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<p>1</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Código de Processo Penal</p><p>Atualizado em 10 de novembro de 2023</p><p>2</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CÓDIGO DE PROCESSO</p><p>PENAL</p><p>LIVRO I</p><p>DO PROCESSO EM GERAL</p><p>TÍTULO I</p><p>DISPOSIÇÕES PRELIMINARES</p><p>Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o</p><p>território brasileiro, por este Código, ressalvados:</p><p>I - os tratados, as convenções e regras de direito</p><p>internacional;</p><p>II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da</p><p>República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos</p><p>com os do Presidente da República, e dos ministros do</p><p>STF, nos crimes de responsabilidade.</p><p>III - os processos da competência da Justiça Militar;</p><p>IV - os processos da competência do tribunal especial;</p><p>V - os processos por crimes de imprensa. (Na ADPF nº</p><p>130, o STF não recepcionou a Lei de Imprensa)</p><p>Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código</p><p>aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis</p><p>especiais que os regulam não dispuserem de modo</p><p>diverso.</p><p>Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo,</p><p>sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a</p><p>vigência da lei anterior.</p><p>Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação</p><p>extensiva e aplicação analógica, bem como o</p><p>suplemento dos princípios gerais de direito.</p><p>1 Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-dez-</p><p>27/limite-penal-entenda-impacto-juiz-garantias-processo-</p><p>penal. Acesso em: 25/08/2021.</p><p>Admissão pela lei processual penal</p><p>Interpretação</p><p>extensiva</p><p>Aplicação</p><p>analógica</p><p>Princípios</p><p>gerais do</p><p>direito</p><p>Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura</p><p>ACUSATÓRIA, vedadas a iniciativa do juiz na fase de</p><p>investigação e a substituição da atuação probatória do</p><p>órgão de acusação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de</p><p>2019)</p><p>SISTEMA ACUSATÓRIO</p><p>Da leitura do dispositivo acima, é perceptível que o</p><p>legislador adotou expressamente o sistema</p><p>acusatório. Além disso, conforme asseveram Aury</p><p>Lopes Jr. e Alexandre Morais da Rosa1:, “na fase de</p><p>investigação e recebimento da acusação, atuará o</p><p>Juiz das Garantias, enquanto na fase de julgamento,</p><p>o Juiz de Julgamento não receberá, nem se</p><p>contaminará pelo produzido na fase anterior, já que</p><p>somente as provas irrepetíveis, medidas de obtenção</p><p>de provas e antecipação de provas serão</p><p>encaminhadas”.</p><p>Para o ministro Gilmar Mendes, a criação do juiz das</p><p>garantias foi uma das manifestações da classe política</p><p>em defesa da democracia brasileira, ao assegurar</p><p>mecanismos de imparcialidade do magistrado</p><p>criminal e favorecer a paridade de armas, a</p><p>presunção de inocência e o controle da legalidade</p><p>dos atos investigativos invasivos.2</p><p>Porém, foram propostas as ADIs 6298, 6299, 6300 e</p><p>6305 em face de diversos dispositivos criados pela Lei</p><p>Anticrime (Lei 13.964/2019).</p><p>Depois de mais de 02 anos com a redação de vários</p><p>dispositivos suspensos pelo STF, em 24 de agosto de</p><p>2023, a presidente do Supremo Tribunal Federal</p><p>(STF), ministra Rosa Weber, finalmente proclamou o</p><p>resultado do julgamento das quatro Ações Diretas de</p><p>Inconstitucionalidade que questionavam essas</p><p>alterações no Código de Processo Penal (CPP) pelo</p><p>Pacote Anticrime (Lei 13.964/2019), entre elas a</p><p>criação do juiz das garantias.</p><p>Por maioria, o STF atribuiu interpretação conforme ao</p><p>art. 3º-A do CPP, incluído pela Lei nº 13.964/2019, para</p><p>assentar que o juiz, pontualmente, nos limites</p><p>2 Disponível em:</p><p>https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idCon</p><p>teudo=512751&ori=1</p><p>IMPORTANTE</p><p>IMPORTANTE</p><p>NOVIDADES</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>https://www.conjur.com.br/2019-dez-27/limite-penal-entenda-impacto-juiz-garantias-processo-penal</p><p>https://www.conjur.com.br/2019-dez-27/limite-penal-entenda-impacto-juiz-garantias-processo-penal</p><p>https://www.conjur.com.br/2019-dez-27/limite-penal-entenda-impacto-juiz-garantias-processo-penal</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=512751&ori=1</p><p>https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=512751&ori=1</p><p>3</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>legalmente autorizados, pode determinar a realização</p><p>de diligências suplementares, para o fim de dirimir</p><p>dúvida sobre questão relevante para o julgamento do</p><p>mérito, vencidos os Ministros Cristiano Zanin e Edson</p><p>Fachin. (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto de</p><p>2023)</p><p>CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA/PROCESSO</p><p>ACUSATÓRIO</p><p>• Clara distinção entre as atividades de acusar e</p><p>julgar;</p><p>• A iniciativa probatória deve ser das partes e não</p><p>do juiz;</p><p>• O juiz é um terceiro imparcial;</p><p>• O procedimento é em regra oral;</p><p>• Contraditório e possibilidade de resistência;</p><p>• Ausência de uma tarifa probatória;</p><p>• Possibilidade de impugnação judicial;</p><p>CAIU NA DPE-AL-2017-CESPE: “No processo penal, as</p><p>características do sistema acusatório incluem I. clara</p><p>distinção entre as atividades de acusar e julgar, iniciativa</p><p>probatória exclusiva das partes e o juiz como terceiro</p><p>imparcial e passivo na coleta da prova. II. neutralidade</p><p>do juiz, igualdade de oportunidades às partes no</p><p>processo e repúdio à prova tarifada”. 3</p><p>CAIU NA DPE-PA-FMP-CONCURSOS-2015: “Em</p><p>nenhum momento a Constituição Federal aponta</p><p>expressamente qual o sistema processual adotado no</p><p>Brasil, razão pela qual a indicação do sistema acusatório,</p><p>como sendo o vigente em nosso país, decorre de</p><p>interpretação doutrinária e jurisprudencial derivada dos</p><p>princípios, direitos e garantias presentes em nossa Carta</p><p>Maior”. 4</p><p>CAIU NA DPE-MA-2015-FCC: O modelo processual</p><p>acusatório tem sido entendido como o adequado a um</p><p>Estado Democrático de Direito por ser o mais garantista.</p><p>Tem-se como um pressuposto estrutural e lógico do</p><p>modelo a:</p><p>A) possibilidade de emendatio libelli e mutatio libelli.</p><p>B) existência de uma investigação prévia por delegado</p><p>de polícia.</p><p>C) possibilidade da prova ser colhida pelo próprio juiz.</p><p>D) previsão legal de prisões processuais.</p><p>E) separação entre juiz e acusação.5</p><p>Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo</p><p>controle da legalidade da investigação criminal e pela</p><p>salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha</p><p>sido reservada à autorização prévia do Poder</p><p>3 GAB: C.</p><p>4 GAB: C.</p><p>Judiciário, competindo-lhe</p><p>especialmente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de</p><p>2019)</p><p>Por maioria, o STF declarou a constitucionalidade do</p><p>caput do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº</p><p>13.964/2019, e por unanimidade fixou o prazo de 12</p><p>(doze)meses, a contar da publicação da ata do</p><p>julgamento, para que sejam adotadas as medidas</p><p>legislativas e administrativas necessárias à adequação</p><p>das diferentes leis de organização judiciária, à efetiva</p><p>implantação e ao efetivo funcionamento do juiz das</p><p>garantias em todo o país, tudo conforme as diretrizes</p><p>do Conselho Nacional de Justiça e sob a supervisão dele.</p><p>Esse prazo poderá ser prorrogado uma única vez, por no</p><p>máximo 12 (doze) meses, devendo a devida justificativa</p><p>ser apresentada em procedimento realizado junto ao</p><p>Conselho Nacional de Justiça, vencido, apenas quanto</p><p>à inconstitucionalidade formal, o Relator, que entendia</p><p>competir às leis de organização judiciária sua instituição.</p><p>(ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto de 2023)</p><p>I - receber a comunicação imediata da prisão, nos</p><p>termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição</p><p>Federal; (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle</p><p>da legalidade da prisão, observado o disposto no art.</p><p>310 deste Código; (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>III - zelar pela observância dos direitos do preso,</p><p>podendo determinar que este seja conduzido à sua</p><p>presença, a qualquer tempo; (Lei Anticrime –</p><p>13.964/19)</p><p>IV - ser informado</p><p>na formatação das</p><p>cláusulas obrigacionais do acordo.27</p><p>§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não</p><p>persecução penal, o juiz devolverá os autos ao</p><p>Ministério Público para que inicie sua execução</p><p>perante o juízo de execução penal. (Incluído pela</p><p>Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>A competência para a execução do acordo de não</p><p>persecução penal é do Juízo que o homologou. STJ. 3ª</p><p>Seção. CC 192.158-MT, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em</p><p>09/11/2022 (Info 757).</p><p>§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta</p><p>que não atender aos requisitos legais ou quando não for</p><p>realizada a adequação a que se refere o § 5º deste</p><p>artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>O STF, por unanimidade, declarou a</p><p>constitucionalidade dos arts. 28-A, caput, incisos III, IV</p><p>e §§ 5º, 7º e 8º do CPP, introduzidos pela Lei nº</p><p>13.964/2019; (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto</p><p>de 2023)</p><p>"É vedada a substituição da figura do Ministério Público</p><p>pela do juiz na celebração do acordo de não persecução</p><p>penal, instrumento jurídico extrajudicial concretizador</p><p>da política criminal exercida pelo titular da ação penal</p><p>pública cuja homologação judicial tem natureza</p><p>meramente declaratória. Agravo regimental</p><p>desprovido" (AgRg no HC 685.200/RJ, rel. ministro João</p><p>Otávio de Noronha, 5ª Turma, julgado em 24/8/2021,</p><p>DJe 30/8/2021).</p><p>§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos</p><p>ao Ministério Público para a análise da necessidade de</p><p>complementação das investigações ou o oferecimento</p><p>da denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>27 Gabarito: A.</p><p>28 ERRADO.</p><p>CAIU NA DPE-PI-2022-CESPE: O juiz poderá recusar a</p><p>proposta caso reconheça a insuficiência das condições</p><p>ofertadas, momento em que deverá remeter</p><p>incontinenti os autos ao procurador-geral de justiça</p><p>para reformular a proposta.28</p><p>O STF, por unanimidade, declarou a</p><p>constitucionalidade dos arts. 28-A, caput, incisos III, IV</p><p>e §§ 5º, 7º e 8º do CPP, introduzidos pela Lei nº</p><p>13.964/2019; (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto</p><p>de 2023)</p><p>O Poder Judiciário não pode impor ao Ministério Público</p><p>a obrigação de ofertar acordo de não persecução penal</p><p>(ANPP).</p><p>Não cabe ao Poder Judiciário, que não detém atribuição</p><p>para participar de negociações na seara investigatória,</p><p>impor ao MP a celebração de acordos.</p><p>STF. 2ª Turma. HC 194677/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes,</p><p>julgado em 11/5/2021 (Info 1017).</p><p>CAIU NA DPE-RS-2022-CESPE: Presentes os requisitos</p><p>para a realização do acordo de não persecução penal, a</p><p>autoridade judiciária poderá impor ao Ministério</p><p>Público a obrigação de ofertar o acordo. 29</p><p>§ 9º A VÍTIMA será intimada da homologação do acordo</p><p>de não persecução penal e de seu</p><p>descumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de</p><p>2019)</p><p>Intimação da vítima</p><p>Homologação do ANPP</p><p>Descumprimento do</p><p>ANPP</p><p>CAIU NA DPE-PI-2022-CESPE: É admissível o ANPP em</p><p>crimes cometidos contra vítima do sexo feminino,</p><p>devendo a vítima ser intimada acerca da sua</p><p>homologação e de eventual descumprimento.30</p><p>§ 10. Descumpridas quaisquer das condições</p><p>estipuladas no acordo de não persecução penal, o</p><p>Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins</p><p>de sua rescisão e posterior oferecimento de</p><p>denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>Muito embora seja possível a rescisão do acordo de não</p><p>persecução penal (§10 do art. 28-A do CPP), necessário,</p><p>para preservação dos princípios constitucionais do</p><p>contraditório e da ampla defesa, oportunizar à defesa a</p><p>29 ERRADO.</p><p>30 CERTO.</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>20</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>manifestação acerca do pedido formulado pelo</p><p>Ministério Público. STJ, HC 615.384, Rel. Min. Reynaldo</p><p>Soares da Fonseca, 5ª Turma, j. 09.02.2021</p><p>CAIU NA DPE-PR-2022-AOCP: Descumpridos os termos</p><p>do acordo de não persecução penal, o oferecimento da</p><p>denúncia dependerá da rescisão do negócio jurídico,</p><p>sendo indispensável a prévia manifestação do</p><p>investigado.31</p><p>§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução</p><p>penal pelo investigado também poderá ser utilizado</p><p>pelo Ministério Público como justificativa para o</p><p>eventual não oferecimento de suspensão condicional</p><p>do processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>CAIU NA DPE-PI-2022-CESPE: O descumprimento do</p><p>ANPP não pode ser considerado para impedir o</p><p>promotor de justiça de oferecer a proposta de</p><p>suspensão condicional do processo, dada a distinta</p><p>natureza dos institutos.32</p><p>CAIU NA DPE-RR-2021-FCC: O descumprimento do</p><p>acordo de não persecução penal não poderá ser usado</p><p>como justificativa para posterior não oferecimento de</p><p>suspensão condicional do processo no mesmo</p><p>processo.33</p><p>§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não</p><p>persecução penal não constarão de certidão de</p><p>antecedentes criminais, exceto para os fins previstos</p><p>no inciso III do § 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº</p><p>13.964, de 2019)</p><p>§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não</p><p>persecução penal, o juízo competente decretará a</p><p>extinção de punibilidade. (Incluído pela Lei nº</p><p>13.964, de 2019)</p><p>§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério</p><p>Público, em propor o acordo de não persecução penal,</p><p>o investigado poderá requerer a remessa dos autos a</p><p>órgão superior, na forma do art. 28 deste</p><p>Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>CAIU NA DPE-SE-2022-CESPE: Não sendo oferecido o</p><p>Acordo de Não Persecução Penal pelo promotor de</p><p>justiça, quando, em uma primeira análise, ele é cabível,</p><p>deve o defensor público</p><p>A) requerer ao juiz que ofereça o acordo.</p><p>B) requerer a remessa dos autos ao órgão superior do</p><p>Ministério Público, para que decida se é caso ou não de</p><p>31 CERTO.</p><p>32 ERRADO.</p><p>33 ERRADO.</p><p>34 Gabarito: D.</p><p>oferecimento do acordo e cuja decisão permitirá que se</p><p>ajuíze outro recurso ao Tribunal de Justiça.</p><p>C) requerer ao juiz que obrigue o promotor de justiça a</p><p>oferecer o referido acordo.</p><p>D) requerer a remessa dos autos ao órgão superior do</p><p>Ministério Público, para que decida se é caso ou não de</p><p>oferecimento do acordo, sendo irrecorrível essa decisão</p><p>do órgão superior.</p><p>E) interpor embargos de declaração da decisão do</p><p>promotor de justiça. 34</p><p>Não há norma legal que imponha ao MP a remessa</p><p>automática dos autos ao órgão de revisão, tampouco</p><p>que o obrigue a expedir notificação ao investigado,</p><p>sendo atribuição da acusação apresentar os</p><p>fundamentos pelos quais entende incabível a</p><p>propositura do ajuste na cota da denúncia ou em</p><p>momento anterior. (REsp 1.948.350). 35</p><p>O acordo de não persecução penal não constitui direito</p><p>subjetivo do investigado, podendo ser proposto pelo</p><p>Ministério Público conforme as peculiaridades do caso</p><p>concreto e quando considerado necessário e suficiente</p><p>para a reprovação e a prevenção da infração penal.</p><p>STJ. 6ª Turma. AgRg-REsp 1.970.975; Proc.</p><p>2021/0367791-4; SP Rel. Min. Sebastião Reis Júnior; DJE</p><p>29/08/2022</p><p>O controle do Poder Judiciário quanto à remessa dos</p><p>autos ao órgão superior do Ministério Público deve se</p><p>limitar a questões relacionadas aos requisitos objetivos,</p><p>não sendo legítimo o exame do mérito a fim de impedir</p><p>a remessa dos autos ao órgão superior do Ministério</p><p>Público (HC 668.520/SP, Rel. Ministro REYNALDO</p><p>SOARES DA FONSECA, Quinta Turma, julgado em</p><p>10/8/2021, DJe de 16/8/2021).</p><p>A Lei nº 13.964/2019 (“Pacote Anticrime”) inseriu o art.</p><p>28-A ao CPP, criando, no ordenamento jurídico pátrio, o</p><p>instituto do acordo de não persecução penal (ANPP). A</p><p>Lei nº 13.964/2019, no ponto em que institui o ANPP, é</p><p>considerada</p><p>lei penal de natureza híbrida, admitindo</p><p>conformação entre a retroatividade penal benéfica e o</p><p>tempus regit actum. O ANPP se esgota na etapa pré-</p><p>processual, sobretudo porque a consequência da sua</p><p>recusa, sua não homologação ou seu descumprimento</p><p>é inaugurar a fase de oferecimento e de recebimento da</p><p>denúncia. O recebimento da denúncia encerra a etapa</p><p>pré-processual, devendo ser considerados válidos os</p><p>atos praticados em conformidade com a lei então</p><p>35 Disponível em: <</p><p>https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/2023</p><p>/12032023-Acordo-de-nao-persecucao-penal-a-novidade-do-Pacote-</p><p>Anticrime-interpretada-pelo-STJ.aspx>. Acesso em 13. abr. 2023.</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>21</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>vigente. Dessa forma, a retroatividade penal benéfica</p><p>incide para permitir que o ANPP seja viabilizado a fatos</p><p>anteriores à Lei nº 13.964/2019, desde que não</p><p>recebida a denúncia. Assim, mostra-se impossível</p><p>realizar o ANPP quando já recebida a denúncia em data</p><p>anterior à entrada em vigor da Lei nº 13.964/2019. STJ.</p><p>5ª Turma. HC 607003-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da</p><p>Fonseca, julgado em 24/11/2020 (Info 683). STF. 1ª</p><p>Turma. HC 191464 AgR, Rel. Roberto Barroso, julgado</p><p>em 11/11/2020.36</p><p>Enunciado nº 12 da I Jornada de Direito e Processo</p><p>Penal: A proposta de acordo de não persecução penal</p><p>representa um poder-dever do Ministério Público, com</p><p>exclusividade, desde que cumpridos os requisitos do art.</p><p>28-A do CPP, cuja recusa deve ser fundamentada, para</p><p>propiciar o controle previsto no §14 do mesmo artigo.</p><p>CAIU NA DPE-SP-2023-FCC: De acordo com a</p><p>jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o acordo</p><p>de não persecução penal</p><p>A) exige confissão formal e circunstanciada do fato</p><p>criminoso pelo acusado, sendo que a pretensão do</p><p>afastamento desse requisito é compatível com a via do</p><p>habeas corpus.</p><p>B) deve ser executado perante o juízo que o homologou,</p><p>o qual poderá deprecar a fiscalização do cumprimento</p><p>do ajuste e a prática de atos processuais para o atual</p><p>domicílio do acusado.</p><p>C) se aplica a fatos ocorridos antes da vigência da Lei</p><p>federal nº 13.964/2019, desde que seja proposto pelo</p><p>Ministério Público antes de eventual sentença</p><p>condenatória.</p><p>D) pode ser oferecido ou recusado pelo Ministério</p><p>Público, porém, em caso de recusa, o Parquet tem o</p><p>dever de intimar o acusado para que possa recorrer da</p><p>decisão.</p><p>E) é cabível ao réu tecnicamente primário, sendo que</p><p>sua recusa pelo Ministério Público em razão da</p><p>existência de registros policiais e infracionais configura</p><p>fundamentação inidônea. 37</p><p>Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação</p><p>pública, se esta não for intentada no prazo legal,</p><p>cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-</p><p>la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os</p><p>termos do processo, fornecer elementos de prova,</p><p>interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência</p><p>36 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O acordo de não persecução penal</p><p>(ANPP) aplica-se a fatos ocorridos antes da Lei nº 13.964/2019, desde</p><p>que não recebida a denúncia. Buscador Dizer o Direito, Manaus.</p><p>Disponível em:</p><p>do querelante, retomar a ação como parte principal.</p><p>(AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA)</p><p>Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para</p><p>representá-lo caberá intentar a ação privada.</p><p>Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando</p><p>declarado ausente por decisão judicial, o direito de</p><p>oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao</p><p>cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.</p><p>AÇÃO PENAL PRIVADA E SUAS TRÊS ESPÉCIES</p><p>PROPRIAMENTE</p><p>DITA</p><p>PERSONALÍSSIMA SUBSIDIÁRIA DE</p><p>PÚBLICA</p><p>A ação será</p><p>proposta pela</p><p>vítima OU seus</p><p>representantes.</p><p>É a regra das</p><p>ações penais</p><p>privadas.</p><p>Apenas a vítima</p><p>tem</p><p>legitimidade.</p><p>Não se</p><p>transmite aos</p><p>representantes.</p><p>Ex.:</p><p>induzimento a</p><p>erro essencial e</p><p>ocultação de</p><p>impedimento</p><p>(art. 236, CP).</p><p>Apenas o</p><p>cônjuge</p><p>enganado por</p><p>propor a queixa-</p><p>crime.</p><p>Diante da</p><p>inércia do MP</p><p>em oferecer a</p><p>ação penal</p><p>pública,</p><p>poderá ser</p><p>proposta ação</p><p>penal privada</p><p>SUBSIDIÁRIA</p><p>de pública.</p><p>Lembrem-se:</p><p>nessa ação, o</p><p>MP atua como</p><p>interveniente</p><p>adesivo</p><p>obrigatório.</p><p>Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a</p><p>requerimento da parte que comprovar a sua pobreza,</p><p>nomeará advogado para promover a ação penal.</p><p>§ 1o Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder</p><p>prover às despesas do processo, sem privar-se dos</p><p>recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da</p><p>família.</p><p>§ 2o Será prova suficiente de pobreza o atestado da</p><p>autoridade policial em cuja circunscrição residir o</p><p>ofendido.</p><p>Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou</p><p>mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver</p><p>representante legal, ou colidirem os interesses deste</p><p>com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido</p><p>por curador especial, nomeado, de ofício ou a</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ddd</p><p>1df443471e3abe89933f20d08116a>. Acesso em: 06/04/2021</p><p>37 Gabarito: B</p><p>IMPORTANTE</p><p>22</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>requerimento do Ministério Público, pelo juiz</p><p>competente para o processo penal.</p><p>Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18</p><p>anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou</p><p>por seu representante legal.</p><p>DOSES DOUTRINÁRIAS</p><p>O professor Guilherme de Souza Nucci estabelece</p><p>que atualmente, em face da edição da Lei</p><p>10.406/2002 (novo Código Civil), o maior de 18 anos</p><p>é plenamente capaz para todos os atos da vida civil e</p><p>não mais possui representante legal. Portanto, não</p><p>existe mais sentido no disposto neste artigo. A</p><p>legitimidade para propor queixa é exclusiva da</p><p>pessoa maior de 18 anos.</p><p>Art. 35. (Revogado pela Lei nº 9.520, de 27.11.1997)</p><p>Art. 36. Se comparecer + de uma pessoa com direito de</p><p>queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o</p><p>parente mais próximo na ordem de enumeração</p><p>constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer</p><p>delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da</p><p>instância ou a abandone.</p><p>Art. 37. As fundações, associações ou sociedades</p><p>legalmente constituídas poderão exercer a ação penal,</p><p>devendo ser representadas por quem os respectivos</p><p>contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio</p><p>destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.</p><p>Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou</p><p>seu representante legal, decairá no direito de queixa</p><p>ou de representação, se não o exercer dentro do prazo</p><p>de 6 meses, contado do dia em que vier a saber quem é</p><p>o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que</p><p>se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.</p><p>Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito</p><p>de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo</p><p>(6 meses), nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.</p><p>CAIU NA DPE-AP-2018-FCC: Em caso de ação penal de</p><p>iniciativa pública condicionada, o direito de</p><p>representação deve ser exercido dentro do prazo de seis</p><p>meses, contado do dia em que vier a saber quem é o</p><p>autor do crime.38</p><p>DOSES DOUTRINÁRIAS</p><p>Conforme a doutrina, “o prazo para o oferecimento</p><p>da representação é decadencial (art. 38 do CPP), mas</p><p>38 CERTO.</p><p>só corre após a descoberta da autoria pela vítima ou</p><p>seu representante. A prescrição, contudo, corre</p><p>desde a data da prática do delito, razão pela qual é</p><p>comum que a prescrição ocorra antes da decadência,</p><p>bastando que a vítima não descubra a autoria da</p><p>infração penal contra ela cometida.”39</p><p>Art. 39. O direito de representação</p><p>poderá ser</p><p>exercido, pessoalmente ou por procurador com</p><p>PODERES ESPECIAIS, mediante declaração, escrita ou</p><p>oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à</p><p>autoridade policial.</p><p>§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito,</p><p>sem assinatura devidamente autenticada do ofendido,</p><p>de seu representante legal ou procurador, será reduzida</p><p>a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente</p><p>o órgão do Ministério Público, quando a este houver</p><p>sido dirigida.</p><p>§ 2o A representação conterá todas as informações</p><p>que possam servir à apuração do fato e da autoria.</p><p>§ 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação,</p><p>a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não</p><p>sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o</p><p>for.</p><p>§ 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante</p><p>este reduzida a termo, será remetida à autoridade</p><p>policial para que esta proceda a inquérito.</p><p>§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o</p><p>inquérito, se com a representação forem oferecidos</p><p>elementos que o habilitem a promover a ação penal, e,</p><p>neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de 15 dias.</p><p>Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que</p><p>conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a</p><p>existência de crime de ação pública, remeterão ao</p><p>Ministério Público as cópias e os documentos</p><p>necessários ao oferecimento da denúncia.</p><p>Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do</p><p>fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a</p><p>qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais</p><p>se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando</p><p>necessário, o rol das testemunhas.</p><p>39 REIS, Alexandre Cebrian Araújo; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios.</p><p>Direito processual penal esquematizado®; coordenador Pedro Lenza. – 5.</p><p>ed. – São Paulo: Saraiva, 2016. – (Coleção esquematizado®), p. 120.</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9520.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art31</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art29</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art24</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art31</p><p>23</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Denúncia Queixa-crime</p><p>Peça acusatória utilizada</p><p>na ação penal pública</p><p>Peça acusatória utilizada</p><p>na ação penal privada</p><p>No momento da denúncia, prevalece o princípio do in</p><p>dubio pro societate. STF. 1ª Turma. Inq 4506/DF, rel.</p><p>Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,</p><p>julgado em 17/04/2018 (Info 898).</p><p>OBS: Em 2019 o Min. Gilmar Mendes fez críticas ao in</p><p>dubio pro societate afirmando que este princípio não</p><p>encontra amparo constitucional ou legal e “acarreta o</p><p>completo desvirtuamento das premissas racionais de</p><p>valoração da prova”. Além disso, o Ministro sustentou</p><p>que esse princípio desvirtua por completo o sistema</p><p>bifásico do procedimento do júri brasileiro, esvaziando</p><p>a função da decisão de pronúncia. Assim, não deveria</p><p>ser aplicado o princípio do in dubio pro societate por</p><p>duas razões: 1) por absoluta ausência de previsão legal;</p><p>2) em razão da existência expressa do princípio da</p><p>presunção de inocência, que faz com que seja</p><p>necessário adotar o princípio do in dubio pro reo.40</p><p>Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da</p><p>ação penal.</p><p>Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com</p><p>PODERES ESPECIAIS, devendo constar do instrumento</p><p>do mandato o nome do querelante e a menção do fato</p><p>criminoso, salvo quando tais esclarecimentos</p><p>dependerem de diligências que devem ser previamente</p><p>requeridas no juízo criminal.</p><p>Art. 45. A QUEIXA, ainda quando a ação penal for</p><p>privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo</p><p>Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os</p><p>termos subsequentes do processo.</p><p>Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia,</p><p>estando o réu PRESO, será de 5 dias, contado da data</p><p>em que o órgão do Ministério Público receber os autos</p><p>do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver</p><p>SOLTO OU AFIANÇADO. No último caso, se houver</p><p>devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16),</p><p>contar-se-á o prazo da data em que o órgão do</p><p>Ministério Público receber novamente os autos.</p><p>Prazo para oferecimento da denúncia</p><p>Réu preso Réu solto</p><p>5 dias 15 dias</p><p>40 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Críticas ao princípio do in dubio pro</p><p>societate na fase da pronúncia. Buscador Dizer o Direito, Manaus.</p><p>Disponível em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0b7</p><p>a9d54deeb611edc4540d286e9a042>. Acesso em: 15/08/2023</p><p>§ 1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito</p><p>policial, o prazo para o oferecimento da denúncia</p><p>contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de</p><p>informações ou a representação</p><p>§ 2o O prazo para o aditamento da queixa será de 3</p><p>dias, contado da data em que o órgão do Ministério</p><p>Público receber os autos, e, se este não se pronunciar</p><p>dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que</p><p>aditar, prosseguindo-se nos demais termos do</p><p>processo.</p><p>O oferecimento da denúncia fora do prazo legal</p><p>constitui mera irregularidade sem consequências para o</p><p>processo. STF (HC 72254 / CE).</p><p>Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários</p><p>maiores esclarecimentos e documentos</p><p>complementares ou novos elementos de convicção,</p><p>deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer</p><p>autoridades ou funcionários que devam ou possam</p><p>fornecê-los.</p><p>Art. 48. A QUEIXA contra qualquer dos autores do</p><p>crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério</p><p>Público velará pela sua indivisibilidade.</p><p>O princípio da indivisibilidade aplica-se também</p><p>para a ação penal pública (“denúncia”)? Há duas</p><p>correntes.41</p><p>SIM NÃO</p><p>O princípio da</p><p>indivisibilidade é</p><p>aplicado tanto para as</p><p>ações penais privadas</p><p>como para as ações</p><p>penais públicas.</p><p>O princípio da</p><p>indivisibilidade é aplicado</p><p>apenas para as ações</p><p>penais privadas,</p><p>conforme prevê o art. 48</p><p>do CPP.</p><p>Havendo indícios de</p><p>autoria contra os</p><p>coautores e partícipes, o</p><p>Ministério Público</p><p>deverá denunciar todos</p><p>eles.</p><p>Ação penal privada:</p><p>princípio da</p><p>INdivisibilidade.</p><p>Ação penal pública:</p><p>princípio da</p><p>DIvisibilidade.</p><p>É o entendimento de</p><p>Renato Brasileiro,</p><p>Fernando da Costa</p><p>Tourinho Filho, Aury</p><p>Lopes Jr. e outros.</p><p>É a posição que prevalece</p><p>no STJ e STF.</p><p>41 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Princípio da indivisibilidade da ação</p><p>penal privada. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/255</p><p>7911c1bf75c2b643afb4ecbfc8ec2>. Acesso em: 05/04/2021</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art16</p><p>24</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>O que acontece se a ação penal privada não for</p><p>proposta contra todos? O que ocorre se um dos</p><p>autores ou partícipes, podendo ser processado pelo</p><p>querelante, ficar de fora? Qual é a consequência do</p><p>desrespeito ao princípio da indivisibilidade?</p><p>Depende:42</p><p>Se a omissão foi</p><p>VOLUNTÁRIA</p><p>(DELIBERADA)</p><p>Se a omissão foi</p><p>INVOLUNTÁRIA</p><p>Se ficar demonstrado que</p><p>o querelante (aquele que</p><p>propõe ação penal</p><p>privada) deixou, de forma</p><p>deliberada, de oferecer a</p><p>queixa contra um ou mais</p><p>autores ou partícipes,</p><p>neste caso, deve-se</p><p>entender que houve de</p><p>sua parte uma renúncia</p><p>tácita.</p><p>Ex: João e Pedro</p><p>praticaram o crime</p><p>contra Maria. Ela</p><p>propõe a queixa apenas</p><p>contra João e deixa</p><p>Pedro de fora porque é</p><p>seu amigo. Entende-se</p><p>que ela renunciou</p><p>tacitamente ao seu</p><p>direito de processar</p><p>Pedro.</p><p>Ocorre que Maria não</p><p>se apercebeu que,</p><p>renunciando o direito</p><p>de queixa em relação a</p><p>Pedro, isso também</p><p>beneficiará João. Isso</p><p>porque o CPP prevê que</p><p>“a renúncia ao exercício</p><p>do direito de queixa, em</p><p>relação a um dos</p><p>autores do crime, a</p><p>todos se estenderá”</p><p>(art. 49).</p><p>Em suma, se o</p><p>querelante deixou,</p><p>deliberadamente, de</p><p>oferecer queixa contra</p><p>um dos autores ou</p><p>partícipes, o juiz deverá</p><p>Se ficar demonstrado que</p><p>a omissão de</p><p>algum nome</p><p>foi involuntária (ex: o</p><p>crime foi praticado por</p><p>João e Pedro, mas o</p><p>querelante não sabia da</p><p>participação deste</p><p>último), então, neste</p><p>caso, o Ministério Público</p><p>deverá requerer a</p><p>intimação do querelante</p><p>para que ele faça o</p><p>aditamento da queixa-</p><p>crime e inclua os demais</p><p>coautores ou partícipes</p><p>que ficaram de fora.</p><p>• * Se o querelante fizer o</p><p>aditamento: o processo</p><p>continuará normalmente.</p><p>• * Se o querelante se</p><p>recusar expressamente</p><p>ou permanecer inerte: o</p><p>juiz deverá entender que</p><p>houve renúncia (art. 49 do</p><p>CPP). Assim, deverá</p><p>extinguir a punibilidade</p><p>em relação a todos os</p><p>envolvidos.</p><p>42 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Princípio da indivisibilidade da ação</p><p>penal privada. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p>rejeitar a queixa e</p><p>declarar a extinção da</p><p>punibilidade para todos</p><p>(arts. 104 e 109, V, do</p><p>CP). Todos ficarão livres</p><p>do processo.</p><p>Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa,</p><p>em relação a um dos autores do crime, a TODOS SE</p><p>ESTENDERÁ.</p><p>Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração</p><p>assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou</p><p>procurador com poderes especiais.</p><p>Parágrafo único. A renúncia do representante legal do</p><p>menor que houver completado 18 anos não privará</p><p>este do direito de queixa, nem a renúncia do último</p><p>excluirá o direito do primeiro.</p><p>Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados</p><p>aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito</p><p>em relação ao que o recusar.</p><p>DISTINÇÃO</p><p>RENÚNCIA PERDÃO</p><p>• Antes da denúncia.</p><p>• Unilateral.</p><p>• Independe de</p><p>aceitação.</p><p>• Ao decorrer do</p><p>processo;</p><p>• Bilateral;</p><p>• Depende de</p><p>aceitação;</p><p>• Não é admissível o</p><p>perdão depois que</p><p>passa em julgado a</p><p>sentença</p><p>condenatória;</p><p>• Se concedido a</p><p>qualquer dos</p><p>querelados, a</p><p>todos aproveita;</p><p>• Se concedido por</p><p>um dos ofendidos,</p><p>não prejudica o</p><p>direito dos outros;</p><p>• Se o querelado o</p><p>recusa, não produz</p><p>efeito.</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/255</p><p>7911c1bf75c2b643afb4ecbfc8ec2>. Acesso em: 05/04/2021</p><p>25</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>PEREMPÇÃO RENÚNCIA PERDÃO</p><p>Desídia do</p><p>querelante</p><p>durante o</p><p>processo</p><p>Antes do</p><p>processo</p><p>Durante o</p><p>processo</p><p>Prevista no art.</p><p>60 do CPP</p><p>Ato unilateral Ato bilateral</p><p>Extingue a</p><p>punibilidade</p><p>Extingue a</p><p>punibilidade</p><p>Extingue a</p><p>punibilidade</p><p>Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18</p><p>anos, o direito de perdão poderá ser exercido por ele</p><p>ou por seu representante legal, mas o perdão</p><p>concedido por um, havendo OPOSIÇÃO do outro, não</p><p>produzirá efeito.</p><p>Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou</p><p>retardado mental e não tiver representante legal, ou</p><p>colidirem os interesses deste com os do querelado, a</p><p>aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe</p><p>nomear.</p><p>Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos,</p><p>observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o</p><p>disposto no art. 52.</p><p>Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador</p><p>com poderes especiais.</p><p>Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual</p><p>expresso o disposto no art. 50.</p><p>Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão</p><p>todos os meios de prova.</p><p>Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração</p><p>expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer,</p><p>dentro de 3 dias, se o aceita, devendo, ao mesmo</p><p>tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará</p><p>aceitação.</p><p>Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta</p><p>a punibilidade.</p><p>Art. 59. A aceitação do perdão FORA do processo</p><p>constará de declaração assinada pelo querelado, por</p><p>seu representante legal ou procurador com poderes</p><p>especiais.</p><p>43 Gabarito: D.</p><p>Art. 60. Nos casos em que somente se procede</p><p>mediante queixa, considerar-se-á PEREMPTA a ação</p><p>penal:</p><p>I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de</p><p>promover o andamento do processo durante 30 dias</p><p>seguidos;</p><p>II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua</p><p>incapacidade, não comparecer em juízo, para</p><p>prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 dias,</p><p>qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado</p><p>o disposto no art. 36;</p><p>III - quando o querelante deixar de comparecer, sem</p><p>motivo justificado, a qualquer ato do processo a que</p><p>deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de</p><p>condenação nas alegações finais;</p><p>IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se</p><p>extinguir sem deixar sucessor.</p><p>CAIU NA DPE-PI-2022-CESPE: Acerca do abandono da</p><p>ação penal, assinale a opção correta.</p><p>A) Havendo três querelantes dentro de uma só ação</p><p>penal privada, a ausência injustificada de um deles à</p><p>audiência de instrução e julgamento ocasiona a</p><p>perempção da queixa, prejudicando-se o direito de</p><p>todos.</p><p>B) Após a apresentação da queixa, mas antes de seu</p><p>recebimento, caso o querelante não compareça</p><p>injustificadamente à audiência preliminar, visando</p><p>apenas a composição civil, estará configurada hipótese</p><p>de perempção, diante do abandono da ação penal.</p><p>C) Caso o advogado particular do querelante não</p><p>compareça nem justifique a ausência à audiência de</p><p>instrução e julgamento, deve ocorrer a nomeação, pelo</p><p>juiz, de defensor público para atuar junto com</p><p>querelante e evitar a perempção.</p><p>D) Haverá perempção da ação penal exclusivamente</p><p>privada quando o defensor do querelante não</p><p>comparecer à sessão plenária de júri na hipótese de</p><p>julgamento simultâneo do crime de ação penal privada</p><p>em conexão com o crime contra a vida.</p><p>E) O não comparecimento injustificado do defensor à</p><p>sessão de julgamento da ação penal privada subsidiária</p><p>da pública será causa de perempção, de modo que</p><p>deverá ser arquivada em decorrência do abandono. 43</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art152</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art36</p><p>26</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se</p><p>reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de</p><p>ofício.</p><p>Parágrafo único. No caso de requerimento do</p><p>Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz</p><p>mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária</p><p>e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de 5 dias</p><p>para a prova, proferindo a decisão dentro de 5 dias ou</p><p>reservando-se para apreciar a matéria na sentença</p><p>final.</p><p>Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente</p><p>à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o</p><p>Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.</p><p>Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão</p><p>corporal resultante de violência doméstica contra a</p><p>mulher é pública incondicionada.</p><p>Súmula 234-STJ: A participação de membro do</p><p>Ministério Público na fase investigatória criminal não</p><p>acarreta o seu impedimento ou suspeição para o</p><p>oferecimento da denúncia.</p><p>Súmula 594-STF: Os direitos de queixa e de</p><p>representação podem ser exercidos,</p><p>independentemente, pelo ofendido ou por seu</p><p>representante legal.</p><p>Súmula 714-STF: É concorrente a legitimidade do</p><p>ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público,</p><p>condicionada à representação do ofendido, para a ação</p><p>penal por crime contra a honra de servidor público em</p><p>razão do exercício de suas funções.</p><p>CAIU NA DPE-SE-2022-CESPE: A legitimidade para</p><p>oferecimento de ação penal por crime contra a honra de</p><p>servidor público em razão do exercício de suas funções</p><p>é do</p><p>A) ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público,</p><p>condicionada à representação, de forma cumulativa.</p><p>B) ofendido, exclusivamente, mediante queixa.</p><p>C) Ministério Público, exclusivamente, mediante</p><p>representação.</p><p>D) Ministério Público, exclusivamente, mediante ação</p><p>penal pública incondicionada.</p><p>E) ofendido e do Ministério Público nesse caso,</p><p>independentemente de representação. 44</p><p>CAIU NA DP-DF-2019-CESPE: Embora constitucional a</p><p>atribuição do Ministério Público para promover</p><p>investigação de natureza penal, segundo o STJ, a</p><p>participação de membro</p><p>do parquet na fase</p><p>investigatória criminal no grupo especializado impede</p><p>44 Gabarito: A.</p><p>que este membro ofereça a denúncia bem como ofende</p><p>o direito a ampla defesa.45</p><p>TÍTULO IV</p><p>DA AÇÃO CIVIL</p><p>Art. 63. Transitada em julgado a sentença</p><p>condenatória, poderão promover-lhe a execução, no</p><p>juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o</p><p>ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.</p><p>Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença</p><p>condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo</p><p>valor fixado nos termos do inciso iv do caput do art. 387</p><p>deste Código sem prejuízo da liquidação para a</p><p>apuração do dano efetivamente sofrido.</p><p>Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a</p><p>ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta</p><p>no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso,</p><p>contra o responsável civil.</p><p>Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação</p><p>civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento</p><p>definitivo daquela.</p><p>Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que</p><p>reconhecer ter sido o ato praticado em estado de</p><p>necessidade, em legítima defesa, em estrito</p><p>cumprimento de dever legal ou no exercício regular</p><p>de direito.</p><p>A decretação da prescrição da pretensão punitiva do</p><p>Estado na ação penal não fulmina o interesse processual</p><p>no exercício da pretensão indenizatória a ser deduzida</p><p>no juízo cível pelo mesmo fato. STJ. 3ª Turma. REsp</p><p>1802170-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em</p><p>20/02/2020 (Info 666).</p><p>Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo</p><p>criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não</p><p>tiver sido, categoricamente, reconhecida a</p><p>INEXISTÊNCIA material do fato.</p><p>Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da</p><p>ação civil:</p><p>I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das</p><p>peças de informação;</p><p>45 ERRADO.</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1930-1949/Ret/RetDel3689-41.doc#art387iv</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1930-1949/Ret/RetDel3689-41.doc#art387iv</p><p>27</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;</p><p>III - a sentença absolutória que decidir que o fato</p><p>imputado não constitui crime.</p><p>CAIU NA DPE-RO-2023-CESPE: A ação civil ex delicto</p><p>não poderá ser proposta se, na esfera penal, for</p><p>A) A declarada extinta a punibilidade do agente.</p><p>B) declarada a prescrição.</p><p>C) arquivado o inquérito.</p><p>D) proferida sentença absolutória por atipicidade da</p><p>conduta.</p><p>E) proferida sentença absolutória que reconheça a</p><p>inexistência do fato.46</p><p>CAIU NA DPE-TO-2022-CESPE: O arquivamento do</p><p>inquérito policial por atipicidade da conduta impede a</p><p>propositura de ação civil indenizatória pela vítima do</p><p>crime. 47</p><p>CAIU NA DPE-GO-2021-FCC: A sentença absolutória no</p><p>juízo criminal impede o ajuizamento da ação civil para a</p><p>reparação do dano quando o fundamento da absolvição</p><p>consistir em</p><p>A) não existir prova suficiente para a condenação.</p><p>B) ocorrência de erro de proibição.</p><p>C) não haver prova da existência do fato.</p><p>D) que o fato imputado não constitui crime.</p><p>E) estar provado que o réu não concorreu para a</p><p>infração penal.48</p><p>Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano</p><p>for pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença</p><p>condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será</p><p>promovida, a seu requerimento, pelo Ministério</p><p>Público.</p><p>INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA</p><p>Segundo Renato Brasileiro de Lima (202049), “o</p><p>Supremo entendeu que o dispositivo (art. 68 do CPP)</p><p>seria dotado de inconstitucionalidade progressiva</p><p>(ou temporária), ou seja, de modo a viabilizar o</p><p>direito à assistência jurídica e judiciária dos</p><p>necessitados, assegurado pela Constituição Federal</p><p>46 Gabarito: E.</p><p>47 ERRADO.</p><p>48 Gabarito: E.</p><p>49 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único 8.</p><p>ed. rev., ampl. e atual. Salvador: Ed. JusPodivm, 2020, p. 405.</p><p>50 STF, Tribunal Pleno, RE 135.328/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, j.</p><p>29/06/1994, DJ 20/04/2001. Em sentido semelhante: STF, 1ª Turma, RE</p><p>147.776/SP, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 19/05/1998, DJ 19/06/1998,</p><p>de 1988 (art. 5º, LXXIV), enquanto não houvesse a</p><p>criação de Defensoria Pública na Comarca ou no</p><p>Estado, subsistiria, temporariamente, a legitimidade</p><p>do Ministério Público para a ação de ressarcimento e</p><p>de execução prevista no art. 68 do CPP, sendo</p><p>irrelevante o fato de a assistência vir sendo prestada</p><p>por órgão da Procuradoria Geral do Estado, em face</p><p>de não lhe competir, constitucionalmente, a defesa</p><p>daqueles que não possam demandar, contratando</p><p>diretamente profissional da advocacia, sem prejuízo</p><p>do próprio sustento.50</p><p>O reconhecimento da ilegitimidade ativa do Ministério</p><p>Público para, na qualidade de substituto processual de</p><p>menores carentes, propor ação civil pública ex delicto,</p><p>sem a anterior intimação da Defensoria Pública para</p><p>tomar ciência da ação e, sendo o caso, assumir o polo</p><p>ativo da demanda, configura violação ao art. 68 do CPP.</p><p>STJ. 4ª Turma. REsp 888.081-MG, Rel. Min. Raul Araújo,</p><p>julgado em 15/9/2016 (Info 592).</p><p>Apesar da Constituição Federal de 1988 ter afastado,</p><p>dentre as atribuições funcionais do Ministério Público, a</p><p>defesa dos hipossuficientes, incumbindo-a às</p><p>Defensorias Públicas (art. 134), o Supremo Tribunal</p><p>Federal consignou pela inconstitucionalidade</p><p>progressiva do CPP, art. 68, concluindo que 'enquanto</p><p>não criada por lei, organizada - e, portanto, preenchidos</p><p>os cargos próprios, na unidade da Federação - a</p><p>Defensoria Pública, permanece em vigor o artigo 68 do</p><p>Código de Processo Penal, estando o Ministério Público</p><p>legitimado para a ação de ressarcimento nele prevista'</p><p>(RE nº 135.328-7/SP, rel. min. Marco Aurélio, DJ</p><p>01/08/94).</p><p>p. 136; STJ, 4ª Turma, REsp 219.815/SP, Rel. Min. Carlos Fernando Mathias</p><p>– Juiz Federal convocado do TRF/1ª –, j. 11/11/2008, DJe 24/11/2008.</p><p>Reconhecendo a legitimação extraordinária do Ministério Público para</p><p>promover, como substituto processual, a ação de indenização ex delicto</p><p>em favor do necessitado quando, embora existente no Estado, os serviços</p><p>da Defensoria Pública não se mostrarem suficientes para a efetiva defesa</p><p>da vítima carente: STJ, 4ª Turma, AgRg no Ag 509.967/GO, Rel. Min. Barros</p><p>Monteiro, j. 12/12/2005, DJ 20/03/2006 p. 276.</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art32</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art63</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art64</p><p>28</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CÓDIGO DE PROCESSO</p><p>PENAL</p><p>TÍTULO V</p><p>DA COMPETÊNCIA</p><p>DISTINÇÃO</p><p>JURISDIÇÃO COMPETÊNCIA</p><p>Poder-dever de aplicar o</p><p>direito no caso concreto.</p><p>Competência é a</p><p>medida da jurisdição.</p><p>Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:</p><p>I - o lugar da infração:</p><p>II - o domicílio ou residência do réu;</p><p>III - a natureza da infração;</p><p>IV - a distribuição;</p><p>V - a conexão ou continência;</p><p>VI - a prevenção;</p><p>VII - a prerrogativa de função.</p><p>CAPÍTULO I</p><p>DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO</p><p>Art. 70. A competência será, de regra, determinada</p><p>pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso</p><p>de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último</p><p>ato de execução.</p><p>CAIU NA DPE-SC-2021-FCC: Sobre as disposições legais</p><p>referentes à competência no Processo Penal, será</p><p>determinada, em regra, pelo lugar em que se consumar</p><p>a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que</p><p>foi praticado o primeiro ato de execução. 51</p><p>TEORIA DO RESULTADO TEORIA DA ATIVIDADE</p><p>O Código de Processo</p><p>Penal, no art. 70, adotou</p><p>a teoria do resultado,</p><p>considerando</p><p>Situação trabalhada</p><p>acima quanto à teoria do</p><p>esboço do resultado.</p><p>51 ERRADO.</p><p>competente para o</p><p>processo e julgamento,</p><p>como regra, o juízo do</p><p>lugar onde a infração se</p><p>consumou, ou, sendo</p><p>hipótese de tentativa, o</p><p>local onde o último ato</p><p>de execução</p><p>foi</p><p>praticado.</p><p>Apesar de a redação do</p><p>art. 70, caput, do CPP</p><p>dispor que a</p><p>competência, como</p><p>regra geral, será</p><p>determinada pelo local</p><p>da consumação, uma</p><p>interpretação lógico-</p><p>sistemática do Código de</p><p>Processo Penal evidencia</p><p>que essa normatização</p><p>não é absoluta, uma vez</p><p>que o legislador,</p><p>expressamente, admite</p><p>exceções. Assim deve</p><p>ocorrer, a nosso ver, em</p><p>relação aos crimes</p><p>dolosos contra a vida</p><p>em que o resultado</p><p>morte ocorra em lugar</p><p>diverso daquele onde</p><p>sucederam os atos</p><p>executórios. Nessas</p><p>hipóteses, consideramos</p><p>que o local competente</p><p>para o respectivo</p><p>processo e julgamento</p><p>deva ser aquele em que</p><p>se deu a conduta</p><p>criminosa, adotando-se,</p><p>portanto, a teoria da</p><p>atividade.</p><p>Ressalte-se, porém, que</p><p>a questão não é pacífica,</p><p>havendo posição no</p><p>sentido de que a</p><p>competência, mesmo</p><p>nesses casos, deve ser</p><p>fixada pelo local em que</p><p>se consuma o resultado</p><p>morte, e não pelo lugar</p><p>da ação ou omissão.</p><p>Tendo em vista essa</p><p>diversidade de</p><p>entendimentos, já</p><p>decidiu o STJ no sentido</p><p>de que “a competência</p><p>para o conhecimento e</p><p>julgamento do crime de</p><p>homicídio, em regra, é</p><p>determinada pelo lugar</p><p>em que se consumou a</p><p>infração, ou seja, pelo</p><p>lugar onde ocorreu a</p><p>IMPORTANTE</p><p>29</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>morte da vítima, sendo</p><p>esta passível de</p><p>modificação na hipótese</p><p>em que outro seja o local</p><p>que melhor sirva para a</p><p>formação da verdade</p><p>real”.</p><p>§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a</p><p>infração se consumar fora dele, a competência será</p><p>determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no</p><p>Brasil, o último ato de execução.</p><p>CAIU NA DPE-PA-2022-CESPE: A competência será, de</p><p>regra, determinada pelo lugar em que se consumar a</p><p>infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for</p><p>praticado o último ato de execução. Se, iniciada a</p><p>execução no território nacional, a infração se consumar</p><p>fora dele, a competência será determinada pelo lugar</p><p>em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de</p><p>execução. 