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CP Iuris - PENAL I - Questoes Comentadas (2)

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QUESTÕES - AULA 1 – PENAL I 
 
 
1-De acordo com a doutrina o direito penal possui três aspectos. A respeito dos aspectos do 
direito penal assinale a alternativa CORRETA: 
a) Sob o aspecto material, o direito penal é um conjunto de normas que definem os agentes e 
fixam as sanções que serão cominadas a estes agentes. 
b) Sob o aspecto sociológico, direito penal se refere a comportamentos considerados reprováveis, 
danosos ao organismo social, pois afetam bens jurídicos indispensáveis à conservação e progresso 
do próprio organismo social. 
c) Sob o aspecto material, o direito penal é instrumento de controle social. 
d) Sob o aspecto formal, o direito penal é um conjunto de normas que qualificam certos 
comportamentos humanos como infrações penais. São normas que definem os agentes e fixam as 
sanções que serão cominadas a estes agentes. 
e) Sob o aspecto estático, o direito penal estuda a delinquência como um fato natural da 
sociedade. 
 
Gabarito: D 
a) trata-se do aspecto formal 
b) trata-se do aspecto material 
c) trata-se do aspecto sociológico 
d) correta 
e) trata-se do conceito de ciência penal, onde se enquadram a criminologia e política criminal. 
Conceito de Direito Penal 
Rogério Sanches diz que direito penal possui três aspectos: 
Sob o aspecto formal (estático), o direito penal é um conjunto de normas que qualificam certos 
comportamentos humanos como infrações penais. São normas que definem os agentes e fixam as 
sanções que serão cominadas a estes agentes. 
 
Sob o aspecto material, direito penal se refere a comportamentos considerados reprováveis, 
danosos ao organismo social, pois afetam bens jurídicos indispensáveis à conservação e progresso 
do próprio organismo social. 
Sob o aspecto sociológico (ou dinâmico), o direito penal é instrumento de controle social. 
(...) 
Na ciência penal, podemos estudar as chamadas criminologia e política criminal. 
A ciência penal, diferentemente do direito penal, estuda a delinquência como um fato natural da 
sociedade. Portanto, a partir desta constatação se desenvolve duas ideias: 
 Criminologia: que é uma ciência empírica, a qual estuda o crime, a vítima, o 
criminoso e o controle social. As constatações se dão a partir da observação daquilo que 
acontece na realidade social, na experiência. 
 Política criminal: possui uma finalidade, trabalhando com estratégias e mecanismo 
de controle social da criminalidade. É uma ciência que trabalha com fins a partir do 
momento em que se adota uma lei. Possui a característica de vanguarda, pois orienta a 
forma de como o legislador deve atuar e positivar certas matérias. Orienta a reforma 
das leis. 
CPIuris – Direito Penal – Parte Geral. Material Completo. 2018, p. 3 
 
2- O direito do Estado de punir (ius puniendi), é classificado como: 
a) direito penal subjetivo 
b) direito penal adjetivo 
c) direito penal objetivo 
d) direito penal promocional 
e) direito penal de intervenção 
 
Gabarito: A 
a) correta 
b) Direito penal adjetivo é o direito processual penal, previsto no código de processo penal. 
Direito penal substantivo é o direito penal material, propriamente dito, que consta do código 
penal; 
c) Direito penal objetivo é o conjunto de leis penais em vigor no país; 
Direito penal subjetivo é o direito de punir que pertence a um sujeito, qual seja, o Estado (ius 
puniendi). 
d) O direito penal promocional é um direito penal político, eis que visa a promoção do próprio 
Estado. 
e) Para o Direito penal de intervenção o direito penal não deve ser alargado, devendo se 
preocupar apenas com os bens jurídicos individuais, tais como a vida, patrimônio, propriedade, 
etc., bem como de infrações penais que causem perigo concreto. 
 
