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20/10/2020 1 Trematoda Thássia Reis. UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS Araguaína 2020 1. Requer hospedeiro intermediário. 2. Parasitam animais vertebrados. 3. Ocorrem geralmente nos dutos biliares, no trato digestivo e no sistema vascular. 4. Geralmente os ovos saem pelas fezes ou urina e os estágios larvais desenvolvem num hospedeiro intermediário (molusco). Trematóides digenéticos Fasciola hepatica 5. São achatados dorsoventralmente 6. Trato digestivo termina em fundo cego. 7. Apresentam ventosas para fixação. 8. São hermafroditas (de um modo geral). Trematóides digenéticos Animais de Produção, Silvestres e Homem 20/10/2020 2 Fasciola hepatica CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA Reino: Animalia Filo: Platyhelminthes Classe: Trematoda Subclasse: Digenea Ordem: Echinostomida Família: Fasciolidae Gênero: Fasciola Espécie: Fasciola hepatica ▪ FASCIOLOSE HEPÁTICA ▪ Etiologia: Trematódeo Fasciola hepatica. HI – caramujos do gênero Lymnae. Afeta todos os animais domésticos. Fasciola hepatica – Morfologia 1. Apresenta aspecto foliáceo, medindo 3 x 1,5 cm. 2. Corpo achatado no sentido dorso-ventral e no animal vivo deforma-se continuamente devido às contrações musculares. 3. Não existe cavidade corpórea, os órgãos abrigam-se num parênquima. 4. Tegumento com espinhos. 5. Ventosas oral (extremidade anterior) e ventral (no terço anterior do parasita). 6. São hermafroditas. Fasciola hepatica • Definitive Host: Herbivorous mammals. Occasionally humans. • First Intermediate Host: Aquatic snails • Second Intermediate Host: None. Metacercaria form on aquatic plant or water column. Fasciola hepatica – Morfologia 1. Aparelho digestivo a. Ventosa oral b. Ventosa anal ou acetábulo c. Dois ramos intestinais d. Numerosas ramificações que terminam em fundo cego. 2. Substâncias não digeridas provavelmente são regurgitadas 20/10/2020 3 Fasciola hepatica – Morfologia 1. Aparelho genital feminino a. Poro genital b. Útero c. Oótipo d. Um só ovário ramificado e. Canais das glândulas vitelogênicas f. Ácinos glandulares Fasciola hepatica – Morfologia 1. Aparelho genital masculino a. Cirro desenvaginado b. Bolsa do cirro contendo segmento prostático c. Dois canais eferentes d. Testículo posterior ramificado 2. Testículo anterior também é ramificado (não mostrado). Fasciola hepatica – Morfologia Fasciola hepatica –Adulto 1. Parasita vesículas e os canais biliares mais calibrosos do hospedeiro vertebrado. 2. Em consequência ao parasitismo, os canais tornam-se hipertrofiados. 3. Os parasitas nutrem-se do conteúdo biliar, de produtos da reação inflamatória e produtos necróticos. 4. A longevidade dos parasitas pode chegar até 8 a 10 anos (ovinos) 5. Em bovinos a longevidade dos parasitas geralmente é de 1 ano. Fasciola hepatica 20/10/2020 4 Fasciola hepatica – Ovo 1. Os ovos são grandes (140 m x 60 a 100m), são ovais ou elípticos, de casca fina, operculado. 2. Os ovos são postos nos canais biliares, são arrastados pela bile, sendo eliminados juntamente com as fezes. 3. Em água sob temperatura adequada, os ovos passam por desenvolvimento embrionário miracídio. Trematóides digenéticos – ciclo evolutivo • Um ovo de trematóide centenas de adultos. Isto se deve ao fenômeno que ocorre no hospedeiro intermediário. Pedogênese: uma única forma larval vários adultos. • Trematóides adultos ovíparos. Põe ovos com um opérculo. • No interior do ovo o embrião se desenvolve miracídio (larva piriforme ciliada) Ovo Fasciola hepatica Trematóides digenéticos – ciclo evolutivo • Cercárias (trematóides jovens com cauda longa) - emergem ativamente do caramujo, em quantidades consideráveis. • Estímulo para que a cercárias saiam do caramujo está relacionado à espécie, geralmente associado à alterações de temperatura e intensidade da luz. Trematóides digenéticos – ciclo evolutivo • Cercárias nadam por algum tempo, fixam–se à vegetação, perdem a cauda e se encistam formando a metacercária. • As metacercárias podem sobreviver por meses . • Parede externa do cisto é removida - mastigação. • A ruptura do cisto - intestino - enzimas. 