52</p><p>§ 2o Quando o último ato de execução for praticado</p><p>fora do território nacional, será competente o juiz do</p><p>lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha</p><p>produzido ou devia produzir seu resultado.</p><p>TEORIA DA UBIQUIDADE</p><p>Outra exceção à regra geral do art. 70, caput, do CPP</p><p>quanto ao lugar do crime ocorre nas hipóteses dos</p><p>chamados crimes a distância, como tal considerados</p><p>aqueles que têm a sua execução iniciada em um</p><p>determinado país e a sua consumação em outro.</p><p>Nesses casos, de acordo com o que dispõem o art. 70,</p><p>§§ 1º e 2º, do Código de Processo Penal e o art. 6º do</p><p>Código Penal, deve-se aplicar a teoria da ubiquidade,</p><p>que realiza a conjugação das teorias anteriores</p><p>(teoria do resultado e teoria da atividade),</p><p>considerando como local do crime tanto o lugar em</p><p>que se processou a ação ou omissão (art. 70, § 1º)</p><p>como aquele em que ocorreu ou deveria ter ocorrido</p><p>o resultado (art. 70, § 2º).</p><p>§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou</p><p>mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter</p><p>sido a infração consumada ou tentada nas divisas de</p><p>duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á</p><p>pela PREVENÇÃO.</p><p>CAIU NA DPE-SC-2021-FCC: Sobre as disposições legais</p><p>referentes à competência no Processo Penal, quando</p><p>incerto o limite territorial entre duas ou mais</p><p>52 CERTO.</p><p>53 ERRADO.</p><p>jurisdições, será do território mais populoso ou que</p><p>apresente o maior número de Fóruns criminais.53</p><p>§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Código Penal</p><p>(estelionato), quando praticados mediante depósito,</p><p>mediante emissão de cheques sem suficiente provisão</p><p>de fundos em poder do sacado ou com o pagamento</p><p>frustrado ou mediante transferência de valores, a</p><p>competência será definida pelo LOCAL DO DOMICÍLIO</p><p>DA VÍTIMA, e, em caso de pluralidade de vítimas, a</p><p>competência firmar-se-á pela prevenção. (Incluído</p><p>pela Lei nº 14.155, de 2021)</p><p>Essa mudança legislativa significa que a Súmula 244 do</p><p>STJ e a Súmula 521 do STF estão superadas.</p><p>Se liga</p><p>Situação Competência</p><p>Estelionato que ocorre</p><p>quando a vítima, induzida</p><p>em erro, se dispõe a fazer</p><p>depósitos ou</p><p>transferências bancárias</p><p>para a conta de terceiro</p><p>(estelionatário) -></p><p>A competência era do</p><p>local onde o</p><p>estelionatário possuía a</p><p>conta bancária.</p><p>Depois da Lei</p><p>14.155/2021- ></p><p>A competência passou a</p><p>ser do local do domicílio</p><p>da vítima. É o que prevê</p><p>o novo § 4º do art. 70</p><p>acima.</p><p>CAIU NA DPE-PA-2022-CESPE: Nos crimes previstos no</p><p>art. 171 do CP, quando estes forem praticados mediante</p><p>a emissão de cheques sem suficiente provisão de</p><p>fundos, a competência será definida pelo local em que</p><p>houver a recusa de pagamento.54</p><p>Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou</p><p>permanente, praticada em território de duas ou mais</p><p>jurisdições, a competência firmar-se-á pela</p><p>PREVENÇÃO.</p><p>CAIU NA DPE-SC-2021-FCC: Sobre as disposições legais</p><p>referentes à competência no Processo Penal, tratando-</p><p>se de infração continuada ou permanente, praticada em</p><p>território de duas ou mais jurisdições, será do lugar</p><p>onde se iniciou a execução do delito.55</p><p>54 ERRADO.</p><p>55 ERRADO.</p><p>NOVIDADE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14155.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14155.htm#art2</p><p>30</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CAPÍTULO II</p><p>DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA</p><p>DO RÉU</p><p>Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a</p><p>competência regular-se-á pelo domicílio ou residência</p><p>do réu.</p><p>§ 1o Se o réu tiver + de uma residência, a competência</p><p>firmar-se-á pela PREVENÇÃO.</p><p>§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado</p><p>o seu paradeiro, será competente o juiz que PRIMEIRO</p><p>tomar conhecimento do fato.</p><p>Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o</p><p>querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da</p><p>residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da</p><p>infração.</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: A vítima, segundo</p><p>disposição expressa do Código de Processo Penal, nos</p><p>casos de ajuizamento de exclusiva ação privada, poderá</p><p>preferir o foro de domicílio ou da residência do réu,</p><p>salvo quando conhecido o lugar da infração. 56</p><p>CAIU NA DPE-SC-2021-FCC: Nos casos de exclusiva</p><p>ação privada, o querelante poderá preferir o foro de</p><p>domicílio ou da residência do réu, ainda quando</p><p>conhecido o lugar da infração.57</p><p>CAIU NA DPE-RJ-2021-FGV: Carlos foi vítima de calúnia</p><p>perpetrada por João, quando ambos estavam</p><p>comemorando o aniversário de Patrícia em uma casa de</p><p>festas em Nova Iguaçu. Quatro meses após os fatos,</p><p>Carlos, que mora em Niterói, registrou a ocorrência e</p><p>apresentou queixa-crime na Comarca de Volta Redonda,</p><p>local onde reside João.</p><p>De acordo com as informações acima apresentadas, o</p><p>juízo de Volta Redonda deverá:</p><p>A) rejeitar a queixa-crime, eis que a competência é</p><p>exclusiva do juízo da Comarca de Nova Iguaçu, local</p><p>onde a infração aconteceu;</p><p>B) rejeitar liminarmente a queixa-crime, eis que a</p><p>natureza da ação penal referente ao delito praticado por</p><p>João é pública condicionada à representação;</p><p>C) receber a queixa-crime, eis que, em se tratando de</p><p>ação penal exclusivamente privada, a competência</p><p>regula-se exclusivamente pelo domicílio ou residência</p><p>do réu;</p><p>56 ERRADO.</p><p>57 CERTO.</p><p>D) rejeitar a queixa-crime, eis que, em se tratando de</p><p>ação penal privada, a competência é do juízo da</p><p>Comarca do local onde a infração ocorreu ou da</p><p>Comarca onde o querelante reside;</p><p>E) receber a queixa-crime, eis que, em se tratando de</p><p>ação penal exclusivamente privada, o querelante pode</p><p>preferir distribuir a ação penal no foro de domicílio ou</p><p>residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da</p><p>infração.58</p><p>O crime de injúria praticado pela internet por</p><p>mensagens privadas, as quais somente o autor e o</p><p>destinatário têm acesso ao seu conteúdo, consuma-se</p><p>no local em que a vítima tomou conhecimento do</p><p>conteúdo ofensivo. STJ. 3ª Seção. CC 184.269-PB, Rel.</p><p>Min. Laurita</p><p>Vaz, julgado em 09/02/2022 (Info 724).</p><p>CAIU NA DPE-MT-2022-FCC: Maria, pessoa com</p><p>deficiência, reside na cidade de Cuiabá/MT. Em maio de</p><p>2022, viajou em férias com sua família para Porto</p><p>Seguro/BA, onde permaneceu por uma semana. No</p><p>segundo dia de viagem, Maria postou uma foto em sua</p><p>conta em rede social, momento em que recebeu uma</p><p>mensagem privada de um desconhecido com os</p><p>seguintes dizeres: como pode uma aleijada achar bonito</p><p>usar biquíni? Após boletim de ocorrência registrado na</p><p>cidade de Cuiabá, restou descoberto que José, morador</p><p>de Manaus/AM, foi o autor da mensagem enviada dessa</p><p>cidade, embora tenha se mudado para São Paulo/SP,</p><p>após os fatos. Nesse passo, eventual ação de injúria</p><p>deve ser proposta na cidade de</p><p>A) São Paulo.</p><p>B) Cuiabá.</p><p>C) Porto Seguro.</p><p>D) Manaus.</p><p>E) Brasília. 59</p><p>CAPÍTULO III</p><p>DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO</p><p>Art. 74. A competência pela natureza da infração será</p><p>regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a</p><p>competência privativa do Tribunal do Júri.</p><p>§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos</p><p>crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e</p><p>2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do</p><p>Código Penal, consumados ou tentados.</p><p>§ 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver</p><p>desclassificação para infração da competência de outro,</p><p>a este será remetido o processo, salvo se mais</p><p>58 Gabarito: E.</p><p>59 Gabarito: C</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art122</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art122p</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art123</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art127</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art127</p><p>31</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal</p><p>caso, terá sua competência prorrogada.</p><p>§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração</p><p>para outra atribuída à competência de juiz singular,</p><p>observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a</p><p>desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri,</p><p>a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, §</p><p>2o).</p><p>CAIU NA DPE-AP-2018-FCC: No procedimento relativo</p><p>ao Tribunal do Júri, em caso de conexão entre dois ou</p><p>mais crimes, posterior desclassificação de quaisquer dos</p><p>crimes não retira a competência inicialmente firmada</p><p>com o recebimento da denúncia.60</p><p>Desclassificação</p><p>Própria</p><p>(primeira fase do júri)</p><p>Imprópria</p><p>(fase de plenário do</p><p>Júri)</p><p>É aquela em que o juiz</p><p>reconhece a existência</p><p>de crime diverso dos</p><p>crimes dolosos contra a</p><p>vida. Deverá ele, então,</p><p>remeter os autos ao juiz</p><p>competente, onde se</p><p>reabrirá o prazo para a</p><p>defesa. Ex.: encerrada a</p><p>instrução da 1ª fase do</p><p>júri, o magistrado conclui</p><p>que na verdade ocorreu</p><p>um latrocínio (que é</p><p>crime contra o</p><p>patrimônio). Por isso,</p><p>haverá remessa dos</p><p>autos a uma vara</p><p>criminal dada a</p><p>desclassificação própria.</p><p>Ocorre quando os</p><p>jurados, em plenário,</p><p>reconhecem sua</p><p>incompetência para</p><p>julgar o crime indicando.</p><p>Neste caso, a seu</p><p>presidente caberá</p><p>proferir a sentença,</p><p>inclusive dos crimes</p><p>conexos, nos moldes do</p><p>art. 74, §3º do CPP.</p><p>Súmula 337: É cabível a suspensão condicional do</p><p>processo na desclassificação do crime e na procedência</p><p>parcial da pretensão punitiva.</p><p>CAIU NA DPE-PI-2022-CESPE: É incabível a suspensão</p><p>condicional do processo na sentença de desclassificação</p><p>do crime e procedência parcial da pretensão punitiva. 61</p><p>CAIU NA DPE-AP-2018-FCC: A suspensão condicional</p><p>do processo é cabível se na sentença houver</p><p>60 ERRADO.</p><p>61 ERRADO.</p><p>desclassificação do crime para outro que se amolde aos</p><p>requisitos do art. 89, da Lei nº 9.099/1995. 62</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO</p><p>Art. 75. A precedência da distribuição fixará a</p><p>competência quando, na mesma circunscrição</p><p>judiciária, houver + de um juiz igualmente</p><p>competente.</p><p>Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito</p><p>da concessão de fiança ou da decretação de prisão</p><p>preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia</p><p>ou queixa prevenirá a da ação penal.</p><p>CAPÍTULO V</p><p>DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA</p><p>Art. 76. A competência será determinada pela</p><p>conexão:</p><p>I - se, ocorrendo 2 ou + infrações, houverem sido</p><p>praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas</p><p>reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora</p><p>diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas</p><p>contra as outras;</p><p>62 CERTO.</p><p>CONEXÃO</p><p>INTERSUBJETIVA</p><p>POR</p><p>SIMULTANEIDADE</p><p>POR CONCURSO</p><p>POR</p><p>RECIPROCIDADE</p><p>OBJETIVA</p><p>(TELEOLÓGICA)</p><p>INSTRUMENTAL</p><p>OU PROBATÓRIA</p><p>ESPÉCIES</p><p>SÚMULA</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art492..</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art492..</p><p>32</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CONEXÃO INTERSUBJETIVA</p><p>POR</p><p>SIMULTANEIDADE</p><p>POR</p><p>CONCURSO</p><p>POR</p><p>RECIPROCIDADE</p><p>Várias infrações</p><p>praticadas ao</p><p>mesmo tempo,</p><p>por várias</p><p>pessoas</p><p>reunidas.</p><p>Exemplo: várias</p><p>pessoas, após o</p><p>tombamento de</p><p>um caminhão na</p><p>rodovia,</p><p>saqueiam sua</p><p>mercadoria.</p><p>Várias</p><p>pessoas, com</p><p>liame</p><p>subjetivo,</p><p>praticam</p><p>diversas</p><p>infrações</p><p>penais.</p><p>Exemplo de</p><p>Tourinho</p><p>Filho: com o</p><p>objetivo de</p><p>roubar um</p><p>banco, um</p><p>agente furta</p><p>um veículo</p><p>para fuga,</p><p>outro adquire</p><p>armas e outro</p><p>ingressa no</p><p>banco.</p><p>Várias pessoas</p><p>praticam várias</p><p>infrações</p><p>penais umas</p><p>contra as</p><p>outras.</p><p>Exemplo:</p><p>lesões</p><p>corporais</p><p>recíprocas</p><p>decorrentes de</p><p>uma briga</p><p>envolvendo</p><p>várias pessoas.</p><p>CUIDADO: o</p><p>crime de rixa</p><p>NÃO É</p><p>exemplo de</p><p>conexão</p><p>intersubjetiva</p><p>por</p><p>reciprocidade.</p><p>Isso porque o</p><p>pressuposto da</p><p>conexão é que</p><p>haja</p><p>pluralidade de</p><p>crimes. No</p><p>caso da rixa,</p><p>porém, há</p><p>apenas UM</p><p>ÚNICO CRIME.</p><p>II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas</p><p>para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir</p><p>impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;</p><p>(CONEXÃO OBJETIVA, MATERIAL OU TELEOLÓGICA)</p><p>III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de</p><p>suas circunstâncias elementares influir na prova de</p><p>outra infração. (CONEXÃO INSTRUMENTAL OU</p><p>PROBATÓRIA)</p><p>DISTINÇÃO</p><p>CONEXÃO OBJETIVA,</p><p>MATERIAL OU</p><p>TELEOLÓGICA</p><p>CONEXÃO</p><p>INSTRUMENTAL OU</p><p>PROBATÓRIA</p><p>Uma infração é</p><p>praticada para facilitar</p><p>Na conexão instrumental</p><p>ou probatória, a prova de</p><p>63 ERRADO.</p><p>ou ocultar outra, ou</p><p>para conseguir</p><p>vantagem ou</p><p>impunidade.</p><p>Ex.: homicídio do</p><p>segurança para o fim de</p><p>sequestrar o seu</p><p>patrão.</p><p>uma infração influenciar</p><p>na prova de outra</p><p>infração.</p><p>Ex.: furto e receptação.</p><p>Um agente furta, e o</p><p>outro compra a coisa</p><p>objeto de furto. Há</p><p>conexão instrumental ou</p><p>probatória.</p><p>Imagine que sejam dois</p><p>processos tramitando em</p><p>Varas diferentes, o Juiz</p><p>absolve o réu por furto</p><p>por inexistência do fato, e</p><p>o outro réu, que</p><p>respondia por</p><p>receptação, foi</p><p>condenado.</p><p>Ora, se a receptação é</p><p>crime acessório,</p><p>dependeria da existência</p><p>de um crime anterior (no</p><p>caso, o furto). Assim, o</p><p>magistrado determina a</p><p>reunião dos processos</p><p>(furto e receptação) para</p><p>evitar decisões</p><p>conflitantes.</p><p>CAIU NA DPE-PA-2022-CESPE: A competência será</p><p>determinada pela conexão quando duas ou mais</p><p>pessoas forem acusadas pela mesma infração.63</p><p>CAIU NA DPE-RR-2021-FCC: A competência no</p><p>Processo Penal será definida pela conexão objetiva ou</p><p>teleológica</p><p>A) quando duas ou mais pessoas forem acusadas da</p><p>mesma infração penal.</p><p>B) se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido</p><p>praticadas por várias pessoas, umas contra as outras.</p><p>C) se, no mesmo caso, duas ou mais infrações houverem</p><p>sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras,</p><p>ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação</p><p>a qualquer delas.</p><p>D) quando a prova de uma infração ou de qualquer de</p><p>suas circunstâncias elementares influir na prova de</p><p>outra infração.</p><p>E) se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido</p><p>praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas</p><p>em</p><p>concurso, embora diverso o tempo e o lugar.64</p><p>64 Gabarito: C.</p><p>33</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Art. 77. A competência será determinada pela</p><p>CONTINÊNCIA quando:</p><p>I - 2 ou + pessoas forem acusadas pela mesma infração;</p><p>II - no caso de infração cometida nas condições</p><p>previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do</p><p>Código Penal.</p><p>O que é a continência no processo penal?</p><p>Também é uma forma de modificação de</p><p>competência, assim como a conexão. Mas os</p><p>institutos não se confundem.</p><p>A continência é o vínculo que une VÁRIAS PESSOAS a</p><p>uma ÚNICA infração.</p><p>Perceba que na CONEXÃO existia VÁRIAS PESSOAS e</p><p>várias INFRAÇÕES.</p><p>Na continência, por outro lado, há VÁRIAS PESSOAS</p><p>e UMA ÚNICA INFRAÇÃO.</p><p>A continência pode ser por cumulação OBJETIVA e</p><p>por cumulação SUBJETIVA.</p><p>CONTINÊNCIA POR</p><p>CUMULAÇÃO</p><p>OBJETIVA</p><p>CONTINÊNCIA POR</p><p>CUMULAÇÃO</p><p>SUBJETIVA</p><p>Quando o crime é</p><p>cometido por concurso</p><p>formal de crimes, erro na</p><p>execução (aberratio</p><p>ictus) ou quando</p><p>estivermos diante de</p><p>resultado diverso do</p><p>pretendido (aberratio</p><p>criminis).</p><p>Duas ou mais PESSOAS</p><p>concorrem para a</p><p>mesma infração penal.</p><p>Ex.: vários torcedores</p><p>praticam lesão corporal</p><p>contra um torcedor do</p><p>crime adversário.</p><p>Neste caso, ser existir</p><p>mais de um processo,</p><p>eles serão reunidos para</p><p>julgamento conjunto.</p><p>CAIU NA DPE-PR-2022-AOCP: Em caso de crimes</p><p>cometidos em concurso formal, haverá continência por</p><p>cumulação subjetiva e a competência para julgamento</p><p>será firmada pela prevenção. 65</p><p>Art. 78. Na determinação da competência por conexão</p><p>ou continência, serão observadas as seguintes regras:</p><p>65 ERRADO. Em concurso formal, haverá continência objetiva (não</p><p>subjetiva).</p><p>I - no concurso entre a competência do júri e a de outro</p><p>órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência</p><p>do JÚRI;</p><p>Il - no concurso de jurisdições da mesma</p><p>categoria:</p><p>a) preponderará a do lugar da infração, à qual for</p><p>cominada a pena MAIS GRAVE; (Pena máxima)</p><p>b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o</p><p>MAIOR número de infrações, se as respectivas penas</p><p>forem de igual gravidade;</p><p>c) firmar-se-á a competência pela PREVENÇÃO, nos</p><p>outros casos;</p><p>III - no concurso de jurisdições de diversas categorias,</p><p>predominará a de MAIOR GRADUAÇÃO;</p><p>IV - no concurso entre a jurisdição comum e a ESPECIAL,</p><p>prevalecerá esta.</p><p>CAIU NA DPE-RO-2023-CESPE: Carlos, em um mesmo</p><p>contexto fático, praticou um crime de roubo</p><p>circunstanciado em Ji-Paraná – RO, um roubo simples</p><p>em Presidente Médici – RO e dois furtos qualificados em</p><p>Castanheiras – RO.</p><p>Nessa situação hipotética, a competência para processar</p><p>e julgar os crimes praticados será</p><p>A) do juízo de Ji-Paraná.</p><p>B) do juízo de Presidente Médici.</p><p>C) do juízo de Castanheiras.</p><p>D) definida por prevenção entre Ji-Paraná e Presidente</p><p>Médici.</p><p>E) definida por prevenção entre as três cidades66</p><p>CAIU NA DPE-SC-2021-FCC: Sobre as disposições legais</p><p>referentes à competência no Processo Penal, no caso</p><p>em que houver conexão e continência e as jurisdições</p><p>forem de mesma categoria, firmar-se-á primeiro pela</p><p>prevenção. 67</p><p>Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade</p><p>de processo e julgamento, salvo:</p><p>I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;</p><p>CAIU NA DPE-MG-2019-FUNDEP: Havendo conexão</p><p>entre crime da competência material da jurisdição</p><p>66 Gabarito: A.</p><p>67 ERRADO.</p><p>IMPORTANTE</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art51</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art53</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art54</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art54</p><p>34</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>comum federal e crime da competência material da</p><p>jurisdição militar estadual, haverá unidade de processo,</p><p>e o juízo prevalente será o primeiro.68</p><p>II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo</p><p>de menores; (hoje infância e juventude)</p><p>CAIU NA DPE-MA-2018-FCC: A conexão e a continência</p><p>importarão em unidade de processo e julgamento,</p><p>inclusive no concurso entre a Jurisdição comum e da</p><p>Infância e Juventude.69</p><p>Resumindo...</p><p>No concurso</p><p>entre a jurisdição</p><p>comum e a militar</p><p>è Não há reunião de</p><p>processos.</p><p>No concurso</p><p>entre a jurisdição</p><p>comum e a do</p><p>juízo de menores</p><p>(infância e</p><p>juventude)</p><p>è Não há reunião de</p><p>processos.</p><p>Superveniência de</p><p>doença mental</p><p>è Cessará, em qualquer</p><p>caso, a unidade do</p><p>processo, se, em relação</p><p>a algum corréu, sobrevier</p><p>o caso previsto no art.</p><p>152 do CPP.</p><p>Se um dos corréus</p><p>empreender fuga</p><p>è A unidade do processo</p><p>não importará a do</p><p>julgamento, se houver</p><p>corréu foragido que não</p><p>possa ser julgado à</p><p>revelia, ou ocorrer a</p><p>hipótese do art. 461 do</p><p>CPP.</p><p>§ 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do</p><p>processo, se, em relação a algum co-réu, sobrevier o</p><p>caso previsto no art. 152 (doença mental que sobrevém</p><p>à infração penal, caso em que será determinada a</p><p>suspensão do processo até que o acusado se</p><p>restabeleça)</p><p>§ 2o A unidade do processo não importará a do</p><p>julgamento, se houver co-réu foragido que não possa</p><p>ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.</p><p>Art. 80. Será FACULTATIVA a separação dos processos</p><p>quando as infrações tiverem sido praticadas em</p><p>circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou,</p><p>quando pelo excessivo número de acusados e para não</p><p>68 ERRADO.</p><p>69 ERRADO.</p><p>Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo</p><p>relevante, o juiz reputar conveniente a separação.</p><p>CAIU NA DPE-PA-2022-CESPE: Deverá haver a</p><p>separação dos processos quando as infrações tiverem</p><p>sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar</p><p>diferentes, ou, quando pelo excessivo número de</p><p>acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória,</p><p>ou por outro motivo relevante, o juiz reputar</p><p>conveniente a separação. 70</p><p>Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão</p><p>ou continência, ainda que no processo da sua</p><p>competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir</p><p>sentença absolutória ou que desclassifique a infração</p><p>para outra que não se inclua na sua competência,</p><p>continuará competente em relação aos demais</p><p>processos.</p><p>Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a</p><p>competência por conexão ou continência, o juiz, se vier</p><p>a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver</p><p>o acusado, de maneira que exclua a competência do júri,</p><p>remeterá o processo ao juízo competente.</p><p>Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência,</p><p>forem instaurados processos diferentes, a autoridade</p><p>de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que</p><p>corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem</p><p>com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos</p><p>processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de</p><p>soma ou de unificação das penas.</p><p>CAPÍTULO VI</p><p>DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO</p><p>Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção</p><p>toda vez que, concorrendo dois ou + juízes igualmente</p><p>competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles</p><p>tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do</p><p>processo ou de medida a este relativa, ainda que</p><p>anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa</p><p>(arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c).</p><p>CAIU NA DPE-PA-2022-CESPE: Verificar-se-á a</p><p>competência por prevenção toda vez que, concorrendo</p><p>dois ou mais juízes igualmente competentes ou com</p><p>jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos</p><p>outros na prática de algum ato do processo ou de</p><p>medida a este relativa, salvo se anterior ao</p><p>oferecimento da denúncia ou da queixa.71</p><p>70 ERRADO. É uma faculdade (e não um dever).</p><p>71 ERRADO.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art152</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art152</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art461.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art461.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art73</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art71</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art72</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art78.</p><p>35</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CAPÍTULO VII</p><p>DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO</p><p>Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do</p><p>STF, do STJ, dos TRF’s e TJ’s e do Distrito Federal,</p><p>relativamente às pessoas que devam responder perante</p><p>eles por crimes comuns e de</p><p>responsabilidade.</p><p>CRIME</p><p>COMUM</p><p>CRIME DE</p><p>RESPONSABILIDADE</p><p>Local onde o Direito</p><p>Penal atua.</p><p>O conceito de crime</p><p>está no art. 1º da Lei de</p><p>Introdução ao Código</p><p>Penal.</p><p>Art.1º Considera-se</p><p>crime a infração penal</p><p>que a lei comina pena</p><p>de reclusão ou de</p><p>detenção, quer</p><p>isoladamente, quer</p><p>alternativa ou</p><p>cumulativamente com a</p><p>pena de multa.</p><p>É uma infração político-</p><p>administrativa.</p><p>Não é bem um crime, já</p><p>que não há pena privativa</p><p>de liberdade.</p><p>O procedimento está</p><p>previsto na Lei nº</p><p>1.079/1950.</p><p>As penas são: pena de</p><p>perda do cargo, com</p><p>inabilitação, até cinco</p><p>anos, para o exercício de</p><p>qualquer função pública,</p><p>imposta pelo Senado</p><p>Federal nos processos</p><p>contra o Presidente da</p><p>República ou Ministros de</p><p>Estado, contra os</p><p>Ministros do Supremo</p><p>Tribunal Federal ou</p><p>contra o Procurador Geral</p><p>da República.</p><p>Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em</p><p>que forem querelantes as pessoas que a Constituição</p><p>sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos</p><p>Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o</p><p>julgamento, quando oposta e admitida a exceção da</p><p>verdade.</p><p>CAIU NA DPE-PR-2022-AOCP: A exceção da verdade</p><p>ofertada em processo crime que apura a prática de</p><p>calúnia deverá ser julgada em primeiro grau, ainda que</p><p>o querelante seja autoridade com foro por prerrogativa</p><p>de função, pois se trata de competência funcional pelo</p><p>objeto do juízo. 72</p><p>72 ERRADO.</p><p>Súmula 704-STF: Não viola as garantias do juiz natural,</p><p>da ampla defesa e do devido processo legal a atração</p><p>por continência ou conexão do processo do corréu ao</p><p>foro por prerrogativa de função de um dos denunciados</p><p>Súmula 721-STF: A competência constitucional do</p><p>Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa</p><p>de função estabelecido exclusivamente pela</p><p>Constituição estadual</p><p>Súmula Vinculante 45-STF: A competência</p><p>constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro</p><p>por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente</p><p>pela Constituição estadual.</p><p>Súmula 451-STF: A competência especial por</p><p>prerrogativa de função não se estende ao crime</p><p>cometido após a cessação definitiva do exercício</p><p>funcional.</p><p>Súmula 702-STF: A competência do Tribunal de Justiça</p><p>para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de</p><p>competência da Justiça comum estadual; nos demais</p><p>casos, a competência originária caberá ao respectivo</p><p>tribunal de segundo grau.</p><p>Súmula 192-STJ: Compete ao juízo das execuções</p><p>penais do Estado a execução das penas impostas a</p><p>sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral,</p><p>quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à</p><p>administração estadual.</p><p>CAIU NA DPE-MG-2019-FUNDEP: A competência pela</p><p>natureza da infração do Tribunal do Júri, por ter</p><p>fundamento na Constituição Federal, prevalece diante</p><p>de competência por prerrogativa de função</p><p>estabelecida exclusivamente em Constituição</p><p>Estadual.73</p><p>Art. 86. Ao STF competirá, privativamente, processar e</p><p>julgar:</p><p>I - os seus ministros, nos crimes comuns;</p><p>II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos</p><p>com os do Presidente da República;</p><p>III - o PGR, os desembargadores dos Tribunais de</p><p>Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os</p><p>embaixadores e ministros diplomáticos, nos crimes</p><p>comuns e de responsabilidade.</p><p>Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de</p><p>Apelação o julgamento dos governadores ou</p><p>73 CERTO.</p><p>36</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>interventores nos Estados ou Territórios, e prefeito do</p><p>Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de</p><p>Polícia, juízes de instância inferior e órgãos do Ministério</p><p>Público.</p><p>Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o</p><p>indiciamento de autoridades com foro por prerrogativa</p><p>de função. No entanto, para isso, é indispensável que a</p><p>autoridade policial obtenha uma autorização do</p><p>Tribunal competente para julgar esta autoridade. STF.</p><p>Decisão monocrática. HC 133835 MC, Rel. Min. Celso de</p><p>Mello, julgado em 18/04/2016 (Info 825).</p><p>A superveniente aposentadoria da autoridade</p><p>detentora do foro por prerrogativa de função cessa a</p><p>competência do Superior Tribunal de Justiça para o</p><p>processamento e julgamento do feito. STJ. Corte</p><p>Especial. Inq 1.420/DF, Rel. Min. Francisco Falcão,</p><p>julgado em 7/12/2022 (Info 762).</p><p>A prerrogativa de foro não se estende a terceiro que</p><p>compartilhe imóvel com autoridade não investigada.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 2.020.411/SC, Rel. Ministro</p><p>Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/10/2022</p><p>(Info 759).</p><p>CAPÍTULO VIII</p><p>DISPOSIÇÕES ESPECIAIS</p><p>Art. 88. No processo por crimes praticados fora do</p><p>território brasileiro, será competente o juízo da Capital</p><p>do Estado onde houver por ÚLTIMO residido o</p><p>acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será</p><p>competente o juízo da Capital da República.</p><p>Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação</p><p>nas águas territoriais da República, ou nos rios e lagos</p><p>fronteiriços, bem como a bordo de embarcações</p><p>nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados</p><p>pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar</p><p>a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do</p><p>País, pela do último em que houver tocado.</p><p>Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave</p><p>nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao</p><p>território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de</p><p>aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo</p><p>correspondente ao território nacional, serão</p><p>processados e julgados pela justiça da comarca em cujo</p><p>território se verificar o pouso após o crime, ou pela da</p><p>comarca de onde houver partido a aeronave.</p><p>Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo</p><p>com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a</p><p>competência se firmará pela PREVENÇÃO.</p><p>Súmula 38-STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na</p><p>vigência da Constituição de 1988, o processo por</p><p>contravenção penal, ainda que praticada em detrimento</p><p>de bens, serviços ou interesse da União ou de suas</p><p>entidades.</p><p>Súmula vinculante 36-STF: Compete à Justiça Federal</p><p>comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes</p><p>de falsificação e de uso de documento falso quando se</p><p>tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e</p><p>Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador</p><p>(CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil.</p><p>Súmula 208-STJ: Compete à justiça federal processar e</p><p>julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a</p><p>prestação de contas perante órgão federal.</p><p>Súmula 209-STJ: Compete à justiça estadual processar</p><p>e julgar prefeito por desvio de verba transferida e</p><p>incorporada ao patrimônio municipal.</p><p>Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar</p><p>o crime de uso de documento falso é firmada em razão</p><p>da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o</p><p>documento público, não importando a qualificação do</p><p>órgão expedidor.</p><p>Súmula 42-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual</p><p>processar e julgar as causas cíveis em que é parte</p><p>sociedade de economia mista e os crimes praticados em</p><p>seu detrimento.</p><p>Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em</p><p>ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos</p><p>crimes contra a economia popular.</p><p>Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico com o</p><p>exterior, quando, então, a competência será da Justiça</p><p>Federal, compete a justiça dos estados</p><p>o processo e o</p><p>julgamento dos crimes relativos a entorpecentes.</p><p>Súmula 140-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual</p><p>processar e julgar crime em que o indígena figure como</p><p>autor ou vítima.</p><p>Súmula 235, STJ: A conexão não determina a reunião</p><p>dos processos, se um deles já foi julgado.</p><p>CAIU NA DPU-2017-CESPE: Auditoria do TCU indicou</p><p>que o prefeito do município X desviou, para benefício</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>SÚMULAS</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art89</p><p>37</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>próprio, valores oriundos da União ainda sujeitos a</p><p>prestação de contas perante órgão federal. Nessa</p><p>situação, conforme o entendimento do STF, a</p><p>competência para julgamento do prefeito será do</p><p>tribunal de justiça do respectivo estado por expressa</p><p>previsão constitucional. 74</p><p>Havendo sentença prolatada quanto ao delito conexo, a</p><p>competência para julgamento do delito remanescente</p><p>deve ser aferida isoladamente. STJ. 3ª Seção. CC</p><p>193.005-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 8/2/2023</p><p>(Info 764).</p><p>74 ERRADO.</p><p>38</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CÓDIGO DE PROCESSO</p><p>PENAL</p><p>TÍTULO VI</p><p>DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES</p><p>CAPÍTULO I</p><p>DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS</p><p>Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração</p><p>depender da solução de controvérsia, que o juiz</p><p>repute séria e fundada, sobre o ESTADO CIVIL DAS</p><p>PESSOAS, o curso da ação penal FICARÁ SUSPENSO até</p><p>que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por</p><p>sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto,</p><p>da inquirição das testemunhas e de outras provas de</p><p>natureza urgente.</p><p>Questões prejudiciais Questões preliminares</p><p>Dizem respeito ao direito</p><p>material.</p><p>Dizem respeito ao direito</p><p>processual.</p><p>Estão relacionadas à</p><p>própria existência da</p><p>infração penal.</p><p>Estão relacionadas aos</p><p>pressupostos</p><p>processuais (de</p><p>existência e de validade)</p><p>e às condições da ação.</p><p>São dotadas de</p><p>existência autônoma, ou</p><p>seja, existem</p><p>independentemente do</p><p>processo penal em que</p><p>houve o reconhecimento</p><p>da prejudicialidade.</p><p>Não são dotadas de</p><p>existência autônoma, ou</p><p>seja, não havendo o</p><p>processo criminal, não</p><p>haverá questão</p><p>preliminar.</p><p>Podem ser objeto da</p><p>análise pelo juízo penal</p><p>ou extrapenal, a</p><p>depender de sua</p><p>natureza.</p><p>Ex.: validade do</p><p>casamento anterior para</p><p>o crime de bigamia</p><p>Só podem ser objeto de</p><p>análise pelo juízo penal.</p><p>Ex.: exceção de</p><p>impedimento,</p><p>suspeição, etc.</p><p>Condicionam o conteúdo</p><p>das decisões acerca das</p><p>questões prejudicadas</p><p>(v.g., a decisão acerca da</p><p>existência do crime de</p><p>bigamia está</p><p>condicionada à decisão</p><p>no processo de anulação</p><p>do primeiro casamento).</p><p>Impedem as decisões</p><p>sobre as questões</p><p>principais (p. ex.:</p><p>reconhecida a</p><p>incompetência absoluta</p><p>do juízo, este não poderá</p><p>apreciar o mérito da</p><p>causa).</p><p>75 ERRADO.</p><p>Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o</p><p>Ministério Público, quando necessário, promoverá a</p><p>ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com</p><p>a citação dos interessados.</p><p>CAIU NA DPE-CE-2022-FCC: Na hipótese de existir</p><p>questão prejudicial heterogênea obrigatória é defeso ao</p><p>juiz criminal inquirir testemunhas antes da suspensão</p><p>do feito.75</p><p>CAIU NA DPE-RS-2022-CESPE: É permitido ao juiz, caso</p><p>entenda por séria e fundada a controvérsia sobre o</p><p>estado civil das pessoas, suspender o andamento da</p><p>ação penal se a decisão sobre a existência do crime</p><p>depender da solução de tal controvérsia, hipótese em</p><p>que a retomada do processo penal dependerá do</p><p>trânsito em julgado de sentença cível, o que não impede</p><p>a inquirição de testemunhas nem a produção de provas</p><p>urgentes.76</p><p>Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração</p><p>penal depender de decisão sobre QUESTÃO DIVERSA</p><p>da prevista no artigo anterior, da competência do juízo</p><p>cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê-</p><p>la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja</p><p>de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a</p><p>lei civil limite, suspender o curso do processo, após a</p><p>inquirição das testemunhas e realização das outras</p><p>provas de natureza urgente.</p><p>DISTINÇÃO</p><p>QUESTÃO PREJUDICIAL</p><p>HOMOGÊNEA OU</p><p>IMPERFEITA</p><p>QUESTÃO PREJUDICIAL</p><p>HETEROGÊNA OU</p><p>PERFEITA</p><p>É homogênea porque está</p><p>ligada ao mesmo ramo do</p><p>Direito da questão</p><p>prejudicada.</p><p>Ex.: crime de lavagem de</p><p>capitais e infração</p><p>antecedente. Em não</p><p>havendo conexão</p><p>probatória, o que</p><p>determinaria o</p><p>simultaneus processos, o</p><p>juiz só poderá apreciar o</p><p>mérito principal (lavagem</p><p>de dinheiro) se,</p><p>incidentalmente,</p><p>reconhecer que os valores</p><p>objetos da “lavagem” são</p><p>produto direto ou indireto</p><p>de uma infração penal,</p><p>nos termos das Lei nº</p><p>9.613/98. Neste caso, na</p><p>A questão prejudicial</p><p>heterogênea diz</p><p>respeito a outro ramo</p><p>do direito (direito civil,</p><p>empresarial, tributário,</p><p>etc.). Ex.: a validade do</p><p>primeiro casamento</p><p>para a tipificação do</p><p>crime de bigamia.</p><p>Prevista no art. 93 do</p><p>CPP.</p><p>76 CERTO.</p><p>39</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>motivação da sentença, o</p><p>magistrado precisa</p><p>reconhecer que os valores</p><p>referentes à lavagem</p><p>tiverem uma origem ilícita</p><p>(tráfico de drogas,</p><p>sonegação fiscal, etc.).</p><p>§ 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá</p><p>ser RAZOAVELMENTE PRORROGADO, se a demora não</p><p>for imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz</p><p>cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará</p><p>prosseguir o processo, retomando sua competência</p><p>para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da</p><p>acusação ou da defesa.</p><p>OBRIGATORIEDADE OU NÃO DA PREJUDICIAL</p><p>SEGUNDO AURY LOPES JÚNIOR77</p><p>Prejudicialidade</p><p>obrigatória</p><p>Prejudicialidade</p><p>facultativa</p><p>A existência do crime</p><p>depende de prévia</p><p>decisão de jurisdição</p><p>extrapenal. O processo</p><p>penal será suspenso (e a</p><p>prescrição) até que a</p><p>controvérsia seja</p><p>dirimida por sentença</p><p>transitada em julgado</p><p>(art. 116).</p><p>O juiz poderá suspender</p><p>o processo criminal</p><p>quando a questão versar</p><p>sobre circunstância ou</p><p>elementar do crime, que</p><p>não seja “estado civil das</p><p>pessoas” e tampouco</p><p>sobre direito cuja prova a</p><p>lei civil limite, e de difícil</p><p>solução.</p><p>§ 2o Do despacho que denegar a suspensão não caberá</p><p>recurso.</p><p>IMPORTANTE</p><p>Doutrina aponta que embora não haja previsão legal</p><p>de recurso adequado contra o indeferimento da</p><p>suspensão do processo em virtude de questão</p><p>prejudicial, nada impede o questionamento por meio</p><p>de preliminar de futura e eventual apelação, sem</p><p>prejuízo da utilização de remédios constitucionais</p><p>como mandado de segurança e habeas corpus.</p><p>Contudo, em caso de deferimento da suspensão do</p><p>processo em virtude do reconhecimento de questão</p><p>prejudicial heterogênea, o recurso cabível será o</p><p>recurso em sentido estrito (rese), nos termos do art.</p><p>581, XVI, do CPP.</p><p>§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de</p><p>ação pública, incumbirá ao Ministério Público intervir</p><p>77 LOPES JUNIOR, Aury. Direito processual penal. 17. ed. São Paulo: Saraiva</p><p>Educação, 2020, p. 552.</p><p>imediatamente na causa cível, para o fim de promover-</p><p>lhe o rápido andamento.</p><p>Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos</p><p>dos artigos anteriores, será decretada pelo juiz, de</p><p>ofício ou a requerimento das partes.</p><p>SISTEMAS DE SOLUÇÃO DAS QUESTÕES</p><p>PREJUDICIAIS SEGUNDO A DOUTRINA</p><p>Renato Brasileiro (2020, p. 1.203/1204) aponta 4</p><p>(quatro) sistemas de solução das questões</p><p>prejudiciais, sendo eles:</p><p>1) Sistema da Cognição Incidental (ou do Predomínio</p><p>da Jurisdição Penal);</p><p>2) Sistema da Prejudicialidade Obrigatória;</p><p>3) Sistema da Prejudicialidade Facultativa;</p><p>4) Sistema eclético (ou misto) (adotado pelo CPP).</p><p>A doutrina entende que o CPP adota o sistema</p><p>eclético. Mas em que consiste esse sistema eclético</p><p>quanto ao sistema de solução das prejudiciais?</p><p>(...) Este sistema resulta da fusão do sistema da</p><p>prejudicialidade obrigatória com o sistema da</p><p>prejudicialidade facultativa. Por conta dele,</p><p>sobre a instauração de qualquer</p><p>investigação criminal; (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>O STF também atribuiu interpretação conforme aos</p><p>incisos IV, VIII e IX do art. 3º-B do CPP, incluídos pela Lei</p><p>nº 13.964/2019, para que todos os atos praticados pelo</p><p>Ministério Público como condutor de investigação</p><p>penal se submetam ao controle judicial (HC</p><p>89.837/DF, Rel. Min. Celso de Mello) e fixou o prazo de</p><p>até 90 (noventa) dias, contados da publicação da ata do</p><p>julgamento, para os representantes do Ministério</p><p>Público encaminharem, sob pena de nulidade, todos os</p><p>PIC e outros procedimentos de investigação criminal,</p><p>mesmo que tenham outra denominação, ao respectivo</p><p>5 Gabarito: E</p><p>NOVIDADE</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>4</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>juiz natural, independentemente de o juiz das</p><p>garantias já ter sido implementado na respectiva</p><p>jurisdição; (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto de</p><p>2023)</p><p>V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou</p><p>outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º</p><p>deste artigo; (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida</p><p>cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las,</p><p>assegurado, no primeiro caso, o exercício do</p><p>contraditório em audiência pública e oral, na forma do</p><p>disposto neste Código ou em legislação especial</p><p>pertinente; (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>O STF atribuiu interpretação conforme ao inciso VI do</p><p>art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 13.964/2019, para</p><p>prever que o exercício do contraditório será</p><p>preferencialmente em audiência pública e oral; (ADIs</p><p>6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto de 2023)</p><p>VII - decidir sobre o requerimento de produção</p><p>antecipada de provas consideradas urgentes e não</p><p>repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa</p><p>em audiência pública e oral; (Lei Anticrime –</p><p>13.964/19)</p><p>O STF atribuiu interpretação conforme ao inciso VII do</p><p>art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 13.964/2019, para</p><p>estabelecer que o juiz pode deixar de realizar a</p><p>audiência quando houver risco para o processo, ou</p><p>diferi-la em caso de necessidade; (ADIs 6298, 6299,</p><p>6300 e 6305, j. agosto de 2023)</p><p>VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito,</p><p>estando o investigado preso, em vista das razões</p><p>apresentadas pela autoridade policial e observado o</p><p>disposto no § 2º deste artigo; (Lei Anticrime –</p><p>13.964/19)</p><p>O STF atribuiu interpretação conforme aos incisos IV,</p><p>VIII e IX do art. 3º-B do CPP, incluídos pela Lei nº</p><p>13.964/2019, para que todos os atos praticados pelo</p><p>Ministério Público como condutor de investigação</p><p>penal se submetam ao controle judicial (HC</p><p>89.837/DF, Rel. Min. Celso de Mello) e fixou o prazo de</p><p>até 90 (noventa) dias, contados da publicação da ata do</p><p>julgamento, para os representantes do Ministério</p><p>Público encaminharem, sob pena de nulidade, todos os</p><p>PIC e outros procedimentos de investigação criminal,</p><p>mesmo que tenham outra denominação, ao respectivo</p><p>juiz natural, independentemente de o juiz das</p><p>garantias já ter sido implementado na respectiva</p><p>jurisdição; (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto de</p><p>2023)</p><p>IX - determinar o trancamento do inquérito policial</p><p>quando não houver fundamento razoável para sua</p><p>instauração ou prosseguimento; (Lei Anticrime –</p><p>13.964/19)</p><p>O STF atribuiu interpretação conforme aos incisos IV,</p><p>VIII e IX do art. 3º-B do CPP, incluídos pela Lei nº</p><p>13.964/2019, para que todos os atos praticados pelo</p><p>Ministério Público como condutor de investigação</p><p>penal se submetam ao controle judicial (HC</p><p>89.837/DF, Rel. Min. Celso de Mello) e fixou o prazo de</p><p>até 90 (noventa) dias, contados da publicação da ata do</p><p>julgamento, para os representantes do Ministério</p><p>Público encaminharem, sob pena de nulidade, todos os</p><p>PIC e outros procedimentos de investigação criminal,</p><p>mesmo que tenham outra denominação, ao respectivo</p><p>juiz natural, independentemente de o juiz das</p><p>garantias já ter sido implementado na respectiva</p><p>jurisdição; (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto de</p><p>2023)</p><p>X - requisitar documentos, laudos e informações ao</p><p>delegado de polícia sobre o andamento da</p><p>investigação; (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>XI - decidir sobre os requerimentos de: (Lei Anticrime –</p><p>13.964/19)</p><p>a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações</p><p>em sistemas de informática e telemática ou de outras</p><p>formas de comunicação; (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e</p><p>telefônico; (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>c) busca e apreensão domiciliar; (Lei Anticrime –</p><p>13.964/19)</p><p>d) acesso a informações sigilosas; (Lei Anticrime –</p><p>13.964/19)</p><p>e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam</p><p>direitos fundamentais do investigado; (Lei Anticrime –</p><p>13.964/19)</p><p>XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do</p><p>oferecimento da denúncia; (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>5</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>XIII - determinar a instauração de incidente de</p><p>insanidade mental; (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou</p><p>queixa, nos termos do art. 399 deste Código; (Lei</p><p>Anticrime – 13.964/19) (DECLARADO</p><p>INCONSTITUCIONAL PELO STF)</p><p>O STF, por maioria, declarou a inconstitucionalidade do</p><p>inciso XIV do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei nº</p><p>13.964/2019, e atribuiu interpretação conforme para</p><p>assentar que a competência do juiz das garantias cessa</p><p>com o oferecimento da denúncia, vencido o Ministro</p><p>Edson Fachin; (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto</p><p>de 2023)</p><p>XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário,</p><p>o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de</p><p>acesso a todos os elementos informativos e provas</p><p>produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no</p><p>que concerne, estritamente, às diligências em</p><p>andamento; (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico</p><p>para acompanhar a produção da perícia; (Lei</p><p>Anticrime – 13.964/19)</p><p>XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não</p><p>persecução penal ou os de colaboração premiada,</p><p>quando formalizados durante a investigação; (Lei</p><p>Anticrime – 13.964/19)</p><p>XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas</p><p>no caput deste artigo. (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de</p><p>prisão provisória será encaminhado à presença do juiz</p><p>de garantias no prazo de 24 horas, momento em que se</p><p>realizará audiência com a presença do Ministério</p><p>Público e da Defensoria Pública ou de advogado</p><p>constituído, VEDADO o emprego de</p><p>VIDEOCONFERÊNCIA. (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>O STF atribuiu interpretação conforme ao § 1º do art.</p><p>3º-B do CPP, incluído pela Lei nº 13.964/2019, para</p><p>estabelecer que o preso em flagrante ou por força de</p><p>mandado de prisão provisória será encaminhado à</p><p>presença do juiz das garantias, no prazo de 24 horas,</p><p>salvo impossibilidade fática, momento em que se</p><p>realizará a audiência com a presença do ministério</p><p>pública e da defensoria pública ou de advogado</p><p>constituído, cabendo, excepcionalmente, o emprego de</p><p>videoconferência, mediante decisão da autoridade</p><p>judiciária competente, desde que este meio seja apto à</p><p>verificação da integridade do preso e à garantia de todos</p><p>os seus direitos. (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j.</p><p>agosto de 2023)</p><p>§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias</p><p>poderá, mediante representação da autoridade policial</p><p>e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única</p><p>vez, a duração do inquérito por até 15 dias, após o que,</p><p>se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão</p><p>será imediatamente relaxada. (Lei Anticrime –</p><p>13.964/19)</p><p>O STF, por unanimidade, atribuir interpretação</p><p>conforme</p><p>em se</p><p>tratando de questão prejudicial heterogênea relativa</p><p>ao estado civil das pessoas, vigora o sistema da</p><p>prejudicialidade obrigatória, daí por que o juízo penal</p><p>é obrigado a remeter as partes ao cível para a solução</p><p>da controvérsia (CPP, art. 92). Todavia, em se</p><p>tratando de questão prejudicial heterogênea que não</p><p>diga respeito ao estado civil das pessoas, vigora o</p><p>sistema da prejudicialidade facultativa, ou seja,</p><p>caberá ao juízo penal deliberar se enfrenta (ou não) a</p><p>controvérsia (CPP, art. 93).78</p><p>CAIU NA DPU-CESPE-2010: Julgue o item subsequente,</p><p>que versa sobre questões e processos incidentes.</p><p>Vigora, no Brasil, o sistema eclético ou misto, segundo o</p><p>qual, em relação às questões prejudiciais heterogêneas</p><p>relativas ao estado civil das pessoas, aplica-se o sistema</p><p>da prejudicialidade obrigatória, de forma que compete</p><p>ao juízo cível resolver a questão, ao passo que, no que</p><p>concerne às demais questões heterogêneas, utiliza-se o</p><p>sistema da prejudicialidade facultativa. 79</p><p>78 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único.</p><p>8. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: Ed. JusPodivm, 2020.</p><p>79 GAB: C</p><p>40</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CAPÍTULO II</p><p>DAS EXCEÇÕES</p><p>Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:</p><p>I - suspeição;</p><p>II - incompetência de juízo;</p><p>III - litispendência;</p><p>IV - ilegitimidade de parte;</p><p>V - coisa julgada.</p><p>Quanto à natureza</p><p>Exceção processual Exceção material</p><p>Alegação de fato</p><p>processual contra o</p><p>processo ou contra a</p><p>admissibilidade da ação.</p><p>Ex.: art. 95 do CPP: I –</p><p>suspeição; II –</p><p>incompetência de juízo;</p><p>III – litispendência; IV –</p><p>ilegitimidade de parte; V</p><p>– coisa julgada.</p><p>Subdivide-se em direta e</p><p>indireta.</p><p>Direta: defesa de mérito.</p><p>É a defesa contra a</p><p>própria pretensão do</p><p>autor. Ex.: atipicidade da</p><p>conduta.</p><p>Indireta: chamada</p><p>também de preliminar</p><p>de mérito. Oposição de</p><p>fato extintivo,</p><p>modificativo ou</p><p>impeditivo do direito</p><p>autor. Ex.: prescrição.</p><p>Quanto aos efeitos</p><p>Dilatórias Peremptórias</p><p>Visam retardar o</p><p>andamento do processo.</p><p>Ex.: suspeição ou</p><p>incompetência do juízo.</p><p>Se acolhidas não</p><p>acarretam a extinção do</p><p>feito.</p><p>Visam a extinção do</p><p>processo. Ex.: coisa</p><p>julgada e litispendência.</p><p>Quanto à forma de processamento</p><p>Interna Instrumental</p><p>A exceção pode ser</p><p>formulada dentro dos</p><p>próprios autos em que o</p><p>acusado é demandado.</p><p>As exceções serão</p><p>processadas em autos</p><p>apartados. O CPP, em</p><p>seu artigo 111,</p><p>estabelece que as</p><p>exceções serão</p><p>80 ERRADO.</p><p>processadas em autos</p><p>apartados e não</p><p>suspenderão, em regra,</p><p>o andamento da ação</p><p>penal.</p><p>Contudo, é bom lembrar</p><p>que todas as exceções</p><p>previstas no art. 95 do</p><p>CPP podem ser</p><p>conhecidas até mesmo</p><p>de ofício pelo juízo</p><p>(como dissemos acima,</p><p>estas funcionam como</p><p>verdadeiras objeções.</p><p>Art. 96. A arguição de suspeição precederá a qualquer</p><p>outra, salvo quando fundada em motivo superveniente.