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Estágio Supervisionado II - Direito Penal - Contrarrazões de Recurso Em Sentido Estrito - Temática 1 - Seção 3

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE/CE
AUTOS Nº...
Autor: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL 
Réus: José Percival da Silva, João Santos, Fernando Caetano e Maria do Rosário
JOSÉ PERCIVAL DA SILVA, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seu procurador ao final subscrito, vem respeitosamente e tempestivamente, perante esse juízo, com fulcro no artigo 588, do Código de Processo Penal, oferecer CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO por não se conformar com o Recurso interposto pelo Ministério Público Estadual. 
Pugna a Vossa Excelência receber e remeter as presentes contrarrazões ao Tribunal de Justiça para análise e julgamento.
Termos que pede deferimento. 
Conceição do Agreste/CE / 07 de junho de 2018
ADVOGADO...
OAB...
CONTRARRAZÕES DE RESCURSO EM SENTIDO ESTRITO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Autos Nº: 
Recorrente: Ministério Público Estadual 
Recorridos: José Percival da Silva, João Santos, Fernando Caetano e Maria do Rosário
COLENDA TURMA 
DOUTOS JULGADORES 
NOBRES PROCURADORES 
Trata-se de Contrarrazões contra o Recurso em Sentido Estrito interposto pelo Ilustríssimo Representante do Ministério Público de fls...
1 - DOS FATOS 
Conforme os autos em epígrafe, o Excelentíssimo Juízo a quo da Vara Criminal da Comarca de Conceição do Agreste/CE, ao analisar a resposta preliminar, acatou parcialmente as teses arguidas pela defesa e recebeu a denúncia apenas em relação ao delito de corrupção passiva (artigo 317 do CP). Já no que tange à imputação de associação criminosa (art. 288 do CP), a denúncia foi rejeitada, nos termos do artigo 395, III do CPP, por ausência de justa causa para a ação penal. 
Concordando com os argumentos trazidos na resposta preliminar, o Excelentíssimo Senhor Juiz entendeu ausentes os indícios de materialidade em relação ao delito de associação criminosa, uma vez que a acusação narra apenas um único fato e, portanto, um crime único, o que afasta por completo a tipicidade do artigo 288 do CP, por não existir o caráter de estabilidade e durabilidade indispensável para a caracterização da referida associação. 
O promotor de Justiça Titular da Comarca de Conceição do Agreste/CE, ao ser intimado desta decisão (em 24 de maio de 2018), inconformado, interpôs, em 30 de maio de 2018, recurso em sentido estrito, com fundamento no artigo 581, I do CPP. Em suas razões recursais, requereu a reforma da decisão para que a denúncia seja recebida também em relação ao crime de associação criminosa, sob o argumento de que, por se tratarem todos os denunciados de membros da Câmara dos Vereadores, havia estabilidade e durabilidade na associação.
Ao receber o recurso interposto pela acusação no dia 05 de junho de 2018, o juízo de primeira instância intimou a defesa para apresentar a medida cabível, dentro do prazo legal.
2 – PRELIMINARMENTE
O recurso interposto pelo promotor de Justiça Titular da Comarca de Conceição do Agreste/CE não deve ser admitido, uma vez que é intempestivo, senão vejamos:
Nas normas do artigo 586 do Código de Processo Penal, o Recurso em Sentido Estrito tem o prazo de 5 (cinco) dias para ser interposto, contados a partir da data da intimação conforme Súmula 710 do Supremo Tribunal Federal.
Todavia, Nobres Desembargadores, o Ilustre Promotor de Justiça, ao ser intimado da decisão em 24 de maio de 2018, veio a interpor o referido recurso apenas em 30 de maio de 2018, ultrapassando o prazo limite previsto do Código de Processo Penal.
Assim sendo, como o Ministério Público não tem prazo em dobro, o recurso interposto pelo Promotor foi intempestivo, conforme jurisprudência abaixo:
AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PENAL E PROCESSUAL PENAL. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO APÓS O PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS PREVISTO NO ART. 258 DO REGIMENTO INTERNO DO STJ. PRAZO EM DOBRO PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO EM MATÉRIA PENAL. INEXISTÊNCIA. PRAZO SIMPLES CONTADO DA ENTREGA DO ARQUIVO ELETRÔNICO. PRECEDENTES. I – O entendimento pacífico desta Corte Superior é no sentido de que o Ministério Público, em matéria penal, não goza da prerrogativa da contagem dos prazos recursais em dobro. II – No caso dos autos, a intimação ocorreu com a entrega do arquivo digital contendo cópia do processo eletrônico em 17⁄08⁄2012 e o Agravo Interno foi protocolado somente em 27⁄08⁄2012, extrapolando o quinquênio legal, previsto no art. 258 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. III – Agravo Regimental não conhecido. (STJ – AgRg nos Embargos de Divergência em Resp. n.º 1.187.916-SP – Relatora Ministra Regina Helena Costa – dj. 27/11/2013, grifo nosso)
3 - DO DIREITO 
O promotor em suas razões recursais requereu a reforma da decisão para que a denúncia seja recebida também em relação ao crime de associação criminosa, sob o argumento de que, por se tratarem todos os denunciados de membros da Câmara dos Vereadores, havia estabilidade e durabilidade na associação. 
Contudo, esta alegação feita pelo Ilustre Representante do Ministério Público não merece prosperar, senão vejamos:
O fato do Sr. José Percival da Silva exercer suas atividades funcionais na mesma Câmara que os demais acusados, por si só, não configura elemento probatório suficiente para restar tipificado o caráter de estabilidade e durabilidade indispensável para a caracterização da referida associação criminosa descrito no artigo 288 do Código Penal.
Uma vez que, além da alegação feita pelo Ilustre Promotor ser desvalida, ainda estaria em falta o elemento objetivo do tipo penal no que se refere ao fim específico de cometer crimes, este no plural, já que a acusação narra apenas um único fato e, portanto, um crime único, o que afasta por completo a tipicidade do mencionado artigo.
Portanto, não restam dúvidas que a decisão do juízo de primeira instância que rejeitou a denúncia no que se refere à associação criminosa, se mostrou assertiva, uma vez que não estão presentes os requisitos do tipo penal descrito no artigo 288 do Código Penal. 
4 - DOS PEDIDOS 
Requer ao Egrégio Tribunal de Justiça: 
a) o não conhecimento do recurso interposto pelo promotor de Justiça Titular da Comarca de Conceição do Agreste/CE, por ser intempestivo, conforme artigo 586 do Código de Processo Penal c/c Súmula 710 do Supremo Tribunal Federal.
b) caso o recurso seja conhecido, pugna-se pelo seu não provimento, por estarem faltando os requisitos indispensáveis presentes no tipo penal previstos no artigo 288 do Código Penal, mantendo-se, integralmente, a decisão proferida pelo juízo a quo.
Nesses termos, pede deferimento. 
Conceição do Agreste/CE / 07 de junho de 2018
ADVOGADO...
OAB...

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