 
Classificações do direito penal 
São várias as classificações do direito penal. 
a) Direito penal substantivo e direito penal adjetivo 
Direito penal substantivo: é o direito penal material, propriamente dito, que consta do código 
penal; 
Direito penal adjetivo: é o direito processual penal, previsto no código de processo penal. Esta 
classificação perdeu a importância em virtude de o direito processual ter ganhado uma esfera 
autônoma, e não mais como um braço do direito penal. 
b) Direito penal objetivo e direito penal subjetivo 
Direito penal objetivo: é o conjunto de leis penais em vigor no país; 
Direito penal subjetivo: é o direito de punir que pertence a um sujeito, qual seja, o Estado (ius 
puniendi). O direito punitivo estatal não é ilimitado, pois estas limitações estão asseguradas 
constitucionalmente. Quanto ao modo, o direito penal precisa respeitar os direitos e garantias 
fundamentais. Quanto ao espaço, o direito penal objetivo será aplicado apenas aos fatos 
praticados no território nacional, via de regra. Quanto ao tempo, o direito penal só poderá exercer 
o seu direito de punir por um certo momento. Após, perderá esse direito (prescrição, que é causa 
extintiva da punibilidade). 
(...) 
d) Direito penal promocional 
O direito penal promocional é um direito penal político, eis que visa a promoção do próprio Estado. 
Acaba sendo um direito penal demagogo, tendo em vista que engana e cria a ideia de que o direito 
penal pode promover a alteração da sociedade. 
Por exemplo, até 2009, a mendicância era uma contravenção penal. E não era a “criminalização” 
do fato de o indivíduo ser mendigo que faria com que ele deixasse a sua condição. Afora isso, havia 
uma discussão sobre a configuração de um direito penal do autor, que pune o indivíduo pelo que 
ele é, não pelo que ele fez. 
e) Direito penal de intervenção 
Windfried Hassemer trata sobre o direito de intervenção. O autor vai dizer que o direito penal não 
deve ser alargado, devendo se preocupar apenas com os bens jurídicos individuais, tais como a 
vida, patrimônio, propriedade, etc., bem como de infrações penais que causem perigo concreto. 
E se a infração penal visa proteger bem jurídico difuso, coletivo ou de natureza abstrata, ela não 
deveria ser considerada uma infração penal, razão pela qual deveria ser tutelada pela 
administração pública, sem risco de privação da liberdade do infrator. Este seria o direito de 
intervenção. 
O direito de intervenção (ou interventivo) estaria acima do direito administrativo, do ponto de vista 
de resposta estatal, mas abaixo do direito penal. 
A crítica que se faz é que não se sabe como seria a legitimidade e como atuaria o direito de 
intervenção. 
CPIuris – Direito Penal – Parte Geral. Material Completo. 2018, p. 4/6. 
 
 
3- A respeito das velocidades do direito penal, assinale a alternativa INCORRETA. 
a) O direito penal de 1ª velocidade enfatiza infrações penais mais graves, as quais podem ser 
punidas com penas privativas de liberdade. Porém, para ser fixadas, não é preciso que se 
observem todas as garantias do indivíduo que está sendo acusado. 
b) No direito penal de 2ª velocidade há uma flexibilização de direitos e garantias fundamentais, 
pois se quer ter maior celeridade na punição. Esta velocidade se destina a infrações penais menos 
graves, eis que se aplicam penas não privativas de liberdade, como as penas alternativas. 
c) No Direito penal de 3ª velocidade há uma flexibilização de direitos e garantais fundamentais, 
porém há infrações penais mais graves, podendo, inclusive, cominar pena privativa de liberdade. 
d) O Direito penal de 3ª velocidade é uma mistura da 1ª velocidade com a 2ª velocidade. Há um 
recrudescimento do direito penal. 
e) O neopunitivisto, também conhecido como a 4ª velocidade do direito penal, relaciona-se ao 
Direito Penal Internacional, caracterizado pela alto nível de incidência política e pela seletividade, 
com elevado desrespeito as regras básicas do poder punitivo. 
 
Gabarito: A 
Para o direito penal de 1ª velocidade, é preciso observar todas as garantias do indivíduo que está 
sendo acusado. 
 
