tanto estão sob o controle das autoridades, os 
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governantes ficam com a sensação de terem feito algo e adiam a efetiva 
resolução do problema, retirando, ao longo do tempo, a credibilidade do 
direito penal. 
⋅ Geralmente é manifestada pelo “direito penal do terror”, que se apresenta 
de duas formas: 
* Inflação legislativa (direito penal de emergência) – em que são 
criados tipos penais desnecessários para dar resposta a qualquer tipo de 
problema; 
* Hipertrofia do Direito Penal – aumentando desproporcional e 
injustificadamente as penas em casos pontuais, como se isso, por si só, 
fosse impedir a prática do crime. 
• Motivadora de comportamento conforme a norma – a ameaça de imposição de 
sanções motiva os indivíduos a se comportarem de acordo com a lei, para que não 
sofram suas penalidades; 
• Redução da violência estatal – pois, embora legítima e necessária, a pena não deixa 
de ser uma agressão ao indivíduo, devendo, portanto, restringir-se aos casos 
necessários e legais. 
• Promocional de transformação social – auxiliando em mudanças que garantirão a 
evolução da comunidade. 
 
 Inúmeras são as críticas ao Direito Penal Simbólico abordado pelos 
Examinadores da Banca de Delegado do Rio. Seguem algumas: 
 
Examinador Gilaberte, Bruno: “Constata-se, sem dificuldade, que o furor legislativo 
em produzir alterações pontuais em normas penais incriminadoras, no mais das vezes, 
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conduz unicamente a leis simbólicas, frequentemente ineficazes e de duvidosa 
compatibilidade constitucional.” Artigo: PACOTE ANTICRIME E A 
ATIPICIDADE DA POSSE OU PORTE DE MUNIÇÕES OU ARTEFATOS 
DE USO PROIBIDO 
 
“É verdade que o direito penal não pode se prestar exclusivamente como instrumento 
para o exercício do poder simbólico do legislador. sem embargo, entendemos que a 
tipificação específica do feminicídio comporta pontos positivos.” Gilaberte, Bruno. 
Artigo: O FEMINICÍDIO SOB NOVO ENFOQUE: SUPERANDO O 
SIMBOLISMO PARA UMA DISSECÇÃO HERMENÊUTICA 
 
Examinador Rangel, Carlos: “Desta forma, esse discurso penal de repúdio (direito 
penal simbólico) transforma-se em consenso no corpo social, criando-se, então, uma 
matriz ideológica dominante no sentido de que o combate a esse inimigo penal, que ao 
longo do processo histórico já teve tantas faces, é fundamental para a construção de uma 
ordem social justa, pacífica e igualitária.” Artigo: RITUALISMO PUNITIVO: POR 
QUE SERES HUMANOS COLOCAM OUTROS SERES HUMANOS EM 
JAULAS? 
Em seu livro (Editora Freitas Bastos: Poder Punitivo, Polícia Judiciária e Democracia), 
Carlos Rangel, em fls. 93 e seguintes, defende que desde a promulgação da CF até os 
dias atuais foram editadas quase uma centena de leis penais extravagantes, bem como a 
implementados diversos novos tipos penais, com uma franca expansão do direito penal e 
seu viés altamente repressivo, sem que houvesse qualquer melhoria efetiva e real na 
diminuição da criminalidade. Carlos Rangel expõe que o comportamento do populismo 
penal e seus mecanismos de perpetuação da sociedade do medo, ou seja, a sociedade 
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incutida pelo temor e pela propagação do medo, clama por uma resposta imediata, 
oportunidade em que opera-se uma hipertrofia no campo legislativo penal, com medidas 
de “endurecimento” levando ao AGIGANTAMENTO DO DIREITO PENAL. Esse 
movimento legislativo, desprovido de qualquer compromisso com o rela efeito da 
inovação penal em produzir uma efetiva redução da incidência criminal, assume caráter 
aparente, dando origem ao conceito de direito penal simbólico. 
 