</p><p>CAIU NA DPE-CE-2022-FCC: A incompetência do juízo</p><p>penal precede a questão da parcialidade do</p><p>magistrado.80</p><p>Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição</p><p>deverá fazê-lo por escrito, declarando o motivo legal, e</p><p>remeterá imediatamente o processo ao seu substituto,</p><p>intimadas as partes.</p><p>Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar</p><p>o juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela</p><p>própria ou por procurador com poderes especiais,</p><p>aduzindo as suas razões acompanhadas de prova</p><p>documental ou do rol de testemunhas.</p><p>PODERES ESPECIAIS</p><p>Atente-se que a exceção de suspeição deve ser feita</p><p>em petição assinada pela própria pessoa ou por</p><p>procurador com poderes especiais, aduzindo as suas</p><p>razões acompanhadas de prova documental ou do rol</p><p>de testemunhas. Nesse sentido, é bom lembrar que,</p><p>apesar do Defensor Público não precisar, como</p><p>regra, de instrumento de procuração (mandato)</p><p>para representar os assistidos, em situações em</p><p>que se exija podres especiais, será necessário o</p><p>instrumento de mandato.</p><p>Art. 127, XI da LC/80 (no caso da DPU, o artigo é o 44,</p><p>inciso XI também):</p><p>XI - representar a parte, em feito administrativo ou</p><p>judicial, independentemente de mandato,</p><p>ressalvados os casos para os quais a lei exija poderes</p><p>especiais;</p><p>41</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Inclusive, o STJ posicionou-se, em 2015, no sentido</p><p>de que “é exigível procuração com poderes especiais</p><p>para que seja oposta exceção de suspeição por réu</p><p>representado pela Defensoria Pública, mesmo que o</p><p>acusado esteja ausente do distrito da culpa”. STJ. 6ª</p><p>Turma. REsp 1431043-MG, Rel. Min. Maria Thereza</p><p>de Assis Moura, julgado em 16/4/2015 (Info 560).</p><p>CAIU NA DPE-CE-2022-FCC: É imprescindível que a</p><p>exceção de suspeição arguida por assistido da</p><p>Defensoria Pública venha acompanhada de mandato</p><p>para tal finalidade. 81</p><p>Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a</p><p>marcha do processo, mandará juntar aos autos a</p><p>petição do recusante com os documentos que a</p><p>instruam, e por despacho se declarará suspeito,</p><p>ordenando a remessa dos autos ao substituto.</p><p>Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará</p><p>autuar em apartado a petição, dará sua resposta</p><p>dentro em três dias, podendo instruí-la e oferecer</p><p>testemunhas, e, em seguida, determinará sejam os</p><p>autos da exceção remetidos, dentro em 24 horas, ao</p><p>juiz ou tribunal a quem competir o julgamento.</p><p>§ 1o Reconhecida, preliminarmente, a relevância da</p><p>arguição, o juiz ou tribunal, com citação das partes,</p><p>marcará dia e hora para a inquirição das testemunhas,</p><p>seguindo-se o julgamento, independentemente de mais</p><p>alegações.</p><p>§ 2o Se a suspeição for de manifesta improcedência, o</p><p>juiz ou relator a rejeitará liminarmente.</p><p>Art. 101. Julgada procedente a suspeição, ficarão</p><p>NULOS os atos do processo principal, pagando o juiz as</p><p>custas, no caso de erro inescusável; rejeitada,</p><p>evidenciando-se a malícia do excipiente, a este será</p><p>imposta a multa de duzentos mil-réis a dois contos de</p><p>réis.</p><p>NA EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO</p><p>Excipiente Excepto</p><p>A parte que faz a</p><p>exceção.</p><p>O juiz objeto da</p><p>exceção.</p><p>Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a</p><p>procedência da arguição, poderá ser sustado, a seu</p><p>requerimento, o processo principal, até que se julgue o</p><p>incidente da suspeição.</p><p>81 CERTO.</p><p>Art. 103. No STF e nos Tribunais de Apelação, o juiz que</p><p>se julgar suspeito deverá declará-lo nos autos e, se for</p><p>revisor, passar o feito ao seu substituto na ordem da</p><p>precedência, ou, se for relator, apresentar os autos em</p><p>mesa para nova distribuição.</p><p>§ 1o Se não for relator nem revisor, o juiz que houver</p><p>de dar-se por suspeito, deverá fazê-lo verbalmente,</p><p>na sessão de julgamento, registrando-se na ata a</p><p>declaração.</p><p>§ 2o Se o presidente do tribunal se der por suspeito,</p><p>competirá ao seu substituto designar dia para o</p><p>julgamento e presidi-lo.</p><p>§ 3o Observar-se-á, quanto à arguição de suspeição</p><p>pela parte, o disposto nos arts. 98 a 101, no que Ihe for</p><p>aplicável, atendido, se o juiz a reconhecer, o que</p><p>estabelece este artigo.</p><p>§ 4o A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada</p><p>pelo tribunal pleno, funcionando como relator o</p><p>presidente.</p><p>§ 5o Se o recusado for o presidente do tribunal, o</p><p>relator será o vice-presidente.</p><p>Art. 104. Se for arguida a suspeição do órgão do</p><p>Ministério Público, o juiz, depois de ouvi-lo, decidirá,</p><p>SEM RECURSO, podendo antes admitir a produção de</p><p>provas no prazo de 3 dias.</p><p>Art. 105. As partes poderão também arguir de</p><p>suspeitos os peritos, os intérpretes e os serventuários</p><p>ou funcionários de justiça, decidindo o juiz de plano e</p><p>sem recurso, à vista da matéria alegada e prova</p><p>imediata.</p><p>Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser arguida</p><p>oralmente, decidindo de plano do presidente do</p><p>Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo</p><p>recusado, não for imediatamente comprovada, o que</p><p>tudo constará da ata.</p><p>Art. 107. Não se poderá opor suspeição às</p><p>AUTORIDADES POLICIAIS nos atos do inquérito, mas</p><p>deverão elas declarar-se suspeitas, quando</p><p>ocorrer</p><p>motivo legal.</p><p>A ausência de afirmação da autoridade policial de sua</p><p>própria suspeição não eiva de nulidade o processo</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art98</p><p>42</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>judicial por si só, sendo necessária a demonstração do</p><p>prejuízo suportado pelo réu. STJ. 5ª Turma. REsp</p><p>1.942.942-RO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em</p><p>10/08/2021 (Info 704).</p><p>CAIU NA DPE-SE-2022-CESPE: João, delegado de</p><p>polícia, participou de uma investigação em que foram</p><p>presos vários indivíduos, entre eles, seu irmão. Durante</p><p>o inquérito, alguns desses indivíduos foram indiciados,</p><p>mas não o irmão do delegado de polícia, João. Nesse</p><p>caso,</p><p>A) a defesa pode opor exceção de suspeição contra o</p><p>delegado de polícia, devendo a investigação ser</p><p>anulada.</p><p>B) a defesa pode opor exceção de suspeição, que só</p><p>deve ser provida caso haja prejuízo na investigação.</p><p>C) não cabe exceção de suspeição, não podendo haver</p><p>qualquer interferência do andamento do feito.</p><p>D) não cabe exceção de suspeição, mas pode o delegado</p><p>de polícia declarar-se suspeito, só se declarando</p><p>eventual nulidade caso haja prejuízo demonstrado pela</p><p>eventual suspeição.</p><p>E) não cabe exceção de suspeição, mas pode o delegado</p><p>de polícia declarar-se suspeito, não havendo qualquer</p><p>nulidade no inquérito policial.82</p><p>CAIU NA DPE-TO-2022-CESPE: Confirmada a suspeição</p><p>da autoridade policial, a irregularidade prejudica as</p><p>conclusões do inquérito policial e inviabiliza a ação</p><p>penal. 83</p><p>Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá</p><p>ser oposta, verbalmente ou por escrito, no prazo de</p><p>defesa.</p><p>§ 1o Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a</p><p>declinatória, o feito será remetido ao juízo competente,</p><p>onde, ratificados os atos anteriores, o processo</p><p>prosseguirá.</p><p>§ 2o Recusada a incompetência, o juiz continuará no</p><p>feito, fazendo tomar por termo a declinatória, se</p><p>formulada verbalmente.</p><p>Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz</p><p>reconhecer motivo que o torne incompetente, declará-</p><p>lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte,</p><p>prosseguindo-se na forma do artigo anterior.</p><p>Art. 110. Nas exceções de litispendência,</p><p>ilegitimidade de parte e coisa julgada, será observado,</p><p>82 Gabarito: D.</p><p>83 ERRADO.</p><p>no que Ihes for aplicável, o disposto sobre a exceção de</p><p>incompetência do juízo.</p><p>§ 1o Se a parte houver de opor + de uma dessas</p><p>exceções, deverá fazê-lo numa só petição ou articulado.</p><p>§ 2o A exceção de coisa julgada somente poderá ser</p><p>oposta em relação ao fato principal, que tiver sido</p><p>objeto da sentença.</p><p>CAIU NA DPE-CE-2022-FCC: Se a parte opuser as</p><p>exceções de incompetência do juízo e de litispendência</p><p>deverá fazer em peças autônomas que serão</p><p>processadas em autos apartados.84</p><p>Art. 111. As exceções serão processadas em autos</p><p>apartados e NÃO SUSPENDERÃO, em regra, o</p><p>andamento da ação penal.</p><p>CAPÍTULO III</p><p>DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS</p><p>Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os</p><p>serventuários ou funcionários de justiça e os peritos</p><p>ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo,</p><p>quando houver incompatibilidade ou impedimento</p><p>legal, que declararão nos autos. Se não se der a</p><p>abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá</p><p>ser arguido pelas partes, seguindo-se o processo</p><p>estabelecido para a exceção de suspeição.</p><p>DISTINÇÃO</p><p>Impedimento Incompatibilidade Suspeição</p><p>Razão de</p><p>ordem</p><p>objetiva.</p><p>Estão previstas</p><p>no art. 252 do</p><p>CPP O rol é</p><p>taxativo.</p><p>Ex.: advogada,</p><p>cônjuge do</p><p>juiz, atuando</p><p>no feito (art.</p><p>252, I, CPP).</p><p>O CPP não traz as</p><p>situações de</p><p>incompatibilidade</p><p>. Assim, na</p><p>ausência de uma</p><p>definição legal,</p><p>Norberto Avena</p><p>considera como</p><p>causas de</p><p>incompatibilidade</p><p>todas aquelas</p><p>hipóteses que,</p><p>não classificadas</p><p>como</p><p>impedimento ou</p><p>suspeição,</p><p>reflitam na</p><p>imparcialidade do</p><p>juiz.</p><p>Razão de</p><p>ordem</p><p>subjetiva.</p><p>Estão</p><p>previstas no</p><p>art. 254 do</p><p>CPP (rol</p><p>meramente</p><p>exemplificativ</p><p>o).</p><p>Ex.: amizade</p><p>íntima do juiz</p><p>com qualquer</p><p>das partes</p><p>(art. 254, I do</p><p>CPP).</p><p>84 ERRADO.</p><p>43</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Atos</p><p>praticados por</p><p>juiz impedido</p><p>são</p><p>inexistentes</p><p>(Norberto</p><p>Avena).</p><p>A</p><p>incompatibilidade</p><p>dá causa à</p><p>nulidade relativa</p><p>dos atos</p><p>praticados pelo</p><p>juiz incompatível.</p><p>A suspeição é</p><p>causa de</p><p>nulidade</p><p>processual</p><p>(art. 564, I),</p><p>que pode ser</p><p>relativa ou</p><p>absoluta.</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO</p><p>Art. 113. As questões atinentes à competência</p><p>resolver-se-ão não só pela exceção própria, como</p><p>também pelo conflito positivo ou negativo de jurisdição.</p><p>Art. 114. Haverá conflito de jurisdição:</p><p>I - quando duas ou + autoridades judiciárias se</p><p>considerarem competentes, ou incompetentes, para</p><p>conhecer do mesmo fato criminoso;</p><p>II - quando entre elas surgir controvérsia sobre</p><p>unidade de juízo, junção ou separação de processos.</p><p>Art. 115. O conflito poderá ser suscitado:</p><p>I - pela parte interessada;</p><p>II - pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer</p><p>dos juízos em dissídio;</p><p>III - por qualquer dos juízes ou tribunais em causa.</p><p>Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de</p><p>representação, e a parte interessada, sob a de</p><p>requerimento, darão parte escrita e circunstanciada do</p><p>conflito, perante o tribunal competente, expondo os</p><p>fundamentos e juntando os documentos</p><p>comprobatórios.</p><p>§ 1o Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais</p><p>poderão suscitá-lo nos próprios autos do processo.</p><p>§ 2o Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o</p><p>relator poderá determinar imediatamente que se</p><p>suspenda o andamento do processo.</p><p>§ 3o Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator</p><p>requisitará informações às autoridades em conflito,</p><p>remetendo-lhes cópia do requerimento ou</p><p>representação.</p><p>§ 4o As informações serão prestadas no prazo marcado</p><p>pelo relator.</p><p>§ 5o Recebidas as informações, e depois de ouvido o</p><p>procurador-geral, o conflito será decidido na primeira</p><p>sessão, salvo se a instrução do feito depender de</p><p>diligência.</p><p>§ 6o Proferida a decisão, as cópias necessárias serão</p><p>remetidas, para a sua execução, às autoridades contra</p><p>as quais tiver sido levantado o conflito ou que o</p><p>houverem suscitado.</p><p>Art. 117. O STF, mediante avocatória, restabelecerá a</p><p>sua jurisdição, sempre que exercida por qualquer dos</p><p>juízes ou tribunais inferiores.</p><p>CAPÍTULO V</p><p>DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS</p><p>Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final,</p><p>as coisas apreendidas não poderão ser restituídas</p><p>enquanto interessarem ao processo.</p><p>RESUMINHO..</p><p>O procedimento de restituição de coisas apreendidas</p><p>está previsto a partir do artigo 118 do Código de</p><p>Processo Penal, e tem por objetivo a devolução, a</p><p>quem de direito, de coisa apreendida em diligência</p><p>realizada pela polícia (ex.: prisão em flagrante de</p><p>pessoa encontrada na posse de um veículo, que</p><p>também foi apreendido, etc.) ou judiciária (busca e</p><p>apreensão), que não mais interessem à persecução</p><p>penal.</p><p>Como defensoras e defensores públicos que</p><p>seremos, é bom lembrar que ao longo de uma</p><p>investigação, ou até mesmo durante o processo</p><p>penal, é possível haver apreensão de coisas que</p><p>sejam importantes para o processo. Mas também é</p><p>possível que aquele bem objeto da apreensão seja da</p><p>vítima (ex.: carro furtado) ou de terceiro de boa-fé</p><p>prejudicado pela infração penal cometida. Contudo,</p><p>há coisas que não podem ser restituídas, como é o</p><p>caso daquelas previstas no art. 91, II, “a” e “b” do CP.</p><p>Art. 91 - São efeitos da condenação:</p><p>II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do</p><p>lesado ou de terceiro de boa-fé:</p><p>a) dos instrumentos do crime, desde que consistam</p><p>em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou</p><p>detenção constitua fato ilícito;</p><p>b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor</p><p>que constitua proveito auferido pelo agente com a</p><p>prática do fato criminoso.</p><p>44</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Art. 119. As coisas a que</p><p>se referem os arts. 74 e 100 do</p><p>Código Penal não poderão ser restituídas, mesmo</p><p>depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se</p><p>pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé.</p><p>Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser</p><p>ordenada pela autoridade policial ou juiz, mediante</p><p>termo nos autos, DESDE QUE NÃO EXISTA DÚVIDA</p><p>QUANTO AO DIREITO DO RECLAMANTE.</p><p>§ 1o Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição</p><p>autuar-se-á em apartado, assinando-se ao requerente</p><p>o prazo de 5 dias para a prova. Em tal caso, só o juiz</p><p>criminal poderá decidir o incidente.</p><p>§ 2o O incidente autuar-se-á também em apartado e só</p><p>a autoridade judicial o resolverá, se as coisas forem</p><p>apreendidas em poder de TERCEIRO DE BOA-FÉ, que</p><p>será intimado para alegar e provar o seu direito, em</p><p>prazo igual e sucessivo ao do reclamante, tendo um e</p><p>outro 2 dias para arrazoar.</p><p>CAIU NA DPE-MA-2011-FCC: Nas hipóteses de</p><p>apreensão de bem em sede de processo penal, cuja</p><p>propriedade não restar, de plano, comprovada, devem</p><p>os réus ou indiciados valer-se do procedimento de</p><p>restituição de coisas apreendidas, que não pode ser</p><p>manejado pelo terceiro de boa-fé. 85</p><p>CAIU NA DPU-2015-CESPE: Em relação a coisa julgada,</p><p>prova criminal e restituição de bens, medidas</p><p>assecuratórias e cautelares no direito processual penal,</p><p>julgue o item subsequente: “Os bens apreendidos com</p><p>terceiro de boa-fé poderão ser restituídos pela</p><p>autoridade policial quando não for necessária sua</p><p>retenção para o esclarecimento dos fatos”. 86</p><p>§ 3o Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido</p><p>o Ministério Público.</p><p>§ 4o Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro</p><p>dono, o juiz remeterá as partes para o JUÍZO CÍVEL,</p><p>ordenando o depósito das coisas em mãos de</p><p>depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for</p><p>pessoa idônea.</p><p>§ 5o Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis,</p><p>serão avaliadas e levadas a leilão público, depositando-</p><p>se o dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro que as</p><p>85 GAB: E.</p><p>detinha, se este for pessoa idônea e assinar termo de</p><p>responsabilidade.</p><p>Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com</p><p>os proventos da infração, aplica-se o disposto</p><p>no art. 133 e seu parágrafo.</p><p>Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas</p><p>apreendidas serão alienadas nos termos do disposto no</p><p>art. 133 deste Código. (Redação dada pela Lei nº</p><p>13.964, de 2019) – Lei Anticrime</p><p>Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos</p><p>anteriores, se dentro no prazo de 90 dias, a contar da</p><p>data em que transitar em julgado a sentença final,</p><p>condenatória ou absolutória, os objetos apreendidos</p><p>não forem reclamados ou não pertencerem ao réu,</p><p>serão vendidos em leilão, depositando-se o saldo à</p><p>disposição do juízo de ausentes.</p><p>Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em</p><p>favor da União for decretada, e as coisas confiscadas, de</p><p>acordo com o disposto no art. 100 do Código Penal,</p><p>serão inutilizados ou recolhidos a museu criminal, se</p><p>houver interesse na sua conservação.</p><p>Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento</p><p>de obras de arte ou de outros bens de relevante valor</p><p>cultural ou artístico, se o crime não tiver vítima</p><p>determinada, poderá haver destinação dos bens a</p><p>museus públicos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de</p><p>2019) – Lei Anticrime</p><p>CAPÍTULO VI</p><p>DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS</p><p>Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis,</p><p>adquiridos pelo indiciado com os proventos da</p><p>infração, ainda que já tenham sido transferidos a</p><p>terceiro.</p><p>Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a</p><p>existência de indícios veementes da proveniência</p><p>ILÍCITA DOS BENS.</p><p>ANTES DE TUDO, É BOM LEMBRAR:</p><p>Busca e</p><p>apreensão:</p><p>Recai sobre o objeto direto do crime</p><p>(art. 240 do CPP).</p><p>86 GAB: E.</p><p>IMPORTANTE</p><p>NOVIDADE</p><p>IMPORTANTE</p><p>NOVIDADE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art74</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art100</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art100</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art133</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>45</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Sequestro:</p><p>Recai sobre bem móvel ou imóvel</p><p>adquirido com os proventos do</p><p>crime (arts. 125 a 133 do CPP)</p><p>Hipoteca</p><p>Legal:</p><p>Bens imóveis de origem lícita e</p><p>diversa do delito (arts. 134 e 135 do</p><p>CPP).</p><p>Arresto</p><p>Prévio de</p><p>Imóveis:</p><p>Recai sobre bens imóveis de origem</p><p>lícita e diversa do delito. É</p><p>preparatório da hipoteca legal</p><p>(instrumentaliza a inscrição - Art.</p><p>136 do CPP)</p><p>Arresto</p><p>Prévio de</p><p>Móveis:</p><p>Bens móveis de origem lícita, tendo</p><p>cabimento quando não houver bens</p><p>imóveis para hipotecar ou forem</p><p>insuficientes. Art. 137 do CPP.</p><p>PARA ENTENDER O SEQUESTRO</p><p>A medida “sequestro” incide tão somente sobre bens</p><p>(imóveis e móveis) adquiridos com os proventos da</p><p>infração. Ex.: traficante, com o dinheiro advindo do</p><p>comércio ilegal de drogas, adquire uma Land Rover</p><p>Discovery Sport. Veja, portanto, que o veículo (Land</p><p>Rover) não é ilegal. Aliás, qualquer pessoa que possua</p><p>dinheiro pode comprá-la. Acontece que o dinheiro</p><p>que comprou o carro é proveniente do crime de</p><p>tráfico. Neste caso, poderá ser determinado o</p><p>sequestro deste bem até o trânsito em julgado. Caso</p><p>o acusado seja absolvido, por exemplo, será</p><p>determinado o levantamento do sequestro (art. 131,</p><p>III, CPP).</p><p>Contudo, na hipótese de se tratar de bem móvel,</p><p>sendo ele próprio o produto direto da infração (ex.:</p><p>João roubou uma Land Rover de Maria, neste caso</p><p>não caberá sequestro porque a Land Rover não foi</p><p>adquirida com os proventos do crime, na verdade o</p><p>carro é o próprio objeto do crime) a medida a ser</p><p>utilizada é a busca e apreensão (art. 240, § 1º, b, do</p><p>CPP).</p><p>Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do MP ou do</p><p>ofendido, ou mediante representação da autoridade</p><p>policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer fase</p><p>do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou</p><p>queixa.</p><p>CRÍTICA DEFENSORIAL: Sobre o art. 127, a doutrina</p><p>crítica sustenta que o magistrado não pode decretar o</p><p>sequestro de bens sem provocação, isto é, de ofício. Isso</p><p>porque tal determinação é incompatível com o sistema</p><p>acusatório e toda a sistemática trazida pelo Pacote</p><p>Anticrime (CPP, arts. 3º-A, 282, §§2º e 4º, e 311), seja</p><p>na fase investigatória, seja na fase processual.</p><p>87 ERRADO.</p><p>Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará a sua</p><p>inscrição no Registro de Imóveis.</p><p>Art. 129. O sequestro autuar-se-á em apartado e</p><p>admitirá embargos de terceiro.</p><p>Art. 130. O sequestro poderá ainda ser embargado:</p><p>I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os</p><p>bens sido adquiridos com os proventos da infração;</p><p>II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido</p><p>transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-</p><p>los adquirido de boa-fé.</p><p>Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão</p><p>nesses embargos antes de passar em julgado a</p><p>sentença condenatória.</p><p>CAIU NA DPE-RS-2022-CESPE: Carlos foi denunciado</p><p>por roubo duplamente majorado. Durante a instrução,</p><p>o juiz, por entender que havia indícios veementes da</p><p>procedência ilícita de bem imóvel existente em nome do</p><p>denunciado, acabou por ordenar o sequestro de tal</p><p>bem, a pedido do Ministério Público, que afirmou ter</p><p>sido a aquisição do imóvel financiada com o produto da</p><p>subtração. Nessa situação, o denunciado poderá</p><p>embargar o sequestro, em autos apartados, e a</p><p>sentença penal não poderá ser prolatada antes da</p><p>decisão definitiva dos embargos. 87</p><p>Art. 131. O sequestro será levantado:88</p><p>I - se a ação penal não for intentada no prazo de 60</p><p>dias, contado da data em que ficar concluída a</p><p>diligência;</p><p>II - se o terceiro, a quem tiverem</p><p>sido transferidos os</p><p>bens, prestar caução que assegure a aplicação do</p><p>disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código</p><p>Penal;</p><p>III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o</p><p>réu, por sentença transitada em julgado.</p><p>Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis</p><p>se, verificadas as condições previstas no art. 126, não</p><p>for cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll</p><p>deste Livro.</p><p>88 A expressão “levantamento do sequestro” quer dizer que a medida de</p><p>sequestro perdeu a eficácia e tornou-se desnecessária.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art74iib</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art74iib</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art126</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#livroitituloviicapituloxi</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#livroitituloviicapituloxi</p><p>46</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Art. 133. Transitada em julgado a sentença</p><p>condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do</p><p>interessado ou do Ministério Público, determinará a</p><p>avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo</p><p>perdimento tenha sido decretado. (Redação dada</p><p>pela Lei nº 13.964, de 2019) – Lei Anticrime</p><p>§ 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres</p><p>públicos o que não couber ao lesado ou a terceiro de</p><p>boa-fé. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) – Lei</p><p>Anticrime</p><p>§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo</p><p>Penitenciário Nacional, exceto se houver previsão</p><p>diversa em lei especial. (Incluído pela Lei nº 13.964,</p><p>de 2019) – Lei Anticrime</p><p>Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o</p><p>interesse público, a utilização de bem sequestrado,</p><p>apreendido ou sujeito a qualquer medida</p><p>assecuratória pelos órgãos de segurança pública</p><p>previstos no art. 144 da Constituição Federal, do</p><p>sistema prisional, do sistema socioeducativo, da Força</p><p>Nacional de Segurança Pública e do Instituto Geral de</p><p>Perícia, para o desempenho de suas</p><p>atividades. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) –</p><p>Lei Anticrime</p><p>ATENÇÃO</p><p>O art. 133-A do CPP, com redação dada pelo Pacote</p><p>Anticrime, estabelece a possibilidade de o juiz</p><p>autorizar, constatado o interesse público, a utilização</p><p>de bem sequestrado, apreendido ou sujeito a</p><p>qualquer medida assecuratória pelos órgãos de</p><p>segurança pública previstos no art. 144 da</p><p>Constituição Federal, do sistema prisional, do sistema</p><p>socioeducativo, da Força Nacional de Segurança</p><p>Pública e do Instituto Geral de Perícia.</p><p>Imagine que se determine o sequestro de 20</p><p>veículos. Em vez desses veículos ficarem parados em</p><p>um pátio ou depositado em poder do proprietário ou</p><p>terceiros, a Lei nº 13.964/2019 permitiu que eles</p><p>fossem utilizados pelos órgãos de segurança pública.</p><p>§ 1º O órgão de segurança pública participante das</p><p>ações de investigação ou repressão da infração penal</p><p>que ensejou a constrição do bem terá prioridade na sua</p><p>utilização. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) – Lei</p><p>Anticrime</p><p>§ 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o</p><p>interesse público, o juiz poderá autorizar o uso do bem</p><p>pelos demais órgãos públicos. (Incluído pela Lei nº</p><p>13.964, de 2019) – Lei Anticrime</p><p>§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for</p><p>veículo, embarcação ou aeronave, o juiz ordenará à</p><p>autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e</p><p>controle a expedição de certificado provisório de</p><p>registro e licenciamento em favor do órgão público</p><p>beneficiário, o qual estará isento do pagamento de</p><p>multas, encargos e tributos anteriores à disponibilização</p><p>do bem para a sua utilização, que deverão ser cobrados</p><p>de seu responsável. (Incluído pela Lei nº 13.964, de</p><p>2019) – Lei Anticrime</p><p>§ 4º Transitada em julgado a sentença penal</p><p>condenatória com a decretação de perdimento dos</p><p>bens, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-</p><p>fé, o juiz poderá determinar a transferência definitiva da</p><p>propriedade ao órgão público beneficiário ao qual foi</p><p>custodiado o bem. (Incluído pela Lei nº 13.964, de</p><p>2019) – Lei Anticrime</p><p>Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado</p><p>poderá ser requerida pelo ofendido em QUALQUER</p><p>FASE DO PROCESSO, desde que haja certeza da infração</p><p>e indícios suficientes da autoria.</p><p>Hipoteca legal Sequestro</p><p>Bens imóveis de origem</p><p>lícita e diversa do delito,</p><p>arts. 134 e 135 do CPP.</p><p>Visa, na verdade,</p><p>assegurar a eficácia da</p><p>ação civil ex delicti.</p><p>Recai sobre bem móvel</p><p>ou imóvel adquirido com</p><p>os proventos do crime</p><p>(arts. 125 a 133 do CPP).</p><p>Para a decretação do</p><p>sequestro, bastará a</p><p>existência de indícios</p><p>veementes da</p><p>proveniência ilícita dos</p><p>bens (Art. 126, CPP).</p><p>Art. 135. Pedida a especialização mediante</p><p>requerimento, em que a parte estimará o valor da</p><p>responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel</p><p>ou imóveis que terão de ficar especialmente</p><p>hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao</p><p>arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação</p><p>do imóvel ou imóveis.</p><p>§ 1o A petição será instruída com as provas ou indicação</p><p>das provas em que se fundar a estimação da</p><p>responsabilidade, com a relação dos imóveis que o</p><p>responsável possuir, se outros tiver, além dos indicados</p><p>no requerimento, e com os documentos</p><p>comprobatórios do domínio.</p><p>§ 2o O arbitramento do valor da responsabilidade e a</p><p>avaliação dos imóveis designados far-se-ão por perito</p><p>nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador</p><p>judicial, sendo-lhe facultada a consulta dos autos do</p><p>processo respectivo.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>47</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>§ 3o O juiz, ouvidas as partes no prazo de 2 dias, que</p><p>correrá em cartório, poderá corrigir o arbitramento do</p><p>valor da responsabilidade, se Ihe parecer excessivo ou</p><p>deficiente.</p><p>§ 4o O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca</p><p>do imóvel ou imóveis necessários à garantia da</p><p>responsabilidade.</p><p>§ 5o O valor da responsabilidade será liquidado</p><p>definitivamente após a condenação, podendo ser</p><p>requerido novo arbitramento se qualquer das partes</p><p>não se conformar com o arbitramento anterior à</p><p>sentença condenatória.</p><p>§ 6o Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro</p><p>ou em títulos de dívida pública, pelo valor de sua</p><p>cotação em Bolsa, o juiz poderá deixar de mandar</p><p>proceder à inscrição da hipoteca legal.</p><p>Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de</p><p>início, revogando-se, porém, se no prazo de 15 dias não</p><p>for promovido o processo de inscrição da hipoteca</p><p>legal.</p><p>DOSES DOUTRINÁRIAS</p><p>Aury Lopes Júnior estabelece que (...) “a hipoteca</p><p>legal é um procedimento complexo, que demanda</p><p>mais tempo. Em situações excepcionais, faz-se o</p><p>arresto prévio de forma imediata e, no prazo de até</p><p>15 dias, deve a parte interessada promover a</p><p>inscrição da hipoteca legal no Registro de Imóveis.</p><p>Nesse prazo, deverá ser ajuizado o pedido de</p><p>inscrição e especialização da hipoteca, sob pena de</p><p>revogação da medida. Contudo, ajuizado o pedido, a</p><p>indisponibilidade</p><p>do bem dura até que seja efetivada</p><p>a inscrição da hipoteca legal. De qualquer forma, essa</p><p>medida preparatória restringe-se ao campo de</p><p>incidência da hipoteca legal, ou seja, bens imóveis de</p><p>origem lícita, desvinculados do delito.”89</p><p>Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou</p><p>os possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados</p><p>bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em</p><p>que é facultada a hipoteca legal dos imóveis.</p><p>DISTINÇÃO</p><p>Arresto prévio de</p><p>móveis</p><p>Sequestro de bens</p><p>móveis</p><p>Bens móveis de origem</p><p>lícita, tendo cabimento</p><p>quando não houver bens</p><p>imóveis para hipotecar</p><p>Recai sobre bem móvel</p><p>adquirido com os</p><p>proventos do crime (arts.</p><p>125 a 133 do CPP)</p><p>89 LOPES JUNIOR, Aury. Direito processual penal. 17. ed. São Paulo: Saraiva</p><p>Educação, 2020, p. 1.112.</p><p>ou forem insuficientes</p><p>(Art. 137 do CPP)</p><p>CAIU NA DPE-MA-CESPE-2011: O arresto pressupõe a</p><p>origem ilícita dos bens móveis, e a constrição, nessa</p><p>hipótese, é determinada com o objetivo de garantir a</p><p>satisfação, em caso de condenação, de eventual pena</p><p>de multa, de custas processuais e o ressarcimento dos</p><p>danos causados pela perpetração delitiva. 90</p><p>§ 1o Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente</p><p>deterioráveis, proceder-se-á na forma do § 5o do</p><p>art. 120.</p><p>§ 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser</p><p>fornecidos recursos arbitrados pelo juiz, para a</p><p>manutenção do indiciado e de sua família.</p><p>Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e</p><p>do arresto correrão em AUTO APARTADO.</p><p>Art. 139. O depósito e a administração dos bens</p><p>arrestados ficarão sujeitos ao regime do processo</p><p>civil.</p><p>Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano</p><p>alcançarão também as despesas processuais e as penas</p><p>pecuniárias, tendo preferência sobre estas a reparação</p><p>do dano ao ofendido.</p><p>Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a</p><p>hipoteca, se, por sentença irrecorrível, o réu for</p><p>absolvido ou julgada extinta a punibilidade.</p><p>Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as</p><p>medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver</p><p>interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for</p><p>pobre e o requerer.</p><p>ATENÇÃO, DEFENSORES: Nessa segunda hipótese (de</p><p>ser o ofendido pobre), além do MP, tal tarefa deveria ser</p><p>incumbência da Defensoria Pública (do Estado ou da</p><p>União, a depender da infração penal). Contudo, na</p><p>hipótese de não haver Defensoria Pública instalada</p><p>naquela comarca, aí sim justificaria a atuação</p><p>excepcional do Ministério Público. Além disso, a</p><p>primeira parte do art. 142 (interesse da fazenda</p><p>pública), conforme a doutrina crítica, não foi</p><p>recepcionada pela Constituição. Isso porque após a</p><p>CF/88 passou a ser vedada ao Ministério Público a</p><p>representação judicial e a consultoria jurídica de</p><p>entidades públicas (CF, art. 129, IX, in fine). Renato</p><p>Brasileiro (2020, p. 1.269) entende que “a primeira</p><p>90 GAB: E.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art134</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art137.</p><p>48</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>parte do disposto no art. 142 do CPP não foi</p><p>recepcionada pela Constituição Federal, porquanto não</p><p>se admite que o Parquet proceda à especialização de</p><p>hipoteca legal ou ao arresto de bens móveis defendendo</p><p>interesses da Fazenda Pública. Se há interesse da</p><p>Fazenda, como pode ocorrer, por exemplo, em crimes</p><p>contra a administração pública, a legitimidade para</p><p>pleitear a decretação das medidas cautelares é da</p><p>própria Fazenda, por intermédio da Procuradoria do</p><p>Município, do Estado ou da Fazenda Nacional, conforme</p><p>o caso, nos termos do art. 182 do novo CPC.”</p><p>Art. 143. Passando em julgado a sentença</p><p>condenatória, serão os autos de hipoteca ou arresto</p><p>remetidos ao JUIZ DO CÍVEL (art. 63).</p><p>Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o</p><p>Ministério Público poderão requerer no juízo cível,</p><p>contra o responsável civil, as medidas previstas nos arts.</p><p>134, 136 e 137.</p><p>Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada</p><p>para preservação do valor dos bens sempre que</p><p>estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou</p><p>depreciação, ou quando houver dificuldade para sua</p><p>manutenção.</p><p>§ 1o O leilão far-se-á preferencialmente por meio</p><p>eletrônico.</p><p>§ 2o Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na</p><p>avaliação judicial ou por valor maior. Não alcançado o</p><p>valor estipulado pela administração judicial, será</p><p>realizado novo leilão, em até 10 dias contados da</p><p>realização do primeiro, podendo os bens ser alienados</p><p>por valor não inferior a 80% do estipulado na avaliação</p><p>judicial.</p><p>§ 3o O produto da alienação ficará depositado em conta</p><p>vinculada ao juízo até a decisão final do processo,</p><p>procedendo-se à sua conversão em renda para a União,</p><p>Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou,</p><p>no caso de absolvição, à sua devolução ao</p><p>acusado.</p><p>§ 4o Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro,</p><p>inclusive moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários</p><p>ou cheques emitidos como ordem de pagamento, o</p><p>juízo determinará a conversão do numerário</p><p>apreendido em moeda nacional corrente e o depósito</p><p>das correspondentes quantias em conta</p><p>judicial.</p><p>§ 5o No caso da alienação de veículos, embarcações ou</p><p>aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou</p><p>ao equivalente órgão de registro e controle a expedição</p><p>de certificado de registro e licenciamento em favor do</p><p>arrematante, ficando este livre do pagamento de</p><p>multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de</p><p>execução fiscal em relação ao antigo</p><p>proprietário.</p><p>§ 6o O valor dos títulos da dívida pública, das ações das</p><p>sociedades e dos títulos de crédito negociáveis em bolsa</p><p>será o da cotação oficial do dia, provada por certidão ou</p><p>publicação no órgão oficial.</p><p>§ 7o (VETADO).</p><p>CAPÍTULO VII</p><p>DO INCIDENTE DE FALSIDADE</p><p>Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de</p><p>documento constante dos autos, o juiz observará o</p><p>seguinte processo:</p><p>I - mandará autuar em APARTADO a impugnação, e em</p><p>seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 48</p><p>horas, oferecerá resposta;</p><p>II - assinará o prazo de 3 dias, sucessivamente, a cada</p><p>uma das partes, para prova de suas alegações;</p><p>III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências</p><p>que entender necessárias;</p><p>IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível,</p><p>mandará desentranhar o documento e remetê-lo, com</p><p>os autos do processo incidente, ao Ministério Público.</p><p>DISTINÇÃO</p><p>Falsidade ideológica Falsidade material</p><p>O documento é verdade,</p><p>mas as informações</p><p>inseridas são falsas.</p><p>Ex.: documento emitido</p><p>em cartório, onde João</p><p>afirma que no dia</p><p>01/02/2009 o acusado</p><p>estava em determinado</p><p>local no exato momento</p><p>da prática do crime, o</p><p>que não era verdade.</p><p>Veja, portanto, que o</p><p>documento é</p><p>verdadeiro, mas a</p><p>informação é falsa.</p><p>O documento é</p><p>materialmente falso.</p><p>Ex.: o acusado falsifica</p><p>um documento,</p><p>imitando a assinatura de</p><p>um médico, para fazer</p><p>prova em seu processo</p><p>penal.</p><p>Neste caso, uma perícia</p><p>pode ser necessária.</p><p>Segundo Renato Brasileiro, “a despeito de haver</p><p>certa controvérsia, prevalece o entendimento de que</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art142</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art134</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art134</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art136.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art137.</p><p>49</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>o incidente de falsidade pode ser utilizado para a</p><p>apuração do falsum material e do ideológico”.91</p><p>Art. 146. A arguição de falsidade, feita por procurador,</p><p>EXIGE PODERES</p><p>ESPECIAIS.</p><p>Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação</p><p>da falsidade.</p><p>RECURSO CABÍVEL</p><p>O recurso cabível contra a decisão no incidente de</p><p>falsidade documental, qualquer que seja o tipo</p><p>(deferimento ou indeferimento) será o RECURSO EM</p><p>SENTIDO ESTRITO (art. 581, XVIII, do CPP).</p><p>Art.581. Caberá recurso, no sentido estrito, da</p><p>decisão, despacho ou sentença:</p><p>(...)</p><p>XVIII - que decidir o incidente de falsidade.</p><p>Tenham atenção, porque algumas bancas gostam de</p><p>afirmar que apenas as decisões que indeferem o</p><p>incidente são recorríveis, o que é um erro. Isso</p><p>porque o art. 581, XVIII, do CPP estabelece a</p><p>utilização do recurso em sentido estrito quanto à</p><p>decisão que “decidir o incidente de falsidade”.</p><p>Decidir quer dizer “procedente ou improcedente”,</p><p>não limitando-se às situações de improcedência.</p><p>Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa</p><p>julgada em prejuízo de ulterior processo penal ou civil.</p><p>CAPÍTULO VIII</p><p>DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO</p><p>Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade</p><p>mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a</p><p>requerimento do Ministério Público, do defensor, do</p><p>curador, do ascendente, descendente, irmão ou</p><p>cônjuge do acusado, seja este submetido a exame</p><p>médico-legal.</p><p>§ 1o O exame poderá ser ordenado ainda na fase do</p><p>inquérito, mediante representação da autoridade</p><p>policial ao juiz competente.</p><p>91 LOPES JUNIOR, Aury. Direito processual penal. 17. ed. São Paulo: Saraiva</p><p>Educação, 2020, p. 1.289.</p><p>CRÍTICA DEFENSORIAL</p><p>A bem da verdade, a doutrina institucional apresenta</p><p>críticas à possibilidade de o magistrado determinar o</p><p>incidente de ofício, tendo em vista que esta é uma</p><p>prova exclusiva da defesa. O STF, inclusive tem</p><p>precedente no sentido de que “o incidente de</p><p>insanidade mental é prova pericial constituída em</p><p>favor da defesa. Logo, não é possível determiná-lo</p><p>compulsoriamente na hipótese em que a defesa se</p><p>oponha à sua realização”. STF. 2ª Turma. HC</p><p>133.078/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em</p><p>6/9/2016 (Info 838).</p><p>STJ: “A conclusão do laudo pericial, ora acostado aos</p><p>autos, produzido no processo de interdição civil do</p><p>acusado, é válido apenas em relação aos atos de sua</p><p>vida civil, não sendo capaz de isentá-lo da culpabilidade</p><p>penal. Tal dúvida somente será solucionada após a</p><p>realização correta do incidente de sanidade mental do</p><p>acusado, o qual ainda não se efetivou por culpa exclusiva</p><p>do paciente”.92</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: Guilherme foi denunciado</p><p>pela suposta prática do delito de roubo tentado (art.</p><p>157, caput, c/c art. 14, II, ambos do CP) na Comarca de</p><p>João Pessoa. Decorrido o início do processo penal sem</p><p>percalços, foi designada audiência de instrução e</p><p>julgamento, sendo as partes devidamente intimadas.</p><p>Após a oitiva da vítima e dos policiais responsáveis pela</p><p>prisão em flagrante, Guilherme foi interrogado. Ato</p><p>contínuo, o Ministério Público do Estado da Paraíba, por</p><p>entender haver dúvida razoável acerca da sanidade</p><p>mental do acusado, requereu a instauração do</p><p>respectivo incidente. A defesa, instada a se manifestar,</p><p>disse ser contra a medida, por entender</p><p>estrategicamente ser prejudicial ao acusado. O juiz,</p><p>então, deferiu o requerimento ministerial, nomeando</p><p>curador e ordenando a data para o exame. Ao assim</p><p>proceder, o juiz agiu</p><p>A) erroneamente, pois a instauração do incidente de</p><p>insanidade exige prova documental ou pericial,</p><p>portanto, além do standard probatório da dúvida</p><p>razoável.</p><p>92 STJ, 5ª Turma, HC 49.767/PA, Rel. Min. Laurita Vaz, j. 07/03/2006, DJ</p><p>03/04/2006 p. 384.</p><p>INCIDENTE DE</p><p>INSANIDADE MENTAL</p><p>DO ACUSADO</p><p>DE OFÍCIO PELO</p><p>MAGISTRADO</p><p>CRÍTICAS - PROVA</p><p>EXCLUSIVA DA DEFESA</p><p>A REQUERIMENTO</p><p>MP, DEFESA,</p><p>CURADOR E "CADI",</p><p>DURANTE A AÇÃO</p><p>PENAL</p><p>POR REQUISIÇÃO</p><p>PELO DELEGADO,</p><p>DURANTE O</p><p>INQUÉRITO</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>50</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>B) erroneamente, pois o incidente de insanidade é prova</p><p>pericial constituída em favor da defesa, não sendo</p><p>possível determiná-la compulsoriamente quando a</p><p>defesa se opõe.</p><p>C) acertadamente, tendo em vista o momento</p><p>processual oportuno e por ser a questão da sanidade</p><p>benéfica à defesa, podendo resultar em sentença</p><p>absolutória imprópria.</p><p>D) acertadamente, tendo em vista o momento</p><p>processual oportuno e por ser a questão da sanidade</p><p>crucial a alcançar a verdade histórica dos fatos, ainda</p><p>que em prejuízo do réu.</p><p>E) erroneamente, tendo em vista a preclusão</p><p>consumativa do pleito Ministerial, que tem o início da</p><p>audiência de instrução e julgamento como prazo fatal</p><p>para a solicitação. 93</p><p>§ 2o O juiz nomeará curador ao acusado, quando</p><p>determinar o exame, ficando SUSPENSO o processo, se</p><p>já iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências que</p><p>possam ser prejudicadas pelo adiamento.</p><p>DISTINÇÃO</p><p>Incidente de falsidade</p><p>documental</p><p>Incidente de insanidade</p><p>mental</p><p>Não suspende o</p><p>processo principal</p><p>Suspende o processo</p><p>principal</p><p>(art. 149, §2º, CPP).</p><p>Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver</p><p>preso, será internado em manicômio judiciário, onde</p><p>houver, ou, se estiver solto, e o requererem os peritos,</p><p>em estabelecimento adequado que o juiz designar.</p><p>§ 1o O exame não durará mais de 45 dias, salvo se os</p><p>peritos demonstrarem a necessidade de maior prazo.</p><p>É BOM LEMBRAR</p><p>Da decisão que instaura</p><p>o incidente de</p><p>insanidade</p><p>Da decisão que</p><p>indefere o incidente de</p><p>insanidade</p><p>Irrecorrível. Pode</p><p>utilizar-se de MS.</p><p>Irrecorrível. No entanto,</p><p>é cabível a impetração de</p><p>habeas corpus, em</p><p>havendo risco potencial</p><p>à liberdade de</p><p>locomoção, sem prejuízo</p><p>de a parte prejudicada</p><p>suscitar a nulidade do</p><p>feito por ocasião da</p><p>interposição de futura e</p><p>eventual apelação.</p><p>93 Gabarito: B.</p><p>§ 2o Se não houver prejuízo para a marcha do processo,</p><p>o juiz poderá autorizar sejam os autos entregues aos</p><p>peritos, para facilitar o exame.</p><p>Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era,</p><p>ao tempo da infração, irresponsável nos termos</p><p>do art. 22 do Código Penal, o processo prosseguirá, com</p><p>a presença do curador.</p><p>Art. 152. Se se verificar que a doença mental</p><p>SOBREVEIO à infração o processo continuará suspenso</p><p>até que o acusado se restabeleça, observado o § 2o do</p><p>art. 149.</p><p>• Se a doença mental sobreveio à infração =</p><p>suspende o processo.</p><p>• Se a doença mental era concomitante à</p><p>infração = o processo segue com a presença do curador.</p><p>CRISE DE INSTÂNCIA: TEMA MUITO IMPORTANTE</p><p>Imagine que Marcos, assistido da Defensoria Pública,</p><p>está sendo processado por roubo majorado. No</p><p>entanto, no curso do processo este foi acometido por</p><p>uma doença mental (perceba que a enfermidade</p><p>mental foi superveniente à infração penal praticada,</p><p>razão pela qual não se cogita a aplicação de</p><p>segurança, pois à época este era capaz).</p><p>Neste caso, vimos que segundo o art. 149, § 2º do</p><p>CPP, o juiz nomeará curador ao acusado, quando</p><p>determinar o exame, FICANDO SUSPENSO O</p><p>PROCESSO, se já iniciada a ação penal, salvo quanto</p><p>às diligências que possam ser prejudicadas pelo</p><p>adiamento.</p><p>Contudo, o art. 152 do CPP estabelece que “se se</p><p>verificar que a doença mental sobreveio à infração, o</p><p>processo continuará suspenso até que o acusado se</p><p>restabeleça, observado o §2º do art.149”.</p><p>Portanto, neste caso o processo penal ficará</p><p>suspenso até que haja a recuperação da capacidade</p><p>mental (imputabilidade). Ocorre que, neste caso, o</p><p>CPP não determina a suspensão do prazo</p><p>prescricional, não sendo possível realizar uma</p><p>interpretação em prejuízo do réu. Essa situação é</p><p>chamada pela doutrina como “crise de instância”.</p><p>Isso já caiu em prova discursiva da Defensoria</p><p>Pública, e é um prato cheio para outras provas. O</p><p>processo está SUSPENSO, mas a prescrição está</p><p>CORRENDO.</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art22</p><p>51</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Resumindo...</p><p>Suspensão do</p><p>processo</p><p>Suspensão do prazo</p><p>prescricional</p><p>Com a instauração do</p><p>incidente</p><p>de insanidade,</p><p>o processo fica suspenso</p><p>até o seu julgamento</p><p>daquele.</p><p>Apesar do processo estar</p><p>suspenso, o prazo</p><p>prescricional continua a</p><p>correr, razão pela qual a</p><p>doutrina conceitua esse</p><p>fenômeno como “crise</p><p>de instância”</p><p>§ 1o O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do</p><p>acusado em manicômio judiciário ou em outro</p><p>estabelecimento adequado.</p><p>§ 2o O processo retomará o seu curso, desde que se</p><p>RESTABELEÇA O ACUSADO, ficando-lhe assegurada a</p><p>faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem</p><p>prestado depoimento sem a sua presença.</p><p>Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-</p><p>se-á em AUTO APARTADO, que só depois da</p><p>apresentação do laudo, será apenso ao processo</p><p>principal.</p><p>Art. 154. Se a insanidade mental sobrevier no curso da</p><p>execução da pena, observar-se-á o disposto no art. 682.</p><p>Art. 682, CPP. O sentenciado a que sobrevier doença</p><p>mental, verificada por perícia médica, será internado</p><p>em manicômio judiciário, ou, à falta, em outro</p><p>estabelecimento adequado, onde Ihe seja assegurada</p><p>a custódia.</p><p>IMPORTANTE</p><p>52</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CÓDIGO DE PROCESSO</p><p>PENAL</p><p>TÍTULO VII</p><p>DA PROVA</p><p>CAPÍTULO I</p><p>DISPOSIÇÕES GERAIS</p><p>Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre</p><p>apreciação da prova produzida em contraditório</p><p>judicial, não podendo fundamentar sua decisão</p><p>exclusivamente nos elementos informativos colhidos na</p><p>investigação, ressalvadas as provas cautelares, não</p><p>repetíveis e antecipadas.</p><p>DOSES DOUTRINÁRIAS</p><p>PROVAS</p><p>CAUTELARES</p><p>Aquelas em que há um risco de</p><p>desaparecimento do objeto da</p><p>prova em razão do decurso do</p><p>tempo, em relação às quais o</p><p>contraditório será diferido.</p><p>Ex.: interceptação telefônica.</p><p>PROVA NÃO</p><p>REPETÍVEL</p><p>É aquela que, uma vez produzida, é</p><p>impossível ser coletada</p><p>novamente, seja em razão de</p><p>destruição, desaparecimento ou</p><p>até perecimento da fonte</p><p>probatória.</p><p>Ex.: vítima de lesão corporal que</p><p>precisa realizar imediatamente o</p><p>exame de corpo de delito, sob pena</p><p>de, quando do processo judicial,</p><p>não estarem mais presentes os</p><p>vestígios da infração penal.</p><p>PROVAS</p><p>ANTECIPADAS</p><p>Nesta modalidade, há</p><p>contraditório JUDICIAL, só que em</p><p>momento processual distinto</p><p>daquele legalmente previsto.</p><p>Ex.: Renato Brasileiro aponta o</p><p>exemplo do depoimento ad</p><p>perpetuam rei memoriam, previsto</p><p>no art. 225 do CPP. Neste caso,</p><p>supondo que determinada</p><p>testemunha presencial do delito</p><p>esteja em estado grave de saúde, é</p><p>possível a tomada de seu</p><p>depoimento de maneira</p><p>94 CERTO.</p><p>antecipada, antes do momento</p><p>processual adequado para tanto.</p><p>Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas</p><p>serão observadas as restrições estabelecidas na lei</p><p>civil.</p><p>CAIU NA DPU-2017-CESPE: Embora o ordenamento</p><p>jurídico brasileiro tenha adotado o sistema da persuasão</p><p>racional para a apreciação de provas judiciais, o CPP</p><p>remete ao sistema da prova tarifada, como, por</p><p>exemplo, quando da necessidade de se provar o estado</p><p>das pessoas por meio de documentos indicados pela lei</p><p>civil.94</p><p>PROVAS</p><p>ELEMENTOS</p><p>INFORMATIVOS</p><p>A palavra “prova” só</p><p>pode ser usada para se</p><p>referir aos elementos de</p><p>convicção produzidos,</p><p>em regra, no curso de</p><p>processo judicial, e por</p><p>conseguinte, sob o crivo</p><p>do contraditório e da</p><p>ampla defesa. (Brasileiro,</p><p>2019, p. 606).</p><p>Elementos informativos</p><p>são aqueles colhidos na</p><p>fase investigatória, sem a</p><p>necessária participação</p><p>dialética das partes.</p><p>(Brasileiro, 2019, p. 606).</p><p>SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DE PROVA</p><p>ÍNTIMA</p><p>CONVICÇÃO</p><p>Para esse sistema, o juiz é</p><p>livre para valorar as provas,</p><p>inclusive aquelas que não se</p><p>encontram nos autos, não</p><p>sendo obrigado a</p><p>fundamentar seu</p><p>convencimento.</p><p>Adotado na fase de Plenário</p><p>do Tribunal do Júri.</p><p>Aqui uma outra obs.: como</p><p>vocês sabem, quando o</p><p>Conselho de Sentença</p><p>desclassifica o crime, a</p><p>competência para o</p><p>julgamento é do Juiz</p><p>Presidente da sessão. Nesse</p><p>caso, NÃO APLICA a íntima</p><p>convicção, pois o julgamento</p><p>é feito por um juiz togado.</p><p>SISTEMA DA</p><p>PROVA TARIFADA</p><p>Esse sistema trabalha com a</p><p>ideia de que determinados</p><p>meios de prova têm valor</p><p>probatório fixado (tarifado)</p><p>53</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>em abstrato pelo legislador,</p><p>cabendo ao magistrado tão</p><p>somente apreciar o conjunto</p><p>probatório e lhe atribuir o</p><p>valor conforme estabelecido</p><p>pela lei.</p><p>Ex.: art. 155, parágrafo único</p><p>do CPP, o qual dispõe que</p><p>“somente quanto ao estado</p><p>das pessoas serão observadas</p><p>as restrições estabelecidas na</p><p>lei civil”.</p><p>CONVENCIMENTO</p><p>MOTIVADO OU</p><p>PERSUASÃO</p><p>RACIONAL</p><p>“O magistrado tem ampla</p><p>liberdade na valoração das</p><p>provas constantes dos autos,</p><p>as quais têm, legal e</p><p>abstratamente, o mesmo</p><p>valor, porém se vê obrigado a</p><p>fundamentar sua decisão”.</p><p>Adotado como regra geral</p><p>pela Constituição Federal.</p><p>Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer,</p><p>sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:</p><p>I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a</p><p>produção antecipada de provas consideradas urgentes</p><p>e relevantes, observando a necessidade, adequação e</p><p>proporcionalidade da medida;</p><p>II – determinar, no curso da instrução, ou antes de</p><p>proferir sentença, a realização de diligências para</p><p>dirimir dúvida sobre ponto relevante.</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: O ônus da prova no</p><p>processo penal</p><p>A) cabe ao Ministério Público até a sentença</p><p>condenatória proferida, sendo invertido em fase</p><p>recursal.