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Egito Antigo

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ASCENDÊNCIA DO ANTIGO EGITOi 
No nordeste do continente africano, ao longo das margens do rio Nilo, 
por volta de 3000 a.C desenvolveu-se uma das mais duradora e extraordinária 
civilização da antiguidade, que construiu pirâmides colossais e desenvolveu 
inúmeros conhecimentos em diversas áreas, bem como um arsenal tecnológico 
digno de admiração, como referencia para a posteridade. A civilização egípcia 
passou por diferentes fases, na primeira o Egito era dividido em Alto Egito e 
Baixo Egito, na segunda fase houve uma fusão, formando um só governo 
centralizando o poder que ao longo do tempo passou a ser governado por 
várias dinastias. Mais ao fim do Império sofreu invasões de outros povos, 
destacando o domínio Romano no fim da Antiguidade Clássica. 
1. A importância do rio Nilo.
Pelo fato do Egito estar em uma região desértica o rio Nilo tornou-se de 
extrema importância para aqueles povos. As cheias periódicas do rio Nilo 
transformam o Egito numa espécie de oásis em meio ao deserto do nordeste 
africano, em meio a esse processo, as aguas inundavam uma grande uma 
grande extensão das margens e formava uma espécie de limo, o húmus que 
tornava as terras muito férteis propícias para a agricultura. Os grupos humanos 
que viviam nessa região perceberam que poderia tirar proveito disso, 
aprenderam que ao serem plantados logo após o recuo das aguas, os vegetais 
cresciam rapidamente e poderiam ser colhidos antes do inicio da próxima 
enchente. Assim, ao longo de muitas gerações, os egípcios foram aprimorando 
um amplo sistema de irrigação, construindo canais, diques e represamento, 
aprenderam a controlar e aproveitar ao máximo as inundações para o 
desenvolvimento das técnicas de agricultura. A importância das aguas do Nilo 
para a população que vivia em suas margens era tal que os egípcios 
consideravam o rio um de seus deuses. No século V a.C, o historiador grego 
Heródoto, refletindo sobre essa condição, chegou a afirmar que o Egito era 
uma “dadiva do Nilo”. Ou seja, o rio Nilo, tornou-se essencial e sagrado para o 
povo do Antigo Egito. 
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2. A escrita hieroglífica. 
Desde o quarto milênio a.C, os egípcios desenvolveram um complexo 
sistema de escrita chamado, hieroglífica, que significa (palavra grega) 
caracteres sagrados, eram constituídos de pequenos desenhos com múltiplos 
significados. Em geral, esses desenhos eram gravados ou pintados nas 
paredes dos templos e dos túmulos. Ao ser escrito em papiro, os hieróglifos 
tinham que ser abreviados originando uma escrita simplificada á qual se deu o 
nome de hierática. Por fim os egípcios desenvolveram o demótico, que é 
uma forma mais popular da escrita, proveniente de uma simplificação da forma 
hierática, ou seja, uma escrita mais acessível a “sociedade”. Com a conquista 
do Egito pelos assírios e, a partir de 525 a.C. , pelos persas, esse sistema de 
escrita acabou caindo no esquecimento. 
 