E, ainda, conforme o autor Busato: “Resta claro que aqui o Direito penal cumpre um 
papel meramente simbólico, incompatível com sua relevância para o sistema de controle 
social”, pg 67. E “(...) a experiência demonstra, por outro lado, que a motivação que 
pretende impor a norma penal mediante a ameaça é inacessível a determinados sujeitos 
(v. g., delinquenteshabituais, ocasionais, profissionais, criminosos impulsivos etc.), 
sendo relevante apenas em crimes onde o sujeito atua refletida e planejadamente (crimes 
econômicos, ecológicos ou tributários), onde a pena exerce mera função simbólica, já 
que o índice de sua aplicabilidade tende a zero” pg. 762 da 2ª Edição do Manual de 
Direito Penal, parte geral. 
 
 
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CLASSIFICAÇÕES DO DIREITO PENAL: 
 
1. Direito Penal Fundamental (Primário): é o conjunto de normas e princípios 
do Direito Penal aplicáveis genericamente, inclusive às leis penais especiais. É 
composto pelas normas da Parte Geral do Código Penal e, excepcionalmente, 
algumas normas de amplo conteúdo previstas na Parte Especial, como os 
conceitos de domicílio (art. 150, §§4º e 5º) e funcionário público (art. 327); 
2. Direito Penal Complementar (Secundário): corresponde à legislação penal 
extravagante. 
 
3. Direito Penal Comum: é o conjunto de normas penais aplicável indistintamente 
a todas as pessoas, como o Código Penal; 
4. Direito Penal Especial: é o conjunto de normas penais aplicável apenas a 
pessoas determinadas que preencham certas condições legais. São exemplos o 
Código Penal Militar e o Decreto-lei nº 201/1967 (crimes de responsabilidade dos 
prefeitos); 
 
5. Direito Penal Geral: é o conjunto de normas penais aplicáveis em todo o 
território nacional. Essas normas são produzidas privativamente pela União (art. 
22, I, da CF); 
6. Direito Penal Local: é o conjunto de normas penais aplicáveis somente a 
determinada parte do território nacional. A existência dessas normas somente é 
possível se houver autorização da União por lei complementar para que os 
Estados legislem sobre questões específicas de Direito Penal (art. 22, parágrafo 
único, da CF); 
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7. Direito Penal Objetivo: é o conjunto de leis penais em vigor; 
8. Direito Penal Subjetivo: é o direito de punir (ius puniendi), que pertence 
exclusivamente ao Estado e nasce quando uma lei penal é violada; 
 
9. Direito Penal Substantivo: é o direito penal material, propriamente dito. É o 
que consta no Código Penal. 
10. Direito Penal Adjetivo: também chamado de “formal” (grave as nomenclaturas), 
é o direito processual penal. 
 
#SELIGA: Direito Penal de Intervenção 
 
Abordado por Hassemer. Segundo ele, o direito penal deve se preocupar apenas com os 
bens jurídicos individuais, tais como a vida, patrimônio, propriedade, etc., bem como de 
infrações penais que causem perigo concreto. 
Por outro lado, se o intuito da previsão da infração é proteger apenas bem jurídico 
difuso, coletivo ou de natureza abstrata, não deveria ser considerada uma infração penal. 
Deveria ser regulada por um sistema jurídico diverso, com sanções mais brandas que as 
do direito penal, sem risco de privação da liberdade do infrator, mas aplicadas também 
por uma autoridade judiciária, de forma mais célere e ampla, podendo ser até mais 
efetiva, para não tornar o direito penal inócuo e simbólico. Exemplo no BR: Lei 
8429/92. 
Este seria o direito de intervenção. 
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O direito de intervenção estaria acima do direito administrativo, mas abaixo do direito 
penal. 
Para o autor, de um lado, o Direito Penal, dada sua gravidade, não pode ser utilizado 
para a tutela de bens jurídicos difusos, coletivos, transindividuais etc. Lado outro, sabe-se 
que as autoridades administrativas não possuem a independência necessária para a 
aplicação das penalidades. Por isso, propõe o Direito de Intervenção. 
Há críticas acerca de tal posicionamento na doutrina, pela dúvida de como seria a 
legitimidade e como atuaria o direito de intervenção, bem como se tais sanções seriam 
suficientes para tutelar bens importantes que se caracterizam como coletivos, difusos ou 
de natureza abstrata. 
 