Velocidades do direitopenal 
Jesús-María Silva Sánchez cria as chamadas velocidades do direito penal: 
Direito penal de 1ª velocidade: enfatiza infrações penais mais graves, as quais podem ser punidas 
com penas privativas de liberdade. Porém, para ser fixadas, é preciso que se observem todas as 
garantias do indivíduo que está sendo acusado. Ex.: crime de homicídio. 
Direito penal de 2ª velocidade: há uma flexibilização de direitos e garantias fundamentais, pois se 
quer ter maior celeridade na punição. Esta velocidade se destina a infrações penais menos graves, 
eis que se aplicam penas não privativas de liberdade, como as penas alternativas. Ex.: Leis dos 
Juizados Especiais. 
Direito penal de 3ª velocidade: há uma flexibilização de direitos e garantais fundamentais, porém 
há infrações penais mais graves, podendo, inclusive, cominar pena privativa de liberdade. É uma 
mistura da 1ª velocidade com a 2ª velocidade. Há um recrudescimento do direito penal. Ex.: Lei 
dos Crimes Hediondos. É aqui que se encontra o Direito Penal do Inimigo. 
CPIuris – Direito Penal – Parte Geral. Material Completo. 2018, p. 9 
 
4- Assinale a alternativa correta 
I – O garantismo hiperbólico monocular se contrapõe ao garantismo penal integral, sendo 
considerado hiperbólico pois aplicado de forma desproporcional e monocular pois enxergar os 
direitos fundamentais apenas de um lado do processo, o do réu. 
II – O garantismo penal integral visa resguardar os direitos fundamentais não só dos réus, mas 
também das vítimas, tendo como seu principal entusiasta Luigi Ferrajoli. 
 
III – Ferrajoli essentou o sistema garantista apenas no axioma “nullum crime sine lege”. Sendo 
os outros axiomas do sistema criados posteriormente. 
a) I, II e III estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas III está correta. 
e) Todas estão incorretas. 
 
Gabarito: B 
I – correta. 
II – correta. 
III – Incorreta – Ferrajoli assenta seu sistema garantista, tambpem chamado de cognitivo ou de 
legalidade estrita em dez axiomas ou princípios axiológicos fundamentais: Nulla poena sine 
crimine (Não há pena sem crime); Nullum crimen sine lege (Não há crime sem lei); Nulla lex 
(poenalis) sine necessitate (Não há lei penal sem necessidade); Nulla necessitas sine injuria (Não 
há necessidade sem ofensa a bem jurídico); Nulla injuria sine actione (Não há ofensa ao bem 
jurídico sem ação); Nulla actio sine culpa (Não há ação sem culpa); Nulla culpa sine judicio (Não há 
culpa sem processo); Nulla judicium sine accustone (Não há processo sem acusação); Nulla 
accusatio sine probatione (Não há acusação sem prova); Nulla probatio sine defensione (Não há 
prova sem defesa). Não sendo correto dizer que tais axiomas foram criados depois. 
 
O direito penal garantista tem como expoente Luigi Ferrajoli. 
A Constituição traz garantias fundamentais, as quais se subdividem em duas categorias: 
• Garantias primárias: a Constituição traz os limites impostos aos exercícios de qualquer 
poder. 
• Garantias secundárias: se o limite estabelecido pela garantia primária não for observado, 
haverá de levantar a garantia secundária, a qual é uma forma de reparação subsequente a essa 
violação da garantia primária. 
Por exemplo, é garantia primária de que não haverá penas de caráter perpétuo. Essa garantia não 
é observada pelo legislador, o qual cria o crime e comina a pena com pena privativa de liberdade 
de caráter perpétuo. Neste caso, há uma garantia secundária na própria Constituição, a qual se 
dará por meio do controle de constitucionalidade, julgando o ato nulo. 
Ferrajoli terá como base da sua teoria garantista penal os 10 axiomas ou implicações deônticas: 
• Nulla poena sine crimine (Não há pena sem crime): não pode alguém ser penalizado se não 
cometeu crime. É o princípio da retributividade ou da consequencialidade da pena em relação ao 
delito 
• Nullum crimen sine lege (Não há crime sem lei): não há crime sem que haja lei, refletindo o 
princípio da legalidade, no sentido lato ou no sentido estrito. 
• Nulla lex (poenalis) sine necessitate (Não há lei penal sem necessidade): é reflexo do 
princípio da necessidade ou da economia do direito penal, ambos decorrentes do princípio da 
intervenção mínima. 
 