</p><p>B) recai sobre o Ministério Público durante toda a</p><p>persecução penal, tendo a defesa apenas interesse em</p><p>provar suas alegações.</p><p>C) passou a ser repartido entre acusação e defesa nos</p><p>limites de suas alegações, a partir da entrada em vigor</p><p>do Novo Código de Processo Civil em 2015.</p><p>D) recai sobre a defesa apenas quando esta alegar</p><p>excludentes de ilicitude do fato apontado como</p><p>criminoso.</p><p>E) cabe ao Ministério Público até o recebimento da</p><p>denúncia, sendo repartido após este momento</p><p>processual. 95</p><p>95 Gabarito: B.</p><p>CAIU NA DPE-RS-2022-CESPE: São característicos do</p><p>sistema acusatório os dispositivos do Código de</p><p>Processo Penal que facultam ao juiz, de ofício, ordenar,</p><p>mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção</p><p>antecipada de provas consideradas urgentes e</p><p>relevantes ou determinar, no curso da instrução, ou</p><p>antes de proferir a sentença, a realização de diligências</p><p>para dirimir dúvida sobre ponto relevante.96</p><p>DOSES DOUTRINÁRIAS</p><p>FONTE DE</p><p>PROVA</p><p>Segundo Brasileiro (2019), fonte de</p><p>prova é utilizada para designar as</p><p>pessoas ou coisas das quais se</p><p>consegue a prova, daí resultando a</p><p>classificação em fontes pessoais</p><p>(ofendido, peritos, acusado,</p><p>testemunhas), e fontes reais</p><p>(documentos em sentido amplo). Ex: a</p><p>pessoa que se submete ao exame de</p><p>corpo de delito é a fonte de prova; o</p><p>documento que é periciado é a fonte</p><p>de prova.</p><p>MEIOS DE</p><p>PROVA</p><p>“Meios de prova são instrumentos</p><p>através dos quais as fontes de prova</p><p>são introduzidas no processo”.</p><p>Para Gustavo Badaró (apud Brasileiro),</p><p>“a testemunha de um fato é a fonte de</p><p>prova, enquanto suas declarações são</p><p>o meio de prova. O documento é uma</p><p>fonte de prova, a sua incorporação ao</p><p>processo é o meio de prova”.</p><p>Ex: o depoimento da testemunha,</p><p>colhido em audiência, é o meio de</p><p>prova, enquanto a testemunha é a</p><p>fonte de prova.</p><p>MEIOS DE</p><p>OBTENÇÃO</p><p>DE PROVA</p><p>Os meios de obtenção de prova</p><p>“referem-se a certos procedimentos</p><p>(em regra, extraprocessuais) regulados</p><p>por lei, com o objetivo de conseguir</p><p>provas materiais, e podem ser</p><p>realizados por outros funcionários que</p><p>não o juiz (ex.: policiais)”.</p><p>Ex.: interceptação telefônica e</p><p>infiltração de agentes.</p><p>Ressalta-se que se o procedimento de</p><p>obtenção da prova for violado, em</p><p>regra, haverá nulidade da prova</p><p>produzida. Uma tese defensiva, p.ex., é</p><p>que o reconhecimento de pessoas</p><p>deve seguir estritamente o</p><p>procedimento do CPP, sob pena de</p><p>nulidade (Inclusive tem decisão</p><p>96 ERRADO.</p><p>54</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>recente do STJ afirmando que o</p><p>reconhecimento fotográfico e pessoal</p><p>sem observância do procedimento</p><p>legal, é nulo).</p><p>PROVA DIRETA PROVA INDIRETA</p><p>Aquela que permite</p><p>conhecer do fato por</p><p>meio de uma única</p><p>operação.</p><p>Ex.: testemunha afirma</p><p>que presenciou os fatos</p><p>e viu a agente disferindo</p><p>socos na vítima.</p><p>Na prova indireta, para se</p><p>chegar à conclusão acerca</p><p>do fato que se quer</p><p>provar, o magistrado se</p><p>vê obrigado a realizar</p><p>pelo menos duas</p><p>operações inferenciais.</p><p>Ex.: um exemplo dado por</p><p>Renato Brasileiro é o caso</p><p>de a testemunha dizer</p><p>que embora não tenha</p><p>presenciado os disparos</p><p>de arma de fogo,</p><p>esclarecer que</p><p>presenciou a saída do</p><p>acusado do local em que</p><p>os disparos foram</p><p>efetuados,</p><p>imediatamente após</p><p>ouvir o estampido dos</p><p>tiros, escondendo a arma</p><p>de fogo sob sua roupa,</p><p>sujas de sangue.</p><p>Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser</p><p>desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim</p><p>entendidas as obtidas em violação a normas</p><p>constitucionais ou legais.</p><p>97 ERRADO. Excepcionalmente, é possível ser utilizado pela defesa.</p><p>CAIU NA DPE-PA-2022-CESPE: São inadmissíveis, não</p><p>podendo ser aproveitadas pela defesa ou pela acusação,</p><p>as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas com</p><p>violação a normas constitucionais ou legais. 97</p><p>CAIU NA DPE-RS-2011-FCC: “A doutrina processual</p><p>penal faz uma distinção conceitual entre a prova ilícita e</p><p>a prova ilegítima, sendo aquela a obtida com violação ao</p><p>direito substantivo e esta a obtida com violação ao</p><p>direito adjetivo”.98</p><p>§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das</p><p>ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de</p><p>causalidade entre umas e outras, ou quando as</p><p>derivadas puderem ser obtidas por uma fonte</p><p>independente das primeiras.</p><p>TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA</p><p>Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios</p><p>Gonçalves, em sua obra “Direito Processual Penal</p><p>Esquematizado”, lembram que “Muito antes de o</p><p>legislador introduzir em nosso ordenamento a</p><p>proibição de utilização da prova ilícita por derivação,</p><p>o Supremo Tribunal Federal passou a adotar a teoria</p><p>dos frutos da árvore envenenada (fruits of poisonous</p><p>tree doctrine), que preconiza a imprestabilidade da</p><p>prova em si mesma lícita, mas cuja obtenção tenha</p><p>derivado de ação ilícita. A partir da edição da Lei n.</p><p>11.690/2008, a lei processual passou a prever,</p><p>expressamente, a inadmissibilidade da prova ilícita</p><p>por derivação (art. 157, § 1º, primeira parte, do</p><p>CPP), em consonância com o então já pacificado</p><p>entendimento jurisprudencial, de modo a estabelecer</p><p>que as provas obtidas por meio ilícito contaminam as</p><p>provas ulteriores que, embora produzidas</p><p>licitamente, tenham se originado das primeiras.</p><p>Assim é que, por exemplo, a apreensão de</p><p>substâncias entorpecentes em residência vistoriada</p><p>por determinação judicial (prova, em princípio, lícita)</p><p>não terá valor probatório acaso a informação que</p><p>possibilitou a expedição do mandado de busca e a</p><p>98 CORRETO.</p><p>PROVAS ILEGAIS</p><p>PROVA ILÍCITA -</p><p>VIOLA DIREITO</p><p>MATERIAL</p><p>PROVA ILEGÍTIMA -</p><p>VIOLA DIREITO</p><p>PROCESSUAL</p><p>55</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>descoberta da droga tenha sido obtida por meio de</p><p>escuta telefônica ilegal.”99</p><p>TEORIA DA TINTA DILUÍDA, OU DA MANCHA</p><p>PURGADA</p><p>Mais uma exceção à teoria dos frutos da árvore</p><p>envenenada, é a Teoria da Tinta Diluída, ou da</p><p>Mancha Purgada, ou do Nexo Causal Atenuado.</p><p>Segundo o professor Renato Brasileiro, não se aplica</p><p>a teoria da prova ilícita por derivação se o nexo causal</p><p>entre a prova primária e a secundária for atenuado</p><p>em virtude do decurso do tempo, de circunstâncias</p><p>supervenientes na cadeia probatória, da menor</p><p>relevância da ilegalidade ou da vontade de um dos</p><p>envolvidos em colaborar com a persecução criminal.</p><p>Nesse caso, apesar de já ter havido contaminação de</p><p>um determinado meio de prova em face da ilicitude</p><p>ou ilegalidade da situação que o gerou, um</p><p>acontecimento futuro expurga, afasta, elide esse</p><p>vício, permitindo-se, assim, o aproveitamento da</p><p>prova inicialmente contaminada.</p><p>Há doutrina que defende a presença dessa teoria no</p><p>§1º do art. 157 do CPP. O STJ já admitiu a teoria da</p><p>mancha purgada: AP 856/DF, rel. Min. Nancy</p><p>Andrighi, j. 18.10.2017.</p><p>Por fim, é bom lembrar que o STJ entendeu, no</p><p>Informativo 659, que é ilícita a prova obtida por meio</p><p>de revista íntima realizada com base unicamente em</p><p>denúncia anônima. REsp 1.695.349-RS, Rel. Min.</p><p>Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade,</p><p>julgado em 08/10/2019, DJe 14/10/2019.</p><p>§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por</p><p>si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios</p><p>da investigação ou instrução criminal, seria capaz de</p><p>conduzir ao fato objeto da prova.</p><p>DOSES DOUTRINÁRIAS</p><p>Para Renato Brasileiro, “a teoria do encontro fortuito</p><p>ou casual de prova é utilizada nos casos em que, no</p><p>cumprimento de uma diligência relativa a um delito,</p><p>a autoridade policial casualmente encontra provas</p><p>pertinentes à outra infração penal (crime achado),</p><p>que não estavam na linha de desdobramento normal</p><p>da investigação. Fala-se em encontro fortuito de</p><p>provas (ou serendipidade), quando a prova de</p><p>determinada infração penal é obtida a partir de</p><p>diligência regularmente autorizada para a</p><p>investigação de outro crime. Nesses casos, a validade</p><p>da prova inesperadamente obtida está condicionada</p><p>99 REIS, Alexandre Cebrian Araújo; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios.</p><p>Direito processual penal esquematizado®; coordenador Pedro Lenza. – 5.</p><p>ed. – São Paulo: Saraiva, 2016. – (Coleção esquematizado®), p. 326.</p><p>à forma como foi realizada a diligência: se houve</p><p>desvio de finalidade, abuso de autoridade, a prova</p><p>não deve ser considerada válida; se o encontro foi</p><p>casual, fortuito, a prova é válida”.100</p><p>Há, inicialmente, duas classificações para a</p><p>serendipidade: em primeiro grau e em segundo grau.</p><p>SERENDIPIDADE DE</p><p>PRIMEIRO GRAU</p><p>SERENDIPIDADE DE</p><p>SEGUNDO GRAU</p><p>Descoberta fortuita de</p><p>uma nova infração penal</p><p>que guarda relação com</p><p>o que está sendo</p><p>investigado.</p><p>A prova é válida.</p><p>Descoberta fortuita de</p><p>uma nova infração penal</p><p>que não guarda relação</p><p>com a que está sendo</p><p>investigada.</p><p>Para parte da doutrina,</p><p>não serve como prova,</p><p>apenas como “notitia</p><p>criminis”. Contudo, a</p><p>jurisprudência tem</p><p>aceitado como prova.</p><p>CAIU NA DPE-MA-2018-FCC: “Sobre as provas é correto</p><p>afirmar que é válida a prova obtida quando ocorrer a</p><p>serendipidade de primeiro grau”.101</p><p>SERENDIPIDADE DE SEGUNDO GRAU E SUA</p><p>ACEITAÇÃO COMO PROVA</p><p>Renato Brasileiro, em seu curso de Direito Processual</p><p>Penal (2020), estabelece que (...) a jurisprudência vai</p><p>um pouco mais além do entendimento doutrinário,</p><p>entendendo que, se no curso de uma interceptação</p><p>que apura infração punida com pena de reclusão</p><p>descobre- -se um delito punido com detenção ou</p><p>praticado por outra pessoa, a transcrição final da</p><p>captação pode ser usada não só como notitia</p><p>criminis, mas também como legítimo meio</p><p>probatório para fundamentar um decreto</p><p>condenatório. Nessa linha, o Supremo já entendeu</p><p>que, uma vez realizada a interceptação telefônica de</p><p>forma fundamentada, legal e legítima, as</p><p>informações e provas coletas dessa diligência podem</p><p>subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com</p><p>pena de detenção, desde que conexos aos primeiros</p><p>tipos penais que justificaram a interceptação. Do</p><p>contrário, a interpretação do art. 2º, III, da L.</p><p>9.296/96 levaria ao absurdo de concluir pela</p><p>impossibilidade de interceptação para investigar</p><p>crimes apenados com reclusão quando forem estes</p><p>conexos com crimes punidos com detenção.407</p><p>Além disso, em alguns julgados do STJ, sequer tem</p><p>sido imposta como obrigatória a existência de</p><p>conexão ou continência entre as infrações penais:</p><p>100 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único</p><p>8. ed. rev., ampl. e atual. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2020, 657.</p><p>101 CERTA.</p><p>56</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>“havendo o encontro fortuito de notícia da prática</p><p>futura de conduta delituosa, durante a realização de</p><p>interceptação telefônica devidamente autorizada</p><p>pela autoridade competente, não se deve exigir a</p><p>demonstração da conexão entre o fato investigado e</p><p>aquele descoberto, a uma, porque a própria Lei nº</p><p>9.296/96 não a exige, a duas, pois o Estado não pode</p><p>se quedar inerte diante da ciência de que um crime</p><p>vai ser praticado e, a três, tendo em vista que se por</p><p>um lado o Estado, por seus órgãos investigatórios,</p><p>violou a intimidade de alguém, o fez com respaldo</p><p>constitucional e legal, motivo pelo qual a prova se</p><p>consolidou lícita. A discussão a respeito da conexão</p><p>entre o fato investigado e o fato encontrado</p><p>fortuitamente só se coloca em se tratando de</p><p>infração penal pretérita, porquanto no que concerne</p><p>as infrações futuras o cerne da controvérsia se dará</p><p>quanto a licitude ou não do meio de prova utilizado e</p><p>a partir do qual se tomou conhecimento de tal</p><p>conduta criminosa”.”102</p><p>SERENDIPIDADE</p><p>OBJETIVA</p><p>SERENDIPIDADE</p><p>SUBJETIVA</p><p>Surge indício de outro</p><p>FATO criminoso,</p><p>originariamente não</p><p>investigado.</p><p>Surge notícia do</p><p>envolvimento de outra</p><p>PESSOA, que não a</p><p>investigada.</p><p>§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova</p><p>declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão</p><p>judicial, facultado às partes acompanhar o</p><p>incidente.</p><p>§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova</p><p>declarada inadmissível não poderá proferir a sentença</p><p>ou acórdão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>(DECLARADO INCONSTITUCIONAL PELO STF)</p><p>O STF, por maioria, declarou a inconstitucionalidade do</p><p>§ 5º do art. 157 do CPP, incluído pela Lei nº</p><p>13.964/2019, vencido, em parte, o Ministro Cristiano</p><p>Zanin, que propunha interpretação conforme ao</p><p>dispositivo;</p><p>102 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único</p><p>8. ed. rev., ampl. e atual. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2020, p. 837.</p><p>103 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A “autópsia psicológica” constitui</p><p>prova atípica admissível no processo penal, cabendo ao magistrado</p><p>É ilícita a prova obtida por meio de revista íntima</p><p>realizada com base unicamente em denúncia anônima.</p><p>STJ. 6ª Turma. REsp 1.695.349-RS, Rel. Min. Rogerio</p><p>Schietti Cruz, julgado em 08/10/2019 (Info 659).</p><p>A “autópsia psicológica” constitui prova atípica</p><p>admissível no processo penal, cabendo ao magistrado</p><p>controlar a sua utilização no caso concreto</p><p>Não vigora no campo penal um sistema rígido de</p><p>taxatividade dos meios de prova, sendo admitida a</p><p>produção de provas não disciplinadas em lei, desde que</p><p>obedecidas determinadas restrições. A análise sobre a</p><p>validade da prova atípica perpassa, pois, pelo campo</p><p>epistemológico.</p><p>Não existe um dispositivo específico que trate sobre as</p><p>provas atípicas no CPP. No entanto, é possível utilizar,</p><p>por analogia - como autoriza o art. 3º do CPP -, o art. 369</p><p>do CPC.</p><p>Significa dizer, em última análise, que o rol de provas</p><p>previsto no Título VII do CPP é exemplificativo.</p><p>Assim, o simples fato de não constar do catálogo legal</p><p>relacionado às “provas em espécie” não configura razão</p><p>suficiente para que a perícia ora impugnada seja</p><p>considerada inadmissível.</p><p>A “autópsia psicológica”, raras vezes utilizada na praxis</p><p>forense brasileira, consiste em exame retrospectivo que</p><p>busca compreender os aspectos psicológicos envolvidos</p><p>em mortes não esclarecidas.</p><p>A “autópsia psicológica” não constitui prova ilícita ou</p><p>ilegítima, razão pela qual não deverá ser desentranhada.</p><p>Além disso, é admissível, por ser possível ser refutada -</p><p>seja porque há indicação das fontes originárias dos</p><p>depoimentos, preservando a cadeia de custódia, seja</p><p>porque os assistentes técnicos puderam contestar sua</p><p>cientificidade no curso do processo.</p><p>No entanto, trata-se de prova ainda não padronizada</p><p>pela comunidade científica e erigida, inegavelmente, em</p><p>aspectos subjetivos.</p><p>Assim, incumbirá aos jurados, juízes naturais da causa,</p><p>realizar o cauteloso cotejo do referido laudo com o</p><p>restante do acervo probatório acostado aos autos.</p><p>STJ. 6ª Turma. HC 740431-DF, Rel. Min. Rogerio Schietti</p><p>Cruz, julgado em 13/9/2022 (Info Especial 10). 103</p><p>controlar a sua utilização no caso concreto. Buscador Dizer o Direito,</p><p>Manaus. Disponível em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/650</p><p>4909ab81edf8086a8ec6982a1099a>. Acesso em: 18/04/2023</p><p>NOVIDADE</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>57</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CAPÍTULO II</p><p>DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE</p><p>CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL</p><p>(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>CAPÍTULO II ANTES CAPÍTULO II DEPOIS</p><p>DO EXAME DO CORPO</p><p>DE DELITO, E DAS</p><p>PERÍCIAS EM GERAL</p><p>DO EXAME DE CORPO</p><p>DE DELITO, DA CADEIA</p><p>DE CUSTÓDIA E DAS</p><p>PERÍCIAS EM GERAL</p><p>Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será</p><p>indispensável o exame de corpo de delito, direto ou</p><p>indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.</p><p>CAIU NA DPE-AP-2022-FCC: Quando a infração deixar</p><p>vestígios, será dispensável o exame de corpo de delito</p><p>em havendo a confissão do acusado.104</p><p>CAIU NA DPE-AM-2021-FCC: O juiz negará a realização</p><p>do exame de corpo de delito requerida pela parte</p><p>quando não for necessária ao esclarecimento da</p><p>verdade.105</p><p>Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do</p><p>exame de corpo de delito quando se tratar de crime</p><p>que envolva:</p><p>I - violência doméstica e familiar contra</p><p>mulher; (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)</p><p>II - violência contra criança, adolescente, idoso ou</p><p>pessoa com deficiência. (Incluído dada pela Lei nº</p><p>13.721, de 2018)</p><p>CAIU NA DPE-AP-2022-FCC: Dar-se-á prioridade à</p><p>realização do exame de corpo de delito quando se tratar</p><p>de crimes que envolvam vultuosas quantias monetárias</p><p>ou praticados por organização criminosa. 106</p><p>CAIU NA DPE-GO-2021-FCC: Há prioridade na</p><p>realização do exame de corpo de delito quando o crime</p><p>envolver violência doméstica e familiar contra</p><p>mulher.107</p><p>Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto</p><p>de todos os procedimentos utilizados para manter e</p><p>documentar a história cronológica do vestígio coletado</p><p>104 ERRADO.</p><p>105 ERRADO.</p><p>106 ERRADO.</p><p>em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua</p><p>posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o</p><p>descarte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>São inadmissíveis as provas digitais sem registro</p><p>documental acerca dos procedimentos adotados pela</p><p>polícia para a preservação da integridade, autenticidade</p><p>e confiabilidade dos elementos informáticos. STJ. 5ª</p><p>Turma. RHC 143169/RJ, Rel. Min. Messod Azulay Neto,</p><p>Rel. Acd. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 7/2/2023 (Info</p><p>763).</p><p>§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a</p><p>preservação do local de crime ou com procedimentos</p><p>policiais ou periciais nos quais seja detectada a</p><p>existência de vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de</p><p>2019)</p><p>QUEBRA DE CADEIA DE CUSTÓDIA</p><p>A cadeia de custódia das provas, “consiste, em</p><p>termos gerais, em um mecanismo para garantir a</p><p>autenticidade das evidências coletadas e</p><p>examinadas, assegurando que correspondem ao caso</p><p>investigado, sem que haja lugar para qualquer tipo de</p><p>adulteração”.108</p><p>Um exemplo interessante trazido pela doutrina é o</p><p>caso de alguém que foi flagrado vendendo</p><p>determinado entorpecente. Neste caso, incube às</p><p>autoridades responsáveis pela persecução penal</p><p>comprovar que, desde o momento inicial em que a</p><p>droga veio para a custódia dos órgãos de persecução</p><p>penal, não houve a perda da evidência e nenhum tipo</p><p>de adulteração, seja por outros elementos, seja pelo</p><p>próprio recipiente no qual a substância foi</p><p>armazenada. Daí porque a droga é embalada,</p><p>etiquetada e lacrada.</p><p>Ainda no exemplo da venda de entorpecentes,</p><p>imaginem que os policiais realizaram duas</p><p>apreensões distintas no mesmo dia. Por distração,</p><p>os</p><p>agentes colocaram os supostos entorpecentes das</p><p>apreensões no mesmo invólucro. Há clara quebra da</p><p>cadeia de custódia nesse caso, violação da etapa de</p><p>acondicionamento, tornando as eventuais provas daí</p><p>decorrentes ilícitas.</p><p>Segundo Brasileiro (2019), na eventualidade de haver</p><p>algum tipo de QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA</p><p>DAS PROVAS há de se reconhecer a inadmissibilidade</p><p>dessa evidência como prova, assim como das demais</p><p>107 CERTO.</p><p>108 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único</p><p>8. ed. rev., ampl. e atual. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2020, p. 625.</p><p>NOVIDADE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13721.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13721.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>58</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>provas dela decorrentes (art. 157, parágrafo 1 do</p><p>CPP).</p><p>Portanto, a quebra da cadeia de custódia das provas</p><p>é um ponto extremamente importante para nossa</p><p>prova.</p><p>QUAL A CONSEQUÊNCIA DA QUEBRA DE CADEIA DE</p><p>CUSTÓDIA?</p><p>Segundo o Defensor Púbico do Estado do Rio de</p><p>Janeiro Denis Sampaio (ex-examinador da DPE-</p><p>RJ)109, “se as etapas estão previstas em normas legais</p><p>e constituem o próprio conteúdo da prova material,</p><p>a quebra da cadeia de custódia gera o efeito da</p><p>ilicitude da prova, na medida em que haverá a</p><p>aplicabilidade do artigo 157 do CPP quando aponta</p><p>que são provas ilícitas as obtidas em violação a</p><p>normas constitucionais ou legais61. Tendo em vista</p><p>que o direito à prova lícita é um pressuposto legal e</p><p>inevitável da valoração da prova, a ilicitude da prova</p><p>gera62, em primeiro momento, a sua</p><p>inadmissibilidade e, em segundo ponto, a proibição</p><p>da valoração da mesma. Caso seja reconhecida a</p><p>quebra da cadeia de custódia em fase investigativa,</p><p>caberá ao juiz que decide sobre a admissibilidade da</p><p>acusação e das provas (juiz das garantias) o</p><p>reconhecimento da sua inadmissibilidade. Na</p><p>hipótese de identificação da quebra da cadeia de</p><p>custódia em fase judicial, haverá proibição de</p><p>valoração da prova em face da sua ilicitude.</p><p>Independentemente do momento de</p><p>reconhecimento da ilicitude da prova em decorrência</p><p>da quebra da cadeia de custódia, deverá a prova</p><p>pericial ser desentranhada da discussão processual</p><p>pela leitura e aplicação do art. 157, caput, do CPP.</p><p>Ainda, insta apontar que, se da prova pericial ilícita</p><p>em face da quebra da cadeia de custódia advier outro</p><p>elemento de prova, esse será considerado ilícito por</p><p>derivação (em virtude da contaminação), salvo se não</p><p>evidenciado o nexo de causalidade entre os mesmos</p><p>(art. 157, §1º, CPP)”.</p><p>CAIU NA DPE-SP-2015-FCC: “Na defesa de um réu</p><p>acusado da prática do crime de tráfico de drogas, a</p><p>Defensora Pública, ao preparar os memoriais,</p><p>identificou no laudo toxicológico − juntado na data de</p><p>audiência − a menção ao fato de que a droga levada à</p><p>perícia estava armazenada num saco transparente,</p><p>fechado por grampos de papel, e com o lacre rompido.</p><p>Em suas alegações, a Defensora deverá sustentar a</p><p>ilegitimidade da prova por conta da quebra da cadeia de</p><p>custódia”.110</p><p>109 SAMPAIO, Denis. Reflexões Defensivas: escritos de direito penal.</p><p>2020, p. 32.</p><p>§ 2º O agente público que reconhecer um elemento</p><p>como de potencial interesse para a produção da prova</p><p>pericial fica responsável por sua preservação. (Lei</p><p>Anticrime)</p><p>CAIU NA DPE-AM-2021-FCC: O princípio da mesmidade</p><p>guarda relação com a cadeia de custódia da prova, ao</p><p>estabelecer que a prova a ser valorada judicialmente é</p><p>exatamente e integralmente aquela que foi colhida. 111</p><p>§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou</p><p>latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à</p><p>infração penal. (Lei Anticrime)</p><p>Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o</p><p>rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: (Lei</p><p>Anticrime)</p><p>I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento</p><p>como de potencial interesse para a produção da prova</p><p>pericial;</p><p>II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das</p><p>coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato,</p><p>mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;</p><p>III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme</p><p>se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a</p><p>sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada</p><p>por fotografias, filmagens ou croqui, sendo</p><p>indispensável a sua descrição no laudo pericial</p><p>produzido pelo perito responsável pelo atendimento;</p><p>(Lei Anticrime)</p><p>IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será</p><p>submetido à análise pericial, respeitando suas</p><p>características e natureza; (Lei Anticrime)</p><p>V - acondicionamento: procedimento por meio do qual</p><p>cada vestígio coletado é embalado de forma</p><p>individualizada, de acordo com suas características</p><p>físicas, químicas e biológicas, para posterior análise,</p><p>com anotação da data, hora e nome de quem realizou a</p><p>coleta e o acondicionamento; (Lei Anticrime)</p><p>VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local</p><p>para o outro, utilizando as condições adequadas</p><p>(embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de</p><p>modo a garantir a manutenção de suas características</p><p>110 CERTO.</p><p>111 CERTO.</p><p>NOVIDADE</p><p>IMPORTANTE</p><p>59</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>originais, bem como o controle de sua posse; (Lei</p><p>Anticrime)</p><p>VII - recebimento: ato formal de transferência da posse</p><p>do vestígio, que deve ser documentado com, no</p><p>mínimo, informações referentes ao número de</p><p>procedimento e unidade de polícia judiciária</p><p>relacionada, local de origem, nome de quem</p><p>transportou o vestígio, código de rastreamento,</p><p>natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo,</p><p>assinatura e identificação de quem o recebeu; (Lei</p><p>Anticrime)</p><p>VIII - processamento: exame pericial em si,</p><p>manipulação do vestígio de acordo com a metodologia</p><p>adequada às suas características biológicas, físicas e</p><p>químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que</p><p>deverá ser formalizado em laudo produzido por</p><p>perito; (Lei Anticrime)</p><p>IX - armazenamento: procedimento referente à</p><p>guarda, em condições adequadas, do material a ser</p><p>processado, guardado para realização de contraperícia,</p><p>descartado ou transportado, com vinculação ao número</p><p>do laudo correspondente; (Lei Anticrime)</p><p>X - descarte: procedimento referente à liberação do</p><p>vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando</p><p>pertinente, mediante autorização judicial. (Lei</p><p>Anticrime)</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: Sobre os conceitos</p><p>referentes à cadeia de custódia da prova previstos no</p><p>Código de Processo Penal:</p><p>A) O armazenamento é procedimento referente à</p><p>liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e,</p><p>quando pertinente, mediante autorização judicial.</p><p>B) A fixação é ato de recolher o vestígio que será</p><p>submetido à análise pericial, respeitando suas</p><p>características e natureza.</p><p>C) O isolamento é o ato de distinguir um elemento como</p><p>de potencial interesse para a produção da prova pericial.</p><p>D) O processamento é o exame pericial em si, ocorrendo</p><p>a manipulação do vestígio de acordo com a metodologia</p><p>adequada às suas características biológicas, físicas e</p><p>químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que</p><p>deverá ser formalizado em laudo produzido por perito.</p><p>E) O descarte é o ato formal de transferência da posse</p><p>do vestígio, que deve ser documentado com, no</p><p>mínimo, informações referentes ao número de</p><p>procedimento e unidade de polícia judiciária</p><p>relacionada, local de origem, nome de quem</p><p>transportou o vestígio, código de rastreamento,</p><p>112 Gabarito: D.</p><p>natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo,</p><p>assinatura e identificação de quem o recebeu. 112</p><p>Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser</p><p>ao § 2º do art. 3º-B do CPP, incluído pela Lei</p><p>nº 13.964/2019, para assentar que:</p><p>a) o juiz pode decidir de forma fundamentada,</p><p>reconhecendo a necessidade de novas prorrogações do</p><p>inquérito, diante de elementos concretos e da</p><p>complexidade da investigação; e</p><p>b) a inobservância do prazo previsto em lei não implica</p><p>a revogação automática da prisão preventiva, devendo</p><p>o juízo competente ser instado a avaliar os motivos que</p><p>a ensejaram, nos termos da ADI nº 6.581; (ADIs 6298,</p><p>6299, 6300 e 6305, j. agosto de 2023)</p><p>Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange</p><p>todas as infrações penais, exceto as de menor</p><p>potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da</p><p>denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste</p><p>Código. (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>O STF, por unanimidade, atribuiu interpretação</p><p>conforme à primeira parte do caput do art. 3º-C do CPP,</p><p>incluído pela Lei nº 13.964/2019, para esclarecer que as</p><p>normas relativas ao juiz das garantias não se aplicam às</p><p>seguintes situações:</p><p>a) processos de competência originária dos tribunais, os</p><p>quais são regidos pela Lei nº 8.038/1990;</p><p>b) processos de competência do tribunal do júri;</p><p>c) casos de violência doméstica e familiar; e</p><p>d) infrações penais de menor potencial ofensivo;</p><p>(ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto de 2023)</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>6</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CRÍTICAS DOUTRINÁRIAS</p><p>Parte da doutrina institucional voltada à Defensoria</p><p>Pública não viu com bons olhos as outras exceções ao</p><p>juiz das garantias estabelecidas pelo STF conforme</p><p>julgamento acima.</p><p>Para o professor Fábio Jacyntho, Defensor Público do</p><p>Estado de São Paulo e ex examinador de prova de</p><p>Defensoria Pública, o problema fundamental é a</p><p>exclusão dos processos do Tribunal do Júri.</p><p>Para o professor, “a corte legislou aqui, já que o</p><p>parlamento excluiu apenas os processos por crimes</p><p>de menor potencial ofensivo, ou seja, todos os outros,</p><p>inclusive do Tribunal do Júri passariam pelo juiz das</p><p>garantias. Aliás, a corte prossegue a sua atuação</p><p>contra o tribunal popular, já que os réus desses casos</p><p>além de não terem direito ao duplo grau de jurisdição,</p><p>agora não terão direito ao Juiz das garantias. É</p><p>evidente a má-vontade do STF, há um cerco a este</p><p>procedimento, com o evidente intuito de matá-lo por</p><p>inanição. Penso que logo virá uma emenda à</p><p>constituição, para que o réu possa escolher se será</p><p>julgado pelo Tribunal do Júri, sendo que a diminuição</p><p>das garantias tornaria a "opção" pelo juízo singular</p><p>mais conveniente. Enfim, após 04 (quatro) anos de</p><p>espera, o resultado do julgamento é decepcionante.”</p><p>Fonte: post no Instagram @beca_surrada, que</p><p>pertence ao professor Fábio Jacyntho.</p><p>Por maioria, o STF declarou a inconstitucionalidade da</p><p>expressão "recebimento da denúncia ou queixa na</p><p>forma do art. 399 deste Código" contida na segunda</p><p>parte do caput do art. 3º-C do CPP, incluído pela Lei nº</p><p>13.964/2019, e atribuiu interpretação conforme para</p><p>assentar que a competência do juiz das garantias cessa</p><p>com o oferecimento da denúncia, vencido o Ministro</p><p>Edson Fachin. (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto</p><p>de 2023)</p><p>§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões</p><p>pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e</p><p>julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>O STF, por maioria, declarou a inconstitucionalidade do</p><p>termo "Recebida" contido no § 1º do art. 3º-C do CPP,</p><p>incluído pela Lei nº 13.964/2019, e atribuiu</p><p>interpretação conforme ao dispositivo para assentar</p><p>que, oferecida a denúncia ou queixa, as questões</p><p>pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e</p><p>julgamento, vencido o Ministro Edson Fachin. (ADIs</p><p>6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto de 2023)</p><p>§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não</p><p>vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após o</p><p>recebimento da denúncia ou queixa, deverá</p><p>reexaminar a necessidade das medidas cautelares em</p><p>curso, no prazo máximo de 10 dias. (Lei Anticrime –</p><p>13.964/19)</p><p>O STF, por maioria, declarou a inconstitucionalidade</p><p>do termo "recebimento" contido no § 2º do art. 3º-C do</p><p>CPP, incluído pela Lei nº 13.964/2019, e atribuir</p><p>interpretação conforme ao dispositivo para assentar</p><p>que, após o oferecimento da denúncia ou queixa, o juiz</p><p>da instrução e julgamento deverá reexaminar a</p><p>necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo</p><p>máximo de 10 (dez) dias, vencido o Ministro Edson</p><p>Fachin. (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto de</p><p>2023)</p><p>§ 3º Os autos que compõem as matérias de</p><p>competência do juiz das garantias ficarão acautelados</p><p>na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério</p><p>Público e da defesa, e não serão apensados aos autos</p><p>do processo enviados ao juiz da instrução e</p><p>julgamento, ressalvados os documentos relativos às</p><p>provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou</p><p>de antecipação de provas, que deverão ser remetidos</p><p>para apensamento em apartado. (Lei Anticrime –</p><p>13.964/19) (DECLARADO INCONSTITUCIONAL PELO</p><p>STF)</p><p>§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos</p><p>acautelados na secretaria do juízo das garantias. (Lei</p><p>Anticrime – 13.964/19) (DECLARADO</p><p>INCONSTITUCIONAL PELO STF)</p><p>O STF, por unanimidade, declarou a</p><p>inconstitucionalidade, com redução de texto, dos §§ 3º</p><p>e 4º do art. 3º-C do CPP, incluídos pela Lei nº</p><p>13.964/2019, e atribuiu interpretação conforme para</p><p>entender que os autos que compõem as matérias de</p><p>competência do juiz das garantias serão remetidos ao</p><p>juiz da instrução e julgamento; (ADIs 6298, 6299,</p><p>6300 e 6305, j. agosto de 2023)</p><p>Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar</p><p>qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º</p><p>deste Código ficará impedido de funcionar no</p><p>processo. (Lei Anticrime – 13.964/19) (DECLARADO</p><p>INCONSTITUCIONAL PELO STF)</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>7</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar</p><p>apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de</p><p>rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições</p><p>deste Capítulo. (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>(DECLARADO INCONSTITUCIONAL PELO STF)</p><p>Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme</p><p>as normas de organização judiciária da União, dos</p><p>Estados e do Distrito Federal, observando critérios</p><p>objetivos a serem periodicamente divulgados pelo</p><p>respectivo tribunal. (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>O STF, por unanimidade, atribuiu interpretação</p><p>conforme ao art. 3º-E do CPP, incluído pela Lei nº</p><p>13.964/2019, para assentar que o juiz das garantias</p><p>será investido, e não designado, conforme as normas</p><p>de organização judiciária da União, dos Estados e do</p><p>Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem</p><p>periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal;</p><p>(ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto de 2023)</p><p>Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o</p><p>cumprimento das regras para o tratamento dos</p><p>presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer</p><p>autoridade com órgãos da imprensa para explorar a</p><p>imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de</p><p>responsabilidade civil, administrativa e penal. (Lei</p><p>Anticrime – 13.964/19)</p><p>Parágrafo único. Por meio de regulamento, as</p><p>autoridades deverão disciplinar, em 180 dias, o modo</p><p>pelo qual as informações sobre a realização da prisão e</p><p>a identidade do preso serão, de modo padronizado e</p><p>respeitada a programação normativa aludida</p><p>no caput deste artigo, transmitidas à imprensa,</p><p>assegurados a efetividade da persecução penal, o</p><p>direito à informação e a dignidade da pessoa submetida</p><p>à prisão. (Lei Anticrime – 13.964/19)</p><p>O STF, por unanimidade, atribuiu interpretação</p><p>conforme ao parágrafo único do art. 3º-F do CPP,</p><p>incluído pela Lei nº 13.964/2019, para assentar que a</p><p>divulgação de informações sobre a realização</p><p>realizada</p><p>preferencialmente por perito oficial, que dará o</p><p>encaminhamento necessário para a central de</p><p>custódia, MESMO QUANDO for necessária a realização</p><p>de exames complementares. (Lei Anticrime)</p><p>§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito</p><p>ou processo devem ser tratados como descrito nesta</p><p>Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza</p><p>criminal responsável por detalhar a forma do seu</p><p>cumprimento. (Lei Anticrime)</p><p>§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como</p><p>a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime</p><p>antes da liberação por parte do perito responsável,</p><p>sendo tipificada como FRAUDE PROCESSUAL a sua</p><p>realização. (Lei Anticrime)</p><p>Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do</p><p>vestígio será determinado pela natureza do</p><p>material. (Lei Anticrime)</p><p>§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com</p><p>lacres, com numeração individualizada, de forma a</p><p>garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio</p><p>durante o transporte. (Lei Anticrime)</p><p>§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio,</p><p>preservar suas características, impedir contaminação e</p><p>vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço</p><p>para registro de informações sobre seu conteúdo. (Lei</p><p>Anticrime)</p><p>§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que</p><p>vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoa</p><p>autorizada. (Lei Anticrime)</p><p>§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer</p><p>constar na ficha de acompanhamento de vestígio o</p><p>nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a</p><p>finalidade, bem como as informações referentes ao</p><p>novo lacre utilizado. (Lei Anticrime)</p><p>§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no</p><p>interior do novo recipiente. (Lei Anticrime)</p><p>Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística</p><p>deverão ter uma central de custódia destinada à</p><p>guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>60</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial</p><p>de natureza criminal. (Lei Anticrime)</p><p>§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços</p><p>de protocolo, com local para conferência, recepção,</p><p>devolução de materiais e documentos, possibilitando a</p><p>seleção, a classificação e a distribuição de materiais,</p><p>devendo ser um espaço seguro e apresentar condições</p><p>ambientais que não interfiram nas características do</p><p>vestígio. (Lei Anticrime)</p><p>§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de</p><p>vestígio deverão ser protocoladas, consignando-se</p><p>informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles</p><p>se relacionam. (Lei Anticrime)</p><p>§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio</p><p>armazenado deverão ser identificadas e deverão ser</p><p>registradas a data e a hora do acesso. (Lei Anticrime)</p><p>§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado,</p><p>todas as ações deverão ser registradas, consignando-se</p><p>a identificação do responsável pela tramitação, a</p><p>destinação, a data e horário da ação. (Lei Anticrime)</p><p>Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material</p><p>deverá ser devolvido à central de custódia, devendo</p><p>nela permanecer. (Lei Anticrime)</p><p>Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua</p><p>espaço ou condições de armazenar determinado</p><p>material, deverá a autoridade policial ou judiciária</p><p>determinar as condições de depósito do referido</p><p>material em local diverso, mediante requerimento do</p><p>diretor do órgão central de perícia oficial de natureza</p><p>criminal. (Lei Anticrime)</p><p>Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias</p><p>serão realizados por perito oficial, portador de diploma</p><p>de curso superior.</p><p>§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado</p><p>por 2 PESSOAS IDÔNEAS, portadoras de diploma de</p><p>curso superior preferencialmente na área específica,</p><p>dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada</p><p>com a natureza do exame.</p><p>§ 2o Os peritos NÃO oficiais prestarão o compromisso</p><p>de bem e fielmente desempenhar o encargo.</p><p>§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao</p><p>assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao</p><p>acusado a formulação de quesitos e indicação de</p><p>assistente técnico.</p><p>§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão</p><p>pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do</p><p>laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas</p><p>desta decisão.</p><p>§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido</p><p>às partes, quanto à perícia:</p><p>I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a</p><p>prova ou para responderem a quesitos, desde que o</p><p>mandado de intimação e os quesitos ou questões a</p><p>serem esclarecidas sejam encaminhados</p><p>com antecedência mínima de 10 dias, podendo</p><p>apresentar as respostas em laudo complementar;</p><p>II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar</p><p>pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser</p><p>inquiridos em audiência.</p><p>§ 6o Havendo requerimento das partes, o material</p><p>probatório que serviu de base à perícia será</p><p>disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que</p><p>manterá sempre sua guarda, e na presença de perito</p><p>oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for</p><p>impossível a sua conservação.</p><p>§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais</p><p>de uma área de conhecimento especializado, poder-se-</p><p>á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a</p><p>parte indicar mais de um assistente técnico.</p><p>Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde</p><p>descreverão minuciosamente o que examinarem, e</p><p>responderão aos quesitos formulados.</p><p>Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no</p><p>prazo MÁXIMO de 10 dias, podendo este prazo ser</p><p>prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos</p><p>peritos.</p><p>Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito</p><p>em qualquer dia e a qualquer hora.</p><p>Art. 162. A autópsia será feita pelo menos 6 horas</p><p>depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos</p><p>sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes</p><p>daquele prazo, o que declararão no auto.</p><p>Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará</p><p>o simples exame externo do cadáver, quando não</p><p>IMPORTANTE</p><p>IMPORTANTE</p><p>61</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>houver infração penal que apurar, ou quando as lesões</p><p>externas permitirem precisar a causa da morte e não</p><p>houver necessidade de exame interno para a</p><p>verificação de alguma circunstância relevante.</p><p>Art. 163. Em caso de exumação para exame</p><p>cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia</p><p>e hora previamente marcados, se realize a diligência, da</p><p>qual se lavrará auto circunstanciado.</p><p>Parágrafo único. O administrador de cemitério público</p><p>ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de</p><p>desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem</p><p>indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em</p><p>lugar não destinado a inumações, a autoridade</p><p>procederá às pesquisas necessárias, o que tudo</p><p>constará do auto.</p><p>Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na</p><p>posição em que forem encontrados, bem como, na</p><p>medida do possível, todas as lesões externas e vestígios</p><p>deixados no local do crime.</p><p>Art. 165. Para representar as lesões encontradas no</p><p>cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo</p><p>do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos,</p><p>devidamente rubricados.</p><p>Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do</p><p>cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento</p><p>pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição</p><p>congênere ou pela inquirição de testemunhas,</p><p>lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade,</p><p>no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e</p><p>indicações.</p><p>Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados</p><p>e autenticados todos os objetos encontrados, que</p><p>possam ser úteis para a identificação do cadáver.</p><p>Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de</p><p>delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova</p><p>testemunhal poderá suprir-lhe a falta.</p><p>Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro</p><p>exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a</p><p>exame complementar por determinação da autoridade</p><p>policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do</p><p>Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de</p><p>seu defensor.</p><p>§ 1o No exame complementar, os peritos terão</p><p>presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a</p><p>deficiência ou retificá-lo.</p><p>§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação</p><p>do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser</p><p>feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da</p><p>data do crime.</p><p>§ 3o A falta de exame complementar poderá ser</p><p>suprida pela prova testemunhal.</p><p>Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver</p><p>sido praticada a infração, a autoridade providenciará</p><p>imediatamente para que não se altere o estado das</p><p>coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir</p><p>seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas</p><p>elucidativos.</p><p>Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as</p><p>alterações do estado das coisas e discutirão, no</p><p>relatório, as consequências dessas alterações na</p><p>dinâmica dos fatos.</p><p>Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos</p><p>guardarão material suficiente para a eventualidade de</p><p>nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão</p><p>ilustrados com provas fotográficas, ou</p><p>microfotográficas, desenhos ou esquemas.</p><p>Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou</p><p>rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por</p><p>meio de escalada, os peritos, além de descrever os</p><p>vestígios, indicarão com que instrumentos, por que</p><p>meios e em que época presumem ter sido o fato</p><p>praticado.</p><p>Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação</p><p>de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam</p><p>produto do crime.</p><p>Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os</p><p>peritos procederão à avaliação por meio dos elementos</p><p>existentes nos autos e dos que resultarem de</p><p>diligências.</p><p>Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a</p><p>causa e o lugar em que houver começado, o perigo que</p><p>dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio</p><p>alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais</p><p>circunstâncias que interessarem à elucidação do fato.</p><p>Art. 174. No exame para o reconhecimento de</p><p>escritos, por comparação de letra, observar-se-á o</p><p>seguinte:</p><p>I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o</p><p>escrito será intimada para o ato, se for encontrada;</p><p>62</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>II - para a comparação, poderão servir quaisquer</p><p>documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem</p><p>sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou</p><p>sobre cuja autenticidade não houver dúvida;</p><p>III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o</p><p>exame, os documentos que existirem em arquivos ou</p><p>estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a</p><p>diligência, se daí não puderem ser retirados;</p><p>IV - quando não houver escritos para a comparação ou</p><p>forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará</p><p>que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver</p><p>ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última</p><p>diligência poderá ser feita por precatória, em que se</p><p>consignarão as palavras que a pessoa será intimada a</p><p>escrever.</p><p>Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos</p><p>empregados para a prática da infração, a fim de se Ihes</p><p>verificar a natureza e a eficiência.</p><p>Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular</p><p>quesitos até o ato da diligência.</p><p>Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos</p><p>peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém,</p><p>no caso de ação privada, acordo das partes, essa</p><p>nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.</p><p>Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão</p><p>transcritos na precatória.</p><p>Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado</p><p>pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao</p><p>processo o laudo assinado pelos peritos.</p><p>Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará</p><p>o auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se</p><p>presente ao exame, também pela autoridade.</p><p>Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único,</p><p>o laudo, que poderá ser datilografado, será subscrito e</p><p>rubricado em suas folhas por todos os peritos.</p><p>Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão</p><p>consignadas no auto do exame as declarações e</p><p>respostas de um e de outro, ou cada um redigirá</p><p>separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará</p><p>um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade</p><p>poderá mandar proceder a novo exame por outros</p><p>peritos.</p><p>113 ERRADO.</p><p>Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou</p><p>no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a</p><p>autoridade judiciária mandará suprir a formalidade,</p><p>complementar ou esclarecer o laudo.</p><p>Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar</p><p>que se proceda a novo exame, por outros peritos, se</p><p>julgar conveniente.</p><p>Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo</p><p>aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.</p><p>CAIU NA DPE-AP-2022-FCC: Em virtude do princípio da</p><p>especialidade científica, o juiz ficará adstrito ao laudo</p><p>produzido por perito oficial, desde que por ele nomeado</p><p>e portador de diploma de curso superior. 113</p><p>Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública,</p><p>observar-se-á o disposto no art. 19.</p><p>Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o</p><p>juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida</p><p>pelas partes, quando não for necessária ao</p><p>esclarecimento da verdade.</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art159..</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art159..</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art160.</p><p>63</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CÓDIGO DE PROCESSO</p><p>PENAL</p><p>CAPÍTULO III</p><p>DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO</p><p>Art. 185. O acusado que comparecer perante a</p><p>autoridade judiciária, no curso do processo penal, será</p><p>qualificado e interrogado na presença de seu defensor,</p><p>constituído ou nomeado.</p><p>§ 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em</p><p>sala própria, no estabelecimento em que estiver</p><p>recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do</p><p>juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares</p><p>bem como a presença do defensor e a publicidade do</p><p>ato.</p><p>§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão</p><p>fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes,</p><p>poderá realizar o interrogatório do réu preso por</p><p>sistema de videoconferência ou outro recurso</p><p>tecnológico de transmissão de sons e imagens em</p><p>tempo real, desde que a medida seja necessária para</p><p>atender a uma das seguintes finalidades:</p><p>I - prevenir risco à segurança pública, quando exista</p><p>fundada suspeita de que o preso integre organização</p><p>criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir</p><p>durante o deslocamento;</p><p>II - viabilizar a participação do réu no referido ato</p><p>processual, quando haja relevante dificuldade para seu</p><p>comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra</p><p>circunstância pessoal;</p><p>III - impedir a influência do réu no ânimo de</p><p>testemunha ou da vítima, desde que não seja possível</p><p>colher o depoimento destas por videoconferência, nos</p><p>termos do art. 217 deste Código;</p><p>114 Gabarito: D</p><p>IV - responder à gravíssima questão de ordem</p><p>pública.