2. ENCICLOPÉDIA DAS CIÊNCIAS PENAIS 
 
O estudo do crime, do criminoso e da sanção penal é o objeto de várias ciências, 
tendo sido chamadas por José Cerezo Mir de “enciclopédia de ciências penais”. 
A doutrina não é uníssona acerca de quantas ou quais exatamente seriam elas, 
mas, para o nosso estudo, as mais importantes são a dogmática, a criminologia e a 
política criminal. 
 
I – DOGMÁTICA PENAL: tem por objetivo interpretar de forma sistemática o 
direito penal, entendendo o sentido das normas e aplicando-o de forma lógico-racional 
(não emocional). 
 
PREPARAÇÃO PRÉ-EDITAL 
 
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Obs.: Dogmática ≠ Dogmatismo: Dogmatismo é a aceitação cega de verdades tidas 
como absolutas e imutáveis (deve ser desprezado). Se opõe à ideia de ciência, que admite 
flexibilização, na qual estaria enquadrada a dogmática. 
 
II – CRIMINOLOGIA: A criminologia, de acordo com Luiz Flávio Gomes e Antônio 
Molina, é uma ciência empírica (estuda o que “é”, ao contrário do direito penal, que 
estuda o que “deve ser” – caracterizando-se como uma ciência valorativa e normativa) e 
interdisciplinar (observa diversos fatores: econômicos, políticos, sociais, religiosos etc), 
a qual estuda o crime, a vítima, o criminoso e o controle social. Suas constatações se dão 
a partir da observação daquilo que acontece na realidade social, na experiência. 
 
 Ps.: Gravando as palavras-chave sobre as características da criminologia, que são 
diversas das do direito penal, vocês já matam várias questões! 
 
III – POLÍTICA CRIMINAL: trabalha com estratégias e mecanismos de controle 
social da criminalidade, para que os bens jurídicos relevantes sejam protegidos. Possui a 
característica de vanguarda, pois orienta a criação e a reforma das leis, a partir de uma 
análise crítica acerca destas estarem ou não cumprindo os fins a que se propõem, 
considerando dados obtidos por outros ramos (como a criminologia). 
Funciona como “filtro” entre a letra fria da lei e a realidade social. Revela as leis que 
“pegam” e as que não. 
 
2.1Direito Penal X Criminologia X Política Criminal 
 
O ponto mais cobrado desse tópico é, sem dúvidas, a diferença entre direito 
penal, criminologia e política criminal. 
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DIREITO PENAL CRIMINOLOGIA POLÍTICA CRIMINAL 
Ciência normativa e 
valorativa, que analisa os 
fatos humanos indesejados e 
define quais devem ser 
tipificados como crime ou 
contravenção. 
Ciência empírica e 
interdisciplinar, que 
estuda o crime, o 
criminoso, a vítima e o 
controle social. 
Trabalha as estratégias e 
meios de controle social 
da criminalidade. 
Ocupa-se do crime enquanto 
norma. 
Ocupa-se do crime 
enquanto fato. 
Ocupa-se do crime 
enquanto valor. 
Ex: Define o crime de roubo. 
Ex: Quais fatores 
contribuem para o crime de 
roubo. 
Ex: Estuda como 
diminuir os casos de 
roubo. 
 
* #NÃOCUSTALEMBRAR: 
Vitimologia: é o estudo da vítima em seus diversos planos. Inicialmente, a análise era 
quanto às formas de contribuição da vítima para a prática dos crimes. Modernamente, tal 
estudo preocupa-se também com a proteção destas no momento posterior à prática do 
crime, como por exemplo com a sua reinserção na sociedade. No direito brasileiro, 
temos o exemplo da composição dos danos civis (art. 74, parágrafo único, Lei 9.099/95) 
#TERCEIRAVIA 
Ademais, uma das circunstâncias judiciais que deve ser considerada na fixação da pena 
base é o comportamento da vítima (art. 59, CP). 
 