• Nulla necessitas sine injuria (Não há necessidade sem ofensa a bem jurídico): decorre do 
princípio da lesividade ou ofensividade do evento. 
• Nulla injuria sine actione (Não há ofensa ao bem jurídico sem ação): não há materialidade, 
sendo necessário que seja exteriorizada a ação. É o princípio da materialidade ou da exterioridade 
da ação. 
• Nulla actio sine culpa (Não há ação sem culpa): o indivíduo deve ter cometido uma ação, 
mas com dolo ou culpa. Trata-se de corolário do princípio da culpabilidade ou da responsabilidade 
pessoal. 
• Nulla culpa sine judicio (Não há culpa sem processo): o indivíduo deve ser submetido a um 
processo, não podendo ser considerado culpado sem processo. É decorrência do princípio da 
jurisdicionalidade no sentido lato ou estrito. 
• Nulla judicium sine accustone (Não há processo sem acusação): para se instaurar um 
processo, é necessidade que alguém instaure o processo. Trata-se de uma garantia, fruto do 
princípio acusatório ou da separação ente o juiz e a acusação. 
• Nulla accusatio sine probatione (Não há acusação sem prova): o ônus da prova é de quem 
acusa. É aplicação do princípio do ônus da prova ou da verificação. 
• Nulla probatio sine defensione (Não há prova sem defesa): a prova não existe sem que a 
defesa tenha tido a oportunidade de se manifestar sobre ela. Trata-se do princípio da defesa ou da 
falseabilidade. 
(...) 
Garantismo é a visão do direito constitucional aplicada no direito penal e direito processual penal. 
Trata-se de expressão cunhada pelo jurista italiano Luigi Ferrajoli. 
Para muitos, o garantismo serviria apenas para beneficiar o réu, forma de proteção de seus 
direitos fundamentais e individuais. Desse modo, surge o chamado garantismo hiperbólico 
monocular. 
É hiperbólico porque é aplicado de uma forma ampliada, desproporcional e é monocular porque só 
enxerga os direitos fundamentais do réu (só um lado do processo). Esse garantismo hiperbólico 
monocular contrapõe-se ao garantismo penal integral, que visa resguardar os direitos 
fundamentais não só dos réus, mas também das vítimas. 
Um exemplo seria a lei de Lavagem de Capitais, com alteração dada pela lei 12.683/12. O rol de 
crimes antecedentes que outrora era taxativo foi revogado. Permitiu-se, dessa forma, a aplicação 
da lei supra acerca de qualquer infração penal (crime ou contravenção) antecedente. Nesse sentido, 
caso fosse aplicado o garantismo hiperbólico monocular (tese adotada pelas defensorias públicas), 
o crime ou contravenção antecedente que não constasse do rol taxativo da antiga lei 9.613/98 (lei 
de lavagem de capitais), não poderia ser, agora, utilizado para punição pela lei de lavagem. 
CPIuris – Direito Penal – Parte Geral. Material Completo. 2018, p. 6, 7 e 10. 
 
5- A afirmação: “Para que cada pena não seja uma violência, de um ou de muitos, contra um 
cidadão, esta pena deve ser essencialmente pública, rápida, necessária e a mínima possível nas 
circunstâncias dadas, observada a proporcionalidade aos delitos, e ditadas tais penas pelas leis”. 
Pertence a qual período e autor da evolução histórica do direito penal? 
a) Francesco Carrara, período iluminista. 
 
b) Cesare Lombroso, período clássico 
c) Cesare Beccaria, período da vingança. 
d) Francesco Carrara, período das escolas penais. 
e) Cesare Beccaria, período iluminista. 
 
Gabarito: E 
a) Francesco Carrara, pertence a escola clássica, período das escolas penais, segundo o autor o 
crime era um ente jurídico, o delinquente é um ser livre, que pratica um delito por vontade 
própria, alheia à moral e a função da pena é prevenir a prática de novos crimes e a necessidade 
ética. 
b) Cesare Lombroso, pertence a escola positiva, período das escolas penais ecunhou a ideia do 
criminoso nato, dando um caráter determinista à escola positiva 
c) Cesare Beccaria, pertence ao período iluminista e é o autor do texto do enunciado. 
d) Francesco Carrara, pertence ao período das escolas penais, mas como explicado acima não é o 
autor do texto. 
e) CORRETA 
 