</p><p>DEPOIMENTO POR VIDEOCONFERÊNCIA</p><p>Em provas de Defensoria, principalmente provas</p><p>abertas, recomendamos que vocês tenham uma</p><p>visão crítica desse instituto, sobretudo porque o</p><p>interrogatório por videoconferência viola as regras</p><p>básicas do devido processo legal, ao subverter</p><p>garantias constitucionais como a</p><p>ampla defesa (pois</p><p>corolário desse direito é o DIREITO DE PRESENÇA), o</p><p>contraditório, a dignidade da pessoa humana, entre</p><p>outras. Assim, o referido instituto não seria</p><p>constitucional/convencional, mormente o inciso IV</p><p>por sua redação absurdamente vaga e imprecisa.</p><p>CAIU NA DPE-AM-2018-FCC: O interrogatório do</p><p>acusado pelo juiz − de ofício ou a requerimento das</p><p>partes − poderá ser realizado pelo sistema de</p><p>videoconferência, observando-se a seguinte regra:</p><p>A) Somente quando no estabelecimento onde o réu</p><p>estiver recolhido não dispuser de sala própria para a</p><p>realização do ato na presença do juiz, do membro do</p><p>Ministério Público e do defensor.</p><p>B) Quando haja dificuldade para o comparecimento do</p><p>réu em juízo, por enfermidade, deslocamento do</p><p>presídio, conveniência da instrução processual no caso</p><p>de coautoria ou participação ou para não interromper a</p><p>atividade laboral no presídio.</p><p>C) É medida obrigatória quando a presença em juízo</p><p>influenciar o ânimo de testemunhas ou vítima.</p><p>D) É medida excepcional que visa prevenir risco à</p><p>segurança pública, quando exista fundada suspeita de</p><p>que o preso integre organização criminosa ou de que,</p><p>por outra razão, possa fugir durante o deslocamento.</p><p>E) Somente poderá ocorrer se o réu tiver participado de</p><p>todos os atos instrutórios, tiver Advogado constituído</p><p>ou Defensor Público lotado no estabelecimento onde</p><p>estiver recolhido. 114</p><p>CAIU NA DPE-SP-2009-FCC “A Lei Federal nº 11.900, de</p><p>8 de janeiro de 2009, ao prever a possibilidade de</p><p>realização de interrogatório e outros atos processuais</p><p>por sistema de videoconferência viola a Convenção</p><p>Americana de Direitos Humanos, que garante o direito</p><p>de toda pessoa presa de ser conduzida à presença de</p><p>um juiz”. 115</p><p>§ 3o Da decisão que determinar a realização de</p><p>interrogatório por videoconferência, as partes serão</p><p>intimadas com 10 dias de antecedência.</p><p>115 GAB: C.</p><p>INTERROGATÓRIO</p><p>MEIO DE DEFESA MEIO DE PROVA NATUREZA HÍBRIDA</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art217.</p><p>64</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CRÍTICA DEFENSORIAL</p><p>Quem estuda para Defensoria Pública deve entender</p><p>que o interrogatório é o momento que o réu tem de</p><p>se autodefender, portanto há de ser pessoalmente</p><p>(pelo menos é o que deve ser sustentado em fases</p><p>avançadas). Isso porque as emoções sentidas olho a</p><p>olho são completamente diferentes das vistas por</p><p>uma tela fria de um computador ou televisor.</p><p>Ademais, no HC 585.942, julgado em 2020, o STJ</p><p>entendeu que o interrogatório do réu em ação penal</p><p>deve ser SEMPRE O ÚLTIMO ATO DA INSTRUÇÃO,</p><p>desta forma, se as testemunhas no caso forem</p><p>ouvidas por carta precatória, será necessário</p><p>aguardar a devolução das mesmas antes da oitiva do</p><p>acusado, sob pena de nulidade presumida. Esse</p><p>julgado é importantíssimo!</p><p>§ 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o</p><p>preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema</p><p>tecnológico, a realização de todos os atos da audiência</p><p>única de instrução e julgamento de que tratam os arts.</p><p>400, 411 e 531 deste Código.</p><p>§ 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz</p><p>garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e</p><p>reservada com o seu defensor; se realizado por</p><p>videoconferência, fica também garantido o acesso a</p><p>canais telefônicos reservados para comunicação entre o</p><p>defensor que esteja no presídio e o advogado presente</p><p>na sala de audiência do Fórum, e entre este e o</p><p>preso.</p><p>§ 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para</p><p>a realização de atos processuais por sistema de</p><p>videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e</p><p>pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério</p><p>Público e pela Ordem dos Advogados do</p><p>Brasil.</p><p>§ 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em</p><p>juízo nas hipóteses em que o interrogatório não se</p><p>realizar na forma prevista nos §§ 1o e 2o deste</p><p>artigo.</p><p>§ 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e 5o deste</p><p>artigo, no que couber, à realização de outros atos</p><p>processuais que dependam da participação de pessoa</p><p>que esteja presa, como acareação, reconhecimento de</p><p>pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada</p><p>de declarações do ofendido.</p><p>116 ERRADO.</p><p>§ 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o</p><p>acompanhamento do ato processual pelo acusado e</p><p>seu defensor.</p><p>§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação</p><p>sobre a existência de filhos, respectivas idades e se</p><p>possuem alguma deficiência e o nome e o contato de</p><p>eventual responsável pelos cuidados dos filhos,</p><p>indicado pela pessoa presa (Incluído pela Lei nº</p><p>13.257, de 2016 – Estatuto da Primeira Infância)</p><p>Art. 186. Depois de devidamente qualificado e</p><p>cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será</p><p>informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório,</p><p>do seu direito de permanecer calado e de não responder</p><p>perguntas que lhe forem formuladas.</p><p>Parágrafo único. O silêncio, que não importará em</p><p>confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da</p><p>defesa.</p><p>CAIU NA DP-DF-2019-CESPE: Manoel foi denunciado</p><p>pela prática de homicídio doloso; o processo seguirá as</p><p>regras do rito do tribunal do júri.</p><p>Considerando a situação hipotética precedente e acerca</p><p>dos procedimentos relativos a processos da</p><p>competência do tribunal do júri, julgue o item seguinte.</p><p>Na sessão de julgamento pelo plenário do júri, Manoel,</p><p>estando presente, tem direito de permanecer calado</p><p>em seu interrogatório; no entanto, nos debates orais, o</p><p>acusador poderá fazer uso do argumento de que “Quem</p><p>cala, consente!”.116</p><p>É ilegal o encerramento do interrogatório do paciente</p><p>que se nega a responder aos questionamentos do juiz</p><p>instrutor antes de oportunizar as indagações pela</p><p>defesa. STJ. 6ª Turma. HC 703.978-SC, Rel. Min. Olindo</p><p>Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª</p><p>Região), julgado em 05/04/2022 (Info 732).</p><p>CAIU NA DPE-SP-2023-FCC: Conforme o Superior</p><p>Tribunal de Justiça, constitui causa de nulidade relativa</p><p>o encerramento do interrogatório do acusado que se</p><p>nega a responder aos questionamentos do juiz antes de</p><p>oportunizar as indagações pela defesa. 117</p><p>Art. 187. O interrogatório será constituído de duas</p><p>partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os</p><p>fatos.</p><p>117 ERRADO. Nulidade absoluta.</p><p>IMPORTANTE</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art400.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art400.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art411</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art531.</p><p>65</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>§ 1o Na PRIMEIRA PARTE o interrogando será</p><p>perguntado sobre a residência, meios de vida ou</p><p>profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a</p><p>sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi</p><p>preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo,</p><p>qual o juízo do processo, se houve suspensão</p><p>condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a</p><p>cumpriu e outros dados familiares e sociais.</p><p>§ 2o Na SEGUNDA PARTE será perguntado</p><p>sobre:</p><p>I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;</p><p>II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum</p><p>motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa</p><p>ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do</p><p>crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da</p><p>prática da infração ou depois dela;</p><p>III - onde estava ao tempo em que foi cometida a</p><p>infração e se teve notícia desta;</p><p>IV - as provas já apuradas;</p><p>V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou</p><p>por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar</p><p>contra elas;</p><p>VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a</p><p>infração, ou qualquer</p><p>objeto que com esta se relacione</p><p>e tenha sido apreendido;</p><p>VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam</p><p>à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da</p><p>infração;</p><p>VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.</p><p>INTERROGATÓRIO EM DUAS PARTES</p><p>Entende-se majoritariamente que o interrogatório do</p><p>acusado possui duas partes, nos moldes</p><p>estabelecidos no art. 187 do CPP.</p><p>A primeira é referente à sua QUALIFICAÇÃO. Nessa</p><p>parte, o acusado é OBRIGADO a responder às</p><p>perguntas, justamente por elas não dizerem respeito</p><p>ao fato tratado no processo, mas apenas a sua</p><p>qualificação (§ 1o , art. 187).</p><p>A segunda parte do interrogatório é aquela em que</p><p>efetivamente são feitas perguntas em relação aos</p><p>fatos do processo. Nessa, naturalmente, pelo</p><p>118 Gabarito: C.</p><p>brocardo nemo tenetur se detegere, o acusado não é</p><p>obrigado a responder nenhuma pergunta sequer.</p><p>Ainda, é DEVER do juiz informar ao acusado, ANTES</p><p>de iniciar a segunda etapa, do seu direito ao silêncio.</p><p>A quem sustente que como a defesa no processo</p><p>penal é ampla, e não há ressalvas em relação ao</p><p>interrogatório quanto a isso, não faz sentido segregar</p><p>o interrogatório e atribuir o direito ao silêncio apenas</p><p>a uma parte do ato.</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: Luiz foi preso em flagrante</p><p>por crime de furto e, ao final da instrução processual, na</p><p>entrevista reservada, conhece pelo Defensor Público</p><p>seus direitos durante o interrogatório judicial, que são:</p><p>A) o silêncio poderá ser utilizado como prova da prática</p><p>do crime de furto ao sentenciar Luiz, ante máxima de</p><p>que o inocente brada desde logo sua inocência.</p><p>B) se optar por confessar, não lhe será perguntado sobre</p><p>os detalhes do furto.</p><p>C) o réu pode escolher responder somente às perguntas</p><p>do Juiz e do Defensor Público, negando-se a responder</p><p>qualquer pergunta do Promotor de Justiça.</p><p>D) o direito ao silêncio é constitucional e indivisível, de</p><p>modo que ele não poderá escolher quais perguntas</p><p>responderá.</p><p>E) na primeira fase do interrogatório, é defeso ao juiz</p><p>perguntar sobre questões envolvendo oportunidades</p><p>sociais.118</p><p>Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz</p><p>indagará das partes se restou algum fato para ser</p><p>esclarecido, formulando as perguntas correspondentes</p><p>se o entender pertinente e relevante.</p><p>Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo</p><p>ou em parte, poderá prestar esclarecimentos e indicar</p><p>provas.</p><p>Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre</p><p>os motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas</p><p>concorreram para a infração, e quais sejam.</p><p>Art. 191. Havendo + de um acusado, serão interrogados</p><p>separadamente.</p><p>Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do</p><p>surdo-mudo será feito pela forma</p><p>seguinte:</p><p>I - ao surdo serão apresentadas por escrito as</p><p>perguntas, que ele responderá oralmente;</p><p>66</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente,</p><p>respondendo-as por escrito;</p><p>III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por</p><p>escrito e do mesmo modo dará as</p><p>respostas.</p><p>Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou</p><p>escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob</p><p>compromisso, pessoa habilitada a entendê-</p><p>lo.</p><p>Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua</p><p>nacional, o interrogatório será feito por meio de</p><p>intérprete.</p><p>Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não</p><p>puder ou não quiser assinar, tal fato será consignado no</p><p>termo.</p><p>Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo</p><p>interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de</p><p>qualquer das partes.</p><p>CAIU NA DPE-AM-2021-FCC: O interrogatório do réu é</p><p>ato único, não podendo ser renovado pelo magistrado</p><p>de ofício ou a pedido das partes. 119</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>DA CONFISSÃO</p><p>Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios</p><p>adotados para os outros elementos de prova, e para a</p><p>sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais</p><p>provas do processo, verificando se entre ela e estas</p><p>existe compatibilidade ou concordância.</p><p>CAIU NA DPE-AM-2021-FCC: A confissão informal</p><p>realizada perante os agentes da lei é suficiente a ensejar</p><p>o desfecho condenatório. 120</p><p>Art. 198. O silêncio do acusado não importará</p><p>confissão, mas poderá constituir elemento para a</p><p>formação do convencimento do juiz.</p><p>CUIDADO: A ÚLTIMA FRASE DO ART. 198 NÃO FOI</p><p>RECEPCIONADA PELA CONSTITUIÇÃO DE 1988</p><p>No processo penal não é possível interpretar o</p><p>silêncio do réu como consentimento, e sim como</p><p>exercício do direito de permanecer calado.</p><p>Desdobramento lógico do direito ao silêncio.</p><p>119 ERRADO.</p><p>120 ERRADO.</p><p>121 ERRADO.</p><p>Art. 199. A confissão, quando feita fora do</p><p>interrogatório, será tomada por termo nos autos,</p><p>observado o disposto no art. 195.</p><p>Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem</p><p>prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no</p><p>exame das provas em conjunto.</p><p>CAIU NA DPE-PA-2022-CESPE: A confissão é indivisível</p><p>e irretratável, sem prejuízo do livre convencimento do</p><p>juiz, fundado no exame das provas em conjunto. 121</p><p>Súmula 545-STJ: Quando a confissão for utilizada para</p><p>a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus</p><p>à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal.</p><p>CAIU NA DPE-BA-2021-FCC: Sobre a confissão, é</p><p>correto afirmar: Ainda que parcial, atenua a pena, se</p><p>utilizada para dar suporte à condenação122</p><p>CAIU NA DPE-MA-2018-FCC: A confissão qualificada,</p><p>ainda que utilizada como elemento de convicção do</p><p>magistrado, não servirá para atenuar a pena. 123</p><p>Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da confissão</p><p>espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes</p><p>exige o reconhecimento da traficância pelo acusado,</p><p>não bastando a mera admissão da posse ou propriedade</p><p>para uso próprio.</p><p>CAIU NA DPE-RS-2022-CESPE: Pedro foi preso em</p><p>flagrante delito portando cinco quilos de maconha em</p><p>sua mochila. Em seu interrogatório, negou a traficância,</p><p>mas admitiu a posse da droga, afirmando que ela não</p><p>lhe pertencia e que apenas a estava levando para</p><p>guardá-la, em troca de recompensa financeira. Pedro,</p><p>que não possuía antecedentes criminais, foi condenado</p><p>por tráfico ilícito de entorpecentes.</p><p>Considerando essa situação hipotética, julgue o item</p><p>seguinte.</p><p>Segundo o entendimento do STJ, Pedro tem direito à</p><p>atenuante da confissão espontânea, que não exige o</p><p>reconhecimento da traficância pelo acusado, bastando</p><p>a mera admissão da posse.124</p><p>CAPÍTULO V</p><p>DO OFENDIDO</p><p>Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será</p><p>qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da</p><p>infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as</p><p>122 CERTO.</p><p>123 ERRADO.</p><p>124 ERRADO.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art195.</p><p>67</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas</p><p>declarações.</p><p>§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer</p><p>sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à</p><p>presença da autoridade.</p><p>ATENÇÃO</p><p>Em 22/05/2019, o STF publicou o acórdão da decisão</p><p>proferida nas ADPF 395 e 444, nas quais se</p><p>questionava a constitucionalidade da condução</p><p>coercitiva para interrogatório. Em seu voto, Gilmar</p><p>Mendes esclareceu que aquelas ações buscavam o</p><p>reconhecimento de que investigados e réus não</p><p>pudessem ser conduzidos coercitivamente à</p><p>presença da autoridade policial ou judicial para</p><p>serem interrogados.</p><p>O ministro deixou claro que havia outras hipóteses de</p><p>condução coercitiva que NÃO eram são objeto</p><p>daquela ação, como é o caso da condução de</p><p>testemunhas ou até mesmo do ofendido, neste</p><p>caso do art.201, § 1o.</p><p>O resultado foi a não recepção do art. 260 do CPP,</p><p>que permite a condução coercitiva</p><p>do</p><p>investigado/acusado. Veremos mais à frente!</p><p>§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais</p><p>relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à</p><p>designação de data para audiência e à sentença e</p><p>respectivos acórdãos que a mantenham ou</p><p>modifiquem.</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: A vítima, segundo</p><p>disposição expressa do Código de Processo Penal,</p><p>deverá ser comunicada dos atos processuais relativos ao</p><p>ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de</p><p>data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos</p><p>que a mantenham ou modifiquem.125</p><p>§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no</p><p>endereço por ele indicado, admitindo-se, por opção do</p><p>ofendido, o uso de meio eletrônico.</p><p>§ 4o Antes do início da audiência e durante a sua</p><p>realização, será reservado espaço separado para o</p><p>ofendido.</p><p>§ 5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar</p><p>o ofendido para atendimento multidisciplinar,</p><p>especialmente nas áreas psicossocial, de assistência</p><p>125 CERTO.</p><p>jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do</p><p>Estado.</p><p>§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à</p><p>preservação da intimidade, vida privada, honra e</p><p>imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o</p><p>segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos</p><p>e outras informações constantes dos autos a seu</p><p>respeito para evitar sua exposição aos meios de</p><p>comunicação.</p><p>68</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CÓDIGO DE PROCESSO</p><p>PENAL</p><p>CAPÍTULO VI</p><p>DAS TESTEMUNHAS</p><p>Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.</p><p>CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA126</p><p>a) Testemunhas</p><p>diretas —</p><p>Quando não há</p><p>intermediação entre o fato e o</p><p>testemunho, ou seja, aquelas</p><p>que presenciaram os fatos.</p><p>b) Testemunhas</p><p>indiretas —</p><p>Aquelas que souberam dos</p><p>fatos por intermédio de</p><p>outrem sem, no entanto, os</p><p>terem presenciado.</p><p>c) Testemunhas</p><p>próprias —</p><p>As que prestam depoimento</p><p>sobre o fato apurado no</p><p>processo.</p><p>d) Testemunhas</p><p>impróprias —</p><p>As que prestam depoimento</p><p>sobre um ato do processo,</p><p>como, por exemplo, as</p><p>pessoas que presenciaram o</p><p>interrogatório policial do</p><p>acusado (art. 6º, v, do cpp) e</p><p>são chamadas a juízo para</p><p>atestar a regularidade do</p><p>ato122.</p><p>e) Testemunhas</p><p>numerárias —</p><p>São as que, arroladas pelas</p><p>partes de acordo com o limite</p><p>procedimental, prestam</p><p>compromisso.</p><p>f) Testemunhas</p><p>extranumerárias</p><p>ou judiciais —</p><p>Assim denominadas porque</p><p>ouvidas por iniciativa do juiz</p><p>(art. 209, caput, do cpp).</p><p>g) Testemunhas</p><p>referidas —</p><p>São aquelas que, embora não</p><p>arroladas pelas partes, são</p><p>ouvidas por determinação</p><p>judicial em razão de a elas</p><p>outras testemunhas terem</p><p>feito referência (art. 209, § 1º,</p><p>do cpp).</p><p>h) Testemunhas</p><p>fedatárias —</p><p>São aquelas que presenciam a</p><p>leitura do auto de prisão em</p><p>flagrante, na presença do</p><p>acusado, e nele lança sua</p><p>assinatura, quando o autuado</p><p>recusa-se a assiná-lo, não</p><p>126 REIS, Alexandre Cebrian Araújo; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios.</p><p>Direito processual penal esquematizado®; coordenador Pedro Lenza. 5.</p><p>ed. São Paulo: Saraiva, 2016. – (Coleção esquematizado®), p. 368.</p><p>sabe ou não pode fazê-lo (art.</p><p>304, § 3º, do cpp).</p><p>i) Informantes ou</p><p>declarantes —</p><p>São as testemunhas que não</p><p>realizam a promessa de dizer</p><p>a verdade.</p><p>Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a</p><p>promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for</p><p>perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu</p><p>estado e sua residência, sua profissão, lugar onde</p><p>exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de</p><p>alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer</p><p>delas, e relatar o que souber, explicando sempre as</p><p>razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais</p><p>possa avaliar-se de sua credibilidade.</p><p>Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não</p><p>sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito.</p><p>Parágrafo único. Não será vedada à testemunha,</p><p>entretanto, breve consulta a apontamentos.</p><p>CAIU NA DPE-AP-2022-FCC: O depoimento da</p><p>testemunha será feito de forma oral, não sendo</p><p>permitido trazê-lo por escrito, embora possa realizar</p><p>breve consulta a apontamentos. 127</p><p>Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da</p><p>testemunha, o juiz procederá à verificação pelos meios</p><p>ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o</p><p>depoimento desde logo.</p><p>Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da</p><p>obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a</p><p>fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha</p><p>reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai,</p><p>a mãe, ou o filho adotivo do ACUSADO, salvo quando</p><p>não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-</p><p>se a prova do fato e de suas circunstâncias.</p><p>CAIU NA DPE-MA-2018-FCC: De acordo com o art. 206</p><p>do Código de Processo Penal, o ascendente, o</p><p>descendente ou cônjuge da vítima podem se recusar a</p><p>depor como testemunha em processo penal.128</p><p>Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em</p><p>razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam</p><p>guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte</p><p>interessada, quiserem dar o seu testemunho.</p><p>CAIU NA DPE-AP-2022-FCC: São proibidas de depor,</p><p>ainda que desobrigadas pela parte interessada e</p><p>127 CERTO.</p><p>128 ERRADO.</p><p>69</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>queiram dar seu depoimento, as pessoas que, em razão</p><p>de função, ministério, ofício ou profissão, devam</p><p>guardar segredo.129</p><p>CAIU NA DPE-AM-2018-FCC: A pessoa está proibida de</p><p>testemunhar em processo penal, quando deva guardar</p><p>segredo em razão de função, ministério, ofício ou</p><p>profissão. A proibição restará superada quando</p><p>A) desobrigada do segredo pela parte interessada.</p><p>B) não for possível, por outro modo, obter-se ou</p><p>integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.</p><p>C) a pessoa deixar de exercer a função, ministério, ofício</p><p>ou profissão que exigia o dever de guardar segredo.</p><p>D) for decretado o sigilo da ação penal e a identidade da</p><p>testemunha for preservada.</p><p>E) a vítima do crime for pessoa vulnerável em razão da</p><p>idade, deficiência ou doença mental. 130</p><p>Médico não pode acionar a polícia para investigar</p><p>paciente que procurou atendimento médico-hospitalar</p><p>por ter praticado manobras abortivas, uma vez que se</p><p>mostra como confidente necessário, estando proibido</p><p>de revelar segredo do qual tem conhecimento, bem</p><p>como de depor a respeito do fato como testemunha.</p><p>STJ. 6ª Turma. HC 783.927/MG, Rel. Min. Sebastião Reis</p><p>Júnior, julgado em 14/3/2023 (Info 767).</p><p>Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude</p><p>o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos</p><p>menores de 14 anos, nem às pessoas a que se refere</p><p>o art. 206.</p><p>Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir</p><p>outras testemunhas, além das indicadas pelas partes.</p><p>§ 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as</p><p>pessoas a que as testemunhas se referirem.</p><p>§ 2o Não será computada como testemunha a pessoa</p><p>que nada souber que interesse à decisão da causa.</p><p>Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de</p><p>per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os</p><p>depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das</p><p>penas cominadas ao falso testemunho.</p><p>Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante</p><p>a sua realização, serão reservados espaços separados</p><p>para a garantia da incomunicabilidade das</p><p>testemunhas.</p><p>Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final,</p><p>reconhecer que alguma testemunha fez afirmação falsa,</p><p>129 ERRADO.</p><p>130 Gabarito: A.</p><p>calou ou negou a verdade, remeterá cópia do</p><p>depoimento à autoridade policial para a instauração</p><p>de inquérito.</p><p>Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em</p><p>plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir</p><p>decisão na audiência (art. 538, § 2o), o tribunal (art.</p><p>561), ou o conselho de sentença, após a votação dos</p><p>quesitos, poderão fazer apresentar imediatamente a</p><p>testemunha à autoridade policial.</p><p>Art. 212. As perguntas serão formuladas</p><p>pelas partes</p><p>diretamente à testemunha, não admitindo o juiz</p><p>aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem</p><p>relação com a causa ou importarem na repetição de</p><p>outra já respondida. (CROSS EXAMINATION)</p><p>Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o</p><p>juiz poderá complementar a inquirição.</p><p>CROSS EXAMINATION</p><p>A nova redação do art. 212 (caput) do Código de</p><p>Processo Penal, com a redação dada pela Lei n.</p><p>11.690/2008, adotou o sistema da cross</p><p>examination em que as perguntas não são feitas por</p><p>intermédio do juiz, e sim de forma direta.</p><p>No âmbito da audiência de inquirição de testemunhas,</p><p>a ausência de contato prévio entre o réu e seu</p><p>defensor dativo configura cerceamento de defesa.</p><p>REsp 1.794.907-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,</p><p>Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 13/09/2022.</p><p>(Info 749)</p><p>CAIU NA DPE-SP-2023-FCC: Conforme o Superior</p><p>Tribunal de Justiça, constitui causa de nulidade relativa</p><p>a ausência de contato prévio entre o acusado preso e</p><p>seu defensor dativo no âmbito da audiência de</p><p>inquirição de testemunhas. 131</p><p>CAIU NA DPE-AP-2022-FCC: Mauro foi denunciado por</p><p>supostamente ter cometido o delito disposto no artigo</p><p>158, § 1º , do Código Penal. Após regular trâmite, em</p><p>audiência de instrução, a Defensoria Pública do Amapá</p><p>requereu, ainda antes do início das oitivas, fosse</p><p>observado o disposto no artigo 212, do Código de</p><p>Processo Penal, o que restou indeferido pela Magistrada</p><p>competente, sob o argumento que tal dispositivo não a</p><p>impediria de iniciar a inquirição, além de não haver, de</p><p>antemão, qualquer prejuízo ao réu. Iniciada, então, a</p><p>oitiva da testemunha de acusação − o Policial Flávio − ,</p><p>131 ERRADO. Nulidade absoluta.</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art203</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art206</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art538.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art561</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art561</p><p>70</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>a Juíza responsável realizou diversos questionamentos,</p><p>nada sendo inquirido pelo Ministério Público presente.</p><p>Ainda, perguntas como: A vítima foi pressionada por</p><p>três desse grupo, esse Mauro e mais dois. Correto? Foi</p><p>ameaçada a noite toda. Correto? foram feitas. Foi</p><p>designada nova audiência para oitiva da testemunha de</p><p>acusação faltante, das testemunhas de defesa e</p><p>interrogatório do réu. A Defensoria Pública, então,</p><p>tendo em vista a atuação judicial narrada, impetrou</p><p>habeas corpus ao Tribunal de Justiça, que, segundo</p><p>atuais precedentes dos Tribunais Superiores, deve</p><p>A) conceder a ordem e anular o processo desde a</p><p>audiência mencionada diante da nulidade absoluta</p><p>decorrente da violação ao sistema acusatório</p><p>constitucionalmente previsto, sendo prescindível a</p><p>comprovação de qualquer prejuízo para o réu.</p><p>B) denegar a ordem e manter o andamento do processo,</p><p>uma vez não restar comprovado o prejuízo ínsito as</p><p>nulidades relativas, como o caso presente.</p><p>C) conceder a ordem e anular o processo desde a</p><p>audiência mencionada, vez que, apesar da nulidade ser</p><p>relativa, o prejuízo se faz presente diante da condução</p><p>judicial contrária ao Código de Processo Penal e</p><p>indutora de respostas.</p><p>D) denegar a ordem e manter o andamento do</p><p>processo, porquanto em crimes graves como extorsão</p><p>armada, as normas processuais podem ser flexibilizadas</p><p>em favor da sociedade.</p><p>E) conceder a ordem para desconsiderar o testemunho</p><p>do policial Flávio diante da violação de normas legais e</p><p>constitucionais e, automaticamente, absolver o réu. 132</p><p>A ausência do membro do Ministério Público na oitiva</p><p>de testemunhas da acusação durante audiência de</p><p>instrução não permite que o magistrado formule</p><p>perguntas diretamente a estas, assumindo função</p><p>precípua do Parquet. STJ. 6ª Turma. REsp 1.846.407-RS,</p><p>Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/12/2022</p><p>(Info 761).</p><p>Não cabe ao juiz, na audiência de instrução e julgamento</p><p>de processo penal, iniciar a inquirição de testemunha,</p><p>cabendo-lhe, apenas, complementar a inquirição sobre</p><p>os pontos não esclarecidos. STF. 1ª Turma. HC</p><p>187035/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em</p><p>6/4/2021 (Info 1012).</p><p>CAIU NA DPE-SP-2023-FCC: Conforme o Superior</p><p>Tribunal de Justiça, constitui causa de nulidade relativa</p><p>a inquirição de testemunhas diretamente pelo</p><p>magistrado que assume o protagonismo na audiência de</p><p>instrução e julgamento. 133</p><p>132 Gabarito: C</p><p>133 ERRADO. Nulidade absoluta.</p><p>O testemunho indireto (hearsay testimony) não se</p><p>reveste da segurança necessária para demonstrar a</p><p>ocorrência de nenhum elemento do crime, mormente</p><p>porque retira das partes a prerrogativa legal de inquirir</p><p>a testemunha ocular dos fatos (art. 212 do CPP). Ag em</p><p>RE nº 1.940.381 - AL (2021/0242915-6)</p><p>CAIU NA DPE-CE-2022-FCC: Roberto, jovem pobre, em</p><p>situação de rua, foi denunciado como incurso no artigo</p><p>157, caput, do CP, pois, em tese, roubou, através de</p><p>socos e pontapés, 25 reais pertencentes à vítima</p><p>Arnaldo, também em situação de rua, em um bar na</p><p>cidade de Fortaleza. Durante a instrução criminal foram</p><p>ouvidos somente um policial e um bombeiro como</p><p>testemunhas, que chegaram após a ocorrência e</p><p>ficaram responsáveis por atender a vítima, sem</p><p>presenciar os fatos. A vítima, por sua vez, não chegou a</p><p>ser ouvida, pois o Ministério Público do Ceará desistiu</p><p>de sua oitiva sob a justificativa de que está em situação</p><p>de rua, não conseguindo encontrá-la. O réu, tanto na</p><p>delegacia quanto em juízo, confirmou que realmente</p><p>agrediu a vítima, mas agiu em legítima defesa contra</p><p>injusta agressão do ofendido, e dela nada roubou. Disse,</p><p>ainda, que havia diversas câmeras no local a demonstrar</p><p>o ocorrido, bem como diversas testemunhas</p><p>presenciais. O réu foi condenado nos termos da</p><p>denúncia. A partir do caso narrado, três situações são</p><p>destacadas: (i) testemunhas (policial e bombeiro) que</p><p>embasaram a condenação, mas não presenciaram os</p><p>fatos, (ii) a ausência de oitiva da vítima, de pedido pelas</p><p>câmeras e das testemunhas presenciais e, por fim, (iii) o</p><p>ignorar da tese defensiva levantada pelo réu em seus</p><p>depoimentos (legítima defesa). A doutrina, com amparo</p><p>em recente decisão do Superior Tribunal de Justiça,</p><p>denomina tais situações, respectivamente, de:</p><p>A) hearsay testimony, perda de uma chance probatória</p><p>e injustiça epistêmica.</p><p>B) hearsay testimony, perda de uma chance probatória</p><p>e inversão do ônus probatório.</p><p>C) suficiência testemunhal de funcionários públicos,</p><p>perda de uma chance probatória e injustiça epistêmica.</p><p>D) suficiência testemunhal de funcionários públicos,</p><p>preclusão probatória consumativa e inversão do ônus</p><p>probatório.</p><p>E) suficiência testemunhal de funcionários públicos,</p><p>preclusão probatória consumativa e injustiça</p><p>epistêmica.134</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: Segundo o Superior</p><p>Tribunal de Justiça, o hearsay testimony (testemunho</p><p>indireto) é prova</p><p>A) válida, mas não possui, por si, a segurança necessária</p><p>a comprovar a ocorrência de nenhum elemento do</p><p>crime.</p><p>134 Gabarito: A</p><p>71</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>B) considerada ilícita apenas se prestado por aqueles</p><p>que não se comprometem a dizer a verdade.</p><p>C) ilícita, portanto inadmissível, devendo ser</p><p>desentranhada dos autos.</p><p>D) lícita e, com fundamento na equidade, tem valor</p><p>equivalente aos testemunhos presenciais ou diretos.</p><p>E) proveniente da common law, sem aplicabilidade no</p><p>processo penal brasileiro.135</p><p>CAIU NA DPE-PA-2022-CESPE: A fase do sumário de</p><p>culpa constitui etapa de admissibilidade da acusação e,</p><p>por isso, admite-se que as declarações de testemunhas</p><p>indiretas ouvidas apenas no inquérito sejam suficientes</p><p>para a pronúncia do denunciado.136</p><p>Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha</p><p>manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando</p><p>inseparáveis da narrativa do fato.</p><p>CAIU NA DPE-RO-2017-VUNESP: “Sobre os meios de</p><p>prova, é correto afirmar que o juiz permitirá que a</p><p>testemunha manifeste suas apreciações pessoais se</p><p>estas forem inseparáveis da narrativa do fato”. 137</p><p>Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes</p><p>poderão contraditar a testemunha ou arguir</p><p>circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de</p><p>parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a</p><p>contradita ou arguição e a resposta da testemunha, mas</p><p>só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá</p><p>compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.</p><p>Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá</p><p>cingir-se, tanto quanto possível, às expressões usadas</p><p>pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as suas</p><p>frases.</p><p>Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a</p><p>termo, assinado por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a</p><p>testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo,</p><p>pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na</p><p>presença de ambos.</p><p>Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu</p><p>poderá causar humilhação, temor, ou sério</p><p>constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de</p><p>modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a</p><p>inquirição por videoconferência e, somente na</p><p>impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do</p><p>135 Gabarito: A.</p><p>136 ERRADO.</p><p>réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu</p><p>defensor.</p><p>Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas</p><p>previstas no caput deste artigo deverá constar do</p><p>termo, assim como os motivos que a</p><p>determinaram.</p><p>Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha</p><p>deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz</p><p>poderá requisitar à autoridade policial a sua</p><p>apresentação ou determinar seja conduzida por oficial</p><p>de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força</p><p>pública.</p><p>CONDUÇÃO COERCITIVA DE TESTEMUNHA É</p><p>INCONSTITUCIONAL?</p><p>Não. Em 2019, o STF publicou o acórdão da decisão</p><p>proferida nas ADPF 395 e 444, nas quais se</p><p>questionava a constitucionalidade da condução</p><p>coercitiva para do acusado para o interrogatório.</p><p>Não se tratou, portanto, da condução coercitiva de</p><p>testemunhas. Nesse sentido pontuou Gilmar Mendes</p><p>em seu voto:</p><p>“(...) Início por um esclarecimento, para que a</p><p>compreensão da fundamentação não seja reduzida</p><p>por ambiguidade. Busca-se o reconhecimento de</p><p>que investigados e réus não podem ser conduzidos</p><p>coercitivamente à presença da autoridade policial ou</p><p>judicial para serem interrogados. Há outras</p><p>hipóteses de condução coercitiva que não são objeto</p><p>desta ação – a condução de outras pessoas como</p><p>testemunhas, ou de investigados ou réus para atos</p><p>diversos do interrogatório, como o</p><p>reconhecimento, por exemplo. Por óbvio, essas</p><p>outras hipóteses não estão em causa. Serão</p><p>mencionadas no curso do voto apenas para ilustração</p><p>e teste das teses jurídicas em conflito. Para que não</p><p>paire dúvida, desde logo esclareço que o emprego</p><p>não especificado da expressão “condução</p><p>coercitiva” doravante neste voto fará referência ao</p><p>objeto da ação – condução do imputado para</p><p>interrogatório.”</p><p>Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a</p><p>multa prevista no art. 453, sem prejuízo do processo</p><p>penal por crime de desobediência, e condená-la ao</p><p>pagamento das custas da diligência.</p><p>137 CORRETO.</p><p>IMPORTANTE</p><p>72</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade</p><p>ou por velhice, de comparecer para depor, serão</p><p>inquiridas onde estiverem.</p><p>Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República,</p><p>os senadores e deputados federais, os ministros de</p><p>Estado, os governadores de Estados e Territórios, os</p><p>secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e</p><p>dos Municípios, os deputados às Assembleias</p><p>Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário,</p><p>os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União,</p><p>dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do</p><p>Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora</p><p>previamente ajustados entre eles e o juiz.</p><p>§ 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os</p><p>presidentes do Senado Federal, da Câmara dos</p><p>Deputados e do STF poderão optar pela prestação de</p><p>depoimento POR ESCRITO, caso em que as perguntas,</p><p>formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão</p><p>transmitidas por ofício.</p><p>§ 2o Os militares deverão ser requisitados à autoridade</p><p>superior.</p><p>§ 3o Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto</p><p>no art. 218, devendo, porém, a expedição do mandado</p><p>ser imediatamente comunicada ao chefe da repartição</p><p>em que servirem, com indicação do dia e da hora</p><p>marcados.</p><p>As autoridades com prerrogativa de foro previstas no</p><p>art. 221 do CPP, quando figurarem na condição de</p><p>investigados no inquérito policial ou de acusados na</p><p>ação penal, não têm o direito de serem inquiridas em</p><p>local, dia e hora previamente ajustados com a</p><p>autoridade policial ou com o juiz. Isso porque não há</p><p>previsão legal que assegure essa prerrogativa</p><p>processual, tendo em vista que o art. 221 do CPP se</p><p>restringe às hipóteses em que as autoridades nele</p><p>elencadas participem do processo na qualidade de</p><p>testemunhas, e não como investigados ou acusados.</p><p>STJ. 5ª Turma. HC 250970-SP, Rel. Min. Jorge Mussi,</p><p>julgado em 23/9/2014 (Info 547).</p><p>CAIU NA DPE-AM-2018-FCC: O Presidente e o Vice-</p><p>Presidente da República, os Senadores e Deputados</p><p>Federais, os Ministros de Estado, os Governadores de</p><p>Estados e Territórios, os Secretários de Estado, os</p><p>Prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os</p><p>Deputados das Assembleias Legislativas Estaduais, os</p><p>membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos</p><p>Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão</p><p>138 CERTO.</p><p>inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados</p><p>entre eles e o juiz quando servirem de testemunhas,</p><p>mas não quando forem investigados.138</p><p>Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição</p><p>do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência,</p><p>expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com</p><p>prazo razoável, intimadas as partes.</p><p>§ 1o A expedição da precatória NÃO SUSPENDERÁ a</p><p>instrução criminal.</p><p>§ 2o Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o</p><p>julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma vez</p><p>devolvida, será junta aos autos.</p><p>Súmula 155-STF: É relativa a nulidade do processo</p><p>criminal por falta de intimação da expedição de</p><p>precatória para inquirição de testemunha.</p><p>Súmula 273-STJ: Intimada a defesa da expedição da</p><p>carta precatória, torna-se desnecessária intimação da</p><p>data da audiência no juízo deprecado</p><p>§ 3o Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva</p><p>de testemunha poderá ser realizada por meio de</p><p>videoconferência ou outro recurso tecnológico de</p><p>transmissão de sons e imagens em tempo real,</p><p>permitida a presença do defensor e podendo ser</p><p>realizada, inclusive, durante a realização da audiência de</p><p>instrução e julgamento.</p><p>CAIU NA DPE-PE-2018-CESPE: Joana, residente em</p><p>Brasília – DF, está sendo processada em Recife – PE pela</p><p>prática de crime de associação criminosa e roubo</p><p>qualificado. Citada e intimada para interrogatório, a</p><p>acusada alegou não possuir condições financeiras para</p><p>contratar advogado nem para arcar com os custos do</p><p>deslocamento para acompanhar o processo.</p><p>Apresentou, ainda, testemunhas do fato e informou o</p><p>endereço dessas testemunhas no estado da Bahia.</p><p>A respeito da oitiva das testemunhas indicadas por</p><p>Joana e do interrogatório da acusada, assinale a opção</p><p>correta.</p><p>A) Incumbirá ao juiz de Recife intimar as partes sobre a</p><p>expedição da carta precatória para a oitiva das</p><p>testemunhas de defesa, sob pena de nulidade absoluta</p><p>por ofensa ao devido processo legal.</p><p>B) O juiz deverá intimar as partes da data em que será</p><p>realizada a oitiva das testemunhas deprecadas, sob</p><p>pena de nulidade por ofensa aos princípios do devido</p><p>processo legal e do contraditório.</p><p>IMPORTANTE</p><p>73</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>C) Expedida a carta precatória para a oitiva das</p><p>testemunhas de defesa, não haverá suspensão da</p><p>instrução processual, que seguirá seu curso, não se</p><p>podendo alegar ter havido prejuízo para a ampla defesa.</p><p>D) Joana deverá ser interrogada necessariamente em</p><p>Recife, lugar sede do órgão julgador, sob pena de</p><p>nulidade por ofensa ao princípio da identidade física do</p><p>juiz.</p><p>E) A oitiva das testemunhas de defesa indicadas pela</p><p>acusada poderá ocorrer por intermédio de carta</p><p>precatória, cuja devolução condicionará a prolação da</p><p>sentença criminal.139</p><p>Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se</p><p>demonstrada previamente a sua imprescindibilidade,</p><p>arcando a parte requerente com os custos de</p><p>envio.</p><p>Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o</p><p>disposto nos §§ 1o e 2o do art. 222 deste Código.</p><p>Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua</p><p>nacional, será nomeado intérprete para traduzir as</p><p>perguntas e respostas.</p><p>CAIU NA DPE-AM-2018-FCC: Quando a testemunha</p><p>não conhecer a língua nacional, se o juiz não dominar o</p><p>idioma estrangeiro correspondente, será nomeado</p><p>intérprete para traduzir as perguntas e respostas.140</p><p>Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou</p><p>surdo-mudo, proceder-se-á na conformidade do art.</p><p>192.</p><p>Art. 192, CPP. O interrogatório do mudo, do surdo ou</p><p>do surdo-mudo será feito pela forma seguinte:</p><p>I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas,</p><p>que ele responderá oralmente;</p><p>II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente,</p><p>respondendo-as por escrito;</p><p>III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por</p><p>escrito e do mesmo modo dará as respostas.</p><p>Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro</p><p>de 1 ano, qualquer mudança de residência, sujeitando-</p><p>se, pela simples omissão, às penas do não-</p><p>comparecimento.</p><p>Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-</p><p>se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio</p><p>139 Gabarito: C.</p><p>de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o</p><p>juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das</p><p>partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.</p><p>CAPÍTULO VII</p><p>DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS</p><p>Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o</p><p>reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela</p><p>seguinte forma:</p><p>I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será</p><p>convidada a descrever a pessoa que deva ser</p><p>reconhecida;</p><p>Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será</p><p>colocada, se possível, ao lado de outras que com ela</p><p>tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem</p><p>tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;</p><p>III - se houver razão para recear que a pessoa chamada</p><p>para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou</p><p>outra influência, não diga a verdade em face da pessoa</p><p>que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará</p><p>para que esta não veja aquela;</p><p>IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto</p><p>pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa</p><p>chamada para proceder ao reconhecimento e por duas</p><p>testemunhas presenciais.</p><p>Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não</p><p>terá aplicação na fase da instrução criminal ou em</p><p>plenário de julgamento.</p><p>MUITA ATENÇÃO</p><p>O reconhecimento por fotografia, além de violar</p><p>frontalmente a regra estabelecida pelo código,</p><p>somente deve ser utilizada como procedimento</p><p>preparatório para o reconhecimento pessoal e,</p><p>mesmo assim, é censurável pela contaminação que</p><p>pode gerar na vítima ou testemunha, em razão da</p><p>deturpação e poluição que gera na memória desses</p><p>agentes. Ademais, costuma ser utilizada nas</p><p>hipóteses em que o indiciado/réu se recusa a</p><p>participar do reconhecimento, violando o seu direito</p><p>de não produzir provas contra si.</p><p>Vejam, portanto, que esse é o entendimento da DPE-</p><p>SP através da sua tese 13:</p><p>140 ERRADO.</p><p>IMPORTANTE</p><p>74</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>TESE 13 DA DPE-SP: O reconhecimento fotográfico</p><p>não pode ser admitido no processo penal, sobretudo</p><p>sem a observância do art. 226 CPP.</p><p>Em decisão importantíssima para nossas provas, a</p><p>Sexta Turma do STJ, no HC 598886, impetrado pela</p><p>Defensoria Pública do Estado do Paraná, em</p><p>27/10/2020, entendeu que o reconhecimento de</p><p>pessoas deve observar o procedimento previsto no</p><p>art. 226 do Código de Processo Penal, cujas</p><p>formalidades constituem garantia mínima para quem</p><p>se encontra na condição de suspeito da prática de um</p><p>crime, e que à vista dos efeitos e dos riscos de um</p><p>reconhecimento falho, a inobservância do</p><p>procedimento descrito na referida norma processual</p><p>torna inválido o reconhecimento da pessoa suspeita</p><p>e não poderá servir de lastro a eventual condenação,</p><p>mesmo se confirmado o reconhecimento em juízo.</p><p>Desta forma, entendeu o Relator Rogério Schietti</p><p>Cruz que “o reconhecimento do suspeito por mera</p><p>exibição de fotografia(s) ao reconhecedor, a par de</p><p>dever seguir o mesmo procedimento do</p><p>reconhecimento pessoal, há de ser visto como etapa</p><p>antecedente a eventual reconhecimento pessoal e,</p><p>portanto, não pode servir como prova em ação penal,</p><p>ainda que confirmado em juízo”141</p><p>O descumprimento das formalidades ao art. 226</p><p>enseja a nulidade do reconhecimento de pessoas?</p><p>Depende.</p><p>• NÃO. Posição pacífica da 5a Turma. As disposições</p><p>contidas no art. 226 do CPP configuram uma</p><p>recomendação legal, e não uma exigência absoluta.</p><p>Assim, é válido o ato mesmo que realizado de forma</p><p>diversa da prevista em lei. STJ. 5a Turma. AgRg no</p><p>AREsp 1665453/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik,</p><p>julgado em 02/06/2020.</p><p>• SIM. Há julgado da 6a Turma do STJ, que fixou as</p><p>seguintes conclusões:</p><p>1) O reconhecimento de pessoas deve observar o</p><p>procedimento previsto no art. 226 do Código de</p><p>Processo Penal, cujas formalidades constituem</p><p>garantia mínima para quem se encontra na condição</p><p>de suspeito da prática de um crime;</p><p>2) À vista dos efeitos e dos riscos de um</p><p>reconhecimento falho, a inobservância do</p><p>141 Ver decisão completa em:</p><p>https://www.stj.jus.br/sites/portalp/SiteAssets/documentos/noticias/271</p><p>02020%20HC598886-SC.pdf. Acesso em: 04/02/2021.</p><p>procedimento descrito na referida norma processual</p><p>torna inválido o reconhecimento da pessoa suspeita</p><p>e não poderá servir de lastro a eventual condenação,</p><p>mesmo se confirmado o reconhecimento em juízo; 3)</p><p>Pode o magistrado realizar, em juízo, o ato de</p><p>reconhecimento formal, desde que observado o</p><p>devido procedimento probatório, bem como pode</p><p>ele se convencer da autoria delitiva a partir do exame</p><p>de outras provas que não guardem relação de causa</p><p>e efeito com o ato viciado de reconhecimento; 4) O</p><p>reconhecimento do suspeito por simples exibição de</p><p>fotografia(s) ao reconhecedor, a par de dever seguir</p><p>o mesmo procedimento do reconhecimento pessoal,</p><p>há de ser visto como etapa antecedente a eventual</p><p>reconhecimento pessoal e, portanto, não pode servir</p><p>como prova em ação penal, ainda que confirmado</p><p>em juízo. STJ. 6a Turma. HC 598.886-SC, Rel. Min.</p><p>Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/10/2020 (Info</p><p>684).142</p><p>CAIU NA DPE-SP-2023-FCC: Ou seja: não basta repetir</p><p>como “mantra” que os réus foram reconhecidos pelas</p><p>vítimas e testemunhas; é preciso se perguntar em que</p><p>condições o reconhecimento se deu.</p><p>(MATIDA, J.; MIRANDA COUTINHO, J. Nelson de;</p><p>MORAIS DA ROSA, A.; NARDELLI, M. Mascarenhas;</p><p>LOPES JR., A.; HERDY, R. A prova de reconhecimento de</p><p>pessoas não será mais a mesma. 2020, ConJur, Limite</p><p>Penal. Disponível em: http://www.conjur.com.br/ 2020-</p><p>out-30/limite-penal-prova-reconhecimento-pessoas-</p><p>nao-mesma)</p><p>Considerando o trecho acima e o recente entendimento</p><p>do Superior Tribunal de Justiça, o reconhecimento</p><p>A) fotográfico deve ser realizado mediante a</p><p>apresentação de álbum individualizado contendo</p><p>imagens de pessoas obtidas na internet com</p><p>características semelhantes ao acusado.</p><p>B) pessoal deve ser realizado em observância ao</p><p>procedimento legal</p><p>para que possa embasar quaisquer</p><p>decisões, mesmo aquelas que admitem um</p><p>rebaixamento do standard probatório.</p><p>C) fotográfico deve ser considerado uma etapa</p><p>antecedente a eventual reconhecimento pessoal</p><p>realizado na fase pré-processual ou em juízo, sendo de</p><p>suma importância tal ratificação.</p><p>D) pessoal deve ser realizado em observância ao</p><p>procedimento legal para que possa induzir à certeza de</p><p>autoria delitiva quando ausentes outras provas</p><p>produzidas por fontes independentes.</p><p>E) pessoal deve ser realizado sempre que possível com</p><p>a apropriação da tecnologia de reconhecimento facial</p><p>diante da constatação da fragilidade epistêmica de tal</p><p>reconhecimento.143</p><p>142 Disponível em:</p><p>https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2021/02/info-684-stj-</p><p>resumido.pdf. Acesso em 25 de fevereiro de 2021.</p><p>143 Gabarito: B</p><p>https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2021/02/info-684-stj-resumido.pdf</p><p>https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2021/02/info-684-stj-resumido.pdf</p><p>75</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CAIU NA DPE-BA-2021-FCC: O reconhecimento</p><p>fotográfico de pessoas, ainda que obedecidas as</p><p>formalidades do artigo 226 do Código de Processo</p><p>Penal, não pode servir como prova em ação penal.144</p><p>Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á</p><p>com as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que</p><p>for aplicável.</p><p>Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a</p><p>efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada</p><p>uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer</p><p>comunicação entre elas.</p><p>CAPÍTULO VIII</p><p>DA ACAREAÇÃO</p><p>Art. 229. A acareação será admitida entre acusados,</p><p>entre acusado e testemunha, entre testemunhas,</p><p>entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e</p><p>entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem,</p><p>em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias</p><p>relevantes.