20/10/2020 5 Trematóides digenéticos – ciclo evolutivo • O trematóide recém eclodido penetra no intestino migra para o local de predileção. Onde após várias semanas se torna adulto. Fasciola hepatica – Miracídio 1. Possui revestimento ciliar, é a forma infectante para o hospedeiro intermediário (molusco do gênero Lymnaea). 2. Tem capacidade de nadar e deve infectar o hospedeiro intermediário dentro de três horas. Fasciola hepatica – molusco Lymnaea spp Fasciola hepatica – Esporocisto / Rédia 1. No interior do molusco os miracídios transformam-se em esporocistos (contém uma série de células germinativas) → rédias. 2. Dependendo da temperatura ou de outras circunstâncias ainda não conhecidas as rédias podem originar rédias de segunda geração ou cercárias. Esporocisto Rédias 20/10/2020 6 Fasciola hepatica – Cercárias 1. Cercária é oval ou arredondada, mede 20 m e possui uma cauda simples medindo 500 m que se agita como um chicote. 2. Apresenta cachos de glândulas cistógenas. Cercárias Fasciola hepatica – Rédias/ Cercárias Cercária Rédia Fasciola hepatica – Metacercária 1. Após um curto período de natação a cercária adere-se à vegetação aquática ou outro suporte. 2. A cercária elimina o conteúdo das glândulas cistógenas que a recobre, perde sua cauda e se encista metacercária 3. Pode sobreviver por 3 meses entre 20 a 30 oC. 4. Quando as metacercárias são ingeridas (água ou vegetação contaminada) continua o ciclo evolutivo do parasita. 5. A infecção de um caramujo por um miracídio mais de 600 metacercárias. Metacercárias FASCIOLOSE • Ocorrência da Fasciolose depende: Fonte de infecção (animal parasitado) Condições ambientais que permitam o desenvolvimento do ovo e do molusco Lymnea. • Habitat do molusco: • açudes, brejos, plantações irrigadas (lavouras de arroz). 20/10/2020 7 FASCIOLOSE 1. Eliminação da fonte de infecção: tratamento de todos os animais presentes na área de risco. 2. Destruição dos caramujos: é quase impossível eliminar todos os moluscos, deve tentar reduzir a população em níveis mínimos. 1. Empregar molusquicidas 2. Drenar áreas úmidas 3. Eliminação da vegetação aquática modificando o habitat dos moluscos. 3. Evitar áreas de pastagens pantanosas e alagadiças. Paramphistomum Paramphistomum cervi CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA Reino: Animalia Filo: Platyhelminthes Classe: Trematoda Subclasse: Digenea Ordem: Echinostomida Família: Paramphistomatidae Gênero: Paramphistomum Espécie: Paramphistomum cervi Paramphistomum spp – Introdução 1. Seu formato é diferenciado, são cônicos e não achatados, tem cerca de 1cm de comprimento. 2. O gênero Paramphistomum inclui espécies que parasitam o rúmen e o retículo de bovinos, ovinos e caprinos. 3. A espécies mais importantes são: Paramphistomum cervi e P.microbothrium. Paramphistomum 20/10/2020 8 Paramphistomum cervi Formas adultas Paramphistomum spp – Introdução 1. Estágios adultos: rúmen e retículo 2. Estágios imaturos: duodenos. 3. O ciclo deste parasita é semelhante ao da Fasciola hepatica e também culmina com a formação de metacercárias. 4. HI: caramujos aquáticos (dos gêneros Planorbis e Bulinus) 5. As metacercárias são ingeridas com a pastagem e desencapsulamento da metacercária ocorre no duodeno. 6. Os trematódeos jovens se fixam e nutrem-se no duodeno por seis semanas antes de migrarem para o rúmen e retículo. 7. Em infecções maciças os parasitas jovens causam uma enterite severa. 8. Os parasitas adultos praticamente não causam danos aos animais. Paramphistomum spp – Epidemiologia 1. A doença ocorre em locais onde há coleções permanentes de água, como lagos, que servem como fonte de caramujos para áreas alagadas durante as inundações. 2. Ovinos e caprinos são igualmente suscetíveis por toda a vida. Paramphistomumcervi em rúmen Paramphistomum spp - Diagnóstico 1. Clínico Sintomatologia em animais jovens associado a histórico de pastejo em áreas encharcadas. 