2.2 Seletividade - Criminalização Primária e Secundária (Zaffaroni) 
 
Sobre a seletividade, define Zaffaroni: 
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“Ao menos em boa medida, o sistema penal seleciona pessoas ou ações, 
como também criminaliza certas pessoas segundo sua classe e posição 
social. [...] Há uma clara demonstração de que não somos todos igualmente‘vulneráveis’ ao sistema penal, que costuma orientar-se por ‘estereótipos’ que 
recolhem os caracteres dos setores marginalizados e humildes, que a 
criminalização gera fenômeno de rejeição do etiquetado como também 
daquele que se solidariza ou contata com ele, de forma que a segregação se 
mantém na sociedade livre. A posterior perseguição por parte das autoridades 
com rol de suspeitos permanentes, incrementa a estigmatização social do 
criminalizado (ZAFFARONI;PIERANGELI, 2011, p. 73).” (Guarda relação 
com o movimento do labeling approach / teoria da reação social / da 
rotulação social / do etiquetamento social – tema que deve ser estudado de 
modo mais aprofundado na matéria de criminologia.) 
 
Nesse contexto, o processo de criminalização pode ser dividido em dois: 
 
a) Criminalização primária: É a elaboração e sanção das leis penais, introduzindo 
formalmente no ordenamento jurídico a tipificação de determinadas condutas. 
b) Criminalização secundária: É a ação punitiva que recai sobre pessoas concretas. 
Quando recai sobre o indivíduo a persecução penal após ser a ele atribuída a 
prática de um ato primariamente criminalizado. É praticada pela Polícia e Poder 
Judiciário. 
 
* ATENÇÃO: Além do momento da elaboração e aplicação da norma, a 
seletividade também vai se mostrar presente no momento da execução da pena. 
 
#SELIGA: Você sabe o que é Direito Penal Subterrâneo e Direito Penal Paralelo? 
Referem-se aos sistemas penais paralelos e subterrâneos. 
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De acordo com Zaffaroni, “sistema penal é o conjunto das agências que operam a 
criminalização primária e a criminalização secundária ou que convergem na sua 
produção”. 
 
Direito Penal Paralelo: Como o sistema penal formal do Estado não obtêm êxito em 
grande parte da aplicação e exercício do poder punitivo, outras agências apropriam-se 
desse espaço e o exercem de modo paralelo ao estado (criando sistemas penais 
paralelos). Ex.: médico que aprisiona doentes mentais; institucionalização pelas 
autoridades assistenciais dos morados de rua, etc). 
 
Direito Penal Subterrâneo: ocorre quando as instituições oficiais atuam com poder 
punitivo ilegal, acarretando abuso de poder. Ex.: institucionalização de pena de morte 
(execução sem processo), desaparecimentos, torturas, extradições mediante sequestro, 
grupos especiais de inteligência que atuam fora da lei etc. 
 
3. DIREITO PENAL DO AUTOR E DIREITO PENAL DO FATO 
 
O Direito Penal do autor consiste na punição do indivíduo baseada em seus 
pensamentos, desejos e estilo de vida. Está atrelado ao Princípio da exteriorização ou 
materialização do fato, pelo qual o Estado só pode incriminar condutas humanas 
voluntárias (fatos). Assim, ninguém pode ser castigado por seus pensamentos, desejos ou 
meras cogitações ou estilo de vida. 
O ordenamento penal brasileiro adotou o Direito Penal do fato, mas que 
considera circunstâncias relacionadas ao autor, especificamente quando da análise da 
pena. Ex: art. 59 do CP; Reincidência. 
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O princípio da exteriorização serviu para o legislador acabar com as infrações 
penais que desconsideravam esse mandamento. Ex: Mendicância (art. 60 L.C.P. – 
abolido), pois era direito penal do autor. 
 
O Examinador Paulo Rangel afirma que o direito penal moderno é o direito 
penal do fato do agente e não do agente do fato, ou seja, o que se pune na 
lei penal é a conduta humana violadora de uma norma de proibição: não matar, 
não roubar, não furtar. No direito penal, as normas incriminadoras têm a natureza de 
obrigação de não fazer. Seja quem for enfrentar o comando normativo penal, deve 
receber a devida sanção, se comprovada for sua culpa. Porque no direito brasileiro por 
mais que se diga que o Direito Penal moderno é o Direito Penal do fato do 
agente o magistrado não consegue se afastar do estigma do Direito Penal do 
homem e o pune pelo o que ele é, e não pelo que ele fez – 28ª edição do Manual de 
Processo Penal. 
 