</p><p>CAIU NA DPE-AM-2021-FCC: A acareação é admitida</p><p>entre acusado e vítima, mas é vedada entre corréus,</p><p>diante da não obrigação destes em dizer a verdade.145</p><p>Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados,</p><p>para que expliquem os pontos de divergências,</p><p>reduzindo-se a termo o ato de acareação.</p><p>Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas</p><p>declarações divirjam das de outra, que esteja presente,</p><p>a esta se darão a conhecer os pontos da divergência,</p><p>consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se</p><p>subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à</p><p>autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente,</p><p>transcrevendo-se as declarações desta e as da</p><p>testemunha presente, nos pontos em que divergirem,</p><p>bem como o texto do referido auto, a fim de que se</p><p>complete a diligência, ouvindo-se a testemunha</p><p>ausente, pela mesma forma estabelecida para a</p><p>testemunha presente. Esta diligência só se realizará</p><p>quando não importe demora prejudicial ao processo e o</p><p>juiz a entenda conveniente.</p><p>144 CERTO.</p><p>145 ERRADO.</p><p>CAPÍTULO IX</p><p>DOS DOCUMENTOS</p><p>Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes</p><p>poderão apresentar documentos em qualquer fase do</p><p>processo.</p><p>Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer</p><p>escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou</p><p>particulares.</p><p>Parágrafo único. À fotografia do documento,</p><p>devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do</p><p>original.</p><p>Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou</p><p>obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em</p><p>juízo.</p><p>Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em</p><p>juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu</p><p>direito, ainda que não haja consentimento do signatário.</p><p>Sem autorização judicial ou fora das hipóteses legais, é</p><p>ilícita a prova obtida mediante abertura de carta,</p><p>telegrama, pacote ou meio análogo. STF. Plenário. RE</p><p>1116949, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Min.</p><p>Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Repercussão</p><p>Geral – Tema 1041) (Info 993).</p><p>CAIU NA DPE-PA-2022-CESPE: Sem autorização judicial</p><p>ou fora das hipóteses legais, é ilícita a prova obtida</p><p>mediante abertura de carta, telegrama, pacote ou meio</p><p>análogo. 146</p><p>Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de</p><p>documento relativo a ponto relevante da acusação ou</p><p>da defesa, providenciará, independentemente de</p><p>requerimento de qualquer das partes, para sua</p><p>juntada aos autos, se possível.</p><p>Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares</p><p>serão submetidas a exame pericial, quando contestada</p><p>a sua autenticidade.</p><p>Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem</p><p>prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário,</p><p>traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa</p><p>idônea nomeada pela autoridade.</p><p>146 CERTO.</p><p>76</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando</p><p>conferidas com o original, em presença da autoridade.</p><p>Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo</p><p>findo, quando não exista motivo relevante que justifique</p><p>a sua conservação nos autos, poderão, mediante</p><p>requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser</p><p>entregues à parte que os produziu, ficando traslado nos</p><p>autos.</p><p>CAPÍTULO X</p><p>DOS INDÍCIOS</p><p>Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida</p><p>e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por</p><p>indução, concluir-se a existência de outra ou outras</p><p>circunstâncias.</p><p>CAPÍTULO XI</p><p>DA BUSCA E DA APREENSÃO</p><p>Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.</p><p>§ 1o Proceder-se-á à BUSCA DOMICILIAR, quando</p><p>fundadas razões a autorizarem, para:</p><p>a) prender criminosos;</p><p>b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios</p><p>criminosos;</p><p>c) apreender instrumentos de falsificação ou de</p><p>contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;</p><p>d) apreender armas e munições, instrumentos</p><p>utilizados na prática de crime ou destinados a fim</p><p>delituoso;</p><p>e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou</p><p>à defesa do réu;</p><p>147 Na prova da DPE/BA (2021, FCC), exigiu-se do candidato conhecimento</p><p>sobre Fishing expedition, ou pescaria probatória, , que segundo Alexandre</p><p>Morais da Rosa, “é a procura especulativa, no ambiente físico ou digital,</p><p>sem "causa provável", alvo definido, finalidade tangível ou para além dos</p><p>limites autorizados (desvio de finalidade), de elementos capazes de atribuir</p><p>responsabilidade penal a alguém. Denomina-se pescaria (ou expedição)</p><p>probatória a prática relativamente comum de se aproveitar dos espaços de</p><p>exercício de poder para subverter a lógica das garantias constitucionais,</p><p>vasculhando-se a intimidade, a vida privada, enfim, violando-se direitos</p><p>fundamentais, para além dos limites legais. O termo se refere à incerteza</p><p>própria das expedições de pesca, em que não se sabe, antecipadamente,</p><p>se haverá peixe, nem os espécimes que podem ser fisgados, muito menos</p><p>f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao</p><p>acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que</p><p>o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à</p><p>elucidação do fato;</p><p>g) apreender pessoas vítimas de crimes;</p><p>h) colher qualquer elemento de convicção.</p><p>§ 2o Proceder-se-á à BUSCA PESSOAL quando houver</p><p>fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma</p><p>proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e</p><p>letra h do parágrafo anterior.</p><p>MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO COLETIVOS E</p><p>GENÉRICOS SÃO ILEGAIS147</p><p>No HC nº 435.934, em novembro de 2019, o STJ</p><p>entendeu que é ilegal a decisão judicial que autoriza</p><p>busca e apreensão coletiva em residências, feita de</p><p>forma genérica e indiscriminada. A decisão é da 6ª</p><p>Turma do Superior Tribunal de Justiça ao anular a</p><p>decisão que autorizou a medida em duas favelas do</p><p>Rio de Janeiro.</p><p>Em seu voto, o Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR148</p><p>pontuou:</p><p>“(...) Reitero, portanto, o meu entendimento de que</p><p>não é possível a concessão de ordem indiscriminada</p><p>de busca e apreensão para a entrada da polícia em</p><p>qualquer residência. A carta branca à polícia é</p><p>inadmissível, devendo-se respeitar os direitos</p><p>individuais. A suspeita de que na comunidade</p><p>existam criminosos e de que crimes estejam sendo</p><p>praticados diariamente,</p><p>por si só, não autoriza que</p><p>toda e qualquer residência do local seja objeto de</p><p>busca e apreensão.</p><p>(...) Assim, está configurada a ausência de</p><p>individualização das medidas de apreensão a serem</p><p>cumpridas, o que contraria diversos dispositivos</p><p>legais, dentre eles os arts. 240, 242, 244, 245, 248 e</p><p>249 do Código de Processo Penal, além do art. 5º, XI,</p><p>da Constituição Federal: a casa é asilo inviolável do</p><p>indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem</p><p>consentimento do morador, salvo em caso de</p><p>a quantidade, mas se tem "convicção" (o agente não tem provas, mas tem</p><p>convicção). Com o uso de tecnologia (Processo Penal 4.0), cada vez mais se</p><p>obtém a prova por meios escusos (especialmente em unidades de</p><p>inteligência e/ou investigações paralelas, todas fora do controle e das</p><p>regras democráticas), requentando-se os "elementos obtidos às escuras"</p><p>por meio de investigações de origem duvidosa, "encontro fortuito"</p><p>dissimulado ou, ainda, por "denúncias anônimas fakes".” Saiba mais em:</p><p>https://www.conjur.com.br/2021-jul-02/limite-penal-pratica-fishing-</p><p>expedition-processo-penal. Acesso em 8 de setembro de 2021.</p><p>148 Leia o voto completo em: https://www.conjur.com.br/dl/hc-stj-</p><p>comunidades-pobres-rio.pdf. Acesso em: 04/02/2021.</p><p>IMPORTANTE</p><p>https://www.conjur.com.br/2021-jul-02/limite-penal-pratica-fishing-expedition-processo-penal</p><p>https://www.conjur.com.br/2021-jul-02/limite-penal-pratica-fishing-expedition-processo-penal</p><p>https://www.conjur.com.br/dl/hc-stj-comunidades-pobres-rio.pdf</p><p>https://www.conjur.com.br/dl/hc-stj-comunidades-pobres-rio.pdf</p><p>77</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,</p><p>ou, durante o dia, por determinação judicial. Na</p><p>minha concepção, está, portanto, caracterizada a</p><p>possibilidade concreta e iminente de ofensa ao</p><p>direito fundamental à inviolabilidade do domicílio.</p><p>Doutrina que trago sobre o tema também entende</p><p>indispensável que o mandado de busca e apreensão</p><p>tenha objetivo certo e pessoa determinada, não se</p><p>admitindo ordem judicial genérica.”</p><p>Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou</p><p>judiciária não a realizar pessoalmente, a busca</p><p>domiciliar deverá ser precedida da expedição de</p><p>mandado.</p><p>Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou</p><p>a requerimento de qualquer das partes.</p><p>Art. 243. O mandado de busca deverá:</p><p>I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que</p><p>será realizada a diligência e o nome do respectivo</p><p>proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal,</p><p>o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que</p><p>a identifiquem;</p><p>II - mencionar o motivo e os fins da diligência;</p><p>III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela</p><p>autoridade que o fizer expedir.</p><p>§ 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio</p><p>texto do mandado de busca.</p><p>§ 2o Não será permitida a apreensão de documento em</p><p>poder do defensor do acusado, salvo quando constituir</p><p>elemento do corpo de delito.</p><p>Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no</p><p>caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de</p><p>que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de</p><p>objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou</p><p>quando a medida for determinada no curso de busca</p><p>domiciliar.</p><p>CAIU NA DPE-AM-2021-FCC: A busca pessoal não</p><p>dependerá de mandado quando a medida for</p><p>determinada no curso de busca e apreensão</p><p>domiciliar.149</p><p>Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de</p><p>dia, salvo se o morador CONSENTIR que se realizem à</p><p>noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores</p><p>149 CERTO.</p><p>mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o</p><p>represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.</p><p>O STJ decidiu, no HC 598.051, em 2021, que policiais</p><p>devem gravar autorização de morador para entrar na</p><p>residência.150</p><p>Ao firmar o precedente, a 6ª Turma estabeleceu cinco</p><p>teses centrais:</p><p>1) Na hipótese de suspeita de crime em flagrante, exige-</p><p>se, em termos de standard probatório para ingresso no</p><p>domicílio do suspeito sem mandado judicial, a existência</p><p>de fundadas razões (justa causa), aferidas de modo</p><p>objetivo e devidamente justificadas, de maneira a</p><p>indicar que dentro da casa ocorre situação de flagrante</p><p>delito.</p><p>2) O tráfico ilícito de entorpecentes, em que pese ser</p><p>classificado como crime de natureza permanente, nem</p><p>sempre autoriza a entrada sem mandado no domicílio</p><p>onde supostamente se encontra a droga. Apenas será</p><p>permitido o ingresso em situações de urgência, quando</p><p>se concluir que do atraso decorrente da obtenção de</p><p>mandado judicial se possa, objetiva e concretamente,</p><p>inferir que a prova do crime (ou a própria droga) será</p><p>destruída ou ocultada.</p><p>3) O consentimento do morador, para validar o ingresso</p><p>de agentes estatais em sua casa e a busca e apreensão</p><p>de objetos relacionados ao crime, precisa ser voluntário</p><p>e livre de qualquer tipo de constrangimento ou coação.</p><p>4) A prova da legalidade e da voluntariedade do</p><p>consentimento para o ingresso na residência do</p><p>suspeito incumbe, em caso de dúvida, ao Estado, e deve</p><p>ser feita com declaração assinada pela pessoa que</p><p>autorizou o ingresso domiciliar, indicando-se, sempre</p><p>que possível, testemunhas do ato. Em todo caso, a</p><p>operação deve ser registrada em áudio-vídeo, e</p><p>preservada tal prova enquanto durar o processo.</p><p>5) A violação a essas regras e condições legais e</p><p>constitucionais para o ingresso no domicílio alheio</p><p>resulta na ilicitude das provas obtidas em decorrência</p><p>da medida, bem como das demais provas que dela</p><p>decorrerem em relação de causalidade, sem prejuízo de</p><p>eventual responsabilização penal dos agentes públicos</p><p>que tenham realizado a diligência. Direito fundamental.</p><p>De igual maneira, no HC 616584, em abril de 2021 a 5º</p><p>Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com base</p><p>150 Decisão disponível em: https://www.conjur.com.br/dl/policiais-gravar-</p><p>autorizacao-morador.pdf. Acesso em 23 de março.</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>https://www.conjur.com.br/dl/policiais-gravar-autorizacao-morador.pdf</p><p>https://www.conjur.com.br/dl/policiais-gravar-autorizacao-morador.pdf</p><p>78</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>no precedente firmado pela Sexta Turma no HC 598.051</p><p>(visto acima), ratificou o entendimento de que cabe ao</p><p>Estado demonstrar, de modo inequívoco – inclusive por</p><p>meio de registro escrito e de gravação audiovisual –, o</p><p>consentimento expresso do morador para a entrada da</p><p>polícia em sua casa, quando não houver mandado</p><p>judicial.151</p><p>CAIU NA DPE-AP-2022-FCC: A Sexta Turma do Superior</p><p>Tribunal de Justiça julgou o recurso em habeas corpus</p><p>nº 158580/BA em 19/04/2022 sobre a busca pessoal.</p><p>De acordo com referido julgado, a busca pessoal</p><p>A) é válida quando apoiada no tirocínio e na experiência</p><p>dos agentes policiais em locais conhecidos pela prática</p><p>de crimes.</p><p>B) é medida preventiva de segurança pública, pois</p><p>antecipa a atuação policial evitando-se crimes como o</p><p>tráfico ilícito de drogas.</p><p>C) pautada na atitude suspeita não possui qualquer</p><p>relação com o racismo estrutural, dada a eficiência da</p><p>medida no encontro de objetos ilícitos.</p><p>D) é válida quando apoiada em elementos concretos</p><p>visando a colheita de provas e reunião de corpo de</p><p>delito.</p><p>E) é válida quando os policiais encontram objeto ilícito</p><p>com o elemento suspeito, em revista posterior à</p><p>diligência e amparada em denúncia anônima.152</p><p>§ 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará</p><p>previamente sua qualidade e o objeto da diligência.</p><p>§ 2o Em caso de desobediência, será arrombada a</p><p>porta e forçada a entrada.</p><p>§ 3o Recalcitrando o morador, será permitido o</p><p>emprego de força contra COISAS existentes no interior</p><p>da casa, para o descobrimento do que se procura.</p><p>§ 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando</p><p>ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser</p><p>intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se</p><p>houver e estiver presente.</p><p>§ 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai</p><p>procurar, o morador será intimado a mostrá-la.</p><p>§</p><p>da prisão</p><p>e a identidade do preso pelas autoridades policiais,</p><p>ministério público e magistratura deve assegurar a</p><p>efetividade da persecução penal, o direito à informação</p><p>e a dignidade da pessoa submetida à prisão; (ADIs 6298,</p><p>6299, 6300 e 6305, j. agosto de 2023)</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>8</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CÓDIGO DE PROCESSO</p><p>PENAL</p><p>TÍTULO II</p><p>DO INQUÉRITO POLICIAL</p><p>Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas</p><p>autoridades policiais no território de suas respectivas</p><p>circunscrições e terá por fim a apuração das infrações</p><p>penais e da sua autoria.</p><p>Parágrafo único. A competência definida neste artigo</p><p>não excluirá a de autoridades administrativas, a quem</p><p>por lei seja cometida a mesma função.</p><p>Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial</p><p>será iniciado:</p><p>I - de ofício;</p><p>II - mediante requisição da autoridade judiciária* ou</p><p>do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido</p><p>ou de quem tiver qualidade para representá-lo. *(a</p><p>requisição do IP pela autoridade judiciária viola o</p><p>sistema acusatório, segundo parte da doutrina).</p><p>§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá</p><p>sempre que possível:</p><p>a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;</p><p>b) a individualização do indiciado ou seus sinais</p><p>característicos e as razões de convicção ou de</p><p>presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos</p><p>de impossibilidade de o fazer;</p><p>c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua</p><p>profissão e residência.</p><p>CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL</p><p>ESCRITO</p><p>Segundo o Art. 9º, CPP, todas as</p><p>peças do inquérito policial serão,</p><p>num só processado, reduzidas a</p><p>escrito ou datilografadas e, neste</p><p>caso, rubricadas pela autoridade.</p><p>SIGILOSO</p><p>Nos termos art. 20 do CPP,</p><p>a autoridade assegurará no</p><p>inquérito o sigilo necessário à</p><p>elucidação do fato ou exigido pelo</p><p>interesse da sociedade.</p><p>Lembre que o Enunciado de</p><p>Súmula Vinculante nº 14 aduz que</p><p>é direito do defensor, no interesse</p><p>do representado, ter acesso amplo</p><p>aos elementos de prova que, já</p><p>documentados em procedimento</p><p>investigatório realizado por órgão</p><p>com competência de polícia</p><p>judiciária, digam respeito ao</p><p>exercício do direito de defesa.</p><p>OFICIAL</p><p>O inquérito policial é uma</p><p>atividade investigatória feita por</p><p>órgãos oficiais, não podendo ficar a</p><p>cargo do particular, ainda que a</p><p>titularidade da ação penal seja</p><p>atribuída ao ofendido. Não caia na</p><p>armadilha do examinador ao</p><p>confundir oficialidade com</p><p>oficiosidade, vista a seguir.</p><p>OFICIOSO</p><p>Em resumo, significa que a</p><p>autoridade policial não dependerá</p><p>de qualquer espécie de provocação</p><p>para a instauração do inquérito</p><p>policial nos casos de ação penal</p><p>pública incondicionada.</p><p>INDISPONÍVEL</p><p>É comum aparecer em provas que</p><p>a autoridade policial, a depender</p><p>do caso concreto, pode arquivar</p><p>autos de inquérito policial. Isso não</p><p>está correto. Apenas o Ministério</p><p>Público pode requerer o</p><p>arquivamento do inquérito ao</p><p>magistrado. O art. 17 do CPP é</p><p>claro ao afirmar que a autoridade</p><p>policial não poderá mandar</p><p>arquivar autos de inquérito.</p><p>INQUISITIVO</p><p>Para a maioria da doutrina,</p><p>caracteriza-se como inquisitivo o</p><p>procedimento em que as atividades</p><p>persecutórias se concentram nas</p><p>mãos de uma única autoridade.</p><p>Assim, em regra, não há</p><p>observação de contraditório e</p><p>ampla defesa nessa fase. Por outro</p><p>lado, as medidas invasivas e</p><p>redutoras da privacidade, deferidas</p><p>judicialmente, devem, contudo, ser</p><p>submetidas a esse princípio quando</p><p>cessadas e reunidas as provas</p><p>colhidas por esses meios. Por fim, o</p><p>inquérito instaurado com a</p><p>finalidade de expulsão de</p><p>estrangeiro também deve ter o</p><p>contraditório e a mais ampla defesa</p><p>garantida.</p><p>DISPENSÁVEL O inquérito não é uma peça</p><p>indispensável. Isto é, se o membro</p><p>9</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>do MP tem elementos suficientes</p><p>para oferecer denúncia, ele poderá</p><p>oferecer sem que seja necessário o</p><p>inquérito policial.</p><p>CAIU NA DPE-MT-2022-FCC: Oferecida a</p><p>representação, torna-se obrigatória a instauração de</p><p>inquérito policial, sem o qual não pode o Ministério</p><p>Público intentar ação penal.6</p><p>CAIU NA DPE-AP-2022-FCC: O inquérito policial será</p><p>dispensável em casos de ações penais de natureza</p><p>privada e pública condicionada à representação, mas</p><p>não o será nos casos de ação penal pública</p><p>incondicionada, dado o princípio da obrigatoriedade da</p><p>ação penal.7</p><p>INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DEFENSIVA</p><p>Sobre o tema, é importante conhecermos detalhes</p><p>sobre a chamada investigação criminal exercida pelo</p><p>Defensor Público (investigação criminal defensiva).</p><p>Conforme os ensinamentos do professor Franklyn</p><p>Roger Alves Silva, Defensor Público do Rio de</p><p>Janeiro8:</p><p>“Em nosso sistema processual penal a atividade</p><p>defensiva foi construída a partir de uma premissa de</p><p>resistência à pretensão. O desenho do Código de</p><p>Processo Penal atribui o encargo probatório ao</p><p>Ministério Público, ainda que de forma dúbia e</p><p>incompleta e prevê o papel da defesa técnica no</p><p>processo penal, sem, contudo, trazer um regramento</p><p>eficaz da atuação defensiva na fase pré-processual. A</p><p>investigação criminal direta pela defesa ou</p><p>investigação defensiva corresponde a uma atividade</p><p>de coleta de elementos desempenhada pelo</p><p>advogado ou Defensoria Pública, com propósitos e</p><p>metodologia específicos, a partir de regras</p><p>deontológicas e transparência no atuar defensivo,</p><p>sempre em vistas a proporcionar a imediação da</p><p>defesa com o conteúdo probatório e permitir a</p><p>elucidação do fato criminoso dentro de uma</p><p>perspectiva de boa-fé, paridade de armas e lealdade</p><p>na relação processual.</p><p>(...) O interesse da defesa em provar determinados</p><p>fatos pode se inserir em contexto de estratégia</p><p>probatória, com vistas à extinção prematura de uma</p><p>ação penal, seja pelo juízo de rejeição da denúncia ou</p><p>da absolvição sumária. Podemos considerar que</p><p>embora a defesa não tenha um ônus de prova</p><p>6 ERRADO. O inquérito é dispensável.</p><p>7 ERRADO.</p><p>8 SILVA, Franklyn R. A. A investigação criminal direta pela defesa –</p><p>instrumento de qualificação do debate probatório na relação</p><p>processual penal. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto</p><p>equivalente ao do Ministério Público a ela se atribui</p><p>o ônus de comprovar fatos ou elementos que gerem</p><p>dúvida suficiente para a absolvição e daí a</p><p>necessidade de seu fortalecimento através da</p><p>possibilidade de realização da investigação defensiva.</p><p>Certo das particularidades dos sistemas norte-</p><p>americano e italiano, a experiência de investigação</p><p>criminal defensiva de ambos os países contribui para</p><p>a compreensão do tema no Brasil, especialmente o</p><p>desenho do instituto; Isso nos leva a perceber que a</p><p>atividade de investigação criminal não pode mais ser</p><p>encarada como sinônimo de inquérito policial e</p><p>polícia judiciária. Outras formas de investigação são</p><p>admitidas pelo ordenamento jurídico, a exemplo da</p><p>investigação direta pelo Ministério Público e as</p><p>investigações produzidas em procedimentos</p><p>sancionatórios; Com a ampliação do conceito de</p><p>investigação criminal, torna-se possível inserir a</p><p>investigação defensiva como uma de suas espécies,</p><p>compreendida através do inquérito defensivo (em</p><p>favor do imputado) e do inquérito auxiliar (em favor</p><p>da vítima); Algumas normas de nosso sistema jurídico</p><p>já se revelam adequadas como instrumental para o</p><p>desenvolvimento de investigações pela defesa.</p><p>Todavia, para uma efetiva investigação defensiva,</p><p>outros ajustes tornar-se-ão necessários,</p><p>principalmente ao Código de Processo Penal e nas</p><p>leis que regem a advocacia e Defensoria Pública.” .9</p><p>§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de</p><p>abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de</p><p>Polícia.</p><p>§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento</p><p>da existência de infração penal em que caiba ação</p><p>pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-</p><p>la à autoridade policial, e esta,</p><p>6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será</p><p>imediatamente apreendida e posta sob custódia da</p><p>autoridade ou de seus agentes.</p><p>151 Disponível em:</p><p>https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/0604</p><p>§ 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto</p><p>circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas</p><p>presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4o.</p><p>Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo</p><p>anterior, quando se tiver de proceder a busca em</p><p>compartimento habitado ou em aposento ocupado de</p><p>habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao</p><p>público, onde alguém exercer profissão ou atividade.</p><p>Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa</p><p>procurada, os motivos da diligência serão comunicados</p><p>a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.</p><p>Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo</p><p>que não moleste os moradores mais do que o</p><p>indispensável para o êxito da diligência.</p><p>Art. 249. A busca em mulher será feita por outra</p><p>mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da</p><p>diligência.</p><p>Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão</p><p>penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que</p><p>de outro Estado, quando, para o fim de apreensão,</p><p>forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo</p><p>apresentar-se à competente autoridade local, antes da</p><p>diligência ou após, conforme a urgência desta.</p><p>§ 1o Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes</p><p>vão em seguimento da pessoa ou coisa, quando:</p><p>a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou</p><p>transporte, a seguirem sem interrupção, embora depois</p><p>a percam de vista;</p><p>b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por</p><p>informações fidedignas ou circunstâncias indiciárias,</p><p>que está sendo removida ou transportada em</p><p>determinada direção, forem ao seu encalço.</p><p>§ 2o Se as autoridades locais tiverem fundadas razões</p><p>para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas</p><p>referidas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou</p><p>da legalidade dos mandados que apresentarem,</p><p>poderão exigir as provas dessa legitimidade, mas de</p><p>modo que não se frustre a diligência.</p><p>2021-Turmas-penais-unificam-orientacao-sobre-prova-de-autorizacao-</p><p>do-morador-para-a-entrada-da-policia.aspx. Acesso em 6 de abril de 2021.</p><p>152 Gabarito: D.</p><p>IMPORTANTE</p><p>https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/06042021-Turmas-penais-unificam-orientacao-sobre-prova-de-autorizacao-do-morador-para-a-entrada-da-policia.aspx</p><p>https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/06042021-Turmas-penais-unificam-orientacao-sobre-prova-de-autorizacao-do-morador-para-a-entrada-da-policia.aspx</p><p>https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/06042021-Turmas-penais-unificam-orientacao-sobre-prova-de-autorizacao-do-morador-para-a-entrada-da-policia.aspx</p><p>79</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CÓDIGO DE PROCESSO</p><p>PENAL</p><p>TÍTULO VIII</p><p>DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E</p><p>DEFENSOR,</p><p>DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA</p><p>CAPÍTULO I</p><p>DO JUIZ</p><p>Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do</p><p>processo e manter a ordem no curso dos respectivos</p><p>atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública.</p><p>Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no</p><p>processo em que: (HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO)</p><p>I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente,</p><p>consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o</p><p>3º grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão</p><p>do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da</p><p>justiça ou perito;</p><p>II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas</p><p>funções ou servido como testemunha;</p><p>III - tiver funcionado como juiz de outra instância,</p><p>pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;</p><p>IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente,</p><p>consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o</p><p>3º grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado</p><p>no feito.</p><p>STF: O rol do art. 252 do CPP é taxativo ou permite</p><p>outras hipóteses de impedimento? As hipóteses de</p><p>impedimento previstas no art. 252 do CPP constituem</p><p>rol taxativo. STF. 2ª Turma. HC 94089/SP, Rel. Min.</p><p>153 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Rol impedimentos é taxativo.</p><p>Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p>https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c150</p><p>2ae5a4d514baec129f72948c266e. Acesso em: 08/01/2021.</p><p>154 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Se o magistrado impedido foi o</p><p>Relator do processo, neste caso haverá nulidade. Buscador Dizer o</p><p>Direito, Manaus. Disponível em:</p><p>Ayres Britto, julgado em 14/2/2012. STJ. 5ª Turma. HC</p><p>162491/SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em</p><p>04/08/2016.153</p><p>STF: O magistrado que atuou como corregedor em</p><p>processo administrativo não está impedido de julgar o</p><p>réu em processo criminal.</p><p>STF: Se o magistrado impedido foi o Relator do processo</p><p>no Tribunal e elaborou o voto vencedor, neste caso</p><p>entende-se que a sua participação foi decisiva, havendo</p><p>prejuízo ao réu e, portanto, nulidade. STF. 2ª Turma. HC</p><p>126845, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em</p><p>19/05/2015.154</p><p>STJ: Magistrado que julgou ACP contra o réu não está</p><p>impedido de decidir o processo criminal. Determinado</p><p>fato pode gerar dois processos distintos: uma ACP e uma</p><p>ação penal. O juiz que sentencia a ACP não está</p><p>impedido de julgar também o processo criminal, não se</p><p>enquadrando esta situação no art. 252, III, do CPP. STJ.</p><p>5ª Turma. REsp 1288285-SP, Rel. Min. Campos Marques</p><p>(Desembargador-convocado do TJ-PR), julgado em</p><p>27/11/2012.155</p><p>STJ: Decisão que não aprecia o mérito não gera</p><p>impedimento por parentesco entre magistrados. STJ. 3ª</p><p>Turma. REsp 1.673.327-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi,</p><p>julgado em 12/9/2017 (Info 611).</p><p>STJ: Não deve ser considerado nulo o julgamento</p><p>proferido em órgão colegiado no qual participou</p><p>Desembargador impedido, se o voto deste não foi</p><p>determinante para o resultado do julgamento. STJ. 6ª</p><p>Turma. HC 227.263-RJ, Rel. Min. Vasco Della Giustina</p><p>(Des. convocado do TJ-RS), julgado em 27/3/2012 (Info</p><p>494).</p><p>STJ: Não há impedimento ou suspeição de integrantes</p><p>de Colegiado do STJ que apreciaram recurso especial e,</p><p>posteriormente, venham participar do julgamento de</p><p>outro apelo raro oriundo de revisão criminal ajuizada na</p><p>origem. STJ. 3ª Seção. AgRg na ExSusp 209-DF, Rel. Min.</p><p>Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 12/08/2020 (Info</p><p>678).</p><p>CAIU NA DPE-CE-2022-FCC: As hipóteses de</p><p>impedimentos previstas no Código de Processo Penal</p><p>são consideradas numerus apertus.156</p><p>https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4aa0</p><p>e93b918848be0b7728b4b1568d8a. Acesso em: 08/01/2021.</p><p>155 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Magistrado que julgou ACP contra</p><p>o réu não está impedido de decidir o processo criminal. Buscador Dizer</p><p>o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p>https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/8d09</p><p>e4b85c783cbc30c9b8ae175f2d33. Acesso em: 20/09/2020.</p><p>156 ERRADO.</p><p>IMPORTANTE</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c1502ae5a4d514baec129f72948c266e</p><p>https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c1502ae5a4d514baec129f72948c266e</p><p>https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4aa0e93b918848be0b7728b4b1568d8a</p><p>https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/4aa0e93b918848be0b7728b4b1568d8a</p><p>https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/8d09e4b85c783cbc30c9b8ae175f2d33</p><p>https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/8d09e4b85c783cbc30c9b8ae175f2d33</p><p>80</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no</p><p>mesmo processo os juízes que forem entre si parentes,</p><p>consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o</p><p>3º grau, inclusive.</p><p>Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer,</p><p>poderá ser recusado por qualquer das partes:</p><p>(HIPÓTESES DE SUSPEIÇÃO)</p><p>I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer</p><p>deles;</p><p>II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente,</p><p>estiver respondendo a processo por fato análogo,</p><p>sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;</p><p>III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou</p><p>afim, até o 3º grau, inclusive, sustentar demanda ou</p><p>responder a processo que tenha de ser julgado por</p><p>qualquer das partes;</p><p>IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;</p><p>V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de</p><p>qualquer das partes;</p><p>Vl - se for sócio, acionista ou administrador de</p><p>sociedade interessada no processo.</p><p>CAIU NA DPE-GO-2021-FCC: Há impedimento do juiz</p><p>quando</p><p>A) tiver aconselhado qualquer das partes.</p><p>B) tiver funcionado como juiz de outra instância,</p><p>pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão.</p><p>C) for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles.</p><p>D) ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver</p><p>respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo</p><p>caráter criminoso haja controvérsia.</p><p>E) ele, seu cônjuge, ou parente consanguíneo, ou afim,</p><p>até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou</p><p>responder a processo que tenha de ser julgado por</p><p>qualquer das partes.157</p><p>Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de</p><p>parentesco por afinidade cessará pela dissolução do</p><p>casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo</p><p>descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento</p><p>sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro,</p><p>o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem</p><p>for parte no processo.</p><p>157 Gabarito: B.</p><p>Art. 256. A suspeição NÃO poderá ser declarada nem</p><p>reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de</p><p>propósito der motivo para criá-la.</p><p>A hipótese excepcional do art. 256 do CPP somente</p><p>pode ser reconhecida se o magistrado ou o Tribunal,</p><p>atendendo a elevado ônus argumentativo, demonstrar</p><p>de maneira inequívoca que o excipiente provocou</p><p>dolosamente a suspeição. STJ. 5ª Turma. AREsp</p><p>2.026.528-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em</p><p>07/06/2022 (Info 740).</p><p>CAPÍTULO II</p><p>DO MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>Art. 257. Ao Ministério Público cabe:</p><p>I - promover, privativamente, a ação penal pública, na</p><p>forma estabelecida neste Código; e</p><p>II - fiscalizar a execução da lei.</p><p>Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não</p><p>funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer</p><p>das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo</p><p>ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,</p><p>inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável,</p><p>as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos</p><p>dos juízes.</p><p>Súmula 701-STF: No mandado de segurança impetrado</p><p>pelo Ministério Público contra decisão proferida em</p><p>processo penal, é obrigatória a citação do réu como</p><p>litisconsorte passivo.</p><p>CAIU NA DPE-MT-2022-FCC: Quando o impetrante do</p><p>mandado de segurança for o Ministério Público, a</p><p>citação do acusado como litisconsorte passivo é</p><p>dispensável.158</p><p>Súmula 234-STJ: A participação de membro do</p><p>Ministério Público na fase investigatória criminal não</p><p>acarreta o seu impedimento ou suspeição para o</p><p>oferecimento da denúncia.</p><p>É possível a arguição de suspeição de membros do</p><p>Ministério Público, inclusive do Procurador-Geral da</p><p>República nos processos que tramitam no âmbito do</p><p>STF.</p><p>158 ERRADO.</p><p>SÚMULA</p><p>IMPORTANTE</p><p>IMPORTANTE</p><p>81</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>O STF entendeu que o então Procurador-Geral da</p><p>República Rodrigo Janot não era suspeito para investigar</p><p>e denunciar Michel Temer. Entendeu-se que o fato de o</p><p>PGR dar entrevistas falando sobre o caso, requerer que</p><p>o inquérito fosse dirigido para determinado Delegado e</p><p>ainda que um determinado Procurador, em tese, tenha</p><p>orientado o advogado do réu acerca da colaboração</p><p>premiada não caracterizam hipóteses de suspeição.</p><p>STF. Plenário. AS 89/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado</p><p>em 13/9/2017 (Info 877). 159</p><p>CAPÍTULO III</p><p>DO ACUSADO E SEU DEFENSOR</p><p>Art. 259. A impossibilidade de identificação do</p><p>acusado com o seu verdadeiro nome ou outros</p><p>qualificativos não retardará a ação penal, quando</p><p>certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso</p><p>do processo, do julgamento ou da execução da</p><p>sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á</p><p>a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da</p><p>validade dos atos precedentes.</p><p>Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o</p><p>interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato</p><p>que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade</p><p>poderá mandar conduzi-lo à sua presença.</p><p>TEM CARA DE PROVA: O art. 260 prevê que se o</p><p>acusado não atender à intimação para o</p><p>interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato</p><p>que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade</p><p>poderá mandar conduzi-lo à sua presença. No entanto,</p><p>muito cuidado com esse art. 260, pois o Plenário do</p><p>Supremo Tribunal Federal (STF) declarou, que a</p><p>condução coercitiva de réu ou investigado PARA</p><p>INTERROGATÓRIO, não foi recepcionada pela</p><p>Constituição de 1988. A decisão foi tomada no</p><p>julgamento das Arguições de Descumprimento de</p><p>Preceito Fundamental (ADPFs) 395 e 444, ajuizadas,</p><p>respectivamente, pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e</p><p>pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O emprego</p><p>da medida, segundo o entendimento majoritário,</p><p>representa restrição à liberdade de locomoção e viola</p><p>a presunção de não culpabilidade, sendo, portanto,</p><p>incompatível com a Constituição Federal.</p><p>159 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Arguição de suspeição de Rodrigo</p><p>Janot em relação a Michel Temer. Buscador Dizer o Direito, Manaus.</p><p>Disponível em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/3b7</p><p>d09dac07c9ccd3aae2025cc195250>. Acesso em: 13/04/2023</p><p>Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem</p><p>de condução, os requisitos mencionados no art. 352, no</p><p>que Ihe for aplicável.</p><p>CAIU NA DPE-SP-2019-FCC: O artigo 260 do Código de</p><p>Processo Penal prevê que:</p><p>Se o acusado não atender à intimação para o</p><p>Interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato</p><p>que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade</p><p>poderá mandar conduzi-lo a sua presença.</p><p>Sobre a aplicação do disposto nesse artigo, para o ato</p><p>de interrogatório, é correto dizer que a condução</p><p>coercitiva</p><p>A) foi recepcionada pela Constituição de 1988, sendo</p><p>importante instrumento de política criminal, para</p><p>assegurar a instrução criminal, evitando que os</p><p>imputados estabeleçam versões concatenadas dos</p><p>fatos.</p><p>B) é constitucional e não viola qualquer direito</p><p>fundamental.</p><p>C) é legítima apenas quando o investigado não tiver</p><p>atendido, injustificadamente, prévia intimação.</p><p>D) é válida, quando ocorrer em substituição à medida</p><p>mais grave, como a prisão preventiva ou temporária.</p><p>E) não foi recepcionada pela Constituição de 1988, pois</p><p>representa restrição à liberdade de locomoção e viola a</p><p>presunção de não culpabilidade.160</p><p>Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou</p><p>foragido, será processado ou julgado sem defensor.</p><p>CAIU NA DPE-MT-2022-FCC: A revelia impõe, ex vi legis,</p><p>a veracidade dos fatos trazidos na denúncia ou queixa-</p><p>crime. 161</p><p>Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por</p><p>defensor público ou dativo, será sempre exercida</p><p>através de manifestação fundamentada.</p><p>Súmula 523 – STF: No processo penal, a falta da defesa</p><p>constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o</p><p>anulará se houver prova de prejuízo para o réu.</p><p>CAIU NA DPE-PR-2022-AOCP: Segundo entendimento</p><p>dos Tribunais Superiores, no processo penal, a</p><p>deficiência da defesa técnica constitui nulidade</p><p>absoluta.162</p><p>160 Gabarito: E.</p><p>161 ERRADO.</p><p>162 ERRADO.</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>IMPORTANTE</p><p>SÚMULA</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art352</p><p>82</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CAIU NA DPE-PI-2022-CESPE: A falta de defesa no</p><p>processo penal e sua deficiência implicam nulidade</p><p>absoluta do processo, uma vez que o prejuízo está</p><p>implícito na vulnerabilidade do status libertatis do</p><p>acusado.163</p><p>A discordância da atual Defesa técnica com os pleitos,</p><p>teses e estratégias adotados ou não pelo Causídico</p><p>anterior não caracteriza ausência/deficiência de defesa</p><p>capaz de gerar nulidade processual. (AgRg no HC n.</p><p>551.330/SP, relatora Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma,</p><p>julgado em 15/9/2020, DJe de 29/9/2020).</p><p>Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.</p><p>Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado</p><p>defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo</p><p>tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo</p><p>defender-se, caso tenha habilitação.</p><p>Atenção</p><p>Na hipótese de o atual advogado do réu preso</p><p>renunciar ao mandato, o juiz não deverá encaminhar</p><p>os autos à Defensoria Pública, sob pena de violação</p><p>ao direito de escolha de advogado de sua confiança.</p><p>Deve o magistrado intimar o réu pessoalmente, para</p><p>que este nomeio advogado de sua confiança. Não</p><p>sendo nomeado, aí sim poderá o magistrado enviar</p><p>os autos à Defensoria Pública.</p><p>Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será</p><p>obrigado a pagar os honorários do defensor dativo,</p><p>arbitrados pelo juiz.</p><p>O QUE É UM DEFENSOR DATIVO?</p><p>Segundo Márcio André Cavalcante, defensor dativo é</p><p>um advogado nomeado (designado) pelo juiz para o</p><p>acusado que está respondendo a processo criminal</p><p>sem a assistência de um advogado ou Defensor</p><p>Público. O acusado pode estar sem advogado porque</p><p>não tem condições de contratar um ou porque,</p><p>mesmo sem ter condições, não o faz. Neste último</p><p>caso, mesmo sendo uma “escolha” do acusado não</p><p>contratar, esta opção não será válida já que a defesa</p><p>técnica feita por advogado ou Defensor Público é</p><p>obrigatória no processo penal.”164</p><p>É bom lembrar que a Defensoria Pública, quando</p><p>atuar na defesa criminal de assistido que não seja</p><p>necessitado, faz jus a honorários, a serem pagos pelo</p><p>163 ERRADO.</p><p>próprio assistido. Esses honorários, como sabemos,</p><p>devem ser revertidos para Instituição.</p><p>Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e</p><p>solicitadores serão obrigados, sob pena de multa de</p><p>cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos</p><p>acusados, quando nomeados pelo Juiz.</p><p>Art. 265. O defensor não poderá abandonar o</p><p>processo senão por motivo imperioso, comunicado</p><p>previamente o juiz, sob pena de multa de 10 a 100</p><p>salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções</p><p>cabíveis.</p><p>§ 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo</p><p>justificado, o defensor não puder comparecer.</p><p>§ 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até a</p><p>abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não</p><p>determinará o adiamento de ato algum do processo,</p><p>devendo nomear defensor substituto, ainda que</p><p>provisoriamente ou só para o efeito do ato.</p><p>Divergência: A conduta do advogado ou Defensor</p><p>Público de abandonar o plenário do Júri (como</p><p>estratégia de defesa) pode configurar abandono do</p><p>processo, ensejando a multa do art. 265 do CPP?</p><p>• SIM. A 5ª Turma do STJ tem rechaçado a postura de</p><p>abandonar o plenário do Júri como tática da defesa,</p><p>considerando se tratar de conduta que configura, sim,</p><p>abandono processual, apto, portanto, a atrair a</p><p>aplicação da multa do art. 265 do CPP. STJ. 5ª Turma.</p><p>RMS 54.183-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Rel. Acd. Min.</p><p>Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 13/08/2019</p><p>(Info 658).</p><p>• NÃO. Não constitui a hipótese do art. 265 do Código</p><p>de Processo Penal o abandono de ato processual pelo</p><p>defensor do réu se este permaneceu na causa, tendo,</p><p>inclusive, atuado nos atos subsequentes. STJ. 6ª Turma.</p><p>RMS 51.511/SP, Rel. Acd. Min. Sebastião Reis Júnior,</p><p>julgado em 22/08/2017.</p><p>Art. 266. A constituição de defensor independerá de</p><p>instrumento de mandato, se o acusado o indicar por</p><p>ocasião do interrogatório.</p><p>Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão</p><p>como defensores os parentes do juiz.</p><p>164 Disponível em: https://www.dizerodireito.com.br/2019/12/as-tabelas-</p><p>de-honorarios-elaboradas.html. Acesso em 27 de Janeiro de 2021.</p><p>IMPORTANTE</p><p>IMPORTANTE</p><p>IMPORTANTE</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>https://www.dizerodireito.com.br/2019/12/as-tabelas-de-honorarios-elaboradas.html</p><p>https://www.dizerodireito.com.br/2019/12/as-tabelas-de-honorarios-elaboradas.html</p><p>83</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>DOS ASSISTENTES</p><p>Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá</p><p>intervir, como assistente do Ministério Público, o</p><p>ofendido ou seu representante legal, ou, na falta,</p><p>qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31 (Cônjuge,</p><p>ascendente, descendente ou irmão)</p><p>Art. 269. O assistente será admitido enquanto não</p><p>passar em julgado a sentença e receberá a causa no</p><p>estado em que se achar.</p><p>Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá</p><p>intervir como assistente do Ministério Público.</p><p>ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO X ASSISTENTE DA</p><p>VÍTIMA</p><p>A figura do assistente de acusação, tecnicamente</p><p>falando, é algo inerente à fase judicial do caso (o que</p><p>não impede, na prática, que a vítima e os legitimados</p><p>para assistirem à acusação auxiliem o delegado ou</p><p>membro do MP na investigação, propondo</p><p>diligências ou mesmo trazendo elementos</p><p>informativos – investigação defensiva).</p><p>Ademais, é bom lembrar que, por exemplo, a</p><p>Defensora Pública – e também examinadora da DPE-</p><p>RJ Renata Tavares – alega que no âmbito da Lei</p><p>Maria da Penha há uma espécie de “assistente à</p><p>vítima” (art. 28, LMP), distinto do assistente de</p><p>acusação previsto no CPP.</p><p>Franklyn Roger bem lembra que “é assegurado à</p><p>mulher vítima de violência doméstica e familiar o</p><p>acesso aos serviços de Defensoria Pública, em sede</p><p>policial e judicial, mediante atendimento específico e</p><p>humanizado (art. 28 da Lei Maria da Penha). Com</p><p>isso, objetiva o legislador, em cumprimento ao art.</p><p>226, § 8º, da CRFB, conferir ampla proteção à família,</p><p>coibindo a violência doméstica e familiar, através do</p><p>rol de institutos processuais, a exemplo das medidas</p><p>protetivas de urgência, bem como pelo tratamento</p><p>psicossocial prestado pela equipe</p><p>multidisciplinar.”165</p><p>Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de</p><p>prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o</p><p>libelo e os articulados, participar do debate oral e</p><p>165 Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-jul-18/franklyn-roger-</p><p>assistencia-vitima-violencia-processo-penal. Acesso em 27 de Janeiro de</p><p>2021.</p><p>arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público,</p><p>ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.</p><p>Enunciado de Súmula 448, STF: O prazo para o</p><p>assistente recorrer, supletivamente, começa a correr</p><p>imediatamente após o transcurso do prazo do</p><p>Ministério Público.</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: A vítima, segundo</p><p>disposição expressa do Código de Processo Penal, por</p><p>meio de seu advogado habilitado como assistente de</p><p>acusação, não poderá interpor apelação quando o</p><p>Ministério Público assim não o fizer.166</p><p>§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca</p><p>da realização das provas propostas pelo assistente.</p><p>§ 2o O processo prosseguirá independentemente de</p><p>nova intimação do assistente, quando este, intimado,</p><p>deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução</p><p>ou do julgamento, sem motivo de força maior</p><p>devidamente comprovado.</p><p>É inadmissível a intervenção do assistente de</p><p>acusação na ação de habeas corpus. Isto porque,</p><p>inexiste imposição legal de intimação do assistente do</p><p>Ministério Público no habeas corpus impetrado em</p><p>favor do acusado. Ademais, como ele não integra a</p><p>relação processual instaurada nessa ação autônoma de</p><p>natureza constitucional, também não possui</p><p>legitimidade para recorrer de decisões proferidas em</p><p>habeas corpus, por não constar essa atividade</p><p>processual no rol exaustivo do art. 271 do Código de</p><p>Processo Penal. STF. 1ª Turma. AgRg no HC 203.737, Rel.</p><p>Min. Carmem Lúcia, decisão monocrática em</p><p>31/08/2021.</p><p>CAIU NA DPE-MT-2022-FCC: É admissível a intervenção</p><p>do assistente de acusação em ação de habeas corpus,</p><p>conforme entendimento dos Tribunais Superiores. 167</p><p>O assistente da acusação tem direito à réplica,</p><p>ainda que</p><p>o MP tenha anuído à tese de legítima defesa do réu e</p><p>declinado do direito de replicar. STJ. 5ª Turma. REsp</p><p>1343402-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em</p><p>21/8/2014 (Info 546).</p><p>Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente</p><p>sobre a admissão do assistente.</p><p>166 ERRADO.</p><p>167 ERRADO.</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art31</p><p>https://www.conjur.com.br/2019-jul-18/franklyn-roger-assistencia-vitima-violencia-processo-penal</p><p>https://www.conjur.com.br/2019-jul-18/franklyn-roger-assistencia-vitima-violencia-processo-penal</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art584</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art598</p><p>84</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o</p><p>assistente, NÃO caberá recurso, devendo, entretanto,</p><p>constar dos autos o pedido e a decisão.</p><p>CAPÍTULO V</p><p>DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA</p><p>Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes</p><p>estendem-se aos serventuários e funcionários da</p><p>justiça, no que Ihes for aplicável.</p><p>CAPÍTULO VI</p><p>DOS PERITOS E INTÉRPRETES</p><p>Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará</p><p>sujeito à disciplina judiciária.</p><p>Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do</p><p>perito.</p><p>Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será</p><p>obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de</p><p>cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.</p><p>Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito</p><p>que, sem justa causa, provada imediatamente:</p><p>a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da</p><p>autoridade;</p><p>b) não comparecer no dia e local designados para o</p><p>exame;</p><p>c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não</p><p>seja feita, nos prazos estabelecidos.</p><p>Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito,</p><p>sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua</p><p>condução.</p><p>Art. 279. Não poderão ser peritos:</p><p>I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito</p><p>mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal;</p><p>II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou</p><p>opinado anteriormente sobre o objeto da perícia;</p><p>III - os analfabetos e os menores de 21 anos.</p><p>Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for</p><p>aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.</p><p>Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos,</p><p>equiparados aos peritos.</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art69i</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art69iv</p><p>85</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CÓDIGO DE PROCESSO</p><p>PENAL</p><p>TÍTULO IX</p><p>DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA</p><p>LIBERDADE PROVISÓRIA</p><p>DOS SUPLÍCLIOS (FOUCAULT E A QUESTÃO</p><p>PRISIONAL)</p><p>Foucault narra como eram feitas as punições</p><p>medievais através de suplícios. Em resumo, o suplício</p><p>pode ser conceituado como a aplicação de penas em</p><p>que se utilizam, cruelmente, do corpo do condenado.