A partir do século XVIII, em que se vive no mundo o chamado Iluminismo. Neste movimento, busca-
se a racionalidade e o desenvolvimento humano, e, a partir do iluminismo, buscou-se a finalidade 
da norma que tem caráter sancionador. 
O que se procura é prevenção? Ou ressocialização? Ou retribuição? Durante o iluminismo é que se 
buscou o caráter das normas de caráter sancionador, de modo que o direito penal até então 
aplicado seria contraproducente. 
A partir disso, surgiu a obra que marcou a história do direito penal, escrita por Cesare Beccaria 
(Marquês de Beccaria), conhecida como “Dos Delitos e das Penas”. 
A conclusão de Beccaria foi a seguinte: “Para que cada pena não seja uma violência, de um ou de 
muitos, contra um cidadão, esta pena deve ser essencialmente pública, rápida, necessária e a 
mínima possível nas circunstâncias dadas, observada a proporcionalidade aos delitos, e ditadas 
tais penas pelas leis”. Ou seja, quem pune deve ser o Estado. Deverá ser rápida para que se tenha a 
resposta ao ilícito. Necessidade é a proporcionalidade. A ideia de ultima ratio deve ser vista como a 
mínima pena nas circunstâncias dadas. Como se vê, até mesmo a legalidade Beccaria se referia. 
CPIuris – Direito Penal – Parte Geral. Material Completo. 2018, p. 11. 
 
6- Na história do direito penal Brasileiro qual lei não vigorou no Brasil: 
a) Ordenações Afonsinas 
b) Ordenações Manuelinas 
c) Ordenações Joaquinas 
d) Ordenações Filipinas 
e) Código Sebastiânico 
 
 
 
Gabarito: C 
As Ordenações Afonsinas viraram no Brasil enquanto colônia de Portugal, sendo as mesmas 
normas que vigiam em Portugal. 
Estas foram revogadas pelas Ordenações Manuelinas, as quais, posteriormente, foram 
substituídas por uma compilação feita por Nunes Leão, criando o Código Sebastiânico. Esta 
compilação, mais tarde, dá lugar às Ordenações Filipinas. 
Depois tivemos o Código Criminal do Império, Código Criminal da República, Consolidação das 
Leis Penais ( que recebeu o nome de Consolidação de Piragibe), sendo que em 1942, entrou em 
vigor o Código Penal atual. 
Letra C: não houve, no Brasil, qualquer lei/ordenações nomeadas de “joaquinas”. 
 
 
7- São características da lei penal, exceto: 
a) Incriminadora, a lei penal só existe com a finalidade de punir condutas; 
b) Exclusividade, somente a lei define infrações e comina sanções; 
c) Imperatividade, a lei penal é imposta a todos; 
d) Impessoalidade, a lei penal se dirige a todos abstratamente, tratando de fatos, e não de pessoas. 
e) Generalidade, a lei penal é de acatamento geral, ainda que sejam inimputáveis os seus 
destinatários; 
 
Gabarito: A 
São características da lei penal: Exclusividade, imperatividade, impessoalidade e generalidade. 
Não é correto dizer que a lei penal existe apenas para punir condutas, pois a lei penal se divide 
em: Lei penal incriminadora, é a lei que define crimes e comina sanções, trazendo o preceito 
primário (conduta) e o preceito secundário (sanção), e Lei penal não incriminadora, a qual se 
subdivide em Permissiva (justificante e exculpante); Explicativa (interpretativa); Complementar; e 
de extensão (integrativa). 
 
A lei penal possui algumas características: 
•Exclusividade: somente a lei define infrações e comina sanções; 
•Imperatividade: a lei penal é imposta a todos; 
•Generalidade: a lei penal é de acatamento geral, ainda que sejam inimputáveis os seus 
destinatários; 
•Impessoalidade: a lei penal se dirige a todos abstratamente. A lei penal trata de fatos, e não de 
pessoas. 
CPIuris – Direito Penal – Parte Geral. Material Completo. 2018, p. 15. 
 
