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MEDIAÇÃO PARA SERVIR A LASCÍVIA DE OUTREM Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de um a três anos. § 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda: Pena - reclusão, de dois a cinco anos. § 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência. § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. TRATA-SE DE LENOCÍCIO - nota diferencial, característica do lenocínio (em cotejo com os demais crimes sexuais), está em que, ao invés de servir à concupiscência de seus próprios agentes, opera, em torno da lascívia alheia, a prática sexual inter alios. OBJETO MATERIAL E BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO Tem-se entendido que a moral sexual e, num sentido mais amplo, a dignidade sexual são os bens juridicamente protegidos pelo tipo penal que prevê o delito de lenocínio. O objeto material é a pessoa contra a qual recai a conduta praticada pelo agente, vale dizer, aquela que foi induzida a satisfazer a lascívia de outrem. SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de mediação para satisfazer lascívia de outrem, não havendo nenhuma qualidade ou condição especial exigida pelo tipo, sendo, portanto, um delito de natureza comum. O agente for ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda da vítima, estará caracterizada a qualificadora prevista no art. 227, § 1.º, in fine, do Código Penal. Pode ser qualquer pessoa, independentemente do sexo, e, mediatamente, a coletividade. vítima maior de 14 e menor de 18 anos de idade, incide a qualificadora definida no art. 227, § 1.º, 1.ª parte, do Código Penal. vítima menor de 14, artigo 218 CP corrupção de menores. SUJEITO PASSIVO PROXENETA - AQUELE QUE REALIZA A CONDUTA CRIMINOSA DE LENOCINIO EM REGRA NÃO RESPONDE COMO COAUTOR O AGENTE QUE SE BENEFICIAR DA CONDUTA PRATICADA PELO PROXENETA. PROSTITUTA PODE SER VITIMA DESSE CRIME? Não há crime quando uma pessoa prostituída é induzida a satisfazer a lascívia de outrem. Quem exerce a prostituição já se dedica a esta finalidade. NÚCLEO DO TIPO O núcleo do tipo é “induzir”, no sentido de criar na mente de alguém a vontade de satisfazer a lascívia alheia, convencendo-a a agir desta forma. Lascívia é o desejo sexual, a luxúria. A conduta deve voltar-se a pessoa ou pessoas determinadas, pois o tipo penal contém a elementar “alguém”. Logo, se o agente induzir pessoas indeterminadas a satisfazer a lascívia de outrem, a ele será imputado o crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, nos termos do art. 228 do Código Penal ELEMENTO SUBJETIVO É o dolo, acrescido de um especial fim de agir (elemento subjetivo específico), consistente na intenção de satisfazer a lascívia de outrem. Não se admite a modalidade culposa. FIM DE LUCRO E OU VIOLENCIA APLICAÇÃO CUMULATIVA Não se reclama a efetiva obtenção da vantagem, sendo suficiente a intenção de recebê-la. Trata-se de crime material ou causal. Nada obstante a redação do tipo penal, não basta a simples indução do ofendido para a consumação do delito. É imprescindível a realização de algum ato sexual pela vítima, voltado à satisfação da lascívia de alguém CONSUMAÇÃO Mediação para servir a lascívia de outrem é também crime instantâneo. Basta a realização de um único ato, dispensando-se a reiteração, pois a lei não reclama a habitualidade TENTATIVA É possível, em face do caráter plurissubsistente do delito, comportando o fracionamento do iter criminis. HÁ DIVERGENCIAS DOUTRINÁRIAS A ação penal é pública incondicionada. FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
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