</p><p>Com o tempo é que as penas vão ficando mais</p><p>humanizadas, avalia o autor.</p><p>Segundo FOUCAULT, “a punição vai-se tornando,</p><p>pois, a parte mais velada do processo penal,</p><p>provocando várias consequências: deixa o campo da</p><p>percepção quase diária e entra no da consciência</p><p>abstrata; sua eficácia é atribuída à sua fatalidade não</p><p>à sua intensidade visível; a certeza de ser punido é</p><p>que deve desviar o homem do crime e não mais o</p><p>abominável teatro; a mecânica exemplar da punição</p><p>muda as engrenagens. Por essa razão, a justiça não</p><p>mais assume publicamente a parte de violência que</p><p>está ligada a seu exercício. O fato de ela matar ou</p><p>ferir já não é mais a glorificação de sua força, mas um</p><p>elemento intrínseco a ela que ela é obrigada a tolerar</p><p>e muito lhe custa ter que impor. As caracterizações</p><p>da infâmia são redistribuídas: no castigo-espetáculo</p><p>um horror confuso nascia do patíbulo: ele envolvia ao</p><p>mesmo tempo o carrasco e o condenado: e se por um</p><p>lado sempre estava a ponto de transformar em</p><p>piedade ou em glória a vergonha infligida ao</p><p>supliciado, por outro lado, ele fazia redundar</p><p>geralmente em infâmia a violência legal do executor.</p><p>Desde então, o escândalo e a luz serão partilhados de</p><p>outra forma; é a própria condenação que marcará o</p><p>delinquente com sinal negativo e unívoco:</p><p>publicidade, portanto, dos debates e da sentença;</p><p>quanto à execução, ela é como uma vergonha</p><p>suplementar que a justiça tem vergonha de impor ao</p><p>condenado; ela guarda distância, tendendo sempre a</p><p>confiá-la a outros e sob a marca do sigilo. É</p><p>indecoroso ser passível de punição, mas pouco</p><p>glorioso punir. Daí esse duplo sistema de proteção</p><p>que a justiça estabeleceu entre ela e o castigo que ela</p><p>impõe. A execução da pena vai-se tornando um setor</p><p>autônomo, em que um mecanismo administrativo</p><p>168 FOUCAULT, Michel. F86v Vigiar e punir: nascimento da prisão; tradução</p><p>de Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987. 288p.</p><p>desonera a justiça, que se livra desse secreto mal-</p><p>estar por um enterramento burocrático da pena”.168</p><p>DOCILIZAÇÃO DOS CORPOS</p><p>Também é importante lembrar que Foucault, em sua</p><p>obra “Vigiar e punir”, destina um capítulo próprio</p><p>para falar sobre a docilização dos corpos no que se</p><p>refere à prisão.</p><p>Para ele, “o corpo humano entra numa maquinaria</p><p>de poder que o esquadrinha, o desarticula e o</p><p>recompõe. Uma “anatomia política”, que é também</p><p>igualmente uma “mecânica do poder”, está</p><p>nascendo; ela define como se pode ter domínio sobre</p><p>o corpo dos outros, não simplesmente para que</p><p>façam o que se quer, mas para que operem como se</p><p>quer, com as técnicas, segundo a rapidez e a eficácia</p><p>que se determina. A disciplina fabrica assim corpos</p><p>submissos e exercitados, corpos “dóceis”. A disciplina</p><p>aumenta as forças do corpo (em termos econômicos</p><p>de utilidade) e diminui essas mesmas forças (em</p><p>termos políticos de obediência). Em uma palavra: ela</p><p>dissocia o poder do corpo; faz dele por um lado uma</p><p>“aptidão”, uma “capacidade” que ela procura</p><p>aumentar; e inverte por outro lado a energia, a</p><p>potência que poderia resultar disso, e faz dela uma</p><p>relação de sujeição estrita. Se a exploração</p><p>econômica separa a força e o produto do trabalho,</p><p>digamos que a coerção disciplinar estabelece no</p><p>corpo o elo coercitivo entre uma aptidão aumentada</p><p>e uma dominação acentuada.”</p><p>FOUCAULT: O PANOPTISMO DE BENTHAM</p><p>Outro ponto importante sobre a obra Vigiar e Punir</p><p>de Foucault é a respeito do Panoptismo de Bentham,</p><p>já tendo sido cobrado em provas de Defensoria. Veja</p><p>essa imagem abaixo:</p><p>Avalia o autor (Foucault) que “o princípio é</p><p>conhecido: na periferia uma construção em anel; no</p><p>centro, uma torre; esta é vazada de largas janelas que</p><p>se abrem sobre a face interna do anel; a construção</p><p>periférica é dividida em celas, cada uma atravessando</p><p>toda a espessura da construção; elas têm duas</p><p>janelas, uma para o interior, correspondendo às</p><p>86</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>janelas da torre; outra, que dá para o exterior,</p><p>permite que a luz atravesse a cela de lado a lado.</p><p>Basta então colocar um vigia na torre central, e em</p><p>cada cela trancar um louco, um doente, um</p><p>condenado, um operário ou um escolar. Pelo efeito</p><p>da contraluz, pode-se perceber da torre, recortando-</p><p>se exatamente sobre a claridade, as pequenas</p><p>silhuetas cativas nas celas da periferia. Tantas jaulas,</p><p>tantos pequenos teatros, em que cada ator está</p><p>sozinho, perfeitamente individualizado e</p><p>constantemente visível”.169</p><p>Foucault, ainda na mesma obra, salienta que o</p><p>dispositivo panóptico organiza unidades espaciais</p><p>que permitem ver sem parar e reconhecer</p><p>imediatamente. Em suma, o princípio da masmorra é</p><p>invertido; ou antes, de suas três funções — trancar,</p><p>privar de luz e esconder — só se conserva a primeira</p><p>e suprimem-se as outras duas. A plena luz e o olhar</p><p>de um vigia captam melhor que a sombra, que</p><p>finalmente protegia. A visibilidade é uma armadilha.</p><p>É importante ressaltar que o modelo panóptico surge</p><p>originalmente</p><p>na prisão. Porém, esse modelo de</p><p>vigilância foi difundido para outros setores da</p><p>sociedade, sendo utilizado hoje não só nas prisões,</p><p>mas em escolas, universidades, hospitais, grandes</p><p>empresas etc. Por exemplo, basta sair à rua e olhar</p><p>para os postes da cidade; muito provavelmente lá</p><p>estarão câmeras da Prefeitura ou do governo do</p><p>Estado, vigiando cada passo que seus cidadãos dão.</p><p>Se, por um lado, a segurança pública pode ser</p><p>aprimorada, por outro há dúvidas acerca da forma</p><p>como essas imagens são utilizadas e se elas</p><p>respeitam efetivamente o direito à privacidade dos</p><p>cidadãos.</p><p>CAPÍTULO I</p><p>DISPOSIÇÕES GERAIS</p><p>Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título</p><p>deverão ser aplicadas observando-se a:</p><p>I - necessidade para aplicação da lei penal, para a</p><p>investigação ou a instrução criminal e, nos casos</p><p>expressamente previstos, para evitar a prática de</p><p>infrações penais;</p><p>II - adequação da medida à gravidade do crime,</p><p>circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado</p><p>ou acusado.</p><p>169 FOUCAULT, Michel. F86v Vigiar e punir: nascimento da prisão; tradução</p><p>de Raquel Ramalhete. Petrópolis, Vozes, 1987. 288p. Disponível para</p><p>download em: https://www.ufsj.edu.br/portal2-</p><p>§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas</p><p>isolada ou cumulativamente.</p><p>CAIU NA DPE-GO-2021-FCC: A prisão domiciliar</p><p>prevista no Código de Processo Penal pode ser</p><p>decretada em conjunto com a medida cautelar de</p><p>fiança.170</p><p>§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a</p><p>requerimento das partes ou, quando no curso da</p><p>investigação criminal, por representação da autoridade</p><p>policial ou mediante requerimento do Ministério</p><p>Público. (Lei Anticrime/19)</p><p>DIMENSÕES DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA</p><p>SEGUNDO AURY LOPES JÚNIOR</p><p>INTERNA EXTERNA</p><p>“Dever de tratamento</p><p>imposto inicialmente</p><p>ao magistrado,</p><p>determinando que a</p><p>carga da prova seja</p><p>inteiramente do</p><p>acusador (o réu</p><p>inocente não precisa</p><p>provar nada)”.</p><p>“A presunção exige uma</p><p>proteção contra a</p><p>publicidade abusiva e a</p><p>estigmatização do réu.</p><p>Significa que a presunção</p><p>de inocência deve ser</p><p>utilizada como verdadeiro</p><p>limite democrático à</p><p>abusiva exploração</p><p>midiática em torno do fato</p><p>criminoso.”</p><p>§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de</p><p>ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de</p><p>medida cautelar, determinará a intimação da parte</p><p>contrária, para se manifestar no prazo de 5 dias,</p><p>acompanhada de cópia do requerimento e das peças</p><p>necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os</p><p>casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados</p><p>e fundamentados em decisão que contenha elementos</p><p>do caso concreto que justifiquem essa medida</p><p>excepcional. (Lei Anticrime/19)</p><p>§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das</p><p>obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do</p><p>Ministério Público, de seu assistente ou do</p><p>querelante, poderá SUBSTITUIR a medida, impor outra</p><p>em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão</p><p>preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312</p><p>deste Código. (Lei Anticrime/19)</p><p>repositorio/File/centrocultural/foucault_vigiar_punir.pdf. Acesso em 5 de</p><p>Fevereiro de 2021.</p><p>170 CERTO.</p><p>NOVIDADE</p><p>https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/centrocultural/foucault_vigiar_punir.pdf</p><p>https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/centrocultural/foucault_vigiar_punir.pdf</p><p>87</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes,</p><p>REVOGAR a medida cautelar ou substituí-la quando</p><p>verificar a falta de motivo para que subsista, bem como</p><p>voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a</p><p>justifiquem. (Lei Anticrime/19)</p><p>§ 6º A prisão preventiva somente será determinada</p><p>quando não for cabível a sua substituição por outra</p><p>medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o</p><p>não cabimento da substituição por outra medida</p><p>cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada</p><p>nos elementos presentes do caso concreto, de forma</p><p>individualizada. (Lei Anticrime/19)</p><p>Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante</p><p>delito ou por ordem escrita e fundamentada da</p><p>autoridade judiciária competente, em decorrência de</p><p>prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal</p><p>transitada em julgado. (Lei Anticrime/19)</p><p>CAIU NA DPE-PR-2022-AOCP: O Supremo Tribunal</p><p>Federal admite a execução provisória da decisão penal</p><p>condenatória, enquanto pendente de julgamento os</p><p>recursos extraordinários, porquanto estes não possuem</p><p>efeito suspensivo. 171</p><p>§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não</p><p>se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa</p><p>ou alternativamente cominada pena privativa de</p><p>liberdade.</p><p>§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a</p><p>qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à</p><p>inviolabilidade do domicílio.</p><p>MEDIDAS CAUTELARES</p><p>Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime</p><p>Durante a fase judicial, o</p><p>juiz poderia decretar de</p><p>ofício.</p><p>O juiz não poderá mais</p><p>decretar as medidas</p><p>cautelares de ofício.</p><p>Em caso de</p><p>descumprimento, o juiz</p><p>poderia, de ofício,</p><p>substituir a medida,</p><p>impor outra em</p><p>cumulação ou decretar a</p><p>prisão preventiva.</p><p>Em caso de</p><p>descumprimento, o juiz</p><p>não poderá, de ofício,</p><p>substituir a medida,</p><p>impor outra em</p><p>cumulação ou decretar a</p><p>prisão preventiva.</p><p>Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo</p><p>a indispensável no caso de resistência ou de tentativa</p><p>de fuga do preso.</p><p>171 ERRADO.</p><p>Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará</p><p>expedir o respectivo mandado.</p><p>Parágrafo único. O mandado de prisão:</p><p>a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela</p><p>autoridade;</p><p>b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu</p><p>nome, alcunha ou sinais característicos;</p><p>c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;</p><p>d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando</p><p>afiançável a infração;</p><p>e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe</p><p>execução.</p><p>Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o</p><p>executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um</p><p>dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da</p><p>diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no</p><p>outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder</p><p>escrever, o fato será mencionado em declaração,</p><p>assinada por 2 testemunhas.</p><p>Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de</p><p>exibição do mandado não obstará a prisão, e o preso,</p><p>em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz</p><p>que tiver expedido o mandado, para a realização de</p><p>AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA. (Lei Anticrime/19)</p><p>AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA</p><p>A CADH prevê, em seu art. 7.5, que “Toda pessoa</p><p>presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem</p><p>demora, à presença de um juiz ou outra autoridade</p><p>autorizada por lei a exercer funções judiciais (...)”</p><p>Trata-se, sem dúvidas, da previsão convencional da</p><p>audiência de custódia. Nesse ponto, é importante</p><p>dizer que no Caso Velásquez Rodriguez vs Honduras,</p><p>a Corte IDH considerou que a prisão ou a detenção</p><p>de uma pessoa sem a sua condução, sem demora, à</p><p>presença de uma autoridade judicial, consiste em</p><p>privação arbitrária de liberdade e dificulta os meios</p><p>adequados para se controlar a legalidade da prisão</p><p>(Caio Paiva e Thimotie Aragon, 2020, p. 60/61).</p><p>Veremos mais detalhes sobre a audiência de custódia</p><p>à frente.</p><p>88</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>A audiência de custódia (ou de apresentação) constitui</p><p>direito público subjetivo, de caráter fundamental,</p><p>assegurado por convenções internacionais de direitos</p><p>humanos a que o Estado brasileiro aderiu, já</p><p>incorporadas ao direito positivo interno (Convenção</p><p>Americana de Direitos Humanos e Pacto Internacional</p><p>sobre Direitos Civis e Políticos). Traduz prerrogativa não</p><p>suprimível assegurada a qualquer pessoa. Sua</p><p>imprescindibilidade tem o beneplácito do magistério</p><p>jurisprudencial (ADPF 347 MC) e do ordenamento</p><p>positivo doméstico (Lei nº 13.964/2019 e Resolução</p><p>213/2015 do CNJ). STF. HC 188888/MG,</p><p>Rel. Min. Celso</p><p>de Mello, julgado em 6/10/2020 (Info 994)172</p><p>Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que</p><p>seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou</p><p>carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo</p><p>executor ou apresentada a guia expedida pela</p><p>autoridade competente, devendo ser passado recibo da</p><p>entrega do preso, com declaração de dia e hora.</p><p>Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no</p><p>próprio exemplar do mandado, se este for o documento</p><p>exibido.</p><p>Art. 289. Quando o acusado estiver no território</p><p>nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será</p><p>deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória</p><p>o inteiro teor do mandado.</p><p>§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão</p><p>por qualquer meio de comunicação, do qual deverá</p><p>constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança</p><p>se arbitrada.</p><p>§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará</p><p>as precauções necessárias para averiguar a</p><p>autenticidade da comunicação.</p><p>§ 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção</p><p>do preso no prazo máximo de 30 dias, contados da</p><p>efetivação da medida.</p><p>Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato</p><p>registro do mandado de prisão em banco de dados</p><p>mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa</p><p>finalidade.</p><p>§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão</p><p>determinada no mandado de prisão registrado no</p><p>172 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A audiência de custódia constitui</p><p>direito público subjetivo, de caráter fundamental. Buscador Dizer o</p><p>Direito, Manaus. Disponível em:</p><p>Conselho Nacional de Justiça, AINDA QUE FORA da</p><p>competência territorial do juiz que o expediu.</p><p>§ 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão</p><p>decretada, ainda que sem registro no Conselho</p><p>Nacional de Justiça, adotando as precauções</p><p>necessárias para averiguar a autenticidade do mandado</p><p>e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este</p><p>providenciar, em seguida, o registro do mandado na</p><p>forma do caput deste artigo.</p><p>§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do</p><p>local de cumprimento da medida o qual providenciará a</p><p>certidão extraída do registro do Conselho Nacional de</p><p>Justiça e informará ao juízo que a decretou.</p><p>§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos</p><p>termos do inciso LXIII do art. 5o da Constituição</p><p>Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu</p><p>advogado, será comunicado à DEFENSORIA</p><p>PÚBLICA.</p><p>§ 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a</p><p>legitimidade da pessoa do executor ou sobre a</p><p>identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art.</p><p>290 deste Código.</p><p>§ 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o</p><p>registro do mandado de prisão a que se refere</p><p>o caput deste artigo.</p><p>Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao</p><p>território de outro município ou comarca, o executor</p><p>poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar,</p><p>apresentando-o imediatamente à autoridade local, que,</p><p>depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante,</p><p>providenciará para a remoção do preso.</p><p>§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição</p><p>do réu, quando:</p><p>a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção,</p><p>embora depois o tenha perdido de vista;</p><p>b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que</p><p>o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual</p><p>direção, pelo lugar em que o procure, for no seu</p><p>encalço.</p><p>§ 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas</p><p>razões para duvidar da legitimidade da pessoa do</p><p>executor ou da legalidade do mandado que apresentar,</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ba7</p><p>e36c43aff315c00ec2b8625e3b719>. Acesso em: 06/04/2021</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>89</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>poderão pôr em custódia o réu, até que fique</p><p>esclarecida a dúvida.</p><p>Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-</p><p>á feita desde que o executor, fazendo-se conhecer do</p><p>réu, Ihe apresente o mandado e o intime a acompanhá-</p><p>lo.</p><p>Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros,</p><p>resistência à prisão em flagrante ou à determinada por</p><p>autoridade competente, o executor e as pessoas que o</p><p>auxiliarem poderão usar dos meios necessários para</p><p>defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo</p><p>se lavrará auto subscrito também por duas</p><p>testemunhas.</p><p>Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em</p><p>mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares</p><p>preparatórios para a realização do parto e durante o</p><p>trabalho de parto, bem como em mulheres durante o</p><p>período de puerpério imediato. (Redação dada</p><p>pela Lei nº 13.434, de 2017)</p><p>Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com</p><p>segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma</p><p>casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da</p><p>ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente,</p><p>o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia,</p><p>entrará à força na casa, arrombando as portas, se</p><p>preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao</p><p>morador, se não for atendido, fará guardar todas as</p><p>saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que</p><p>amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.</p><p>Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar</p><p>o réu oculto em sua casa será levado à presença da</p><p>autoridade, para que se proceda contra ele como for de</p><p>direito.</p><p>Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á</p><p>o disposto no artigo anterior, no que for aplicável.</p><p>Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão</p><p>especial, à disposição da autoridade competente,</p><p>quando sujeitos a prisão antes de condenação</p><p>definitiva:</p><p>I - os ministros de Estado;</p><p>173 LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Ed. JusPodvim,</p><p>2019, p.926</p><p>174 É importante que você lembre que o dispositivo não poderia ter sido</p><p>declarado inconstitucional, já que a norma que o instituiu (CPP) é anterior</p><p>II - os governadores ou interventores de Estados ou</p><p>Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus</p><p>respectivos secretários, os prefeitos municipais, os</p><p>vereadores e os chefes de Polícia;</p><p>III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho</p><p>de Economia Nacional e das Assembleias Legislativas</p><p>dos Estados;</p><p>IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";</p><p>V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos</p><p>Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;</p><p>VI - os magistrados;</p><p>VII - os diplomados por qualquer das faculdades</p><p>superiores da República; (ADPF 334 - DISPOSITIVO</p><p>DECLARADO NÃO RECEPCIONADO)</p><p>ADPF 334 E A NÃO RECEPÇÃO DO INCISO VII DO</p><p>ART. 295 DO CPP</p><p>Renato Brasileiro há bastante tempo já tecia críticas</p><p>ao referido dispositivo acima:</p><p>(...) Cria-se, por meio da prisão especial, tratamento</p><p>diferenciado entre um cidadão diplomado e outro</p><p>analfabeto, violando-se o princípio da isonomia sem</p><p>qualquer critério lógico e razoável a justificá-lo. Na</p><p>verdade, se o próprio Estado reconhece que não</p><p>consegue fornecer condições carcerárias dignas,</p><p>deveria reservar a todo e qualquer preso provisório,</p><p>primário e com bons antecedentes, recolhimento em</p><p>separado daqueles que foram condenados, e, por</p><p>conseguinte, já possuem mais tempo de vivência no</p><p>cárcere.173</p><p>Foi apenas em 2023, por intermédio da ADPF 334174,</p><p>que o Plenário do STF declarou que o referido</p><p>dispositivo acima não é compatível com a</p><p>Constituição, de modo que não foi recepcionado175:</p><p>VIII - os ministros de confissão religiosa;</p><p>IX - os ministros do Tribunal de Contas;</p><p>X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a</p><p>função de jurado, salvo quando excluídos da lista por</p><p>à Constituição. Neste caso, a norma foi declarada não recepcionada pela</p><p>Constituição através de ADPF.</p><p>175 Disponível em:</p><p>https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=5049</p><p>30&ori=1</p><p>NOVIDADE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13434.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13434.htm</p><p>https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=504930&ori=1</p><p>https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=504930&ori=1</p><p>90</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>motivo de incapacidade para o exercício daquela</p><p>função;</p><p>XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos</p><p>Estados e Territórios, ativos e inativos.</p><p>§ 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em</p><p>outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento</p><p>em local distinto da prisão comum.</p><p>§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o</p><p>preso especial, este será recolhido em cela distinta do</p><p>mesmo estabelecimento.</p><p>§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento</p><p>coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do</p><p>ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração,</p><p>insolação e condicionamento térmico adequados à</p><p>existência humana.</p><p>§ 4o O preso especial não será transportado</p><p>juntamente com o preso comum.</p><p>§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial</p><p>serão os mesmos do preso comum.</p><p>Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for</p><p>possível, serão recolhidos à prisão, em</p><p>estabelecimentos militares, de acordo com os</p><p>respectivos regulamentos.</p><p>Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido</p><p>pela autoridade judiciária, a autoridade policial poderá</p><p>expedir tantos outros quantos necessários às</p><p>diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o</p><p>teor do mandado original.</p><p>Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de</p><p>mandado judicial, por qualquer meio de comunicação,</p><p>tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição,</p><p>as precauções necessárias para averiguar a</p><p>autenticidade desta.</p><p>Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão</p><p>separadas das que já estiverem definitivamente</p><p>condenadas, nos termos da lei de execução penal.</p><p>Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito,</p><p>após a lavratura dos procedimentos legais, será</p><p>recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde</p><p>ficará preso à disposição das autoridades</p><p>competentes.</p><p>176 ERRADO.</p><p>CAPÍTULO II</p><p>DA PRISÃO EM FLAGRANTE</p><p>Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades</p><p>policiais e seus agentes deverão prender quem quer</p><p>que seja encontrado em flagrante delito.</p><p>Conforme prevê o art. 301 do CPP, qualquer pessoa</p><p>pode prender quem esteja em flagrante delito. Desse</p><p>modo, não existe óbice à prisão em flagrante realizada</p><p>por guardas municipais, não havendo, portanto, que se</p><p>falar em prova ilícita. STJ. 5ª Turma. HC 421.954/SP, Rel.</p><p>Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em</p><p>22/03/2018.</p><p>Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:</p><p>I - está cometendo a infração penal; (FLAGRANTE</p><p>PRÓPRIO)</p><p>II - acaba de cometê-la; (FLAGRANTE PRÓPRIO)</p><p>III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo</p><p>ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça</p><p>presumir ser autor da infração; (FLAGRANTE</p><p>IMPRÓPRIO/QUASE FLAGRANTE)</p><p>IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos,</p><p>armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele</p><p>autor da infração. (FLAGRANTE PRESUMIDO/FICTO)</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: Denomina-se flagrante</p><p>presumido quando o agente é perseguido logo após</p><p>cometer a infração penal, em situação que se faça</p><p>presumir ser ele o autor do ilícito.176</p><p>CAIU NA DPE-RR-2021-FCC: Denomina-se flagrante</p><p>presumido a hipótese em que o agente é perseguido,</p><p>logo após a prática do fato delituoso, em situação que</p><p>faça presumir ser autor da infração. 177</p><p>FORMAS DE FLAGRANTE</p><p>PRÓPRIO Está cometendo a infração penal ou</p><p>acaba de cometê-la;</p><p>IMPRÓPRIO</p><p>É perseguido, logo após, pela</p><p>autoridade, pelo ofendido ou por</p><p>qualquer pessoa, em situação que</p><p>faça presumir ser autor da infração;</p><p>PRESUMIDO</p><p>OU FICTO</p><p>É encontrado, logo depois, com</p><p>instrumentos, armas, objetos ou</p><p>177 ERRADO.</p><p>IMPORTANTE</p><p>91</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>papéis que façam presumir ser ele</p><p>autor da infração;</p><p>PREPARADO</p><p>É ilegal. Enunciado de Súmula 145-</p><p>STF: Não há crime, quando a</p><p>preparação do flagrante pela polícia</p><p>torna impossível a sua consumação.</p><p>DIFERIDO</p><p>Não tem previsão no CPP, mas sim na</p><p>legislação esparsa. É a chamada ação</p><p>controlada, em que os policiais</p><p>retardam o flagrante para obter mais</p><p>provas do crime.</p><p>Na Lei nº 12.850/13 – Lei de</p><p>Organização Criminosa, não se existe</p><p>autorização judicial, apenas</p><p>comunicação PRÉVIA ao juízo</p><p>competente;</p><p>Na Lei de Drogas, a ação controlada</p><p>depende de prévia AUTORIZAÇÃO</p><p>judicial.</p><p>Na Lei de Lavagem de Capitais, o</p><p>Pacote Anticrime incluiu o cabimento</p><p>da ação controlada, a qual independe</p><p>de autorização judicial. (HC</p><p>512.290/RJ, j. 18/08/2020). Esse é o</p><p>posicionamento de Renato Brasileiro,</p><p>contudo Márcio do Dizer o Direito</p><p>entende diferente. Nesse sentid:</p><p>Para que ocorra a ação controlada é</p><p>necessária prévia autorização</p><p>judicial? 178</p><p>A resposta irá depender do tipo de</p><p>crime que está sendo investigado.</p><p>Se a ação controlada envolver crimes:</p><p>• da Lei de Drogas ou de Lavagem de</p><p>Dinheiro: SIM. Será necessária prévia</p><p>autorização judicial porque o art. 52,</p><p>II, da Lei nº 11.343/2006 e o art. 4ºB</p><p>da Lei nº 9.613/98 assim o exigem.</p><p>• praticados por organização</p><p>criminosa: NÃO. Neste caso será</p><p>necessário apenas que a autoridade</p><p>(policial ou administrativa) avise o juiz</p><p>que irá realização ação controlada.</p><p>Veja o que diz o § 1º do art. 8º da Lei</p><p>nº 12.850/2013:</p><p>178 Disponível em: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não haverá</p><p>infiltração policial se o agente apenas representa a vítima nas</p><p>negociações de extorsão. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível</p><p>Art. 8º (...) § 1º O retardamento da</p><p>intervenção policial ou administrativa</p><p>será previamente comunicado ao juiz</p><p>competente que, se for o caso,</p><p>estabelecerá os seus limites e</p><p>comunicará ao Ministério Público.</p><p>Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o</p><p>agente em flagrante delito enquanto não cessar a</p><p>permanência.</p><p>Art. 304. Apresentado o preso à autoridade</p><p>competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde</p><p>logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo</p><p>e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à</p><p>oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao</p><p>interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é</p><p>feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas</p><p>assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.</p><p>§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita</p><p>contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à</p><p>prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar</p><p>fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo,</p><p>se para isso for competente; se não o for, enviará os</p><p>autos à autoridade que o seja.</p><p>§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o</p><p>auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o</p><p>condutor, deverão assiná-lo pelo menos 2 pessoas que</p><p>hajam testemunhado a apresentação do preso à</p><p>autoridade.</p><p>§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber</p><p>ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será</p><p>assinado por 2 testemunhas, que tenham ouvido sua</p><p>leitura na presença deste.</p><p>§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá</p><p>constar a informação sobre a existência de filhos,</p><p>respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o</p><p>nome e o contato de eventual responsável pelos</p><p>cuidados dos filhos, indicado pela pessoa</p><p>presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)</p><p>Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão,</p><p>qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o</p><p>auto, depois de prestado o compromisso legal.</p><p>em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b56</p><p>522cb95aa89c207e129509362cce3>. Acesso em: 22/02/2022</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art41</p><p>92</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde</p><p>se</p><p>encontre serão comunicados imediatamente ao juiz</p><p>competente, ao Ministério Público e à família do preso</p><p>ou à pessoa por ele indicada.</p><p>§ 1o Em até 24 horas após a realização da prisão, será</p><p>encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em</p><p>flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu</p><p>advogado, cópia integral para a Defensoria</p><p>Pública.</p><p>§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso,</p><p>mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela</p><p>autoridade, com o motivo da prisão, o nome do</p><p>condutor e os das testemunhas.</p><p>Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da</p><p>autoridade, ou contra esta, no exercício de suas</p><p>funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz</p><p>de prisão, as declarações que fizer o preso e os</p><p>depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado</p><p>pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e</p><p>remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar</p><p>conhecimento do fato delituoso, se não o for a</p><p>autoridade que houver presidido o auto.</p><p>Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se</p><p>tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à</p><p>do lugar mais próximo.</p><p>Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em</p><p>liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em</p><p>flagrante.</p><p>Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante,</p><p>no prazo máximo de até 24 horas após a realização da</p><p>prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia</p><p>com a presença do acusado, seu advogado constituído</p><p>ou membro da Defensoria Pública e o membro do</p><p>Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá,</p><p>fundamentadamente: (Lei Anticrime/19)</p><p>I - relaxar a prisão ilegal; ou</p><p>II - converter a prisão em flagrante em preventiva,</p><p>quando presentes os requisitos constantes do art. 312</p><p>deste Código, e se revelarem inadequadas ou</p><p>insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão;</p><p>ou</p><p>III - conceder liberdade provisória, com ou sem</p><p>fiança.</p><p>O STF, por unanimidade, atribuiu interpretação</p><p>conforme ao caput do art. 310 do CPP, alterado pela Lei</p><p>nº 13.964/2019, para assentar que o juiz, em caso de</p><p>urgência e se o meio se revelar idôneo, poderá realizar</p><p>a audiência de custódia por videoconferência.</p><p>CONVERTER FLAGRANTE EM PREVENTIVA DE</p><p>OFÍCIO, ISSO PODE?</p><p>Segundo a doutrina de Renato Brasileiro de Lima, “de</p><p>acordo com a nova redação do art. 310, II, do CPP,</p><p>verificada a legalidade da prisão em flagrante, o juiz</p><p>poderá fundamentadamente converter a prisão em</p><p>flagrante em preventiva, quando presentes os</p><p>requisitos constantes do art. 312 do CPP, e se</p><p>revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas</p><p>cautelares diversas da prisão, hipótese em que</p><p>deverá ser expedido um mandado de prisão. Para</p><p>tanto, é indispensável que seja provocado nesse</p><p>sentido, pois jamais poderá fazê-lo de ofício, sob</p><p>pena de violação aos arts. 3º-A, 282, §§2º e 4º, e 311,</p><p>todos do CPP, com redação dada pela Lei n.</p><p>13.964/19.” (LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de</p><p>Processo Penal. 8ª ed., Salvador: Juspodivm, 2020, p.</p><p>1052).</p><p>A jurisprudência seguiu o mesmo caminho:</p><p>“Não é possível a decretação “ex officio” de prisão</p><p>preventiva em qualquer situação (em juízo ou no</p><p>curso de investigação penal), inclusive no contexto de</p><p>audiência de custódia, sem que haja, mesmo na</p><p>hipótese da conversão a que se refere o art. 310, II,</p><p>do CPP, prévia, necessária e indispensável</p><p>provocação do Ministério Público ou da autoridade</p><p>policial. A Lei nº 13.964/2019, ao suprimir a</p><p>expressão “de ofício” que constava do art. 282, § 2º,</p><p>e do art. 311, ambos do CPP, vedou, de forma</p><p>absoluta, a decretação da prisão preventiva sem o</p><p>prévio requerimento das partes ou representação da</p><p>autoridade policial. Logo, não é mais possível, com</p><p>base no ordenamento jurídico vigente, a atuação ‘ex</p><p>officio’ do Juízo processante em tema de privação</p><p>cautelar da liberdade. A interpretação do art. 310, II,</p><p>do CPP deve ser realizada à luz do art. 282, § 2º e do</p><p>art. 311, significando que se tornou inviável, mesmo</p><p>no contexto da audiência de custódia, a conversão,</p><p>de ofício, da prisão em flagrante de qualquer pessoa</p><p>em prisão preventiva, sendo necessária, por isso</p><p>mesmo, para tal efeito, anterior e formal provocação</p><p>do Ministério Público, da autoridade policial ou,</p><p>quando for o caso, do querelante ou do assistente do</p><p>MP. STJ. 5ª Turma. HC 590039/GO, Rel. Min. Ribeiro</p><p>Dantas, julgado em 20/10/2020. STF. HC</p><p>NOVIDADE</p><p>93</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em</p><p>6/10/2020 (Info 994).179</p><p>CAIU NA DP-DF-2019-CESPE: Valter, preso em flagrante</p><p>por suposta prática de furto simples, não pagou a fiança</p><p>arbitrada pela autoridade policial, tendo permanecido</p><p>preso até a audiência de custódia, realizada na manhã</p><p>do dia seguinte a sua prisão.</p><p>A partir dessa situação hipotética, julgue o seguinte</p><p>item.</p><p>Na audiência de custódia, caso não tenha advogado</p><p>particular, Valter poderá contar com a assistência de</p><p>defensor público, que acompanhará o ato na presença</p><p>do juiz, do promotor de justiça, do secretário de</p><p>audiência e dos policiais que promoveram a prisão. 180</p><p>A falta de audiência de custódia constitui irregularidade,</p><p>não afastando a prisão preventiva, uma vez atendidos</p><p>os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal</p><p>e observados direitos e garantias versados na</p><p>Constituição Federal STF. 1ª Turma. HC 198.784, Rel.</p><p>Min. Marco Aurélio , Dje em 16/06/2021.</p><p>§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante,</p><p>que o agente praticou o fato em qualquer das condições</p><p>constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do</p><p>Código Penal, (excludentes de ilicitude) poderá,</p><p>fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade</p><p>provisória, mediante termo de comparecimento</p><p>obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de</p><p>revogação. (Renumerado do parágrafo único pela</p><p>Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que</p><p>integra organização criminosa armada ou milícia, ou</p><p>que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar</p><p>a liberdade provisória, com ou sem medidas</p><p>cautelares. (Lei Anticrime/19)</p><p>INCONSTITUCIONALIDADE DO § 2º DO ART. 310?</p><p>O § 2º do art. 310 do CPP, culminado pela Lei nº</p><p>13.964/2019 (Lei Anticrime) estabelece uma vedação</p><p>à concessão da liberdade provisória sem que se</p><p>permita a análise do caso concreto.</p><p>Vejam abaixo trecho de um artigo publicado no</p><p>Ibcrim bastante elucidativo:</p><p>“Na ADI 3112/STF, de relatoria do Ministro Ricardo</p><p>Lewandowski, julgada em 2 de maio de 2007, decidiu-</p><p>se pela inconstitucionalidade do artigo 21 da Lei nº</p><p>10.826/03 (Estatuto do Desarmamento), que</p><p>determinava que alguns dos crimes lá previstos</p><p>179 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A audiência de custódia constitui</p><p>direito público subjetivo, de caráter fundamental. Buscador Dizer o</p><p>Direito, Manaus. Disponível em:</p><p>seriam insuscetíveis de liberdade provisória. Em seu</p><p>voto, o Ministro Relator afirmou a vedação de prisão</p><p>processual ex lege, em razão da incompatibilidade</p><p>com os comandos constitucionais da presunção de</p><p>inocência (artigo 5º, inciso LVII da Constituição</p><p>Federal), da obrigatoriedade de fundamentação dos</p><p>decretos de prisão pela autoridade judiciária</p><p>competente (artigo 5º, inciso LXI da Constituição</p><p>Federal), bem como da ampla defesa e do</p><p>contraditório (artigo 5º, inciso LV da Constituição</p><p>Federal). Outrossim, no HC nº 104.339/STF, de</p><p>relatoria do Ministro Gilmar Mendes, julgado em 10</p><p>de maio de 2012, decidiu-se pela</p><p>inconstitucionalidade da expressão “e liberdade</p><p>provisória” do artigo 44 da Lei nº 11.343/06 (Lei de</p><p>Drogas).(v) Na ocasião, o STF entendeu que a prisão</p><p>processual ex lege do indivíduo que pratica crime de</p><p>tráfico de drogas constituía “inequívoca antecipação</p><p>de pena” (STF, 2012, p. 6), bem como invertia a regra</p><p>constitucional que exige a fundamentação dos</p><p>decretos prisionais (artigo 5º, inciso LXI da</p><p>Constituição Federal), pois estabelecia uma</p><p>presunção</p><p>de necessidade da prisão, “afastando a</p><p>intermediação valorativa de seu aplicador.” (STF,</p><p>2012, p. 11). Ainda, especificamente sobre este</p><p>particular, vale rememorar que a</p><p>inconstitucionalidade da expressão “e liberdade</p><p>provisória” do artigo 44 da Lei nº 11.343/06 (Lei de</p><p>Drogas) foi reafirmada por ocasião do julgamento do</p><p>RE nº 1.038.925/STF, com repercussão geral.</p><p>Em conclusão, podemos afirmar que: (i) é necessário</p><p>interpretar o artigo 310, §2º do Código de Processo</p><p>Penal em consonância com o instituto da prisão</p><p>preventiva e não como modalidade de prisão</p><p>processual em continuidade automática à prisão em</p><p>flagrante. Daí se tem que (ii) a reincidência, pela letra</p><p>fria da lei, geraria uma presunção absoluta de</p><p>periculum libertatis, culminando na prisão ex lege, o</p><p>que se mostra (iii) manifestamente inconstitucional,</p><p>haja vista que é vedada a prisão sem fundamentação</p><p>idônea e concreta, sob pena de se ferir de morte os</p><p>princípios da presunção de inocência (artigo 5º, inciso</p><p>LVII da Constituição Federal), da obrigatoriedade de</p><p>fundamentação dos decretos de prisão pela</p><p>autoridade judiciária competente (artigo 5º, inciso LXI</p><p>da Constituição Federal), bem como da ampla defesa</p><p>e do contraditório (artigo 5º, inciso LV da Constituição</p><p>Federal). Por fim, observa-se que (iv) a reincidência</p><p>possui forte apego ao denominado Direito Penal do</p><p>autor, em frontal oposição ao Direito Penal do fato, o</p><p>que culmina em violação aos princípios da legalidade</p><p>e do ne bis in idem.”</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ba7</p><p>e36c43aff315c00ec2b8625e3b719>. Acesso em: 06/04/2021</p><p>180 ERRADO.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>94</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação</p><p>idônea, à não realização da audiência de custódia no</p><p>prazo estabelecido no caput deste artigo responderá</p><p>administrativa, civil e penalmente pela omissão. (Lei</p><p>Anticrime/19)</p><p>§ 4º Transcorridas 24 horas após o decurso do prazo</p><p>estabelecido no caput deste artigo, a não realização de</p><p>audiência de custódia sem motivação idônea ensejará</p><p>também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela</p><p>autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade</p><p>de imediata decretação de prisão preventiva.(Lei</p><p>Anticrime/19)</p><p>O STF, por unanimidade, atribuiu interpretação</p><p>conforme ao § 4º do art. 310 do CPP, incluído pela Lei</p><p>nº 13.964/2019, para assentar que a autoridade</p><p>judiciária deverá avaliar se estão presentes os requisitos</p><p>para a prorrogação excepcional do prazo ou para sua</p><p>realização por videoconferência, sem prejuízo da</p><p>possibilidade de imediata decretação de prisão</p><p>preventiva.</p><p>CAIU NA DPE-RS-2022-CESPE: O STF fixou o</p><p>entendimento de que a falta de audiência de custódia</p><p>constitui irregularidade que não conduz à automática</p><p>revogação da prisão preventiva, cabendo ao juízo da</p><p>causa promover análise acerca da presença dos</p><p>requisitos autorizadores da medida extrema;</p><p>entretanto, tal entendimento não afasta a</p><p>impossibilidade de conversão imediata da prisão em</p><p>flagrante em prisão preventiva sem que haja prévia</p><p>representação da autoridade policial ou requerimento</p><p>do Ministério Público ou do querelante, conforme a</p><p>jurisprudência da Suprema Corte. 181</p><p>CAPÍTULO III</p><p>DA PRISÃO PREVENTIVA</p><p>Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou</p><p>do processo penal, caberá a prisão preventiva</p><p>decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério</p><p>Público, do querelante ou do assistente, ou por</p><p>representação da autoridade policial. (Lei Anticrime)</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: Em obediência ao sistema</p><p>acusatório e a partir da entrada em vigor do</p><p>denominado “Pacote Anticrime”, restou vedada,</p><p>181 CERTO.</p><p>durante o inquérito policial, a imposição de prisão</p><p>preventiva a requerimento do Ministério Público.182</p><p>Prisão preventiva Prisão temporária</p><p>Não há prazo</p><p>determinado.</p><p>Há prazo</p><p>determinado.</p><p>Após o advento da Lei nº 13.964/2019, não é mais</p><p>possível a conversão da prisão em flagrante em</p><p>preventiva sem provocação por parte ou da autoridade</p><p>policial, do querelante, do assistente, ou do Ministério</p><p>Público, mesmo nas situações em que não ocorre</p><p>audiência de custódia.</p><p>STJ. 3ª Seção. RHC 131.263, Rel. Min. Sebastião Reis</p><p>Júnior, julgado em 24/02/2021 (Info 686).</p><p>STF. 2ª Turma. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello,</p><p>julgado em 6/10/2020 (Info 994).</p><p>O posterior requerimento da autoridade policial pela</p><p>segregação cautelar ou manifestação do Ministério</p><p>Público favorável à prisão preventiva suprem o vício da</p><p>inobservância da formalidade de prévio requerimento.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg RHC 136.708/MS, Rel. Min. Felix</p><p>Fisher, julgado em 11/03/2021 (Info 691).</p><p>Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como</p><p>garantia da ordem pública, da ordem econômica, por</p><p>conveniência da instrução criminal ou para assegurar a</p><p>aplicação da lei penal, quando houver PROVA da</p><p>existência do crime e INDÍCIO SUFICIENTE de autoria e</p><p>de perigo gerado pelo estado de liberdade do</p><p>imputado. (Lei Anticrime)</p><p>Preventiva</p><p>Fumus Comissi Delitici Periculum Libertatis</p><p>Prova da materialidade e</p><p>indícios suficientes de</p><p>autoria.</p><p>O perigo gerado pelo</p><p>estado de liberdade do</p><p>imputado.</p><p>O decreto de prisão preventiva deve demonstrar a</p><p>materialidade do crime e os indícios de autoria de</p><p>conduta criminosa, além de indicar,</p><p>fundamentadamente, fatos concretos e</p><p>contemporâneos que demonstrem o perigo que a</p><p>liberdade do investigado ou réu represente à ordem</p><p>pública, ordem econômica, conveniência da instrução</p><p>criminal ou à garantia da aplicação da lei penal. STJ. 6ª</p><p>Turma. HC 737.549-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,</p><p>julgado em 6/12/2022 (Info Especial 10).</p><p>É ilegal a decisão judicial que, ao decretar a prisão</p><p>preventiva, descreve a conduta do paciente de forma</p><p>genérica e imprecisa</p><p>182 ERRADO.</p><p>IMPORTANTE</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>95</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>Para a decretação da prisão preventiva, o art. 312 do</p><p>CPP exige a prova da existência do crime. O decreto</p><p>prisional é, portanto, ilegal se descreve a conduta do</p><p>paciente de forma genérica e imprecisa e não deixa</p><p>claro, em nenhum momento, os delitos a ele imputáveis</p><p>e que justificariam a prisão preventiva.</p><p>A liberdade de um indivíduo suspeito da prática de</p><p>infração penal somente pode sofrer restrições se</p><p>houver decisão judicial devidamente fundamentada,</p><p>amparada em fatos concretos, e não apenas em</p><p>hipóteses ou conjecturas, na gravidade do crime ou em</p><p>razão de seu caráter hediondo.</p><p>O juiz pode dispor de outras medidas cautelares de</p><p>natureza pessoal, diversas da prisão, e deve escolher</p><p>aquela mais ajustada às peculiaridades da espécie, de</p><p>modo a tutelar o meio social, mas também dar, mesmo</p><p>que cautelarmente, resposta justa e proporcional ao</p><p>mal supostamente causado pelo acusado.</p><p>No caso concreto, o STF entendeu que o perigo que a</p><p>liberdade do paciente representaria à ordem pública ou</p><p>à aplicação da lei penal poderia ser mitigado por</p><p>medidas cautelares menos gravosas do que a prisão.</p><p>Além disso, os fatos imputados ao paciente ocorreram</p><p>há alguns anos (2011 a 2014), não havendo razão para,</p><p>agora (2018), ser decretada a prisão preventiva.</p><p>Diante disso, o STF substituiu a prisão preventiva pelas</p><p>medidas cautelares diversas de: a) comparecimento</p><p>periódico em juízo; b) proibição de manter contato com</p><p>os demais investigados; c) entrega do passaporte e</p><p>proibição de deixar o País sem autorização do juízo.</p><p>STF. 2ª Turma. HC 157604/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes,</p><p>julgado em 4/9/2018 (Info 914). 183</p><p>A fuga do paciente do distrito da culpa, após o</p><p>cometimento do delito, é fundamentação suficiente a</p><p>embasar a manutenção da custódia preventiva,</p><p>ordenada para garantir a aplicação da lei penal. (HC</p><p>239.269/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA</p><p>TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe 19/11/2012)</p><p>A periculosidade do agente e a intimidação de</p><p>testemunha justificam a decretação da prisão</p><p>preventiva para garantia da ordem pública e</p><p>conveniência da instrução criminal. STJ. 5ª Turma. AgRg</p><p>no HC 735.745-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da</p><p>Fonseca, julgado em 27/9/2022 (Info Especial 10).</p><p>§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada</p><p>em caso de DESCUMPRIMENTO de qualquer das</p><p>obrigações impostas por força de outras medidas</p><p>cautelares (art. 282, § 4o). (Lei Anticrime/19)</p><p>183 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É ilegal a decisão judicial que, ao</p><p>decretar a prisão preventiva, descreve a conduta do paciente de forma</p><p>genérica e imprecisa. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p>§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve</p><p>ser motivada e fundamentada em receio de perigo e</p><p>existência CONCRETA de fatos novos ou</p><p>contemporâneos que justifiquem a aplicação da</p><p>medida adotada. (Lei Anticrime/19)</p><p>Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será</p><p>admitida a decretação da prisão preventiva:</p><p>I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de</p><p>liberdade máxima superior a 4 anos;</p><p>II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em</p><p>sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto</p><p>no inciso I do caput do art. 64 do Código Penal;</p><p>III - se o crime envolver violência doméstica e familiar</p><p>contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo</p><p>ou pessoa com deficiência, para garantir a execução</p><p>das medidas protetivas de urgência;</p><p>A prática de contravenção penal, no âmbito de violência</p><p>doméstica, não é motivo idôneo para justificar a prisão</p><p>preventiva do réu. STJ. 6ª Turma. HC 437.535-SP, Rel.</p><p>Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. Acd. Min.</p><p>Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/06/2018 (Info 632).</p><p>§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando</p><p>houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou</p><p>quando esta não fornecer elementos suficientes para</p><p>esclarecê-la, devendo o preso ser colocado</p><p>imediatamente em liberdade após a identificação,</p><p>salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da</p><p>medida. (Lei Anticrime)</p><p>§ 2º Não será admitida a decretação da prisão</p><p>preventiva com a finalidade de ANTECIPAÇÃO de</p><p>cumprimento de pena ou como decorrência imediata</p><p>de investigação criminal ou da apresentação ou</p><p>recebimento de denúncia. (Lei Anticrime)</p><p>CAIU NA DPE-MT-2022-FCC: A revelia do acusado</p><p>citado por edital leva à necessária decretação da prisão</p><p>cautelar. 184</p><p>CAIU NA DPE-RR-2021-FCC: Após a entrada em vigor</p><p>do “Pacote Anticrime”, admite-se a decretação de</p><p>prisão preventiva como decorrência imediata do</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/675</p><p>f9820626f5bc0afb47b57890b466e>. Acesso em: 13/04/2023</p><p>184 ERRADO. Não é hipótese de prisão cautelar o simples fato da revelia.</p><p>IMPORTANTE</p><p>96</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>recebimento da denúncia, caso a acusação seja</p><p>relacionada a crimes hediondos.185</p><p>Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será</p><p>decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos</p><p>autos ter o agente praticado o fato nas condições</p><p>previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do</p><p>Código Penal (excludentes de ilicitude).</p><p>Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar</p><p>a prisão preventiva será sempre motivada e</p><p>fundamentada. (Lei Anticrime/19)</p><p>§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva</p><p>ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar</p><p>CONCRETAMENTE a existência de fatos novos ou</p><p>contemporâneos que justifiquem a aplicação da</p><p>medida adotada. (Lei Anticrime/19)</p><p>§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão</p><p>judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,</p><p>que: (Lei Anticrime/19)</p><p>I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de</p><p>ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou</p><p>a questão decidida; (Lei Anticrime/19)</p><p>II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem</p><p>explicar o motivo concreto de sua incidência no</p><p>caso; (Lei Anticrime/19)</p><p>III - invocar motivos que se prestariam a justificar</p><p>qualquer outra decisão; (Lei Anticrime/19)</p><p>IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no</p><p>processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão</p><p>adotada pelo julgador; (Lei Anticrime/19)</p><p>V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de</p><p>súmula, sem identificar seus fundamentos</p><p>determinantes nem demonstrar que o caso sob</p><p>julgamento se ajusta àqueles fundamentos; (Lei</p><p>Anticrime/19)</p><p>VI - deixar de seguir enunciado de súmula,</p><p>jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem</p><p>demonstrar a existência de distinção no caso em</p><p>julgamento ou a superação do entendimento. (Lei</p><p>Anticrime/19)</p><p>185 ERRADO.