8- Assinale a alternativa correta: 
I - Na interpretação sistemática, busca-se utilizar métodos indutivos, dedutivos de dialética, 
tentando encontrar o sentido da lei, a partir da razão, enquanto na interpretação progressiva, 
busca-se o fundamento de criação da norma. 
II – Na interpretação autêntica, busca-se o sentido literal das palavras, enquanto na 
interpretação jurisprudencial, busca-se a finalidade ou intenção, o objetivo da lei. 
III – Na interpretação sui generis exofórica o significado da norma não está no ordenamento 
jurídico, pois não se encontra na lei, enquanto na interpretação sui generis endofórica ocorre 
quando o texto normativo interpretado procura o significado em outros textos do próprio 
ordenamento, ainda que não seja da própria lei. 
a) I, II e III estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas III está correta. 
e) Todas estão incorretas. 
 
Gabarito: D 
I – interpretação sistemática: busca-se analisar o sistema em que a norma está inserida. 
Interpretação progressiva: busca-se o significado legal de acordo com a ciência que está 
progredindo. 
Interpretação lógica: busca-se utilizar métodos indutivos, dedutivos de dialética, tentando 
encontrar o sentido da lei, a partir da razão. 
Interpretação histórica: busca-se o fundamento de criação da norma. 
II - Interpretação autêntica: feita pelo legislador. 
Interpretação jurisprudencial: realizada pelos Tribunais. 
Interpretação gramatical: busca-se o sentido literal das palavras; 
Interpretação teleológica: busca-se a finalidade ou intenção, objetivo da lei; 
III – CORRETA. 
 
9- A respeito do princípio da insignificância, assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Os Tribunais Superiores fixaram 4 requisitos para aplicação do princípio da insignificância: 
Mínima ofensividade da conduta; Ausência de periculosidade social da ação; Reduzido grau de 
reprovabilidade do comportamento; Inexpressividade da lesão jurídica causada. 
b) Segundo o STJ, a reiteração delitiva não impede o reconhecimento do princípio da 
insignificância. 
c) Segundo o TSE, não é possível a aplicação do princípio da insignificância em crimes eleitorais. 
d) Segundo o princípio da bagatela própria, há insignificância da conduta perpetrada, sendo 
materialmente atípica. 
 
e) Segundo o princípio da bagatela imprópria, há uma irrelevância da pena, ainda que o fato seja 
relevante. O fato é material e formalmente típico, ilícito e culpável, mas não haverá a aplicação da 
pena, pois ela se torna desnecessária, não cumprindo a sua função. 
 
Gabarito: B 
Segundo o STJ, a reiteração delitiva impede o reconhecimento do princípio da insignificância. 
As demais assertivas encontram-se corretas. 
 
Do ponto de vista da interpretação, o princípio da insignificância seria uma restrição dada ao tipo 
penal. Ou seja, o tipo penal, neste caso, não é aplicado. E, por conta disso, a conduta seria atípica. 
Os Tribunais Superiores fixaram 4 requisitos para aplicação do princípio da insignificância: 
• Mínima ofensividade da conduta; 
• Ausência de periculosidade social da ação; 
• Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; 
• Inexpressividade da lesão jurídica causada. 
O STF, analisando casos de aplicação ou não do princípio da insignificância, vai chegar à conclusão 
de que o criminoso contumaz, mesmo que pratique crimes de pequena monta, não pode ser 
tratado como se tivesse praticado condutas irrelevantes. Quando estes pequenos crimes são 
analisados em conjunto, é possível perceber que o sujeito fez da infração penal um meio de vida, 
não podendo ser beneficiado pelo princípio da insignificância. 
O STJ vai além, dizendo que a reiteração delitiva impede o reconhecimento do princípio da 
insignificância, eis que demonstra a periculosidade do agente, por meio do alto grau de 
reprovabilidade do comportamento. 
O STJ, em determinado caso, admitiu a aplicação do princípio da insignificância, mas a Sexta 
Turma decidiu da seguinte forma: “Ainda que se trate de acusado reincidente, ou portador deantecedentes, deve ser aplicado o princípio da insignificância, no caso em que a conduta esteja 
restrita à subtração de 11 latas de leite em pós, avaliadas em R$ 66,00, pertencentes ao 
estabelecimento comercial”. 
Como se vê, a aplicação é casuística. No entanto, via de regra, quem reitera na prática delitiva não 
é beneficiado. 
O STF e o STJ vão considerar a lesão insignificante ou não, partindo da análise da capacidade 
financeira da vítima, eis que uma coisa é subtrair R$ 100,00 de um sujeito desempregado e outra é 
subtrair do Abílio Diniz. Ou seja, caso a pessoa tenha poucas condições financeiras, poderá o 
agente ter negada a aplicação do princípio da insignificância, eis que, com relação à vítima, o 
quantum não seria insignificante. 
Segundo o STF, nos casos de evasão de divisas praticada mediante operação do tipo “dólar-cabo” 
(nas quais são efetuados pagamentos em reais no Brasil, com o objetivo de disponibilizar, por meio 
de quem recebe tal pagamento, o respectivo montante em moeda estrangeira no exterior), não é 
possível utilizar o valor de R$ 10 mil como parâmetro para fins de aplicação do princípio da 
insignificância (REsp 1.535.956-RS, 9/3/2016. Informativo n. 578). 
Segundo o TSE, não é possível a aplicação do princípio da insignificância em crimes eleitorais (REsp 
11887-18/RN). 
 