3. Longo Império - Dois mil anos. 
 
O Egito foi constituído por pequenas comunidades conhecidas como 
nomos, chefiadas por líderes denominados nomarcas, como o tempo houve 
uma integração de tais comunidades originando dois reinos distintos, 
correspondentes ao Alto e ao Baixo Egito. O alto Egito ficava ao sul e era 
formado pelo extenso vale ao longo das margens do Nilo. O baixo Egito, ao 
norte, organizava-se em torno do delta formado pelo rio ao desaguar no 
mediterrâneo. Por volta de 3200 a.C., Menes, soberano do alto Egito, impôs a 
unificação dos dois reinos, tomando para si o titulo de faraó. A partir desse 
momento, pode-se dividir a história do Egito antigo em quatro longos períodos, 
nos quais os faraós conseguiram manter o poder. 
 Antigo Império: (cerca de 3200 – 2000 a.C.). Durante a maior 
parte desse período, o centro administrativo do Egito era a cidade 
de Mênfis, localizada no delta do Nilo. Entre os faraós mais 
conhecidos dessa fase encontra-se Quéops, Quefrén e 
Miquerinos. Foram eles que mandaram construir, para servir-lhes 
de túmulos, as grandes pirâmides da planície de Gizé (cerca de 
2600 a.C.). A partir de 2350 a.C. as lutas entre os lideres dos 
nomos e a desorganização do poder central geram crises que 
acabaram por enfraquecer a autoridade do faraó. 
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 Médio Império: (2000 -1580 a.C). O poder do faraó foi restaurado 
por governantes do alto Egito. Dessa vez, o centro administrativo 
se estabeleceu em Tebas. Seguiu-se um longo período de 
relativa prosperidade que durou cerca de quatrocentos anos, até 
a invasão dos hicsos. Utilizando armas e recursos de guerra 
desconhecidos dos egípcios, esse povo, provenientes da Ásia 
ocidental, dominou e subjugou o Egito durante duzentos anos. 
Nesse período, os hebreus também se instalaram na terra dos 
faraós. 
 Novo império: (1580 – 1085 a.C.). Período iniciado com a 
expulsão dos hicsos por soberanos do alto Egito, que 
restabeleceram a autonomia da região e consolidaram a 
autoridade do faraó sobre todo o território. Destacam-se os 
governos dos faraós Tutmés III e Ramsés II, que converteram o 
Egito, durante algum tempo, no Estado mais poderoso do 
Crescente fértil. O comercio se expandiu tanto por terra como por 
mar, tendo chegado até as ilhas de Creta. Nessa época, foram 
construídos os templos de Luxor e Carnac. A partir do século XII 
a.C. , teve inicio um período de enfraquecimento do poder dos 
faraós, ocasionado por disputas internas. Desestabilizando o 
poder central, o Egito sofreu sucessivas invasões, culminando 
com a conquista do Império pelos assírios, em 671 a.C. 
 Renascimento Saíto: (663- 525 a.C) Príncipes de Saís, cidade 
localizada do delta do Nilo, lideram os egípcios na expulsão dos 
assírios e possibilitaram, mais uma vez, o fortalecimento da 
sociedade egípcia. A estabilidade durou pouco. Um importante 
faraó desse período foi Necao, que tentou unir o mar 
mediterrâneo ao mar vermelho por meio de um canal. Por sua 
ordem, ainda, navios egípcios, comandado por um capitão fenício, 
realizaram uma viagem de circunavegação do continente africano. 
Em 525 a.C., os persas dominaram o Egito, que, a partir de então, 
não conseguiu mais recuperar sua autonomia, dominado por 
sucessivas conquistas pelos gregos e pelos romanos. 
 
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4. Os grupos sociais: 
 
A sociedade egípcia era dividida em camadas sociais entre as quais 
havia profundas diferenças. Todo o poder estava centralizado na mão do faraó, 
que era considerado um deus – forma de governo denominada de teocracia. O 
faraó era o grande sacerdote, chefe dos exercito, o juiz. 
Como soberano absoluto de todo território, dominava os grupos sociais, 
organizando e administrando as atividades econômicas da sociedade. 
Os sacerdotes constituíam uma categoria poderosa e influente, em 
razão da importância da religião naquela sociedade. Como guardião dos 
templos, eles recebiam e administravam as ofertas feitas aos deuses pela 
população. Os parentes do faraó e os altos funcionários formavam uma 
espécie de nobreza e administravam as quarenta e duas províncias (nomos) 
unificadas em nome do faraó. 
A administração complexa e centralizada exigia enorme quantidade de 
funcionários, encarregados de cobrar impostos, fiscalizar obras e acompanhar 
o trabalho agrícola em toda a extensão do império. Por essa razão, os 
escribas, aqueles que aprendiam a lidar com os números e a manejar a 
complicada escrita egípcia, exerciam uma função destacada na sociedade. 
Após um longo treinamento ao lado dos sacerdotes, o escriba podia ascender 
socialmente e exercer altos cargos religiosos ou administrativos. 
Uma parte da população era constituída por artesãos, que 
trabalhavam, geralmente, nos ofícios gerados pela construção de templos e 
túmulos: tecelões, marceneiros, sapateiros, pedreiros, ferreiros, pintores, 
escultures, perfumistas, ourives, etc. A maioria da população era constituída 
por camponeses, que trabalhavam nas terras pertencentes ao faraó, aos 
templose aos nobres. Os camponeses deviam entregar aos donos da terra 
parte de sua colheita ou dos animais que criavam, além disso, deviam trabalhar 
na construção e manutenção dos canais e dos diques. 
As condições de vida dos escravos não eram muito diferentes das dos 
trabalhadores livres, podiam arrendar terras, casar com mulheres livres e ser 
libertados a qualquer momento, com apenas uma declaração do dono perante 
testemunhas. 
 