4. GARANTISMO PENAL (FERRAJOLI) 
 
4.1 Conceito 
 
Para Ferrajoli, “o garantismo é entendido no sentido do ESTADO 
CONSTITUCIONAL DE DIREITO, isto é, aquele conjunto de vínculos e de regras 
racionais impostos a todos os poderes na tutela dos direitos de todos, representa o único 
remédio para os poderes selvagens”. 
 
O examinador da Banca de Constitucional Marcelo Xavier, ao elaborar a tese de 
Mestrado “CONSTITUCIONALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO 
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POLICIAL: A LEI 12.830/13 À LUZ DA CONSTITUIÇÃO”, disponível a leitura 
na internet, teve como proposta a pesquisa como referencial teórico o Garantismo Penal 
de Luigi Ferrajoli, que inclusive afirma haver uma negligência intelectual acadêmica em 
se estudar o Direito Policial, verificando o conceito de inquérito policial e sua finalidade, 
à luz do garantismo penal. Veja-se, então, que o Examinador tem preferência pelo 
tema. Destaca-se que o livro de autoria do Examinador 
“CONSTITUCIONALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO POLICIAL”, lançado 
recentemente pela Editora Freitas Bastos, segue MESMA a linha de pesquisa e 
dissertação de mestrado. 
 
O Examinador Carlos Rangel faz uma crítica pertinente acerca do garantismo. Segundo 
ele, a esmagadora maioria, ao se referir ao garantismo penal, parte de uma concepção 
equivocada, pois há um abismo desmesurado entre o conteúdo teórico de Ferrajoli e 
aquilo que se propaga nos corredores forenses. Carlos Rangel chega a afirmar que o 
garantismo penal é rotulado atribuindo-se a um ator jurídico processual, um atributo 
(positivo ou negativo), um estilo decisório. (Editora Freitas Bastos: Poder Punitivo, 
Polícia Judiciária e Democracia, pgs. 65/66) 
Continua o examinador: Ademais, o equívoco de se visualizar o garantismo penal como 
rótulo e não concepção foi abordado no livro do examinador, destacando-se que a 
matriz teórica do garastismo penal tem uma forte ligação com a limitação do 
poder punitivo estatal e a tutela dos direitos fundamentais que resgata e valoriza a 
ordem constitucional como verdadeiro epicentro do sistema jurídico (pgs. 72/73, 75). 
 
4.2. Garantias primárias e secundárias 
 
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O autor distingue as garantias em duas grandes classes: as garantias primárias e as 
garantias secundárias: 
 
• Garantias primárias– limites e vínculos normativos: Consistem nas proibições 
e obrigações, formais e substanciais, impostos na tutela dos direitos, ao exercício 
de qualquer poder; 
• Garantias secundárias– diversas formas de reparação: Subsequentes às 
violações das garantias primárias, diz respeito à anulabilidade dos atos inválidos e 
a responsabilidade pelos atos ilícitos. 
- Ex: a CF prevê como garantia primária que não haverá pena de banimento. O 
legislador não a observa e comina tal pena a determinado crime. Neste caso, será 
utilizado o controle de constitucionalidade, previsto na própria constituição como 
garantia secundária, julgando o ato nulo. 
 
* ATENÇÃO: Para o garantismo de Ferrajoli, o juiz não é um mero 
aplicador da lei, um mero executor da vontade do legislador ordinário. Ele é, 
antes de tudo, o guardião de direitos fundamentais. 
 