Por outro lado, o STF já entendeu que é possível a aplicação do princípio da insignificância ao crime 
consistente na conduta de Prefeito que utilizou máquinas e caminhões da Prefeitura para realizar 
terraplanagem no terreno de sua residência. 
CPIuris – Direito Penal – Parte Geral. Material Completo. 2018, p. 19/20 
 
10- A norma penal incompleta se subdivide em tipo penal aberto e norma penal em branco. A 
respeito das classificações da norma penal em branco, assinale a alternativa CORRETA 
a) Na norma penal em branco heterovitelina, o complemento emana da mesma instância 
legislativa. 
b) Norma penal em branco imprópria ou heterogênea o complemento normativo emana do 
próprio legislador. 
c) A norma penal em branco própria se subdivide em homovitelina e heterovitelina. 
d) Na norma penal em branco homovitelina o complemento emana do mesmo diploma legal. 
e) Normal penal em branco própria ou homogênea, o complemento normativo advém de uma 
norma diversa do legislador. 
 
Gabarito: D 
a) Heterovitelina: o complemento emana de instância legislativa diversa. 
b) Imprópria (em sentido amplo, homogênea): o complemento normativo emana do próprio 
legislador. 
c) A norma penal em branco imprópria se subdivide em homovitelina e heterovitelina. 
d) CORRETA. 
e) Própria (em sentido estrito, heterogênea): o complemento normativo advém de uma norma 
diversa do legislador. 
 
A lei penal pode ser classificada como: 
Lei completa: não depende de complemento, seja valorativo (pelo juiz) ou normativo (por outra 
norma). Ex.: “matar alguém”, é uma lei completa. 
Lei incompleta: depende de completo valorativo ou normativo. 
Tipo penal aberto: a norma depende de um complemento valorativo, dado pelo juiz. Ex.: crimes 
culposos, pois é o juiz se decide que houve imprudência. 
Norma penal em branco: há a necessidade de um complemento normativo. Portanto, é preciso que 
outra norma promova esse complemento. O preceito primário não é completo, razão pela qual a 
doutrina subdivide essa norma penal em branco em: 
Própria (em sentido estrito, heterogênea): o complemento normativo advém de uma norma 
diversa do legislador. Ex.: Portaria complementa o crime de tráfico de drogas. 
Imprópria (em sentido amplo, homogênea): o complemento normativo emana do próprio 
legislador: 
 
Homovitelina: o complemento emana do mesmo diploma legal. Ex.: peculato é complementado 
pelo conceito de funcionário público do art. 327, ambos do Código Penal; 
Heterovitelina: o complemento emana de instância legislativa diversa. Ex.: o CP, quando fala em 
contrair casamento com impedimento, não fala o que seja impedimento, de maneira que deverá se 
complementar com o conceito previsto no Código Civil. 
Atenção! Rogério Greco vai dizer que a norma penal em branco imprópria pode ser homovitelina 
ou heterovitelina, conforme emane ou não do mesmo ramo do direito. Portanto, se o 
complemento emana do ramo de direito penal, a norma penal será homovitelina. De outro lado, se 
a norma-complemento está em outro ramo do direito civil, então a norma penal será 
heterovitelina. 
CPIuris – Direito Penal – Parte Geral. Material Completo. 2018, p. 22/23.

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