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Atividades econômicas: eram controlas pelo faraó, dono nominal da maioria 
das terras. Grande parte das atividades produtivas era organizada e 
administrada por ele, desde o planejamento e a construção de canais e diques 
para a irrigação das terras até o armazenamento e a distribuição da produção. 
A principal atividade era agrícola, de modo geral estava voltada para suprir as 
necessidades da população. Cabia aos funcionários do soberano guardar 
parte dessa produção para ser distribuída em período de escassez. A pecuária 
era uma atividade importante, embora restrita aos templos que possuíam 
grandes extensões de terra. Além disso, os egípcios dedicavam-se à 
construção de embarcações, à tecelagem do linho, à cerâmica e à 
metalurgia. 
 
Religião dos povos egípcios: como inúmeros povos da antiguidade, os 
egípcios eram politeístas, ou seja, adoravam diversos deuses. De um modo 
geral, esses deuses correspondiam às forças da natureza mais importante no 
cotidiano egípcio. Os principais deuses eram deuses eram Rá (o sol) e Osíris 
(o Nilo). Animais como o boi, o crocodilo, o gato e o falcão eram considerados 
sagrados. Algumas divindades locais ganhavam expressão em todo o Egito, 
quando a cidade em que eram adoradas se tornava o centro administrativo. O 
deus local Amon foi identificado cor à, dando origem ao culto a Amon-Rá. 
A vida após a morte: os egípcios admitiam que cada pessoa tinha um espirito, 
que sobreviveria enquanto o corpo não fosse destruído, a preservação do 
corpo era possível por meio da mumificação, uma complexa técnica de 
embalsar os mortos. A preocupação com os mortos levou os egípcios a 
construírem túmulos duradores. Destacam-se as grandes pirâmides, que 
guardava em um compartimento secreto, a múmia dos faraós. 
 
A arte dos povos egípcios: a produção artística era predominantemente de 
inspiração religiosa, os monumentos eram erguidos para os deuses e para os 
mortos, expressavam por meio de pinturas, de esculturas, e de uma grandiosa 
arquitetura, temos as pirâmides como exemplos de trabalhos minuciosos com 
paredes inteiramente decoradas com hieróglifos e desenhos pintados ou 
esculpidos. 
 
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Os saberes científicos: os egípcios desenvolveram significativamente varias 
áreas do conhecimento destaca-se: a astronomia, a matemática, e a 
medicina. A necessidade de prever enchentes do Nilo e de executar obras 
para o aproveitamento das aguas do rio levou-os à observação dos astros e à 
construção de formulas para medir superfícies, utilizavam a soma, a 
subtração, e a divisão. A prática da mumificação favoreceu a medicina que 
desenvolvendo muitos conhecimentos sobre o corpo humano. Os médicos 
egípcios sabiam como funcionava o mecanismo de circulação do sangue e 
faziam diversos tipos de cirurgias, além de possuir noções sobre 
medicamentos e desenvolver inúmeras formula para tratar diversas doenças, 
inclusive fratura de vertebras. Também como fato de extrema importância 
destaca-se a criação do calendário sola, em que o ano, de 365 dias, era 
dividido em doze meses de trinta dias cada, e ao qual acrescentavam cinco 
dias festivos.

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