4.3 Máximas do garantismo 
 
N Questão cobrada na 2ª fase do concurso para o cargo de Delegado 
do Estado do Mato Grosso do Sul em 2017 
 
• Nullapoena sine crimine: somente será possível a aplicação de pena quando 
houver, efetivamente, a prática de determinada infração penal; 
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• Nullum crimen sine lege: a infração penal deverá sempre estar expressamente 
prevista na lei penal; 
• Nulla lex (poenalis) sine necessitate: a lei penal somente poderá proibir ou 
impor determinados comportamentos, sob a ameaça de sanção,se houver absoluta 
necessidade de proteger determinados bens, tidos como fundamentais ao nosso 
convívio em sociedade, (direito penal mínimo); 
• Nulla necessitas sine injuria: as condutas tipificadas na lei penal devem, 
obrigatoriamente, ultrapassar a sua pessoa, isto é, não poderão se restringir à sua 
esfera pessoa, à sua intimidade, ou ao seu particular modo de ser, somente havendo 
possibilidade de proibição de comportamentos quando estes vierem a atingir bens 
de terceiros; 
• Nulla injuria sine actione: as condutas tipificadas só podem ser exteriorizadas 
mediante a ação do agente, ou omissão, quando previsto em lei; 
• Nulla actio sine culpa: somente as ações culpáveis podem ser reprovadas; 
• Nulla culpa sine judicio: é necessário adoção de um sistema nitidamente 
acusatório, com a presença de um juiz imparcial e competente para o julgamento da 
causa; 
• Nullum judicium sine accusatione: o juiz que julga não pode ser responsável 
pela acusação; 
• Nulla accusatio sine probatione: fica a cargo do acusador todo o ônus 
probatório, que não poderá ser transferido para o acusado da prática de 
determinada infração penal; 
• Nulla accusatio sine defensione: deve ser assegurada ao acusado a ampla defesa, 
com todos os recursos a ela inerentes. 
 
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O Examinador Carlos Rangel afirma que importa aqui ressaltar que todos esses 
axiomas podem ser facilmente identificados em princípios básicos integrantes da 
ordem jurídica penal e processual, senão vejamos: princípio da retributividade da pena 
em relação ao delito, princípio da legalidade, princípio da necessidade, princípio da 
lesividade ou da ofensividade, princípio da exteriorização da ação, princípio da 
culpabilidade, princípio da jurisdicionalidade, princípio acusatório, princípio do ônus 
da prova e princípio do contraditório ou da defesa. (Editora Freitas Bastos: Poder 
Punitivo, Polícia Judiciária e Democracia, pg. 77) 
Ressalta-se que dos 10 axiomas, QUATRO se referem ao cenário processual: nul la 
cu lpa s ine judic io , nul lum judic ium s ine accusat ione , nul la accusat io s ine 
probat ione e nul la probat io s ine de f ens ione . 
 
#ATENÇÃO! Em que consiste o garantismo penal integral? 
O Direito penal deve se prestar a garantir não somente os direitos e 
garantias dos acusados, mas todos os direitos e deveres previstos na 
Constituição. Em que pese não se possa tolerar violações arbitrárias e 
desproporcionais aos direitos daquele sob o qual recai o jus puniendi estatal, não 
se pode também deixar de proteger outros bens que também são juridicamente 
relevantes para a sociedade. 
Tudo isso deve passar pelo crivo da proporcionalidade. 
 
Desse modo, o garantismo divide-se em: 
a) Garantismo negativo: visa limitar a função punitiva do Estado, que deve 
ser aplicada estritamente aos casos necessários e em medida adequada, 
consistindo na proibição de excesso. 
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b) Garantismo positivo: busca evitar a impunidade e garantir que os bens 
jurídicos relevantes à sociedade sejam efetivamente protegidos, caracterizando-
se pela proibição da proteção insuficiente. 
Quando apenas o garantismo negativo é observado, surge o chamado 
“garantismo hiperbólico monocular” (grave este nome). Hiperbólico: por ser 
aplicado de modo desproporcional e exagerado. Monocular: por enxergar apenas 
um lado, opondo-se ao garantismo integral. 
 