</p><p>186 ERRADO.</p><p>Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes,</p><p>revogar a prisão preventiva se, no correr da</p><p>investigação ou do processo, verificar a falta de motivo</p><p>para que ela subsista, bem como novamente decretá-la,</p><p>se sobrevierem razões que a justifiquem. (Lei</p><p>Anticrime/19)</p><p>Decretar prisão de</p><p>ofício</p><p>Revogar prisão de ofício</p><p>Não pode Pode</p><p>CAIU NA DPE-MT-2022-FCC: A partir do “Pacote</p><p>Anticrime”, restaram vedadas a decretação e a</p><p>revogação de ofício de medida cautelar pessoal</p><p>constritiva de liberdade. 186</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: O juiz poderá, ainda que de</p><p>ofício, revogar a prisão preventiva anteriormente</p><p>decretada se verificar a falta de motivo para que ela</p><p>subsista. 187</p><p>CAIU NA DPE-RR-2021-FCC: Em respeito ao sistema</p><p>acusatório vigente no país, é vedada a atuação de ofício</p><p>do juiz em matéria de prisão preventiva, seja para</p><p>decretá-la ou revogá-la.188</p><p>Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá</p><p>o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua</p><p>manutenção a cada 90 dias, mediante decisão</p><p>fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão</p><p>ilegal. (Lei Anticrime/19)</p><p>REVISÃO PERÍODICA E ILEGALIDADE AUTOMÁTICA</p><p>A inobservância do prazo nonagesimal do art. 316 do</p><p>Código de Processo Penal não implica automática</p><p>revogação da prisão preventiva, devendo o juízo</p><p>competente ser instado a reavaliar a legalidade e a</p><p>atualidade de seus fundamentos. STF. Plenário. SL</p><p>1395 MC Ref/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14 e</p><p>15/10/2020 (Info 995).</p><p>O art. 316, parágrafo único, do CPP aplica-se até o final</p><p>do processo de conhecimento, o que se encerra com</p><p>a cognição plena pelo Tribunal de segundo grau.</p><p>Assim, nos casos em que se aguarda o julgamento da</p><p>apelação, o TJ ou TRF têm a obrigação de revisar</p><p>periodicamente a prisão, nos termos do art. 316,</p><p>parágrafo único, do CPP. STF. Plenário. ADI 6581/DF e</p><p>ADI 6582/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do</p><p>acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgados em</p><p>8/3/2022 (Info 1046).</p><p>187 CERTO.</p><p>188 ERRADO.</p><p>IMPORTANTE</p><p>97</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CAIU NA DPE-MT-2022-FCC: A prisão preventiva deve</p><p>ser revogada automaticamente caso não seja reavaliada</p><p>no prazo legal de noventa dias. 189</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>DA PRISÃO DOMICILIAR</p><p>Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento</p><p>do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo</p><p>dela ausentar-se com autorização judicial.</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva</p><p>pela domiciliar quando o agente for</p><p>I - maior de 80 anos;</p><p>II - extremamente debilitado por motivo de doença</p><p>grave;</p><p>“Consoante dicção do art. 318, inciso II, do Código de</p><p>Processo Penal, é admitida a concessão de prisão</p><p>domiciliar ao preso preventivo extremamente</p><p>debilitado por motivo de doença grave. 4. A</p><p>jurisprudência da Corte, à luz do parágrafo único do art.</p><p>318 da lei processual em questão, afirma ser</p><p>indispensável a demonstração cabal de que o</p><p>tratamento médico, que necessita o custodiado, não</p><p>possa ser prestado no local da prisão ou em</p><p>estabelecimento hospitalar. Nesse sentido: HC n.</p><p>144.556/DF-AgR, Segunda Turma, DJe de 26/10/17; e</p><p>verificada a procedência</p><p>das informações, mandará instaurar inquérito.</p><p>§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública</p><p>depender de representação, não poderá sem ela ser</p><p>iniciado.</p><p>CAIU NA DPE-MT-2022-FCC: O inquérito policial para</p><p>averiguar a ocorrência de crime de perigo de contágio</p><p>venéreo não pode ser iniciado sem a representação do</p><p>ofendido.10</p><p>Alegre, vol. 6, n. 1, p. 41-80, jan./abr. 2020. Disponível em:</p><p><https://doi.org/10.22197/rbdpp.v6i1.308>.</p><p>9 Para ler o arquivo na íntegra:</p><p>http://www.ibraspp.com.br/revista/index.php/RBDPP/article/view/308.</p><p>Acesso em: 03/02/2021.</p><p>10 CERTO.</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.ibraspp.com.br/revista/index.php/RBDPP/article/view/308</p><p>10</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial</p><p>somente poderá proceder a inquérito a requerimento</p><p>de quem tenha qualidade para intentá-la.</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: A vítima, segundo</p><p>disposição expressa do Código de Processo Penal, nos</p><p>crimes de ação privada, deverá ser intimada a</p><p>manifestar seu desejo de proceder a inquérito policial,</p><p>no prazo único de 120 (cento e vinte) dias após os</p><p>fatos.11</p><p>Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da</p><p>infração penal, a autoridade policial deverá:</p><p>I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se</p><p>alterem o estado e conservação das coisas, até a</p><p>chegada dos peritos criminais;</p><p>II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato,</p><p>após liberados pelos peritos criminais;</p><p>III - colher todas as provas que servirem para o</p><p>esclarecimento do fato e suas circunstâncias;</p><p>IV - ouvir o ofendido;</p><p>V - ouvir o indiciado, com observância, no que for</p><p>aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste</p><p>Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por 2</p><p>testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;</p><p>VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e</p><p>a acareações;</p><p>VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de</p><p>corpo de delito e a quaisquer outras perícias;</p><p>VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo</p><p>datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua</p><p>folha de antecedentes;</p><p>IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o</p><p>ponto de vista individual, familiar e social, sua condição</p><p>econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e</p><p>depois do crime e durante ele, e quaisquer outros</p><p>elementos que contribuírem para a apreciação do seu</p><p>temperamento e caráter.</p><p>X - colher informações sobre a existência de filhos,</p><p>respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o</p><p>nome e o contato de eventual responsável pelos</p><p>11 ERRADO.</p><p>cuidados dos filhos, indicado pela pessoa</p><p>presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)</p><p>Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração</p><p>sido praticada de determinado modo, a autoridade</p><p>policial poderá proceder à reprodução simulada dos</p><p>fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a</p><p>ordem pública.</p><p>Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o</p><p>disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.</p><p>Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num</p><p>só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e,</p><p>neste caso, rubricadas pela autoridade.</p><p>Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10</p><p>dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou</p><p>estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta</p><p>hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de</p><p>prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto,</p><p>mediante fiança ou sem ela.</p><p>PRAZO PARA FINALIZAÇÃO DO INQUÉRITO</p><p>POLICIAL</p><p>JUSTIÇA</p><p>ESTADUAL</p><p>PRESO – 10 dias (CUIDADO: A Lei</p><p>nº 13.964/2019 trouxe o art. 3º-B,</p><p>§ 2º, segundo o qual, se o</p><p>investigado estiver preso, o juiz</p><p>das garantias poderá, mediante</p><p>representação da autoridade</p><p>policial e ouvido o Ministério</p><p>Público, prorrogar, uma única</p><p>vez, a duração do inquérito por</p><p>até 15 (quinze) dias, após o que,</p><p>se ainda assim a investigação não</p><p>for concluída, a prisão será</p><p>imediatamente relaxada.)</p><p>SOLTO – 30 dias</p><p>JUSTIÇA</p><p>FEDERAL</p><p>PRESO – 15</p><p>dias + 15 dias</p><p>SOLTO – 30</p><p>dias</p><p>LEI DE DROGAS</p><p>PRESO – 30 dias</p><p>SOLTO – 90 dias</p><p>Os prazos podem ser duplicados.</p><p>CRIMES</p><p>CONTRA</p><p>ECONOMIA</p><p>POPULAR</p><p>PRESO: 10 dias</p><p>SOLTO: 10 dias</p><p>CRIMES</p><p>HEDIONDOS</p><p>No caso de crimes hediondos,</p><p>caso tenha sido decretada a prisão</p><p>temporária, o prazo para a</p><p>NOVIDADE</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#livroitituloviicapituloiii</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#livroitituloviicapituloiii</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm#art41</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#livroitituloixcapituloii</p><p>11</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>conclusão do IP passa a ser de 60</p><p>dias. Isso porque a prisão</p><p>temporária em caso de crime</p><p>hediondo tem o prazo de 30 dias,</p><p>prorrogáveis por mais 30 dias.</p><p>CRIMES</p><p>MILITARES</p><p>PRESO – 20 dias</p><p>SOLTO – 40 dias (prorrogáveis por</p><p>mais 20)</p><p>§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver</p><p>sido apurado e enviará autos ao juiz competente.</p><p>§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar</p><p>testemunhas que não tiverem sido inquiridas,</p><p>mencionando o lugar onde possam ser encontradas.</p><p>§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o</p><p>indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao</p><p>juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências,</p><p>que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.</p><p>Há excesso de prazo para conclusão de inquérito</p><p>policial, quando, a despeito do investigado se encontrar</p><p>solto e de não sofrer efeitos de qualquer medida</p><p>restritiva, a investigação perdura por longo período e</p><p>não resta demonstrada a complexidade apta a afastar</p><p>o constrangimento ilegal. STJ. 6ª Turma. HC 653.299-</p><p>SC, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. Acd. Min. Sebastião Reis</p><p>Júnior, julgado em 16/08/2022 (Info 747).</p><p>Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os</p><p>objetos que interessarem à prova, acompanharão os</p><p>autos do inquérito.</p><p>Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia</p><p>ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.</p><p>Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:</p><p>I - fornecer às autoridades judiciárias as informações</p><p>necessárias à instrução e julgamento dos processos;</p><p>II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo</p><p>Ministério Público;</p><p>III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas</p><p>autoridades judiciárias;</p><p>IV - representar acerca da prisão preventiva.</p><p>12 CERTO.</p><p>Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148 (Sequestro</p><p>e cárcere privado), 149 (Redução a condição análoga à</p><p>de escravo) e 149-A (Tráfico de Pessoas), no § 3º do art.</p><p>158 (Extorsão com restrição da liberdade da vítima) e no</p><p>art. 159 do Código Penal (Extorsão mediante sequestro),</p><p>e no art. 239 do ECA (Envio de criança ou adolescente</p><p>para o exterior com inobservância das formalidades</p><p>legais ou com o fito de obter lucro) membro do</p><p>Ministério Público ou o delegado de polícia poderá</p><p>requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de</p><p>empresas da iniciativa privada, dados e informações</p><p>cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela Lei</p><p>nº 13.344, de 2016)</p><p>CAIU NA DPE-TO-2022-CESPE: O delegado poderá</p><p>requisitar de empresa privada, de transporte de</p><p>passageiros, por exemplo, dados cadastrais da vítima ou</p><p>de suspeitos do crime de tráfico de pessoas.12</p><p>Parágrafo único. A requisição, que será atendida no</p><p>prazo de 24 horas, conterá:</p><p>I - o nome da autoridade requisitante;</p><p>II - o número do inquérito policial; e</p><p>III - a identificação da unidade de polícia judiciária</p><p>responsável pela investigação.</p><p>Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos</p><p>crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do</p><p>Ministério Público ou o delegado de polícia poderão</p><p>requisitar, mediante autorização judicial,</p><p>HC n. 131.905/BA, Segunda Turma, DJe de 7/3/16,</p><p>ambos de minha Relatoria.” (HC n. 152.265/SP, Relator</p><p>Ministro DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em</p><p>20/3/2018, DJe 30/10/2018).</p><p>III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa</p><p>menor de 6 anos de idade ou com deficiência;</p><p>IV - gestante;</p><p>V - mulher com filho de até 12 anos de idade</p><p>incompletos;</p><p>A concessão de prisão domiciliar às genitoras de</p><p>menores de até 12 anos incompletos é legalmente</p><p>presumida, não estando condicionada à comprovação</p><p>da imprescindibilidade dos cuidados maternos. STJ. 5ª</p><p>Turma. AgRg no HC 731.648-SC, Rel. Min. Joel</p><p>189 ERRADO.</p><p>190 ERRADO.</p><p>191 ERRADO. Prisão domiciliar não é modalidade de medida cautelar</p><p>diversa da prisão.</p><p>192 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É possível a concessão de prisão</p><p>domiciliar (da LEP) à pessoa que esteja cumprindo pena em regime</p><p>IlanPaciornik, Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha,</p><p>julgado em 07/06/2022 (Info 742).</p><p>VI - homem, caso seja o único responsável pelos</p><p>cuidados do filho de até 12 anos de idade</p><p>incompletos.</p><p>CAIU NA DPE-GO-2021-FCC: A prisão domiciliar</p><p>prevista no Código de Processo Penal pode ser imposta</p><p>ao acusado homem, desde que seja o único responsável</p><p>pelos cuidados de filho de até 14 anos de idade.190</p><p>O STF, em 18/02/2020, entendeu que “não é possível a</p><p>concessão de prisão domiciliar para condenada</p><p>gestante ou que seja mãe ou responsável por crianças</p><p>ou pessoas com deficiência se já houver sentença</p><p>condenatória transitada em julgado e ela não</p><p>preencher os requisitos do art. 117 da LEP”. STF. 1a</p><p>Turma. HC 177164/PA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado</p><p>em 18/2/2020 (Info 967). Dizer o Direito.</p><p>Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova</p><p>idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo.</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: A prisão domiciliar,</p><p>modalidade de medida cautelar diversa da prisão, é</p><p>destinada às mulheres gestantes e com filhos até 12</p><p>anos de idade incompletos. 191</p><p>DISTINÇÃO192</p><p>PRISÃO DOMICILIAR DO</p><p>CPP</p><p>PRISÃO DOMICILIAR DA</p><p>LEP</p><p>Arts. 317 e 318 do CPP. Art. 117 da LEP.</p><p>O CPP, ao tratar da prisão</p><p>domiciliar, está se</p><p>referindo à possibilidade</p><p>de o réu, em vez de ficar</p><p>em prisão preventiva,</p><p>permanecer recolhido</p><p>em sua residência.</p><p>A LEP, ao tratar da prisão</p><p>domiciliar, está se</p><p>referindo à possibilidade</p><p>de a pessoa já</p><p>condenada cumprir a sua</p><p>pena privativa de</p><p>liberdade na própria</p><p>residência.</p><p>Trata-se de uma medida</p><p>cautelar que substitui a</p><p>prisão preventiva pelo</p><p>recolhimento da pessoa</p><p>em sua residência.</p><p>Trata-se, portanto, da</p><p>execução penal</p><p>(cumprimento da pena)</p><p>na própria residência.</p><p>Hipóteses (importante): Hipóteses (importante):</p><p>fechado ou semiaberto?. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível</p><p>em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/1e7</p><p>47ddbea997a1b933aaf58a7953c3c>. Acesso em: 06/04/2021</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>98</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>O juiz poderá substituir a</p><p>prisão preventiva pela</p><p>domiciliar quando o</p><p>agente for:</p><p>I — maior de 80 anos;</p><p>II — extremamente</p><p>debilitado por motivo de</p><p>doença grave;</p><p>III — imprescindível aos</p><p>cuidados especiais de</p><p>pessoa menor de 6 anos</p><p>de idade ou com</p><p>deficiência;</p><p>IV — gestante;</p><p>V — mulher com filho de</p><p>até 12 (doze) anos de</p><p>idade incompletos;</p><p>VI — homem, caso seja o</p><p>único responsável pelos</p><p>cuidados do filho de até</p><p>12 (doze) anos de idade</p><p>incompletos.</p><p>Obs.: os magistrados,</p><p>membros do MP, da</p><p>Defensoria e da</p><p>advocacia têm direito à</p><p>prisão cautelar em sala</p><p>de Estado-Maior. Caso</p><p>não exista, devem ficar</p><p>em prisão domiciliar.</p><p>O preso que estiver</p><p>cumprindo pena no</p><p>regime aberto poderá</p><p>ficar em prisão domiciliar</p><p>quando se tratar de</p><p>condenado(a):</p><p>I — maior de 70 anos;</p><p>II — acometido de</p><p>doença grave;</p><p>III — com filho menor ou</p><p>deficiente físico ou</p><p>mental;</p><p>IV — gestante.</p><p>O juiz pode determinar</p><p>que a pessoa fique</p><p>usando uma</p><p>monitoração eletrônica.</p><p>O juiz pode determinar</p><p>que a pessoa fique</p><p>usando uma</p><p>monitoração eletrônica.</p><p>Não é possível a concessão de prisão domiciliar para</p><p>condenada gestante ou que seja mãe ou responsável</p><p>por crianças ou pessoas com deficiência se já houver</p><p>sentença condenatória transitada em julgado e ela não</p><p>preencher os requisitos do art. 117 da LEP. STF. 1ª</p><p>Turma. HC 177164/PA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado</p><p>em 18/2/2020 (Info 967).</p><p>Obs: o STJ possui alguns julgados admitindo a prisão</p><p>domiciliar do art. 318 do CPP mesmo em caso de prisão</p><p>decorrente de sentença penal condenatória transitada</p><p>193 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A prisão domiciliar do art. 318 do</p><p>CPP só se aplica para os casos de prisão preventiva, não podendo ser</p><p>utilizado quando se tratar de execução definitiva de título condenatório</p><p>(sentença condenatória transitada em julgado). Buscador Dizer o Direito,</p><p>Manaus. Disponível em:</p><p>em julgado (STJ. 3ª Seção. Rcl 40.676/SP, Rel. Min.</p><p>Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em</p><p>25/11/2020).193</p><p>Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher</p><p>gestante ou que for mãe ou responsável por crianças</p><p>ou pessoas com deficiência será substituída por prisão</p><p>DOMICILIAR, desde que: (Incluído pela Lei nº</p><p>13.769, de 2018).</p><p>I - não tenha cometido crime com violência ou grave</p><p>ameaça a pessoa;</p><p>II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou</p><p>dependente.</p><p>CAIU NA DPE-GO-2021-FCC: A prisão domiciliar</p><p>prevista no Código de Processo Penal deve ser imposta</p><p>à mulher gestante em caso de cometimento de crime</p><p>com violência ou grave ameaça.194</p><p>“Apesar de a Corte estadual ter aludido à reincidência</p><p>da paciente, penso que tal circunstância, por si só, não</p><p>pode ser óbice à concessão da prisão domiciliar. A lei</p><p>é expressa sempre que a reincidência é circunstância</p><p>apta a agravar a situação da pessoa envolvida na</p><p>persecução penal, e este não é o caso da concessão da</p><p>prisão domiciliar prevista no art. 318 do Código de</p><p>Processo Penal.” (Rcl 32579 AgR, Relator(a): RICARDO</p><p>LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em</p><p>01/09/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-259 DIVULG</p><p>27-10-2020 PUBLIC 28-10-2020)</p><p>CAIU NA DPE-MT-2022-FCC: Caso a mulher esteja</p><p>gestante e não estejam presentes os requisitos e</p><p>pressupostos da prisão preventiva, deve o juiz substituí-</p><p>la pela prisão domiciliar.195</p><p>A utilização do próprio filho para a prática de crimes, por</p><p>se tratar de situação de risco ao menor, obsta a</p><p>concessão de prisão domiciliar. STJ. 6ª Turma. AgRg no</p><p>HC 798.551-PR, Rel. Min. Jesuíno Rissato</p><p>(Desembargador convocado do TJDFT), julgado em</p><p>28/2/2023 (Info 765).</p><p>Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e</p><p>318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da aplicação</p><p>concomitante das medidas alternativas previstas no</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/955</p><p>d864a62659945cc9434898e275deb>. Acesso em: 13/04/2023</p><p>194 ERRADO.</p><p>195 ERRADO.</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art2</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art2</p><p>99</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>art. 319 deste Código. (Incluído pela Lei nº</p><p>13.769, de 2018).</p><p>CAPÍTULO V</p><p>DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES</p><p>Art. 319. São medidas cautelares DIVERSAS da</p><p>prisão:</p><p>I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas</p><p>condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar</p><p>atividades;</p><p>II - proibição de acesso ou frequência a determinados</p><p>lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao</p><p>fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante</p><p>desses locais para evitar o risco de novas infrações;</p><p>III - proibição de manter contato com pessoa</p><p>determinada quando, por circunstâncias relacionadas</p><p>ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer</p><p>distante;</p><p>Não é possível que o juiz determine, como medida</p><p>às empresas</p><p>prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou</p><p>telemática que disponibilizem imediatamente os meios</p><p>técnicos adequados – como sinais, informações e outros</p><p>– que permitam a localização da vítima ou dos</p><p>suspeitos do delito em curso. (Incluído pela Lei</p><p>nº 13.344, de 2016)</p><p>§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa</p><p>posicionamento da estação de cobertura, setorização e</p><p>intensidade de radiofrequência. (Incluído pela</p><p>Lei nº 13.344, de 2016)</p><p>§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o</p><p>sinal: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art11</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art11</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art11</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art11</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art11</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art11</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art11</p><p>12</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de</p><p>qualquer natureza, que dependerá de autorização</p><p>judicial, conforme disposto em lei</p><p>II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia</p><p>móvel celular por período não superior a 30 dias,</p><p>renovável por uma única vez, por igual período;</p><p>III - para períodos superiores àquele de que trata o</p><p>inciso II (30 dias + 30), será necessária a apresentação</p><p>de ordem judicial.</p><p>§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito</p><p>policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72</p><p>horas, contado do registro da respectiva ocorrência</p><p>policial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de</p><p>2016)</p><p>§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12</p><p>horas, a autoridade competente requisitará às</p><p>empresas prestadoras de serviço de telecomunicações</p><p>e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os</p><p>meios técnicos adequados – como sinais, informações e</p><p>outros – que permitam a localização da vítima ou dos</p><p>suspeitos do delito em curso, com imediata</p><p>comunicação ao juiz. (Incluído pela Lei nº</p><p>13.344, de 2016)</p><p>Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o</p><p>indiciado poderão requerer qualquer diligência, que</p><p>será realizada, ou não, a juízo da autoridade.</p><p>Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às</p><p>instituições dispostas no art. 144 da Constituição</p><p>Federal figurarem como investigados em inquéritos</p><p>policiais, inquéritos policiais militares e demais</p><p>procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a</p><p>investigação de fatos relacionados ao uso da força letal</p><p>praticados no exercício profissional, de forma</p><p>consumada ou tentada, incluindo as situações</p><p>dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de</p><p>dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá</p><p>constituir defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de</p><p>2019)</p><p>§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o</p><p>investigado deverá ser citado da instauração do</p><p>procedimento investigatório, podendo constituir</p><p>defensor no prazo de até 48 horas a contar do</p><p>recebimento da citação. (Incluído pela Lei nº 13.964,</p><p>de 2019)</p><p>§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com</p><p>ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a</p><p>autoridade responsável pela investigação deverá</p><p>intimar a instituição a que estava vinculado o</p><p>investigado à época da ocorrência dos fatos, para que</p><p>essa, no prazo de 48 horas, indique defensor para a</p><p>representação do investigado. (Incluído pela Lei nº</p><p>13.964, de 2019)</p><p>§ 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos</p><p>termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá</p><p>preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos locais</p><p>em que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade</p><p>da Federação correspondente à respectiva competência</p><p>territorial do procedimento instaurado deverá</p><p>disponibilizar profissional para acompanhamento e</p><p>realização de todos os atos relacionados à defesa</p><p>administrativa do investigado. (Incluído pela Lei nº</p><p>13.964, de 2019)</p><p>§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º</p><p>deste artigo deverá ser precedida de manifestação de</p><p>que NÃO EXISTE DEFENSOR PÚBLICO LOTADO na área</p><p>territorial onde tramita o inquérito e com atribuição</p><p>para nele atuar, hipótese em que poderá ser indicado</p><p>profissional que não integre os quadros próprios da</p><p>Administração. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública,</p><p>os custos com o patrocínio dos interesses dos</p><p>investigados nos procedimentos de que trata este artigo</p><p>correrão por conta do orçamento próprio da instituição</p><p>a que este esteja vinculado à época da ocorrência dos</p><p>fatos investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de</p><p>2019)</p><p>§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam</p><p>aos servidores militares vinculados às instituições</p><p>dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde</p><p>que os fatos investigados digam respeito a missões para</p><p>a Garantia da Lei e da Ordem. (Incluído pela Lei nº</p><p>13.964, de 2019)</p><p>Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado</p><p>curador pela autoridade policial.</p><p>Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a</p><p>devolução do inquérito à autoridade policial, senão</p><p>para novas diligências, imprescindíveis ao</p><p>oferecimento da denúncia.</p><p>Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar</p><p>arquivar autos de inquérito.</p><p>NOVIDADE</p><p>IMPORTANTE</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art11</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art11</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art11</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13344.htm#art11</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>13</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CAIU NA DPE-AP-2022-FCC: A partir do denominado</p><p>“Pacote Anticrime”, em casos de nítida ausência de</p><p>provas de materialidade de certo delito, poderá o</p><p>Delegado de Polícia proceder ao arquivamento do</p><p>inquérito policial de ofício. 13</p><p>Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do</p><p>inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base</p><p>para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder</p><p>a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.</p><p>CAIU NA DPE-TO-2022-CESPE: Não é possível</p><p>desarquivar o inquérito policial quando o arquivamento</p><p>ocorrer por ausência de pressuposto ou condição da</p><p>ação penal. 14</p><p>Art. 19.</p><p>Nos crimes em que não couber ação pública,</p><p>os autos do inquérito serão remetidos ao juízo</p><p>competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido</p><p>ou de seu representante legal, ou serão entregues ao</p><p>requerente, se o pedir, mediante traslado.</p><p>Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo</p><p>necessário à elucidação do fato ou exigido pelo</p><p>interesse da sociedade.</p><p>Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que</p><p>lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá</p><p>mencionar quaisquer anotações referentes a</p><p>instauração de inquérito contra os requerentes.</p><p>MOTIVO DO</p><p>ARQUIVAMENTO</p><p>É POSSÍVEL</p><p>DESARQUIVAR?</p><p>1) Insuficiência de provas</p><p>SIM</p><p>(Súmula 524-STF)</p><p>2) Ausência de</p><p>pressuposto processual</p><p>ou de condição da ação</p><p>penal</p><p>SIM</p><p>3) Falta de justa causa</p><p>para a ação penal (não há</p><p>indícios de autoria ou</p><p>prova da materialidade)</p><p>SIM</p><p>4) Atipicidade (fato</p><p>narrado não é crime) NÃO</p><p>5) Existência manifesta de</p><p>causa excludente de</p><p>ilicitude</p><p>STJ: NÃO (REsp</p><p>791471/RJ)</p><p>13 ERRADO.</p><p>14 ERRADO.</p><p>15 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. (Im)possibilidade de reabertura de</p><p>inquérito policial arquivado por excludente de ilicitude. Buscador Dizer</p><p>STF: SIM (HC</p><p>125101/SP)</p><p>6) Existência manifesta de</p><p>causa excludente de</p><p>culpabilidade*</p><p>NÃO</p><p>(Posição da doutrina)</p><p>7) Existência manifesta de</p><p>causa extintiva da</p><p>punibilidade</p><p>NÃO</p><p>(STJ HC 307.562/RS)</p><p>(STF Pet 3943)</p><p>Exceção: certidão de</p><p>óbito falsa</p><p>* Situação ainda não apreciada pelo STF. Esta é a</p><p>posição defendida pela doutrina. 15</p><p>ARQUIVAMENTO</p><p>IMPLÍCITO</p><p>ARQUIVAMENTO</p><p>INDIRETO</p><p>Ocorre quando o MP</p><p>deixa de oferecer</p><p>denúncia contra um dos</p><p>indiciados. Essa hipótese</p><p>de arquivamento não é</p><p>aceita pelo STJ.</p><p>O MP não está obrigado</p><p>a denunciar todos os</p><p>envolvidos no fato tido</p><p>por delituoso, não se</p><p>podendo falar em</p><p>arquivamento implícito</p><p>em relação a quem não</p><p>foi denunciado. STJ. 6ª</p><p>Turma. RHC 34233-SP,</p><p>Rel. Min. Maria Thereza</p><p>de Assis Moura, julgado</p><p>em 6/5/2014 (Info 540).</p><p>Nesta hipótese, o</p><p>promotor alega a</p><p>incompetência do juízo,</p><p>requerendo a remessa</p><p>dos autos do inquérito</p><p>para aquele que</p><p>considera competente.</p><p>Neste caso, se o</p><p>magistrado discordar e</p><p>afirmar a sua</p><p>competência, o</p><p>resultado é pela</p><p>inexistência de conflito</p><p>de jurisdição ou de</p><p>atribuições, devendo ser</p><p>recebido como pedido</p><p>indireto de</p><p>arquivamento.</p><p>Segundo Eugênio Pacelli</p><p>(Curso de Processo</p><p>Penal, 2018, p.79),</p><p>“como o não</p><p>oferecimento da peça</p><p>acusatória não constitui</p><p>provocação da</p><p>jurisdição, que somente</p><p>surge com a denúncia ou</p><p>com queixa, na ação</p><p>privada, não deveria o</p><p>juiz, nessa fase, discutir</p><p>questões ligadas às</p><p>atribuições ministeriais.</p><p>Deveria ele deixar a</p><p>solução da questão ao</p><p>o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/535</p><p>2696a9ca3397beb79f116f3a33991>. Acesso em: 05/04/2021</p><p>14</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>âmbito do Ministério</p><p>Público, seja pela</p><p>concordância entre</p><p>aqueles envolvidos, seja</p><p>por meio do conflito de</p><p>atribuições, que veremos</p><p>a seguir.”</p><p>ARQUIVAMENTO</p><p>IMPLÍCITO OBJETIVO</p><p>ARQUIVAMENTO</p><p>IMPLÍCITO SUBJETIVO</p><p>Quando a omissão se dá</p><p>com relação às infrações</p><p>(fatos) praticadas.</p><p>Ex.: delegado indicia João</p><p>e Pedro por homicídio e</p><p>lesão corporal. O</p><p>promotor denuncia João</p><p>e Pedro apenas por lesão</p><p>corporal.</p><p>Quando a omissão se dá</p><p>com relação aos</p><p>acusados.</p><p>Ex.: delegado indicia João</p><p>e Pedro por homicídio e</p><p>lesão corporal. O</p><p>promotor denuncia</p><p>apenas João.</p><p>Há, assim, arquivamento</p><p>implícito subjetivo com</p><p>relação ao crime de</p><p>homicídio</p><p>Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá</p><p>sempre de despacho nos autos e somente será</p><p>permitida quando o interesse da sociedade ou a</p><p>conveniência da investigação o exigir. (artigo não</p><p>recepcionado pela Constituição Federal, pois a</p><p>incomunicabilidade do preso não é permitida).</p><p>Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não</p><p>excederá de três dias, será decretada por despacho</p><p>fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade</p><p>policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado,</p><p>em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III,</p><p>do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n.</p><p>4.215, de 27 de abril de 1963) (artigo não recepcionado</p><p>pela Constituição Federal, pois a incomunicabilidade do</p><p>preso não é permitida).</p><p>Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que</p><p>houver + de uma circunscrição policial, a autoridade</p><p>com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a</p><p>que esteja procedendo, ordenar diligências em</p><p>circunscrição de outra, independentemente de</p><p>precatórias ou requisições, e bem assim providenciará,</p><p>até que compareça a autoridade competente, sobre</p><p>qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra</p><p>circunscrição.</p><p>Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao</p><p>juiz competente, a autoridade policial oficiará ao</p><p>Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição</p><p>congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido</p><p>16 CERTO.</p><p>distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à</p><p>pessoa do indiciado.</p><p>Súmula 524-STF: Arquivado o inquérito policial, por</p><p>despacho do juiz, a requerimento do Promotor de</p><p>Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas</p><p>provas.</p><p>Súmula vinculante 14-STF: É direito do defensor, no</p><p>interesse do representado, ter acesso amplo aos</p><p>elementos de prova que, já documentados em</p><p>procedimento investigatório realizado por órgão com</p><p>competência de polícia judiciária, digam respeito ao</p><p>exercício do direito de defesa</p><p>CAIU NA DPE-RS-2018-FCC: É direito do defensor, no</p><p>interesse do representado, ter acesso amplo aos</p><p>elementos de prova que, já documentados em</p><p>procedimento investigatório realizado por órgão com</p><p>competência de polícia judiciária, digam respeito ao</p><p>exercício do direito de defesa. 16</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4215.htm#aret89iii</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4215.htm#aret89iii</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4215.htm#aret89iii</p><p>15</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CÓDIGO DE PROCESSO</p><p>PENAL</p><p>TÍTULO III</p><p>DA AÇÃO PENAL</p><p>CONCEITO DE AÇÃO</p><p>A ação é o direito público e subjetivo de aplicar o</p><p>direito penal (objetivo) ao caso concreto.</p><p>Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será</p><p>promovida por denúncia do Ministério Público, mas</p><p>dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do</p><p>Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido</p><p>ou de quem tiver qualidade para representá-lo.</p><p>AÇÃO PENAL</p><p>Pública Privada</p><p>Pode ser:</p><p>a) pública</p><p>incondicionada;</p><p>b) pública condicionada;</p><p>c) pública subsidiária da</p><p>pública.</p><p>Pode ser:</p><p>a) privada</p><p>personalíssima;</p><p>b) privada propriamente</p><p>dita;</p><p>c) privada subsidiária da</p><p>pública.</p><p>§ 1o No caso de morte do ofendido ou quando</p><p>declarado ausente por decisão judicial, o direito de</p><p>representação passará ao cônjuge, ascendente,</p><p>descendente ou irmão.</p><p>CAIU NA DPE-MT-2022-FCC: No caso de morte do</p><p>ofendido ou quando declarado ausente por decisão</p><p>judicial, extingue-se o processo penal pela decadência</p><p>do direito de representar. 17</p><p>CONDIÇÕES GENÉRICAS DA AÇÃO</p><p>POSSIBILIDADE</p><p>JURÍDICA DO</p><p>PEDIDO</p><p>O pedido precisa ser possível. No</p><p>NCPC a possibilidade jurídica do</p><p>pedido deixou de ser condição da</p><p>ação. No processo penal ainda</p><p>permanece como condição da</p><p>ação, sempre que a conduta for</p><p>típica o pedido será</p><p>juridicamente possível.</p><p>17 ERRADO.</p><p>Há, também, posicionamento no</p><p>sentido de que se já estiver extinta</p><p>a punibilidade, o pedido seria</p><p>juridicamente impossível.</p><p>INTERESSE DE</p><p>AGIR</p><p>Deve existir o interesse de agir.</p><p>Um exemplo de mitigação do</p><p>interesse de agir seria, por</p><p>exemplo, no Juizado Especial,</p><p>quando o agente aceita a</p><p>transação penal. Não há mais</p><p>interesse</p><p>(necessidade/adequação) na</p><p>aplicação de uma pena.</p><p>LEGITIMIDADE</p><p>Em regra, pertence ao Ministério</p><p>Público, pois</p><p>este é titular da ação</p><p>penal pública.</p><p>JUSTA CAUSA</p><p>É a existência de indícios</p><p>suficientes de autoria e</p><p>materialidade.</p><p>CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DA AÇÃO PENAL</p><p>1. Representação do ofendido;</p><p>2. Requisição do Ministro da Justiça;</p><p>3. A sentença declaratória de falência era condição</p><p>específica de procedibilidade, mas após a Lei de</p><p>Falências (art. 180 da Lei nº 11.101/05), tornou-</p><p>se condição específica de punibilidade.</p><p>§ 2o Seja qual for o crime, quando praticado em</p><p>detrimento do patrimônio ou interesse da União,</p><p>Estado e Município, a ação penal será PÚBLICA.</p><p>CONDIÇÃO DE</p><p>PROCEDIBILIDADE</p><p>CONDIÇÃO DE</p><p>PROSSEGUIBILIDADE</p><p>Mesma coisa que</p><p>condição da ação, que</p><p>pode ser genérica ou</p><p>específica, sendo</p><p>condição exigida para</p><p>que o processo tenha</p><p>início.</p><p>Ex.: representação nos</p><p>crimes que dela</p><p>dependem.</p><p>O processo está em</p><p>andamento, e para que</p><p>seja possível prosseguir,</p><p>é necessário o</p><p>implemento de uma</p><p>condição.</p><p>Ex.: A Lei nº 9.099/95</p><p>passou a exigir</p><p>representação para os</p><p>crimes de lesão corporal</p><p>culposa, por exemplo.</p><p>Neste caso, para</p><p>prosseguir com o</p><p>processo, seria</p><p>necessário intimar a</p><p>vítima para que esta</p><p>exercesse o direito à</p><p>representação.</p><p>16</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>A absolvição na ação de improbidade administrativa em</p><p>virtude da ausência de dolo e da ausência de obtenção</p><p>de vantagem indevida esvazia a justa causa para</p><p>manutenção da ação penal. STJ. 5ª Turma. RHC 173.448-</p><p>DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em</p><p>7/3/2023 (Info 766).</p><p>Art. 25. A representação será irretratável, depois de</p><p>oferecida a denúncia.</p><p>RETRATAÇÃO NO</p><p>CPP</p><p>RETRATAÇÃO NA LEI</p><p>MARIA DA PENHA</p><p>Representação será</p><p>irretratável, depois de</p><p>oferecida a denúncia.</p><p>Até o recebimento da</p><p>denúncia, em audiência</p><p>específica.</p><p>CAIU NA DPE-MT-2022-FCC: No caso de crime</p><p>capitulado como furto de coisa comum, a necessária</p><p>representação será irretratável após recebida a</p><p>denúncia.18</p><p>CAIU NA DPE-PR-2022-AOCP: A retratação da</p><p>representação pela ofendida em crimes de violência</p><p>doméstica e familiar contra a mulher só será admitida</p><p>perante o juiz, em audiência especialmente designada</p><p>com tal finalidade, antes do oferecimento da denúncia</p><p>e ouvido o Ministério Público. 19</p><p>Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada</p><p>com o auto de prisão em flagrante ou por meio de</p><p>portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.</p><p>Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a</p><p>iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba</p><p>a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito,</p><p>informações sobre o fato e a autoria e indicando o</p><p>tempo, o lugar e os elementos de convicção.</p><p>Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial</p><p>ou de quaisquer elementos informativos da mesma</p><p>natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à</p><p>vítima, ao investigado e à autoridade policial e</p><p>encaminhará os autos para a instância de revisão</p><p>ministerial para fins de homologação, na forma da</p><p>lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>18 ERRADO.</p><p>O STF, por maioria, atribuiu interpretação conforme ao</p><p>caput do art. 28 do CPP, alterado pela Lei nº</p><p>13.964/2019, para assentar que, ao se manifestar pelo</p><p>arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer</p><p>elementos informativos da mesma natureza, o órgão do</p><p>Ministério Público submeterá sua manifestação ao juiz</p><p>competente e comunicará à vítima, ao investigado e à</p><p>autoridade policial, podendo encaminhar os autos para</p><p>o Procurador-Geral ou para a instância de revisão</p><p>ministerial, quando houver, para fins de homologação,</p><p>na forma da lei, vencido, em parte, o Ministro Alexandre</p><p>de Moraes, que incluía a revisão automática em outras</p><p>hipóteses; (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto de</p><p>2023)</p><p>§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não</p><p>concordar com o arquivamento do inquérito policial,</p><p>poderá, no prazo de 30 dias do recebimento da</p><p>comunicação, submeter a matéria à revisão da</p><p>instância competente do órgão ministerial, conforme</p><p>dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído pela Lei</p><p>nº 13.964, de 2019)</p><p>O STF, por unanimidade, atribuiu interpretação</p><p>conforme ao § 1º do art. 28 do CPP, incluído pela Lei nº</p><p>13.964/2019, para assentar que, além da vítima ou de</p><p>seu representante legal, a autoridade judicial</p><p>competente também poderá submeter a matéria à</p><p>revisão da instância competente do órgão ministerial,</p><p>caso verifique patente ilegalidade ou teratologia no ato</p><p>do arquivamento; (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j.</p><p>agosto de 2023)</p><p>§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em</p><p>detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do</p><p>arquivamento do inquérito policial poderá ser</p><p>provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua</p><p>representação judicial. (Incluído pela Lei nº</p><p>13.964, de 2019)</p><p>Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o</p><p>investigado confessado formal e circunstancialmente a</p><p>prática de infração penal sem violência ou grave ameaça</p><p>e com pena mínima inferior a 4 anos, o Ministério</p><p>Público poderá propor acordo de não persecução</p><p>penal (ANPP), desde que necessário e suficiente para</p><p>reprovação e prevenção do crime, mediante as</p><p>seguintes condições ajustadas cumulativa e</p><p>alternativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de</p><p>2019)</p><p>19 ERRADO.</p><p>IMPORTANTE</p><p>IMPORTANTE</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>17</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CAIU NA DPE-PI-2022-CESPE: Admite-se o ANPP, se</p><p>não for o caso de arquivamento, quando o investigado</p><p>confessar circunstancialmente a prática de crime com</p><p>violência ou grave ameaça, desde que a pena não</p><p>ultrapasse a 4 anos, consideradas eventuais</p><p>majorantes.20</p><p>I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na</p><p>impossibilidade de fazê-lo21;</p><p>II - renunciar voluntariamente a bens e direitos</p><p>indicados pelo Ministério Público como instrumentos,</p><p>produto ou proveito do crime;</p><p>III - prestar serviço à comunidade ou a entidades</p><p>públicas por período correspondente à pena mínima</p><p>cominada ao delito diminuída de 1/3 a 2/3, em local a</p><p>ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 36</p><p>do CP.</p><p>IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos</p><p>termos do art. 46 do CP a entidade pública ou de</p><p>interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução,</p><p>que tenha, preferencialmente, como função proteger</p><p>bens jurídicos iguais ou semelhantes aos</p><p>aparentemente lesados pelo delito;</p><p>O STF, por unanimidade, declarou a</p><p>constitucionalidade dos arts. 28-A, caput, incisos III, IV</p><p>e §§ 5º, 7º e 8º do CPP, introduzidos pela Lei nº</p><p>13.964/2019; (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto</p><p>de 2023)</p><p>V - cumprir, por prazo determinado, outra condição</p><p>indicada pelo Ministério Público, desde que</p><p>proporcional e compatível com a infração penal</p><p>imputada.</p><p>CAIU NA DPE-PI-2022-CESPE: O ANPP poderá ser</p><p>proposto àquele que não tenha direito à transação</p><p>penal por já ter sido beneficiado por este instituto no</p><p>prazo inferior a cinco anos. 22</p><p>O acordo de não persecução penal pode ser definido</p><p>como uma espécie de negócio jurídico pré-processual</p><p>entre o Ministério Público (MP) e o investigado,</p><p>assistido por seu defensor. Nele, as partes negociam</p><p>cláusulas a serem cumpridas pelo acusado, que, ao final,</p><p>será favorecido pela extinção da punibilidade.</p><p>(...)</p><p>20 ERRADO.</p><p>21 Não se exige a anuência da vítima para a propositura do ANPP.</p><p>22 ERRADO.</p><p>A relevância e a dimensão</p><p>desse instrumento – ainda</p><p>recente no ordenamento jurídico brasileiro – podem ser</p><p>estimadas pelas palavras do ministro do Superior</p><p>Tribunal de Justiça (STJ) Rogerio Schietti Cruz. No</p><p>julgamento do HC 657.165, ele definiu o instituto como</p><p>"uma maneira consensual de alcançar resposta penal</p><p>mais célere ao comportamento criminoso, por meio</p><p>da mitigação da obrigatoriedade da ação penal, com</p><p>inexorável redução das demandas judiciais criminais".</p><p>Segundo Schietti, o acordo de não persecução penal não</p><p>se propõe especificamente a beneficiar o réu, mas sim a</p><p>Justiça criminal de forma integral, visto que tanto ele</p><p>quanto o Estado renunciam a direitos ou pretensões em</p><p>troca de alguma vantagem. O Estado – explicou o</p><p>ministro – não obtém a condenação penal em troca de</p><p>antecipação e certeza da resposta punitiva. Já o réu</p><p>deixa de provar sua inocência, "em troca de evitar o</p><p>processo, suas cerimônias degradantes e a eventual</p><p>sujeição a uma pena privativa de liberdade". 23</p><p>Para Sexta Turma, falta de confissão no inquérito não</p><p>impede acordo de não persecução penal</p><p>A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)</p><p>entendeu que a mera ausência de confissão do autuado,</p><p>durante o inquérito policial, não impede que o</p><p>Ministério Público analise o oferecimento do acordo de</p><p>não persecução penal.</p><p>(...)</p><p>No caso em julgamento, o relator observou que o</p><p>acusado estava sem advogado no momento em que foi</p><p>interrogado na polícia e preferiu ficar em silêncio, e não</p><p>consta que tenha sido informado sobre a possibilidade</p><p>de celebração do acordo caso admitisse o crime.</p><p>"Não há como simplesmente considerar ausente o</p><p>requisito objetivo da confissão sem que, no mínimo, o</p><p>investigado tenha ciência sobre a existência do novo</p><p>instituto legal (acordo de não persecução penal) e</p><p>possa, uma vez equilibrada a assimetria técnico-</p><p>informacional, refletir sobre o custo-benefício da</p><p>proposta ", afirmou o ministro.</p><p>Exigência de confissão no inquérito pode levar à</p><p>autoincriminação antecipada</p><p>Schietti considerou também que a exigência de</p><p>confissão ainda na fase policial poderia levar a uma</p><p>autoincriminação antecipada, apenas com base na</p><p>esperança de oferecimento do acordo, o qual – segundo</p><p>o ministro – poderá não ser proposto em razão da falta</p><p>de requisitos subjetivos ou de outro motivo, conforme a</p><p>avaliação do Ministério Público.</p><p>"Além de, na enorme maioria dos casos, o investigado</p><p>ser ouvido pela autoridade policial sem a presença de</p><p>defesa técnica e sem que tenha conhecimento sobre a</p><p>23 Disponível em: <</p><p>https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/2023</p><p>/12032023-Acordo-de-nao-persecucao-penal-a-novidade-do-Pacote-</p><p>Anticrime-interpretada-pelo-STJ.aspx>. Acesso em 13. abr. 2023.</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art45</p><p>18</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>existência do benefício legal, não há como ele saber, já</p><p>naquela oportunidade, se o representante do Ministério</p><p>Público efetivamente oferecerá a proposta de acordo ao</p><p>receber o inquérito relatado", disse o magistrado. 24</p><p>§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a</p><p>que se refere o caput deste artigo, serão consideradas</p><p>as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso</p><p>concreto.</p><p>CAIU NA DPE-PB-2022-FCC: Leandro, menor de 21 anos</p><p>e com passagens na vara da infância e juventude, foi</p><p>preso pela primeira vez após maioridade. Para conseguir</p><p>dinheiro para alimentar sua filha recém-nascida, estava</p><p>vendendo maconha na comunidade, sozinho, fazia 5</p><p>dias. Preso em flagrante, ficou em silêncio em seu</p><p>interrogatório policial. Sua família procura a Defensoria</p><p>Pública para orientação. Com base nos entendimentos</p><p>jurisprudenciais,</p><p>A) o fato de ter passagens pela vara da infância e</p><p>juventude impede que lhe seja oferecido acordo de não</p><p>persecução penal.</p><p>B) é cabível o oferecimento do acordo de não</p><p>persecução penal por se tratar de crime de tráfico</p><p>privilegiado, oportunizando momento e local correto</p><p>para Leandro confessar os fatos.</p><p>C) a venda de drogas por mais de 4 dias configura</p><p>habitualidade, o que impede o oferecimento de acordo</p><p>de não persecução penal.</p><p>D) não terá direito ao acordo de não persecução penal</p><p>porque não consta confissão formal e circunstanciada</p><p>dos fatos, devendo esta ser prévia à análise do Promotor</p><p>de Justiça.</p><p>E) não terá direito ao acordo de não persecução penal</p><p>por se tratar de crime hediondo com pena mínima</p><p>superior a 4 anos. 25</p><p>§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas</p><p>seguintes hipóteses:</p><p>I - se for cabível transação penal de competência dos</p><p>Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei (Pena</p><p>de máxima de até 2 anos);</p><p>II - se o investigado for reincidente ou se houver</p><p>elementos probatórios que indiquem conduta criminal</p><p>habitual, reiterada ou profissional, exceto se</p><p>insignificantes as infrações penais pretéritas</p><p>III - ter sido o agente beneficiado nos 5 anos anteriores</p><p>ao cometimento da infração, em acordo de não</p><p>24 Disponível em:</p><p><https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/202</p><p>2/31082022-Para-Sexta-Turma--falta-de-confissao-no-inquerito-nao-</p><p>impede-acordo-de-nao-persecucao-penal.aspx>. Acesso em 13. abr. 2023.</p><p>persecução penal, transação penal ou suspensão</p><p>condicional do processo; e</p><p>IV - nos crimes praticados no âmbito de violência</p><p>doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher</p><p>por razões da condição de sexo feminino, em favor do</p><p>agressor.</p><p>CAIU NA DPE-CE-2022-FCC: O acordo de não</p><p>persecução penal</p><p>A) reforça o sistema acusatório ao permitir que o</p><p>Ministério Público proponha acordo antes mesmo da</p><p>análise do arquivamento da acusação ou oferecimento</p><p>da denúncia.</p><p>B) não será cabível se o agente tiver realizado outro</p><p>acordo de não persecução penal no período de 5 (cinco)</p><p>anos anteriores ao cometimento da infração.</p><p>C) não será cabível em crimes praticados contra o meio</p><p>ambiente devido ao âmbito de proteção constitucional</p><p>do bem jurídico penalmente tutelado.</p><p>D) será cabível em crimes culposos com resultado</p><p>violento, exceto no crime de homicídio culposo na</p><p>direção de veículo automotor.</p><p>E) deverá contar com a anuência da vítima nos casos em</p><p>que a reparação de dano ou restituição da coisa for</p><p>condição do acordo e o investigado estiver</p><p>impossibilitado de fazê-lo.26</p><p>§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado</p><p>por escrito e será firmado pelo membro do Ministério</p><p>Público, pelo investigado e por seu defensor.</p><p>§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução</p><p>penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá</p><p>verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do</p><p>investigado na presença do seu defensor, e sua</p><p>legalidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou</p><p>abusivas as condições dispostas no acordo de não</p><p>persecução penal, devolverá os autos ao Ministério</p><p>Público para que seja reformulada a proposta de</p><p>acordo, com concordância do investigado e seu</p><p>defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)</p><p>O STF, por unanimidade, declarou a</p><p>constitucionalidade dos arts. 28-A, caput, incisos III, IV</p><p>e §§ 5º, 7º e 8º do CPP, introduzidos pela Lei nº</p><p>13.964/2019; (ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305, j. agosto</p><p>de 2023)</p><p>25 Gabarito: B</p><p>26 Gabarito: B</p><p>JURISPRUDÊNCIA</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3</p><p>19</p><p>CURSO RDP</p><p>Código identificador</p><p>CPP</p><p>Processo Penal</p><p>CAIU NA DPE-MS-2022-FGV: Em relação ao controle</p><p>sobre a legalidade do conteúdo do acordo de não</p><p>persecução penal, cabe ao juiz:</p><p>A) devolver os autos ao Ministério Público para</p><p>reformulação da proposta ilegal de acordo;</p><p>B) interferir na redação das cláusulas estabelecidas,</p><p>para a tutela dos interesses do investigado;</p><p>C) abster-se de examinar se existem cláusulas</p><p>obrigacionais ilegais;</p><p>D) decidir sobre a conveniência</p>

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