2. Exame de fezes • Presença de ovos de coloração clara, semelhantes ao de Fasciola hepatica. • De pouco valor: os sintomas são ocasionados pelas formas jovens e não adultas. 3. Necroscópico: confirmatório, pode-se encontrar os trematóides no duodeno. 20/10/2020 9 Eurytrema Eurytrema coelomaticum CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA Reino: Animalia Filo: Platyhelminthes Classe: Trematoda Subclasse: Digenea Ordem: Plagiorchiida Família: Dicrocoeliidae Gênero: Eurytrema Espécie: Eurytrema coelomaticum Eurytrema coelomaticum – Introdução 1. Parasita canais pancreáticos de bovinos, caprinos e ovinos. 2. O verme adulto mede de 8 a 16 x 5 a 8,5 mm. 3. Tem como hospedeiros intermediários consecutivos os caramujos terrestres e os gafanhotos. Eurytrema spp Eurytrema coelomaticum – Ciclo Biológico 1. Os moluscos ingerem os ovos eliminados nas fezes. 2. Após 4 semanas há formação de esporocistos nas glândulas digestivas dos moluscos. 3. Não há geração de rédias. 4. Um esporocisto de 1a geração →100 esporocistos de 2a geração → 200 cercárias que são eliminadas ainda dentro do esporocisto pelo molusco à medida que o mesmo se locomove pela vegetação. 5. A cercária é do tipo microcercária, possuindo forma oval, cauda curta e um estilete na extremidade anterior. 6. O esporocisto contendo as cercárias são ingeridos pelo gafanhoto. Estas cercárias se transformarão em metacercárias. 7. Os hospedeiros vertebrados se infectam ingerindo os gafanhotos juntamente com as pastagens. 20/10/2020 10 Eurytrema coelomaticum – Ciclo Biológico Molusco do gênero Bradybaena Gafanhoto do gênero Conocephalus Eurytrema coelomaticum – Lesões 1. As lesões no pâncreas são decorrentes do processo inflamatório crônico dos canais pancreáticos, especialmente em infecções maciças. 2. Os animais apresentam uma pancreatite crônica, mais pronunciada nos canais pancreáticos que podem estar obstruídos pelos trematódeos. 3. Apesar destes parasitas serem freqüentes, não há relatos de mortalidade devido ao parasitismo e nem estudos estimando os prejuízos. Lesões em pâncreas Pequenos Animais Platynosomum concinnum CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA Reino: Animalia Filo: Platyhelminthes Classe: Trematoda Subclasse: Digenea Ordem: Plagiorchiida Família: Dicrocoeliidae Gênero: Platynosomum Espécie: Platynosomum concinnum 20/10/2020 11 Platynosomum concinnum P. fastosum, P. illiciens e P. concinnum - parasito de gatos domésticos, tratando P. fastosum e P. illiciens como sinônimos (TRAVASSOS et al., 1969). Platynosomum concinnum • Morfologia A – Ventosa oral B –Acetábulo C – Testículos D – Ovário E – Gl. vitelogênicas F – Útero (ovos) Platynosomum concinnum • Epidemiologia P. concinnum é citado em áreas tropicais e subtropicais, com estudos indicando altas prevalências em gatos (AZEVEDO, 2008). Platynosomum concinnum • Ciclo evolutivo O ciclo de vida do parasito é complexo e necessita de três hospedeiros intermediários (caramujos, crustáceos, isópodes terrestres e rãs ou lagartixas) além dos hospedeiros definitivos, os felinos domésticos e selvagens (FERREIRA; ALMEIDA, 2003; CASTRO; ALBUQUERQUE, 2008). 20/10/2020 12 Platynosomum concinnum • Sinais clínicos ➢ No fígado, ductos biliares e vesícula biliar, ocasionalmente no intestino delgado, ductos pancreáticos e pulmão. ➢ Os gatos parasitados - sintomáticos ou assintomáticos, dependendo da gravidade e tempo da infecção, além da reação individual ao parasito (FOLEY, 1994; PIMENTEL et al., 2005). ➢ Em humanos, trematódeos no trato biliar - neoplasias (ZEN et al., 2005). Platynosomum concinnum • Diagnóstico ▪ Clinico: Histórico e presença de sinais. ▪ Laboratorial: ➢ Detecção de ovos operculados nas fezes (FOLEY, 1994), associando-se outros exames complementares (RX, ultrassom, hemograma e perfil bioquímico). Platynosomum concinnum • Tto ➢ Anti-helmíntico praziquantel - contra P. concinnum. ➢ Gravidade: intervenção cirúrgica. 20/10/2020 13 DÚVIDAS?? thassiareis@veterinaria.med.br Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=fSXDnbWSm8c
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