O Examinador Carlos Rangel defende que há uma forte interligação entre a 
concepção teórica do garantismo penal com a limitação do poder punitivo do 
Estado. A partir dessa percepção, o processo passa a ser visto também como 
instrumento de garantias. Para Ferrajoli, o processo penal também constitui um limite à 
dominação do Estado, na medida em que a lei constitui um instrumento de proteção do 
mais débil, pg. 75. Acerca do garantismo, o examinador ainda traz o conceito de 
garantismo hiperbólico monocular: ele seria hiperbólico por estar sendo excessivamente 
ampliado e seria monocular, na medida em que, por essa concepção, poderia fomentar a 
impunidade, pg. 80. (Editora Freitas Bastos: Poder Punitivo, Polícia Judiciária e 
Democracia) 
 
5. DIREITO PENAL DO INIMIGO 
 
a) Conceito: Aquele que viola o sistema deve ser considerado e tratado como 
inimigo. O delinquente, autor de determinados crimes, não é ou não deve ser 
considerado como cidadão, mas como um “cancro societário”, que deve ser extirpado 
(Munhoz Conde). 
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Jakobs fomenta o Direito Penal do inimigo para o terrorista, traficante de 
drogas, de armas e de seres humanos e para os membros de organizações criminosas 
transnacionais (vide lei 12.850/2013). 
 
 De qualquer sorte, com vistas à exposição mais veemente do absurdo, convém 
referir que mais recentemente, Jakobs vem defendendo um verdadeiro direito 
penal de autor, traduzido na funesta expressão direito penal do inimigo, para afirmar 
que a função da pena se baseia na função que o direito tem “para as pessoas fiéis ao 
direito”. Jakobs pretende dissociar a pena de um critério de justiça, substituindo-o por 
um critério de merecimento de pena. Em termos resumidos, Jakobs pretende, a um só 
tempo, hegelianamente reagir à atitude rebelde em face da norma manifestada pelo autor 
e prevenir a erosão da confiança na validade e estabilidade da norma. Busato, pg 784 – 
Paulo César Busato, 2a Edição do Manual de Direito Penal, parte geral. 
 
Conforme Paulo Rangel, processo tem regras claras que balizam o Estado 
Democrático de Direito e asseguram a dignidade da pessoa humana. Não existe 
processo penal do inimigo. Processo é instrumento de efetivação das garantias, 
não de punição – 28ª Edição do Manual de Processo Penal. 
Para Carlos Rangel, toda a percepção social de caos, medo, terror, desordem, 
perturbação é automaticamente transportada para a figura do “inimigo” e partir da 
banalização do afastamento de garantias constitucionais, antecipação de filtros de 
punição, fomento do direito penal do autor, criação de tipos penais voltados para atos 
meramente preparatórios ou situações de perigo presumido, crescimento de leis penais 
em branco, dentre outros. Isso é: sistema de punição mais enérgica a determinados 
sujeitos rotulados de perigosos. Carlos Rangel faz uma reflexão acerca do discurso de 
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que o poder punitivo deve ser empregado de forma ilimitada e desmedida até o 
completo extermínio do inimigo identificando duas falácias: 1. De que o aparato penal 
seria diferenciado somente aos inimigos; 2. Da suposição de que toda essa mobilização 
do poder de penar constitui um meio eficaz no combate aos rotulados inimigos. 
Conclui o Examinador que essa “personificação” do inimigo significa legitimar 
um tratamento penal diferenciado que mais se aproxima do Estado Absolutista 
do que do próprio Estado de Direito. Aponta, ainda, que há inúmeros casos que 
durante séculos sofreram omissão do direito penal como a fome, devastações 
ambientais, miséria etc. e finaliza: “Afinal, não seríamos nós os inimigos de nós 
mesmos?” (Editora Freitas Bastos: Poder Punitivo, Polícia Judiciária e Democracia, 
páginas 104/120) 
 
Destaque-se que nem todo criminoso é inimigo, apenas uma parcela reduzida de 
criminosos é que entra neste rol. 
 
b) Características do direito penal do inimigo: 
• Antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios: O 
legislador é impaciente, não aguarda o início da execução para punir o agente); 
• É um direito penal prospectivo e não retrospectivo, na medida em que se pune o 
inimigo pelo o que ele poderá fazer, em razão do perigo que representa; 
• O inimigo não é visto como um sujeito de direitos, pois perdeu seu status de 
cidadão; 
• Pune-se

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